Zonas de sacrifício

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Podcast Ciência Suja
Regiões que ficam perto de grandes indústrias – como mineradoras, petroquímicas, termoelétricas e si...
Video Transcript:
o Ciência suja tem o selo da Rádio guarda-chuva jornalismo para quem gosta de ouvir antes de começar o episódio eu queria recomendar para você o podcast sinal de vida a Gabi e o Lucas que tocam o podcast foram PR uma ilha onde tem uma Raia super específica e incrível e acabaram se encontrando como pesquisadores além de desencavar os casos sinistros sobre o passado do lugar que eles visitaram com direito a cemitério escondido e ruínas de um presídio ouve aí um recado deles e depois do nosso Episódio aqui já deixa o sinal de vida salvo no
seu tocador você já presenciou uma cena que o mundo precisa saber só que ninguém tava vendo e se eu te disser que a gente foi para uma ilha cheia de histórias assim estamos no ônibus agora vai começar nossa Aventura hoje por que que a gente largou as nossas vidas em São Paulo e veio passar um mês na ilha encha nós somos biólogos e a gente um mês nessa ilha onde ninguém mora procurando um animal muito louco a raia Chita voltando de um mergulho a gente viu uma tartaruga muito grande a gente viveu histórias incríveis e
ainda descobriu alguns mistérios sobre a ilha que a gente quer compartilhar com você porque a gente gravou a viagem toda gravando Estamos indo fazero uma trilha eu e Gabi eu tô muito cansada ouça sinal de vida um podcast novo sobre viagem de campo e as vidas que se encontraram ali em todas as plataformas de a gente sabe que a gente tá perdendo alguma parte na saúde mas é onde a gente mora a gente não tem condições de sair daqui não tem fazer o alugar casa não dá ou aluga ou come né a Elisa de Fátima
e o Flávio Saldanha que você ouviu aí são moradores do bairro São José que fica a menos de 900 M da refinaria Alberto pascoalini a ela é um complexo Industrial que ocupa uma área de 580 haar do município de Canoas vizinho de steio e que Ambos são situados na região metropolitana de Porto Alegre ali os moradores respiram gases tóxicos emitidos no processo de refino do petróleo que deveriam ser controlados Ou minimizados pelo menos mas eles não são pelo menos não da melhor maneira possível porque muitas vezes os estudos ambientais e as fiscalizações falham e acabam
deixando pessoas como a Fátima e o Flávio e a Dirce e o seu e a e o pon e a c doentes sim o cena suja ouviu todas essas pessoas que vivem ali perto da refap em um local que os sociólogos e outros pesquisadores chamam de zona de sacrifício você sente ru em questão a saúde sim a gente se sente gente sen mas só vão sentindo fazer nada não tem ninguém que faça nada e a gente não tem força e nem condições E é claro que isso não tá restrito a refap zonas de sacrifício são
regiões que ficam perto de grandes indústrias como mineradoras petroquímicas termoelétricas e Siderúrgicas e que não são levadas em conta por esses grandes Empreendimentos inclusive na hora do licenciamento ambiental até porque se fossem e se a lei fosse seguida a risca talvez alguns desses Empreendimentos sequer seriam licenciados pelo menos não da forma como foram pensados inicialmente muitos episódios recorrentes né Eh e a população sofre né acaba que quem sofre sempre é aquele que não tem voz nesse Episódio a gente vai rodar pelo Brasil até porque o modos operand usado para maquiar os impactos na saúde dos
vizinhos da refap e a gente vai entrar nisso difere pouco do que acontece por exemplo na refinaria breu e Lima e em Pojuca no litoral de Pernambuco ou no porto de cabiúnas em Macaé no Rio de Janeiro ou até de maneira mais Ampla do que aconteceu nos cinco bairros de Maceió que afundaram por causa da extração de sal gema da brasken ou em Altamira onde a hidroelétrica de Belo Monte transfigurou a vida em parte da Bacia do Rio Xingu na Amazônia e tem ainda o histórico caso de Cubatão na Baixada Santista em São Paulo que
já foi chamado de vare da Morte né esses agentes né da ciência Eles produzem um dado com viés proposital intencional de não revelar o panorama sanitário e os riscos anunciados nesse Episódio a gente vai trazer os casos da refap da breu e Lima do polo industrial de Macaé e de Cubatão para mostrar como a busca cega por um suposto Progresso que não segue a ciência cria injustiça climática E essas zonas de sacrifício e vamos mostrar como esses locais são perigosos para a saúde e a natureza e você vai ver também como essas histórias todas são
Unidas por maquiagem de dados omissão de órgãos de controle e no fim por abandono de pessoas mais fragilizadas eu sou o t preste eu sou a Carolina Marcelino e essa é a quinta temporada do ciência suja o podcast que mostra que em crimes contra a ciência as vítimas somos todos nós bom essa ideia de falar sobre as zonas de sacrifício Não surgiu de dentro do ciência suja assim por dizer ela veio em uma chamada de pauta que a gente fez esse ano e que tinha o foco de selecionar histórias apuradas por pessoas de Fora do
Eixo Rio São Paulo então fica logo de cara mais um obrigado para todo mundo que mandou suas pautas teve muita coisa boa que a gente não vai conseguir abordar nessa temporada mas quem sabe no no futuro né isso e entre as propostas veio a pauta do João Antônio estrebe e da Silvia Lisboa que são do Rio Grande do Sul os dois são do estúdio fronteira que tem sede em Porto Alegre e é especializado em reportagens sejam bem-vindos gente Oi galera como fã do cência suja e jornalista é muito legal est contribuindo aqui com vocês Oi
t Oi Carol um privilégio de trabalhar com vocês dessa vez aqui no podcast bom eu já trabalhei com a Silvia e com o João e uns projetos nesse nosso mundão do jornalismo Mas de verdade gente a escolha de pauta não teve nada a ver com isso e foi feita em conjunto com todo mundo do ciência suja e outra coisa importante de destacar e que você que tá ouvindo já pode até ter pensado boa parte do trabalho deles de apuração produção e roteirização para esse episódio aconteceu durante o caos das enchentes no Rio Grande do Sul
então João Silvia Obrigado de verdade em dobro e que as coisas melhorem aí o quanto antes é valeu Té é as coisas ainda tão complicadas aqui em casa eu tô falando isso aqui do dia 11 de Junho e já se passou um mês e meio dos primeiros impactos causados pelas enchentes no estado e os abrigos seguem cheios com muita gente que ainda sequer viu a extensão dos danos na própria casa sim aqui em Porto Alegre e grande Porto Alegre tem bairros que passaram quase três semanas submersos fuui também ao Vale do Taquari outra região muito
atingida pelas enchentes e a devastação é enorme até difícil de assimilar após a terceira enchente em menos de um ano muitos agricultores já estão convencidos de que áreas usadas para agricultura terão de ser restauradas e conservadas para evitar que o excesso de chuva provoque tantos estragos na contramão do que pensa o próprio governo estadual é é inacreditável né e assim o descaso das autoridades com o meio ambiente e seus possíveis impactos de certa forma explica tanto as zonas de sacrifício como que tá acontecendo no Rio Grande do Sul né no caso específico das enchentes a
manutenção de bombas que jogariam a água para fora de Porto Alegre e de outras estruturas não foram feitas e o governador Eduardo Leite vinha também flexibilizando normas ambientais e mesmo sugerindo a destruição de estruturas de contenção das águas e isso sem falar em presepadas como a do prefeito de Porto Alegre que mandou os moradores colocarem as mobílias danificadas para fora mas aí não teve recolhimento adequado E esse monte de móvel na rua agravou as enchentes agora se você olhar pro macro para Além do Rio Grande do Sul você vai ver que tem uma tendência em
