Unknown

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Video Transcript:
Um bom dia a todos! Vamos, no dia de hoje, pedir a bênção de Deus sobre nós, sobre o nosso dia, invocando a Sua presença e nos colocando debaixo de Sua proteção. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixei cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte.
Amém. O Senhor nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal, hoje e sempre. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Amém. Hoje começamos o capítulo 19 do "Caminho de Perfeição" de Santa Teresa, que tem como título "Começa a tratar da oração". Fala com almas que não podem discorrer com o intelecto.
É interessante que hoje Santa Teresa entre num ponto específico que nós comentamos nos dias anteriores, que são aquelas pessoas que têm uma dificuldade de fazer a oração mental de forma contínua e concentrada. Santa Teresa demonstra aqui que essa dificuldade, que sempre existiu, era algo já na sua época muito comum e que, às vezes, causava uma perturbação muito grande naquelas pessoas que gostariam de ter uma oração mais profunda, uma oração que, de certa forma, falasse mais com Deus de maneira mais fluida, mas que não conseguiam. Então, vamos ver o que a Santa Doutora nos diz.
Começa dizendo: "Faz tantos dias que escrevi as coisas precedentes sem ter oportunidade de continuar, que, se não voltasse a ler, eu não saberia o que dizia. Para não tomar tempo, o que digo irá como sair. Sem plano a seguir para intelectos bem ordenados e almas muito experientes e capazes de se concentrar.
Há tantos livros escritos e tão bons, de autoria de pessoas tais, que seria erro que fizéssemos caso do que digo sobre as coisas de oração. Porque, como eu digo, tendes esses livros que apresentam, divididos pelos dias da semana, os mistérios da vida do Senhor e de sua paixão, assim como meditações sobre o juízo, o inferno, a nossa insignificância e o muito que devemos a Deus: livros que contêm excelente doutrina e métodos para o início e o fim da oração. Quem puder e já tiver o costume de praticar esse modo de oração, não precisa que eu diga nada, pois, seguindo um caminho tão bom, será levado pelo Senhor ao porto de luz com tão bons princípios.
Não menos bom será o fim da jornada. Todos aqueles que puderem seguir essa via hão de encontrar repouso e segurança. Porque, quando o intelecto é dominado, marcha-se com descaso.
O assunto de que eu queria tratar, indicando algum remédio, se o Senhor me permitir, e se não, que ao menos possais entender que há muitas almas que passam por esse sofrimento. Para que não se fatigue, passam a seguir a almas e intelectos descontrolados, como cavalos sem freio, não havendo quem os faça parar. Estão aqui e já os vemos ali, sempre com desassossego.
É de sua própria natureza ou é Deus que o permite? Tenho muita pena delas, porque me parecem semelhantes a pessoas que têm muita sede e vêem a água muito de longe e querem ir até ela, mas acham que se coloca em seu caminho, no princípio, no meio e no fim. Acontece que, quando, com seus esforços e um grande esforço, vencem os primeiros inimigos, se deixam vencer pelos segundos e desejam antes morrer de sede do que beber uma água que tanto lhes há de custar.
Elas, a refém, tendo-lhes faltado o ânimo devido. Outras há que têm forças para vencer também os segundos inimigos, mas que fraquejam diante dos terceiros, talvez quando estão a dois passos da fonte de água viva de que o Senhor falou à Samaritana. Aquela da qual quem beber não terá sede.
E quão certas e verdadeiras essas palavras, saídas da boca da própria verdade! Quem dela beber não ficará sedento das coisas desta vida, embora almeje muito mais do que podemos imaginar a partir da sede natural e das coisas da outra vida, e com que sede se deseja ter essa sede. Porque a alma entende todo o seu grande valor e, mesmo sendo penosa a ponto de fatigar, essa sede traz consigo a mesma satisfação com que se mata aquela.
De modo que é uma grande sede que só afoga a das coisas terrenas, trazendo antes fartura. Assim Deus a satisfaz. A maior graça que Ele pode conceder à alma é deixá-la com essa mesma necessidade, sendo cada vez maior a sua vontade de voltar a beber desta água.
A água tem três propriedades, ou ao menos me lembro de três que vêm a propósito, pois há muitas mais. Uma é a que refresca de fato; por maior que seja o nosso calor, logo sentimos alívio quando nos aproximamos da água. E se houver um grande fogo, matá-lo com ela, exceto se for o de Catão que se acende mais.
Ó, valha-me Deus! Que maravilha há nesse atiar mais o fogo com a água quando é fogo forte, poderoso, não sujeito aos elementos! Pois aquela, embora seja o seu contrário, em vez de atalhar, faz crescer muito.
