sejam bem vindos à quinta vídeo-aula da nossa disciplina de libras hoje nós trataremos de duas visões acerca da surdez a visão clínica ea visão sócio antropológica esta aula se baseará em dois textos um deles o texto do professor fernando césar capovilla que fundamentará a nossa discussão a respeito das diferentes causas da surdez bem como dos diferentes tipos de surdez também nós apoiaremos o texto do professor explica é para é fundamental na nossa discussão a respeito da visão clínica versus a visão sócio antropológica da surdez de acordo com o professor capovilla existem diferentes causas para surdez
uma delas é a idade há também fatores genéticos a ea também fatores ambientais que podem se manifestar tanto antes quanto depois do nascimento de acordo com o professor capovilla existem três grandes tipos de de causas ambientais uma delas são as infecções que podem ser causadas por meningite otite rubéola sífilis é a também é é a surdez causada pelo uso de certas drogas ou tóxicas como a estreptomicina a usada por exemplo em casos de risco de vida e também a surdez como sequela de de traumas de se manifesta de forma diferente é nas pessoas isso porque
as pessoas variam em relação ao seu grau de perda auditiva os diferentes graus de perda auditiva é é são definidos a com base no que se chama de limiar auditivo que consiste na menor intensidade sonora capaz de produzir a experiência auditiva de tons puros e da fala essa intensidade sonora é medida em decibéis e o que se observa é que quanto maior a perda maior linear justamente por isso que vocês vêem que é perdas leves é apresentam limiar que pode chegar a 40 desse 10 ao passo que perdas profundas é podem chegar ao limiar de
90 decibéis o que é mais importante lembrar dessa discussão a respeito dos diferentes graus de perda auditiva é justamente o impacto que ela pode ter no desenvolvimento da fala observa se que pessoas com perda leve apresenta uma fala levemente prejudicada em pessoas com perda moderada além de um atraso no desenvolvimento da fala também omitem consoante já em relação à perda severa observa se que pessoas é com com essa perda raramente desenvolvem fala sem o acompanhamento de um fonoaudiólogo o mesmo vale para pessoas com perda profunda que se conseguirem desenvolver a fala não apresentar uma linguagem
pobre e defeituosa aqui vocês vêem é um audiograma de sons familiares é a linha vermelha está representando o limiar auditivo de uma pessoa com perdas e vera é abaixo da linha estão representados os sons que essas pessoas são capazes de ouvir é óbvio que a sensação auditiva dessas pessoas não é exatamente a mesma que pessoas com audição normal apresenta acima da linha nós temos os sons que são inaudíveis para pessoas tanto com perdas e vera quanto com perda profunda observem que nessa faixa nós temos os sons da fala obviamente aqui considerados tal como são produzidos
em situações de conversação normal ou seja sem qualquer tipo de amplificação artificial os aparelhos auditivos eles têm a finalidade de amplificar o som aumentando sua intensidade porém eles não são suficientes para pessoas com perdas severas ou profundas é importante destacar que tecnicamente chamamos de surdo pessoas que apresentam perda de severa ou profunda ou perda profunda a surdez também pode ser classificada em relação à aquisição da fala pessoas que nascem surdas ou que adquirem surdez antes da aquisição da fala apresentam surdez pra linguística pessoas que é desenvolvem surdez durante o período de aquisição da fala apresentam
surdez e linguística e pessoas que desenvolvem ou adquirem surdez depois da aquisição da fala apresentam surdez após linguística essa classificação é importante porque de certa forma ela é preditor almg do maior ou menor sucesso que pessoas surdas tem tanto o desenvolvimento da fala quanto no desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita pessoas surdas que é é adquiriu a fala antes de adquirirem a surdez normalmente apresentam é mais é é a chances de de desenvolver é bem as habilidades de leitura e escrita com isso podemos então falar um pouco a respeito da visão clínica da surdez
que é justamente a visão que tem como foco a condição audiológica das pessoas surdas então nessa visão é é o surdo é visto pela ótica daquilo que ele não tem em relação à comunidade um 20 majoritária que é justamente a audição por conta disso é nessa visão a surdez é vista como uma deficiência e portanto uma desvantagem e o que é adepto da visão ea clínica da surdez advogam é justamente a normalização dos indivíduos surdos ou seja quer se que eles ou se tornem é ouvintes ou que pelo menos tentem compensar o seu déficit auditivo
essa compensação pode se dar por meio do treino da audição da fala e leitura labial ou mesmo por meio do uso de próteses realização de implantes e cirurgias a visão clínica está assentada na falsa idéia de que a linguagem humana só pode se manifestar através da fala nós sabemos que a lingüística já demonstrou que as línguas de sinais são línguas naturais e que por essa razão a linguagem humana pode também se manifestar por meio de um outro canal que não exclusivamente à fala o grande problema é das pessoas que que seguem essa visão clínica da
surdez é que elas estabelecem uma relação de dependência entre a eficiência oral dos indivíduos surdos e o seu desenvolvimento cognitivo por melhor que nós sejamos usando uma língua estrangeira sem dúvida nossa performance lingüística é muito melhor na nossa língua materna se as nossas habilidades e os nossos desenvolvimentos cognitivos forem avaliados através do nosso conhecimento numa língua estrangeira certamente essa avaliação vai apresentar resultados distorcidos e normalmente é assim que a avaliação de pessoas surdas é é feita é por pessoas que que são adeptas essa visão clínica da surdez é elas ignoram o fato de que os