priorizar medidas que favorecem indústrias em detrimento do meio ambiente e das Comunidades locais Pois é mas a gente não pode confundir os zona de sacrifício com zona de risco T zonas de risco são encostas de morros ou áreas alagadiças que apresentam um perigo Claro à população diante de algum evento climático por exemplo as comunidades das zonas de risco são as primeiras vítimas dos Desastres ambientais as enchentes que aconteceram aqui em maio no Rio Grande do Sul impactaram até quem não morava nas zonas de risco tradicionais por assim dizer mas o caso ainda assim entra nessa
definição de um evento climático extremo afetando regiões de risco entre aspas por mais que esse conceito precise ser reavaliado diante do tamanho da tragédia e também não dá para negar que as regiões mais vulneráveis geralmente habitad por pessoas de baixa renda foram as mais afetadas já a zona de sacrifício é aquilo que a Carol falou na abertura é uma região afetada pelo lado negativo da produção de uma grande indústria um grande empreendimento ou um polo industrial boa anotado João e esse conceito zona de sacrifício não é novo aliás vamos voltar pro dia 8 de novembro
de 1973 e dá uma visitinha na Casa Branca onde o então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon fez um pronunciamento importante e meio problemático pro meio ambiente a gente traduziu aqui um trecho para você estou nesta noite anunciando os seguintes protocolos primeiro oriento que as indústrias e serviços públicos que utilizam carvão que é nosso recurso mais abundante sejam impedidos de converterem as suas unidades do uso de carvão para o uso de Petróleo em segundo lugar vamos encaminhar reduções de combustível para as aeronaves que vão acarretar numa redução de 10% na quantidade de voos e num
reagendamento de horários de chegada e partida o Nixon estava anunciando medidas para conter no país o primeiro choque da crise do petróleo em resumo questões como a guerra do yon kipur e os conflitos que se seguiram no Oriente Médio geraram uma escassez de petróleo e obrigaram as grandes nações a rever seu autoconsumo Mas essa não era uma medida fácil para uma nação altamente dependente dos combustíveis fósseis então o Nixon mandou racionar o petróleo mas reativou Minas e usinas termoelétricas movidas a carvão ele trocou uma fonte poluidora por outra até porque precisava de algum combustível para
aquecer as casas durante o inverno mas o Nixon não avaliou os riscos dessa medida sobre as pessoas e o meio ambiente isso motivou a National Academy of sciences a academia Nacional de ciências dos Estados Unidos a lançar ainda em 1974 uma declaração sobre a importância de se reconhecer o alto impacto ambiental e social da mineração uma das responsáveis por fornecer o carvão que substituiria o petróleo houve um trecho aí nos extremos se as terras mineradas forem declaradas zonas de sacrifício nacional todas as zonas ecológicas T uma alta probabilidade de serem reabilitadas com sucesso se no
entanto a restaura completa for o objetivo a reabilitação em cada zona não tem probabilidade de sucesso difícil de entender né Pois é o texto da academia Nacional de ciências até sofreu críticas por esse tom complicado mesmo lendo roteiro eu ainda não sei se entend isso direito para falar verdade mas a ideia era chamar atenção sobre a dificuldade de se recuperar as terras devastadas pela mineração e não ampliasse em qualquer critério essa atividade econômica Aliás a gente falou bastante de ação nos dois episódios passados muitas mineradoras externalizam seus riscos e impactam comunidades locais com o lado
negativo de seus Empreendimentos gerando Essa zona de sacrifício se você não ouviu você tá perdendo hein Pois é mas voltando para esse comunicado complicado aí o que pegou mesmo foi o termo zonas de sacrifício usado para classificar essas áreas devastadas por certas atividades econômicas na década de 80 movimentos sociais começaram a usar a expressão zonas de sacrifício em denúncias e protestos contra Empreendimentos de alto impacto ambiental como aterros sanitários estações de tratamento de esgoto termelétricas Siderúrgicas e petroquímicas e a expressão foi escolhida para se referir não só às áreas onde esses Empreendimentos eram instalados mas
as comunidades que eram majoritariamente negras e pobres que viviam próximas a eles e aí o conceito desembarcou no Brasil pelas mãos de sociólogos e antropólogos para se referir a áreas ignoradas pelas empresas e negligenciadas pelo poder público ela estariam sendo sacrificadas para benefício de poucos e para prejuízo de muitas pessoas [Música] [Música] Você já ouviu falar talvez a Maior Zona de sacrifício Ou pelo menos a mais fosa no Brasil tenha sido o Cubatão o negócio foi tão grave que a região ficou conhecida como o vale da morte mas bora voltar no tempo de novo o
polo industrial de Cubatão começou ali nos anos 1950 com a industrialização do Brasil e ganhou incentivos durante a ditadura militar O químico e Engenheiro industrial Lopes que trabalha há 50 anos na área de Controle Ambiental e atuou lá em Cubatão contou como tudo começou Cubatão assim ele teve início né a industrialização aí na década de 50 quando você tem a construção da Refinaria Presidente Bernardes n uma refinação de petróleo e na sequência né como é normal de acontecer que eram as petroquímicas n petroquímicas se instalaram e posteriormente vieram as indústrias de fertilizantes indústria Siderúrgica e
se criou o polo industrial de Cub mas esse enorme Parque Industrial foi criado em uma época que o impacto ambiental não era considerado nem sequer previsto em lei para construir o Polo e atrair o capital estrangeiro o governo só pensou no aspecto Logístico Cubatão ficava pouco mais de 20 Km do porto de Santos O que facilitaria o escoamento da produção ou a compra de matérias primas mas o local era totalmente inadequado do ponto de vista ambiental ele fica em um vale cercado por um paredão natural de 700 m de altura da Serra do Mar então
a serra impede a circulação de vento o que facilita a concentração de poluentes tanto que a poluição de Cubatão deixou suas marcas na Serra do Mar Se você passar por lá dá para ver os rasgões na serra porque a vegetação não cresce mais ali fora que ao passar pelo complexo industrial na beira da estrada ali parece que você tá passando por uma filial de mordor aquela do Senhor dos Anéis e isso sem falar nas mortes Cubatão virou notícia no mundo quando crianças começaram a nascer sem cérebro ou com outras graves malformações tinha inclusive uma reportagem
narrada pelo Fernando Gabeira pro programa vide cartas da TV Bandeirantes que dá o tom de como essa cidade era vista eis as cicatrizes da Serra do Mar Ela perdeu suas árvores e já mostra sinais de revolta contra o vale o pior que nessa região estão localizados tanques e dutos capazes de levar a destruição para toda a baixada santista uma área onde moram 1 milhão de pessoas isocianato butano amônia dicloreto silicone óleo anico chileno exo são os nomes dos venenos que estão em torno de suas casas o lugar parece resignado a seuo é apenas uma aparência
