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onde tem Cultura a Vale está no poder criativo que nasce dos palcos orquestras das Artes das ruas e dos museus na valorização das diversas identidades brasileiras e na preservação de memórias é valorizando a cultura que crescemos e evoluímos juntos Instituto Cultural vale eu sou um livro que você não deve julgar só pela capa porque sou feito com papel Polen natural desenvolvido pela Suzano em outras palavras seus olhos ficam mais confortáveis e o planeta também ministério da cultura e associação Azul apresentam 2ª flip festa literária internacional de Parati a flip conta com benefício da lei federal
de incentivo à cultura pronac 2350 60 e possui acessibilidade para pessoas com deficiências física visual e auditiva tem Patrocínio master Instituto Cultural Vale Patrocínio ouro Itaú CCR e Suzano Patrocínio prata maqu móveis eletronuclear O Globo e Sesc Patrocínio bronze sebrai e Globo livros parceria institucional Prefeitura de Parati Secretaria Estadual de turismo do Rio de Janeiro e Museu do território é uma concepção Associação casaazul realização ministério da cultura governo federal Brasil união e reconstrução Obrigada e boa mesa [Música] C k [Música] o movimento o movimento skate só vai pra frente quando ele se entende como um
coletivo sozinho é só um hobby junto é um movimento Principalmente nos mund no mundo de hoje que a molecada fica mais assim com telefone na tecnologia então o corpo el se movimenta muito pouco né Por ISO que a gente também faz que você tem que ficar sempre porque você se desligou daquilo vai cair então ele te aterra mesmo sabe eu vejo muito no semblante das crianças quando começou até o jeito de conversar assim muda cara com mais imponência sabe a rua é o melhor lugar para você viver cara aí é na rua onde você o
que você estudou dentro de algum lugar que você vai se manifestar é na rua que tá tudo que você expõe quem você é você quer o respeito da rua você expõe o seu conhecimento dentro do que seja flip o encontro da literatura com a cidade Boa noite para ti a gente tá chegando essa Faltam maisas três mesas hoje eu já tô começando a ficar nostálgica mas não vou ficar ainda porque tem muita coisa boa para acontecer aqui eh vocês têm visto que eu tenho agradecido em todas as mesas nunca é demais eu vou fazendo agradecimentos
homeopáticos à equipe da Flip aos tradutores Aliás o tradutor do sar tá aqui hoje o Diogo Parabéns mas mas eu queria que eu não agradecia até agora o time incrível de mediadores que a gente conseguiu juntar esse ano assim os mediadores são muito responsáveis por essas mesas darem certo muito obrigada a todos eles bom essa mesa reúne dois autores que foram o centro de muitas conversas sobre a Literatura esse ano o Jeferson Tenório que é um autor brasileiro eu ia falar gaúcho mas ele acabou de explicar que ele é carioca e cresceu no Rio Grande
do Sul então é mais confuso do que isso e o Mohammed bu gassar que é o vencedor do prêmio gonk kur autor de um livro que é um monumento à literatura para mediar esse essa conversa eu vou chamar Nossa quase sócia da Flip de tantas mesas que ela já mediou aqui mesas fundamentais a Rita Palmeira que é editora crítica literária e curadora da livaria Mega fauna [Aplausos] Rita eu queria já vou dar boa tarde a todos eu queria chamar ao palco o Jeferson Tenório e o Mohamed busar palmas para eles lá eles estavam achando que
não vinha [Risadas] ninguém bom boa noite a todas e todos eu tô muito honrada emocionada mesmo m de ter sido convidada para mediar a mesa entre o Mohamed mugar sar e o Jeferson Tenório Eu agradeço muito a Ana Minha sócia curadora desta 22ª edição da Flip pelo convite para est aqui hoje como sempre eu agradeço a valorosa equipe que faz a flip aos tradutores a todo mundo que tá nos Bastidores porque a festa não existe sem eles e elas ã essa mesa reúne dois escritores que receberam as maiores distinções literárias nos países em que eles
vivem e no mesmo ano 2021 o sar ganhou o gur maior honraria literária da literatura francófona com a mais recôndita memória dos hom que saiu pela Editora f e o Jeferson Tenório ganhou jabuti o prêmio literário mais relevante do Brasil com olha eles escreveram muito então às vezes eu vou demorar para achar aqui com o avesso da pele o Jeferson tem três romances publicados o beijo na parede que tá aqui mostrar as capas porque esses livros todos estão à venda aqui ao lado que saiu pela Sulina em 2013 o avesso da que eu acabei de
mostrar que é de 2020 e o Estela sem Deus que tinha saído em 2018 pela azuk que depois foi reeditado também pela companhia das letras que é a atual Editora dele que é esse aqui e que saiu do anos atrás pela companhia o quarto romance também pela companhia que é um romance misterioso ele que vai mostrar porque é tão misterioso tá quase o labirinto do inumano e que eu não pude ler ele vai ser lançado no fim do mês e se chama de onde eles vêm embora ainda esteja em pré-venda ele prometeu que vai ler
um trechinho hoje aqui pra gente o sar tem quatro [Música] romances três deles publicados no Brasil dois deles pela malê o homem de verdade esse aqui que saiu na França em 2018 e aqui em 2021 em tradução do Fernando clabin e terra silenciada que saiu em 2014 na França e aqui em 2023 em tradução da Carla renar esses dois como eu disse saíram pela malê além de esse livro pelo qual ele ganhou o gon cur que é como a Ana já disse uma obra magistral que chama a mais recôndita memória dos homens que saiu pela
fósforo em 2023 na tradução do Diogo Cardoso e na França Saiu em 2021 dele apenas se lance de C do C eh de 2017 ainda não saiu por aqui mas hoje enquanto nós três almoçávamos eh o Jeferson que além de escritor de primeira linha é também se mostrou interessado pelo livro disse que a ler e ficaram de se falar depois eu não sei se vai dar met mas por falar em met antes de chegar a Parati o s esteve em Salvador e no rio onde jogou bola com Chico boar Seu Fã declarado futebol com o
Chico é também parte da memória da Flip eu tenho que lembrar disso em 2004 na segunda flip muita gente nessa tenda certamente estava por aqui um time de escritores e jornalistas que vieram para participar da Flip ou para cobrir a flip esse time participou de uma lendária partida de futebol aqui em Parati com o compositor e escritor que era convidado daquele ano Então essa partida no Politeama torna você Sara uma espécie de veterano aqui em Parati bom o sar nasceu em Dakar no Senegal em 1990 morou em Paris e hoje vive em bové no norte
da França o Jeferson nasceu no Rio mudou-se para Porto Alegre aos 14 anos e há 2 anos ele vive em São Paulo essa mesa tem por título a memória dos homens não sei se foi uma sugestão pra gente deixar de lado a parte secreta recôndita Mas vamos ver como é que a conversa anda talvez a gente enveredei também então sejam muito bem-vindos a flip Jeferson tenor e Mohamed ugar sar eu vou começar com eh uma pergunta pro sar e a gente vai eles também vão Conversando a gente já conversou bastante eh ontem e hoje ã
mas eu vou começar com uma pergunta pro sar e que diz o seguinte Logo no início de mais recond à memória dos homens início porque é um livro de 400 páginas mas está na página 64 tá o personagem stanis pergunta aan que é o narrador protagonista que é também escritor ele diz o seguinte e o que é que você quer alcançar a notoriedade literária no mundo exterior sim nenhum escritor africano isso é o die falando sim nenhum escritor africano radicado aqui confessaria isso em público todos vão negar e ainda pousar de Rebeldes mas no fundo
