Primeiro aos Coríntios, capítulo 15, de 35 a 49, o apóstolo Paulo faz uma discussão a respeito do corpo da ressurreição. É a única passagem do Novo Testamento que trata do assunto com detalhes, embora, naturalmente, ele não vá responder todos os questionamentos que alguém porventura tenha. Primeiro aos Coríntios, capítulo 15, a partir do versículo 35, mas alguém dirá: "Como é que os mortos ressuscitam e com que corpo virão?
" Insensato, o que você semeia não nasce se primeiro não morrer. E quando semeia, você não semeia o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou de qualquer outra semente. Mas Deus lhe dá corpo como Ele quer dar, e a cada uma das sementes, dá o seu corpo apropriado.
Nem toda carne é a mesma; porém, uma é a carne dos seres humanos, outra a dos animais, outra a das aves e outra a dos peixes. Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais e outra a dos terrestres. Uma é a glória do sol, outra a glória da lua e outra a das estrelas, porque até entre estrela e estrela há diferenças de glória.
Pois assim também é a ressurreição dos mortos: semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita-se na incorrupção; semeia-se em desonra, ressuscita-se em glória; semeia-se em fraqueza, ressuscita-se em poder; semeia-se corpo natural, ressuscita-se corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual; pois assim está escrito: "O primeiro homem, Adão, se tornou um ser vivente, mas o último Adão é espírito vivificante. " O que vem primeiro não é o espiritual, e sim o natural; depois vem o espiritual.
O primeiro homem, formado do pó da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Como foi o homem terreno, assim também são os demais que são feitos do pó da terra; e como é o homem celestial, assim também são os celestiais. E assim como trouxemos a imagem do homem terreno, traremos também a imagem do homem celestial.
Até aqui, meus irmãos, como os irmãos percebem, é uma passagem difícil. Nós precisamos da graça de Deus para tentar entender o que o apóstolo Paulo está querendo nos instruir aqui. Ó Deus, nós reconhecemos a nossa limitação; nós sabemos que, diante da Tua palavra, nossa ignorância se torna manifesta.
Nem tudo o Senhor nos revelou, há um mistério a respeito das coisas celestiais que só na glória o Senhor haverá de manifestar. Enquanto aqui, desse lado da eternidade, quando vemos como que por espelho, conhecemos em parte. Pedimos que nos dês humildade para viver e praticar aquilo que podemos saber e deixar os mistérios nas Suas mãos.
Nós pedimos que essa passagem nos esclareça, nos encoraje, nos encha de alegria e de expectativa. Em nome do Senhor Jesus. Amém.
Meus irmãos, aquele grupo na igreja de Corinto que afirmava que não havia ressurreição dos mortos era uma ameaça muito séria, tanto em termos espirituais como em termos éticos, para a vida da comunidade. Conforme temos visto nas últimas quatro mensagens, aqui nesse capítulo, o assunto é tão sério que Paulo dedica a maior porção da carta exatamente a esse assunto, que é o capítulo 15. Aqui ele vem abordando essa negação da ressurreição, não pela igreja toda; não era a igreja de Corinto que dizia que não havia ressurreição dos mortos, mas provavelmente um grupo que estava ali.
Paulo vinha abordando o ensino deles, que afirmava que não havia ressurreição de mortos, e respondendo aos argumentos que eles apresentavam, que vinham apresentando ali na igreja, e dos quais Paulo tomou conhecimento através das diversas fontes que lhe informaram da situação da igreja. Tinha aquela família de Cleo que é mencionada logo no início do capítulo 1; há uma carta que é mencionada no capítulo 7; tem uma comissão de membros da igreja de Corinto que foi até onde Paulo estava, que é mencionada no capítulo 16. Então, pelo menos três fontes de informação o apóstolo Paulo tinha a respeito da situação na igreja de Corinto e, através delas, de todas ou de algumas, ele tomou conhecimento de que havia esse sério problema ali.
E ele, desde o início do capítulo 15, vem respondendo aquilo que ele tomou conhecimento como sendo os argumentos do grupo para dizer que não havia ressurreição. Paulo começa no capítulo 15 lembrando aos Coríntios o evangelho que eles receberam. Quando Paulo foi lá pregar o evangelho, ele pregou não algo da cabeça dele, mas algo que ele já tinha recebido daqueles que já eram cristãos antes de Paulo.
E Paulo, como vocês sabem, é uma segunda geração de cristãos, a segunda onda, por assim dizer, dos apóstolos, a primeira sendo os 12. O evangelho que foi pregado era esse: que Cristo morreu e ressuscitou dentre os mortos, literalmente. Depois, Paulo apresenta as evidências da ressurreição dos mortos e da ressurreição de Cristo a partir das Escrituras, a partir do testemunho dos apóstolos e, por fim, através do seu próprio testemunho, quando ele declara que, por último, de todos, o Cristo ressurreto apareceu a ele.
