A sociedade está à beira do colapso

169.04k views1907 WordsCopy TextShare
Quadro em Branco
🏴‍☠️Nossa campanha de financiamento: https://apoia.se/quadroembranco 💰Grupo de promoções: https://...
Video Transcript:
no dia 6 de Abril de 1993 a polícia de Paris abordou três jovens dois deles menores de idade que estavam supostamente roubando cigarros um deles de 17 anos chamado Maomé foi levado até a delegacia para ser interrogado pela polícia procuradora de Justiça exigiu que ele fosse solto mas o detetive ignorou a ordem e seguiu interrogatório pouco tempo depois uma colmeia foi morto com um tiro na cabeça julgamento policial disse que atirou por Acidente ainda que a acusação tem afirmado que a arma foi pressionada sobre a tempo do menor e que é necessário uma pressão de
6 kg para puxar o gatilho quase impossível de ter sido aplicada por acidente no caso foi seguido de dias de causa em Paris como a última gota de um copo cheio de tensão social [Música] esse caos que é representado ao som de Bob Marley no começo de o ódio filme do Matheus de 1995 a cenas são reais carros incendiados policiais de uma tropa de choque batendo em manifestantes lojas sendo saqueadas cartazes com frases Como não se esqueça que a polícia mata Justiça seja feita por mako essas imagens reais se misturam com a ficção são mostradas
ali como se tivessem acontecido no mundo desses personagens os protestos no filme teriam acontecido depois do espancamento de um jovem árabe o abdel por policiais no confronto direto entre manifestantes e policiais uma arma de um policial é perdida encontrada pelo rins personagem de descendência judia que brinca com ela no espelho imitando o Travis de táxi driver ele acredita que aquela arma é a solução pros problemas dele possibilidade de nivelar o jogo e matar um policial porque a gente vê a partir daí Pelo contrário o fluxo caótico de coisas dando errado por causa dessa arma os
personagens que a gente acompanha são o vinhos o rubert o side um judeu um negro e um árabe retrato do passado de exploração Colonial da França é fácil perder a noção de como pouco tempo atrás a França ainda era um império colonial enorme na década de 60 só 63 anos atrás ainda eram colônias francesas na África Argélia Marrocos Senegal Costa do Marfim Níger mauritânia República do Congo vou parar por aqui mas não citei nem a metade do total Essa realidade reflete a composição das periferias de Paris filhos de pais Árabes e africanos migrados forçadamente da
África durante a colonização ou que vieram procurando uma vida melhor depois da descolonização para uma França que estabelecia políticas de migração interessada em mão de obra barata para ser construir não posso Segunda Guerra nas décadas de 50 e 60 são em grande parte Os descendentes dessas pessoas que ocupam juntos habitacionais enormes separados da cidade construídos para abrigar a população de trabalhadores Imigrantes lugares onde se observa com maior intensidade as contradições sociais do país esses Imigrantes vindos de vários lugares e culturas diferentes com várias identidades diferentes compõem uma massa amorfa para o estado francês tem um
status de subidadania não conseguem estabelecer uma comunicação real com o estado a única relação com o estado que conhecem rotineiramente é a violência É nesse vácuo de identidade que se constrói alto imagem do jovem da periferia negadas as raízes do seu país de origem assim como negado o reconhecimento como francês legítimo a identidade que se constrói é uma identidade de oposição é isso que tem em comum entre os três protagonistas de origens e feições tão diferentes no filme compreensão compartilhada não do que se é mais do que não se é membro daquela sociedade respeitado dentro
daquele sistema estamos estrangeiros dentro da própria terra o Vinci brincando com a arma no espelho buscando referência para cima um personagem da cultura americana sonhando ser um Gangster uma ironia macabra Puxa um gatilho imaginário de frente para o espelho com uma expressão de raiva direcionada para um outro externo tendo como destino final a própria destruição e talvez de quem tá assistindo isso confortavelmente também esse outro externo Alvo do ódio pode ser naquele momento a polícia mas é também a cidade a imprensa a França é tudo que tá do lado de fora é por isso talvez
que o casomix tenha escolhido deixar esse filme em preto e branco mesmo tendo gravado em cores o preto e branco não só salienta toda a atmosfera crua e realista borrando a fronteira entre documental e ficcional quanto parece mais apropriado a representar um mundo também bipolar uma sociedade dividida entre dois grupos diferentes todo o tempo do filme ocorre num espaço de um dia com a passagem das horas às vezes aparecendo na tela como que representando uma contagem a iminência de algo acontecer a partir do momento que o vinho se encontraram ele jurou se vingasse o abdel
amigo que foi vítima da agressão policial morrer no hospital sair de rubert por outro lado tentam de sua de ele dizendo que nada de bom vai ver isso ainda assim na maior parte do tempo do filme existe atenção no ar o ódio é um filme barulhento é até meio agonizante assistir legendado porque o tempo todo tem três quatro cinco pessoas falando ao mesmo tempo sendo impossível uma legenda sobre tudo apesar disso sempre dá para entender a energia do que que tá acontecendo e é uma energia caótica volátil parece Tá tudo tranquilo e do nada o
