4 RELATOS SOBRENATURAIS EM FAZENDAS - História de terror

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Terror Sobrenatural
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[Música] quando eu tinha uns 12 anos morava com meus pais numa fazenda no interior de Minas Gerais a vida na fazenda era tranquila E desde pequeno eu ajudava no que podia cuidava dos animais ajudava nas plantações e sempre que dava subia nas árvores ou explorava os campos no entanto uma coisa sempre me incomodava O Espantalho O Espantalho ficava no meio do milharal não muito longe da nossa casa com sua velha roupa remendada e chapéu de palha desbotado a função dele era simples espantar os pássaros mas para mim ele sempre foi mais que isso tinha algo
de estranho naquele Espantalho uma sensação esquisita de que ele estava sempre me olhando mesmo que não tivesse olhos de meu quarto ficava no segundo andar da casa e da minha janela eu conseguia ver o milharal especialmente o lugar onde o espantalho estava não importava o horário eu sempre podia vê-lo lá parado inerte só que em uma noite algo diferente aconteceu era tarde e todos já tinam ido dormir o silêncio da Fazenda era cortado apenas pelo som de algum tat cavando o chão ou pelos grilos eu estava quase pegando no sono quando ouvi um barulho estranho
algo diferente dos sons noturnos comuns levantei fui até a janela e olhei para o milharal Foi então que vi o espantalho não estava mais no mesmo lugar ele tinha se movido Ou pelo menos Parecia ter se movido estava mais à frente quase na borda do milharal meu coração disparou eu sabia que não era possível ele se mover sozinho mas juro que estava mais perto da casa do que de costume com o coração na garganta corri até o quarto dos meus pais e chamei meu pai pai O Espantalho ele se mexeu falei com a voz trêmula
ele levantou resmungando e ainda meio sonolento foi comigo até a janela para ver quando olhamos novamente o espantalho estava no mesmo lugar de sempre imóvel no meio do milharal como se nunca tivesse saído de lá meu pai deu uma risada baixa e disse que eu estava deixando a imaginação tomar conta que espantalhos não andam mas algo dentro de mim sabia que o que eu tinha visto era real depois daquela noite não consegui mais dormir direito toda vez que eu fechava os olhos a imagem do Espantalho aparecia na minha cabeça como se ele estivesse sempre me
olhando eu tentava convencer a mim mesmo de que era só coisa da minha cabeça como meu pai havia dito Mas aquela sensação estranha não ia embora as noites seguintes foram quietas e nada de estranho aconteceu até que algumas semanas depois eu acordei no meio da madrugada com um barulho diferente como se algo estivesse arrastando no chão lá fora pensei que poderia ser algum tatu ou tamando à bandeira que às vezes apareciam na fazenda à noite mas aquele som era diferente parecia mais pesado levantei da cama devagar e fui até a janela já com o coração
acelerado olhei para o milharal esperando encontrar o espantalho lá parado como sempre mas ele não estava no lugar de costume olhei ao redor E para o meu choque vi a figura do Espantalho mais uma vez fora do lugar dessa vez ainda mais próximo da casa ele estava quase na beira do milharal como se estivesse se arrastando para mais perto o medo tomou conta de mim não tive coragem de acordar meu pai de novo afinal ele já achava que eu estava inventando coisas mas eu sabia o que tinha visto o espantalho estava se movendo fiquei ali
parado olhando pela janela até que os olhos começaram a pesar e de alguma forma consegui voltar a dormir tentando esquecer o que tinha visto a manhã seguinte foi tranquila e o dia seguiu como qualquer outro meus pais não notaram nada de estranho e para ser honesto eu estava começando a achar que tudo não passava de um pesadelo talvez eu realmente estivesse exagerando tentei me concentrar nas tarefas da fazenda mas a imagem do Espantalho mais perto da casa continuava viva na minha cabeça mais tarde naquela noite quando tudo estava em silêncio de novo os barulhos voltaram
dessa vez eram mais altos como se algo estivesse sendo arrastado pelo chão e o som estava mais próximo do que antes o mesmo medo Começou a tomar conta de mim e eu sabia que tinha que olhar com o coração acelerado levantei e fui até a janela esperando o pior e lá estava ele O Espantalho só que dessa vez ele estava ainda mais perto da casa a poucos metros da varanda não conseguia entender como aquilo era possível O Espantalho não deveria estar ali fiquei paralisado meus olhos fixos naquela figura ponente e esquisita enquanto ele permanecia parado