Depois, ele mostra quais as implicações desastrosas para a fé e a vida cristã se de fato não há ressurreição de mortos; por implicação, Cristo também não haveria ressuscitado. Depois, ele responde a indagação sobre por que a ressurreição de mortos parece demorar, e é quando ele explica que Deus segue uma sequência; Ele tem um plano, um projeto que a gente chama da história da redenção e que, no momento, Cristo está sentado à direita do trono de Deus, subjugando os Seus inimigos, e que o último inimigo a ser vencido vai ser a morte. E isso vai acontecer por ocasião da vinda d’Ele, e aí vai ter a ressurreição dos mortos; e, por último, nós vimos as consequências de negar a existência da ressurreição de mortos.
Sendo a pior delas, ou a que mais chama atenção, aquilo que Paulo disse: "não é que, se mortos, não ressuscitam? Então, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos e vai acabar tudo". E todas as pessoas?
Nós somos as mais infelizes na passagem que temos aqui diante de nós. Paulo continua a falar sobre esse tema da Ressurreição e agora ele responde a outro questionamento que tem a ver com a natureza do corpo da ressurreição. Era como se aquele pessoal dissesse: "tá, vamos imaginar que vai ter ressurreição de mortos.
Mas então, como é que vai ser isso? Que tipo de carne vai ser? Que tipo de corpo vai ser?
E como é que eles virão? Como é que vai acontecer essa ressurreição que você diz que vai acontecer? " Então, aqui, o apóstolo Paulo vai responder essas perguntas e outros questionamentos.
Depois do verso 50 até o verso 58, ele vai terminar, se Deus permitir, na próxima segunda, nós vamos terminar o capítulo 15 falando do Triunfo final em Cristo Jesus, daqueles que são Seus. Aqui, no verso 35, ele tem a pergunta que vai responder. O verso 35 diz: "mas alguém dirá: como é que os mortos ressuscitam e com que corpo eles virão?
" Aqui, a gente não sabe. Paulo pode estar antecipando uma pergunta que alguém daquele grupo poderia fazer, ou essa pergunta já tinha sido feita e ele, então, a cita aqui para dar já uma resposta e já esvaziar a argumentação daqueles que estavam fazendo esse tipo de questionamento. A pergunta, como dá para ver, é em torno da natureza do corpo dos ressuscitados.
Tem dois pontos, né? Como eles ressuscitam? Como é que os mortos ressuscitam?
E segundo: com que corpo virão? Com que tipo de corpo eles virão? Que corpo é esse da ressurreição?
É o mesmo? Tem algumas similaridades? E se tem diferença?
Similaridade em que sentido? Tudo isso provavelmente estava embutido nesse tipo de pergunta. Infelizmente, os Coríntios não fizeram aquele tipo de pergunta que as pessoas fazem.
E a gente, então, quando ressuscitar, vai ser com a mesma idade? Tem gente que pergunta isso, né? Infelizmente, os Coríntios não perguntaram e, portanto, Paulo também não respondeu.
E, naturalmente, nós ficamos sem resposta, né? Isso aí eu não vou saber responder. Vamos ver aqui o que é que o apóstolo Paulo responde a esse tipo de pergunta.
E ele responde usando três analogias. Isso aqui é o que a gente vai seguir: são três analogias que ele vai usar, três comparações, depois quatro contrastes e, finalmente, uma citação do Antigo Testamento que ele interpreta e aplica para essa questão da ressureição dos mortos. Três analogias, quatro contrastes e uma citação bíblica.
É assim que ele vai tentar responder a essas perguntas. Vamos, então, começar com as três analogias, aí do verso 35 até o início do verso 42. Ele começa repreendendo, né?
O verso 36, no verso 35, ele cita a pergunta: "como é que os mortos ressuscitam e com que corpo virão? " E no 36, ele já começa a responder, mas repreendendo, já chamando a pessoa de insensato, tolo. Esse é o tipo da pergunta besta, por assim dizer.
Esse é o tipo da pergunta boba que alguém faria porque, no fundo, parece que o alvo não é saber, mas é questionar realmente se a ressureição. Sabe aquele tipo de pergunta capciosa que, de vez em quando, faziam para Jesus? Que, na verdade, eles não estavam interessados na resposta de Jesus; eles queriam apanhar Jesus em algum erro, uma espécie de pegadinha.
Então, parece que é o caso aqui para poder justificar essa reação do apóstolo Paulo, que parece um pouco áspera, já chama a pessoa que está perguntando de insensato, mas deve ser porque Paulo entendeu que era o tipo de pergunta de quem realmente estava questionando por questionar. A resposta de Paulo é que, e aqui eu vou tentar resumir o que ele vai dizer em todos esses versículos, a resposta que ele vai dar aqui, usando essas analogias, contrastes e situações bíblicas, é que o corpo da ressurreição vai ser, no sentido, similar ao nosso corpo aqui. Nós vamos ter a mesma identidade, mas ele vai ser diferente em diversos aspectos.
Então, há uma continuidade e uma descontinuidade entre o nosso corpo agora e o corpo da ressurreição, o corpo com o qual seremos ressuscitados dentre os mortos. Para explicar isso, três analogias: a primeira, da semente, do verso 36 até o verso 38. "Insensato, que você semeia não nasce se primeiro não morrer.
" E quando semeia, você não semeia o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou de qualquer outra semente. Mas Deus lhe dá corpo como Ele quer dar, e a cada uma das sementes dá o seu corpo apropriado. "Insensato" aqui não é porque esquece a ordem natural das coisas.