Me valeria aqui poder falar com quem conhece filosofia, porque, conhecendo as coisas, poderia explicá-las a mim, que vou me deleitando nisso sem saber o que dizer e até sem compreender. Quando Deus, irmãs, vos fizer beber desta água. .
. " Algumas dentre vós já bebeis; tereis o gosto disso e entendereis que o verdadeiro amor de Deus se está em toda sua força, já livre de todas as coisas da terra, pairando acima delas. É Senhor de todos os elementos e do mundo.
Não temais que a água, como vem da terra, mate esse fogo de amor de Deus; isso não é de sua jurisdição. Embora ela seja o seu, Ele já é Senhor absoluto, não lhe estando sujeito. Assim, não vos espanteis, irmãs, do muito que tenho dito neste livro para instar a procurar essa liberdade.
Não é maravilhoso que uma pobre irmã de São José possa chegar a dominar toda a terra e os seus elementos? E haveremos de nos espantar com o fato de os santos fazerem deles o que queriam com favor de Deus? A Martinho, a São Martinho, o fogo e as águas obedeciam; a São Francisco, até as aves e os peixes.
O mesmo ocorria com muitos outros santos. Via-se com clareza que eles tinham domínio de todas as coisas do mundo por terem trabalhado bem em tê-lo em pouca conta, sujeitando-se de verdade com todas as forças ao seu Senhor. Assim como eu digo, a água que nasce na terra não tem poder contra esse fogo, cujas chamas são muito elevadas e cuja origem não está em coisa tão baixa.
Há outros, de o amor de Deus, que qualquer coisa apaga, mas tal não acontece com este. Não, mesmo que venha todo o mar de tentações, nada o faz deixar de arder de uma maneira que o leva a dominar todas as águas. Muito bem, então paramos aqui no quarto parágrafo deste capítulo.
E vamos, diante, Santa Teresa, no dia de hoje, começa a falar, né, daquelas pessoas, e ela fala com muita humildade, né, deixando claro que ela não é teóloga, ela não é uma pessoa de grande erudição, não é uma autora de livros. Ela diz que existem livros muito bons para orientar a oração; livros que já têm uma divisão de meditações para todos os dias e esses livros podem ajudar a despertar, né, uma fé, um amor mais vivo por Deus e podem ajudar muito na oração, né. É claro que aqui ela fala com muita humildade, certamente sem ter a noção e o alcance da grandeza daquilo que ela mesma escrevia, né?
E hoje, né, 500 anos depois dela, estamos nós aqui, né, nos aproveitando destes conselhos que ela deu para as suas irmãs e para as gerações futuras de carmelitas. E aqui ela vai falar, então, esses livros, eles podem ser uma ajuda na oração, principalmente para aquelas pessoas que, eh, têm uma mente muito dispersa. E Santa Teresa, quando fala da mente dispersa, ela diz assim, né?
Eu volto aqui. Ela diz assim: há almas e intelectos descontrolados como cavalo sem freio, não havendo o que os faça parar. Então, do que ela está falando?
Daquelas pessoas que se sentam para rezar, se concentram ali, se colocam na presença de Deus, começam a falar com Deus e, dali a pouco, a pessoa tá lembrando do que tem que fazer no trabalho, a pessoa tá lembrando de uma coisa que leu. Aí ela volta, continua falando com Deus e aí se lembra que tem que fazer uma coisa pro filho, pra filha, que tem um problema de casa pra resolver, que tem que levar o carro pra arrumar, que tem que fazer não sei o quê, não sei. E aí a alma vai se dispersando, o intelecto vai vagando e a oração vai ficando e o tempo vai passando.
E, às vezes, se a pessoa tem um tempo de minuto ali, um tempo certinho, não. Eu tenho 15 minutos, eu tenho 20 minutos pra rezar. De repente, a pessoa se senta, fala com Deus ali 2, 3 minutos e passa ali 10 minutos vagueando.
Quando veja, deu tempo, acabou o tempo da oração, a pessoa tem que se levantar, tem que ir embora e não rezou. De fato, né? É o exemplo que ela dá: há almas e intelectos descontrolados como cavalo sem freio, não havendo quem os faça parar.
E aqui, né, ela chama essa situação, né, esse intelecto descontrolado, eh, de um grande sofrimento para aquelas pessoas que desejam rezar de verdade. E o que Santa Teresa aponta, né, cirurgicamente como problema destas almas, destas pessoas? Né?
É claro, existe, né, uma condição que pode ser da natureza ou pode ser permitida por Deus. Então, são pelo menos duas razões desse intelecto desordenado: a natureza, né, a pessoa é assim. Tem gente que é naturalmente um pouco mais dispersa.
Então, a natureza ou Deus, permitindo que a pessoa passe por isso. Tanto em um caso quanto em outro caso, o que é importante? Continuar aspirando a uma oração bem feita, onde se fale com Deus do começo ao fim.
