Um bom dia a todos vocês, meus caros! Sejam bem-vindos à meditação diária a partir dos textos de Santa Teresa de Jesus. Peçamos a Deus a sua bênção no dia de hoje, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós dentre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.
Amém. O Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Dia de hoje, então, entramos no quinto parágrafo do Capítulo 36 do Caminho de Perfeição. Diz Santa Teresa: "Isso é coisa para rir ou chorar, pois há mais razões para isto, sim, porque a regra não manda que não tenhamos humildade; manda que haja harmonia. Mas eu não devo ficar tão harmonizada com as coisas que estimo que tenha mais cuidado em observar esse ponto do que em seguir outras coisas que talvez guardemos imperfeitamente.
Não deve toda a nossa perfeição estar em observar este ponto da regra. " Aqui, ela fala da regra do Carmelo, que manda sempre respeitar as religiosas mais velhas, mas aqui ela está falando para não transformar isso num motivo de orgulho, né? É essa recomendação: "Se eu me descuidar nisso, não faltará quem observe por mim.
Porém, temos tanta inclinação para subir – embora não cheguemos ao céu por aqui – que não queremos saber de descer. Ó Senhor, Senhor, não sois vós o nosso modelo e mestre? Sim, por certo.
Então, em que esteve a vossa honra? Exemplo de honra, não a perdeste. Sem dúvida, ao serdes humilhado até a morte, não, Senhor, vós a ganhaste para todos.
" Ó, por amor de Deus, irmãs, seguimos o caminho errado, pois nos perdemos desde o início. E queira Deus que não se perca alguma alma por defender esses obscuros pontos de honra, sem entender em que está a honra. Além disso, chegamos a pensar que teremos feito muito se perdoarmos uma coisinha dessas, que não é ofensa, não é injúria, nem nada.
Então, com ar de quem fez muita coisa, suplicamos ao Senhor que nos perdoe, já que perdoamos. Dai-nos, meu Deus, a compreensão de que não nos entendemos e de que estamos com as mãos vazias; e perdoai-nos por vossa misericórdia. Em verdade, Senhor, não vejo nada, pois todas as coisas se acabam e o castigo é eterno.
Não vejo nada que possamos diante de vós para que nos concedais um favor tão grande, a não ser que o façais por aquele que vos pede. Mas quanto deve o Senhor estimar que nos amemos uns aos outros? Pois o Bom Jesus poderia ter apresentado ao seu Pai outras coisas e dizer, por exemplo: 'Perdoai-nos, Senhor, porque fazemos muita penitência', ou 'porque rezamos muito', ou 'porque jejuamos', ou 'porque deixamos tudo por vós', e 'muito vos amamos'.
Ele também não disse: 'porque daríamos a vida por vós', nem, como eu digo, outras coisas que poderia dizer. Ele falou somente assim: 'como nós perdoamos. ' Talvez Ele o tenha dito porque, conhecendo-nos como grandes amigos desta negra honra e sabendo ser o perdoar uns aos outros a coisa mais difícil de conseguir de nós, viu que ser ela a coisa que mais agrada ao seu Pai.
Tendo-a oferecido de nossa parte, efeitos que o bom Espírito deixa, levai muito em conta, irmãs, que Ele diz: 'assim como nós perdoamos' como coisa já alcançada. Segundo eu já disse, demos muita atenção a isso. Quando uma alma a quem Deus concede as graças de que eu falei na oração de contemplação perfeita não sai dela, muito determinada a perdoar todas as injúrias, por mais graves que sejam, e não essas que dizem ser injúrias, então não deve confiar muito em sua oração.
Porque uma alma que Deus atrai a si numa oração tão elevada não é alcançada pelas injúrias e nem se incomoda mais em ser ou não estimada. Eu não me exprimo bem; ela se importa em ser estimada, sofrendo muito mais quando recebe honras do que quando é desonrada e contentando-se muito mais com as tribulações do que com o descanso. Porque quando o Senhor lhe deu aqui, de verdade, o seu reino, ela nada mais quer do mundo, e para reinar mais elevadamente compreende ser esse o verdadeiro caminho.
E já viu por experiência os grandes benefícios que lhe advêm e o quanto avança uma alma quanto padece por Deus. Porque só muito raramente o Senhor concede graças tão sublimes a pessoas que não tenham sofrido muito de bom grado por Ele, já que, como eu disse em outra parte deste livro, são grandes os padecimentos dos contemplativos, razão porque o Senhor procura pessoas experimentadas. Então, pausamos aqui, né, no parágrafo 8, e amanhã lemos a partir do parágrafo 9.