O grão semeado, basicamente o que Paulo está dizendo, é o seguinte: o grão semeado e essa figura todo mundo entenderia, porque naquela época, aquela cultura era uma cultura que dependia da agricultura. É tudo voltado para agricultura. Desde cedo, as pessoas aprendiam como é que funcionava plantio, colheita, as estações do ano, então todo mundo entenderia isso aqui.
Paulo diz que o grão semeado é uma coisa que todo mundo sabia, né? Por isso que ele chama de insensato: "parece que você não percebeu isso aqui. " O grão semeado primeiro tem que morrer para que, então, ele possa voltar à vida com corpo novo.
Quando você semeia o grão, você joga a semente na terra; ela meio que morre para que dela possa vir uma nova vida que é diferente na forma e no aspecto do grão que foi plantado. A plantinha é diferente. Então, você não sabe que é assim, diz o apóstolo Paulo?
Você não sabe que é assim que funciona? E aqui é muito interessante a gente ver que, para o apóstolo Paulo, a morte não é um empecilho para a ressurreição, mas, na verdade, é o requisito para que você possa ressuscitar. Você vai ter que morrer, da mesma forma que, para que o grão possa produzir uma nova planta, ele primeiro tem que ser jogado na terra, morrer, por assim dizer.
Aí, então, a nova vida vai brotar dele. Então, para o cristão, longe de ser um empecilho, o fim de todas as coisas, a morte, dessa perspectiva, é o pré-requisito à vida eterna; é o pré-requisito para viver no novo céu, na nova terra, e viver a ressurreição eternamente. E se a gente vivesse isso, a gente encararia os sofrimentos desse mundo e a morte de uma outra perspectiva: sofreríamos menos, teríamos mais esperança naqueles momentos em que a gente perde um ente querido, mas que é crente, ou quando nós mesmos nos aproximarmos daquele momento em que nós seremos semeados.
Nós sabemos que aquilo é a condição para que a vida nova possa surgir ali. A morte não é o empecilho, mas é o requisito e a condição, como foi com Cristo. Primeiro, o Senhor Jesus teve que morrer na cruz, e só depois foi ressuscitado dos mortos.
Não poderia haver ressurreição sem Calvário; não poderia haver o túmulo vazio sem a cruz. A sequência é essa, e por isso que, Paulo, usando essa metáfora, essa analogia que todo mundo conhecia, né, que primeiro o grão morre para depois dar vida, ele chama o interlocutor de insensato: "Como você não sabe como funciona a ordem natural das coisas? A ordem natural das coisas é essa: primeiro morre, para depois a vida viver".
Pelo menos no que diz respeito à semente, e essa planta que vai nascer, embora distinta, ela guarda alguma semelhança com o grão, porque ela é da mesma espécie que o grão. Aqui, talvez Paulo tenha em mente lá o relato da criação, Gênesis, capítulo 1, quando diz que Deus, quando criou as sementes, a erva do campo, criou as frutas e os frutos, fez tudo isso conforme a sua espécie. Ou seja, se você planta um grão de trigo, você vai colher um pé de trigo; se você planta um caroço de pitomba, você vai colher um pé de pitomba, então, segundo a sua espécie.
Mas é diferente na hora de você semear e na hora de nascer; eles têm aspectos distintos, mas a pitomba guarda mesma similaridade; a planta é segundo a mesma espécie do grão. Aqui, no verso 37, ele acrescenta mais uma coisa. Ele diz assim: "Quando semeia, você não semeia o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou de qualquer outra semente.
" É como se ele dissesse que o grão semeado não aparenta em nada o corpo que virá a ser depois, embora mantenha, como eu disse, alguma semelhança e, com certeza, é da mesma espécie. Aqui, no verso 28, a gente aprende que, através das leis naturais, Deus faz com que cada grão plantado produza uma planta cujo corpo é apropriado. A gente não sabe direito o que é que Paulo quer dizer com isso aqui, mas Deus lhe dá um corpo como ele quer dar.
Você planta uma semente e Deus dá o corpo àquela planta que vai nascer. Esse corpo novo, Deus lhe dá a forma que ele quer dar. Na verdade, Deus determinou isso lá no início, quando ele criou todas as coisas.
Hoje em dia, é um processo natural, embora Deus esteja presente em todos os processos naturais, em tudo que acontece no mundo. Deus é imanente, está presente em tudo e sustenta toda a vida, mas ele já criou leis naturais como essa: se você plantar uma semente de uma planta, ela vai dar, vai ser da mesma espécie. Mas Paulo diz aqui, né, sempre lembrando que Deus está presente, que é Deus que, através das leis naturais, dá ao corpo aquela planta nova do jeito que ele quer dar.
E a cada uma das sementes dá o seu corpo apropriado. Paulo está querendo, com isso, deixar claro que Deus se reserva o poder de fazer brotar da terra, por assim dizer, o corpo ressurreto da forma como ele quer e vai dar o jeito que ele quer. Nós vamos ser plantados, né, como semente; nós vamos ser sepultados, vamos ser enterrados e, na ressurreição, Deus vai fazer sair um corpo novo conforme ele deseja.