faz parte dos Sonhos de muitos de nós para alguns propriamente o sonho a condecoração do meio literário francês cuja postura não falham ridicularizar e desprezar é Nossa també nossa Glória fantasmagórica Nossa Servidão e a ilusão envenenada da nossa ascensão simbólica acho que esse TR condensa duas coisas importantes de uma eu falo aqui brevemente da outra eu quero fazer a pergunta parte da força desse seu romance incrível tá justamente em Se valer dessas bom dia bom dia a todas e todos antes eu gostaria de agradecer a todas e todos pela sua presença todas e todos isso
começa pela organização do evento o festival a flip muito obrigado pelo convite e demorou um pouco mas aconteceu e eu estou muito feliz eu gostaria também de agradecer aos meus editores que estão aqui da fósforo também a malê a quem eu devo a a tradução dos meus livros aqui e essa é uma transição também que eu faço para agradecer aos meus dois tradutores aqui no Brasil o Diogo Cardoso pela mais recita memória dos homens e a Carla pela terra santa e Fernando clabin também eu estou muito contente mesmo e eu agradeço a todas as brasileiras
e brasileiros pela acolhida eu não canso de dizer desde o início que vocês são incríveis e por muitos motivos desde que eu comecei a minha turnê para o livro a mais recondo da memória dos Homens o que eu vivi aqui como acolhida ao meu livro e a mim é algo muito singular único e não é demagogia isso que eu estou dizendo é verdadeiramente algo sincero e então muito obrigado por isso e Para retomar a história do jogo de futebol com Chico bque primeiro eu tenho que dizer que a ganhou para quem estava se perguntando nós
ganhamos E desde esse dia desde esse encontro eu tenho uma ideia na cabeça de pedir a nacionalidade brasileira escritor Senegal brasileiro muito quanto a pergunta sobre o destino estranho destino desse livro que que critica os prêmios literários e e a dependência dos escritores africanos dessa potência Colonial ou das potências coloniais Eu acho que isso é totalmente normal porque uma das forças do livro é a ironia uma espécie de ironia que atravessa o livro do começo ao fim mas não uma ironia da qual eu ficaria excluído ou da Qual o personagem ficaria excluído ele próprio ele
é objeto dessa ironia e isso talvez seja algo que eu gosto muito na vida em geral e quando nós colocamos isso num livro e que nós o transformamos num princípio narrativo Não há nada de surpreendente em que isso se reflita na realidade que isso surja do livro refletindo-se na realidade porque os livros são organismos vivos nada é ao acaso nós não colocamos nenhuma emoção que não tenha consequências eu eu tirei sarro de mim mesmo e de alguns contextos no livro o livro se vingou por assim dizer reagiu e criando essas condições e Que bom que
ele o fez senão eu não estaria aqui então no fundo é tudo muito positivo mas de maneira Global essa passagem que você na verdade é o início de uma reflexão sobre a ambiguidade de uma situação na qual você escreve numa determinada língua que é uma língua Colonial você se descreve a partir de um espaço periférico com relação a um espaço literário Central você sabe que há expectativas com relação a você e às vezes pelos motivos pelos piores motivos Porque não são apenas expectativas são são expectativas exóticas ou que te exoti E e esse é o
grande presente de grego por assim dizer dessa situação pós-colonial porque a gente sabe que a instituição da qual nós desconfiamos pode premiá-lo pode reconhecê-lo pode e que esse reconhecimento pode acabar levando você mais longe e então você fica sempre entre o eu não quero e o eu quero porque finalmente isso me permite ir mais longe isso me permite simplesmente como escritor Ser Reconhecido e lido por um número maior de pessoas incluindo a instituição mas ao mesmo tempo você sabe que esse reconhecimento pode acabar fazendo com que haja comentários ah comentários do tipo Olha você só
ganhou porque você é africano você foi reconhecido teve esse reconhecimento só porque você é africano agora a verdade é que o reconhecimento você pode vir ou não vir você sendo africano então a ambiguidade aí ela é total e só há uma coisa a fazer na minha opinião é simplesmente confiar totalmente naquilo que escrevemos e engajar-se totalmente nessa empreitada Aconteça o que acontecer né Eu acho temos uma canção que fala sobre isso antes palavra ao Jeferson fazer a pergunta a ele eu queria pedir para você ler aquele trechinho que você tinha selecionado eu não sei se
quem tiver com o livro isso o trecho que o sar vai ler tá na página eh 181 eu acho se eu não marquei errado ao que S par [Música] fatim prà podia se apresentar cada protagonista desse relato e daí saía uma questão existencial anunciando que ela e olhava pro olho que pretendia ver isso M todas as siluetas estavam na minha frente numa coreografia tão complexa tinha tido consciência que se agitava para ou mais exatamente para uma coisa precisa e muito tempo depois da sua morte a obsessão de uma outra vida eu pensei no olhar que
a lançava sobre a suas fotos os protagonistas do relato que eu acabava de ouvir mandavam relatos e eu pensei evidentemente que não Dian obviamente não no fundo de até que as aparências surgiram o contrária no momento da sua existência nenhum homem pensa no futuro nossa preocupação profunda é com o passado e enquanto caminhamos para o futuro para o que vamos nos tornar é com o passado com o mistério do que fomos que nós preocupamos isso não tem nada a ver com a nostagia lúgubre é que simplesmente entre essas duas perguntas que escondem o que eu
fiz e o que vou fazer fecha a possibilidade de uma possibilidade de uma nova sorte ela elimina qualquer Possibilidade é a questão do homem honesto que através do ato se pergunta o que que eu fiz mas a sua angústia o seu horror vem pelo fato que ele sabe que ele não pode consertar aquilo que ele fez é porque dá a consciência trágica do irreparável é que o passado preocupa mais o homem porque o medo do futuro é outra coisa o a esperança é possível é possível a do passado só tem o peso da sua atitude
e mesmo os remos ou os arrependimentos irevel ao contrário eles o confirmam inclusive em sua eternidade não lamentamos apenas o que foi lamentamos também e sobretudo o que será para sempre por isso eu pensei não Dian todas essas figuras não se moviam em direção ao agora a esse instante em que você as observa sem necessariamente compreender a mensagem que não tentar lhe transmitir elas se preocupam por seus atos passados elas viveram e o passo que você e o peso que você atribui a elas diz respeito apenas a você são seus desejos suas questões eliman o
senu o assan kumak não te pediram nada é você quem os persegue o tempo e não o contrário acreditamos com a força da evidência que o passado que volta a habitar e assombrar o presente Jefferson Jefferson eh queria começar falando do Avesso da pele esse livro que é também um monumento eh e é um livro sobre luto né eh não só sobre o luto mas é um livro sobre o luto ã e e inclusive há as chamadas marcas de interlocução né um livro que que é o tempo todo se dirige a alguém né esse eu
Você eh me parece mais funcionar como uma rubrica teatral eh em que o narrador faz às vezes um demiurgo indica as ações presentes para deixar né o o o o pai vivo eh trazendo a vida de um jeito que é um jeito muito engenhoso em termos de construção narrativa eh mas eu queria falar do luto né Isso é um comentário enfim paralelo porque é um livro sobre luto numa sociedade muito violenta e muito racista hã e acaba por ser a narrativa eu queria te ouvir sobre isso de um luto que é individual mas que é
