o Benjamin então portanto quer dizer esse intelectual crítico radical sem concessões comunista e antifascista mas sempre no cruzamento dos caminhos sempre nas magens e bifurcações nos contratempos entre o presente o futuro e o passado [Música] bom dia boa tarde boa noite eu sou Fábio mascaro querido sou professor de sociologia da Unicamp e o objetivo desse vídeo nosso aqui não é desse pequeno vídeo é falar um pouco de uma maneira introdutória evidentemente sobre o intelectual Walter Benjamin sobre a trajetória intelectual do Walter Benjamin posteriormente no segundo vídeo nós vamos abordar um Pouco Mais especificamente o Marxismo
do Walter be né então o objetivo do nosso vídeo agora desse primeiro é quem foi Afinal Walter Benjamin essa figura intelectual tão fascinante não é e que ainda hoje nos instiga tanto não é e a ideia é fazer isso como uma espécie de rememoração como ele mesmo diria não é no momento em que vão se completar agora dia 15 de julho de 2022 130 anos do seu nascimento não é ele nasceu em 15 de julho de 1892 não é e que vão se completar também vem agora em setembro os e 82 anos do seu suicídio
que ocorreu lá em 1940 ele então com apenas 48 anos recém completados não é então muito bem eh Walter Benjamin quer dizer ele é um personagem fascinante da história dos intelectuais e da história do Marxismo também da primeira metade do século XX em especial do período entre guerras não é um período muito conturbado não é como sabemos e cujos desen não foram dos mais interessantes para dizer o mínimo não é o Benjamin nasceu Como eu disse em 1892 em Berlim na Alemanha não é ele era filho de judeus assimilados pequeno pequenos burgueses digamos assim não
é pai era um antiquário que na época ao que parece dava bastante dinheiro não é E era uma geração a geração dos Pais portanto que apesar de algum a existência ainda do antissemitismo na na Alemanha por exemplo os judeus eram proibidos de trabalhar em certos setores do do serviço público a universidade era uma exceção relativa não é Apesar desses contratempos era uma geração que tinha portanto se assimilado à sociedade alemã burguesa da época não é e nesse contexto isso é interessante para entender a trajetória do Benjamin Nesse contexto Benjamin uma série de outros jovens intelectuais
o lucx por exemplo o Ernest Block Fran CFC escritor checo mas de Cultura eh alemã que inclusive escreveu um um um texto ao pai carta ao pai não é esses jovens intelectuais escritores não é vão se revoltar com a geração dos pais não é há um processo que a gente poderia chamar Hana Aren sugere isso de uma ruptura geracional com a geração dos Pais porque eles acusavam essa geração dos Pais de serem cúmplices da sociedade burguesa à qual eles tinham se assimilado não é e portanto essa geração vai se revoltar Contra esse caráter Pequeno Burguês
assimilado da geração dos pais não é e tudo isso num cenário de grandes transformações de Profundas transformações da sociedade alemã não é a gente sabe que a Alemanha passou para um processo de unificação bastante tardio lá em 1871 não é a partir da centralidade da Prússia só que a partir daí passou a Alemanha que era lá digamos na periferia ou semiperiferia da Europa não é lembremos lá do Max falando da miséria alemã do atraso relativo da Alemanha em relação à França ou à Inglaterra por exemplo a Alemanha depois que se unifica não é passa por
um processo de rápida industrialização de rápido desenvolvimento capitalista não é e nesse contexto esses intelectuais portanto se revoltaram contra a geração dos Pais Exatamente porque essa geração era cúmplice desse processo de consolidação e desenvolvimento da sociedade burguesa então esses intelectuais se revoltam contra a geração dos pais e contra Essa sociedade burguesa não é uma reação uma revolta muitas vezes que tem certas tonalidades românticas não é seja dos chamados mandarins universitários que tinham um enorme status social na universidade e que com o desenvolvimento a industrialização o desenvolvimento do capitalismo estavam perdendo esse status não é e
portanto se revoltam de uma maneira conservadora contra o desenvolvimento do capitalismo e o processo de diferenciação social que dele decorria não é seja daqueles intelectuais como Walter Benjamin como o lucx o enest Block dentre outros que se revoltam contra a sociedade burguesa pela esquerda não é não necessariamente ainda todos eles até determinado momento nós vamos ver no caso do Benjamin a partir de uma perspectiva marxista Mas a partir de qualquer maneira ainda assim de uma perspectiva anticapitalista não é no caso do Benjamin veremos um pouco libertária não é até um determinado eh momento não é