Vai ser da mesma natureza, vai ser você; vai ter semelhança, mas Deus tem o poder para lhe dar a forma que deseja. Então a gente não sabe exatamente o que quer dizer isso. Pode responder à pergunta da idade; pode responder à questão do irmão que se acha muito feio e gostaria de que, na ressurreição, ele fosse um pouquinho mais bonito.
De repente, esse versículo é um consolo para o irmão, não é? Se Deus pode dar uma forma como ele quer, quem sabe? Não é?
Vai fazer você um pouco mais bonito e por aí vai, não sei. Mas o ponto aqui é que Deus, através de Deus, estabelece leis naturais como essa de plantar e colher, e aquilo que você colhe é similar àquilo que você planta, é da mesma sorte, mas, ainda assim, Deus tem a supervisão. Ele dá o corpo que ele deseja, ele tem o senhorio e a soberania a respeito de tudo isso.
A cada grão produz uma planta diferente, como Deus determinou. O ponto aqui é que a gente sempre tem que tentar pegar essa analogia, né, e tentar entender o que é que a gente tem a ver com a ressurreição. O ponto parece ser esse aqui: que os nossos corpos são como sementes plantadas.
Não sei se você já pensou nisso, mas, na verdade, nosso corpo é uma semente que vai ser plantada. Isso dá perspectiva da eternidade, da perspectiva de Deus. Vamos ser plantados na terra, e na ressurreição dos mortos, vai chegar o momento da grande colheita.
Quando Cristo vier, o Arcanjo tocará a trombeta. Imagina, de repente, né? Não sei se já viram aqueles filmes bem acelerados, né?
Numa pessoa que planta, a pessoa coloca um grãozinho de feijão em um copo transparente, aí fica filmando em alta velocidade, né? Aí vê saindo… imagina aquilo acontecendo assim, aos bilhões, de repente. A terra se abrindo e os corpos saindo, assim, uma colheita de corpos imortais e retos.
Que coisa estranha! Fico todo arrepiado só de pensar nisso. Então, essa primeira analogia usa essa figura de que, na ressurreição dos mortos, é o momento da colheita de corpos imortais e incorruptíveis que será feita pelo Senhor Jesus quando Ele vier.
Naturalmente, quem foi cremado, quem foi despedaçado, quem já se corrompeu — eu digo assim, quem se deteriorou — isso aí não é problema para Deus, né? Quem, do nada, fez tudo que há, não tem dificuldade nenhuma em trazer de volta o corpo. Então, o ponto é: esses corpos são como sementes que, sepultados, no tempo de Deus, renascerão e manterão uma relação apropriada com o corpo que foi semeado no chão.
Essa me parece a doutrina da analogia da semente aplicada à ressurreição. A segunda analogia tem a ver com o tipo de carne, que foi a pergunta que foi feita aqui: "Com que corpo virão? " E Paulo faz uma analogia com a carne dos animais: "Nem toda carne é a mesma; porém, uma é a carne dos seres humanos, outra a dos animais, outra a das aves e outra a dos peixes.
" O apóstolo Paulo chama a atenção para a grande variedade do tipo de carne que existe no mundo criado por Deus. De fato, existe carne, mas há diferença entre ave, peixe, animais, répteis, enfim, frutos do mar. Todos eles têm carne, mas é um tipo diferente.
Isso aponta para a capacidade de Deus de criar uma carne diferente para o corpo da ressurreição. O corpo da ressurreição vai ser o único; não existe nada semelhante no mundo que Deus já criou. O corpo da ressurreição de Cristo é singular; é o mesmo nosso.
O nosso corpo vai ser igual ao corpo com que Cristo ressuscitou ao terceiro dia, e não há nada no universo criado, como nós o conhecemos, que seja similar a ele. Deus tem poder para fazer de vários tipos de carne, como Ele fez, criar seres com diferentes tipos de composição, e Ele tem poder para criar um corpo da ressurreição com uma carne, por assim dizer, que é distinta de tudo aquilo que nós conhecemos. Alguns pontos de diferença: Jesus, no corpo da ressurreição, podia entrar em lugares fechados; Ele podia aparecer e desaparecer; podia, de repente, estar em um lugar.
Tem uma outra forma, a caminho de Emaús, diz lá o texto de Lucas que Ele apareceu aos discípulos numa outra forma. Aliás, acho que é Marcos, no final de Marcos, que diz que Ele apareceu aos discípulos numa outra forma. Os discípulos não reconheceram; só reconheceram quando Ele partiu o pão.
Ele estava no corpo da ressurreição, e com esse corpo, Ele comia. Então, que tipo de carne é essa? Qual é a composição?
A resposta de Paulo é que o mesmo Deus que fez uma variedade enorme de corpos com diferentes composições, Ele é poderoso para fazer o que Paulo vai chamar de corpo espiritual. Corpo espiritual não é um corpo gasoso, um holograma e imaterial; é um corpo material, é um corpo material de verdade, que retém comida, que retém marcas, como o corpo de Cristo retém. Mas ele é diferente de tudo que nós conhecemos aqui.
E Deus pode fazer isso. O argumento de Paulo é a variedade de carne que existe — a carne do homem, a carne dos animais, outra das aves e outra a dos peixes. E, nessa mesma linha, ele agora vai para a terceira analogia, que tem a ver com o que ele chama de corpos celestiais.