coletivo também ã então se você pudesse falar um pouquinho desse livro e dessa história e o sar também tem as histórias dele também são atravessadas pelo luto né H os dois livros da malê isso parece de maneira muito clara mas também no na mais recôndita H enfim Uma das Histórias eh tem a ver com eh com um luto grande boa noite eh eu quero dizer que eu vou voltar muito mal acostumado para casa eh pelo carinho que eu tenho recebido nesses últimos dias eh caminhar pelas ruas aqui de Parati ficou um pouco difícil assim no
sentido de chegar nos lugares porque as pessoas eh me interpelam e e querem conversar e falar sobre o livro enfim sou muito grato eh por esse carinho Eh quero dizer também antes de mais nada que se eu tivesse jogado no time no outro time Acho que vocês não teriam ganhado tá tá desafiando tem um campinho aqui em Parati eh a minha posi Aliás a minha eu fui um dos grandes gandulas do futebol de vsia eh e o o Mohamed tava Mohamed tava fazendo assim com a cabeça enquanto a Rita falava sobre o livro porque ele
leu o avesso da pele e eu fiquei surpreso né porque h eu perguntei se ele tinha lido na versão inglês né Que que foi lançada recentemente ele disse que não ele eu li em francês eu fiquei pensando mas o avesso não foi lançado em francês ainda né como é que isso aconteceu e aí ele disse que ele conseguiu eh com o agente dele que falou que eu não sei mais quem e que conseguiu o livro Antes de ele ser publicado e conseguiu eh ler o avesso Ou seja eu vou andar mais com com Mohamed porque
ele é uma pessoa bem relacionada né Eh en eu preciso disso porque se eu conhecesse essa pessoa que passou o livro eu teria acesso ao seu livro eu teria conseguido o seu livro daqui a pouco o Mohamed diz eu também já Lio de onde eles vem eh mas enfim eh a questão do luto eu acho interessante entrar no novea pele e por essa chave né porque eh eh o o livro ele abre justamente com essa questão né Desse filho que entra no apartamento do pai e e tem que mexer nos objetos né Desse pai morto
eh imagino eu que Deva ser uma situação extremamente difícil e delicada eh você mexer na materialidade da ausência né que é isso que acontece eh eu não experienciei isso eh né e e é uma das coisas muito marcantes porque as pessoas me dizem muito sobre essa ideia de contar a história de alguém através dos objetos que ela deixou né Eh e é uma das reflexões no início do livro eh que os objetos que estão à nossa volta muitos deles irão nos ultrapassar no tempo né eles vão permanecer depois de nós né E esses objetos também
vão ser esse fantasma que vai contar né A história desse desse pai e fantasma é em função do Hamlet né eu começo a vestar pele com uma citação do do hamelet justamente fazendo essa referência a esse pai Fantasma e a esses objetos fantasmas que vão né narrar a a história eh mas não é qualquer luto né é um luto que é é oriundo de uma violência que o o Henrique o professor viveu ou seja ele experienciou né Essa violência e que acabou na sua morte e quem vai contar essa história é o Pedro que vai
estabelecer uma espécie de carta ao pai esse diálogo em que ele vai de certo modo eh estabelecer uma nova relação com esse pai é um luto coletivo eh porque ele chora a morte desse pai mas a gente sabe que esse pai foi morto simplesmente porque era uma pessoa negra e mais adiante eh o narrador reflete sobre isso né um corpo negro no espaço público ele é sempre um corpo em risco né no Brasil e por isso o choro dessa o pranto dessa morte é um pranto coletivo eh e nos meus livros de certo modo quanto
mais eu falo de mim mais eu tenho trazido essa coletiva né então eu não estou falando apenas da minha experiência estou falando de uma experiência de uma população que vem sofrendo com violências sistematicamente então eh uma das chaves de leitura acho que que pode ser dessa forma né ou seja olhar esse luto também de forma coletiva Obrigada sar Eu imagino que você como die não goste de falar sobre o que é seu livro quem já leu o livro vai ter deparado várias vezes com ai a pior pergunta é o mal encarno mal da literatura perguntar
qual é o assunto do livro Qual é o tema então eu vou evitar essa pergunta né eu tinha brincado com você que eu falaria isso porque se eu me fiar no romance no que diz o romance e eu posso receber como resposta uma que está no romance que diz assim o livro não fala de nada eh então eu vou lhe perguntar sobre a forma do romance A forma como ele é construído a forma narrativa e eu mesma vou explicar sobre o que é o livro A Plateia que ainda não teve a a chance de ler
a mais recôndita Então o livro conta a história de um jovem escritor senegalês que vive na França que fica obsecado por um livro raríssimo chamado labirinto do huano e por seu autor um misterioso escritor que assina com pseudônimo de TC eliman esse livro teve uma trajetória fulgurante e depois foi proscrito porque o seu autor foi acusado de plágio ã e esse autor some sem deixar rastros a história do eliman e do do do labirinto de humano começa as vésperas da segunda guerra ah e o Jan que é o o narrador fala de 2018 ou seja
80 anos separam as narrativas né a história o Mohamed vai poder contar pra gente e é inspirada na história real de yambo hem autor de eh Devir de Violence eh a quem o sar dedica o livro inclusive mas eu queria lhe perguntar então sobre a forma como você constrói esse livro em que há várias narrativas paralelas e o livro dentro do livro e mais do que tudo é um livro que faz um elogio ao eh ao trabalho l não só coloca em questão isso que eu perguntei na última pergunta na última vez que eu falei
com sar sobre não coloca só em questão os mecanismos de legitimação literária Mas ele também questiona o próprio a própria literatura né e e e e o fazer literário então um livro que vai sendo construído e se eh Se ramificando em outras histórias e pensando o tempo todo em formas de eh Então queria te ouvir um pouquinho sobre essa maneira de dobrar do livro se dobrar literatura sobre literatura que esse empenho termina por discutir o fazer literário eu eu eu fico sempre constrangido quando é preciso falar sobre a forma por o prin que eu uso
que pelo menos o princípio que eu mais uso e no qual eu mais confio é o caos mas o caos já está aí faz muito tempo desde os gregos ele representa uma potência de criação e as outras religiões se construíram através do caos de um estado do momento onde não havia nada e que e e que surge mas o exemplo mais importante é nos gregos O que chamamos de caos que pouco a pouco ele se junta a outras potências e e que forma o universo mas o caos isso não é suficiente isso acontece dentro de
um certo quadro de uma certa área que para mim é a figura do labirinto que é o labirinto me parece que a figura do labirinto não é para mim uma figura de encarceramento de aprisionamento é um lugar feliz para mim é um lugar de busca de grande liberdade onde podemos circular ir em todas as direções inclusiv quando são becos sem saída inclusive se queremos ir para outra direção porque importante para mim num labirinto não é a saída não é sair do labirinto é o centro do labirinto que é importante para mim e o centro do
labirinto pode representar muitas coisas é o lugar onde se encontra o Minotauro obviamente mas é o lugar também onde Possivelmente se encontra uma espécie de verdade talvez dolorosa fica aí então no labirinto é o que devemos procurar e num romance O que devemos procurar é o centro do romance Qual é o centro do seu romance a questão central a que dá a escrita a sua unidade Houve várias na mais recondita memória dos homens mas talvez que a minha questão não seja tão importante o que é importante é o que surge no momento em que a
pessoa lê o qual é a questão que se revela pouco a pouco no romance eu não ass eu não estou falando da forma pura da estrutura e eu para mim é a forma que se dá a um texto que carrega o questionamento existencial e eu vou terminar falando do tempo também na questão do tempo para mim o que dá uma espécie de densidade ou um romance é o que ele faz com o tempo como o tempo atravessa ou não atravessa tal ou tal romance Porque para mim o tempo é uma estrutura em si um elemento