não é por acaso que no caso do Benjamin isso é muito interessante perto do pré-guerra da pré primeira da pré-primeira Guerra Não é ele vai adentrar vai fazer parte de um movimento de juventude alemã chamado movimento da Juventude livre alemã liderada por um personagem chamado Gustav winken eh que era um movimento que que exaltava a potência metafísica da Juventude contra a sociedade burguesa vista como degradada conformista e assim por diante e claro que aí também estavam pensando na geração dos Pais judeus pequenos burgueses assimilados né o benjam não vai ficar muito tempo nesse movimento porque
ele vai ter divergências com o Gustav winken que depois inclusive vai tomar posições bem a direita não é mas foi muito significativo na trajetória dele porque ele deixou escrito pela a partir à luz da experiência dessa época não é um ensaio muito interessante chamado a vida dos Estudantes um ensaio redigido em 1914 não é no primeiro ano da guerra e nesse ensaio Benjamin de alguma maneira já dá um caminho que ele vai continuar desenvolvendo mesmo depois da sua adesão ao Marxismo não é ali ele projeta que ele vai chamar das imagens utópicas messiânicas anarquistas contra
o progresso linear e de sentido essa crítica essas visões lineares do Progresso vai permanecer né Eh como um elemento central da reflexão do Benjamin até a sua morte em 1940 e quer dizer a a Adesão dele ao Marxismo como a gente vai ver ela remodela a maneira como essa crítica é realizada mas ela permanece como um elemento como um aspecto central da sua reflexão da sua crítica não é então o jovem Valter Benjamin não é nesse esse contexto ele era um intelectual radical a gente pode dizer antib burguês com uma queda pelo messianismo judaico por
uma leitura Messiânica e de certa maneira libertária do messianismo judaico não é até em oposição à geração dos Pais cujo judaísmo era meramente protocolar não é que tinham se assimilado à sociedade burguesa né então esse esse jovem Walter Benjamin ele já era um crítico do Progresso e da modernidade mas não era ainda um como comunista ou um marxista era fundamentalmente um intelectual libertário digamos assim né para não dizer anarquista no sentido mais escrito para dar um exemplo por exemplo o perdão da repetição aí um texto dele de 1921 muito interessante chamado sobre a crítica do
Poder como violência é um texto em que ele se inspira bastante num anarco Sindicalista ou Sindicalista revolucionário francês chamado Jorge sorel não é Jorge s sorel na grafia em em português não é e o Benjamin ele faz uma crítica radical libertária anarquista até nesse sentido do estado do Poder né ele vai dizer o estado o poder mesmo o direito mesmo O parlamento é sinônimo de violência não apenas a violência como meio Mas também como fundamento moral como fundamento da legitimidade não é para dizer lá como o sociólogo alemão Max Weber então o estado e o
direito pro Benjamin nesse texto era o que ele chamava compunha o que ele chamava de um poder mítico mesmo sob o primado sobre a existência de uma igualdade formal uma igualdade na lei não é ele até cita um escritor francês o anatólio France eh para dar um exemplo irônico que o anatólio dá não é ele diz bom a gente ter igualdade formal nas leis por exemplo os ricos e os pobres são igualmente proibidos de mirem debaixo das pontes os ricos e os pobres não podem roubar pão por exemplo não é então são todos iguais quer
dizer a proibição é para todos não é e o Benjamin vai opor portanto a essa visão do Estado desse poder mítico não é até satânico aí tem uma dimensão religiosa também presente ele vai opor a isso inspirado no sorel a greve geral revolucionária ele vai dizer a greve geral revolucionária ela não institui um novo poder um novo direito ela não fortalece o estado não é como uma greve política ao contrário ela institui um poder vai dizer ele que a gente poderia chamar de um poder puro divino que portanto não é um poder tal como a
gente tá acostumado a conceber porque é um poder que aniquila o direito é o que ele chama do poder que dispõe não é então vocês vejam um pouco a atmosfera que tava ali na cabeça do Walter Benjamin Nesse contexto tá em 1921 num período pós-guerra não é e num período que outros intelectuais por exemplo lucx e o Ernest Block já tinham se aproximado do Marxismo lucx muito inspirado na Revolução Russa e na própria revolução Húngara da qual ele participou o Benjamin vai aderir ao Marxismo não é em 1924 e a gente vai ver no próximo
