Políticas públicas de educação - Maria do Pilar Lacerda - Entrevista - Canal Futura

E aí [Música] E aí é com muito atraso em relação a Nações desenvolvidas o Brasil traçou no início da década passada metas ambiciosas para a qualidade da educação no país queremos chegar a2022 Bicentenário da Independência com todas as crianças tendo garantido o seu direito de aprender com qualidade os desafios são imensos e para falar sobre eles convidamos a professora Maria do Pilar Lacerda por cinco anos ela ocupou a secretaria de educação básica do Ministério da Educação na gestão do ex-ministro Fernando Haddad no período um seus maiores desafios foi colocar em prática o plano de desenvolvimento

da educação e lá conhece bem a sala de aula antes de trabalhar no Mac foi professora de história e Secretária de Educação de Belo Horizonte hoje é diretora da fundação SM que apoia educação pública começa agora mais um programa da série entrevista desta vez sobre os desafios de ensinar em suas e de linguagens tudo bem claro obrigado por ter aceitado nosso convite a gente já fez aí umas 45 avaliações do índice de desenvolvimento da Educação Básica um dos instrumentos ali criado pelo MEC justamente para monitorar o cumprimento dessas metas e a meta ambiciosa a gente

quer chegar até 2022 recuperar um atraso a história que chegar em 2022 no mesmo patamar hoje das Nações desenvolvidas não é tarefa fácil os desafios são imensos passado aí 45 avaliações Pilar você acha que estamos no caminho certo a meta ainda é viável vamos conseguir eu acho que a meta é viável se a gente vê uma média seis no Brasil em 2022 a Gente terá garantido todas as crianças da escola todas as crianças aprendendo e na idade certa algumas pessoas acham essa meta é tímida é na realidade quando você fica mais por dentro disso você

vê o esforço EA complexidade para se chegar isso o que eu penso é que o Caminho das séries iniciais os anos iniciais é um caminho mais mais Definido do que dos anos finais e do ensino médio porque o avanço que a gente teve até o 5º ano ele não se refletiu nos anos finais é já era para ter refletido e a gente continua com desempenho ainda é muito tímido nos anos finais do Ensino Fundamental que seria de 6º ao 9º ano E aí no ensino médio aí eu acho que o problema mais complexo porque não

é só de conteúdo não é só currículo é todo um desenho da escola que não dialoga mais com essa Juventude com essa adolescência tá em relação aos anos finais do Ensino Fundamental ensino médio eu penso que a gente precisa ser mais ousado em relação não só o conteúdo com também a forma agora como que a gente pode apoiar essas escolas que eu tô pensando também a gente tem essa meta ambiciosa gente quer chegar ao patamar dos países desenvolvidos mas não são os aí no país desenvolver nós temos Ainda temos combater na miséria mas temos ainda

dívidas histórias que se refletem na escola né a gente sabe o quanto que a origem familiar dos alunos têm impacto no desempenho deles na escola então eu fico imaginando nossos professores e Os Atuais professores atuais escolas com esses alunos como que tem sido o apoio à escola e ao professor para que a gente consiga dar condições a eles de cumprir essa meta usada o plano de desenvolvimento da educação Antônio ele é muito ele é muito amarrado se ele faz muito sentido é a visão sistêmica da educação e os pontos do p&d e eles pensavam da

infraestrutura na avaliação do sistema na formação dos professores no projeto pedagógico isso se manifestava concretamente na elaboração do par que o plano de ações articuladas é um plano que cada município ou estado ele ele faz ao fazer ele faz uma análise uma reflexão sobre o estado da arte naquele momento da Educação no seu município no seu estado e ele e bora um planejamento de trabalho com o Ministério da Educação Mas você toca num ponto muito importante nós temos 40 milhões de adultos brasileiros que tem baixíssima escolaridade e 10 milhões de adultos que nunca frequentaram a

escola e como nós temos hoje 98 por cento das crianças de 6 a 14 matriculadas na escola elas são filhos e filhas destas gerações de brasileiros que não tiveram direito à educação então não adianta e as pesquisas feitas falam que o grande problema da educação é do pai e da mãe isso é muito perverso porque não é verdade os pais estão muito empenhados que as crianças estejam matriculadas estejam frequentando mas eles não conhecem aquele território aquele ambiente não é um ambiente familiar não é amigável e quando ele teve o colar essas experiências não foram boas

então a gente precisa é pensar uma escola do Século 21 mas uma escola que tenha um diálogo permanente com as famílias não na posição na cobrança e por isso a educação de jovens e adultos e adulta é muito importante porque a escolaridade da mãe ela tem um impacto muito grande no desempenho escolar do filho não é necessário recuperar essa esses brasileiros para a escola para a educação escolarizada o que não é tarefa fácil que a gente fazer uma pergunta na sua experiência na Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação MEC é o principal autor

isolado Mas você fazer as coisas o Fairy montam um projeto de creche na hora que você vai executar Você sabe o quanto é difícil porque o município falta capacidade falta gestão enfim você implementar por o Lucas na ponta de Brasília para chegar na ponta é muito difícil Como que vocês tentaram enfrentar esse problema no Mac nós dialogamos com o município mas o MEC não impõe políticas para o município por isso que o plano de ações articuladas foi a forma que o MEC achou de começar a diminuir a chamada política de balcão que é o prefeito

mais influente um deputado que conhece os caminhos ali levavam o secretário de educação para o FNDE que a autarquia do MEC que tem o dinheiro e tem os projetos e quando a gente fez a primeira divulgação do Ideb nossos é identificamos os 1242 municípios de mais baixo e bebe e cruzamos com as transferências voluntárias do MEC que que são as transferências voluntárias as obrigatórias é o livro a merenda e o transporte que a Universal mas existe uma transferência que é um valor importante que é feito através da elaboração de um plano de trabalho então o

