E aí e esse é o curso repensando o currículo ciências e na aula de hoje a gente vai falar sobre como combater o racismo em sala de aula para essa aula a gente tem três objetivos O primeiro é entender o papel da escola nos bate étnico-racial e o segundo é conhecer o rever a lei 11645/2008 entender como que a prática docente pode ser usada para sua aplicação e o terceiro é refletir como combater o racismo em sala de aula mas antes de começar a aula eu acho que é interessante eu me apresentar para vocês entenderem
saber em quem eu sou eu me chamo Graziela Pereira Eu tenho 21 anos e sou moradora da zona leste de São Paulo e o curso licenciatura em Ciências da Natureza na É acho o USP na escola de artes ciências e humanidades da USP e também atualmente eu sou bolsista do pibid que é o Projeto institucional de iniciação à docência no projeto do rindo que vocês conheceram na aula passada com Caio e eu a experiência com o ensino divulgação Científica nos planetários de São Paulo foi estagiária por dois anos lá e lá eu pude iniciar o
meu pesquisa sobre arte e com astronomia voltada mais pra cima no me indígena e Africana e também entender a influência de povos negros e diversas etnias e lugares do mundo na construção da ciência e do pensamento científico tão presente falar sobre o papel da escola um debate Imparcial acho que é interessante a gente entender o papel da escola no geral né então a escola é um lugar onde acontece a formação de identidade dos alunos EA por meio da socialização que ocorrem nessa formação de identidades e também a construção EA desconstrução das representações sociais de gênero
etnia e orientação sexual estão fazendo um recorte para as representações sociais da etnia porque ao que interessa para a gente ir nessa aula e a gente tem que essas representações elas são resultado das Diferenças que existem entre povos negros indígenas e povos brancos e essas diferenças elas são resultado do processo de tramitação que aconteceu no Brasil sabendo com essas diferenças existem né então sabendo que o racismo também existe aquele permeia todas as esferas sociais e está presente também na escola infelizmente a gente não tem uma preparação tanto na graduação na formação docente tanto no Exercício
da profissão docente para lidar de forma profissional e consciente né com as situações de racismo Infelizmente o que acaba acontecendo né na maioria das vezes no Maria dos casos de discriminação e Preconceito que acontece em sala de aula é por parte da equipe pedagógica é simplesmente ou ignorar a situação que aconteceu ou pediu para que o aluno que insultou né o aluno negro o indígena peça desculpas e isso acaba não tem defeito prático né o crédito Porque como foi uma situação pontual Às vezes a equipe pedagógica age como se fosse apenas uma situação pontual né
como se não fosse se repetir outras vezes infelizmente só acaba acontecendo né gente sabe que o racismo está aí ele permeia todas as relações todas as camadas da sociedade né então infelizmente as crianças acabam reproduzir indo alguns preconceitos e algumas discriminações Então as crianças brancas elas acabam que produzindo uma relação de superioridade que existe na sociedade né então é uma relação de superioridade em relação ao cor ao cabelo aos traços EA cultura da criança negra ou indígena e além disso os professores eles acabam também que produzindo essa relação de superioridade mesmo que De forma inconsciente
então a escola acaba se tornando só mais um lugar de conformação da criança negra enquanto inferior né e reproduzido a ideia de que as crianças brancas ou as crianças não negras e não-indígenas e superiores e mediante a isso tudo as crianças negras elas acabam indo para um lugar de isolamento então elas acabam se isolando e silenciando né em relação aos outros alunos dentro da sala de aula e esse aluno e acaba internalizando nesse discurso racista internalizando a ideia de que ele é inferior intelectualmente por exemplo isso resultando fracasso escolar então sabendo que as crianças negras
indígenas sofrem né com o racismo dentro da sala de aula também a gente tem que saber que não basta concordar com o racismo a gente precisa combater ele então a gente tem que aprender e ensinar a transgredir esse discurso racista E essas idéias racistas que existem a nossa sociedade tão como professores né a gente tem um papel importantíssimo na formação das identidades e sabendo que as identidades dos alunos negros e indígenas são formados né também com os preconceitos e as discriminações que eles sofrem ao longo da sua vida escolar é extremamente importante que a gente
a costura anti-racista né a gente não pode não apenas concordar com racismo a gente tem que combater ele então a gente tem que ter uma postura anti-racista e trabalhar com uma educação anti-racista e essa educação anti-racista ela tem que passar por todos os conteúdos presentes na escola tem que passar por todos os currículos todas as disciplinas e também todos os espaços e esferas dentro da escola porque para que exista a educação anti-racista a gente precisa é criar um ambiente em que não exista medo falar sobre o racismo em que não existe há receio também de
