A História Social da Criança Parte 1

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Estudo Dirigido Psi
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Video Transcript:
[Música] olá pessoal eu sou ql sou psicóloga professora e pesquisadora na área da infância e na interface com a educação e com alguns outros temas como por exemplo a violência sistema de garantia de direitos e hoje eu tô aqui pra trabalhar com vocês a obra a história social da criança e da família de felipe ele é uma obra que caiu muito em concurso na psicologia a gente se apropriou muito desse texto é bastante importante pra nós como psicólogos que estou precisão a infância e os temas que daí se desenvolvem e hoje a gente vai passear
um pouquinho nesse tema trabalhando a sua perspectiva histórica eu quero começar essa aula com um poema um poema contemporâneo de casimiro de abril meus oito anos que diz o seguinte ó que saudades que tenho da aurora da minha vida da minha infância querida que os anos não trazem mais como são belos os dias despontar da existência respira a alma a inocência este é um texto que eu gosto muito e me faz pensar nessa temática porque aqui a gente tem bastante identificação é em como a infância está sendo trabalhada essa infância que gera um saudosismo essa
infância que lembra aurora da vida e essa infância ligada ao despertar da existência ea uma idéia de inocência isso tudo a partir da obra que a gente vai estudar hoje a gente percebe que é histórico é uma constituição sócio histórica não foi sempre assim e o texto nos ajuda a pensar na constituição dessa ideia que nos é tão próxima o felipe e é um historiador francês que vem contribuindo de uma maneira muito profícuo com os estudos que versam sobre a infância família morte ele tem outras obras dentro dessas temáticas mas especificamente a história social criança
e da família ela vai partir de uma análise econômica gráfica das imagens da família européia e ocidental a partir do século 12 é e daí em diante nem ele faz uma historiografia desse período histórico ele busca compreender de que modo o sentimento de infância e de família vai influenciar e sendo influenciado pela constituição da vida escolarizado então a gente tem aí uma tríade a família escola e infância dentro dessa perspectiva histórica desse passeio histórico nesse recorte que começa no século 12 e vai até ali o século 18 ele chega avançar e fazer citações ao século
19 mas é esse o recorte que esse autor trabalha e do qual a gente vai se utilizar a gente vai passar pelos três capítulos apresentados na obra primeiramente ele trabalha com a constituição do sentimento de infância a partir da idade média depois no capítulo à parte dois né a ele vai trabalhar a invenção da escola moderna como espaço de separação e alargamento da infância e pra finalizar na terceira parte ele estuda faz um estudo da organização da família burguesa é é burguesia intimista como condição de possibilidade para a conservação dessa infância nós vamos fazer uma
passagem muito rápida pelo pela parte 2 e vamos nos ater mais na parte 1 e na parte 3 bom de pronto a gente precisa entender a linha argumentativa desse autor é importante para a gente entender como que organiza os dados históricos que ele apresenta é ele parte dois argumentos principais o primeiro é de que há uma ausência do sentimento de infância dentro das sociedades tradicionais onde se está preocupado muito mais com a conservação dos bens e das tradições dentro dessa família é ea infância ligada apenas à idéia de dependência ao se pensar na infância se
pensa na dependência que esse ser tem assim que ela deixa de depender do saldo dos adultos que a cercam é a infância está superada o segundo argumento desse autor é é que é possível localizar um novo lugar assumido pela criança pela família nas sociedades modernas se outrora a gente tinha aquela condição é é que nós já colocamos agora dentro das sociedades modernas é essa criança essa família começam a ocupar um outro lugar primeiramente possibilitados pela escolarização que passa a ser o modo de educar por excelência em detrimento da aprendizagem por convivência que a gente vai