no mesmo lugar como se estivesse me encarando Mas então algo realmente assustador aconteceu eu vi ele começou a se mexer sim O Espantalho estava andando ele dava passos lentos arrastando os pés na terra enquanto se aproximava da casa meu corpo congelou de medo e minha mente gritava para eu correr acordar meus pais fazer qualquer coisa mas não consegui me mover fiquei ali com o coração batendo na garganta assistindo aquela cena impossível O Espantalho parou ao lado da varanda seus movimentos lentos e desajeitados fiquei observando sem piscar até que ele finalmente parou de andar o silêncio
da noite parecia mais pesado agora e eu estava ali preso no meu medo não conseguia me convencer de que aquilo era real mas eu estava vendo com meus próprios olhos aquela sensação de pavor me dominou de uma forma que eu nunca tinha sentido antes num impulso desesperado fechei a cortina com rapidez e voltei correndo pra cama me enfiei debaixo do cobertor como se aquilo fosse me proteger de tudo que estava lá fora cobri a cabeça e Fechei os olhos com força tentando me convencer de que tudo aquilo era coisa da minha imaginação cada pequeno som
da casa fazia meu coração Pular mas eu me recusava a sair dali o cobertor era a única proteção que eu tinha naquele momento na manhã seguinte quando criei coragem para descer e verificar o espantalho estava de volta ao lugar dele no milharal como se nunca tivesse se movido mas algo estava diferente as roupas dele estavam amassadas e sujas de terra como se ele tivesse passado a noite se arrastando pelo campo Eu sabia que o que tinha visto er era real mas como poderia contar isso para alguém sem parecer louco mesmo com o medo que estava
me consumindo Decidi não contar nada para os meus pais achei que eles iam rir de mim ou pior iam achar que eu estava ficando maluco então resolvi guardar aquilo comigo como se fosse um pesadelo bobo que ia passar com o tempo só que o medo não passava Cada noite que eu olhava pela janela evitava o milharal me forçando a pensar no que eu tinha visto mas a imagem do Espantalho se movendo não saía da minha cabeça a semana passou devagar e eu comecei a me sentir mais seguro afinal ele não apareceu de novo talvez eu
tivesse imaginado tudo aquilo talvez fosse só coisa da minha cabeça eu queria acreditar nisso mas no fundo algo me dizia que aquilo ainda não tinha acabado em um sábado à noite e como de costume meus pais e eu tínhamos a nossa noite de filmes era um dos poucos momentos em que a gente se desligava dos afazeres da fazenda e ficava junto assistindo aos filmes que a gente alugava na cidade aquele sábado não foi diferente estávamos no sofá rindo e comentando o filme eu estava começando a me sentir mais à vontade relaxando pela primeira vez desde
o que aconteceu no meio do filme resolvi ir à cozinha pegar alguma coisa para comer um salgadinho talvez só para matar a fome antes do fim do filme enquanto eu andava até a cozinha olhei casualmente para a janela foi aí que eu o vi o espantalho dessa vez ele não estava no milharal ele estava bem ali parado do lado de fora da janela da cozinha e o pior de tudo ele tinha um rosto um rosto distorcido agressivo com olhos vazios que pareciam olhar diretamente para mim meu corpo congelou o sangue gelar nas veias quando o
espantalho levantou a mão de palha e bateu na janela o som do golpe seco contra o vidro ecoou pela cozinha e eu gritei corri de volta pra sala o coração quase saindo pela boca e chamei meu pai ele levantou de repente sem entender nada tem alguém lá fora bateu na janela eu disse apontando desesperado para a cozinha ele não parecia acreditar mas o pânico na minha voz o fez agir pegou a espingarda que a gente sempre tinha para qualquer emergência e saiu pela porta sem pensar duas vezes enquanto ele foi lá fora fiquei na sala
com a minha mãe tremendo ela tentava me acalmar dizendo que era só minha imaginação que não tinha ninguém ali mas eu sabia o que eu tinha visto alguns minutos depois meu pai voltou ele disse que não tinha nada lá não havia nenhum sinal de alguém perto da janela nem pegadas no chão ele parecia mais preocupado com o fato de eu estar assustado do que com a ideia de que alguém pudesse estar lá fora no domingo de manhã o dia estava ensolarado e por um momento eu quase conseguia esquecer o que tinha acontecido na noite anterior
mas ao sair de casa para dar uma volta pela fazenda me deparei com algo que me deixou inquieto uma das nossas galinhas estava morta jogada no chão perto do galinheiro Às vezes isso acontecia quando uma galinha fugia e era pega por algum animal da região como um gambá ou uma raposa mas o que me deixou intrigado foi que a galinha não tinha sido comida ela estava simplesmente morta sem sinais de ataque apenas estendida no chão a estranheza daquilo me incomodou o resto da manhã enquanto o tempo passava não conseguia evitar pensar no Espantalho algo parecia
