[Música] o MEC concluiu que apenas quatro em cada 10 crianças do segundo ano do ensino fundamental estavam alfabetizadas no país em 2021 antes da pandemia em 2019 o número era melhor 6 em cada 10 crianças estavam alfabetizadas 40% dos Estudantes estão com dificuldades no processo de alfabetização é o que mostra um estudo feito com pais de alunos encomendado pelo Itaú Social Fundação lemann e bidi que avaliou o primeiro ano de aula da retomada presencial Um Desafio potencializado pela pandemia somado a uma desigualdade persistente o percentual de estudantes é de 53% nas famílias que vivem com
até um salário mínimo já nas famílias que vivem com mais de cinco salários mínimos brasileiras na largada da vida escolar em posição de desvantagem como mostrou uma recente avaliação internacional sobre habilidades de leitura entre os 65 países avaliados nesse teste o Brasil está lá na posição 58 abaixo da linha média da pontuação de 500 Entre todos esses países ou seja um resultado muito ruim o Brasil tem mostrado que os alunos no final do 4º ano não conseguem compreender informações simples e retirar essas informações de textos e fazendo suar um alerta as escolas e redes Estão
vivenciando muitas lacunas de aprendizagem a recomposição ela é fundamental para que as crianças adolescentes não sejam ainda mais excluídos e acaba em não desistindo da escola na medida que não conseguem acompanhar os conteúdos né O que está sendo ensinado [Música] da redação do G1 eu sou natuza Neri e o assunto hoje é o desafio de alfabetizar as crianças brasileiras Quais são os principais problemas enfrentados pelas escolas públicas e o que pode ser feito para mudar o cenário ainda nesta geração neste Episódio eu converso com a pedagoga Isabel Frade Presidente e América da Associação Brasileira de
alfabetização e pesquisadora do centro de alfabetização leitura e escrita da UFMG e Gabriel Correia economista e diretor de políticas públicas no Todos Pela Educação segunda-feira 12 de junho Isabel eu quero conversar contigo começando te pedindo para nos dar um contexto aprofundado para as pessoas que nos ouvem no seguinte sentido o que que uma criança deve saber para ser considerada alfabetizada se você por exemplo puder nos explicar porque que não se trata apenas decifrar palavras vai nos ajudar um montão a ilustrar que que a gente tá querendo abordar nesse Episódio de hoje eu vou ter que
voltar um pouquinho no tempo para dizer o que que era Alfabetizado em outras épocas né era considerado Alfabetizado quem assinava o próprio nome né e depois a escola passou a considerar alfabetizada aquela criança que decifra o sistema alfabético de escrita transformando uma palavra em suas e transformações em palavras né é uma habilidade assim muito básica e estável na definição do Alfa informação que é o domínio do sistema alfabético e parte do sistema ortográfico da escrita do português né mas enquanto a gente tem essa estabilidade dessa definição nós temos uma mudança muito grande nas nos usos
da escrita na sociedade então o tempo atrás não se não não era previsto que as crianças também soubessem ler e produzir determinados tipos de texto de uso social e hoje é essa expectativa de que além de decifrar o sistema de escrita e além de dominar alguns instrumentos de escrita Como dominar o uso do lápis da borracha do caderno que elas também sejam leitoras e produtores de texto e aí a gente entra no conceito de letramento que coloca mais uma camada nessa definição de alfabetização então não se espera que a criança apenas domina essa habilidades básicas
mas que ela faça uso disso e situações sociais o MEC criou um padrão um consenso do que a criança precisa saber para ser considerada alfabetizada ela precisa por exemplo saber ler e escrever frases e pequenos textos como bilhetes tirinhas histórias em quadrinhos e também localizar informações em um texto eu acho que é nuances porque tem o processo de cada criança tem a trajetória que ela já de cada uma das oportunidades que cada uma ou não teve mas em linhas Gerais é preciso de alguma forma definir para estabelecer metas a serem alcançadas no sistema de ensino