Isso é importante, aspirar, desejar isso. Segunda coisa: Santa Teresa aponta, além de desejar esse tipo de oração, nós devemos nos determinar a fazê-la. E aí ela vai colocar aqui os principais obstáculos para as pessoas que são assim.
Primeiro grande obstáculo é a ansiedade; querer alcançar logo algo que, pela condição, pelo jeito que o intelecto funciona, pela própria natureza da pessoa, não é tão fácil de conquistar. A ansiedade. Segundo ponto: a expectativa, né, que tá ligada à ansiedade.
Então, às vezes, nós idealizamos o modo como será a nossa oração: "Não, vamos chegar lá, vai ser assim, vai ser assim. " A idealização. E o terceiro ponto, né, a falta de determinação: a ansiedade, a expectativa e a falta de determinação.
Em Santa Teresa fala: alguns começam a rezar e aí vencem as primeiras tentações, os primeiros desafios, e tentam se ordenar e tentam manter a atenção. E é por isso que ela fala do livro, né? Às vezes usam algum livro, alguma coisa para começar a oração e ir pensando naquilo que está no livro.
E começando. . .
A falar com Deus. A partir dali, para quê? Para treinar.
É um treino. Essa oração fluida é um treino; nem sempre ela vai acontecer, já né, de uma hora para outra, a ponto de a pessoa se sentar. Porém, ela pode acontecer.
Santa Teresa fala: as pessoas mais concentradas conseguem. Ela se senta e fala: "Não, eu vou falar com Deus. Aconteça o que acontecer.
" E a pessoa se senta ali, fecha os seus olhos, se coloca na presença de Deus e começa a falar com Deus. Então, ela diz: os mais concentrados conseguem; os mais dispersos precisam de um livro para ajudar. O que vai acontecer?
Eles vão vencer os primeiros obstáculos. Não, eu preciso. Não, eu não vou pensar em mais nada.
Não, agora eu não vou pensar em mais nada. E aí, às vezes, vencem esse primeiro obstáculo, só que aí aparecem outros obstáculos, porque uma coisa é você se determinar a fazer ali uma leitura espiritual e uma oração, falando com Deus, 15 minutos um dia, mas depois de uma semana, os pensamentos, aquela bagunça, aquela desordem, tudo começa a voltar e parece que volta mais forte ainda, né? E aí, então, às vezes a pessoa venceu os primeiros obstáculos, rezou uma semana, depois esses obstáculos aparecem todos de novo, com uma força maior ainda.
E aí a pessoa já desanima e já começa a achar que ela não conseguirá rezar daquela maneira. E aí, às vezes, tudo que foi conquistado começa a se perder. E aí ela vence os primeiros, mas não vence os outros.
Agora, tem gente que vence os primeiros e vence os seguintes. E aí, quando a pessoa já está criando um certo ritmo, às vezes, além dos pensamentos desordenados que ela tem que afugentar, começam a aparecer as tentações. E aí, tudo começa a ficar muito difícil.
A pessoa começa a achar que está muito longe dessa união com Deus e abandona a oração. E aí, então, tudo isso está perdido. Então, Santa usa até uma expressão interessante: ela fala que é uma chaminha de amor que começa a se acender por Deus na oração, mas aí vem a água das tentações e apaga.
E aí ela faz uma comparação interessante: ela fala do fogo de alcatrão. O fogo de alcatrão é um tipo de fogo; eles usavam alcatrão até para alguns, na época de Santa Teresa, e você vai jogando água, ele vai aumentando. Ela fala que o amor por Deus nos nossos corações deve ser como fogo de alcatrão.
Começa com uma chaminha, mas é uma chama consistente. Ou seja, eu venci essas tentações e vou fazendo um esforço, mesmo, e vou tentando colaborar com a graça de Deus. Deus vai me dar muitas graças na medida em que eu me decidir a rezar.
Se eu me decido, com todas as dificuldades e contra todas as dificuldades, Deus vai me dando graças e essa chamadinha de amor se torna consistente como fogo de alcatrão. E aí, quando vier a água das tentações para tentar apagá-lo, ele vai expandir, ele vai aumentar. E aí Santa Teresa fala: nem mesmo um mar de tentações é capaz de apagar esse fogo.
Então, que no dia de hoje, pensemos nisso: qual é a medida da nossa determinação em afugentar as distrações na oração? Que Nossa Senhora, nossa mãe, nos ajude. A vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus.
Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos. Ó Virgem gloriosa e bendita, amém. O Senhor nos abençoe e nos guarde.
Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo, amém. Curtam, compartilhem essas meditações com outras pessoas, né, para que todos nós possamos de fato entrar neste caminho de perfeição. Bom domingo, fiquem com Deus.
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