errado desde a noite anterior com a luz do dia eu senti que seria mais seguro ir até o milharal e conferir de perto mesmo com o medo ainda presente quando cheguei ao milharal uma sensação de pânico me dominou O Espantalho estava ali no mesmo lugar de sempre mas havia algo diferente presas nas suas roupas rasgadas eu vi penas Penas que pareciam da galinha Mor que eu tinha encontrado mais cedo meu estômago revirou e um arrepio percorreu minha espinha aquelas penas misturadas ao tecido sujo e velho do Espantalho me fizeram ter certeza de que algo muito
errado estava acontecendo aquilo foi a gota d'água eu não conseguia mais olhar para o espantalho sem sentir um pavor profundo quando meu pai me pediu para ajudar com as tarefas próximas ao milharal eu inventei desculpas Fiquei longe de lá o medo estava tomando conta de mim a ponto de eu mal conseguir dur Mira à noite meu pai percebendo que eu estava estranho acabou ficando preocupado Depois de alguns dias me vendo evitar qualquer tarefa perto do milharal ele me chamou para conversar relutante acabei contando o que tinha visto as penas grudadas no espantalho e a Galinha
Morta de forma estranha eu ainda não mencionei o que tinha visto durante a noite mas só de falar sobre o espantalho meu coração disparava meu pai sempre prático decidiu que era hora de acabar com aquilo de uma vez por todas ele não acreditava em histórias de medo mas sabia que eu estava aterrorizado no dia seguinte pegou o espantalho do milharal e sem muita cerimônia levou-o para o meio do campo se esse Espantalho está te deixando assim vamos acabar com ele hoje mesmo disse ele então sem hesitar Ele montou uma pequena fogueira e ateou fogo no
Espantalho fiquei a ali assistindo em silêncio enquanto as chamas consumiam o corpo do Espantalho transformando-o em cinzas o cheiro de palha queimada e roupa velha invadiu o ar e pela primeira vez em dias senti uma onda de alívio me invadir meu pai não disse mais nada quando o espantalho virou o pó Ele apagou o fogo e me deu um leve tapinha no ombro Pronto agora você pode dormir tranquilo ele falou depois daquele dia O Espantalho nunca mais foi um problema aos poucos O medo foi se dissipando e as noites voltaram ao normal já faz muitos
anos desde que isso aconteceu e hoje como adulto eu olho para trás com uma mistura de alívio e inquietação lembro de cada detalhe como se tivesse acontecido ontem não sei explicar o que houve mas até hoje quando passo por um milharal não consigo evitar uma sensação estranha de que algo está me olhando isso aconteceu quando eu era adolescente morando com meus avós Em uma fazenda no interior do Paraná meus pais haviam falecido em um acidente quando eu era pequeno e desde então meus avós tomaram conta de mim a vida na fazenda era tranquila exceto por
uma coisa que sempre me deixava curioso o celeiro velho que ficava trancado toda a noite meu avô era rígido com isso todo o fim de tarde ele ia até o celeiro e trancava a porta com um cadeado pesado quando eu perguntava o porquê ele apenas dizia que era perigoso e que não era para eu me aproximar dali depois do anoitecer por mais que eu insistisse ele nunca me explicava o motivo e minha avó sempre calada apoiava essa regra com um olhar silencioso como se houvesse algo que eles não queriam que eu soubesse durante o dia
o celeiro Parecia um lugar comum cheio de ferramentas antigas e algumas coisas que meu avô guardava lá mas à noite eu sentia algo diferente de vez em quando enquanto eu estava na varanda ou andando perto do celeiro achava que ouvia sons estranhos como algo se movendo lá dentro o celeiro não ficava tão longe da casa mas o suficiente para que fosse fácil e esses sons achando que era o vento ou algum animal noturno porém à medida que o tempo passava os barulhos começaram a ficar mais frequentes e minha curiosidade crescia numa noite em particular não
consegui me conter esperei meus avós irem dormir e pegi uma lanter o celeiro esta ali imóvel à somra das Árvores mas havia algo de errado naquela noite o ar estava mais frio do que o normal e eu sentia uma estranha pressão no peito enquanto Me aproximava da porta trancada quando me agachei para olhar o cadeado percebi que ele estava meio solto como se não tivesse sido trancado direito naquela noite aquilo era minha chance com coração acelerado segurei a lanterna firme e abri a porta do celeiro ela rangeu alto o som cortando o silêncio da noite