nós estamos falando de alfabetização de alfabetismo funcional e de letramento ao mesmo tempo agora Isabel eu queria dar trechos de uma pesquisa recente do MEC 56% dos Estudantes do segundo ano do ensino fundamental ou seja alunos com idades entre 7 e 8 anos não estavam alfabetizados em 2021 e a gente tá falando de um período crítico que foi justamente o da pandemia e o Brasil foi o país que fechou as escolas por mais tempo no mundo todo mas mesmo antes disso O Desafio já existia isso não é como você bem indicou não é não é
uma novidade para nós infelizmente Então eu queria te perguntar o seguinte Quais são os principais problemas que as escolas públicas enfrentam e como é que dá para formar professores que estejam em grandes condições de atacar esse problema da alfabetização que que dá para fazer nesse momento bem alfabetização é uma conquista cultural e social não é apenas de ordem individual Então não é uma questão de meritocracia uma criança pelos poderes de cognitivos por uma maior capacidade consegue aprender melhor a gente tem que olhar alfabetização no contexto das oportunidades educacionais né E esses índios que são divulgados
Eles são muito eu acho que são pouco interpretados em relação às variáveis que estão sendo postas em questão nesse resultado porque assim 56,4 Neto aí foi um índice ferido após a pandemia e nós tivemos o nosso país realmente não teve uma política que atacasse a questão da alfabetização no período pandêmico houve um descaso do governo né o governo continuou com sua política chamada política nacional de alfabetização que é um caso à parte precisa ser discutido porque foi na contramão de todo desenvolvimento da alfabetização brasileira ao mesmo tempo é que não se fez nada em relação
a alfabetização propriamente dita na faixa etária de cinco a nove anos a parcela de alunos fora da escola que era de menos de dois por cento nas redes públicas e privada do país cresceu bastante no fim do primeiro ano da pandemia chegou a 51% despencamos praticamente ao mesmo nível de 2006 no ano passado a parcela de alunos nessa faixa etária fora da escola diminuir um pouco para 4,25%, Mas ainda é mais do que o dobro da taxa de 2019 antes da pandemia Isso já é vazão isso gera reprovação isso gera abandono da escola né E
nós estamos no Brasil hoje perde milhões de crianças e jovens ao longo do ensino básico então fechar a torneira disso nós queremos garantir que não perder nenhuma criança nem um jovem na Educação Básica brasileira alfabetização no sentido mais Ampla existe conhecimentos e saberes é profissionais exige um teste também dos professores com as crianças para interpretar o que essas crianças precisam em determinado momento ali na sala de aula e a pandemia acabou com a noção de grupo acabou com a história que podiam ser relembradas que gera um pertencimento de grupo para aquelas crianças né embora a
gente tem essa habilidades e os conhecimentos que a gente trabalha na alfabetização tudo isso é trabalhado em função dos temas e contextos daquela sala de aula isso tudo ficou perdido que o percentual de crianças que não foram alfabetizadas durante a pandemia é o maior dos últimos 10 anos na pandemia aumentou em 66,3%, o número de crianças de 6 e 7 anos que não sabem ler e escrever e o impacto maior está entre as crianças mais pobres e para psicólogos pedagogos e neurocientistas é nessa fase na infância que a gente começa a aprender a socializar a
lidar com as emoções a compreender o mundo é por isso que até as crianças pequenininhas perdem com a necessidade de isolamento muita falta de estudar quando a gente estuda a gente pode ficar inteligente então nós tivemos dois anos desastrosos para alfabetização brasileira e tanto esses dados do MEC que foram publicados logo após pandemia como os resultados de provas como pesos e outras outras tem que ser contextualizados em relação a esse a esse momento Essa é uma questão né a segunda é que essa alfabetização na idade certa ela também varia com relação às o que que