retomar mais à frente e também por conta da família passar a ser um lugar de afeição entre os seus entes e preocupação com a educação das crianças então tanto a constituição da escola como a constituição da família são condições de possibilidade para esse novo lugar em que a criança ocupa e que a própria família ocupa dentro das sociedades modernas não estão colocados aí os dois argumentos iniciais dele e esses dois momentos históricos onde um é é subseqüente ao outro começando então entrando na obra já a primeira parte em que o sentimento de infância ele é
discutido pelo autor ele começa é falando das cidades da vida e ele faz isso a partir da iconografia do estudo das imagens localizadas no século 16 hoje ele percebe que nesse período a as imagens elas estão datadas a uma adaptação de idade e aí ele se faz o questionamento ele coloca uma problematização são porque datar em uma época em que não se lembrava ou não se falava da própria idade essa é uma pergunta inicial para entender como que as idades da vida são pensadas e são sentidas nesse tempo é e aí a gente faz uma
referência à página 32 em que ele diz a inscrição das cidades ou de uma data no retrato ou em um objeto correspondia ao mesmo sentimento que tende a dar à família uma maior consistência histórica eu tenho aquilo duas imagens que são do século 16 em que a gente vai ver um retrato não existia fotografia então se registrava a partir da pintura e é por isso que ele vai usar essa referência para fazer sua pesquisa histórica é você vai perceber nessas imagens não só a retração é o retrato a figura da pessoa também ali o seu
brasão as imagens que fazem referência à sua família e à sua idade têm ali é é difícil é se vocês vão conseguir ver mas eu fiz é uma uma alusão aqui em cima né o rapaz em 29 anos a moça 19 está escrito em latim a próxima que já aparecem crianças nós estamos no século 16 e 27 anos e 20 anos porque que se faz registro de idade porque também imóveis ele ele descreve isso que imóveis da época uma cama uma mesa tinha lhe uma data registrada é a intenção disso não é falar simplesmente da
idade daquela pessoa registrar a idade daquela pessoa mas é trazer consistência histórico para essa família é fazer registro da família porque a importância aí está na reputação na conservação do património na conservação do nome daquela família da história daquela família porque era isso que agora gava falou valor era isso que era valor naquele tempo mais do que a história individual daquela pessoa e aí ele vai falar das cidades da vida que na idade média designou de forma verbal e abstrata os períodos diferentes da vida eram formas comuns de conceber a biologia humana em relação com
as correspondências internatura 'is mais do que falar em idades a visão estava sobre os períodos diferentes da vida e é isso geralmente aparecia nas imagens dessa forma que eu trago para vocês no slide é uma escada ascendente depois descendente e isso estava em gravuras em calendários da época é e aí a gente vai ver imagens relacionadas com as funções sociais que se esperava de acordo com a expectativa social da época para cada período diferente da vida e ao invés de da parando após ano o grupo de idades cabia dentro daquele período fica mais claro quando
a gente pega é a especificação de cada um desses períodos que o autor traz uma obra a gente tem sete fases da vida quando eu falei da relação com os elementos internatura 'is era porque essas fases elas fazem referência por exemplo aos planetas as duas estações do ano as fases da lua de alguma forma se fazia referência a esses períodos fazendo alusão a esses elementos internacionais então a gente tem sete fases da vida primeiramente a infância que vai do nascimento até mais ou menos uns sete anos é aquele que nasceu chamado de infante que significa
criança e também não falante o herity a até os 14 anos a pessoa ainda é como a menina dos olhos é um termo latino que indica meninice infância é representada muitas vezes pelo estudante com o seu livro seu estojo ea gente vai ver nas obras de arte muitas existe é quando há diferentes atores daquela família ali representados um que carrega um estojo um livro e aí a partir dessa imagem referência a gente sabe mais ou menos qual é a faixa etária de se decida essa pessoa a adolescência até os 21 ou até os 28 podendo
se estender até o 37 aos 35 anos indica a capacidade de procriação de crescer fisicamente a gente tem a juventude até os 45 podendo se estender até os 50 anos ela está exatamente no meio das cidades é o seu nome no cenário da força e da dedicação ao outro ea si mesmo é interessante a gente perceber se a gente está falando de escada né é a juventude ela ocupa exatamente o centro antes dela antes dela três fases e depois dela mais três fases sendo simbólico nessa época como se a juventude fosse a idade ótima e