e de dentro saiu uma rajada de vento gelado que me fez estremecer lá dentro tudo estava escuro exceto pelo feixe de luz da minha lanterna que iluminava o chão de terra e as prateleiras cheias de ferramentas velhas dei um passo para dentro e senti um arrepio percorrer minha espinha era como se algo me observasse algo que não podia ser visto mas estava ali no escuro Foi então que ouvi um som baixo como um sussurro ecoando pelos cantos do celeiro Minha Lanterna começou a tremer na minha mão enquanto eu tentava focar o feixe de luz em
direção ao som mas não havia nada ali deve ser minha imaginação pensei tentando me acalmar Porém quando comecei a me virar para sair um som mais claro ecoou do fundo do celeiro não era o vento nem um animal era uma risada baixa distante mas muito real ela parecia vir de todos os cantos ao mesmo tempo preench o espaço com uma sensação de puro terror meu corpo congelou queria correr Mas minhas pernas não se moviam o medo me dominou completamente e Por um momento achei que algo ia aparecer ali no escuro e me agarrar Depois de
alguns segundos paralisado pelo medo consegui me mexer sem pensar duas vezes Corri em direção à porta do celeiro quando saí fechei a porta e a tranquei novamente senti o vento gado novamente mas não parei até chegar de volta à casa meus avós ainda estavam dormindo e eu sabia que se os acordasse para contar o que tinha acontecido eles provavelmente ficariam bravos na manhã seguinte o silêncio na mesa do café da manhã parecia mais pesado que o normal eu evitava olhar diretamente para o meu avô mas ele parecia perceber que algo estava diferente no entanto não
falei nada com medo de ser foi só mais tarde quando o sol já estava alto no céu que meu avô veio até mim enquanto eu cuidava de algumas tarefas na fazenda ele se aproximou sem dizer uma palavra por um momento e então com uma voz baixa e séria disse você abriu o celeiro não foi eu congelei na hora ele sabia não tinha como negar balancei a cabeça confirmando e meu avô suspirou pesadamente você não devia ter feito isso ele disse parecendo mais preocupado do que irritado tem coisas naquele celeiro que você não entende coisas que
são antigas e perigosas aquelas palavras me deixaram ainda mais confuso e assustado coisas antigas e perigosas o que meu avô estava escondendo ali dentro por que ele nunca falava sobre isso com o coração acelerado Finalmente criei coragem para perguntar o que tem lá dentro V tramos toda noite meu avô olhou para o chão por um momento como se estivesse ponderando se deveria me contar ou não então com um olhar grave ele começou a falar isso aconteceu muito antes de você nascer começou ele com a voz pesada de lembranças essa Fazenda já foi muito maior e
o celeiro sempre esteve aqui na época um homem morava perto daqui ele era visto como alguém estranho recluso mas ningém ligava muito para isso até que começaram a acontecer coisas esquisitas animais desapareciam barulhos estranhos Vinham da floresta e as pessoas falavam de sombras que viam durante a noite meu avô fez uma pausa olhando para o horizonte como se relembrasse detalhes que preferia esquecer um dia esse homem foi acusado de fazer magia negra as pessoas estavam com medo achavam que ele estava fazendo algo maligno foram até a a casa dele e bem Digamos que as coisas
não terminaram bem eles o pegaram E trouxeram ele até aqui para esse celeiro e depois daquela noite nunca mais se ouviu falar dele engoli seco a história já era Estranha o suficiente mas algo no tom do meu avô me deixou ainda mais nervoso desde então continuou ele algumas coisas não saem daqui aquele homem ou o que ele deixou para trás a ainda está preso nesse lugar por isso toda a noite trancamos o celeiro porque se ele abrir se ele sair ele não completou a frase mas eu já sabia o que ele queria dizer depois que
meu avô contou aquela história sobre o celeiro a vida na fazenda seguiu normalmente mas eu nunca mais fui o mesmo evitava passar perto do celeiro e fazia de tudo para ocupar minha mente com outras tarefas o barulho que antes me atraía agora só me enchia de medo não contei a ninguém sobre o que ouvi ou sobre a história que meu avô me revelou decidi enterrar aquela experiência no fundo da minha mente e seguir em frente mesmo com a rotina aparentemente tranquila havia algo diferente no ar era como se o celeiro estivesse sempre ali esperando por