se espera de uma alfabetização da década de 70 as crianças eram reprovadas do primeiro ano na faixa de 50%, porque eu aprendi a decifrar a ler e escrever palavras naquele ano eu fui um caso desse eu sou uma criança da década de 70 que reprovou no primeiro ano Pois é então é contra essa opressão do sistema de ensino seriado houve uma série de políticas de tentativa dilatar um pouco mais esse prazo que às vezes a ser reprovado no final de um ano e no fevereiro do outro ano ela tinha aquela aquela reação positiva mas o
dano já estava feito né E ela tinha que repetir tudo 2019 um milhão e 400 mil crianças tinham problemas com alfabetização 2021 2,4 milhões portanto aí um incremento para 40,8% eu penso que algumas alguns caminhos a gente pode seguir como a relação da alfabetização com a vida do aluno questões relacionadas ao que o aluno vive né o contexto como a gente diz né isso outra coisa é fazer um processo de alfabetização que não se restringe exatamente Ao que se chama idade certa porque não tem uma idade certa né Tem gente que tem criança que alfabetiza
com cinco com seis com oito então a ideia de trabalhar com ciclos a ideia de trabalhar no ciclo de três anos que vigorou aí em várias políticas né que acabaram determinando coleções de livro didático determinando política de Formação acabaram expandindo esse processo até os oito anos para poder fazer mais exigências em relação a essa alfabetização expandida que eu falei antes né a gente não vai ser universalizou a escola na década de 90 né mas a universalização nem sempre levou essa promoção do alfabetização porque precisa de ter mais elementos aí quando são de trabalho formação de
professores materiais metodologias no plural e se você não tem uma frequência a escola anterior você pega uma criança de 6 anos que está começando em tese pegaria criança de 6 anos do começo de um processo de descolarização então daí a ideia de um ciclo mais amplo com a exigências maiores que ficou no plano nacional de educação está previsto 3 anos e na política a partir do temer pois estabelecer dois anos tanto que a base Nacional como curricular foi alterada Para incorporar essa ideia de dois anos e tem também o peso da desigualdade não é só
uma questão pedagógica não é só uma questão de gestão do sistema de ensino alfabetização o mapa do analfabetismo é o mapa da desigualdade social brasileira basta olhar o primeiro Censo No Brasil onde é que tinha isso de Alfabetizado no final do século XIX e olhar hoje quais são os grupos Quais são as regiões quais são os estados que tem maior ou menor alfabetização Quais são os analfabetos são pretos e pardos entre as crianças mais pobres o percentual das que não sabiam ler e escrever aumentou de 33 para 51% entre 2019 e 2021 e entre as
mais ricas o aumento foi de 11 para 16% mas a classificação de crianças como brancas ainda segundo a pesquisa do IBGE 35,1% das Crianças entre 7 e 6 e 7 anos não sabiam ler e escrever pela classificação do IBGE como crianças pardas definição da pesquisa 44 e meio por cento também na classificação do IBGE crianças classificadas como pretas 47,4% das crianças para ver que tem questões mais amplas envolvendo outras políticas públicas né é políticas que realmente incluem a a população não apenas uma expectativa de escola de ser Alfabetizado na expectativa de continuidade da escolarização mas
a desigualdade ela ela tem que ser colocada em primeiro plano porque senão a gente faz uma análise muito ingênua como se bastasse uma metodologia inovadora como se masturcasse uma gestão uma premiação de escolas que que tem o melhor resultado para entender né ontem Saiu uma uma pessoa uma nova pesquisa do pinade mostrando que houve uma maior índice de analfabeto do país ainda é do Nordeste né mas que o Nordeste conseguiu reduzir mais do que os outros estados unidos analfabetismo no período Então a gente tem situações muito estáveis no sudeste mas o Sudeste também tem um