vídeo quanto isso é muito sintomático do tipo de Marxismo do Benjamin não é ele adere ao Marxismo inspirado Ao que se sabe claro que sempre tem outros fatores e já existia uma certa predisposição também nele Em algum momento a se aproximar do Marxismo não é mas inspirado em duas coisas primeiro uma dimensão teórica um aspecto teórico que foi a leitura do livro que tinha sido publicado em 1922 do lucx hisor e consciência de classe o Benjamin fica encantado por esse livro não é ele diz é o grande livro da filosofia marxista quer dizer a maneira
como o lucax vai trabalhar ali as implicações da relação entre teoria e e prática na própria reflexão teórica tudo isso vai seduzir muito Benjamin Só que nesse contexto também E aí uma dimensão mais prática da vida da experiência mas que é importante também pra gente entender a trajetória do Valter Benjamin ele vai tomar contato com uma dramaturga letan da Letônia próxima ao Bret que depois vai e e eh apresentar ele ao Bret chamada a Aja lassis não é esses dois fatores vão aí combinados contribuir para essa adesão ao Marxismo do Benjamin em 24 ou seja
no momento em que a onda revolucionária na Europa já tava em baixa isso é significativo do caráter do Marxismo do Benjamin Como eu disse como a gente vai ver vai ter oportunidade de ver no próximo vídeo em 25 ocorre e um episódio que também vai ser fal no itinerário intelectual do Walter B porque a tese dele de habilitação que ele tinha proposto à universidade de Frankfurt não é que depois vai ser publicado em livro um livro que até hoje é muito conhecido né um livro que foi ele apresentou em 25 mas que ele escreveu num
período ainda anterior a Adesão dele ao Marxismo Então não é bem um livro marxista que é origem do drama Barroco alemão essa tese que é chamada de tese de habilitação que daria oportunidade dele se tornar profess profess orientador com salário na universidade ela foi rejeitada não é na verdade a banca ele nem nem chegou a ocorrer a defesa da tese porque a banca avisou antes que ela seria rejeitada e ele portanto retirou a candidatura dele só que esse episódio um pouco definiu a impossibilidade do benjam se tornar um acadêmico um professor universitário né então desde
então ele vai se consolidar como intelectual outsider sem vínculos com instituições ou com universidades não é e isso vai fazer com que ele tenha uma vida muito precária Mas é isso se mostra por exemplo ele tentou encampar muitos projetos ao longo da ao longo da vida mas a A grande maioria ou quase todos foram malogrados não deram certo por exemplo uma revista que ele planejou no início dos anos 20 chamaria Ângelos novos que é o nome de um quadro do p não é que depois ele vai retomar como uma espécie de metáfora de uma das
T sobre o conceito de história lá o seu último texto escrito meses antes do seu suicídio em 1940 essa revista nunca veio a público outra revista que ele planejou em 31 junto com Bret que se chama ia se chamar crise crítica e que do do ele se retirou depois do projeto não é nos anos 30 ele chegou a ter relação com o chamado Instituto de Pesquisa social de Frankfurt não é a gente conhece como a escola de Frankfurt não é o Instituto que era liderado pelo hor carmer e depois cada vez mais pelo Adorno sobretudo
quando o Instituto vai paraos Estados Unidos depois da Ascensão do nazismo em 33 na Alemanha ao contrário do que muitas vezes a gente acredita o Benjamin nunca foi totalmente integrado ao Instituto não é quando ele estava em Paris depois de 33 que ele se exilou em Paris também graças em função Claro da da da aceção do nazismo ele era judeu de esquerda não é ele chegou a receber uma bolsa do Instituto que tava lá nos Estados Unidos mas ele era só uma bolsa e era uma coisa muito precária não é e um vínculo muito precário
então o benjam ao contrário do que se acredita muitas vezes comumente ele nunca foi um frankfurtiano como se costuma dizer por exemplo para se referir ao ador ao horkeimer ou mesmo ao marcuzzi não é então ele sempre teve essa coisa um pouco outsider essa essa singularidade que tem relação com essa precariedade inclusive material que ele enfrentou nas duas últimas décadas de vida sobretudo na última década na década de 30 não é década que como Eu mencionei há pouco grande parte dela ele passou no exílio em Paris que ele foi em 33 e foi lá na
França em Paris que ele levou a cabo o grande projeto intelectual da vida dele que ele tinha começado a conceber numa viagem à França e 1927 inspirado pelo Marxismo por uma certa leitura do Marx do feticismo das fantasmagorias da da mercadoria lá do Capital que ele vai se apropriar no outro vídeo a gente vai poder ver um pouco como é que ele faz isso não é mais inspirado também naquele contexto pelo surrealismo pelo movimento de Vanguarda surrealista que emergiu na França naquele mesmo momento no é o Benjamin era muito Assinado por um livro do Lui