clima vai mudar as situações escalam muito rápido indo visitar o amigo foi espancado no hospital fazendo uma festa na laje tudo contato que eles têm com as instituições é turbulento ninguém entende ninguém não consegue estabelecer um diálogo como se fosse questão de tempo até a paciência de alguém acabar e um desses confrontos acabar em tragédia quando os três vão até o hospital visitar o amigo a câmera já grava o vinhos na altura da cintura com a arma dentro da calça e a mão nervosa coçando mesmo uma coisa que deveria ser simples pacífica acaba em tumulto
os policiais foram orientados a não deixar o cara receber visita Não só barulho com Maria desse filme também agonizante aqueles conjuntos habitacionais são filmados de uma forma que parecem um deserto vazio abandonado existe um tédio que paira no ar uma ausência de propósito de perspectiva um vazio no qual se parece sempre ruminar as mesmas paranoias as conversas parecem não ter propósito não chegar a lugar algum assim como eles também parecem andar sem rumo pelo bairro sem nunca chegar a lugar algum apesar de calmo não existe tranquilidade naquele lugar todo mundo sabe que a qualquer momento
alguma coisa vai acontecer parece estar sempre pensando no que vai fazer quando essa hora chegar o rubert é o mais pé no chão irracional entre os três talvez também o único que tenha alguma perspectiva maior de futuro ele é um lutador de boxe amador bastante talentoso que só em conseguir viver do esporte a despeito do talento ela é envolvido com um crime no bairro pra conseguir ajudar em casa enquanto não realiza o sonho ele sempre que possível o Freio é o impulso de Alto destruição do grupo que vem principalmente do Vince quando eles vão para
a cidade o ambiente é totalmente diferente do do conjunto habitacional é rico cheio de vida mas de várias formas afirma o não pertencimento deles lá no caminho no metrô coubert e vê numa propaganda escrito o mundo é seu ele aperta os olhos com força como que tentando acreditar nisso mas na cena seguinte a sensação de completa alienação desse mundo em volta como se eles e aquela sociedade estivessem dimensões diferentes como se aquela ideologia não pudesse estar mais descolada da realidade deles bem representativo desse descolamento é um momento em que eles ficam perambulando pela cidade sem
nada para fazer tendo perdido o trem depois dos policiais terem liberado eles de propósito faltando poucos minutos para sair o último trem para que ficar sem sem ter como voltar para casa os três visitam então uma galeria de arte no primeiro momento a presença deles lá É tolerada mas isso só vai se manter assim se ele se manterem quietos e não expressarem a autoridade que eles representam m no primeiro momento em que eles passam a ser um outro de verdade naquele espaço a máscara de tolerância cai e eles são ofendidos e expulsos da galeria o
alívio no ambiente quando eles vão embora dá o tom do que eles representam lá um tipo de doença da cidade com a qual se precisa conviver mas como um teatro um fingimento uma tentativa real de aproximação de conciliação Entre esses dois mundos diferentes resulta em violência na erupção de todo o ódio que está escondido na farsa daquelas relações não por acaso andando sem rumo depois de ter perdido o último trem o sair de picha sobre aquela propaganda um n mudando a frase para o mundo é nosso como um gesto de rejeitado a ideologia barata da
frase ou dizendo que o mundo é de quem pagou por essa propaganda lá ou que é nosso mesmo ou vai ser mais de forma subversiva em termos totalmente diferentes dos que são impostos ali quanto mais o tempo passa quanto mais o relógio na tela avança mais claro fica tragédia como o único fim possível para aquela história como Catarse de todo o ódio que não para de se acumular é difícil não lembrar desse filme que rolou recentemente na França um adolescente árabe foi assassinado pela polícia ao se recusar separado numa blitz dia 27 de julho desse
ano foi o Estopim de uma onda de protestos em várias cidades na França com mais de 1.300 pessoas presas delegacias e agências bancárias incendiadas o presidente falando em declarar estado de exceção e falando que os manifestantes instrumentalizaram o assassinato para atacar as instituições algo que soa só cínico de ouvir com essas instituições se apodrecendo cada vez mais e a ascensão de uma extrema direita se oferecendo como resposta para esse apodrecimento por pouco não chegou ao poder na última eleição o caçouguetes disse um documentário que fez o filme com a convicção de que a violência policial
da época deveria ser denunciada mostrada mas também dissecada para compreender que os policiais são parte de um sistema desde que o filme foi lançado a sociedade em queda livre que ele capturou ali parece estar cada vez mais perto de bater no chão e o apelo para uma defesa das instituições soa como o homem negação na história que é contada no início do filme e que descreve o dia caótico dos protagonistas repetindo para si mesmo que até aqui tá tudo bem seria história isso repete são 6 pontos meu nome é Otávio esse vídeo fica por aqui
o canal teve um pouco parado nos últimos dias aconteceu de eu e o Henrique as duas pessoas que tocam tudo nesse canal tem ficado durante ao mesmo tempo agora eu já tô melhor ele segue sem conseguir gravar mas enquanto isso segue rolando conteúdo adicional para os apoiadores Ele trouxe dois textos bem legais lá e logo tá de volta aqui no canal também esse tipo de coisa não poderia existir se não fosse nossos apoiadores então que além de conteúdo adicional grupo no Zap grupo não discorde e um monte de coisa legal não esquece de dar uma
olhada na descrição que eu explico tudo
Copyright © 2025. Made with ♥ in London by YTScribe.com