índice de analfabetismo que fica cada vez mais difícil de romper porque a gente tá lidando com gerações de jovens e adultos que não tiveram direito a escolarização e temos esforços grandes em regiões que estão conseguindo aumentar o índice de alfabetização mas assim no meio de muita desigualdade ainda Isabel eu te agradeço demais por ter vindo falar com a gente de um tema tão importante muito obrigada bom trabalho viu para todos Espera um pouquinho que eu já volto para falar com Gabriel Correia Gabriela falava agora com a Isabel sobre o tamanho do desafio que é alfabetizar
as crianças aqui no Brasil e pensando do ponto de vista da política pública o que que comprovadamente funciona para ampliar e ao mesmo tempo melhorar alfabetização sempre que a gente pensa em política pública para melhorar aprendizagem dos Estudantes e nesse caso alfabetização das Crianças a gente tem que olhar para sala de aula para sala de aula em que as milhares de professores e professores do Brasil trabalham cotidianamente Para apoiar esse trabalho que está sendo feito lá porque eu digo isso porque se uma política pública não passar por toda essa cadeia de implementação Para apoiar o
trabalho dessas professoras e professores ela vai ter sido inoco não vai ter efeito Então a partir disso que a gente pergunta mas o que que as evidências científicas o que que é experiências nacionais e internacionais ponto que dá certo né a gente não tem uma bala de prata para resolver alfabetização no Brasil mas temos um conjunto de ações que são fundamentais e que todas as redes de ensino né Secretaria de Educação que conseguiram avançar fizeram destacar rapidamente aqui em primeiro lugar o apoio e a formação de professores e professores como qualquer profissão os professores e
professores precisa se desenvolver eu desenvolvimento profissional ao longo do tempo e com muito apoio com condição de trabalho e que tipo de apoio é esse vamos materiais didáticos né livro de leitura para criança materiais que possam apoiar esse trabalho das professoras avaliações são muito importantes não no sentido punitivo mas para ajudar professoras a identificar quais crianças que ainda não aprenderam que deveriam ter aprendido que precisam de algum reforço uma boa gestão da escola para incentivar o trabalho colaborativo objetivo dos professores e dos profissionais de educação que trabalham na escola então esse conjunto de ações é
fundamental agora os municípios são os entes da Federação responsáveis pela grande maioria das escolas dos anos iniciais do Ensino Fundamental então a reflexão que fica é para além dos Municípios o que que será que os estados e o governo federal podem fazer porque eles têm sim um papel muito relevante de apoiar e dar mais incentivo para os municípios avançarem você deu uma deixa importante que é o estabelecimento de uma colaboração com o município e o governo anuncia nesta segunda-feira justamente para estabelecer ali um pacto com estados e municípios para ver o que que no que
que dá para avançar no que que dá para melhorar o que que precisa fazer Onde é que estão os gargalos assim Onde é que estão as boas práticas como é que você resolve o problema o gargalo é investimento ou a outros que não são tão óbvios para quem não é especialista como você no assunto a ampliação de investimentos em educação ela é sempre muito importante mas a boa notícia é que o novo fundeb que é um sistema de financiamento da Educação Básica ele vem ampliando os recursos disponíveis para as redes municipais que são as redes
diretamente responsáveis pelo pelos primeiros anos do Ensino Fundamental que é onde acontece alfabetização em relação ao fundeb eu quero entender a saída do fundeb porque colocar o fundeb não acabou Eu não entendi até agora porque essa mudança segundo o relator não há prejuízo é o fundo segundo alguns outros prejuízo enquanto a gente fala dessa colaboração entre o governo estadual e os municípios com apoio do governo federal a gente deve falar especialmente em dois grandes duas grandes Avenidas E essas duas grandes Avenidas são muito inspiradas no caso do Ceará que é um caso que já deu