falar sobre racismo e os professores eles também tem que entender que falar e debater sobre o racismo não é dar vantagens para o aluno negro e indígena e sim colocar em xeque essa estrutura racista que vivemos Então para que a gente tem essa educação anti-racista é importante e a extremamente necessário que os professores e que a equipe pedagógica da escola se atualizem em relação aos conteúdos e as eu disse é debater sobre questões étnico-raciais dentro da escola então que ele se atualizem por meio de curso de atualização ou de formação continuada sobre esses assuntos e
uma personalidade histórica muito importante que fala sobre essa educação anti-racista né sobre a educação transgressora é a Bell hooks que atualmente tem 68 anos ela é uma autora professora teórica feminista artista e ativista social estadunidense baseado nas pesquisas de Paulo Freire Bell hooks ela defende uma educação humanista né para que essa educação humanista aconteça a gente tem que aproximar a teoria da prática para que eles estão mudança né mas opressões sofridas pelas minorias sociais além disso a educação transmissora Ela traz o pensamento crítico-reflexivo desconstrutivo para dentro da sala de aula né então ela questiona os
padrões que ocorrem nas relações dentro da sala de aula e questiona também o status como é que é a cantora mais defende que para uma educação ela ser uma lista para ela ser transmissora ela tem que questionar a estrutura e as estruturas sociais presentes na sociedade e ela disse que a educação ela tem que ser engajada ela tem que enxergar que existem relações de poder dentro da educação e com esse entendimento né de relações de poder dentro do processo de educação a gente consegue desarticular a escola como lugar de opressão e tirar né um aluno
do lugar de inferioridade do um lugar que foi dado ele como inferior né Por causa do processo de tramitação então o cenário né do debate artístico racial no Brasil ele vem acontecendo de forma lenta né mas a gente tem alguns avanços é um exemplo é a lei 11645/2008 ela qual o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena e africana são pressa lei ela ser sancionada para ela ser bom né ouvir a lei 10.645 de 2003 antes né que falava sobre o ensino da cultura e da história africana e afro-brasileira EA lei 11645/2008 veio para
incluir a cultura EA história de indígenas né que até então a gente não tinha como obrigatoriedade falar sobre os povos indígenas Então graças ao movimento negro a professores pesquisadores e o estado brasileiro a gente conseguiu né criar essa lei que torna obrigatório o ensino da história da Cultura afro-brasileira Africana e indígena isso porque conhecer uma cultura é imprescindível é extremamente importante para que a gente consiga combater os preconceitos e as discriminações existentes para aplicação da lei 11645/2008 a gente precisa muito mais do que só conhecer ela né os professores EA escola e estar dispostos a
combater o racismo e dispostos a aplicar essa lei e para que essa disposição exista é necessário criar né é ferramentas para conscientização e para o aprendizado dos professores e da equipe pedagógica então é importante que os pais né dos alunos estejam nesse debate estejam essa reflexão né conjuntamente com a escola e com os professores presente pensar mais de forma prática a gente pode pensar em atividades que incluam né que falem sobre os cientistas negros falem sobre a influência desses cientistas negros na história da ciência no pensamento científico é a gente pode falar também como a
África é um lugar de produção também de conteúdo científico produção cultural também e também né falar sobre a importância da África não só né na construção do pensamento científico mas também não existência da humanidade né porque como a gente sabe o a origem da humanidade se deu no continente africano bom então se a origem da humanidade se dá no continente africano não é muito provavelmente os primeiros pensamentos os primeiros testes os primeiras invenções científicas né com certeza foram criados em território africano então é importante que a gente apresente os saberes africanos como saber dispositivos né
então apresentar a cultura africana como uma cultura né porque Esses povos eles também produzem cultura e eles também produzem conhecimento falar também né um exemplo sobre astronomia indígena sobre como os povos indígenas viam o céu do Brasil por exemplo né extremamente bonito né porque os alunos eles não tem noção de que existe outras formas de se ver astronomia outras formas de se ver se ver as constelações E além disso também interessante dar voz às pessoas negras que estão no entorno da comunidade escolar Né desde a a secretaria EA ao ser o gás a vizinhos também
da escola né para que os alunos eles vejam que essas pessoas né que são importantes para a sociedade estão muito mais próximos do que a gente imagina e né como eu disse a importante que exista também envolvimento dos Pais nesse debate porque o racismo ele está em todos os lugares então a escola não pode ter a responsabilidade de sarar todas as feridas da sociedade né todos os males da sociedade Então os pais eles também tem que estar envolvidos nesse processo Porque o combate ao racismo ele ele tem que acontecer em todos os lugares em todas
as esferas né sociais então ter os pais nesse processo é fundamental e como indicação de leitura eu trouxe dois livros né pra gente descolonizar os nossos saberes né pra gente ter outro olhar para ciência tão primeiro livro se chama descolonizando o saberes a lei 10.636 de 2000 e no ensino de ciências esse livro ele traz algumas sequências didáticas que pautam debate étnico-racial e as questões raciais no ensino de ciências então ele traz atividades que falam sobre personalidades negras na construção da ciência fala também né sobre a diferença de racismo estrutural racismo social e racismo biológico