Aqui, no verso 40 até o início do verso 42, ele apela para a diferença que existe entre corpos celestiais e corpos terrestres. Aqui, no verso 40, ele diz: "Também há corpos celestiais e corpos terrestres. " Aqui, os estudiosos estão sem saber o que Paulo quer dizer com corpos celestiais.
Será que ele se refere aos anjos? Porque os anjos têm corpo, mas é um corpo imaterial; eles são espíritos, mas não são um gás espalhado por todo o ambiente, né? Eles são espíritos, são seres contidos, são seres individuais, que podem se deslocar e não estão no mesmo lugar.
Não estão em vários lugares ao mesmo tempo; só Deus pode fazer isso. Então, os anjos são seres contidos, mas eles não têm um corpo físico, pelo que a gente sabe, inclusive são chamados de espíritos. Então, será que é isso?
Paulo está ainda mostrando o poder de Deus e a variedade de Deus. O corpo dos anjos é corpos celestiais, e os corpos terrenos seriam o nosso corpo. Como se não bastasse, ele agora apela para os astros, e ele diz, no verso 41: "Uma é a glória do sol.
" A glória do sol é o brilho do sol, o esplendor do sol: "Uma é o brilho do sol, outra a glória da lua e outra a das estrelas, porque até entre estrela e estrela há diferenças de glória. " Não sei se vocês estão seguindo o argumento do apóstolo Paulo. A pessoa chegou e diz assim: "Vai ter ressurreição de mortos?
" E com que corpo eles virão? Insensato! Dá uma olhada no mundo!
Veja a variedade que existe no mundo de carne, de animais, de seres vivos, até de brilho e de glória dos astros celestes, entre anjos e homens. O Deus. .
. Que fez tudo isso? Você ainda questiona se ele tem condições de fazer um corpo específico, especial para a ressurreição dos mortos?
Por isso que ele começa chamando já o cidadão de insensato, né? Era só falta da pessoa, ué! Mas se Deus é capaz de fazer toda essa variedade, por que ele não pode criar um corpo da ressurreição que seja diferente e glorioso, um contraste com tudo aquilo que nós conhecemos?
Essa é a terceira analogia. Aí, então, deixa eu terminar só aqui o argumento dele. No verso 40, ele fala dos corpos celestiais e terrestres; no 41, ele compara a glória dos astros.
E, no início do verso 42, ele diz: "Pois assim também é a ressurreição dos mortos. " Ou seja, na ressurreição dos mortos, o que vai ressuscitar é alguma coisa nova, criada por esse Deus sábio, que tem poder para fazer tantas coisas variadas e bonitas, e que, na ressurreição dos mortos, vai criar mais uma coisa. Agora, depois dessa terceira analogia, ele vai fazer quatro contrastes para deixar claro a diferença entre o nosso corpo atual e esse corpo novo, esse tipo novo de corpo que Deus já começou a criar, né?
Ele fez na pessoa de Cristo Jesus. Aqui é importante dizer que Deus não criou um corpo para Cristo. Quando Cristo ressuscitou, ele glorificou aquele corpo de Cristo.
O corpo com que Cristo morreu, num sentido, é o mesmo corpo com o que ele ressuscitou. A prova disso são as marcas, mas era essencialmente diferente. Houve essa mudança, essa glória, por assim dizer, que é a mesma coisa que vai acontecer conosco, né?
Que Deus vai criar, né, do nada. Eu usei essa expressão aqui, mas vocês entenderam. É no sentido de que o que nós seremos é diferente de tudo que existe aqui.
Não existe nada semelhante, a não ser o próprio corpo do Senhor Jesus. Olha aqui os quatro contrastes. Começando aí do final do verso 42, ele diz assim: "Semeia-se o corpo na corrupção; ressuscita na incorrupção.
" Ou seja, no sepultamento, nós enterramos um corpo perecível. Quando ele fala "corrupção", quer dizer deteriorar-se um corpo que vai se deteriorar. No sepultamento, nós enterramos ou semeamos, não é?
Um corpo perecível que vai se corromper, apodrecer e deteriorar. Na ressurreição, esse mesmo corpo revive imortal, interesseável, para nunca mais experimentar a morte e a decomposição. Esse é o primeiro contraste.
Segundo contraste: entre desonra e glória. No verso 42, ele diz assim: "Semeia-se em desonra; ressuscita em glória. " O que isso quer dizer?
No sepultamento, nós enterramos um corpo em desonra, ou seja, um corpo marcado pelo pecado e pela morte. Mas na ressurreição, ele revive em honra, glorioso, vencedor, sem pecado e sem corrupção moral. Terceiro contraste: no verso 43, "Semeia-se em fraqueza; ressuscita em poder.
" No sepultamento, nós enterramos um corpo fraco, doente, abatido, deformado, envelhecido e morto. Na ressurreição, esse corpo revive em poder; é um corpo novo, sadio, perfeito e belo. Quarto contraste: no verso 44, "Semeia-se corpo natural; ressuscita corpo espiritual.
" É a primeira vez que ele usa o termo. Aqui, plantamos um corpo natural, ou seja, o corpo com o qual nós nascemos. Nós enterramos esse corpo com o qual nós viemos ao mundo como parte da raça humana, corrompida, descendente de Adão.
