salve salve pessoal sejam todos muito bem-vindos a mais um episódio do eslin podcast hoje um dos temas mais pedidos aqui falaremos sobre psicopedagogia e sobre transtorno do espectro autista E para isso eu tenho aqui como meu convidado o ilustríssimo lucelmo Lacerda que é psicopedagogo e Doutor em educação lucelmo obrigado pela presença cara esse foi um dos temas muito pedido aqui acho que hoje vamos poder abarcar aí os mitos as verdades e o que a ciência tem mostrado sobre isso obrigado por ter vindo aí Obrigado pelo convite o seu podcast tem uma super relevância e o
tema do autismo não pode tá não pode tá ausente n um tema que a sociedade tem discutido tanto então é muito bom trazer aqui ess essa temática Legal vamos começar pelo começo eh existe um uma área a área do autismo é uma área um pouco inflamada eh tanto em aspectos de tratamento quanto de Diagnóstico quanto de até mesmo de da parte de etiologia e tudo mais mas acho que uma das coisas que também se inflama muito são os termos Então como é que como é que tá hoje a divisão eh a divisão existe ainda de
autismo leve moderado e grave e transtorno do espectro autista ou eu posso falar autismo de uma maneira geral assim como é que tá isso hoje é é é muito complexa essa situação embora a pergunta pareça simples no final das contas ela é complexa porque nós temos dois dois documentos que guiam os processos de avaliação diagnóstica que é o dsm e o sid né o dsm ele ele ele é específico para transtornos mentais ele é o manal estatístico diagnóstico de transtornos mentais e como ele é mais específico ele acaba tendo um debate mais acurado sobre isso
então até 1900 e até 2013 né começou em 94 você tinha o dsm4 que ele trazia o que ele chamava de transtorno Global do desenvolvimento tgd que era o digamos assim o guarda-chuva e você tinha lá os vários tipos tinha transtorno e eh de aspar o síndrome de aspar você tinha eh transtorno desintegrativo da infância tinha o autismo tinha o transtorno Global do desenvolvimento sem outra especificação e síndrome de R Então você tinha cinco coisas lá dentro essas quatro primeiras coisas todas Se mudaram no dsm5 virou tudo transtorno espectro autista Entendi e a síndrome de
R ficou separada Porque a gente já sabe a teologia já já já se separou Então tudo isso aqui virou transtorno de espectro autista só que isso é dsm no Brasil formalmente o médico tem que usar o sid porque o Tratado internacional que o Brasil assinou com com a Organização Mundial de Saúde o sid não mudou ainda o sid vai mudar ano que vem então a partir de Janeiro de 2025 sai a a tradução oficial da FMG E aí o sid também incorpora o nome de transtorno do especto autista certo eh então assim hoje um médico
por exemplo falar em síndrome de Asperger ou transo desintegrativo da Infância e eventualmente até isso tá num laudo não é errado mas a sociedade já mudou né todo mundo que tá de alguma forma envolvido com com o campo científico já fala todo mundo transtorno do especto autista mas aí temos a segunda camada de problemas sobre os níveis o dcm traz nível 1 2 e TR e ele diz que esses níveis são decorrem do nível de apoio então ele diz assim nível um precisa de apoio nível dois apoio substancial nível três apoio muito substancial só que
o Cid não tem isso o Cid 11 não vai acompanhar o dcm nesse ponto Então hoje a gente fala de nível 1 2 e 3 Ano que vem provavelmente o sid deve sobrepor esse debate E aí vai ser autismo com ou sem deficiência intelectual com ou sem linguagem perfeito perfeito e quando você diz em níveis de apoio você tá dizendo o nível de apoio que a que a criança barra pessoa ou a pessoa adulta precisa precisa exatamente é a gente a gente tem uma outra nomenclatura muito utilizada na literatura inclusive é mais utilizada na literatura
científica que é leve moderado e Severo né se você procura por e s autismo por exemplo você vai encontrar muita coisa ou High functioning de alta funcionalidade e você vai encontrar bastante coisa também que diz respeito a esses níveis só que quando você fala na literatura científica eles eles tem um sentido um pouco diferente do sentido do dsm o sentido do dsm acabou bagunçando muito porque vou imaginar o seguinte eu tenho uma pessoa que tem cognição preservada que fala super bem mas ela tem um comportamento uma rigidez tão grande Às vezes você desenvolveu um autolesivo
