o natal de Cristo encerra um grande paradoxo é o onipotente impotente Como dizia chesterton é a glória da humildade e da humilhação num poema cheston dizia quem é orgulhoso quando os céus são Humildes quem se exalta quando as montanhas se baixam se as estrelas caem e tombam e um dilúvio de amor submerge na cena do Natal que nós contemplamos na liturgia da missa do dia 25 de dezembro todos os anos a palavra eterna de Deus está calada gritando chorando emudecida O Poder Supremo de Deus que Criou todo o mundo pela sua palavra e pela sua
inteligência está envolto em panos com as mãos atadas no lugar mais sujo que se pode haver o local em que os animais comem a pureza Imaculada de Cristo nasceu para entrar na Gruta é preciso se abaixar é preciso se inclinar para ver um pequeno menino desapercebido que não tinha lugar sequer na hospedaria para acolhê-lo e o quero ressaltar nesta reflexão como o nascimento de Cristo Já aponta para a sua morte na cruz como há uma relação entre a manjedoura e a cruz que são os dois locais em que mais nós católicos contemplamos Jesus Cristo que
está entronado na cruz e também entronizado na manjedoura porque é o nosso rei Por isso os reis vieram presenteá-lo esta passagem do Evangelho de São Lucas que nós lemos no dia de natal é marcada por extremos primeiro a alusão à Roma ao edito de César Augusto Imperador Romano para o receno a capital do mundo na Europa e e por outro lado a cidade de Belém uma cidade desconhecida pequena que nesta cidade de Davi nasceria segundo o profeta Miqueias citado pelo Evangelista Mateus o rei de Israel desta cidade do pão vem o rei que dá a
sua própria vida e a sua própria carne como alimento para ser comido espiritualmente por isso ele nasce numa manjedoura Ele nasce num lugar em que os animais se alimentam Porque em relação a Deus nós somos muito inferiores como os animais são inferiores a nós mas para que nós pudéssemos chegar até Deus Deus se fez um de nós assumindo a totalidade da nossa condição humana do Nascimento à morte passando pela fome pela sede Pelo frio pelas privações pelos sacrifícios pelos Sofrimentos da nossa condição humana ele assumiu a nossa mesma condição sendo Divino não se fez orgulhoso
e exaltado por ser Deus mas se rebaixou e se fez homem Como nós esvaziando-se como diz S Paulo aos Filipenses assumindo a forma de servo e tornando-se semelhante ao ser humano e por isso humilhando-se fez-se obediente até a morte e morte de cruz essa passagem do Capítulo dois de São Paulo aos Filipenses fala exatamente do esvaziamento de Jesus Cristo a Encarnação é uma humilhação é um despojamento é um empobrecimento radical da sua natureza Divina é como se nós nos fizéssemos animais e tivéssemos que latir e tivéssemos que urinar nos postes e tivéssemos que abanar o
rabo porque não sabemos falar então Imaginem se nós nos tornamos como um cachorro o quanto isso é degradante o quanto isso é humilhante nós que sabemos falar que sabemos nos comunicar passamos a agir como um cachorro que não sabe falar então esse rebaixamento de Deus à humanidade é por amor para nos franquear as portas do céu para nos abrir as portas do céu para que nós pod pudéssemos nos divinizar os extremos também se percebem na cena do Natal pelos locais a maned o local dos animais onde os animais dormem e comem e a hospedaria que
é o local em que os seres humanos dormem e se abrigam do frio na noite não havia lugar para Cristo na hospedaria ele que alberga e que hospeda todos os sem teto todos os carentes no seu coração ele que abriu os braços na cruz para que todos pudéssemos abraçá-lo e acolhê-lo não tem lugar simbolizando exatamente a hostilidade dos homens para com Deus e para com a a humildade e a pobreza de Cristo é só mais um casal abandonado e perdido nesta grande processão e peregrinação que o rencio exigiu de judeus vindo de todas as partes