as pessoas TM medo de combater a poluição e perder o próprio emprego aqui mais do que em qualquer outro lugar do mundo começaram a nascer crianças sem cérebro foram pelo menos 37 crianças nascidas com anencefalia em Cubatão a ca Lisboa entrevistou héo Lopes que você já ouviu antes Aqui sobre essa época dramática e sobre como ele um engenheiro chegou na cidade no final da década de para tentar mudar para melhor Essa zona de sacrifício imensa Então vai daí Silvia bom para mim O héo é um desses heróis anônimos que muda a história pelo comprometimento e
que só não fazem mais porque enfrentam engrenagens Poderosas ele chegou em Cubatão Como funcionário da CETESB agência do Governo do Estado de São Paulo que era responsável pelo controle e o licenciamento de atividades com alto impacto socioambiental só bem pouco antes dele aparecer por lá é que haviam sido criadas as primeiras leis estaduais para definir níveis aceitáveis de poluição do ar aí só em 83 porque a coisa foi se evoluindo Dea tal maneira que se criou uma mancha para o nosso país mundialmente e a ONU enfim ela considerou aí Cubatão como uma cidade mais poluída
do mundo a ponto de ser chamado de Vale da Morte a missão do Hélio Ali era começar a reduzir o impacto socio mental das indústrias de Cubatão e a CETESB tinha até um poder considerável para isso mas antes de autuar ou fazer qualquer outra coisa com as empresas era preciso medir a poluição Para comprovar o estado das coisas até porque sem isso dificilmente as indústrias e refinarias mudariam a forma de trabalhar no começo a equipe era bem pequena o Hélio contou que eram três Engenheiros ele incluído e uma secretária para monitorar um polo industrial com
23 indústrias que nunca tiveram que prestar contas para ninguém o Hélio ficou responsável pela refinaria de petróleo Artur Bernardes da Petrobras e de pat das Siderúrgicas E aí ele começou a identificar as fontes de poluição do ar resultado só o Hélio mapeou 230 fontes de poluição do ar e os seus colegas mais 44 fontes de poluição das águas e 46 de poluição do solo fazendo as contas deu um total de 320 fontes de poluição na região o ar de Cubatão era feito de hidrocarbonetos fluoreto dióxido de enxofre ó de nitrogênio amônia e material particulado O
floreto que é um gás extremamente letal né tóxico ele é fitotóxico porque ele ataca a vegetação inclusive nós tin 9562 Tonel por ano sendo lançada na atmosfera veja era uma carga violenta floreto ou nox hidrocarboneto ele adsorve e ele penetra na parte mais profunda do nosso organismo potencializando o risco aí de uma doença na época tinham 198 microg de material particulado por metro cúbico de ar em Cubatão sendo que o padrão preconizado pela Organização Mundial de Saúde era de 50 mg quase quatro vezes menor com esses dados o héo começou a divertir as indústrias e
a pedir um controle mais rigoroso da poluição mas a resistência para mudanças ainda era enorme foi só em 1984 com o caso emblemático do incêndio da Vila Socó que isso começou a mudar às 6:30 da tarde alguns moradores começaram a sentir um cheiro de gasolina que foi ficando mais forte à medida que o tempo passava até que por volta da meia-noite uma Faísca de um fósforo ou um curto circuito não se sabe ao certo deu início ao incêndio que em poucas horas destruiria 1000 200 barracos e deixaria 93 mortos o incêndio da Vila Socó foi
imenso em tudo no número de barracos destruídos no de desabrigados 3.000 e no de mortos a Vila Socó era uma espécie de favela perto de uma região de mang dentro de Cubatão esse incêndio gigantesco que foi considerado um dos maiores desastres ecológicos na época foi causado por um vazamento de combustível na tubulação da refinaria de petróleo Arturo Bernardes da Petrobras o produto caiu no mang e com a movimentação das maré se espalhou pela região toda isso tudo segundo uma matéria da Agência Brasil tá gente apesar da ditadura Possivelmente ter tentado silenciar o caso a proporção
do desastre era muito grande com apelo popular e atenção da mídia well e seus colegas da cesb mandaram todas as indústrias implantarem a melhor tecnologia disponível para controle da poluição e para medidas de segurança as empresas reclamaram mas foram obrigadas a seguir regras mínimas após o incêndio nos anos seguintes começou a acontecer uma transformação em Cubatão fiscalização e regulamentações mais apertadas ações contínuas da CETESB responsabilização das empresas muito graças ao esforço do héo e de seus colegas a poluição de lá caiu consideravelmente o material informativo deste ano da própria cesb informa que houve uma redução
de 95% nas emissões dos principais poluentes gerados enfim a gente vai voltar na história de Cubatão mas agora é a hora de vir pro presente em um local mais perto aqui da minha casa do [Música] João o caso de Cubatão assusta pela dimensão do dano mas também pelas consequências terem chegado de um jeito tão palpável e rápido crianças nasciam sem cérebro por causa da poluição e a anencefalia é para ser uma coisa muito rara não um problema que vira e mexe acontece só que na maioria das zonas de sacrifício a exposição a gases tóxicos gera
danos graduais e crônicos na população no começo o material particulado dispara dores de cabeça tosse com o tempo surgem danos maiores no sistema respiratório que podem inclusive levar ao câncer isso não acontece da noite pro dia e até por isso responsabilizar as indústrias é mais complicado um exemplo disso tá acontecendo hoje na divisa entre Canoas e steio na região metropolitana de Porto Alegre é ali que fica a refinaria Alberto Pasqualini a refap que a gente falou antes elas surgiu ali no final dos anos 60 mais ou menos na mesma época que as indústrias em Cubatão
estavam operando com tudo e sem regulamentação mas por provocar danos menos visíveis e que se acumulam com o tempo a refap segue colocando a vida dos vizinhos em risco hoje o João Antônio streb o produtor desse Episódio junto com a Silvia viveu por mais de 20 anos em steio ali pertinho da refinaria até por isso Ele estudou bastante sobre esse assunto E sabe como é a dinâmica da região conta pra gente João então eu vivi 24 anos steio um município com cerca de 83.000 habitantes que fica aqui na grande Porto Alegre e eu me acostumei
a ver a chama e sentir o cheiro dos flires da refinaria queimando flir para quem não sabe são as torres onde essas indústrias costumam queimar o excesso de gás gerado ao longo do refino do petróleo isso gera uma chama quase ininterrupta no Alto das Torres enfim eu sempre ouvi muita reclamação dos moradores que são vizinhos da empresa quando eu era mais novo eu até normaliza a situação toda já que a cidade convivia com a refap há décadas e e o cheiro não parecia gerar nada demais para quem vivia ali colado na refinaria só que de
uns anos para cá tanto as reclamações relacionadas à saúde da população quanto o cheiro meio ácido da queima do excesso de gás aumentaram aí eu acabei pesquisando Como é feito o processo de refino do petróleo para entender o que que dava aquele odor marcado na memória dos steens E como você deve imaginar esse processo é complicado mas vamos focar nas partes que podem gerar resíduos e a queima do material particulado no resumo do resumo o petróleo bruto passa alguns dias decantando fazendo a separação entre os sólidos e os líquidos depois ele passa pelo craqueamento Onde
é colocado numa torre de processamento que cada nível do processo libera um subproduto menos nobre que o anterior por assim dizer a parte mais alta libera gás Lique efeito do petróleo o GLP e gasolina a parte mais baixa gera nafta ou querosene e assim vai até chegar no nível mais básico que libera asfalto ou borra de petróleo e em cada uma dessas etapas são gerados poluentes atmosféricos que precisam ser Queimados nos fleres n Torres que você falou certo isso certo só que aquela chama dos Flares na teoria serviria como um escape pros gases da refinaria