que serve e a criar o ritmo para as peripécias dos personagens é a estrutura mesma em si eu queria reproduzir nesse romance a estrutura temporal e a estrutura e mental porque para nós na estrutura mental O tempo nunca é um vetor matemático nunca é uma questão linear senão nossa vida seria terrivelmente e chata nossa vida é linda e feliz muitas vezes triste é infeliz porque nós navegamos pelos espaços temporais diferentes temos e e lembranças um segundo depois já pensamos Ah isso vai dar certo temos Esperança temos sonhos temos culpabilidade diz e talvez não formulemos isso
dessa maneira mas nossa estrutura Mental é uma estrutura dispersa e o que eu queria colocar isso no romance nem que seja do do ponto de vista geográfico com usando o labirinto mas que através das épocas sempre exista essa noção de caos para mim o caos é a vida que não para de se mover e o que eu acabo de dizer agora significa simplesmente que eu nunca tenho um plano uma estrutura nunca começo um romance conhecendo o fim e o que eu gosto e foi o que eu gostei no livro do Jefferson alguns dias alguém me
perguntou o que que você achou do livro do Jefferson e eu disse que eu gostava muito o uso do tempo simplesmente Então nesse eu poderia ter falado da questão racial da violência policial mas eu gostei muito de como o tempo transcorria no romance dele porque isso me lembrava o número de livros que eu gostei muito e eu fico muito feliz que num momento do livro na terceira parte vemos surgir uma coisa que é procura de de Santo Petersburgo sendo que nunca falamos de São Petersburgo e por aqueles que leram o livro sabem por os outros
não mas globalmente é assim que eu penso no romance maravilhosamente sobre a forma do seu romance ainda fez um elogio ao romance do Jefferson Então tá tá Tá ótimo porque tem realmente essa coisa do do tempo né que faz parte tempo presente que você usa ali que que dá essa sensação de que a coisa tá se atualizando né aquele início então é é uma coisa mas eu ia te perguntar eh Jeferson uma outra coisa se você quiser comentar também o que o sar falou eh que é o seguinte eh não sei se já assim se
agora não porque vocês estão prestando atenção na mesa mas saindo daqui experimentem peguem o celular e coloquem o avesso da pele no Google primeira coisa que vai aparecer Óbvio é o anúncio da Amazon eh depois o da editora justo também patrocinado em seguida todas todos os links são notícias do episódio de censura e de recolhimento dos exemplares do livro do Jefferson Eh claro que a gente tem que falar disso mas a gente né conversando hoje mais cedo a gente falou também de como se reduz um romance a a um episódio que é um episódio eh
terrível mas autoritário né Eu não sei se todo mundo sabe mas começou com uma diretora de escola né Jeferson que o livro foi indicado né pelo MEC pro programa do como chama Programa Nacional do livro e e para mim foi curioso porque eu tinha lido o livro eu tinha terminado de ler o livro duas semanas antes disso acontecer a tal da diretora da escola falou que o livro tinha muito palavrão de sexo e eu falei Hã eu não me lembrava disso e claro pode ser falta de memória minha mas eu falei o livro não tem
nada disso e e e aí de repente se sequestra o livro do Jefferson em função disso que enfim é terrível ã como é que é como é que você sentiu esse essa isso que eu tô chamando de um sequestro ah do Avesso da pele eh antes de responder eh teve eh uma noite que eu não dormi quando eu recebi um e-mail do Chico Buarque dizendo que estava lendo meu livro e que estava gostando muito e quero dizer que hoje eu também não vou dormir né Depois de um elogio desse do Mohamed eh então a eu
tenho falado sobre a censura já há bastante tempo né desde que aconteceu o episódio acho que você usou uma palavra muito boa né que é esse sequestro ideológico eh que fizeram com o o avest pele eh e me parece que essa estratégia de você reduzir o livro A uma questão que não tem nada a ver com com com a obra em si e é uma forma de você Espetacular a censura né e me Parece que foi isso né foi uma espetacularização da dessa tentativa de censura e nesse sentido ela foi muito bem sucedida né Eh
porque logo depois houve de fato o recolhimento eh dos livros por três estados o recolhimento físico dos livros né eh e aí depois teve toda a reação eh da enfim de professores leitores colegas escritores políticos eh pessoas brigando na nas redes né defendendo o avesso da pele houve também eh uma ação judicial da da minha Editora né da companhia das Letras eh exigindo que os livros voltassem mais rapidamente para as escolas e bibliotecas e eh e claro depois o interesse né do do público eh muitos curiosos assim para saber porque que o livro tava sendo
censurado né Eh Muita gente deve ter ido atrás da pornografia né que acho que ficaram um pouco decepcionados né Eh Então e o que ah esse episódio me mostrou é que a ultra direita eh não sabe lidar muito bem com o desejo né Eh eles lidam muito mal com o desejo o desejo é uma ameaça E por que que o desejo é uma ameaça porque eh o desejo não produz corpos dóceis n quem vai atrás do seu desejo é capaz de qualquer coisa É capaz né quem quem eh quem se vê livre né nesse sentido
né e o o Ultra conservador né que não sabe lidar muito bem com o seu desejo além de não lidar com o seu ele não quer que o outro também não tenha acesso né Aos seus desejos né e tal então Eh e para o capitalismo também não é interessante que as pessoas eh Sigam o seu desejo né é interessante que as pessoas tenham esse corpo dócil e que não sejam eh cidadãos mas que sejam consumidores né Eh que você consuma sem ter critérios né então assim passa por muitas camadas assim o que aconteceu com o
o avesso da pele e esse sequestro ideológico essa essa cooptação ideológica para servir como um discurso político eh para colocar numa conta eleitoral né ou seja eh É também um objeto que é utilizado eh como um discurso para dizer olha o que a esquerda está fazendo corrompendo as nossas crianças eh na escola né E esse argumento de defesa das crianças é de um cinismo tão tão atroz né Ou seja a gente tem um um um chegamos num nível de cinismo eh que é tão violento que a gente fica paralisado né ou seja um sujeito é
capaz de ser racista na sua frente e no minuto depois ele dizer que não foi né Então essa esse é o grau de cinismo né E que estratégias a gente utiliza para conseguir combater isso com literatura com arte com ciência com dados com conhecimento por mais que seja difícil por mais que a gente parece que não tá dando resultado mas eu acho que o caminho para combater a censura é através da arte da ciência e assim por diante euo que pelo YouTube a essa mesa porque ele foi citado já inúmeras vezes e a minha próxima
pergunta eu antecipei ela vinha depois porque eu achei que tá na hora da gente falar um pouquinho do Chico então sar bom eu já tinha mencionado né que o Chico foi um leitor entusiasmado do livro do Mohamed ugar e ele teria dito o seguinte né segundo registros da Imprensa é simplesmente maravilhoso el maravilhosamente bem e além do mais é engraçado tem humor após ler esse livro eu não sei como poderei voltar a escrever novamente bom ele voltou a escrever novamente e em Bambino a Roma ele faz uma homenagem a você sar eu não sei quem
aqui leu e se viu a homenagem mas tem um trechinho em que ele diz assim dentro do carro da amiga e aqui eu cito o Chico no Bambino a Roma que saiu pela companhia das Letras dentro do carro da amiga Suponho que ela fale do vetusto homem branco que a abordava um escritor atormentado por recordações da infância se não tivesse mais o que fazer no futuro quem sabe ela ditaria as suas mais recônditas memórias do Senegal para o escritor atormentado Hoje no almoço a gente depois o Jefferson vai falar disso ele contou que ele também