tão grande que eu vou dizer olha precisa de muito apoio apoio muito substancial vou dizer que ele é nível três mas ele não é exatamente o que a gente chamava de autismo Severo que é um indivíduo com deficiência intelectual que eventualmente não fala então esse nível do do dsm acabou muito mais bagunçando do que resolvendo então a utilidade Clínica dele é muito ruim e aí por isso que ele vai ser substituído inclusive perfeito perfeito e o que que tá acontecendo hoje lucelmo que a galera tá falando que o autismo tá pop tá no Hype tá
no Hype ter autismo eu vejo que muita gente fala uma barbaridade dessas e o que aparentemente suporta esse tipo de fala é um um aparente número de pessoas com um aparente maior número de pessoas com autismo de F que acho que é alguma coisa semelhante com o TDH alguns anos atrás todo mundo tem TDH todo mundo tem TDH quando a gente olha pelo menos no TDH que a literatura que eu acompanho a prevalência não subiu a mesma coisa e como é que tá no autismo isso no autismo a prevalência subiu e subiu muito né Nós
temos aí um órgão no CDC no centro de controle de doença nos Estados Unidos esse órgão chama addm que é o autism developmental disabilities Network eh monitoring Network e esse órgão ele publica ele tem um grupo de trabalho muito bom que tem 11 lugares nos Estados Unidos que eles fazem o acompanhamento eles publicam mais ou menos bienalmente a última ah dessas publicações aponta uma a cada 36 crianças eles pegam ali um corte de 8 anos como tendo diagnóstico de autismo Então realmente aumentou muito o número de pessoas diagnosticadas aí vem a discussão de por que
isso aconteceu de fato Aumentou a quantidade de pessoas que que tá rolando E aí existe uma série de estudos eh se dedicando a olhar para isso né e o que eles diz dizem o seguinte por exemplo se se eu vou pegar a série histórica do CDC o que que eles dizem nesse último que no no penúltimo a gente tinha uma cada 44 e você tinha uma informação que havia uma subrepresentadas Unidos à saúde no anterior é havia a mesma questão em relação à população negra no anterior em relação às mulheres seria uma um aperfeiçoamento na
no traqueamento mesmo exatamente então quando eles verificam que tem uma subrepresentadas para est sub representado então eles vão investigando ali e tentando corrigir isso então esse é um aspecto né mas tem outros aspectos aí aí outros estudos se debruçaram sobre isso então principal a as pessoas estão sabendo mais sobre autismo imagina que você tem uma criança autista hoje você leva para escola a escola diz olha eu acho que esse menino é diferente você Você tá em casa a tia fala assim olha eu conheço os meninos que é autista você tá vendo a televisão Você assiste
um filme que tem uma personagem autista você vai num profissional Os Profissionais conhecem esse assunto então existe uma uma uma conscientização da sociedade de um modo geral existe muito maior probabilidade de você encontrar alguém que saiba fazer o diagnóstico que você não tinha antes né imagina 10 anos atrás 20 anos atrás era muito difícil achar alguém com essa expertise E você tem uma mudança e essa é muito importante e é muito difícil é muito Sutil a mudança no próprio critério diagnóstico né então eh tem um cientista brasileir leiro nos Estados Unidos que o Alon M
que ele diz assim quando a gente olha para autismo ele é um alvo em movimento porque o autismo 30 anos 20 anos atrás era uma coisa completamente diferente de hoje eu por exemplo tenho um diagnóstico de síndrome de aspar né Na época que eu tirei o diagnóstico que é o autismo seria hoje é o transor espector autista nível um e tal eh 20 anos atrás eu não teri diagnós diagnóstico de nada né ASP nem tinha surgiu em 94 diagnóstico e antes não era nada então Eh os o próprio diagnóstico própria coisa que a gente chama