Aragon que foi um surrealista na época Depois virou um poeta e um representante da da ala cultural do Partido Comunista se se distanciou dos surrealistas mas o Lui argon tinha publicado em 1924 um livro chamado camponês de Paris que é um livro Fantástico de fato não é em que de certa maneira ele vai à ideia do camponês que vai pro espaço urbano então tem essa relação de estranhamento Isso vai ser muito interessante pro Benjamin não é essa Tentativa do arragon de buscar o maravilhoso no cotidiano outro livro dos surrealistas o livro do André Breton NAD
que também vai fascinar muito Benjamin não é tanto que o primeiro título que ele concebeu pro projeto das passagens que é esse grande projeto que ele vai conceber a partir de 27 que depois vai ficar conhecido como Paris capital do século XIX o primeiro título que o Benjamin tinha pensado para esse trabalho foi um conto de fadas dialético isso é bastante significativo dessa eh dessa influência do surrealismo né tanto também que em 1929 ele vai escrever um ensaio sobre o surrealismo não é em que ele vai tomar o surrealismo como uma espécie de iluminação profana
como um movimento que cria imagens como forma de conhecimento um movimento que tem a capacidade de mobilizar as energias da embriaguez na direção da revolução isso vai fascinar o Benjamin nos surrealistas não é as deambulações que os surrealistas propunham que a gente fiz que se fizesse no espaço urbano a deriva como vai dizer lá depois os situacionistas do Guide debor e companhia não é então a a a digamos a a presença do surrealismo vai ser muito forte sobretudo nesse momento de concepção do projeto das passagens claro que outra figura fundamental no projeto das passagens também
era o poeta conhecido B foi através dele também que o Benjamin espelhou um pouco o que seria a modernidade francesa do século X a Paris capital do século X não é então o benjam ele vai trabalhar no projeto das passagens nesse nesse projeto que vai ficar depois conhecido como Paris capital do século X desde 27 com o impulso com fôlego maior a partir de 33 no exílio francês até sua morte 40 né como eu disse foi o grande projeto intelectual do Benjamin essa tentativa de captar as origens da modernidade europeia sobretudo francesa sobretudo parisiense no
espaço urbano de eh da França da de Paris não é e boa parte dos trabalhos do Benjamin que ele vai se dedicar desde então de alguma maneira vão estar relacionados associados ao projeto das passagens mesmas teses sobre o conceito de história que são os o último texto as últimas notas escritas pelo Benjamin vida não é se relacionam com o projeto das passagens em especial no que se refere à crítica das ideologias ou da ideologia ou do mito do Progresso não é como ele vai dizer o Benjamim então ele vai ficar exilado na França até 1940
quando finalmente depois de muuito insistência de amigos e amigas e com as forças nazistas à beira de Paris não é os nazistas invad a França Ele vai tentar escapar da França pela Fronteira espanhola os Pirineus na Catalunha na Província de girona na Catalunha se ele passasse pra Espanha ele iria para Portugal e de Portugal pros Estados Unidos onde já tinham conseguido um visto para ele mas o Benjamin junto com o grupo que ele estava Eles foram barrados pelos militares espanhóis e os militares espanhóis disseram olha Vocês amanhã vão ser entregues a de volta vão ser
mandados de volta a Paris e portanto eles iam acabar nas mãos dos nazistas não é então foi nesse cenário que o Benjamin tomou a decisão trágica de se suicidar com uma alta dose de morfina que ele sempre levava consigo para uma eventualidade como esta não é ele jamais queria ficar acabar nas mãos do nazista do dos nazistas e o Benjamin ele tinha uma um temperamento melancólico ele tinha tentado o suicídio outras duas vezes a ao menos não é nos seus textos sobre bodeler ele tratou o suicídio como uma espécie de heroísmo da vida moderna não
é então tudo isso de alguma maneira contribuiu para esse desenlace trágico da sua trajetória não é recentemente em 2001 um pesquisador nos Estados Unidos chamado Stephen Schwartz levantou a hipótese de que o Benjamin teria sido assassinado a mando do Stalin Mas essa é uma hipótese que nunca teve muita comprovação e que nunca foi encampada além dele próprio não é para além dele próprio então Benjamin não é em suma em síntese quer dizer como a gente pôde ver brevemente aqui ele sempre foi uma espécie de protótipo do intelectual moderno no sentido daquele intelectual um pouco cindido