em momentos específicos como uma emergência ou alguma manutenção programada por queimar os gases do processo de refino gera dióxido de enxofre que é especialmente tóxico Mas pensa que para evitar um transtorno maior como uma explosão e Para poder seguir com a produção acelerada esse recurso de queimar o excesso dos gases acaba sendo usado de forma recorrente em teoria isso produz um volume de gases tóxicos bem grande então eu fiquei desconfiado e comecei a ir atrás dos moradores para tentar entender os efeitos do dióxido de enxofre e aí eu percebi o tamanho dos danos que as
zonas de sacrifício Podem trazer para quem vive nelas a sua moral a sua angústia seu sofrimento a sua noite de sono n a sua paz a sua tranquilidade tudo isso essa pessoa perde um pouco né Essa é a voz do adones Alegre ele é um ex-morador da região que eu entrevistei e ele também é advogado de um processo contra a Petrobras que opera a refap em uma ação coletiva protocolada pelo grupo Esteio sem poluição a ação é composta na maior parte por moradores dos bairros São José São Sebastião Santo Inácio liberdade e Parque Primavera que
são os mais pobres da região e o pedido inclui uma indenização individual para cada morador Mas o foco é a construção de uma clínica equipada e com uma equipe que saiba lidar com os impactos dos gases no sistema respiratório os sintomas iniciais mais reconhecidos ao inalar dióxido de enxofre são ardência nos olhos e no nariz tose seca irritação na garganta e vários outros problemas respiratórios todos esses sinais são sentidos em algum grau hoje pela Fátima e o Flávio que são aquele casal que a gente ouviu no comecinho do episódio na cidade steio vindo falar coms
moradores eu falei com os dois no dia 19 de Abril a casa deles fica a cerca de 800 m do flir que tá escondido por uma mata plantada de eucaliptos mas que segundo eles não impede o avanço dos gases tem é é é real isso aí a gente sente na pele né el sente na carne sem no corpo o negócio é tão sério que as casas e apartamentos dessa região tem um valor pelo menos 30% menor do que um lugar com as mesmas características só que mais distante da refap e eu sei disso porque eu
monitorei esses valores algumas vezes com as imobiliaras e esse mesmo argumento tá no processo do movimento Esteio sem poluição que Eu mencionei antes é onde eles têm né o local deles né as pessoas que se ral ou seja uma zona de sacrifício é desvalorizar empobrecida por esse tipo de atividade industrial isso acaba prendendo a população local ali porque ela só venderia sua casa por um preço de banana e aí não teria para onde ir direito mas ainda assim e apesar de não estar duvidando da dor da comunidade eu precisava de dados aí eu fiquei sabendo
que a fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul a fepan tem uma rede de sensores que monitora indústrias com grande pregado ambiental como é o caso da refap só que a fepan divulga dados que atualmente oscilam quase sempre entre qualidade boa e regular mas espera aí Então na verdade não tinha problema os moradores que estavam com uma impressão errada então não na verdade quem administra os sensores da fepan que estão tanto em steil quanto em Canoas é a Petrobras que opera refap e portanto tem um interesse em jogo aí né antes de
2019 o sensor que monitorava a qualidade do ard de steio ficava a 1 km meio dos Flares na Vila Ezequiel uma comunidade colada nos limites da refap Hoje ele tá no Parque de Exposições dais Brasil cerca de 1 km mais longe e tem duas justificativas dadas pela refinaria para isso eu vou deixar o adones comentar aqui a primeira de que devido ao adensamento populacional ali da Vila Ezequiel ah trânsito de veículos ali isso comprometia o resultado das análises E que ao levar então pro parque né teria menos fluxo ali de veículos apesar de est à
margem da rodovia BR116 é rodovia de maior fluxo aqui na região metropolitana ali estariam com amostras mais puras né E que seriam mais com entes a realidade Ou seja a Petrobras alega que a poluição do trânsito da Vila Ezequiel não deixaria o sensor isolar o efeito da refap em si só que o local atual tá na margem de uma estrada movimentada também então é questionável esse argumento aliás eles chegaram a alegar que as churrasqueiras e bicos de solda poderiam afetar a medição nesse endereço isso eu tirei das mais de 2.000 páginas do processo movido pelo
grupo STE sem poluição a outra justificativa também tá lá dentro de um relatório de impacto ambiental elaborada por uma consultoria terceirizada a alegação é que o terreno original do sensor ali na Vila Ezequiel só era locado pela Petrobras e o dono não pagou o financiamento e precisou repassar o terreno para justiça e como o parque SAS Brasil é público mas cercado a empresa moveu o sensor para lá Existe sim uma simulação de dispersão que alega que o novo local seria similar ao antigo mas ela foi feita pela própria refap então assim independente do argumento usado
não foram questões científicas genuínas Ou pelo menos confiáveis que motivaram a mudança de lugar do sensor de poluição boa e se você reparou O João falou de um relatório de impacto ambiental de uma consultoria terceirizada pois bem essa consultoria também mediu o nível de material particulado em diversos pontos da planta da refap com o sensor móvel e constatou que o nível era mesmo mais alto na proximidade das chaminés mas ainda assim no relatório a Petrobras alega que o odor sentido pelos moradores pode ter outras origens e vir de várias indústrias localizadas nas proximidades não dela
ou não só dela E aí complica né porque as únicas medições fora do espaço da refap foram feitas pelos sensores fixos que mudaram de lugar Ah por exemplo tem o relato de uma senhora ali que ela diz que quando vai cozinhar ela primeiro liga os ventilador para tirar o cheiro dentro de casa aí fecha toda a casa para conseguir cozinhar e comer a comida com um gosto um cheiro agradável tá aí o adones e o Flávio falou algo parecido e eu me me preocupa eu corro eu fiscalizo eu o meu fogão gasto tud B mas
aí eu me frago que que que é d porque e a energia tá a gente se sente cansado só na ação coletiva contra Petrobras São mais de 100 vídeos de moradores reforçando a ideia de que a refap Tem sim afetado a qualidade de vida na cidade ouve aí trechos de alguns deles é menos de 500 m daqui então a gente vê aquela fumaça preta aquela co sufoca né e cada vez tá pior tua casa pode est aberta ou fechada aquele cheiro fica horrível é muito horrível para Meu nenê Meu nenê tem bronquite eu tenho impressão
que tá vazando o gás mas não é o gás não bá tem dias que tá muito suportável o cheiro eu tenho bastante dor de cabeça ã falta de a o o cheiro fica mais forte quando a tocha tá mais alta as testemunhas iriam começar a se ouvidas no julgamento no final do ano passado em uma conferência com parte dos relatos sendo feitos por vídeo chamada mas o tribunal teve problemas técnicos e precisou reagendar E aí antes da nova audiência houve uma troca de Juízes a nova Juíza do caso alegou que a comunidade não teria legitimidade
para entrar com ação uma tese que a refap usou para se defender mas esse argumento contraria a legislação que reconhece a ação popular de caráter ambiental que é o mecanismo legal que tenta dar visibilidade a atos omissos que podem causar danos ao meio ambiente o movimento conseguiu reverter a decisão da juíza em Segunda instância mas a Petrobras segue tentando usar o mesmo argumento para levar o julgamento ao Superior Tribunal de Justiça depois desse embrolho todo o judiciário Gaúcho ainda ficou parado durante todo o mês de maio Devido as enchentes então assim dá para fazer uma