certo em que o governo estadual de fato apoiou seus municípios e o ministro vem do Estado né e o ministro da educação vem do Estado A secretária executiva do Ministério da Educação vem do Estado então eles lançam esse compromisso muito inspirado na política cearense das 10 melhores escolas do Brasil nos anos iniciais todas são cearenses o estado também se destaca na avaliação dos anos finais do ensino fundamental do sexto ao nono ano das 10 melhores escolas 8 São daqui vários outros estados também já tem se embasado se inspirado no lançamento de suas ações essa política
ela por um lado tem um apoio muito forte dois governos estaduais ou seja das secretarias Estaduais de educação para as prefeituras oferecendo material oferecendo formação para gestores e para professores oferecendo avaliações para os estudantes Então tem um apoio muito forte que é dado Mas tem uma outra Avenida que anda junto é fundamental que é do incentivo do incentivo a priorização política a gente sabe que nem sempre alfabetização tem um compromisso político no Brasil como se dá esse incentivo os recursos do ICMS que é um imposto importantíssimo arrecadado pelos Estados mas que parcela dele precisa ser
repassado para as prefeituras esse repasse no Ceará é muito grande parte dele é calculado pelos avanços na alfabetização então as prefeituras que mais avançam os seus indicadores mas recebem recurso isso gera um incentivo muito forte para que a alfabetização realmente vire uma pauta prioritária o ministro da educação Camilo Santana disse que o governo vai lançar um pacto nacional para Arcos índices de alfabetização Tem que haver uma união de esforços de todas as esferas desse país e da sociedade civil organizada das entidades de classe enfim da sociedade como um todo vários outros estados estão começando avançar
esse caminho e um impulso do governo federal nesse sentido seria extremamente importante para o Brasil e Gabriel como é que salva Uma Geração inteira de crianças eu explico a minha pergunta quando a criança não é alfabetizada nos primeiros anos do Ensino Fundamental ela chega depois desse período com lacunas em diferentes matérias em diferentes disciplinas então eu te pergunto o que que dá para fazer em caráter emergencial até para que não se perca Uma Geração isso é muito importante a gente precisa no Brasil chamar mais atenção para essa tragédia silenciosa que é o fato da gente
não conseguir alfabetizar todas as nossas crianças Porque isso tem um impacto imenso na trajetória escolar delas nos anos subsequentes mas também na própria vida desses estudantes que vão entender a evasão escolar ao sobre emprego e a várias outras dimensões de suas vidas que ficam extremamente prejudicadas é muito importante um esforço emergencial na alfabetização dos Estudantes especialmente nesses anos agora que a gente acabou de sair de uma pandemia extremamente crítica então o Ministério da Educação com os estados com os municípios precisam identificar quais são realmente as crianças que não foram alfabetizadas que não são só as
crianças no segundo ano mas também tem crianças no terceiro no quarto no quinto no sexto ano do Ensino Fundamental que não foram alfabetizados e tempo políticas específicas para elas por mais tempo na escola com professor dedicado para poucos alunos com material didático específico para essa alfabetização muitas vezes tardia uma avaliação feita com 250 mil crianças de 7 anos mostrou que 73% delas não leem ou leem no máximo nove palavras por minuto apenas 7% são leitoras fluentes Nessa idade o impacto que isso tem para trajetória escolar dos alunos é muito grande né se o aluno não
são alfabetiza na idade certa é muito difícil você imaginar que ele consegue acompanhar e consegue aprender os diferentes componentes curriculares ao longo do resto da vida escolar que ele vai ter dá para fazer essas crianças não estão condenadas a serem analfabetas para sempre mas precisa de muito comprometimento para que isso de fato aconteça Gabriel super Obrigada pela participação é um prazer participar com vocês e obrigado por trazer um tema tão relevante para o país [Música] Este foi o assunto podcast diário disponível no G1 no Globo Play ou na sua plataforma de áudio preferida vale a
pena seguir o podcast na Amazon no Spotify assinar um novo episódio comigo na equipe do assunto estão Mônica Mariotti Luiz Felipe Silva [Música]