Transformações no Mundo do Trabalho | Diálogo Sem Fronteira (2016)

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TV Unicamp
O programa Diálogo sem Fronteira segue um formato de entrevistas, apresentadas de forma dinâmica e a...
Video Transcript:
Oi [Música] hoje programa diálogo Sem Fronteira tem a satisfação de receber o professor Ricardo Antunes será bem-vindo Professor obrigado é um prazer professor Ricardo Antunes é titular aqui do departamento de sociologia do Instituto de Filosofia e ciências humanas da Universidade Estadual de Campinas ele tem uma inserção internacional muito grande e um grande estudioso das relações de trabalho as suas obras foram traduzidas em diversos idiomas e o professor tem ministrado não só no Brasil mas no estrangeiro é cursos e palestras sobre o grande tema da sua investigação que é o mundo do trabalho até o livro
tá mente um dos livros mais conhecidos o professor é esse e o trabalho que foi traduzido em diversos idiomas e que é uma referência na área então o nosso tema de hoje professor Antunes é justamente sobre isso as transformações do mundo do trabalho então gostaria de começar perguntando isso juntamente com a questão que que eu sei que conceito ao qual sempre conversar com uma questão conceitual que é essa da ao mundo do trabalho por Oposição a mercado de trabalho acho que é com isso nós já chegamos um pouco ao ao nosso tema Claro a noção
de mercado de trabalho é lá por certo levante mas ela circunscreve o trabalho ao espaço restrito de Gamas assim da produção da inserção profissional não é quando o mundo do trabalho me obriga a pensar não só essa dimensão né digamos o espaço no trabalho mas todo aquele conjunto de elementos que envolvem a ação da cla e o mundo trabalho e emprego em pensar por exemplo as ações sindicais as formas de resistência a consciência de classe o ideário dos trabalhadores das trabalhadoras as formas e ação de luta Portanto ele é muito mais abrangente ele nos obriga
a pensar no espaço que transcende digamos assim o espaço estritamente econômico que aquele que em geral já tem quando se trata do mercado e trabalha numa pesquisa essa em mais abrangente ideia Exatamente porque a questão central é essa quer dizer não estamos pensando apenas numa dimensão que a seria a dimensão econômica do mercado mas o professor está mostrando essa esse aspectos culturais sociais políticos fez do trabalho na Então aí nesse contexto né nesse âmbito sabendo que é disso que estamos falando é transformação falando de transformações do mercado do mundo do trabalho então o que eu
e agora é como o professor ver esse processo no Lago prazo porque é lógico nós temos aí é uma mudança de uma sociedade Industrial Alguns chamam esta cidade industrial com uma sociedade pós-industrial uma sociedade moderna para um a pós-moderna que são diferentes maneiras de tratar dessa questão de uma um certo tipo de organização do trabalho muito centrado na empresa na linha de montagem coisas desse tipo e numa sociedade que cada vez mais se torna com robotizada clã introdução de métodos de palhaça diminuição da indústria também né admissão percentual da indústria crescimento do serviço equestre bruxa
eu falasse um pouco de como ver esse contexto vejo a tua são várias questões que você levanta eu vou dar uma ideia Central depois a gente pode aprofundar que ele alguns pontos ver fundamentalmente o capitalismo que nós tivemos no século 20 magistralmente estampada com ele o Chap Nos Tempos Modernos era o capitalismo da grande indústria do mundo Martinico da maquinaria da classe trabalhadora masculina predominantemente masculina da classe trabalhadora devemos A Grande Fábrica de ser ou isso gerou os italianos Oxalá vou operar e o massa classe trabalhadora é os indicador da indústria taylorista e fordista né
E este modo de produção vigente no século 20 a partir entre 68 1968 e mais especialmente 1973 ele deu sinais muito profundos de esgotamento Não é fundamentalmente esse pode lembrar que a indústria automobilística já que ele era o protótipo desse tipo de fábrica né se você tem um pátios lotados de carros produzidos e tem que vender os número de crise a retração do mercado os carros ficam os passos de colocados e as e tiveram grandes prejuízos né Para dar um exemplo muito simples e a partir daí da da crise de 73 foi muito profunda foi
uma crise estrutural e profundo é a gente vai ficar chamava ouvia nada é mais fundo petróleo foi uma expressão é uma escrever no mini cadela né na verdade era preciso criar não é para pelas empresas um novo tipo de produção que por um lado se apropriasse do maquinário informacional já estávamos vivendo a chamada entre "revolução tecnológica ela cibernética era do computador e não era mais necessário que uma empresa fosse imensa a Volkswagen do Brasil chegou a ter entre o fim da década de 70 e início da década de 80 nas suas várias unidades no Brasil