Então, neste dia, Santa Teresa retoma ainda a temática do Pai Nosso, né? 'Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos'; e aqui ela volta na questão das honras, né? Falando que mesmo dentro da vida religiosa, as pessoas podem achar alguns pontos e começar a se apoiar nisso para obter honra, porque o sujeito é superior de uma comunidade, porque ele ocupa o cargo A e não o cargo B, porque ele considera a tal função exercida por ele mais elevada do que outra.
E assim, com pequenas coisinhas, vamos considerando que isso seja uma honra quando, na verdade, deveria ser um serviço. E aqui Santa Teresa vai dizer o que. .
. Que agrada mais a Jesus? Que nós nos amemos uns aos outros e, por amar ao outro, tenhamos a capacidade de perdoar.
Isso Jesus mandou. Agora, o resto são invenções nossas, e isso vale também para a vida de igreja. Quanta gente se gloria porque "ah, eu sou o coordenador da pastoral A ou B"; "ah, porque eu fui nomeado pelo bispo, eu fui nomeado pelo padre para fazer isso ou aquilo".
Tá, mas se eu não amar o próximo, se eu não fizer isto para agradar a Deus e para servir ao próximo, não vale nada. Aliás, pode ajudar a perder a minha alma, porque eu estou colocando a razão da minha vida, do meu trabalho, do meu esforço em coisas menores e não estou olhando para aquilo que realmente Deus quer que eu faça. Né?
Amar é uma decisão. É uma decisão de ajudar o próximo, mesmo que o próximo não mereça. É uma decisão de ajudar o próximo, apesar do próximo, apesar de ser quem é, apesar de ser, às vezes, uma pessoa até que tenha me ofendido.
Mas eu tenho essa capacidade de ajudar, caso ela precise. E eu faço isso às vezes nem tanto pela pessoa, porque às vezes a pessoa me deu motivos reais para não querer saber dela. E, ainda assim, por causa de Cristo, por amor a Cristo, eu sou capaz de ajudar essa pessoa.
Isso é amar de verdade. Jesus não nos manda gostar; o gosto tem muito a ver com as nossas aptidões pessoais. O gosto.
Agora, o amor é um mandamento, e amar é colocar-se a serviço; é ser capaz de ajudar, é ser capaz de fazer algo por alguém, por causa de Cristo. A motivação final é sempre Cristo. E Santa Teresa ainda finaliza essa reflexão de hoje dizendo que aqueles que atingem realmente a oração de contemplação - esse é o termômetro para saber.
Tem muita gente que acha que já está, né, na quarta, na quinta morada, né? Depois, a gente vai estudar o livro das moradas. Tem gente que acha que já se elevou muito, mas existe um termômetro para saber se realmente a pessoa se elevou na vida espiritual, e esse termômetro são as dores e injúrias.
Por quê? Porque, se nós nos elevamos no caminho da oração, nós teremos a vida de Cristo. Cristo dará a nós a vida que é dele, e a vida de Cristo foi uma vida de muito trabalho, muitos desprezos, muitas blasfêmias contra a sua pessoa.
E, às vezes, nós não aguentamos uma ofensa tão pequenina. Então, isso significa que nós não avançamos muito, ou melhor, nós não avançamos quase nada. Se uma ofensa, se uma injúria, se uma mentira dita em relação a nós perturba a nossa paz, desperta em nós a raiva, o desejo de justiça imediata, etc.
e tal, é porque nós ainda nos consideramos muito e nós ainda não recebemos de Cristo as graças que ele quer nos dar de nos configurar a Ele. Agora, uma pessoa que de fato se elevou bastante na vida espiritual, ela vai entender os elogios como um sofrimento, porque ela sabe que, se for muito elogiada, ela pode cair no pecado da soberba e começar a achar que aquelas características, aqueles dons são dela. Agora, quem já se elevou mais entende que o caminho do sofrimento e da injúria é um caminho de união com Cristo.
Que Nossa Senhora, nossa mãe, nos dê a graça de nos aproximar de Cristo cada vez mais, de avançar cada vez mais e de nos configurar a Jesus, para que um dia possamos dizer de verdade, não da boca para fora, aquilo que disse São Paulo: "Já não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim". A vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem Gloriosa e Bendita. Amém!
Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! Grande abraço a todos.
Depois, aqui ao final, eu lerei as mensagens e, depois, havendo alguma dúvida, alguma questão, amanhã eu já comento, tá bom? Fiquem com Deus e até amanhã, se Deus quiser.