acusação direta de que o judiciário tá sentado em cima do caso Claro que não mas é para ficar de olho a gente questionou a fepan sobre o processo de mudança do sensor de qualidade do ar de steio eles comentaram sobre a simulação de dispersão doss gases feita pela refap como garantia que a troca de local não traria grandes impactos nos dados Esse estudo é citado pela refap no processo público do grupo Esteio sem poluição mas não há uma cópia na ação nós solicitamos acesso à simulação Mas não tivemos retorno até o dia 17 de junho
e Vale lembrar que nem o aluguel ou modificações da urbanização ao redor do local antigo foram citados pela fepan apesar de serem as justificativas usadas pela defap nos altos do processo no mais as tecnologias para fiscalização de poluente só evoluíram e a gente tem cada vez mais dados de pesquisas sobre os efeitos colaterais de certas indústrias e as formas de mitigá-los e ainda assim é curioso ver que as zonas de sacrifício continuam aí se multiplicando e não recebendo os cuidados adequados então na volta do intervalo a gente sai do Rio Grande do Sul e vai
para Pernambuco onde tem uma zona de sacrifício até mais conhecida que a da refap a de Ipojuca uma cidade litorânea que abriga a refinaria de Abreu e [Música] Lima esse intervalo é para lembrar que o Ciência suja tem o apoio do Instituto serrapilheira que fomenta projetos de pesquisa e divulgação Científica e o Serra pilir aliás também apoia o podcast torpor que estreou faz pouco tempo e já tá fazendo barulho então ouve o Léo Aquino um dos apresentadores Oi gente meu nome é Leonardo Aquino eu sou jornalista e Queria te convidar para ouvir o podcast que
eu passei os últimos 11 meses produzindo o torpor são cinco Episódios no formato Audi documentário em que eu falo da história milenar de uso e Abuso dos derivados do ópio desde as sociedades antigas que usavam essa distância para curar diversas doenças até a crise dos opioides no século XXI com as overdoses em massa que tem acontecido nos Estados Unidos eu pesquisei livros jornais artigos científicos e também entrevistei especialistas e pessoas que tiveram a vida tocada de alguma forma pelos opioides é uma história que consegue englobar diversas áreas do conhecimento e que também diz muito sobre
a nossa relação com a dor então eu reforço o convite torpor já procura nas principais plataformas de áudio para receber as notificações toda vez que sair um episódi novo ou então acessa o site www.tor.com até [Música] mais e agora um recado do pessoal da rádi novelo um tempo atrás começaram a me mandar um vídeo talvez você tenha visto talvez você mesmo tenha me mandado um vídeo de uma mulher que acabou de ler Memórias Póstumas Bras cupas a minha tradução de memórias posta mas de Bras culpas e agora eu sentei para conversar com a Courtney sobre
o que é lê Machado de Assis pela primeira vez eu sou a flora Thomson Dev e no radionovela apresenta dessa semana a gente Traz duas histórias sobre encontros que se repetem tem a minha histórico Machado e tem o Alisson Barbosa contando de um encontro indesejado o da cabeça dele com um orelhão quando você terminar de ouvir o Ciência suja pode procurar pelo Episódio Eterno Retorno que já tá em todos os aplicativos de áudio rádio novela apresenta toda quinta-feira histórias que você nem sabia que precisava [Música] ouvir a cidade de Pojuca fica na Grande Recife no
litoral de Pernambuco é daqueles lugares com praias paradisíacas de água Clarinha mas é ali também que tá a refinaria de e Lima tanto Ipojuca quanto uma das cidades vizinhas Cabo de Santo Agostinho viraram zonas de sacrifício após a implantação da refinaria em 2014 para falar sobre isso a gente conversou com o professor da Universidade Federal de Pernambuco José Marcos Silva que é um craque em analisar estudos e relatórios de impacto ambiental e apontar eventuais problemas se se vocês lembraram 2019 teve o derrame do petrol derramamento apareceu manchas enormes aqui Opa se a gente lembra mas
esse assunto vai render um outro Episódio nessa temporada ainda então vamos deixar isso de lado por enquanto o José Marcos Silva tem uma formação extensa e sei lá meio inusitada para quem tá nessa área ele é formado em fonoaudiologia letras e Filosofia mas o negócio é que o José Marcos trabalhou na saúde pública de Pojuca atendendo em um postinho na região num programa de saúde da família e isso bem na época da construção da refinaria e no início da sua operação e essa experiência redirecionou a sua carreira a partir daí ele fez mestrado e doutorado
em Ciências da Saúde e direitos humanos para entender o que estava ocorrendo na região foi aí que o José Marcos começou a revelar as falhas dos estudos e relatórios para licenciamentos ambientais usei rimas ele contou pra gente sobre como foi esse processo durante a construção da ABU e Lima tudo começou Claro com a super valorização dos efeitos positivos de um grande empreendimento na região eu trabalhando em Pojuca começou Aquela aquele aui né vem uma refinaria a chantagem locacional vai ter emprego todo mundo vai ficar rico e vamos lá um ai bom de fato alguém Ficou
rico as empreiteiras envolvidas na obra da Refinaria Abreu e Lima que foi construída entre 2005 e 2014 foram alvo das investigações da operação lava-jato pelo superfaturamento da construção que aumentou quase oito vezes no decorrer do processo mesmo tendo feito parte do pacote de privatizações do ex-presidente Michel Temer a Refinaria segue pública virou a nova menina dos olhos da Petrobras e pode passar até por uma expansão da capacidade produtiva em compensação a região ao redor dela não tá com essa bola toda Ipojuca tem o terceiro Maior Pib do estado muito por causa da produção da refinaria
mas fica apenas na 45ª posição em mdh com baixo índice de conclusão do ensino médio e apenas 20% das casas com saneamento básico Cabo de Santo Agostinho tem o quarto Maior Pib mas também deixa desejar no saneamento básico que não atinge 15% da população o José Marcos observou no próprio consultório os impactos que surgem antes mesmo de começarem os efeitos da poluição gerada pela refinaria e eu vou explicar é que como em Cubatão a geografia de Pojuca não foi respeitada o que nesse caso gerou efeitos colaterais nas praias essa refinaria foi implantada no local onde
não deveria do ponto de vista dos planos diretores das cidades é local de praia é local de praia é local de turismo A gente tá vivendo já eh questões ligadas à contaminação da da da das praias por causa de da Lavagem dos Fundos e navios Por exemplo essa lavagem de fundo de navios Petroleiros é um processo que precisa ser feito periodicamente para tirar os resíduos de petróleo e gases para fazer Consertos ou para receber novas cargas O Navio petroleiro é como um posto de combustível com muitos resíduos tóxicos E altamente inflamáveis que podem gerar contaminação
dos mares e do ar segundo José Marcos as análises usadas para montar os e rimas da ABU e Lima que são aqueles licenciamentos ambientais não levaram em conta a relação da população com o meio ambiente Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho tinham por exemplo uma cultura de pesca antes da implantação da refinaria e que foi completamente desconsiderada E aí muitas pessoas foram realocadas para locais onde não dava para pescar pelo menos como um sustento adequado e o que eles fazem geralmente aloc compr um lugar totalmente inadequado pra vida daquelas pessoas você chegava lá tinha o
