Segurança digital é um assunto que muda muito rápido, já que a todo momento surgem novos golpes e novas formas de proteção. Mas tem uma palavrinha que está sempre presente e saber o que ela significa e como o processo funciona ajuda a gente a entender bastante desse assunto. É a criptografia, e aqui você vai conhecer o conceito, os diferentes tipos e como ela é aplicada hoje em dia nos mais variados contextos.
Esse é o Entenda, o quadro do TecMundo que explica o que tá por trás das notícias que você lê todos os dias lá no nosso site. A criptografia, que em inglês é encryption, é um método de transformar uma mensagem, um texto ou todo um fluxo de dados em um conteúdo que não pode ser lido e interpretado por qualquer pessoa ou máquina — tirando o dono da mensagem e o destinatário, que é quem recebe, sendo que em alguns casos pode até ser a mesma pessoa. Essa questão de segurança funciona a partir da atribuição de um código no lugar da mensagem original e da criação de uma chave, que é uma espécie de manual de instruções, e que é usada para quebrar esse código e revelar o verdadeiro conteúdo.
Vamos aqui pra um exemplo rápido. Eu tenho uma mensagem original, "Entenda", que é o nome aqui desse quadro. Mas eu não quero que esse conteúdo seja lido por qualquer pessoa, então eu vou aplicar uma camada básica de criptografia e substituir as letras originais por uma ordem diferente de letras que eu anotei.
E a palavra fica escrita assim, desse jeito meio incompreensível mesmo. Mas, se eu consultar o mesmo guia que eu usei pra fazer essa mensagem e trocar as letras, o termo original "Entenda" volta a se formar. Esse é o princípio básico da criptografia e de descodificar um conjunto de dados.
Ou seja, a criptografia é uma técnica de disfarce, que faz com que o conteúdo seja transportado ou armazenado de maneira mais segura, e que mesmo se cair em mãos erradas não será uma informação muito útil por não significar aparentemente nada. A gente aqui vai falar sobre a criptografia de dados digitais, mas o processo de mascarar conteúdos por símbolos ou outros caracteres sempre foi uma técnica conhecida de várias sociedades. Métodos parecidos com o que a gente usa hoje já existem desde o Antigo Egito, com o uso de símbolos não convencionais no meio de mensagens para esconder parte do conteúdo e dificultar a sua leitura por qualquer um que passasse pelo local.
Na Segunda Guerra Mundial, todos os lados trocavam mensagens cifradas e todos também tinham departamentos que tentavam quebrar as criptografias do inimigo. Já a criptografia para dados armazenados digitalmente começa a ganhar corpo lá pela década de 1970, mas demora um pouco mais para se popularizar pra além dos meios militar e governamental. Conteúdos que não estão embaralhados e codificados são conhecidos como "plain text", ou texto simples.
Já o que passa pelo processo de segurança é o texto cifrado ou criptografado. Anos atrás, quando vazava algum banco de dados com detalhes pessoais de usuários, incluindo login e senha, em muitos casos isso estava armazenado nos servidores como texto simples. Sem qualquer tipo de barreira, invasores ganham acesso a informações preciosas e aí podem usar isso para vender, invadir contas ou aplicar golpes.
Hoje manter dados de cadastro em texto simples é cada vez mais raro, mas ainda acontece. O exemplo do começo do vídeo foi bem simples, de uma só palavra, mas a criptografia na verdade acontece em volumes imensos. Ela pode envolver conversas de WhatsApp inteiras, arquivos armazenados na nuvem, conjuntos de dados pessoais cadastrados ou até o login e a senha de usuários.
E, fora a troca de conteúdos, a criptografia hoje faz parte da nossa navegação pela internet. Protocolos como o HTTPS e até pagamentos digitais utilizam a criptografia pra dificultar o rastreio dos dados e valores envolvidos. Além disso, as criptomoedas usam essa proteção no blockchain, que mantém os dados protegidos e impede alterações no conteúdo.
A criptografia também é um dos princípios das redes virtuais privadas, as VPNs, e a gente já falou sobre esse assunto aqui no canal. Mas voltando pra conceituação básica, existem dois grandes tipos de criptografia, fora uma terceira classificação extra. Tem primeiro a criptografia simétrica, que é o processo em que a chave e a mensagem cifrada passam pelo mesmo canal.
Isso pode ser um pouco redundante, se for um transporte seguro, ou perigoso, se esse fluxo for comprometido. O segundo tipo é a criptografia assimétrica, quando duas chaves diferentes são usadas: uma para criptografar e outra para descriptografar. Esse formato é bastante usado em assinatura eletrônica e conexões com intranets privadas de empresas, pra citar alguns exemplos.
E tem ainda a técnica do hashing, que não é bem criptografar. O hashing usa um algoritmo que converte um conjunto de dados em um código com um valor fixo. Esse embaralhamento não é pra proteger o conteúdo, porque ele não é reversível, mas serve para garantir a validade de um documento ou dado digital.
Ah, e tem um detalhe importante aqui. No uso sério, profissional, a criptografia é gerada a partir de um algoritmo ou um conjunto deles que não torna o código tão simples de ser desvendado como uma simples troca de letras. E existem vários protocolos com níveis de complexidade e segurança diferentes, que podem deixar a mensagem mais ainda mais protegida.
Esse vídeo não tem o objetivo de falar todos eles, basicamente o que você precisa saber é quem são vários e depende da empresa dona do servidor sistema de armazenamento escolher o que ela acha mais seguro e adequado. Um dos mais populares é o AES, que usa um algoritmo para fazer várias rodadas de criptografia, colocando uma máscara por cima de outra máscara, e deixando a decodificação dos dados bem mais difícil. As chaves podem ter 128, 192 ou 256 bits e, quanto maior o tamanho da chave, mais difícil é a combinação para quebrar esse código.
Além disso, alguns sistemas trazem o que a gente chama de "criptografia de ponta a ponta". Com essa proteção, só quem envia e quem recebe um conteúdo têm acesso a ele - tipo uma mensagem do WhatsApp. Intermediários, como servidores da empresa, não podem ler as conversas integralmente, e é por isso que esse e outros mensageiros se recusam normalmente a entregar chats para autoridades, mesmo com ordem judicial.
Mas claro que criptografar não é garantia completa, já que alguns sistemas e códigos podem ser contornados por ferramentas poderosas ou invasores experientes. Além disso, a criptografia pode ser usada para o mal: o princípio básico do ransomware é sequestrar os dados de um sistema ou computador e trancar tudo por baixo de camadas de criptografia, só entregando a chave de descodificação depois do pagamento de um resgate. A gente já tem vários conteúdos sobre ransomware aqui no canal, não deixa de conferir depois.
Em resumo, a criptografia é um método de transformar dados em códigos pra proteger conteúdos, garantir que pessoas não autorizadas fiquem longe de arquivos ou textos e manter a privacidade de empresas ou usuários. Ela não é um método perfeito de proteção e nem deve ser o único, mas pode garantir sigilo pra dados e operações. Na maioria dos casos, a gente nem lida com chaves de criptografia no dia a dia, já que tudo isso acontece nos bastidores de plataformas e aplicativos, mas é importante saber E aí, você já conhecia o funcionamento da criptografia?
Tem algum método favorito? Acha que existe alguma técnica mais segura pra proteger os dados digitais? Vamos conversar aqui embaixo nos comentários!
Não se esqueça de deixar o joinha no vídeo, se inscreva no canal pra mais conteúdos como esse e confira a playlist do Entenda pra saber do que a gente já falou por aqui. Até a próxima!