Uma das grandes e mais debatidas questões da filosofia é se a ética e a filosofia da moral em si são meramente uma questão subjetiva de preferências e opiniões individuais. Ou se algumas respostas estão certas, e outras, erradas. O fato de termos debates permanentes, datando desde o princípio da filosofia, leva algumas pessoas a concluírem que, se os grandes filósofos têm debatido essas questões de justiça, direitos, bem-viver, moralidade e virtude.
E eles têm debatido essas questões por séculos, e ainda não acharam uma resposta que concordem. Então, talvez não haja uma resposta certa, talvez seja apenas questão de preferências e opiniões de cada um. Não acredito que essa seja uma conclusão que devamos tomar, pois, enquanto é verdadeiro que tais questões têm sido debatidas por muito tempo, também é verdade que não conseguimos parar de pensar nelas, e refletir sobre elas, e tentar chegar na resposta certa.
Sempre que as pessoas se envolvem em debates sobre alguma questão ética séria, ou uma questão de justiça, elas pressupõem a possibilidade de que algumas respostas são melhores que outras. De outra forma, o debate não teria sentido, se você parar para pensar. Se todos os debates morais fossem meramente subjetivos, então os debates simplesmente consistiriam nos participantes declarando suas próprias preferências subjetivas.
Como se dissessem: “Eu gosto de sorvete de chocolate, e a outra pessoa gosta do de baunilha”. Mas essa não é a forma como realizamos uma discussão ou debate ético e moral. Não estamos apenas declarando nosso sabor favorito de sorvete, ou nossa opinião sobre a forma certa de viver.
Estamos tentando persuadir, Estamos tentando transmitir argumentos que tenham o potencial de persuadir nosso interlocutor. Esse aspecto do debate moral, de que ele é invariavelmente persuasivo e envolve diálogo, sugere que a possibilidade de respostas melhores e piores deva ser pressuposta pela atividade de participar de um debate moral em si. Então, a forma como eu ensino e, até nos livros, a forma como eu escrevo a respeito de filosofia moral e política, é não tentar oferecer uma resposta única, como se eu fosse um pastor.
Mas procuro levantar questões, dar exemplos e contar histórias que convidam os estudantes, ou os leitores, a pensar por si mesmos. Não por não pensar que algumas respostas são melhores que outras, mas porque creio que o processo do diálogo e da argumentação em grupo é a única forma de tentar resolver a diferença entre relatos mais ou menos persuasivos de justiça ou do bem-viver.