de autismo vai se modificando Então à medida que isso se alarga alarga a quantidade de pessoas que cabe aí o que é importante dizer sobre isso eh que ao que tudo indica pode ter algum aumento mas esse aumento não é substancial real da quantidade de pessoas se houver algum aumento é por conta de alguns fatores que a gente sabe que são fatores de risco que que podem ser eh ambientalmente podem fazer diferença por exemplo a idade do pai do homem é uma coisa que pode aumentar a quantidade a a probabilidade então Então hoje a gente
tem tido filho mais velho né e pressão é primeiro estudar carreira e tal então a idade do homem a gente pode ter por exemplo algum efeito do fato de que existem algumas situações na gravidez que podem aumentar esse risco por exemplo consumo de maconha né só que a gente não não consegue fazer uma série histórica Porque os estudos que mostraram isso são estudos recentes em lugares que legalizaram a maconha os estudos anteriores como as pessoas negava o que usava você não consegue fazer a comparação é tá sujo então existem alguns fatores que pode ser que
aumente eu vou dar outro exemplo e parto extremamente prematuro com peso extremamente baixo aumenta o risco e antes as crianças não sobreviviam porque a gente não tinha tecnologia hoje a gente tem a gente consegue fazer elas sobreviverem e elas têm maior probabilidade de ter autismo mas tudo isso estatisticamente falando são números que não são tão grandes mas tá dizendo então que sempre existiram um ou sempre existiu um número parecido de pessoas com autismo no Planeta A diferença é que hoje a gente tem uma lupa melhor para olhar aquilo exatamente Então hoje a gente tem recursos
a gente tem um nome porque o autismo diferente de outras várias condições como uma deficiência intelectual tem séculos o autismo a primeira definição na literatura de 1943 então é uma coisa que é um fenômeno pro Qual a gente tava olhando e e e a galera que fala que na verdade essa lupa não tá melhor eu vou usar aqui a metáfora da lupa né Como Se Fosse A Lupa uma ideia diagnóstica melhor eh e a galera que fala que essa lupa na verdade é uma patologização da criança quando na verdade no passado isso não existia porque
que você acabou de falar que um tempo atrás você não ia ter tô me colocando na posição da dos críticos né quando você é 30 40 anos atrás você nem teria o diagnóstico e hoje tem portanto na verdade a ciência que tá patologizado as pessoas como é que normalmente como é que vocês conversam com esse tipo de argumento esse diálogo é ele acaba acontecendo muito que um argumento que acontece muito né na educação na na psicologia né Eu acho um eu acho um debate muito difícil porque você tá colocando fando uma uma época em que
as coisas eram péssimas as pessoas viviam muitos anos a menos né e viviam em várias situações em que essas pessoas elas não tinham um diagnóstico não quer dizer então que que não sofriam só quer dizer que a gente não não não podia apoiar eu acho que tem uma tem uma grande questão grande confusão que é em torno de o que que é o diagnóstico que que que coisa essa do diagnóstico o diagnóstico ele não é uma afirmação científica de que aquele indivíduo é de um tipo diferente ela é uma afirmação clínica em que a sociedade
através de um grupo de especialistas diz olha nós estamos assinando aqui como especialistas que aquelas pessoas precisam de apoio né Nós enquanto sociedade temos que dar apoio então eu entendo na verdade que eh esse movimento é um movimento de nós enquanto sociedade conseguimos alargar a quantidade de pessoas para as quais a gente oferece apoio né esse é esse é o é esse é a grande questão do diagnóstico quando a gente discute assim por exemplo eu posso ter uma pessoa que tá ali no limítrofe entre ter ou não o autismo né E ela pode num ambiente
eu posso dizer essa pessoa é uma pessoa autista porque naquele ambiente aquele ambiente não é totalmente preparado para ela ah ali Ela tá sofrendo por um conjunto de coisas e aí ele precisa do diagnóstico porque ele precisa de apoio e ele tá num outro ambiente e ele não precisar desse mesmo apoio porque o ambiente é mais preparado para ele então e veja a medida que a gente só fala do diagnóstico e só diz assim ó nós vamos te oferecer o apoio para você aprender outras coisas isso de fato é um é um problema então a