mais de 40 mil trabalhadores a cidade em São Bernardo chamava-se é uma cidade operária que a prefeitura Rua delegacia dentro da faf nasce uma empresa flexível e enxuta esparramada mundo o e conectada com um sistema informacional Digital estou brigou e esta questão de fundo é isso que eu venho trabalhando no adeus ao trabalho e nos sentidos do trabalho para os meus dois livros que a minha felicidade entrada no debate internacional com força aérea sentido trabalho a Camille sair em inglês nisso isso é inglês em vários países inclusive na Tive a felicidade de tê-lo publicamente Estados
Unidos e Inglaterra Holanda na Índia entende que para mim Nunca Imaginei Que Pudesse conhecer ainda ter um livro lá publicar fundamentalmente o que se passa uma empresa flexível cuja produção será do produto abcd isso vale para uma escola um hospital feitas as devidas as mutações né depois possa sempre ficar e nesta empresa flexível Os Capitais as empresas querem uma classe trabalhadora e flexível uma classe trabalhadora que você entregues emprega de acordo com oscilação do mercado das então o fenômeno terrível da terceirização EA Minha tese Pedro que eu apresento nesses dois livros e esses dois gostoso
dialogando com a literatura europeia norte americana e japonesa fundamentalmente é esse meu debate né é que não é que você tá tendo um processo de eliminação do trabalho você tá tendo uma mudança muito profunda no teu chamo na nova morfologia do trabalho a partir de agora por exemplo a informalidade né Que Era exceção 30 anos atrás tende a ser a regra Nós estamos vendo no Brasil de hoje a implantação para não falar isso vem pra Inglaterra ele vai engravidar existe uma coisa chamada contrato de Zero Hora Ciro ao escudo pra que você fica a letra
trabalhando com esperando o seu telefone celular um dia dois dias sem no terceiro dia se recebe uma chamada você atende aquele trabalho faz em uma hora volta e você quer sabe por uma hora não pela 70 horas tentar 72 horas você tá disponível né nossa nós temos esse sistema de contrato de Zero Hora Ou do chamado Uber do Brasil funciona não só mais no prato ele para tem médicos que atendem chá a Telefônica se dá uma consulta como se fosse um um um carro do Uber se hoje a desse debate e isso prima classe trabalhadora
sem direitos desse protegida desse regulamentada a margem da Seguridade Social as consequências de São Profundas é por isso que o desemprego entre outras coisas que o desemprego global é muito grande e Os Capitais estão usando dessa era de desemprego global é portanto desemprego de amplitude Mundial para destruir o direito do trabalho que foram conquistados nos anos 30 40 50 60 do século passado a informalidade Deixa de ser a regra há exceção para tendencialmente tornar-se-á regras e com ela vem terceirização flexibilidade Tá certo precarização que em geral ainda que de modo diferenciado pode ser diferente a
precarização do trabalho de um médico de um Jornalista e uma trabalhadora de serviços de limpeza a universidade não é e isso ataca muito digamos assim aqueles direitos da classe trabalhadora no contexto que em 2008 se agoniza com a crise global de 2008 para cá as Taças europeias norte-americanas e japonesas tratamento planta crescimento é pequeno os lá decréscimo é grande e quem é mais penalizada Juventude não tem trabalho né agora justamente Como que o professor Nesse contexto geral é o a questão dos sindicatos né porque a uma diminuição dos países mais ricos uma diminuição constante dos
sindicalizados nos diversos países nos mesmos países com um país com uma França que é um país com uma tradição forte mas também o número de sindicalizados é percentualmente é muito pequeno e é resultado desse processo que o professor está mencionando claro né então eu pergunto como que fica por um lado essa e se por um lado é enfraquecimento sindicais e por outro lado nós temos movimentos principalmente com relação a essa Juventude desempregada é que se tem uma uma mas quase Alguns chamam até uma espécie de revolução política porque temos partidos Como podemos na Espanha que
é do nada digamos assim a partir dessa crise de 2008 que o professor mencionou nós temos um partido que é o terceiro partido ao mesmo tempo na juventude né Então como que eu ia ver se conseguia um exame lá embaixo hoje Perdeu muito mas por que passei na na Grécia os quatro anos se há dez anos eles praticamente não existir não tenho como que o professor você quer ver esses dois lados que eu não sou a primeira coisa muito importante Pedro o seguinte é o sindicato sofreram um golpe dúplice duplo golpe muito duro o neoliberalismo