tensionado entre um certo resguardo de uma autonomia crítica e ao mesmo tempo de outro lado um desejo de engajar não é um tipo de intelectual que não por acaso isso também fascinava o Benjamin foi muito presente na tradição francesa na história francesa Desde quando lá o Emil zolá ainda no final do século XIX se manifestou escrevendo O Manifesto no jornal contra as arbitrariedades e contra o antissemitismo do caso contra o capitão dre fus não é que sofreu um processo eivado de de de de de mentiras e muito preconceituoso pelo fato dele ser judeu eh pelo
exército pelas Forças Armadas francesas não é isso foi a primeira grande mobilização dos intelectuais eh na França e muitas muitas pesquisadores vem com uma espécie de batismo de Fogo de nascimento dos intelectuais modernos né uma tradição muito forte na França claro que no pós-guerra vai ter o seu auge através de uma figura muito conhecida que é o Jean Paul Sartre não é que tinha um pouco essa tensão entre autonomia e engajamento a proximidade dele do Partido Comunista mas que nunca significou militância orgânica e assim por diante não é a gente pode entender o Benjamin como
uma expressão também desse intelectual moderno nesse sentido francês não é sempre foi um intelectual como vimos antib burguês um pouco romântico no sentido de crítico da modernidade libertário o que ele nunca deixou de ser mas depois ele acrescenta tudo isso o Marxismo o antifascismo E claro também depois o antistalinista que parar Claro antifascismo e antistalinista né mas até por isso que o Benjamin nunca se engajou no Partido Comunista ele admirava o trots mas também nunca se tornou trotskista e escreveu o seu último texto as teses sobre o conceito de história não é sobre a qual
falaremos no outro vídeo que Eu mencionei um pouco nesse nesse primeiro não é essas teses foram escritas sobre o impacto do pacto entre o Hitler e o Stalin em 1939 pacto de não agressão não é então é por isso que o Benjamin a própria concepção dele do que é o intelectual expressa também não é é sintomática de alguma maneira dessa tensão entre autonomia e engajamento porque de um lado ele formula algumas metáforas pro intelectual moderno e é claro que ele tá falando de si mesmo muitas vezes não é por exemplo o flaner o flanor que
flana pela cidade à procura das imagens significativas que estão no espaço urbano O trapeiro que é aquele que recolhe os trapos da vida moderna no espaço urbano não é a figura do esgrimista que ele toma do bodeler que sai atrás das imagens não é nas significativas que estão presentes na na cidade ou seja o intelectual outsider que perambula que deriva pelo espaço urbano a procura de traços significativos da vida moderna sobretudo nas ruínas nos trapos do Progresso moderno não é o Benjamin sempre dizia que a cidade era uma espécie de texto que tinha que ser
decifrado era um labirinto composto de imagens o que ele vai chamar no projeto das passagens de imagens dialéticas né ele tem uma frase muito interessante na num livro chamado Infância em Berlim que ele reflete sobre a sua infância que ele diz saber orientar-se numa cidade não significa muito no entanto perder-se numa cidade como alguém se pede numa floresta requer instrução não é por isso que a han ar vai dizer que o benjam era um pescador de pérolas nesse sentido atrás das Pérolas da vida urbana alguém que tem a capacidade de se perder numa cidade tal
como se a gente se perde numa floresta de outro lado porém o benjam também tinha algo do intelectual ano do intelectual como produtor do intelectual engajado nesse sentido não é entre 30 1933 e 35 foi um período que ele tava muito próximo do Bret e que ele vai escrever textos por exemplo como autor como produtor O que é o Teatro Épico ou um texto dele muito conhecido não tão bem compreendido que é a obra de arte na sua na era de sua reprodutibilidade técnica em que ele fala um pouco do cinema mas tem também uma
inspiração breti aí não é então é aquele intelectual O que mobiliza as forças artísticas o aparelho produtivo artístico a fim de dotá-lo de um poder de esclarecimento o esclarecimento que no caso do teatro breti ano não é viria na esteira de um processo de estranhamento Como diria o Bret um estranhamento em relação à própria montagem a narrativa da peça a peça Explicita que a montagem dela tal como a vida aliás é uma montagem que portanto pode ser e deve ser mudada transformada não é enfim o Benjamin então portanto quer dizer esse intelectual crítico radical sem
concessões comunista e antifascista mas sempre no cruzamento dos caminhos sempre nas magens e bifurcações nos contratempos entre o presente o futuro e o passado não é e talvez seja exatamente daí que vem o seu poder de Fascinação não é E por que não a sua atualidade agora 130 anos depois do seu nascimento então muito obrigado