numa época em que por exemplo existiam muitas guerras a juventude ela está representada pelo militarismo é sempre esse homem forte viril atlético que segura armas e que está no edital num momento ótimo da sua vida justamente representando força e dedicação ao outro ea si mesmo aí depois a gente tem mais três fases que as eleito diem entre a juventude à velhice seria face da gravidade é da seriedade nos costumes e nas maneiras a velhice até os 70 anos de degradação dos sentidos e da dc dentária da ciência do estudo e aí e se essa figura
vai vir representada pelo senhor sabe o homem sábio e por último os seniores que é a última parte da velhice e aí acho que essa frase na página 37 representa bem como essa fase à vista o velho está sempre tossindo escarrando e sujando até voltar a ser cinza da qual fui tirada é a última fase geralmente tem ali uma imagem de morte junto com essa figura representada quando é essas fases elas são traduzidas do latim para o francês por uma questão de estar seis do vocabulário de at elas viram três a gente tem a infância
à juventude e à velhice esse quadro de oficiais no que é citado pela ria na obra ele é bem ilustrativo é um quadro do século 16 onde a gente vê representada as crianças é e aí até uma delas tem asas né gente vai voltar a falar sobre isso é o chamado puty é a primeira fase depois a gente tem um homem atlético já ali na sua relação interpessoal com uma mulher e que é o jovem e lá atrás tem a imagem de um velho com dois crânios nas mãos que é a representação da velhice essas
três fases muitas vezes representado em quatro também a gente vai ver em várias obras da época num outro momento da obra é a gente vai discutir então a descoberta da infância e o felipe e vai fazer uma historiografia como já pontuei aqui ocidental européia partir do século 12 utilizando a arte medieval documentada é pra isso ele vai usar não só as imagens pintadas por grandes artistas da época mas também diários cartas textos manuais que são lidos e trazem dados de como a infância é representada e como a família parece também nesse nessa arte mesmo medieval
a criança ela vai aparecer basicamente como um adulto em miniatura esse é um termo que talvez você também já conheça a gente usa muito dentro da psicologia parece em questão de concurso era assim que a criança era vista na idade média como um adulto em miniatura e assim ela era representada você vai observar nas obras que não existe uma preocupação é em si pintar a criança tal qual ela era criança é como se fosse mesmo um adulto em miniatura a gente vê isso nessa obra que dentro desse slide é importante a gente pontuar é que
nesta obra a gente está fazendo recorte histórico não é intenção do autor chegará a uma gênese há um princípio último de com começa a infância ele se dedica a analisar os elementos que são hegemônicos nesse período a gente está falando de descontinuidade histórica então eu coloquei aqui pra vocês três pontos que é ele também traz no livro primeiro que a arte grega na época helenística representou de forma realista criança o web idealização da infância então a gente encontra de maneira mais realista criança o românico retomou recurso dos trapos desculpa a recusa dos traços específicos da
infância que desaparece é na e colocar a fia medieval e os homens do século 10 e 11 não se detinha então diante da imagem da infância de alguma forma essa representação vai desaparecer não significa que antes disso ela não existia em outros contextos históricos e em outros é é território geográficos é a gente está falando de uma descontinuidade localizada datada que é o recorte que esse autor faz então isso é muito importante pontuar para a gente não cair nesse perigo da da gênese do do momento primeiro não é disso que a gente está falando colocado
esses pontos então é o ali vai dizer isso me faz pensar também que no período da vida real no domínio da vida real e não mais apenas de uma transposição estética a infância o período de transição logo ultrapassado e cuja lembrança também era logo perdida é esse é um aspecto bastante importante para a gente entender ou pensar porque é que ela desaparece existe um entendimento nesse contexto social histórico de que a infância é um período de transição muito breve muitos em valor e por isso não vale a pena registrar da maneira é realista que anteriormente