pescador era o único da casa do local que decidiu ficar que não ia embora e a gente vava por qu porque minha vida é aqui não é questão de ter um lugar para morar é porque eu vou à praia todo dia todo dia eu vou na ilha eu pego minha rede meu barco tá aqui onde é que eu vou morar lá em lá lá no fim do mundo a legislação prevê que um estudo de impacto ambiental é necessário em quase todo o processo de requisição de licença e nesse estudo é preciso fazer o panorama sanitário
do local onde a empresa vai ser implantada isso significa coletar dados aprofundados de toda a região para ver como a instalação de uma refinaria por exemplo Altera a fauna a flora e a dinâmica social local e como isso afeta a qualidade de vida da população só que eles não fazem uma nenhuma pesquisa de dado primário que é ir ao campo ir no lugar imagina se um biólogo vai conversar com vai vai vai catalogar espécies e peixes lá e conversa com o pescador olha eh qual o peixe que você pega aqui o pescador conta tudo aquilo
ele cataloga muito mais o que o José Marcos quer dizer é que se fossem a campo para valer os responsáveis por essas coletas Possivelmente iriam ver que tem muito mais peixe muito mais planta muito mais bicho e muito mais gente dependendo desse ecossistema do que o que tá registrado em um mapa feito à distância ou em cima de estimativas E aí Claro um relatório que incluísse essa pesquisa de campo mais detalhada mostraria um impacto socioambiental muito maior ao instalar uma refinaria em dada região ora em vez de dizer que uma refinaria afetaria 10 espécies de
peixe o relatório diria que afeta 100 sei lá e aí ficaria mais difícil ou mais caro de implantar uma indústria entendeu a lógica de acordo com José Marcos e com Hélio Lopes aquele engenheiro que contou pra gente sobre Cubatão as empresas fazem eia rimas que não retratam de modo fidedigno como as coisas eram antes da implantação desses Empreendimentos e o fato desse mapeamento cefálio dificulta a fiscalização se não existem dados prévios sobre como era aquele ambiente como eu garanto que os danos foram causados pelo empreendimento fica mais complicado as secretarias do meio ambiente e os
órgãos de fiscalização Federais e estaduais não deveriam aceitar estudos assim mas não é isso que ocorre segundo o pessoal que a gente entrevistou nenhum dos nove estudos de impacto ambiental de petroquímicas brasileiras analisados pelo José Marcos ouviram as comunidades que seriam afetadas e isso é uma etapa obrigatória no eia rima de abril e lima por exemplo os Consultores que assinam o estudo sugerem que os pescadores de Pojuca não compreendem bem o seu ofício e deveriam usar lanchas para pescar em alto mar já que perderiam seu acesso à praia com a instalação do complexo e o
dano às áreas de Mangue da Mata Atlântica também não é mencionado sendo que a Refinaria foi erguida em Zona Costeira e a inexistência dessas informações sobre o ecossistema local além de dificultar a busca por culpados em casos de impactos deletérios basicamente bloqueia ações de mitigação se ele coloca como Impacto ao aumento de doença respiratória lá na no no no momento do próprio estudo Impact mental vai ter uma parte de minimização e compensação dos impactos tá medidas compensatórias e e de minimização dos impactos eles têm que anunciar o que vai fazer tem se ele anuncia no
no diagnóstico o problema no na nas medidas compensatórias ele vai ter que Minimizar ou compensar essas ações de mitigação aliás deveriam ter um cronograma Claro e factível para que o órgão ambiental possa fiscalizar e cobrar só que de novo sem uma análise prévia detalhada quando a população local começa a aparecer no PS tusind a Refinaria Pode alegar que não tem nada a ver com isso até porque não daria para saber se o pessoal já não estava mal antes entendeu então ela consegue alegar que opera dentro da lei porque recebeu licenciamento e o estado não pediu
nada nesse sentido fica difícil até pro Ministério Público cobrar começa interpretando errado a legislação e muita gente às vezes até pela falta desse conhecimento técn acaba dando um parecer errado muitas vezes é Por ignorância mas muitas vezes é por pressão também tá aí o Hélio Lopes para não me deixar mentir segundo ele José Marcos se os licenciamentos fossem feitos corretamente conforme manda a lei as zonas de sacrifício seriam mais raras então assim é lamentável essa o o licenciamento ele ele é bom ele tem a perspectiva de de prevenção se ele for colocado em prática minimamente
como Tá previsto em lei ele cumpre seu papel Demorou algum tempo e muito gás tóxico foi inalado Para que alguma ação fosse tomada no caso de Ipojuca em 2021 após anos de disputa no Ministério Público o bairro Residencial Ipojuca um dos mais próximos da refinaria recebeu um sensor de qualidade do ar que Vejam só confirmou a alta incidência de poluentes naquela área acima do permitido isso gerou uma multa para a Petrobras só que ela foi de apenas r$ 50.000 pra gente é bastante Claro mas em 2023 o lucro da Petrobras foi de R 124,6 bilhões
deais então a multa correspondeu a mais ou menos 0,004% desse valor é um troco de bala e esse tipo de multa que mal multa é não incentiva mudanças nesse modos operand tanto que nesse Episódio A gente já esteve em São Paulo Rio Grande do Sul e Pernambuco e agora vamos para o Rio de Janeiro na cidade de Macaé a antiga princesinha do Atlântico assim como Cubatão Macaé é atravessada pela Serra do Mar e por diversos corpos d'água a gente tá falando de uma cidade de 261.000 pessoas e que ainda recebe muitos turistas por causa de
suas belezas naturais mas isso tem sido apagado né João isso a expresia do Atlântico ganhou diversos outros apilidos desde a chegada da Petrobras no final da década de 1970 Ela já foi conhecida como a capital do pral e agora está prestes a se tornar a capital brasileira das termelétricas no auge Macaé foi responsável pelo invas de 80% do nosso petróleo as instalações de lá Não refinam elas são um ponto de envasamento do petróleo que chega da Bacia de Campos e também servem para o transbor ou seja como um ponto de transferência do petróleo e do
Gas dos navios para a estação de invase e para os gasodutos e Macaé era uma cidade de pescador né que hoje ele sofre para manter o seu sustento porque tem que disputar o seu território com plataforma rebocadores e acabam Abrindo mão né da sua cultura a voz que você acabou de ouvir é da Cintia Santo ela é guia de turismo no município além de ser coordenadora do projeto pedala preta que incentiva o cicot turismo local e tenta recriar as relações da comunidade com suas raízes ela também faz parte do Conselho Municipal de Meio Ambiente de
Macaé o comadis a cinn e a família moram numa ocupação próxima de um dos gasodutos que costuram toda a Macaé o que por si só já apresenta um risco além da cin a gente conversou com tiev Berg ele é Paleo Botânico ambientalista e estudou como Macaia Tem se tornado uma zona de sacrifício e a população é que vai pagar o preço caro lá na frente porque a gente não tem água para beber a gente não tem ar para respirar e natureza né vai se indo pouco a pouco as coisas vão acontecendo vão se perdendo do
culturas e tudo mais né o Tier vive lá e acompanhou de perto como a paisagem da cidade mudou conforme o petróleo foi se tornando o centro da economia local de novo é um progresso entre aspas que não chegou a toda a população a situação é muito mais precária nós temos populações gigantescas sobre o manguezal sem infraestrutura nenhuma de ento né um saneamento precário com água precária e enfim tudo muito precarizado essa é a maior parte da população do município vive nessa área quando ele comenta sobre a região dos manguezais é uma referência à zona norte
