o coração sempre levou a fama pelas emoções seja quando eu digo que o meu coração bate forte por uma pessoa ou quando eu digo que o meu coração tá apertado diante de uma situação que me dá medo mas na verdade as emoções são definidas no cérebro e é isso que a gente vai discutir hoje nesse Episódio 26 do conexão neural a gente já falou bastante sobre essa relação do cérebro com as emoções aqui no nosso canal teve um episódio sobre as indicações de leitura e entre essas indicações havia vários livros fazendo essa relação do cérebro
com a vida emocional a gente já teve o episódio sobre a parte geral da neurociência da aprendizagem e lá dentro também tinha bastante do aspecto emocional mas nesse vídeo queria deixar específico para essa discussão cérebro emoções e utilizando para tornar nossa conversa mais objetiva algumas perguntas fundamentais para deixar de uma vez por todas deixar claro que as emoções são sim definidas e processadas no nosso cérebro e para começar com essas perguntas fundamentais eu acho que a principal que serviria de base para nossa conversa seria essa mesmo as emoções definidos no cérebro e a resposta é
um sim com S maiúsculo e de quando é que vem esse conhecimento esse conhecimento é ancestral desde que as primeiras pessoas começaram a ter lesões cerebrais já na época hipocrática de Hipócrates e começar a apresentar alterações de comportamento de Emoções essas hipóteses começaram a ser levantadas mas foi nos meados do século XIX com aquela fantástica geração de neurologistas e neurocientistas franceses que isso começou a ser mais bem definido e aí esse grande neurologista francês o Pierre brocar Ele percebeu que há uma série de estruturas ao redor dos ventrículos que estão interconectadas e ele chamou a
esse conjunto de estruturas de lobo limpou de sistema límbico Quais são as principais estruturas desse Conjunto O hipocampo que está relacionado ali a parte mais temporal mais lateral dos ventrículos o giro e porcampal o fornix o hipotálamo o núcleo da amígdala o giro do símbolo que faz parte do córtex cerebral então ele percebeu que todas essas estruturas estão interconectadas e a partir daí começou uma discussão sobre a função desse sistema começou a se elaborar hipótese de que ele estaria sim relacionado a vida e aos processos emocionais e finalmente já no século 20 em 1937 surge
essa teoria desse cientista em inglês o James papéis que postulou o circuito de papéis a gente tem um artigo da Nate reviews falando sobre esse tema e eu acho que ele é a base para compreensão do cérebro emocional você pode escutar de muitos estudiosos na área que a teoria do papéis já tá um pouco ultrapassada afinal ela já vai completar aí quase 100 anos é verdade a gente já descobriu muita coisa depois muito conhecimento mais complexo sobre o processamento das emoções do que sugeriu o papéis na verdade o papéis propôs uma teoria ele não conseguiu
nem comprovar isso em termos experimentais Mas ela é uma teoria tão elegante chega até a ser simples e com muita muito embasamento que até hoje a gente considera como coerente que eu acho que ele é um passo Inicial Sim e eu gosto sempre quando discuto a neurociência das emoções de relembrar a teoria do pape e o que é que ela dizia que tudo começa nas emoções com um estímulo emocional um estímulo externo que vai penetrar no nosso sistema nervoso por diversas vias mas uma das mais importantes é por meio das vias sensoriais trazendo para o
tálamo que é um grande intermediário das Sensações a partir daí eu entro para o córtex sensorial e vou entrar num circuito composto pelo giro do símbolo pelo talamo anterior pelo hipotálamo e pelo hipocampo e a partir daí essa informação do meio externo vai começar a reverberar no circuito e o que papéis postulou que com quanto mais intensidade existe esse ciclo de informações mas intensa será a emoção hoje a gente sabe que existe em outros fatores mas repito é um ótimo passo Inicial e a partir daí eu tenho uma resposta corporal que o sistema nervoso autônomo
ele começa a provocar reações corporais como por exemplo acelerar o coração suar aumentar o ritmo respiratório e foi a partir daí que o coração começou a levar a fama pelas emoções mas na verdade as coisas se processam mesmo é no cérebro e paralelamente a isso eu tenho o conhecimento a consciência sobre as minhas próprias emoções algo que o ser humano tem mas os outros animais os outros vertebrados não tem que a consciência sobre a própria emoção e como é o nome que eu dou a essa consciência é o sentimento então o sentimento é eu saber