para as suas cidades genealógicas para as cidades em que as suas casas e os seus clãs pertencem para que pudessem se renciar nós vemos também dois extremos nas figuras dos animais que estão abaixo dos homens e dos anjos que estão acima dos homens Exatamente porque Jesus está unindo a Terra ao céu e por isso é glorificado pelo exército dos anjos e conhecido apenas por pastores que representam um nível social Exu inferiorizado sem a pertença aos direitos plenos da cidade e ao mesmo tempo os reis do oriente que vem saudá-lo os reis estão no topo da
escala social da hierarquia social então todas essas nuances tornam tão importante a cena do natal para ser meditada e contemplada de fato Jesus é o pão vivo descido dos céus e nasce exatamente na cidade de Belém que é a Casa do Pão numa manjedoura que é onde os animais manjam para que nós pudéssemos comê-lo na Eucaristia para que nós pudéssemos selar a nova e Eterna Aliança do pão vivo descido dos céus no nosso coração pela comunhão eucarística e a Eucaristia como vocês sabem pertence e nós celebramos liturgicamente no trdo Pascal desde a quinta-feira santa com
a Última Ceia e o Lavapés passando pela sexta-feira da Paixão o sábado de aleluia e o domingo de Páscoa todo esse dramatismo litúrgico que nós revivemos todos os anos permite afirmar que este pão que é Cristo nascido numa manjedoura é aquele que firmou a Nova Aliança na Última Ceia dando o seu próprio corpo e a sua própria carne e o seu próprio sangue como alimento Redentor dos pecadores e a gente percebe relacionando o nascimento e a morte de Cristo porque o nascimento já evidencia a limitação e a pobreza Ele nasce e é encontrado pelos pastores
envolto em faixas Como eu disse com as mãos altad com frio impotente sem poder fazer nada sem conseguir sequer se expressar e morrerá também envolto em faixas nascerá porque numa eh manjedoura desconhecida de terceiros e morrerá também num túmulo de terceiros não num túmulo próprio ou da sua família a manjedoura é um prenúncio da Cruz Ele nasce entre dois animais conta a tradição O bezerro e o asno como aquele Bezerro de ouro Adorado pelos judeus no Sinai como aquele asno Adorado pelos gregos e morre entre dois ladrões ele nasce aquecido pelos hálitos dos animais mansos
que De algum modo o contemplam e sem saber o que está acontecendo presenciam aquele fato extraordinário só plenamente vivido e conhecido por José e Maria que receberam respectivamente em sonho e numa Revelação Angélica a mensagem extraordinária da Boa Nova de Cristo e morre açoitado por homens animalizados por homens embrutecidos que não tê espírito que não tem amor que não tem caridade e quais são as virtudes que nós podemos eh aprender da cena do natal e nessa liturgia do Natal a virtude suprema é a da humildade Cristo se revela no seu nascimento para os pastores que
não sabem de nada e não se arrogam nenhum saber e aos sábios que não sabem tudo e que sabem muito mas reconhecem que a sabedoria humana é limitada e que é preciso uma estrela guiá-los é preciso que Deus venha até nós e nos mostre o caminho porque sozinhos com a nossa ciência humana com o nosso conhecimento humano Nós não somos capazes de p escrutar os mistérios do universo e essa contemplação do Cosmos s exatamente o conjunto de todas as ciências que embora muito importantes muito relevantes e e faculdades Racionais que O próprio Deus nos deu
de conhecer o mundo não conseguem responder às principais perguntas da vida Sobretudo o sentido da vida que é o amor e o significado misterioso da Morte que é a passagem para a vida eterna ora essa humildade de Cristo é como nós lemos no começo da reflexão de São Paulo aos Filipenses motivo de glória porque ele se humilhou e se fez obediente até a morte a morte de Cruz Deus o exaltou acima de tudo lhe deu o nome que está acima de todo o nome para que a o nome de Jesus todo o joelho se dobre
no céu na terra e abaixo da terra e toda a língua confesse Jesus Cristo é o senhor para a glória de Deus Pai essa humilhação esse esvaziamento esse despojamento da sua natureza divina e da sua dos seus privilégios humanos Como Rei Jesus renuncia a tudo isso não quer nascer num Palácio não quer nascer ou não permite-se nascer sequer numa hospedaria queera um lugar menos indigno para um rei esta humildade é Central na vida cristã Sem ela nós não conseguimos aceder a Jesus Cristo e Maria mais do que ninguém Nossa Senhora percebeu isso ao cantar o