se registrava é então no século 13 a criança ela tá ligada à representação da criança ela tá ligada restrita a iconografia religiosa a gente tenta a criança em formato de anjo o menino jesus mais tarde a criança nua e esse menino jesus ele demora um pouco pra ser desnudadas só vai acontecer no final da idade média dos séculos 15 e 16 a gente já começa a observar representação da criança na economia a fia leia ela não está mais restrita a representação religiosa mas em outros retratos em outras imagens inclusive nos retratos de família ela começa
a aparecer principalmente trazendo dados é trazendo representação de uma vida comum entre crianças e adultos no contexto dos jogos do estrago do trabalho do passeio a criança era retratada por sua graça ou por seu pitoresco o que ele chama de infância engraçadinha e em diferentes obras em diferentes imagens a gente vai ver esse conceito que é um conceito que era uma ideia um sentimento da época em que a criança era vista como um ser engraçadinho é um termo exato que ele usa um ser que entretém os adultos que gera graça nos adultos é e é
simplesmente assim que a criança é vista então ela tá ali brincando ela tá com cavalinho de pau com um papagaio e representada dentro dessa lógica na qual ela estava enquadrada a função social do adulto em miniatura ou seja da criança era entreter então quando a gente ouve esse termo é em que nesse momento ela é vista como a criança engraçadinha a função social dela no contexto familiar e social era entreter os adultos a gente precisa lembrar é que nesse período existia uma alta taxa de mortalidade infantil e isso nos ajuda a entender o porquê dessa
relação tão frágil e tão breve que se tinha com a infância é isso dificultava o apelo afetivo uma vez que era muito fácil é morrer elas morriam muito cedo tinha se muitos filhos com pouco investimento de interesse já que a probabilidade de se perder aquela criança era muito grande se investia muito em perfilhos pra que alguns salvasse no meio disso tudo então existe uma indiferença com a morte a alma só se tornava imortal após o batismo é esse é um elemento também um dado importante a gente lembrar uma vez que é uma sociedade muito influenciada
pelo cristianismo a alma só é considerada a alma e depois que é batizada antes disso a morte não gera preocupação nesse contexto social ao superar o período de extrema dependência e vulnerabilidade a morte a criança está inserida no mundo do adulto a partir daí não havia restrições para sua participação na vida comunitária então assim é essa situação é bem importante para a gente entender estava na página 56 ninguém pensava em conservar o retrato de uma criança que tivesse sobrevivido e se tornando uma adulta ou que tivesse morrido pequena no primeiro caso a infância é apenas
uma fase sem importância que não fazia sentido fixar na lembrança no segundo o da criança morta não se considerava que essa coisinha desaparecida tão cedo fosse digna de lembrança e aí há o surgimento do retrato da criança morta isso mesmo que vocês ouviram no século 16 marca outro momento da relação com o sentimento de infância nós vamos ver aí a conservação dessa vida fundaj infantil no registro iconográfico percebam que há uma transição aí de uma indiferença total a morte dessa criança ou a passagem dela por essa fase fugaz nem que ela tava ali se lutando
para sobreviver e se manter naquele naquela sociedade assim que ela consegue superar essa fase em que a mortalidade é alta é ela já estava inserida no mundo dos adultos quando essa criança começa a ser retratada principalmente no retrato da criança morta a criança que pertenceu aquela família agora é vale a pena marcar a sua passagem por essa família a gente já percebe uma diferença e aí a gente tem aqui uma obra de 1.526 em que essa criança menor que já é retratada nua e isso é uma marca dos retratos de crianças uma passagem histórica em
que ela começa a ser retratada lua essa criança segundo dados históricos ela é falecida mas se é preocuparam em incluí la no retrato de família tal tanto ela quanto a mãe de branco que tá aqui do lado oposto também era falecida e essas pessoas foram registradas na imagem de família
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