algo Eu via as portas trancadas à distância e um arrepio percorria meu corpo sempre que as notava minha vontade de descobrir o que havia dentro foi substituída por um medo constante e sufocante parecia que o próprio celeiro estava me observando mas eu evitava encarar aquilo de frente com o passar dos dias meu avô voltou a agir normalmente sem mencionar mais nada sobre o celeiro Mas eu sabia que ele também sentia que algo estava errado nas noites mais frias ele trancava a porta da casa com mais cuidado e em alguma as madrugadas eu o via levantando
para verificar se tudo estava no lugar era como se mesmo sem falarmos ambos soubéssemos que havia algo lá fora que precisávamos evitar a partir daquela noite em que a risada ecoou do celeiro eu nunca mais me atrevi a chegar perto o celeiro continuou fechado e as noites seguiram tranquilas não ouvi mais sons estranhos vindos de lá e o medo que me consumia começou a enfraquecer com o tempo no entanto o silêncio que se seguiu não foi reconfortante pelo contrário ele parecia esconder algo ainda mais profundo e desconhecido apesar de tudo a curiosidade que eu tinha
quando era mais novo nunca voltou eu não queria saber o que realmente estava lá dentro e muito menos o que meu avô mantinha em segredo ele nunca mais falou sobre o assunto e eu respeitei Esse silêncio com o tempo As Histórias Que ouvimos e as experiências que vivemos ficam guardadas se transformando em memórias distantes que nos assombram de vez em quando hoje mesmo depois de ter deixado a fazenda e seguido com minha vida ainda lembro do celeiro eu me pergunto o que teria acontecido se eu tivesse insistido em voltar lá mas nunca saberei a resposta
o celeiro continua lá intacto e trancado e eu prefiro que continue assim como uma lembrança distante sem respostas eu nasci e cresci na fazenda da minha família uma propriedade simples mas cheia de memórias desde pequeno meus pais sempre tiveram cães para proteger a casa eles eram nossos fiéis companheiros sempre atentos a qualquer coisa estranha não importava o que acontecesse se alguém chegasse perto da casa Mesmo durante a madrugada os cães sempre latiam era como se nada passasse despercebido por eles era uma noite comum como qualquer outra mas com o passar das Horas algo me incomodava
o silêncio estava tão quieto que me deu uma sensação estranha algo que eu não conseguia explicar normalmente àquela hora os cachorros já estariam agitados andando pela varanda ou latindo para algum bicho no mato Mas aquela noite foi diferente eu meirei na cama várias vezes tentando afastar a sensação ruim mas o silêncio era pesado demais me levantei fui até a janela do meu quarto e olhei para o quintal a lua iluminava tudo de forma fraca mas o suficiente para eu perceber que os cães não estavam em seus lugares habituais algo esta errado meus cachorros que sempre
ficavam na varanda ou rondando a casa não se moviam eu sentia um aperto no peito mas tentei me acalmar talvez fosse só coisa da minha cabeça mesmo assim decidi descer para verificar peguei uma lanterna e quando cheguei lá fora Encontrei os cachorros todos encolhidos num canto tremendo como se tivessem visto algo assustador eles não fizeram um som nem sequer levantaram a cabeça quando me aproximei Aquilo me arrepiou era como se estivessem aterrorizados com algo invisível olhei ao redor tentando ver se havia algo fora do comum mas não havia nada o que poderia fazer os cães
reagirem daquela forma voltei para dentro da casa com uma sensação de desconforto crescente fechei a porta e tentei me convencer de que os cachorros deviam estar assustados por algum bicho ou qualquer outra coisa comum mas a verdade é que eu sabia que não era isso eles nunca tinham reagido daquele jeito antes havia algo diferente naquela noite algo que eu não conseguia entender sentei na cozinha com a lanterna em cima da mesa pensando no que poderia estar acontecendo olhei várias vezes para a janela esperando ver algo do lado de fora mas tudo continuava quieto e foi
nesse silêncio que eu ouvi vozes no início Achei que estava imaginando coisas mas logo percebi que não era um Sussurro vindo de algum lugar do lado de fora me chamavam pelo nome baixinho como se tentassem me atrair o arrepio que percorreu minha espinha foi imediato levantei da cadeira devagar tentando ouvir com mais clareza mas os sussurros pareciam se mover como se estivessem circulando ao redor da casa era uma sensação horrível como se alguém ou alguma coisa estivesse ali bem perto me observando meimei da ela hesitante e fiquei olhando para a escuridão do quintal as vozes