E na ressurreição, ele revive como corpo espiritual, não mais como corpo natural, mas ele revive como corpo espiritual, semelhante ao de Cristo, incorruptível, de outra ordem, variedade, apropriado para viver no novo céu e na nova terra, criados por Deus. Mais uma vez, quando Paulo fala que "não" (vs 44), "corpo natural" e "ressuscita corpo espiritual", "corpo espiritual" aqui não é imaterial, mas é de uma natureza distinta. É chamado de espiritual porque é orientado, cheio e gerado pelo Espírito Santo, transformado pelo Espírito Santo.
Por isso que o nome é corpo espiritual. Paulo então desenvolve essa diferença entre corpo natural e corpo espiritual, citando uma passagem do Antigo Testamento. Lembra do meu esboço?
Eram três analogias, quatro contrastes; acabamos de ver e uma citação do Antigo Testamento, tudo uma coisa levando à outra. E essa citação que ele vai fazer é porque ele falou de corpo natural, que é o corpo que nós herdamos de Adão, e o corpo espiritual, que é o corpo que nós vamos herdar de Cristo e que é distinto. E aí, para provar esse ponto, ele faz uma citação aí no verso 45 de Gênesis, capítulo 2, verso 7.
Ele diz assim, no verso 45: "Pois assim está escrito. " Ele está citando Gênesis 2:7: "O primeiro homem, Adão, se tornou um ser vivente. " Aí ele acrescenta: "Mas o último Adão é espírito vivificante.
" E aí ele desenvolve uma série de contrastes entre Adão e Cristo: "O que vem primeiro não é o espiritual, e sim o natural. Depois vem o espiritual. O primeiro homem foi formado do pó da terra; terreno.
O segundo homem é do céu. Como foi o homem terreno, assim também são os demais que são feitos do pó da terra. E como é o homem celestial, assim também são os celestiais.
E assim como trouxemos a imagem do homem terreno, traremos também a imagem do homem celestial. " Ele cita aquela passagem lá de Gênesis em que Deus forma o homem do pó da terra, só para nele pôr o fôlego da vida, e o homem se torna um espírito vivente. Paulo pega essa passagem e ele faz uma comparação; o nome certo é tipologia.
Ele vê aquilo ali como uma tipologia de Cristo, da ressurreição. Como é que ele faz isso? Paulo entende, aqui nessa passagem, que Adão é uma figura de Cristo.
A gente chama de tipo. Adão era tipo de Cristo; Cristo é o antítipo. Não é?
Tipo e antítipo. Adão era tipo de Cristo, e Paulo desenvolve isso mais profundamente, se você quiser ver depois em Romanos, capítulo 5. Romanos, capítulo 5, Paulo desenvolve essa tipologia de Adão.
Cristo, muito detalhado e voltado para a questão da justificação, mas Paulo entende que Adão é uma figura de Cristo. Adão é o primeiro homem; foi o primeiro a ser criado, e aí ele chama aqui Cristo, nessa passagem, de "o último Adão" e "o segundo homem". De Henrique em diante, Cristo é o último Adão e o segundo homem; a única resposta é essa: ambos são cabeça de raça.
São cabeça de raça. Adão é o cabeça da raça humana: toda a raça humana estava em Adão. O que aconteceu com Adão aconteceu com seus descendentes.
Quando ele caiu e quando Deus fez o pacto das obras com Adão, fez com todos nós. Quando Adão quebrou o pacto das obras, desobedeceu a Deus e se tornou pecador, isso tudo veio sobre nós. A condenação de Adão é a condenação dos seus descendentes, porque Adão era um representante federal da raça humana; o que acontecesse com ele aconteceria com toda a raça.
É isso que a gente chama de pecado original. Se você perguntar: "O que eu faço para retornar pecador? ", nada.
Você já nasceu pecador, já veio ao mundo pecador. E para ir para o inferno também não precisa fazer nada; já nasceu a caminho, né? Já vai encaminhado para o inferno.
Não precisa fazer absolutamente nada; você faz parte de uma raça caída. Caiu em Adão; a raça toda caiu. Em Adão, nos perdemos todos.
É por isso que eu disse: veja lá em Romanos 5. Paulo vai dizer: "Por um homem entrou o pecado no mundo; através da transgressão de um homem, todos foram feitos pecadores". Vem a ira de Deus sobre todos por causa da transgressão de um homem só, tá lá em Romanos 5.
Como é que Deus resolveu esse problema? Da mesma forma que o problema foi causado. Como é que foi causado?
Um homem representante da raça caiu. O que é que Deus fez? Deus mandou, nas palavras de Paulo, um "último Adão" e "segundo homem".
Ele mandou um outro representante para fazer certo aquilo que o primeiro fez errado, e você percebe a semelhança: Cristo foi tentado; ele foi submetido às tentações de Satanás e ele não caiu. Ele fez certo o que o primeiro Adão fez errado. E agora, o que aconteceu com Cristo acontece com todos aqueles que ele representa.
Ele morreu na cruz, nós morremos com ele. Ele pagou o nosso pecado; nosso pecado foi pago. Ele ressuscitou dos mortos; nós ressuscitaremos com ele.