gente tem que ter eu sempre digo assim que a inclusão é uma via de Mão Dupla a gente tem que ter ao mesmo tempo que a gente oferece o apoio para esse indivíduo a gente tem que também trabalhar para modificar a sociedade para ela ser mais inclusível para ela ser mais acessível de modo que você precise menos desses apoios veja vou dar vou dar dois exemplos aqui para você vamos pensar no trabalho eu tô pensando em pessoas com autismo no mercado de trabalho eu conheço pessoas as pessoas que dizem assim eu falo cinco línguas pessoa
com doutorado assim e que estão desempregados por quê Porque chegam num ambiente de trabalho não conseguem trabalhar o barulho incomoda a a presença das outras pessoas a cobrança do chefe tudo assim eh eh vai contra ele bom então vou mudar o o o local de trabalho então nós vamos ver qual é o local que é mais cômodo para eles acusticamente termicamente a gente vai ensinar as pessoas aí a lidar com ele às vezes é não não é não fazer uma brincadeira não fazer uma cobrança de tal forma então a gente pode ensinar esse ambiente mas
esse indivíduo também ele tem que ter a oportunidade também dele eh conseguir lidar com situações que ele não não conseguia antes né Por exemplo é impossível você dizer assim nunca o chefe vai fazer nenhuma cobrança não pode acontecer que em algum momento isso acontece Então vamos ensinar ele a lidar com essas cobranças vamos ver qual a melhor forma dela acontecer Qual a melhor forma de lidar com com as pessoas que estão ali então a gente vai eh fazer essa via de Mão Dupla a gente torna os ambientes mais acessíveis e apoia as próprias pessoas com
autismo para essas pessoas lidarem mais com ambientes diversos mesma coisa na escola a gente é claro que a gente tem que combater o bullying bullying por exemplo é uma coisa que eu sofri muito foi muito pesado e a a literatura científica diz que a população com autismo é a vítima perfeita do bullying por vários motivos né Eh então a gente vai combater o bullying a gente vai criar um canal para as pessoas denunciarem a gente vai conscientizar as famílias e ao mesmo tempo a gente vai ensinar a habilidades sociais para as pessoas com autismo Então
a gente vai criar ali eh eh um trabalho nessa nessas duas mãos porque que este é o mais efetivo e é o mais sustentável quando você fala em tipos ali que você comentou do 1 2 e TR eh como é que ele como é que se dá o diagnóstico o que que precisa ter num e no outro para classificar como é que tá essa essas fronteiras o diagnóstico via de regra eh não precisa colocar o nível né Às vezes o médico Coloca mais como uma como uma indicação do que Como de fato uma uma afirmação
mais incisiva né E lá eles no dsm tem uma lista de de características aproximadas uma uma espécie de uma descrição então A grande questão que eu tenho que observar na hora de eu dizer se é nível 1 2is e trê né É quanto tempo eu enquanto familiar despendoar esse indivíduo então por exemplo eu como eu disse né eu tenho uma vida independente Eu tenho nível um eu preciso de pouco apoio eu Qual é o meu apoio eu faço terapia um excelente terapeuta e eu faço as coisas que ele que ele que ele pede a gente
vai melhorando no dia a dia a a digamos assim a família é um pouco mais compreensiva né mulher e tal eh o meu filho tem o autismo nível três então ele não pode passar o dia inteiro sozinho ele precisa de ajuda às vezes para ir ao banheiro para se alimentar ele para trocar de roupa então ele precisa de de uma pessoa o tempo inteiro então é muito substancial ele é Totalmente Dependente Então tem muito mais a ver com qual Quanto tempo você dispende em relação à aquele indivíduo no caso do nível um via de regra
esse apoio mais pontual então ele vai ser pontualmente em algum momento do dia e o dois é é o intermédio né então ele faz um monte de coisa sozinho mas também todos os dias eu preciso estar com ele e muitas coisas ele vai precisar também de algum apoio ele não consegue ter toda autonomia PR questão de tratamento você por exemplo se pega um uma criança nível TR vai precisar obviamente além de mais apoio da família e de tempo ali da família Imagino que também precis de uma equipe um pouco mais complexa para manejar aquilo e