faz uma homenagem ao sar nesse livro misterioso dele aí e do qual ele vai falar já já eh você me disse ontem quando a gente jantou que entendeu no rio o tamanho do Chico Bararque no Brasil né essa entidade Chico Buarque eh então eu posso dizer que é quase Como se você tivesse ganhando mais um prêmio né Eh só que um prêmio muito brasileiro eh mas eu queria te perguntar Ah não a pergunta no fundo não é sobre que é só um grande preâmbulo e o que que você tá escrevendo agora porque você disse também
depois de ler Guimarães Rosa que você não saberia como escrever e você seguiu escrevendo e agora na verdade podemos considerar que toda a história da literatura é apenas a história de escritores que admiram escritores e que perguntam como é que eles serão capazes de es depois de terdo outros então a literatura é possível ela tem uma bela história através da admiração de uns e outros uma bela história as pessoas às vezes há pessoas que nós esquecemos totalmente que são admiradas por gigantes da literatura de hoje e isso é uma maneira da gente se consolar quando
nós ficamos paralisados por um escritor ou por um livro A única maneira Ou pelo menos a minha maneira de sair desse impasse é pensar ele tá me paralisando totalmente Mas ele também em algum momento admirou alguém que o deixou paralisado o exemplo que me ocorre é que o grande escritor Russo tosto Leon tosto ele tinha uma admiração Sem Limites por um escritor inglês anony Troll e há muito poucos que conhecem Anthony troll hoje e e acho que ainda menos pessoas que leram anony Na verdade o admira hoje na história literária Eu acho que o Anthony
troll não é muito lembrado foi o tosto que acabou ficando pra posteridade mas ele admirava o troll up ele disse várias vezes que ele ficava totalmente assim impactado pelo que trollop escrevia e que ele não sabia o que fazer parece irônico mas é assim que se faz que se construiu a história da literatura bom com relação ao Chico boar evidentemente quando eu li o que ele havia escrito eu fiquei muito emocionado ele é uma lenda né eu diria uma lenda A gente falou meio brincando mas em em 2002 ele é um Deus vivo né para
mim olha eu eu encostei nele tá com a minha mão direita eu eu posso depois passar para vocês um pouco desse dessa potência do Chico Bararque mas eu fiquei extremamente emocionado mas eu sei ao mesmo tempo que essa paralisia dos escritores é uma paralisia provisória isso acontece quando nós admiramos um livro e o que nós temos que fazer é simplesmente pensar como é que essa escrita esse autor vai acompanhar minha próxima obra como é que vai eh alimentar a minha escrita como é que vai me impulsionar para minha próxima criação e eu acho que é
disso que é feita a história da literatura na Idade Média mais ou menos digamos entre a idade média e o renascimento uma história essa é uma imagem que aparece de um anão sobre as costas de um gigante tem essa expressão na França nós somos anões que estamos nas costas de Gigantes e é um pouco isso que acontece cada geração que chega se apoia nas costas de um gigante ou sobe nas costas de um gigante para conseguir enxergar mais longe e é isso que faz que a gente paradoxalmente fique um pouco mais elevado e consiga enxergar
um pouco mais longe e é um pouco isso a história da literatura de uma de uma certa forma Há muitos escritores e livros que eu admirei e que pensei meu Deus como é que eu vou escrever depois disso e alguns dias depois eu começo a escrever para mim portanto a influência é algo positivo quando eh nós podemos muitas vezes reivindicar e indicar também essas referências nós indicamos a história literária a qual nós queremos nos ligar e É uma honra diz anunciarse leitor de certos escritores mesmo quando eles nos impedem de escrever temporariamente porque isso é
um sinal de que eles vão nos permitir chegar um pouco mais longe e isso para mim é uma das coisas mais belas que existe e é por isso que mesmo sendo escritor mesmo adorando isso Eu me defino primeiramente como leitor porque é isso que eu gosto mais é o que mais importa sempre na escrita e você e você tá escrevendo um um l romance eu tinha fingido que tinha esquecido dessa parte da pergunta mas aparentemente não tem escape bom sim eu estou escrevendo alguma coisa nada que esteja muito desenvolvido ainda mas está presente já há
vários meses e eu sei que muitas vezes isso é um processo muito natural para mim quando um tema ou uma imagem ou uma frase na qual eu penso há muito tempo é muito persistente é sinal de que com frequência isso acaba se tornando um romance é claro que eu já tô além da Imagem e da frase já consegui escrever um pouquinho mas ainda não sei o que se tornará mas eu me coloquei já já retomei a escrita durante muito tempo eu fiquei fazendo turnês durante praticamente do anos e aí eu tinha parado de escrever porque
eu não tinha mais tempo mas agora eu aos poucos estou retomando a escrita então há pouco nós estávamos brincando lá dentro dizendo que após certos livros e reconhecimentos recebidos nós nos tornamos algum tipo de Mito Universal e a gente fica passeando no mundo sorrindo e acenando com as mãos como fazem as misses mas algum momento isso precisa parar e para mim felizmente já está parando e evidentemente se não fosse pela pelo convite para vir ao Brasil aqui a flip Eu acho que eu já não teria mais ido a lugar nenhum tinham inclusive combinado nos Bastidores
que eles iam entrar no palco fazendo assim mas eles acharam que ainda era uma Piada Interna Então na hora de sair e eles podem fazer o cumprimento de Miss ah eh Jeferson eh conta pra gente né do seu novo livro Já que ninguém [Risadas] leu eh eu preciso de uma marem cigad para me entregar esse livro e o Emílio meu editor guardou as sete chaves né esse esse livro e foi pra China e foi pra China não é isso eh mas eh se eu não me engano acho que tem trecho do livro ou vocês receberam
trecho do do livro é então Eh Ou seja todo mundo tá sabendo mais do livro que eu eh então o o livro de onde eles vem é um livro que eu venho pensando desde que eu publiquei o avesso pele em 2020 e resumidamente o enredo conta a história do Joaquim que é um um rapaz negro retinto eh morador da cidade de alvorada eh uma cidade metropolitana próximo de Porto Alegre e que entra na universidade através do sistema de cotas eh eu quis fazer um personagem que fosse diferente da minha trajetória porque eu me tornei um
leitor e tardio né eu comecei e a ler literatura com 24 anos e esse personagem ao contrário n ele já entra na universidade sendo um grande leitor né e o que vai causar um estranhamento nesse espaço acadêmico eh a uma desconfiança dos colegas e professores desse rapaz negro que é um grande leitor que discute literatura né E quando eu tava Eh mais ou menos na metade do livro eh eu estava lendo o livro eh do Mohamed e eu eu pensei eh se eu não estaria fazendo um livro com mais um personagem que quer ser escritor
né então O Joaquim é esse personagem que não sabe muito bem que que significa isso mas ele quer se tornar um escritor e o personagem do do Mohamed também é um escritor que discute literatura que faz reflexões né Eh sobre a importância da F na vida das pessoas de uma maneira muito delicada e a mesmo tempo com uma ironia incrível e aí eu pensei se ele pode eu também posso fazer E aí quando eu tava chegando no final do livro Tem uma parte que se passa em Portugal e é quando um dos personagens se encontra