que vocês viram né na aula anterior também e o segundo livro descolonizando os cabelos também mas ele fala sobre as mulheres negras no ciência né esses livros eles são extremamente satisfatórios para você que quer né criar um plano de aula criar planejamento de aula que falte a lei 11.645 né que cumpra a lei 11.645 e que fale sobre as questões sociais dentro da ciência né porque como eu disse né a educação anti-racista ela tem que estar em todos os meios Então ela tem que estar dentro do ensino de ciências bom e como também indicação mais
para curiosidade né para leitura complementar Eu trouxe um livro se chama gênios da humanidade Ciência Tecnologia e inovação Africana e afrodescendente e esse livro ele traz assim desde o início né da humanidade até os dias atuais é diversas personalidades de diversos povos que contribuíram com a ciência e povos africanos e afrodescendentes né É em uma personalidade né que eu trouxe que é muito interessante da gente mostrar para as crianças É eu sei que não tá de OP ele foi um Historiador físico e político se legal esse é eu gosto muito dele né da história dele
porque quando ele foi defender a tese de doutorado dele na universidade de sorbonne na França não foi aceita né a tese dele não foi aceita porque ele defendia que o Egito que a população egípcia foi uma população negra e se tu presente no continente africano foi uma população de cor negra né E a universidade de sorbonne e não aceitou isso né ele por dez anos estudou né a sua tese e aperfeiçoou ela e criou na faculdade de Dacar no Senegal um laboratório de detecção de radiocarbono Porque ele queria saber né a quantidade de melanina presente
nas múmias egípcias foi bem difícil né ele conseguir acesso as múmias egípcias porque envolve um processo muito complicado né de com o governo federal né Tanto do Egito quanto Lúcia legal né porque ele estava estudando na Universidade do Dakar mas ele conseguiu e conseguiu provar que ele conseguiu ver né que a melanina presente nas múmias era suficiente para dar a tonalidade negra para os povos egípcios então ele provou né e depois de dez anos e eu acho muito interessante a gente falar sobre ele né se tal cheikh anta diop em algum momento né na sala
de ciências para mostrar para os alunos que os alunos negros e indígenas né sobre tudo que eles também são capazes de fazer ciência né e podem haver momentos né que eles não vão conseguir defender as suas os seus ideais EA sua o que eles querem né para vida por causa da sociedade racista né então a gente tem que entender que é trazer personalidades negras e indígenas que produzem ciência é mostrar para essas crianças que elas também podem nascer cientistas porque o maior problema né atualmente Principalmente nos livros didáticos e nos materiais de divulgação Científica é
a falta de representação né de pessoas negras e pessoas indígenas também eu trago um jogo da memória online sobre as negras brasileiras e esse jogo ele foi feito pela Universidade Federal do Paraná e ele não é Traz esse essas personalidades e também fala sobre essas mulheres negras né cientistas que estão presentes e algumas delas ainda vivos no nosso país então né chegando no final da nossa aula a gente viu que a escola tem um papel fundamental né na luta anti-racista porque a nela que acontece né também né além de outros espaços cidade a formação das
identidades EA formação das representações sociais né a reprodução EA formação de representações sociais Então para que aconteça o combate ao racismo é importante que a luta anti-racista esteja em todos os lugares esteja em todos os espaços da escola esteja no currículo dentro da sala de aula nas relações na entre os docentes na relação entre os profissionais da educação e além disso e os professores EA equipe pedagógica ela tem que estar disposta a combater o racismo eles têm que estarem dispostos a pensar né a repensar os seus planejamentos E os seus currículos visando a não reprodução
das discriminações dos preconceitos existentes a nossa sociedade então sabendo disso é extremamente importante debater sobre o racismo né falar sobre o racismo porque só falando sobre o racismo sobre a existência dele é que a gente vai conseguir combater ele então fala sobre o racismo em todos os aspectos né em todos os momentos e sempre que possível né E falar também não só sobre o racismo mas sobre pessoas realizadas que fizeram e fazem né ciência que são muito importantes no pensamento científico atual e na história da ciência e essas são as minhas referências né algumas indicações
de de leitura também que vou estar né na plataforma Ah mas daqui eu acho que é interessante destacar essa referência do neab né do Núcleo de Estudos afro-brasileiros indígenas do Instituto Federal de São Paulo que são sugestões de biografias de personalidades negras e indígenas para se aplicar a lei né sobre o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena e também né como leitura assim fundamental acho que a mais importante é o livro da Bell hooks ensinando a transgredir a educação como prática da Liberdade que esse livro ele fala né sobre como se criar uma
educação humanista né como se criar uma educação anti-racista na prática e é isso espero que vocês tenham gostado muito obrigada e tchau tchau E aí