A história de Cristo é a nossa, assim como a história de Adão também é a nossa. Então, é por isso que Cristo é chamado de "último Adão" e "segundo homem", porque, depois dele, não tem mais plano de salvação. Não vai aparecer um terceiro Salvador; acabou.
É isso mesmo: o plano de Deus é esse aqui; não tem outro. Nós estamos diante do Evangelho exclusivo de Deus. E aí, então, Paulo desenvolve, a partir disso, dessa tipologia, ele desenvolve os seguintes pontos aqui.
Primeiro, quanto à natureza de Adão e de Cristo: no verso 45, Adão era um ser vivente, mas o último Adão, que é Cristo, é espírito vivificante. Olha a diferença: o primeiro Adão ganhou o espírito; o segundo Adão dá o espírito. Ele é espírito vivificante; ele consegue o espírito que dá vida.
O contraste que ele está fazendo aqui. Segundo, com relação à ordem: no verso 46, o que vem primeiro não é o espiritual e sim o natural; depois vem o espiritual. Quando você nasce, você nasce natural; essa é a sequência.
Depois, pela graça de Deus, pela regeneração, mudança de vida, novo nascimento, a iluminação do Espírito Santo, você se torna filho de Deus. Aí você se torna, nas palavras aqui do apóstolo Paulo, "depois é que veio o espiritual". A sequência é essa: primeiro Deus criou; primeiro, na história, quem veio foi Adão.
Deus criou o primeiro natural; depois é que veio o espiritual. Séculos depois, veio o Senhor Jesus. Então, é assim também na nossa história: nós nascemos filhos de Adão, nascemos pecadores; depois, o Filho de Deus, o espírito vivificante, entra em nossa vida.
Mas a sequência é essa: primeiro natural, depois o espiritual. A próxima comparação é com relação à origem: no verso 47, o primeiro homem, formado do pó da terra, e tu, pó, voltarás. O primeiro homem, formado do pó da terra, é terreno, mas o segundo homem, que é Jesus, é do céu.
Ele veio da glória; ele se tornou um de nós, segunda pessoa da Trindade, Deus Filho, assumiu figura humana. Ele veio do céu e não da terra, e assumiu a nossa humanidade exatamente para nos representar, morrer por nós, ressuscitar por nós, para que nós pudéssemos ser perdoados e receber a vida eterna. Qual o significado disso tudo para a ressurreição dos mortos?
Por natureza, queridos, nós somos como Adão. Veja aí o que diz o verso 48: "Como foi o homem terreno, Adão, assim também são os demais que são feitos do pó da terra". Está falando de nós.
Então, por natureza, nós somos como Adão, mas na ressurreição, olha o verso 48: "Como é o homem celestial, assim também são os celestiais". Quem são os celestiais aqui? Os crentes em Jesus Cristo.
Eles são chamados de celestiais porque agora são a semelhança do homem celestial, que é Jesus Cristo, chamado de celestial em contraste com o homem natural, que é Adão. Nós somos do céu; essa é a nossa cidadania, essa é a nossa vocação, e é para lá que nós caminhamos. E é por isso que nós vamos precisar de um corpo diferente para podermos entrar na glória celestial, porque isso é o ponto, inclusive, do sermão de segunda-feira que vem.
Paulo vai dizer: "Eu vou dizer um mistério para vocês: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, porque o mortal não pode herdar a imortalidade". E aí ele vai entrar no mistério da. .
. Transformação de quem tiver vivo quando Cristo vier, que não vão passar pela ressurreição, mas pela transformação. Isso aí, já dando uma palhinha, né?
Fazendo spoiler para segunda-feira. Por natureza, somos como Adão, mas na ressurreição, seremos como Cristo. Por natureza, temos a imagem de Adão.
Olha aí o verso 49: assim como trouxemos a imagem do homem terreno, sabia disso? Nós trouxemos a imagem do homem terreno. Deus criou Adão à sua imagem e semelhança.
Adão caiu; ele não perdeu a imagem de Deus, mas aquela imagem foi manchada pelo pecado. E é essa imagem manchada pelo pecado que Adão transmitiu a seus filhos, que transmitiram a seus filhos, que transmitiram os pais de vocês, que transmitiram a vocês. Nós temos a imagem de Adão, que é a imagem de Deus distorcida.
Já nascemos com essa imagem. Então, da mesma forma que nós trouxemos a imagem do homem terreno, nós traremos também a imagem do homem celestial. Gente, eu mal posso esperar pela ressurreição!
Quando a gente começa a pensar, quando a gente começa a estudar isso aqui, a gente começa a imaginar a glória que está reservada para a gente. Dizer: "Meu, não é porque a gente não pode pedir para Deus tirar a vida da gente. É ruim isso, não é bom, não, né?
Não está correto a gente fazer isso. " Nós devemos. .
. nossos dias estão nas mãos de Deus, mas a glória que nos espera, a esperança cristã, ela deveria nos encher de ânimo, de gozo, de força para enfrentar doença, velhice, dificuldade, todo tipo de problema. Eu acho que a maioria de nós sofre; os cristãos sofrem muito, exatamente por conta da falta de boa teologia, de boa doutrina.