continuaram por alguns minutos sempre susurrando meu nome circulando ao redor da casa eu me perguntava se deveria sair e confrontar o que quer que fosse aquilo mas os cães continuavam encolhidos tremendo se nem eles que sempre enfrentavam qualquer coisa estavam dispostos a reagir Eu sabia que sair não era uma opção resolvi vi então me afastar da janela e fechei todas as cortinas O Som dos sussurros parou por um tempo mas minha atenção só aumentava fui até a sala sentei no sofá e tentei pensar em uma explicação lógica para o que estava acontecendo Foi então que
eu ouvi algo ainda pior Toque Toque Toque era um som seco vindo da porta da frente alguém ou alguma coisa estava batendo mas de uma forma lenta quase como se estivesse testando minha paciência fiquei paralisado por alguns segundos o medo dominando meu corpo peguei a lanterna de novo me aproximei devagar da porta tentando ouvir qualquer coisa os cachorros que estavam no canto do quintal não faziam um som apenas tremiam mais uma vez o som toque toque toque agora eu estava convencido de que tinha algo errado apertei o punho da lanterna minha respiração estava acelerada e
me forcei a dar uma olhada pela janela ao lado da porta quando ergui a cortina vi uma silhueta escura era difícil distinguir qualquer detalhe mas o que quer que fosse estava parado imóvel em frente à porta da minha casa e então eu vi a coisa não tinha rosto era uma figura sem traços apenas um borrão escuro meu coração disparou afastei a cortina rapidamente o pânico me dominando a coisa lá fora começou a se mover com passos lentos contornando a casa como se estivesse me cercando corri para a cozinha tentando controlar minha respiração enquanto ouvia os
passos ecoando do lado de fora cada vez mais próximos da janelas o silêncio voltou mas ele parecia mais ameaçador do que os passos ou os sussurros eu sabia que não estava mais sozinho e isso me aterrorizava tentei acalmar meus pensamentos foi emão o som de algo arranhando a parede da casa come como alguém ese rasando unhas ou garras do lado de for eu não sabia o fazer se os cachoros que Fazenda est encolhidos E apavorados como eu podia enar aquilo deci trar todas as port e janelas movir para bloquear a entrada da cozinha e sentei
no chão esperando aquilo passar mas antes que eu pudesse me convencer de que aquilo era o suficiente ouvi o som mais assustador de todos a maçaneta da porta da frente começou a girar lentamente eu olhei para a porta congelado de medo a maçaneta se mexia devagar como se algo estivesse testando minha reação no fundo eu sabia que seja lá o que fosse não estava ali para apenas observar senti uma onda de frio invadir o ambiente o o ar parecia pesado de repente fiquei ali esperando pelo pior quando finalmente a maçaneta parou de se mexer tudo
ficou em um silêncio mortal foi nesse instante que ouvi a voz sussurrando meu nome de novo mas dessa vez bem atrás de mim a voz estava atrás de mim mas eu sabia que não podia olhar era como se algo me dissesse que se eu virasse veria algo que não deveria minhas pernas pareciam presas ao chão meu corpo inteiro congelado pelo medo a voz sussurrava meu nome de novo dessa vez mais próxima como se estivesse ao pé do meu ouvido Eu sabia que precisava sair dali num impulso de coragem levantei e corri para o quarto trancando
a porta atrás de mim Meu Coração batia tão forte que parecia que ia explodir eu me encolhi no canto do quarto tentando me convencer de que tudo aquilo era minha imaginação mas o medo era real demais os passos continuavam pelo corredor cada vez mais próximos algo estava dentro da casa agora o som era pesado como se arrastasse os pés e o sussurro do meu nome ecoava pelas paredes me cercando meus olhos estavam fixos na porta do quarto esperando que ela se movesse a qualquer momento de repente os sons Pararam o silêncio voltou denso e opressor
mas eu não conseguia relaxar Sabia que aquela coisa ainda estava por perto permanecia em silêncio por horas sem mover um músculo até finalmente ver a luz da manhã atravessando as frestas da janela levantei com cuidado e fui até à porta quando a abri tudo estava quieto mas não normal marcas de pegadas cheias de terra se espalhavam pelo chão da casa como se alguém tivesse entrado e caminhado por ali durante a noite as pegadas iam do corredor até a sala como se aquela coisa tivesse vagado pela casa enquanto eu estava Trancado no Quarto o medo voltou
com tudo Segui as marcas até a porta de entrada e quando saí para o lado de fora algo ainda pior me esperava na fachada da casa arranhões profundos cortavam a madeira como se algo com unhas grandes e afiadas tivesse tentado entrar à força aquelas marcas não poderiam ter sido feitas por nenhum animal que eu conhecesse meu estômago revirou e minhas pernas quase cederam o que quer que fosse aquilo não era algo natural e pior parecia que estava tentando entrar na minha casa naquele mesmo dia fui falar com meu pai eu não conseguia mais manter aquilo