o que eu estou sentindo Então tá aqui a resposta para nosso primeiro pergunta as emoções são definidas no cérebro são sim mas essas emoções elas evoluíram junto com o cérebro porque a gente sabe que desde os primeiros organismos animais o sistema nervoso vem evoluindo como uma verdadeira máquina de captar estímulos do meio externo e de devolver respostas desde os primeiros celenterados isso acontece e foi evoluindo até chegar nessa máquina nessa obra fantástica da engenharia biológica que é o nosso cérebro e a pergunta então se as emoções evoluíram junto com o cérebro e mais uma vez
a resposta é sim porque os animais os vertebrados menos evoluídos na escala evolutiva do que o ser humano Eles já tem emoções e eles usam essas emoções para a própria sobrevivência e para orientar o seu comportamento vamos pegar essa cena que uma cena da luta entre um leão esse animal que tem uma atividade para poder até mesmo se alimentar e uma zebra esse animal que é uma uma presa do leão então quando esse encontro acontece na floresta na selva lá na África por exemplo Qual é a emoção que a presa tem nesse momento é o
medo é uma emoção muito associada ao medo que o ser humano tem correspondente aí no Animal Então ela procura fugir motivada por esse medo e com isso ela procura preservar a sua própria sobrevivência E qual é o processo emocional pelo qual o leão passa a agressividade e por meio dessa agressividade ele vai procurar se alimentar para manter também a própria sobrevivência então observe a emoção guiando o comportamento dos animais e tentando preservar a sua própria existência o cérebro evoluiu as emoções evoluíram junto mas de certa forma as nossas reações emocionais também procuram manter a nossa
sobrevivência imagina uma pessoa que não tivesse medo de nada ela estaria mais exposta aos perigos e teria a sua sobrevivência comprometida uma terceira pergunta como as emoções são estudadas do ponto de vista da neurociência como é que eu estudo como é que a gente tem medo como é que a gente tem eventualmente tristeza melancolia para isso tudo existem muitas formas existe a pesquisa neuropsicológica que eu vou entrevistar pessoas fazer questionários fazer análise característica de como as pessoas se comportam diante de determinados eventos da vida mas tem também a pesquisa no laboratório e com laboratório eu
vou estudar por exemplo animais manifestando modelos experimentais de emoções e aí eu vou dar um testemunho pessoal porque isso fluiu muito no começo da minha vida como pesquisador e como estudante das neurociências aqui é uma foto do meu primeiro trabalho científico isso aí é do milênio passado mas por uma ocasião e da vida o meu primeiro trabalho foi justamente na neurociência das emoções e a gente estudou com meu orientador da época o professor Norberto Coimbra lá na USP de Ribeirão Preto aqui eu devo muito dessa iniciação no mundo da neurociência a gente estudou um modelo
Experimental do Medo em animais de laboratório em ratos e a gente modificou algumas estruturas envolvidas no mecanismo de medo e alguns neurotransmissores que também estão envolvidos neste mecanismo Então é assim que a gente estuda a neurociência das emoções próxima pergunta existem localizações cerebrais específicas para cada tipo de emoção por exemplo eu tenho a área cerebral do medo eu tenho a área cerebral da alegria eu tenho a área cerebral da tristeza na verdade não isso não é tão separado por uma área isolada uma área isolada que seria responsável por cada tipo de emoção e aqui é
o ilustre os vários tipos de emoção com a figurinha daquele filme fantástico que é o filme divertidamente esse filme que serve tanto para crianças como para adultos que se interessam pelas emoções ele foi muito bem baseado no ponto Vista científico e essas emoções aqui a ira né a raiva a alegria o nojo o medo e a melancolia ou tristeza elas são consideradas as emoções básicas mas no cérebro elas não tem uma área específica então elas não estão assim isoladas a gente precisa para entender o processamento emocional considerar mais o funcionamento processamento de cada uma com
o conceito de circuito E aí quando eu falo em circuito eu posso me referir a várias áreas cerebrais que se conectam e nessa conexão neural eu preciso também de neurotransmissores que são substâncias que vão atuar na comunicação de um neurônio com outro ou seja também atuar na comunicação de uma área com outro E aí eu posso citar áreas mais importantes em cada exemplo por exemplo na raiva eu posso evocar a amígdala o núcleo amidaloide que fica ali na parte de dentro do Lobo temporal até o ponto em que quando uma pessoa tem um ataque de
fúria muito grande eu posso usar a expressão sequestro amigdaliano ou seja aquela pessoa todo o sistema nervoso dela foi sequestrado pela amígdala que tá envolvida no mecanismo no circuito da raiva para melancolia ou tristeza eu vou ter a carência de determinados tipos de neurotransmissores para a intensidade da Euforia da Alegria também para o medo eu tenho regiões específicas que se comunicam por meio de neurotransmissores específicos também e olha que interessante a gente fica pensando Qual é a melhor emoção Qual é a o mais importante de ter isso é uma mensagem passada também pelo filme é