com um outro chamado Mohamed e essa foi a homenagem que eu fiz desse encontro né com esse com esse escritor e eles vão ter Enfim uma uma conversa bastante interessante Então o de onde eles vem é um livro que antes de de tratar das questões sobre as cotas Na verdade ele não vai discutir processo de seleção eh Até porque eu acho que as cotas não precisam de uma defesa e as cotas precisam de uma ampliação eh as cotas são uma lei e e como lei ela tem que ser cumprida né então o de onde eles
vêm é a história é é a jornada de um leitor é a jornada de alguém que vai se tornando um leitor especializado então O Joaquim é esse rapaz que escuta Racionais que pega ônibus lotado para chegar na universidade e quando ele chega na universidade numa das primeiras aulas ele dá de cara com o professor falando do James Joyce né falando do ulices e ele já tinha lido né então já começa já todo um estranhamento eh nesse sentido no fim das contas eh tentando agora entender o que é esse livro né porque eu também tenho essa
dificuldade de falar o que que é esse livro eu posso dizer que na minha percepção o de onde eles vêm é uma defesa do direito de se encantar com a literatura do direito ao encanto a arte eh a poesia a música eh Então esse título que parece uma pergunta porque não tem ponto de interrogação é também o de onde de onde vem a criação né de onde vem essa vontade que a gente tem de criar né Eh é um elogio eh a literatura essa forma que eu encontrei para conseguir Eh escrever uma história que fosse
Na verdade uma grande homenagem a tudo que me construiu enquanto pessoa né tudo que eu sou eu devo aos livros e à literatura né então é uma forma que eu encontrei de fazer uma homenagem eh aos livros e e à Literatura e por fim eh é um livro muito musical né ou seja tem muitas referências musicais tem um capítulo que é uma homenagem a Nina Simone uma música chamada cerman eh porque como eu fui um leitor tardio o meu letramento eh e a minha educação sentimental e estética ela se deu pela música não foram pelos
livros assim como 90% da população brasileira que não teve ou não tem acesso aos livros essa educação sentimental se dá pela música né e estética também né Eh então na minha adolescência quando eu comecei a escutar Racionais por exemplo Racionais não me ofereceu apenas uma música de qualidade mas eles me ofereceram um mundo em que eu pudesse habitar com o meu corpo negro com as minhas vestimentas com a minha linguagem tendo orgulho do lugar onde eu vim era a possibilidade eles me ofereceram um modo de viver por outro lado João Gilberto Chico bo da viola
eh me ensinaram a a sofrer com elegância e dignidade porque eles me deram um sentido estético pras dores que eu sentia né E então eu eu também devo muito à música e por ter me aproximado da literatura Então quem chegar no de onde eles vê vai ter esse universo né da música e também da literatura você não quer ler um trechinho pra gente então o livro misterioso eu vou ler um trecho eh contextualizando eh quando Joaquim né ele cuida de uma avó essa avó tá num processo de demência e esse é o grande dilema que
ele tem né ou cuida da avó ou vai para PR pra universidade e a avó fica mais doente acaba sendo internada e ele vai então ficar com essa avó no quarto com ela e para fazer companhia eh a ele ele leva o livro Um dos volumes do busca do Tempo Perdido eh do prust e ele começa a ler esse livro enquanto a vó tá ali eh agonizando e ele começa a sentir sono começa a achar chato ele pensa em desistir mas quando ele olha ao redor ele percebe Não eu vou ler nem que seja uma
página desse livro porque a única coisa que ele podia fazer né era cavocar um pouco de beleza naquele momento em que ele em que ele estava e é esse trecho que eu vou ler para vocês parágrafos depois deparei Com Outra cena que me chamou atenção quando Marcel lembra de um encontro de um encontro com Gilbert os dois jovens estão numa janela o vento bate no rosto deles e o narrador sente a Ponta das Tranças de gber roçando em sua face descreve os fios da trança como naturais e ao mesmo tempo Sobrenaturais como uma espécie de
folhagens de arte e diz que poderiam servir de matéria prima para as relvas do Paraíso nesse momento fechei o livro achei a descrição bonita e terna Mas então olhei a minha volta aquele quarto de hospital público decadente minha avó à beira da morte e pessoas abandonadas por seus parentes tive vontade de chorar me comovi Porque toda aquela delicadeza de prust toda aquela forma de perceber a beleza nada podia contra a brutalidade que se apresentava para mim a inutilidade daquelas palavras contrastava com a realidade e aquilo me magoava pensei que poderia ler aqueles trechos em voz
alta para minha avó Na tentativa de que ela pudesse viver a mesma experiência que eu e talvez salvá-la por alguns minutos da tragédia que fora a sua vida mas depois achei ridícula a minha ideia porque eu não estava num filme ou num livro aquilo não era literatura era a vida sendo a vida com toda sua sua força e violência e me dei conta de que não estava lendo aquele livro para dar sentido à minha existência ou a existência da minha avó eu lia simplesmente porque era terno e era por isso que me sentia culpado como
se eu não tivesse direito ao encanto precisei sair do quarto eu não estava bem caminhei pelos corredores peguei o elevador fui para o térreo ganhei a já passava da meite eu precisava respirar sem ter que sentir o cheiro de [Aplausos] hospital no seu livro homens de verdade que saiu pela malê o Dogma religioso eh que determina entre outras coisas a não aceitação da homossexualidade afasta eh indem denê eh personagem eh de seu pai o pai apresenta a aceitação da homossexualidade nos seguintes termos seria uma influência do ocidente uma coisa dos brancos eh e é confrontado
por seu filho em a mais recôndita isso também aparece na imagem Rei iterada que é uma imagem muito bonita do espinho da civilização Branca plantado na carne queria te ouvir sobre isso E aí só acrescentar e depois ouvir o Jeferson Jeferson Estela sem Deus a Estela tem que ser a ver com a religião da madrinha jurema e ela adolescente questiona aquela forma de viver Aliás a certa altura ela tem uma frase maravilhosa ela fala para mim a vida é maior que ele eh eh e depois ela diz assim foi só diante na vida que descobri
que Deus também era minha mãe segurando uma faca então a recusa a viver conforme os preceitos evangélicos é um elemento de tensão na Trama então de alguma maneira esse tema aproxima esses dois livros né de vocês e queria Então começar escutando o sar por favor [Música] a questão religiosa no Senegal é muito complicado por uma razão simples é que frequentemente os as proibições religiosas que vem do Islã que é a religião majoritária no Senegal encontram como Aliados vários discursos antiocidental discursos que falariam e que diriam que a culpa vem do ocidente e tudo que é
decadente na nossa sociedade que é um regime imperialista Colonial que domina evidentemente esse discurso finge esquecer que o Islã é uma religião uma civilização que entrou no Senegal através da violência Colonial também e não é porque é mais antiga que ela é menos violenta e quando eh observamos uma sociedade diante dessa contradição e se diz o que vocês chamam da nossa cultura vem de outra cultura que usou os os mesmos procedimentos talvez não com a mesma violência mas o princípio é a mesma coisa o princípio da Dominação e quando você diz isso isso provoca imediatamente