só para mim Quando contei o que havia acontecido ele ficou sério mas não surpreso Meu pai sempre teve um olhar reservado sobre algumas coisas que aconteciam na fazenda mas ele nunca ia nada como se quisesse me proteger de algo ele me contou que há muitos anos um vizinho nosso havia desaparecido misteriosamente diziam que ele tinha sido visto pela última vez vagando por essas terras E desde então algumas pessoas relataram ouvir coisas estranhas à noite o caso nunca foi resolvido e todos na região evitavam falar sobre o assunto como se ignorá-lo fosse mantê-lo longe mas parecia
que aquilo havia voltado e agora estava atrás de mim decidi que não podia mais ficar naquela Fazenda na semana seguinte me mudei para a cidade deixando a fazenda para trás junto com os segredos sombrios que ela guardava eu nunca mais ouvi aquelas vozes nem vi aquela figura mas de vez em quando quando volto para visitar minha família os cães ainda Ficam nervosos à noite como se soubessem que está sempre por perto eu tento não pensar muito nisso mas as memórias ainda me assombram Eu nunca fui de acreditar em coisas estranhas Mas o que aconteceu naquela
semana foi difícil de ignorar aconteceu há alguns anos quando eu ainda morava na fazenda da minha família no interior de Goiás a rotina era sempre a mesma acordar cedo cuidar dos animais limpar os currais e repetir tudo no dia seguinte a vida no campo é assim meio monótona mas sempre cheia de trabalho naquele dia enquanto limpava o Curral algo diferente chamou minha atenção no meio do silêncio da tarde um pássaro pousou na cerca do Curral não era um pássaro comum suas penas eram completamente pretas tão escuras que quase brilhavam e seus olhos vermelhos como fogo
ele ficou ali parado Apenas me observando como se estivesse esperando alguma coisa não se mexia nem piava eu continuei o meu trabalho mas não conseguia parar de olhar para aquele bicho estranho era como se os olhos dele atravessassem a minha alma me deixando com uma sensação esquisita um calafrio que subia pela espinha depois de um tempo tentei espantá-lo jogando um pouco de água na direção dele o pássaro não se moveu aquilo só piorou minha sensação de desconforto era como se ele estivesse pregado ali fixado em mim quando terminei o serviço olhei mais uma vez para
a cerca mas o pássaro já não estava lá me senti aliviado achando que talvez fosse coisa da minha cabeça uma coincidência mas não era mal sabia eu que aquela seria apenas a primeira vez que veria aquela criatura naquela noite fui para cama mais cedo o dia tinha sido cansativo como todos na fazenda e o silêncio da noite Rural sempre me ajudava a relaxar meu quarto ficava no fundo da casa com uma janela virada para o quintal e era comum ouvir os sons dos Grilos das Corujas e de vez em quando de algum animal se movimentando
ao longe mas naquela noite O som estava diferente o silêncio era pesado sufocante lá pela meia-noite acordei de repente sem saber porquê algo tinha me tirado do sono mas eu não sabia o que era foi quando olhei para a janela e o vi de novo o mesmo pássaro com suas penas negras e olhos vermelhos estava ali parado na beirada da janela me encarando aqueles olhos brilhavam no escuro como duas Brasas acesas e eu senti o mesmo calafrio de antes mas agora muito mais intenso era como se ele estivesse me esperando de novo fiquei ali congelado
sem saber o que fazer o pássaro não se movia apenas me observava Como se quisesse me dizer algo mas sem emitir um som finalmente depois de um tempo que pareceu uma eternidade ele bateu as asas e sumiu na escuridão Meu Coração batia acelerado e eu sabia que aquilo não era normal na manhã seguinte quando acordei havia penas pretas espalhadas pelo quintal pareciam as mesmas do pássaro que tinha visto na cerca peguei uma delas e passei os dedos sentindo que era macia mas de alguma forma aquilo não me trazia paz pelo contrário Parecia um sinal tentei
pensar racionalmente talvez fosse só um pássaro comum algum tipo que eu não conhecia mas a verdade é que o brilho vermelho dos olhos dele não saía da minha cabeça eu sabia que aquilo não era normal respirei fundo e segui para o onde tinha deixado meu trabalho inacabado na tarde anterior ao chegar lá me deparei com algo que me fez parar no meio do caminho na mesma cerca onde o pássaro tinha pousado no dia anterior havia mais penas pretas mas o que chamou a minha atenção foi o estado do local a Terra ao redor da cerca