da cidade porque a zona sul é a mais rica que é interessante manter esses royalties é interessante manter esse status econômico do município e do Estado mas as custas aí de um sacrifício da população que não tem aí a qualidade de vida e nem seus direitos garantidos e respeitados quero um exemplo prático de preocupação da população ouve ainte então daqui de onde eu moro eu consigo ver a chama de cabiuna né onde eles queimam lá o gás e tem dia que tá só chama agora tem dia que sai uma fumaça preta que a gente não
consegue mensurar o dano que isso aí causa né as minhas filhas têm rinite eu tenho sinusite então será que tem algum impacto com essa fumaça que tá saindo das refinarias a gente não ouve falar se tem algum estudo a gente a comunidade em si ela não tem acesso a essas coisas pois é falta muita informação em Macaé e a gente sabe que o direito a uma comunicação Transparente é importante pra população A grande questão é que no estado do Rio de Janeiro não há divulgação contínua dos dados públicos sobre a qualidade do ar há algum
tempo pois é João o órgão responsável pelo meio ambiente no estado é o Instituto Estadual de ambiente o Inea e quando a gente gravou esse episódio não havia publicação diária e detalhada desses indicadores há pelo menos se meses no site deles uma situação especificamente marcante de Macaé tá relacionada à vegetação além dos mangues a região é riquíssima em árvores frutíferas inclusive dentro dos limites do Polo de envasamento de gás e tem um negócio curioso as empresas de lá proíbem o consumo de qualquer alimento que cresceu dentro dos limites do polo industrial então supostamente tem um
risco considerado aí certo só que existem ocupações e assentamentos que ficam praticamente colados aos limites dessa área e que cultivam alimentos ditos orgânicos existe assentamentos né que as pessoas elas vivem da agricultura orgânica Mas será que elas podem mesmo dizer que esses alimentos são orgânicos visto que eles estão eh próximos a esses Empreendimentos e a complexidade da situação não para por aí os moradores do assentamento Celso Daniel um dos próximos ao Polo produzem as hortaliças e os legumes orgânicos que abastecem a rede de ensino público da cidade de Macaé esses vegetais são usados na merenda
das Crianças Então como que eu não posso comer a fruta dentro de cabiúnas mas as crianças podem comer os legumes e as verduras produzidas pelos assentados de modo orgânico né mas que a gente não sabe se tá contaminado ou não a Prefeitura de Macaé disse não ser responsabilidade dela analisasse os alimentos estão contaminados por resíduos de agroquímicos ela sugeriu que a gente falasse com Incra que seria o responsável pelos assentamentos mas ao que parece faltou eles entrarem num acordo O Incra nos enviou uma nota indicando que o papel do Instituto nos assentamentos se restringe a
seleção liberação de créditos e assistência técnica às Comunidades o controle sanitário dos alimentos ficaria sob responsabilidade dos órgãos municipais e estaduais novamente questionado sobre a qualidade dos alimentos a secretarias de Macaé não emitiram nenhum posicionamento até o dia 18 de junho já o Inea que monitora a qualidade do ar ali depois de muitos pedidos nossos conseguiu fornecer um acesso público aos dados é um acesso muito instável mas ainda assim o histórico do monitoramento demonstra que é frequente os sensores da região de Macaé indicarem que a qualidade do ar tá regular ou ruim e como a
gente viu ao longo de todo esse episódio isso já é o suficiente para reduzir a qualidade de vida de quem mora por lá e lembra que o João falou que Macae G no apelido de Capital brasileira das termoelétricas então indo na contramão do processo de descarbonização do mundo Macae já tem três termelétricas em operação e outras nove com processo de licenciamento rolando o Instituto arayara uma ONG internacional que promove o debate em torno da Justiça ambiental fez um levantamento que indicava que só uma dessas termelétricas em desenvolvimento a marlinha Azul 1 Vai demandar um volume
de água equivalente ao consumo de uma cidade de 90 habitantes ou seja 1/3 da população de Macaé que já tem um abastecimento precário e um saramento básico ruim alguns ambientalistas estão com medo inclusive que Macaé viria algo parecido com aquela Cubatão do passado aliás Será que Cubatão conseguiu lidar com o estrago de toda aquela poluição boa então vamos voltar para Cubatão inclusive para mostrar como a participação social é importante na busca por mudanças reais porque assim além do trabalho de gente como Hélio Lopes o engenheiro que era da CETESB teve um outro pessoal muito importante
nesse processo de transformação da cidade é a turma da associação de combate aos poluentes a CPO que hoje é liderada pelo jeffer Castelo Branco a Silvia falou com o jeffer e pode contar como ele liderou de dentro de uma fábrica a luta que resultou no fechamento da rodia em Cubatão Aliás a rodia uma indústria química multinacional de origem francesa para quem não sabe mas enfim a história do jeffer Mostra para mim como são sacrificados que muitas vezes acabam arcando com ônus de ter que defender a própria vida de empreendimentos que não respeitam o meio ambiente
entre 1974 e 1983 o jeffer trabalhou numa loja de materiais de construção nada a ver com a indústria mas ali ele também vendia um produto anticupim o pentox que era feito à base de pentaclorofenol e era um sucesso e se vendia muito isso na na na empresa de materal PR com s mas vendia num volume tão grande que o ST ficava perto da área de vendas e e como era o stoque era muito grande as latas vin em latas vazavam e o cheiro daquilo lá impregnava muitas vezes o local ali todinho né onde ficava só
que o pentox foi banido e o jeffer não sabia muito bem o porquê bom corta essa história para alguns anos depois quando ele arranjou o emprego Natal Rod em Cubatão ali o jeffer Descobriu que era rodia que fabricava o pentox e ele viu com os próprios olhos o motivo real de produto ter sido retirado do mercado fo que na dentro daquela fábrica daquela unidade Industrial existia um grupo de trabalhadores que eles eram remanescentes da antiga fábrica que já tinha fechado eu não peguei ela funcionando se chamava fábrica essa fábrica se chamava penta né uma pil
de penta ela fabricava justamente o penta clorofenol foi a fábrica que fechou lá em 78 E aí eu fiquei sabendo que os trabalhadores foram totalmente intoxicados naquela fábrica alguns viam a óbito segundo Jeff desses trabalhadores tinha uma doença de pele chamada cloracne que é uma espécie de acne mais Intensa como se fosse uns furúnculos que é causado pelo contato com certas substâncias químicas ele ele ele cria assim aquele calombo depois aquela aquela parte amarelada e estoura né Só que no caso deles quando estourava aquilo fedia a cadáver morto há vários dias você tem uma ideia
e eles não sentiam cheiro porque eles se acostumava aí você imagina como esse povo foi estigmatizado dentro daquela fábrica foi uma história super triste de ouvir mas pelo que o jeffer contou esse episódio pelo menos serviu como um despertar um dos colegas dele que não era da fábrica de pentox também já estava muito doente sem saber o que tinha não era cloracne mas ele andava sempre mal até que o médico confiou que poderia ser uma doença provocada pelo trabalho dele pediu exames que detectaram no sangue altos níveis de hexaclorobenzeno um produto que se acumula no