uma tensão e a homossexualidade engloba eh a e envolve todos esses conceitos porque a homossexualidade é o assunto que mostra a decadência moral e a ligação com a Europa ocidental e isso é uma contradição enorme a homossexualidade é um fato antropológico no Senegal há seres humanos e fatos antropológicos que acontecem e fatos que são ligados à homossexualidade mas muitos senegaleses recusam ver essa questão e dizem que a homossexualidade foi uma coisa importada pela colonização europeia O que é outra contradição pelo simples motivo que o que a colonização europeia fez quando entrou no Senegal foi a
repressão da homossexualidade porque naquela é é a Europa na sua maioria era homofóbica isso não desapareceu evoluiu talvez mas a homofobia continua na Europa mas antigamente e nos outros séculos isso era visto como um mal portanto os europeus reprimiam a homossexualidade quando chegaram no Senegal reprimiram a homossexualidade então paradoxo e dizer que a Europa veio com a homossexualidade sendo que a Europa chegou para reprimir a homossexualidade também a destruição de um âmbito criado onde as coisas ficavam nos seus espaços onde podíamos acolher a diferença sexual Essa é a reflexão que está no cerne do dos
homens a questão central e é uma coisa muito mal vista no Senegal muito pouco que não se aceita de jeito nenhum o que eu queria era fazer mostrar essas questões religiosas e pessoais etc eu não questiono a história religiosa mas é a vida humana que é Central que está no cerne do debate e preciso falar disso e me parece que uma das funções da literatura é em certos momentos criar espaços para a conversa para o diálogo esse romance homens de verdade foi um fracasso no Senegal não foi muito lido ou se e se foi lido
foi depois do prêmio gonk e isso então levou a muitas polêmicas degenerou nisso E durante um eu volto a o livro não estava disponível as livrarias eh não queriam vendê-lo isso durou alguns meses o estado disse que o estado não poderia proteger isso a literatura Voltou ao ao centro das coisas mas isso não fez mover nada o debate continua muito fechado lá no Senegal o livro existe ainda mas talvez para gerações futuras ele possa vir a ser convidado para eh conversas ou diálogos futuros eh a religião no Brasil também é bastante complic eh o Estela
sem Deus ele tem um uma temporalidade marcada né ela se passa na década de 90 ainda no governo color então também acompanha a a a ascensão e a queda né do do governo color eh mostra Então essa menina eh que tem 13 anos a Estela uma menina negra Eh que que tem uma vivência dentro da religião umbanda e que tem um sonho de se tornar filósofa eh e a partir Então desse desse entendimento né ela ela vai procurar eh se compreender né para entender o que que significa isso né O que que significa se tornar
uma filósofo e uma das primeiras conversas que a Estela tem com a avó a avó é uma mãe de santo eh e elas tem algumas conversas e numa delas eh a Estela diz pra avó que ela tem medo de participar de um de uma Gira né Eh porque ela tem medo de incorporar né tem medo que baixe um santo nela e aí a avó diz que ela não precisa ter medo porque os os orixás quando descem eles vêm para nos salvar e aí a Estela diz Pergunta mas nos salvar do quê e a avó não
sabe dizer do que que os orixás vem nos salvar e ela diz não esquece isso Estela Talvez seja o contrário como assim o contrário aí a vó diz eh Pode ser que os orixás baixem para ser salvos por nós né para serem salvos por nós eh esse é o mote para que ela entenda que aquilo que a vó tá fazendo na verdade é filosofia né Ou seja é essa ideia da dúvida e aí ela sai desse lugar e vai pro Rio de Janeiro conviver com a madrinha que é evangélica e eu tomei o cuidado para
que essa relação com a religião evangélica não fosse uma relação de embate mas que também fosse uma relação e filosófica né e é nesse sentido que a Estela vai se construindo enquanto pessoa e ela vai fazendo reflexões sobre essa figura de Deus que é imposto a ela no primeiro momento quando ela começa a frequentar a igreja evangélica e ela começa a se questionar e que Deus é esse que que que estão para ela até que ela começa a se dar conta que Deus está muito mais próximo dela do que ela imagina ou seja ela começa
a reconhecer essa figura de Deus principalmente nas mulheres que estão à volta dela né E aí tem uma cena em que a mãe para defender a filha pega uma faca para tentar se defender de um de um estupro e e depois que ela consegue expulsar né o o o o bandido essa mãe senta atrás da porta segurando uma faca e não dorme até que o dia eh até que amanheça E aí estel pega essa imagem dessa mãe segurando uma faca e diz essa imagem é de Deus né é essa reflexão que ela faz então ela
vai se tornando filósofa quando ela entende eh que aquela figura de Deus ela é muito mais humana ela tá muito mais voltada pra terra do que pro céu né Então essa é a jornada da Estela para tentar entender que mundo é esse que ela vive né bom o cronômetro já começou a apitar ali não sei se vocês viram eh negociei aqui uns minutinhos a mais porque eu tinha dito a eles que eu quando a gente fç falei eu tenho 25 perguntas prontas para vocês e eles você vai fazer quatro consegui fazer mais do que isso
mas também tem uma pergunta do público que eu queria fazer antes disso sar eu queria te perguntar o seguinte em a mais recôndita memória dos homens a acusação de plágio que recai sobre o El é resultado de críticos enxergarem ali uma colagem de fragmentos de outros livros ou nas palavras da brigit Bolem que é uma jornalista que enfim que vai aparecer eh mais para frente também do livro tal o labirinto do inumano né o livro do do Elim seria um livro único jamais visto mas profundamente original mas ao mesmo tempo era a soma de livros
existentes e aí a minha pergunta a gente falou um pouco de disso né informalmente é que livro não é a soma de livros existentes o livro também é acusado de ser pouquíssimo negro que que é um livro pouquíssimo negro Quanto a essa acusação de ser muito pouco negro a gente volta para uma questão de erotização ou europeização quando há uma posição dominante ou de verticalidade Quando essas expectativas não são satisfeitas pela pessoa que [Música] escreve e Nós pensamos que essa pessoa é inferior a nós de um jeito ou de outro ou que ela é oriunda
de uma cultura periférica nós consideramos que isso não é suficientemente se a pessoa não é assim isso não é suficientemente preto não é suficientemente africano não nos faz rir não há africanismo suficiente eu não vejo eh pretos africanos eh de um jeito ou de outro enfim E é isso que quer dizer considerar o livro não sendo como não sendo suficientemente Preto eh é por causa das expectativas do que devem ser a do que deve ser a literatura Africana e os personagens pretos retratados nela quanto à acusação de plago uma coisa interessante e não é não
é uma coisa na qual eu acredito mas todas as culturas elas são culturas orais no início todas as civilizações Elas começaram com a oralidade já foi mencionado há pouco Joyce mas o Ulisses jero por exemplo a Ilíada ela começa com os cantos e a primeira frase da Ilíada é uma frase que remete a um canto uma forma de oralidade e eu falo de oralidade na sua relação com o plá por uma razão muito simp quando um trabalho poético ele se baseia na oralidade a questão do plágio perde o sentido pelo simples motivo de que um
conto não não há não há um mas não há apropriação possível porque ele é oral uma uma coisa contada oralmente ela pode ser retomada por todo mundo e aí as pessoas que a retomam vão acrescentando aqui um pedaço ali outro pedaço mas ele globalmente não pertence a ninguém as culturas orais portanto elas evitam Como eu disse essas questões de plágio que só aparecem no momento em que um livro um texto ou uma obra literária passa a ser associada a alguém que é normalmente um autor e é por isso desde desde a infância ouvindo as histórias