estava toda mexida como se algo grande tivesse se debatido por ali as marcas eram estranhas como se uma força ível tivesse passado por ali durante a noite fiquei parado por alguns minutos tentando entender o que estava acontecendo aquelas marcas e as penas só aumentavam a sensação de que algo muito errado estava acontecendo naquela fazenda mas mais uma vez deixei para lá achando que era só coisa da minha cabeça cansada respirei fundo e voltei para o Curral tentando continuar o trabalho naquela mesma noite fui para cama ainda pensando no pássaro e nas penas algo dentro de
mim dizia que eu deveria ficar de olho então resolvi ficar acordado por mais tempo esperando por qualquer coisa estranha o silêncio da noite na fazenda era sempre tranquilo mas naquela noite parecia denso como se algo estivesse para acontecer a qualquer momento por volta de meia noite quando o sono já estava começando a me vencer ouvi de novo o mesmo som que tinha ouvido na noite anterior o bater de asas só que dessa vez o som parecia mais forte mais próximo levantei devagar e fui até a janela com uma mistura de curiosidade e medo quando olhei
para fora o vi novamente o mesmo pássaro preto com os olhos vermelhos brilhando estava na mesma cerca onde o tinha visto pela primeira vez mas agora ele não estava sozinho junto ao pássaro na escuridão do quintal eu podia ver algo mais uma sombra era como se uma figura Estivesse se formando ao lado do pássaro mas não conseguia distinguir o que era ela parecia flutuar no ar se mexendo lentamente senti um frio correr pela espinha mas continuei olhando sem saber se estava imaginando aquilo ou se era real o pássaro que antes parecia só me observar agora
parecia estar mostrando algo uma sensação de perigo tomou conta deim e sem pensar duas vezes fechei a cortina com força voltei para a cama mas o barulho do bater de asas não parava como se o pássaro estivesse tentando me chamar fiquei ali debaixo das cobertas sentio que algo mais estava acontecendo naquela noite mas semag para sair do quarto no dia seguinte ainda abalado pela noite anterior resolvi contar tudo para o Zeca um dos peões mais antigos da Fazenda ele era um homem de fé do tipo que levava um terço no bolso e estava sempre fazendo
suas orações enquanto a gente trabalhava lado a lado no curral Soltei o que estava me atormentando Zeca tem acontecido umas coisas estranhas por aqui Vi um pássaro preto com olhos vermelhos me observando e parece que esse bicho tá me perseguindo ele apareceu na janela do meu quarto duas noites seguidas E agora tem até sombra estranha no quintal Zeca parou o que estava fazendo e me olhou com uma seriedade que não era comum ele coçou a cabeça e suspirou como se já soubesse do que eu estava falando olha rapaz essas coisas não são brincadeira pássaro preto
com olho vermelho Isso é coisa ruim já vi isso antes tem gente que acredita que esses bichos são Mensageiros de Algo pior algo que a gente não vê mas que tá rondando eu fiquei calado esperando ele continuar o que eu te digo é o seguinte você precisa rezar e não é só uma reza qualquer não tem que benzer a casa O Curral tudo isso afasta essas coisas Vou te arrumar um ramo de Arruda e um pouco de água benta quando a noite cair você reza e espalha a água em tudo que for canto eu não
sabia se acreditava naquilo mas depois de tudo que estava acontecendo achei que não custava tentar naquela mesma tarde Zeca me trouxe o que prometeu um ramo de Arruda e uma garrafinha de água benta me ensinou uma oração simples para Pedir proteção Quando a Noite Chegou fiz exatamente o que ele falou passei a água benta pelas janelas pelas portas e até ao redor do Curral rezei com o ramo de Arruda nas mãos pedindo proteção e que qualquer coisa ruim fosse embora naquela noite o silêncio voltou a reinar não ouvi mais o som das asas batendo nem
vi o pássaro de olhos vermelhos pela primeira vez em dias dormi tranquilo sem aquele medo esquisito que vinha me perseguindo depois daquela noite nunca mais vi o pássaro de olhos vermelhos o Zeca todo dia antes de ir embora deixava um pouco de água benta para mim isso virou parte da rotina e eu passei a fazer isso todas as noites pedindo proteção mesmo depois que me mudei da Fazenda não deixei de fazer minhas orações carrego um frasquinho de água benta até hoje e sempre faço questão de usar mesmo que tudo tenha voltado ao normal talvez tenha
sido só superstição ou talvez realmente tenha afastado algo ruim mas uma coisa é certa eu nunca vou esquecer aqueles olhos vermelhos me observando e não pretendo dar chance para que algo assim volte a aparecer i
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