famoso cântico do magnífica a sua prima Santa Isabel quando a visitou ao saber que ela estava grávida de João Batista o grande precursor ela diz minha alma engrandece o senhor e meu espírito exulta em Deus meu salvador porque olhou para a humilhação de sua serva Sim doravante todas as gerações me chamarão bem-aventuradas porque o todo poderoso fez grandes coisas em meu favor ela reconhece claramente que toda a glória vem de Deus e que Deus olhou a sua humilhação e ela se considera uma serva que faz que realiza a vontade do Senhor que confia que acredita
na revelação do anjo e que perplexa recebe de Isabel ao visitá-la o reconhecimento de que ela é mãe do seu senhor isto ela é mãe de Deus e diante disso ela se impressiona com essa saudação de Isabel que diz Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre que nós repetimos incessantemente na oração da Ave Maria que é a saudação Angélica ave cheia de graça o Senhor é contigo e depois a fala de Isabel Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu o ventre Jesus ela
é Bendita porque o seu filho é bendito e dele ela aure todas as Graças São José Maria Escrivá numa humilia que acompanha o ano litúrgico deste livro é Cristo que passa chamada o triunfo de Cristo na humildade descreve com muita propriedade as virtudes fundamentais do Natal que nós devemos ter como grande modelo da nossa vida a humildade a dependência a simplicidade a naturalidade a oportunidade e a descrição então eu vou ler um trecho desta bela humilia de São José Maria Escrivá fundador do opusdei quando cheg o Natal gosto de contemplar as imagens do Menino Jesus
essas figuras que nos mostram o senhor tão humilhado recorda-me que Deus nos chama que o o onipotente quis se apresentar desvalido quis necessitar dos homens da Gruta de Belém Cristo diz a mim e a ti que precisa de nós reclama de nós uma vida cristã sem hesitações uma vida de doação de trabalho de alegria vemos onde se oculta a grandeza de Deus num presépio NS paninhos numa gruta a eficácia Redentora de nossas vidas só se produzirá se houver humildade se deixarmos de pensar em nós mesmos e sentirmos a responsabilidade de ajudar os outros Cristo foi
humilde de coração ao longo da sua vida não quis para si nenhuma coisa especial nenhum privilégio começa por permanecer nove meses no seio de sua mãe como qualquer outro homem com extrema naturalidade o senhor sabia de sobra que a humanidade necessitava dele com urgência tinha portanto fome de vir à terra para salvar todas as almas mas não precipita o tempo vem na sua hora como chegam ao mundo os outros homens desde a concepção até o nascimento ninguém a não ser São José e Santa Isabel percebe esta maravilha Deus veio habitar entre os homens o Natal
também está rodeado de uma simplicidade admirável o senhor vem sem estrondo desconhecido de todos na Terra só Maria e José participam da Divina Aventura depois os pastores avisados pelos anjos e mais tarde os sábios do oriente assim se realiza o fato transcendente que une o céu a terra Deus ao homem que neste Natal tal nós saibamos imitar e admirar maravilhados como os pastores a beleza desta cena que é um paradoxo do onipotente impotente Que Clama a nossa ação o nosso cuidado nós devemos cuidar do menino Jesus com a delicadeza do amor que ele nos ensinou
quis se fazer dependente de nós para que nós fôssemos generosos e humildes e não quiséssemos as glórias Pass e vs deste mundo não quiséssemos os lugares na hospedaria ou nos Palácios não quiséssemos os Louros deste mundo mas pudéssemos servir a Deus servindo o nosso próximo amando generosamente doando que os presentes deste Natal não sejam simplesmente dons materiais mas expressão de uma sincera atenção de uma gratidão e de uma sincera busca de encontro com os outros olhando nos olhos abraçando acolhendo perdoando se reconciliando formando uma família dos filhos de Deus que somos todos nós desejo um
feliz Santo e abençoado Natal para você