da minha avó eu trabalhava com isso dentro de mim a história que eu ouço ela não pertence à minha avó porque essas histórias mudavam tempo e eu entendi em todo caso eu acabei formulando isso mais tarde mas acho que desde aquela época eu entendi que a ideia de plo só é possível se alguém possuir tiver uma obra literária mas a história contada a contação de história ela dá lugar a todos e isso é a digamos a lição mais incrível que a minha avó me ensinou e que eu jamais esqueci os romances de vocês dois né
Eh de maneira geral e ampla aqui eh mobilizam a ideia de uma expectativa a expectativa que envolve os personagens disso inclusive que a gente falava agora né O que que seria então Eh um livro pouquíssimo negro né ah expectativa que envolve os personagens a sua produção intelectual seu comportamento o que que vocês acham que os leitores e a crítica esperam da literatura de vocês Qual é a expectativa eh bom da minha experiência esperam uma literatura negra né uma literatura muito neg não pouquíssimo Negra né uma literatura engajada que reivindica política né e é praticamente tudo
que esse livro não é né o livro novo então talvez as pessoas fiquem um pouco decepcionadas eh nesse sentido eh inclusive eh há há há uma discussão também no livro sobre o que é a literatura negra né ou ou o que se espera né da de um de um autor eh negro eh porque quando você identifica e classifica a literatura produzida por pessoas n Parece que fica muito mais fácil né de você eh conseguir mensurar a qualidade da da daquele livro né mensurar a qualidade do que tá ali escrito eh e eu achei que nesse
livro eu precisava dar um outro passo que já não é mais o passo e de uma espécie de de denúncia que de certo modo o o avesso pele carrega né Ou seja você tem ali uma uma uma denúncia da violência policial uma uma violência do racismo estrutural da decadência da da educação e eu preferi nesse livro eh dar um outro passo e esse outro passo eh tem a ver com um aprofundamento da própria discussão do que significa literatura negra né não é à toa que eu coloquei esses escritores que são vistos como escritores inacessíveis né
como o James Joyce o prust eh que no fim das contas são autores que estão falando enfim de coisas terrenas né a gente pega Ulisses ele tá falando dos bêbados tá falando né do da sujeira das prostitutas tá falando de coisas eh que a sociedade não quer ver por perto né então é tirar também um pouco essa literatura da Torre de Marfim e dizer que ela também tá falando eh de coisas eh do dia a dia do do do do cotidiano eh então trazer eh essa discussão do que que seria uma literatura negra para mim
é bastante importante porque a gente precisa se livrar desses rótulos né para que a gente tenha de fato uma liberdade eh na escrita uma liberdade eh na hora de eh da criação né e é assim e é assim que eu me sinto quando eu estou criando eu quero eh tirar as amarras né ao mesmo tempo eu não esqueço da onde eu venho e o título do livro é de onde eles vêm né tem o o livro novo que saiu do bald no Brasil que é da próxima vez o fogo em que ele escreve pro sobrinho
dele uma carta linda que ele escreve pro sobrinho dele e nessa carta ele diz se você sabe da onde você vem você não vai ter medo de ir para qualquer lugar né então eu não esqueço da onde eu vim isso não significa que eu não possa escrever tudo que eu quero isso não significa que eu não possa colocar nos meus livros um diálogo com essa literatura branca ou ocidental mas ao mesmo tempo quem acaba sustentando eh a a trajetória do do Joaquim é o livro terra estranha do James do James B né então enfim tô
contando muita coisa do livro aqui mas tem tem tem vários diálogos possíveis né então o que eu tentei é fugir dessa classificação do que significa literatura negra eh e vamos ver o que que vai acontecer é isso você a expectativa a pergunta sobre a expectativa sim eu concordo muito com o que acabou de ser dito na verdade eu estou bem alinhado com a ideia de que progressivamente a gente precisa aprender a sair dessas expectativas sem que isso queira dizer que a gente esqueça de onde nós estamos vindo e que a gente saiba Conheça o mundo
do qual falamos então a experiência da escrita é toda a experiência existencial e política ela atravessa a literatura mas ela não tem necessariamente necessidade de ser sempre destacada como um discurso é preciso lembrar que a literatura é sempre um trabalho da forma mas essa forma quando ela é honesta ela traduz sempre uma experiência existencial e política profunda Eu acrescento também que quando nós atribuições e expectativas nós temos tendência a ver essas atribuições e expectativas como expectativas daqueles que dominam do poder e na verdade sim o poder tem essa capacidade de formular algo que às vezes
é consciente às vezes não mas mas a questão é muito mais complexa por exemplo a sua própria comunidade ela tem também expectativas e essas expectativas podem ser muito pesadas quando nós fal por exemplo de uma literatura chamada de preta ou negra ainda que não saibamos exatamente o que é isso as pessoas que estão do lado da dominação podem ter as suas expectativas e projetar as suas imaginações mas as próprias pessoas pretas podem também projetar as suas imaginações e expectativas sobre o que seria essa literatura preta então é sobretudo quando nós somos oriundos de uma comunidade
que é vítima de discriminação e violência existem essas expectativas que com frequência entram em choque são expectativas completamente Opostas e que às vezes convergem ou seja nós podemos esperar que na literatura de um escritor eh africano que ela seja de uma determinada maneira Mas ao mesmo tempo essa expectativa ela é compartilhada entre o poder e a comunidade de origem agora cabe ao escritor no seu trabalho Se das expectativas para formular de forma diferente sensível e poética essas expectativas e o que acaba o que acaba exigindo uma determinada forma de solidão e um desejo por liberdade
bastante forte mas é sobretudo aí no fundo um amor profundo pela literatura um profundo amor pela literatura como forma e como forma capaz sempre de expressar a experiência humanaa e eu termino dizendo como o jeon falou de bwi eu falo ton moron que era uma amiga de baln e a Tony moron durante a sua vida respondeu a essa pergunta ela precisou responder a pergunta Por que você escreve e ela com frequência respondia escrevo para a comunidade afro-americana eu escrevo para a comunidade afro-americana mas ela acrescentava é como quando um Russo escreve para os russos como
um dostoyevski que escreveu para os russos é singular o que ele escreve é singular mas pode ser dirigido a qualquer pessoa então eu escrevo a partir de um lugar que eu não esqueço eu sei o que ele é conheço a sua história mas eu O Expresso de tal forma que isso possa ser entendido por qualquer pessoa e que a dor a dominação a violência possam ser entendidas por qualquer pessoa e a Tony Morrison acrescentava de uma maneira um pouco maliciosa que nunca foi perguntado a dostoyevski porque ele escrevia então é uma pergunta que já é
feita a determinadas pessoas determinados autores então normalmente se você está sendo se estão perguntando isso Você não tá no lado bom do Poder né Eu queria pedir desculpas a Patrícia elu que fez uma uma pergunta e não vai dar tempo a gente já estourou o tempo e eu não posso estourar o tempo pela segunda vez ah eh então eu peço que vá falar com os dois né Eu acho que não sei se cumprimos tudo mas Cert certamente há muito por cumprir mas se ainda não dá para voltar para cá casa eh a gente pode até
a tenda até a livraria da Flip para pegar o autógrafo do Jeferson tenor e do Mohamed bugar saar a quem eu agradeço muito por essa mesa eh muito boa noite a vocês e a vocês todos e todas i
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