preciso ter equilíbrio e todas as emoções são importantes em determinado momento não é interessante que eu tenha só alegrias acerbada o tempo todo porque eu não vou conseguir talvez me concentrar nas minhas tarefas e nos meus projetos e me relacionar com as pessoas e talvez até a expressão exagerada de um tipo de emoção me provoque doenças não é objetivo desse vídeo agora falar sobre as doenças com caráter emocional e o seu tratamento a gente vai ter oportunidade chamando convidados da área de psiquiatria para discutir isso em outros vídeos a gente queria falar exatamente da relação
das emoções com o cérebro mas só citando para tornar mais interessante se eu tiver uma Euforia exagerada eu posso ter uma fase maníaca da doença do transtorno bipolar do humor se eu tiver tristeza muito exagerada eu posso cair numa depressão um medo sem controle exagerado pode estar associado ao transtorno de estresse pós-traumático quando eu passo por uma experiência muito desagradável E aí eu fico com receio de passar por situações semelhantes isso pode até limitar a minha vida então o equilíbrio é importante nenhum emoção é para estar totalmente dissociada do conjunto dos processos emocionais mais uma
pergunta qual é a relação entre a razão e a emoção muita gente acha que elas são Opostas E aí eu trago esse livro aqui como referência é razão e sensibilidade é um romance da Jane Austen e muitas pessoas se comportam ele não trata de neurociência mas ele trata dessa dicotomia entre razão e emoção e muitas pessoas acham que razão e emoção tão separadas no cérebro tal como essas duas regiões separadas aqui por essa veia na verdade não elas precisam atuar em conjunto Óbvio que eu vou ter circuitos e regiões mais associados ao processo emocional como
os que a gente citou aqui do sistema límbico do circuito de papéis e eu vou ter áreas mais relacionadas sim a racionalidade como por exemplo na área pré frontal ela ajuda Inclusive a controlar a inibida determinadas emoções muito exageradas mas para que o funcione adequadamente que eu tomo inclusive decisões certas eu preciso ter razão e emoção atuando juntas última pergunta e talvez uma das mais importantes a aprendizagem a gente tem falado muito sobre a neurociência da aprendizagem aqui no canal ela é influenciada pelas emoções e aqui vou dar uma resposta sim de novo com S
maiúsculo é preciso que os nossos estudantes e nós mesmos estejamos em equilíbrio emocional para poder aprender porque a gente já viu em outros vídeos que a aprendizagem exige elementos importantes como a atenção ou concentração a memória as funções executivas a manipulação das inteligências próprias de cada um e para que isso tudo seja feito de maneira adequada eu tenho que estar com equilíbrio emocional não posso me dedicar a tarefa de aprender um assunto Se eu estiver muito triste ou muito eufórico ou com muito medo do que possa acontecer a depender do meu desempenho por outro lado
a emoção é um grande gatilho para a gente estimular a aprendizagem então não posso nem estar desprovido de emoções e nem com emoções em desequilíbrio para aprender as emoções portanto elemento fundamental do processo de aprendizagem para quem quiser se aprofundar mais ainda nesses temas eu vou indicar algumas obras essa é uma obra que eu cito bastante o erro de descarte do Antônio Damásio e ele discorre nesse livro muito sobre como a emoção também é importante nos processos desses olhos aquela pessoa que disse é para você que decide só com base na racionalidade ela corre o
risco de cair num algoritmo decisório infinito porque são muitos fatores a serem levados em conta e uma decisão puramente racional na verdade a gente tem que usar sim a racionalidade mas a emoção vai guiando no sentido ou em outro para que a gente tome as decisões no tempo certo e as mais adequadas para a nossa vida essa outra obra aqui a inteligência emocional a obra da década de 90 mas importantíssima o Daniel goleman e que começou a levantar a importância da Inteligência Emocional da capacidade de se relacionar e de manter o equilíbrio emocional para que
a gente tenha também uma vida profissional bastante bem-sucedida frutífera uma vida de relacionamento dentro da nossa família dentro da nossa comunidade e do ambiente de trabalho então esses eram alguns conceitos importantes na relação entre as emoções do cérebro Espero que tenham gostado deixe o seu sinal se você gostou aqui nesse vídeo e deixe o seu comentário tanto aqui no vídeo quanto nas nossas outras redes sociais Compartilhe o vídeo com quem você acha que vai gostar também e vamos nos encontrar aqui de novo na semana que vem de novo em conexão neural