já deixava Claro no seu ideário aí é que frio demais de que o sindicato atrapalha e o sindicato negocial ou Sindicato reivindicativo de plástico e se deve ser eliminado da cena Mundial também o primeiro problema e não foi fácil eu meu livro sentir o trabalho eu estudei foi um ano dando aula e pesquisa no aniversário de inglesa pôde ver o neoliberalismo ali no seu sentido mais brutal e uma das coisas que o neoliberalismo em inglês fez nos Estados Unidos também em outros países também foi marcar aqui muito duro o sindicato num contexto onde o mundo
da empresa e da produção sempre ou profundamente terceirizados da feminização do mundo trabalho Juventude Imigrantes do isso quebrou aquele Operário homem masculino portanto regulamentado que garantia o sindicato do século 20 antes era o garantir uma força né mas ao mesmo tempo você tem uma massa por exemplo de trabalhadores jovens você tem na Europa hoje a juventude de 24 25 26 anos graduado a porta Agora que não tem Preto o que tem um nível de escolaridade de Formação ele olha o pai com 40 e poucos anos desempregado economista mãe dentista social socióloga o contadora ou administradora
também com a cidade 40 e 45 anos desempregada ambos qualificados eles por quê que eu vou-me estudar se eu não tenho futuro do emprego isso gera a nova morfologia do trabalho Pedro ela nos obriga a pensar uma nova morfologia das formas de representação do trabalho então muitas vezes o sindicato se mostram um capacitados e tem que mudar eu participei de várias atividades na Europa com sindicatos europeus fazendo assembleias com Imigrantes quando frequentemente o sindicato europeu se fecha para Imigrantes porque ele ver o Imigrante uns o adeus ao trabalho meu livro não é tão galega que
eu lancei na Galícia 12 15 anos atrás foi uma assembleia com presença de imigrantes entende latino-americano aqui povoavam o mundo espanhol pelas facilidades inclusive e da língua então nós temos nós estamos percebendo que muitos sindicatos estão revendo esse revigorando e renascendo também foi assim veja você Historiador sabe bem disso do século 19 para o século 20 houve uma mudança muito profunda e o sindicalismo de ofício do século 19 né quase ainda o medo de um herdeiro dos arteiros dos artesãos E você vai no quarto e se tornaram sindicatos de massa Hoje nós estamos vendo sindicatos
verticais e hierarquizados de uma indústria taylorista e fordista ele tem que entender o que que a indústria flexível toyotista do nosso tempo o sindicato tem que ter um outro tipo e a experiência desistido agora é como um terremoto que se abateu sobre o mundo no trabalho O Mundo do Trabalho no século 21 é muito diferente do mundo do trabalho que em geral pior é importante dizer isso né E como num outro programa nós podemos aprofundar essas dimensões basta dizer isso que a formalidade está sendo corroída a humanidade que eu não conheço nenhum na minha pesquisa
de 40 anos eu nunca pesquisei uma trabalhadora terceirizada ou um trabalhador terceirizado que eu perguntasse para você tá feliz como terceirizado ou terceirizado ou você preferia ser um trabalhador estado nunca eu encontrei desde que ele conferir o pesquisador sabe que eu não sou um agente da empresa ele nunca Diz ela que eu estou satisfeitíssimo aqui é bom não tem direito é bom ficar rodando é bom no de férias é bom não ter condição de não ter sindicato para representar não porque é uma situação Ribeira Aí como eu disse recentemente aqui no jornal da Unicamp a
escravidão moderna escravidão no século 21 que é repulsivo é aí agora para ver se o Ricardo queria agradecer muito sua participação no programa porque é muitas vezes as pessoas vêm esses fenômenos como por exemplo a terceirização outras formas de subordinação das pessoas de maneira quase que naturalizada como se isso fosse da ordem natural do mundo quando Na verdade são situações históricas concretas que e não são necessárias lá nós podemos mudá-las lá então queria agradecer muito para fazer o recado por participar do programa de hoje obrigado foi um prazer estamos à disposição por suposto um abraço
é eu lembro que este todos os outros programas diálogo Sem Fronteira estão disponíveis para download no site da RTV Unicamp também no canal YouTube da RTV Unicamp E com isso eu convido a todos o próximo programa diálogo Sem Fronteira a [Música]
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