o diagnóstico Hoje ele pode ser dado desde que idade e a partir disso Quais são as orientações de tratamento então antigamente a gente tinha uma dificuldade muito grande de fazer diagnóstico de crianças menores porque à medida que as demandas sociais vão aparecendo é que o diagnóstico vai sendo melhor né mas um conjunto de estudos eh recentes eh conseguiu fazer isso com segurança estudos longitudinais principalmente sobre a coordenação de uma professora chamada Karen Pierce eh professora da Universidade da Califórnia no Campus San Diego ela conseguiu eh nesse estudo longitudinal demonstrar que com um ano e dois
meses dá para fazer um diagnóstico bastante estável né O que que é estável você dá o diagnóstico e você acompanha longitudinalmente ele se confirma no futuro né Eh uma estabilidade para essa idade muito grande e se você considerar os efeitos diferenciais da intervenção precoce então é uma coisa super e eh benéfica né porque o efeito que quando você faz a intervenção quando ele é pequeno é muito maior então a gente consegue fazer com 1 ano e dois meses não para todos os casos né claro que existem casos o que que seria al o óleo que
ali no caso então Existem várias coisas que a gente parte motora assim tem tem então a a aí tem uma uma contradição uma coisa interessante né então existem uma série de sinais que a gente vai olhar Quais são esses principais sinais dizem respeito à interação com os adultos né então vou dar alguns exemplos aqui a manutenção do contato visual se você pega uma criança uma criança com 1 ano 2is meses um pouco menos ela olha pro seu olho como se ela soubesse um segredo seu ela olha e ela fica Ela sustenta aquilo de uma maneira
muito forte crianças com autismo via de regra né Essa é uma das várias coisas elas fazem um contato visual mas elas não sustentam é um contato fugaz ela olha e tira ela olha e tira Então esse é um dos aspectos vou dar o outro que inclusive é mais forte do que esse a atenção compartilhada então a criança muito pequenininha ela pega uma coisa que ela gosta se ela gostou isso aqui ela vem aqui e te mostra e ela não tá te mostrando porque ela tá te pedindo já é dela ela tá te mostrando ela tá
triangul ela tá chamando você para triangular atenção com alguma coisa quando você olha para alguma coisa quando você tem atenção com alguma coisa ela também se dirige aquela coisa só para você ter uma ideia se a criança tiver 11 meses e ela não tiver atenção compartilhada a probabilidade dela ter autismo é em torno de 87% muito alta é claro que essa não é uma coisa que as pessoas no dia a dia em geral vão vão olhar vão Observar se a criança aponta uma coisa que ela gosta é difícil PR os pais né então existe uma
série de outras coisas vou dar outros exemplos aqui tem um por exemplo que tá até num alguns protocolos de avaliação de rastreio que a gente chama né de risco que é assim você desconfiou que alguma vez que o seu filho é surdo por quê Porque às vezes você você chama ele várias vezes ele não olha não por problema de audição mas por uma questão seletiva de audição né então tem um caso famoso que é o primeiro menino que foi diagnosticado com autismo no mundo né o primeiro artigo ele era o primeiro nome ele acabou de
falecer inclusive com 80 e tantos anos eh chamado Donald tripet o pai dele fez um teste com ele que era o seguinte o pai dele pegou uma arma lá nos Estados Unidos que éa muito mais comum e deu um tiro e a gente que que a gente faz dá um pulo né se assusta ele não fez nada mas ele deve ser surdo aí pegou uma bala em outro lugar fez ele fez assim como se tivessem dado um tiro e saiu correndo pra bala né Então é quase uma audição seletiva mais ou menos essa ideia então