Estudar a palavra, se apropriar disso aqui, de tomar. . .
quem que vale, tomar posse, né? Tomar posse disso aqui, né? Isso aqui é o verdadeiro tomar posse.
É isso aqui, quando uma posse dessas promessas da palavra de Deus. E aí, você vive isso. Isso anima o seu coração.
Deixa-me concluir aqui com algumas palavrinhas que eu coloquei, algumas aplicações. O que me chamou atenção aqui? Quatro coisas.
Primeiro: como nós podemos aprender sobre a maneira de Deus agir através das leis naturais que ele estabeleceu? Perceberam isso? Quando Paulo vai falar de um assunto superespiritual, que é a ressurreição dos mortos, ele usa analogia de semente, aves, peixes, carne, planetas, estrelas.
Porque é o mesmo Deus, o mesmo Deus que criou o universo e criou no universo, funcionando dentro de determinadas leis. É o Deus do mundo espiritual que tem leis também, que funciona de maneira muito parecida. O apóstolo Paulo, em Gálatas, capítulo 6, ele diz assim: "Não se engane; aquilo que o homem plantar, isso ele colherá.
" Ele está pegando uma lei do mundo natural e aplicando ao mundo espiritual. Aquilo que você vai plantar é o que você vai colher, porque é o mesmo Deus. O Deus que fez tudo isso.
Por isso que a gente tem que resistir a essa dicotomia, a essa separação que o pessoal quer fazer. O pessoal pensa que, quanto mais você ser espiritual, é você se separar da criação, né? Você ser um ser eterno que anda flutuando nos pés, né?
Que não vai para a praia, não desfruta a beleza da natureza, não estuda, não ciência; tem medo de ciência, tem medo de conhecer física, as leis da natureza. Mas é o mesmo Deus. E quanto mais você estuda, quanto mais você conhece, você vê a complexidade e a beleza.
E é um paralelo. A gente chama isso de teologia natural. A gente pode aprender muita coisa de Deus através da natureza, menos o plano da Redenção.
Aí temos a revelação especial de Deus, que é a Escritura. Mas é o mesmo Deus; a gente pode aprender muita coisa. Então, não despreze o estudo, não despreze o conhecimento da natureza, a poesia, a arte, a música.
Tudo isso é belo; foi Deus que fez, e isso nos ajuda a entender mais, inclusive, o mundo espiritual e como é que as coisas funcionam. Tudo isso vem da parte de Deus. A segunda aplicação que eu coloquei aqui e que chamou minha atenção, estudando nesse capítulo, é que muitas perguntas sobre a ressurreição permanecem sem resposta.
Eu havia discutindo com a minha amiga no carro, quando vimos para cá, a respeito disso. E a briga. .
. estou falando em briga, mas não é. .
. não, gente, é maneira só de falar, tá certo? E era a questão: "Nós vamos comer?
" Nós vamos comer? Paulo fala disso, não é? Mas Jesus comeu?
Ele sim. Mas Jesus não comeu o favo de mel e um pedaço de peixe? Não.
Mas espera aí, se ele comeu, isso significa que o corpo da ressurreição vai precisar de comida para poder. . .
e se ele não comer, vai morrer? Aí ela disse: "Não, mas só come quando precisa, né? Quando quer provar alguma coisa.
" Que solução maravilhosa, não é? Que bom! Não é?
Você só comer porque tem vontade, gostoso! Não tem? A verdade é que a gente não sabe.
Tem coisas que permanecem misteriosas, não foram reveladas, e é temerário a gente especular. Eu tenho um grande amigo, homem de Deus; eu considero um dos maiores teólogos do Brasil. Ele acha que nós vamos comer, sim, no novo céu e na nova terra.
Que nossos corpos, esses corpos da ressurreição, vão precisar de nutrição. E, inclusive, ele diz que Deus Pai alimenta Deus Filho. Para que Deus Filho?
Porque não tem. . .
não está com o corpo da ressurreição, Jesus Cristo. Então, ele disse que Deus Pai sustenta, alimenta Deus Filho. Isso, para mim, já vai um pouco além, mas entende?
É o que. . .
o que vai dar? Se você começar a especular aquilo que a Bíblia não diz, é melhor a gente calar e dizer: "Deus, eu não sei os detalhes, só sei uma coisa: vai. .
. " Ser maravilhoso! Vai ser alguma coisa indescritível, além de qualquer comparação.
Terceira aplicação para nós aqui, que eu já falei, vou repetir: a morte para nós é a condição para a ressurreição, seu pré-requisito. Por isso, nós não devemos encará-la como sendo o fim, por mais dolorosa que ela seja. Luto é uma coisa séria, não é brincadeira.
Luto é duro, é difícil, leva tempo para passar. A gente não faz pouco; não é falta de fé. A pessoa chora, sente saudade; não é falta de fé.
Mas quando a gente tem uma estrutura baseada nisso, aqui ajuda. Não resolve, não; é porque só no céu é que toda lágrima vai ser enxugada, diz o Senhor Jesus. Mas a gente suporta mais quando a gente entende o que Deus tem preparado para nós.
E, por últimos, irmãos, vamos na esperança e na fé nessas promessas maravilhosas de nosso Deus. Amém!