surdos usam a língua portuguesa como língua estrangeira e acabam associando as suas dificuldades há problemas é de atraso cognitivo ou mesmo de retardamento mental como eu disse nessa visão o surdo é definido é pela falta de uma característica em relação àquilo que se observa na comunidade ouvinte majoritária e logo é concebido como um doente que precisa de reabilitação dessa forma a educação de surdos é vista justamente como um espaço de reabilitação de tratamento de cura da surdez como fins de integrar o surdo a sociedade para atingir esse objetivo a educação de surdos acaba adaptando seu
currículo de forma a privilegiar o treino da audição e da fala em detrimento dos outros conteúdos ea escola se torna uma espécie de clínica e o aluno surdo o paciente mas qual será a visão dos surdos a respeito da surdez para ilustrar é exatamente como os surdos vem a surdez eu vou citar uma passagem do livro de pedra e ram 3 no qual eles trazem o relato de uma criança surda filha de pais surdos a respeito das suas impressões sobre a sua vizinha com quem ele brincava de acordo com esse relato esse garoto surdo achava
sua vizinha extremamente estranha porque além de ela não conseguir entender os sinais que ele usava para se comunicar com ela é ele também percebeu que ela se comunicavam com sua mãe através de movimentos da boca certa vez pergunta sua mãe o que havia de errado com a sua é coleguinha e descobre que na verdade ela era diferente dele porque ela ouvia e ele não descobre também que ela é diferentemente dele que se comunicavam através da língua de sinais fazia uso é da língua oral esse relato nos convida a pensar a surdez de uma outra perspectiva
da perspectiva surda normalmente quando nós olhamos para os surdos nós o fazemos a partir da perspectiva ou 20 e aí é o que os classificamos com base numa característica que nós temos e que eles não têm esse relato mostra é que a criança surda por ter construído a sua visão de surdez a partir de suas experiências e interações com a família não construiu a mesma visão para ele a surdez era normal e os outros é que eram diferentes então essa é sem dúvida uma uma forma diferente de enxergar surdez e que tem a ver com
essa segunda é visão de surdez é que nós vamos tratar aqui que a visão sócio antropológica antes disso vou trazer uma outra ilustração é d a diferente visão é que podemos ver é no relato da autora surda silvia lhe agredido por neves quando uma entrevista explica de onde tirou inspiração para escrever o seu romance é esse é o primeiro romance escrito em língua portuguesa por uma altura surda no brasil e se chama mãos ao vento vocês vão ver um trecho dessa entrevista em que ela está ela relata é um episódio envolvendo um de seus alunos
surdos e que revela é uma visão é positiva da parte dele é em relação à sua surdez veja o vídeo há muito tempo atrás eu trabalhava no instituto vita terezinha o aluno surdo me perguntou se deus sabe línguas de sinais eu achei que ela pergunta muito estranha e aí eu disse claro ele sabe jesus criou as árvores então tem que ser difícil saber a língua de sinais é claro que ele sabe e aí certa vez eu estava caminhando refletindo e de repente encontrei é esse mesmo me perguntei por que sempre fiz aquela pergunta e aí
ele disse é porque se eu morrer tive problema de comunicação jesus cristo vai me mandar para o inferno não quero isso eu percebi que ele tinha uma identidade muito forte porque o mesmo imaginava ou 20 depois que morresse mas ele não ele acreditava que continuaria sendo o surdo essa visão e coroa é na visão sócio antropológica tal como é ver luz é em trabalhos de de grandes expoentes como professores cria de acordo com o professor excluía a comunidade surda se origina em uma atitude diferente frente ao déficit já que não leva em consideração o grau
de perda auditiva de seus membros a visão sócio antropológica diferentemente da visão clínica da surdez considera então que as línguas de sinais são línguas naturais e que portanto é a comunidade surda não precisa é se adaptar à língua da comunidade majoritária além disso é dentro dessa perspectiva o surdo não é definido pela falta de alguma coisa mas sim pela sua diferença lingüística e cultural e que é concede a ele então é o estatuto de membro de uma minoria lingüística no que diz respeito à educação de surdos podemos dizer que adeptos a visão sócio antropológica da
surdez defendem que a educação de surdos deve ser exatamente como a educação de pessoas ouvintes ou seja deve ter como objetivo o desenvolvimento acadêmico nesse sentido a escola de surdo é escola e não uma clínica e um aluno surdo é aluno e não um paciente antes de finalizar gostaria que vocês é apreciassem um poema é em libras criado é por lívia villas boas no qual ela é descreve é fatos tanto do mundo ou 20 quanto do mundo surdo esse poema está bem de acordo com a visão sócio antropológica da surdez justamente porque coloca o mundo
surdo é no mesmo nível que um dos 20 é quando descreve que mesmo as mesmas a atividades ações que você encontra no mundo ou 20 você também vê no mundo é surdo então apreciem esse belo poema é criado pela lívia villas boas na aula de hoje nós discutimos duas visões acerca da surdez a visão clínica ea visão sócio antropológica quando discutimos a visão química é vimos que a surpresa causada por diferentes fatores que ela pode se manifestar através de diferentes graus é de perda de ti auditiva e que é ela também varia nos indivíduos em
relação ao momento em que essa surdez é adquirida com relação à aquisição da fala vimos que a visão clínica da surdez foca na condição audiológica das pessoas surdas é e que dessa forma é ver os surdos como deficientes como indivíduos que a quem falta alguma é característica que está presente na comunidade ouvinte majoritária diferentemente a visão sócio antropológica é olha para o surdo é considerando suas diferenças linguísticas culturais e identitárias espero que vocês tenham gostado da vídeo aula de hoje a gente se vê na próxima obrigado pela sua atenção