são alguns poucos sinais alguns sinais assim muito fortes de que esse indivíduo tem uma interação muito alterada nós podemos por exemplo pensar em termos de questões motoras as Pesquisas mostram que mais de 80% dos indivíduos com autismo tem prejuízos motores muito significativos eh um desses Protocolos de rastreio ele se chama mset que é o mais foso tá na carteira de vacinação do Brasil inclusive né Eh No Japão eles fizeram uma pesquisa de prevalência uma pesquisa longitudinal que eles começaram com esse protocolo só que eles fizeram uma adaptação adaptado incluindo questões motoras e deu assim um
resultado excelente de modo que eu eu lucelmo acredito que no próximo dsm as questões motoras devem vir como uma característica do autismo a minha opinião posso posso errar mas eu acho inclusive deveria vir porque eh embora não sejam todos uma grande parte uma grande maioria apresenta prejuízos motores bem significativos E aí você comentou que esse rastreio cedo é importante porque uma intervenção ali tem muito mais eh chance de de ter um desfecho positivo para para pro indivíduo né eh e aí como é que faz beleza foi identificado um ano e 5 meses um ano eem
8 meses 2 anos a partir disso Qual que é o protocolo de intervenção sugerido tá então eh só para só para reforçar esse ponto né se você faz um protocolo de avaliação de rastreio você sinalisa o risco para autismo você pode fazer a intervenção antes do diagnóstico não é o diagnóstico que determina né porque a intervenção ela não é maléfica ela é ela é Ela é benéfica então você desenvolve certas habilidades Pode ser que aquelas habilidades tivessem sinalizado do risco né o o déficit delas por autismo ou pode ser por outro motivo por falta de
estimulação ou por uma outra condição do neurodesenvolvimento mas de toda sorte a intervenção é benéfica então a gente pode fazer isso antes as intervenções com melhor evidência são as intervenções baseadas em aba análise do comportamento aplicada E aí essa essa é uma um histórico bem complexo porque isso depende muito de de uma série de fatores né essa história começou com um cara que Aliás já vou falar dele mas é muito polêmico que é o ivar lovaz que ele ele começou a fazer a intervenção com crianças maiores E aí ele tem um gráfico muito interessante que
você pega a criança ela aprende um monte de coisa e ele teve que sair da instituição quando ele voltou ele foi fazer a avaliação as queam perdido a habilidade ele falou mas como é que alguém perde Será que o autismo é degenerativo tô falando na década de 60 né E aí ele ensinou e eles ganharam de novo a habilidade falou não é degenerativo o que que aconteceu aqui né ele falou assim eu tenho uma hipótese se eu fizer quando a ve só quando eles forem pequenos bem pequenininhos a escola vira o espaço de fortalecimento dessas
habilidades na época não sabia de plasticidade cerebral nada disso né E aí ele fez uma pesquisa que foi publicada em 87 com crianças Muito pequenas ah 2 anos e meio aproximadamente E aí tinha três grupos né tinha um grupo experimental que ele fazia uma intervenção baseada em aba de 40 horas semanais portanto uma carga horária muito intensivo o dia todo sem férias por do anos mais o treinamento dos Pais quer dizer um negócio full praticamente né um segundo grupo ele deu 10 horas de intervenção semanal que se você pensar é uma intervenção super super intensiva
também né intervenção baseada em aba e um grupo tinha o que eles chamavam de treatment as usual né não fazia nada fazia o que ele tinha de fazer o que já fazia que a gente sabia naquele momento que não funcionava resultado é o seguinte e olha para você ver como o delineamento foi legal ele ele fez o seguinte Ah ele fez lá as medidas de inteligência de comportamento adaptativo um monte de coisa teve um um um número estonteante a mais no grupo dele só que ele fez o seguinte deixa viver a vida e a gente
faz daqui 5 anos o followup para ver o que que a escola Falou então mandava pra escola e deixava a escola dizer para ver o que que a escola fazia se ficava em sala comum ou se ia pra sala de atraso de linguagem ou você ia pra escola especial porque isso de certa forma era esse era o desfecho da vida real né E aí no grupo e Experimental 47% na vida real Ficou na sala comum nenhum Professor disse ele precisa de um apoio diferente ele precisa de um outro profissional 47% viveu a sua vida passou