MEC divulga o edital o município leis edital e apresentar um plano de trabalho e vai ao a Brasília ou manda esse projeto e recebe o financiamento que a gente descobriu é que os 1242 municípios de mais baixo Ideb nunca tinham recebido recursos de transferência voluntária porque não tem não tinham essa expertise ele eu secretário de Belo Horizonte que é três pessoas que ficavam em carregadas de ler todos os editais todas as publicações ver os projetos que nos interessavam elaborar o projeto juntar os documentos que a burocracia também é de enlouquecer e garantir o financiamento valor

de outro é a cidade que mais precisar bom então o Ideb Eu acho que o primeiro fruto bom do Ideb é a gente lá em Brasília ter tomado esse choque de realidade depois 1242 municípios mais frágeis educacionalmente nunca tiveram acesso aos recursos mais importantes do MEC a elaboração do par EA Identificação do Ideb mudam esse quadro Então teve todo um repasse é e ele vir para ir afinando e deixando claro que a postura do Mac estava mudando eu não digo aqui que a mudança foi radical que todos aqueles costumes antigos e foram embora de uma

hora para outra mas a gente passou a trabalhar no outro para acabar com mais conhecimento com uma relação mais respeitosa com o município porque a nossa tendência é achar foi sabe nada não tá interessado e aí quando a gente começa a sair de Brasília a costura do ministro Haddad que influenciou a equipe assim sai do gabinete e vai lá na ponta para você ver e conhecer você começa a entender as dificuldades muito grandes desses municípios EA necessidade de ter um diálogo menos menos autoritário Tem um diálogo de verdade né não é ter uma fala de

cima para baixo eu lembro quando os primeiros resultados começaram a surgir o então Ministro Fernando Haddad defende muito até gente que olha é uma onda vai começar nos ensinos nos anos iniciais e ela vai acontecer no ensino médio mas talvez a nossa ansiedade a gente quer que essa onda chegue logo e o que parece é que essa onda perde a intensidade O que está sendo feito para corrigir essa essa aparente dificuldade de resolver o problema ao final da ponta eu começo com a ponta a ponta lá no final que é o Enem o Enem ter

e já está tendo impacto na articulação curricular do ensino médio ainda ainda acho que a gente é muito disciplinar a gente acaba discutindo só conteúdo assim ah não melhorava Então tira esse conteúdo Coloca esse e eu acho que a um desses conhecimento da academia nosso dos técnicos de reconhecer que o conhecimento é geracional que essa geração ela ela tem sede de aprender e a gente olha o que esses meninos fazem de blogs de redes e não são meninas de classe média aglomerados urbanos favelas tem lá uma Lan House e os meninos estão ali você comunicando

com o mundo é uma escola não é mais o espaço de passar informação foi para minha geração que nasce nos anos 50 ela é o que é mais chocante A escola é resiste bravamente à a essas mudanças e ela ainda acha que é o lugar que tem um professor que escreve Às vezes o professor escreve o texto que está no livro e reclama que os meninos não presta atenção se ele tiver sentado ele também não precisaria então a gente tá desconhecendo as formas de conhecimento que esses jovens e adolescentes têm e a escola tá muito

descompassado e por isso eu penso que a gente tenha o ENEM como um sinalizador mas as mudanças do 6º ao 9º ano Elas têm que ser muito radicais têm um exemplo aqui no Rio de uma escola que está sendo implementada na Rocinha que chama gente que é um ginásio experimental de novas tecnologias que eu sinto um cheiro de Século 21 o s mais é eu vi algumas escolas em Londres que a gente falou olha um cheiro de Século 21 E aí foi porque o que que tem de diferente essa escola não tinha carteira ela tem

mesas que você Organize de diversas maneiras pode até colocar uma atrás da outra mas não tem carteira individual porque ela já trabalha com essa concepção do trabalho em grupo da do compartilhamento do fazer grupos de trabalho grupo de pesquisa para isso a gente tem que quebrar aquela tradição do professor com a sua disciplina com um grupo de alunos a mudança para o 6º ao 9º ano e para o ensino médio ela tem que ser muito radical e às vezes eu acho que falta coragem quando a gente está no governo de enfrentar Toda Onda conservadora que

vem quando se faz esse debate Muito obrigado pela por ter aceitado nosso convite obrigado a vocês que nos assistiram e a gente volta depois com a cama da série O Desafio de ensinar em suas múltiplas linguagens Obrigado tenha um bom dia meu amor [Música]