organismo depois disso outros colegas decidiram fazer o mesmo exame e o resultado foi igual Estavam todos cronicamente intoxicados daí o pessoal se organizou e a denúncia chegou ao Ministério Público que pediu o fechamento imediato da fábrica a justiça catou o pedido e a Rod fechou as portas em 1992 junto com os estudos da CETESB os exames de saúde dos trabalhadores demonstraram que ela operava com funcionários doentes alguns gravemente doentes essa história que a Silvia trouxe mostra como organizações da população com ajuda de cientistas comprometidos podem gerar mudanças nas zonas de sacrifício mas O interessante é
que a tal Associação de combate aos poluentes acpo do jeffer Só foi formalizada em 1994 do anos depois do fechamento da rodia e daí em diante ela não parou mais até porque a região de Cubatão melhorou mas não é Um cenário perfeito a própria rodia deixou um enorme passivo ambiental na baixada cientista ela criou novas zonas de sacrifício que seguem como um dos alvos da luta da CPO são 33.000 toneladas de produtos químicos contaminando o solo isso segundo o mapa de conflitos da Fiocruz né Silvia Sim e como essa luta da CPO envolve muitos aspectos
técnicos o jeffer decidiu que precisava saber mais então ele se formou em serviço social e fez mestrado e doutorado em ciências da Unifesp e na USP a tese dele aliás investigou quanto médicos e Enfermeiros de unidades básicas de saúde das cidades de Santos Cubatão e São Vicente sabiam sobre intoxica por gases tóxicos e o impacto da exposição a produtos químicos ao todo ele entrevistou 869 profissionais de 86 UBS E aí eu fiquei curioso em saber qual er o conhecimento de Formação prática da saúde por estar tão longe dessa discussão né a formação é quase zero
e a e reflete na prática que é quase nenhuma né ou seja pessoal sabia muito pouco sobre os efeitos desses gases sobre como fazer o tratamento e também sobre como endereçar ISO PR as autoridades em tese dá um Melhoral o remédio para dor de cabeça e manda para casa segundo jeffer não há nem conhecimento nem um protocolo estabelecido para relacionar eventuais sintomas ao ambiente onde a pessoa vive e eh a questão do licenciamento a opinião da saúde é uma folha que fica no meio nem lida é né fica lá no meio do licenciamento e e
mesmo que estiver falando alguma coisa ninguém liga né Isso é isso que a o peso da saúde do licenciamento ambiental e isso é um negócio que parece repetir em todas as histórias que a Silvia e o João trouxeram pra gente de Esteio a Ipojuca o jeffer o Hélio o José Marcos o Tiers O Adonis e outras pessoas tão nesse esforço para conscientizar especialistas e órgãos de controle que a gente precisa de mais atenção no combate aos poluentes não menos a gente falou da importância do licenciamento ambiental e desse licenciamento seguir as regras e é por
isso que eu vou te falar que até desanima um pouco ver essa ferramenta sendo atacada hoje em dia em vez de fortalecida por exemplo tá tramitando no Congresso Nacional o projeto de lei 2159 que é considerado a boiada de todas as boiadas lembra dessa frase do ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles pois bem esse projeto dispensa de licenciamento vários Empreendimentos de altíssimo impacto ambiental ele torna o licenciamento ambiental uma exceção se o negócio já tá falho hoje imagina com uma flexibilização dessas a Silvia aliás fez uma reportagem bem interessante para sumar uma sobre sobre o
assunto pois é T depois Leiam lá pessoal nessa matéria eu entrevistei o Márcio astrini que é o secretário executivo do Observatório do clima e ele me disse que a boiada atravessou a rua passou do Planalto pro congresso e isso é especialmente ruim porque o Executivo consegue contornar certas leis com portarias e decretos malandros mas o que que a gente tá falando agora é de mudar a própria lei o que ainda é pior é estranho ver esse debate acontecendo agora que a gente acabou de viver o maior desastre ambiental no Rio Grande do Sul e certamente
um dos maiores do Brasil em extensão deárea e pessoas atingidas enchentes como essa são mais comuns por causa das mudanças climáticas e as mudanças climáticas são intensificadas pela falta de Rigor no controle de poluentes e mesmo assim o congresso acha que vale fazer leis que facilitam o despejo de novas emissões de gases do efeito estufa na atmosfera os licenciamentos podem e devem ser melhorados não enfraquecidos sem eles nós vamos ter mais episódios como os de Cubatão steil Ipojuca e Mac é as zonas de sacrifício podem se espalhar ainda mais pelo Brasil e os sacrificados podem
ser qualquer um de nós morando aqui em Porto Alegre vendo o caos que o Rio Grande do Sul virou eu acho isso especialmente doloroso mas a gente precisa tentar mudar isso e que Belquior nos sirva de inspiração Não eu não sou do lugar dos esquecidos não sou da Nação dos Condenados não sou do Sertão dos ofendidos você sabe bem conheço meu lugar Conheço o meu [Música] lugar Conheço o meu lugar bom Como você sabe o Ciência suja faz parte da Rádio guarda-chuva um grupo de podcasts jornalísticos incríveis e entre eles tem a rádio escafandro que
a gente já falou aqui mas é sempre bom divulgar o ótimo trabalho do Tomás chiaverini A cada 15 dias ele soltam um episódio aprofundado sobre os mais variados assuntos vai de uma investigação sobre o universo Fitness da corrida até o Green H passando por ETs e Harry Potter é muito bom vale acompanhar o nosso podcast também tem um financiamento coletivo para manter a operação rodando quem puder contribuir é só acessar o nosso site o ciencias suja.com PBR e ver N suas opções ou procurar pela gente na orelo ou na apoia-se tem diferentes planos cada um
com umas coisinhas bacanas a quinta temporada do ciência suja é apresentada por mim Carol Marcelino e por mim terro Prest este Episódio foi produzido pelo João Antônio estrebe e pela Silvia Lisboa gente muito obrigada pela sugestão e pelo trabalho Espetacular que vocês fizeram Eu que agradeço pela oportunidade pessoal foi muito importante poder trazer a visibilidade para esse tema geral tanto quanto para esses casos inclusive o deseio que faz parte da minha história também eu agradeço muito também e eu espero continuar investigando todas essas histórias que a gente ouviu porque elas ainda TM repercussão ainda hoje
o roteiro é do João e da Silvia e a edição de texto é minha com apoio da cloé Pinheiro do Felipe Barbosa e do Pedro Belo a edição de som a mixagem as trilhas originais e a masterização São do Felipe as artes das Capas e o projeto gráfico do censa suja são da ma tan ferre e do Guilherme Henrique as vozes com complementares são do Pedro Belo nesse Episódio nós usamos áudios do canal da associated press Archive no YouTube de uma reportagem do Fernando Gabeira sobre Cubatão pro programa videoc cartas da TV Bandeirantes também disponível
no YouTube e de uma reportagem sobre os 30 anos do incêndio da Vila Socó produzida pela TV Tribuna afilhada da Rede Globo em Santos também de Santos é a banda psych possessor de quem nós usamos um trechinho da música Cubatão e agora mais no finalzinho se ouvi um pedaço da música conheço o meu lugar na voz do bqu E você também ouviu trechos curtos de depoimentos de moradores no processo do grupo Esteio sem poluição contra Petrobras que opera refap o nosso site foi desenvolvido pelo estúdio barbatana nele ou no seu tocador Favorito no YouTube você
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