batido passou batido ele chamou de indistinguível que é uma terminologia muito criticada porque fica parecendo que é a questão estética mas não tem nada a ver a descrição não é essa é eu entendi quando você falando tem que dar tem que ser meio xarope para querer polemizar isso daí né me is é eh o segundo grupo só doos outros dois grupos né só 3% teve o mesmo desempenho então a dif 47 para 3% é bizarro um tamanho de efeito raro de se V em qualquer estudo de intervenção exatamente só que aí como como você tá
dizendo é um tamanho de efeito muito difícil então a gente Claro desconfia Será que o estudo realmente foi bem feito Será que ele não envouter gente falando lovas tem um histórico de pesquisas muito antiéticas que envolvia da cho envolvia eh até pr pra época né de conversão de de comportamento sexual né então eh havia uma série de desconfianças de que se aquilo ali era era era correto e se era ético e aí saiu agora eh Se não me engano faz um ou dois anos saiu uma revisão sistemática só de replicações do estudo do lovaz só
que agora são replicações modernas com controle de ética super rigoroso sem nenhum tipo de aversivo de várias instituições várias instituições que fizeram e a revisão sistemática mostrou que sim aqueles resultados eram verdadeiros eles essas vç do da universidade da cali então a intervenção ela tem que ter quatro características a intervenção para autismo para ela ser efetiva elas essas quatro é que vão convergir para efetividade primeiro é a intensidade não é por ordem tá intensidade então a carga horária tem que ser muito grande veja 10 horas não funcionou foi 40 horas que funcionou não quer dizer
que para todo mundo é 40 horas depende da Necessidade do apoio de cada um lembrando que quando ele fez essa pesquisa só era autismo casos bem graves né Não era como hoje que você tem esses níveis mais leves na época era só o autismo mesmo né então Eh intensidade segunda questão é a integridade Ou seja é uma intervenção baseada em aba feita com bons analistas do comportamento pessoas Preparadas com bons programas baseado em ciência coisa de de difícil de fazer né terceira questão é uma questão complexa principalmente por conta do diagnóstico que é a precocidade
quanto mais precoce tanto mais efetivo então o ideal seria que a gente pegasse as crianças bem pequenininha mesmo e é muito difícil principalmente no Brasil que é difícil ter acesso a diagnóstico e a quarta questão é uma questão genética individual você tem criança que voa e tem criança que vai muito lentamente mesmo se eu fizer precoce íntegro intensivo porque ela tem uma condição genética mais invasiva então isso e e a gente não tem conhecimento para dizer assim esse Gene aqui é tá esse gen aqui é difícil esse perfil genético a gente não consegue fazer essa
esse prognóstico por perfil genético mas a gente sabe que a genética individual decisiva nessa nessa determinação então assim considerando Ô Gabi tá meio frio aqui cara se puder aumentar um trazer mais uma água também então assim considerando e todos esses itens que você citou eh a pessoa posso Posso falar uma grande bobagem agora mas Considerando o que você falou eu sempre digo isso aqui pro pessoal eu não Eu nunca falei em caixinhas no Instagram ou qualquer coisa assim sobre autismo Porque eu sei que é um mundo totalmente diferente então peço desculpas desde já se eventualmente
eu fazer alguma pergunta aqui que posso sar muito ignorante que de fato eu sou ignorante eu ignoro não leio essa literatura não é do meu do meu mundo por isso que eu trouxe um especialista nisso aqui mas baseado nesses quatro itens que você citou a pessoa que tem um filho e que faz uma hora de terapia 50 minutos de terapia por semana e vai ter algum benefício significativo ou a intervenção deveria partir de um contexto mais amplo vamos supor que eu tenho um filho de 15 anos que tem a fala preservada que tem a cognição
preservada tem o autismo nível um com alguns problemas emocionais relacionados a fazer amigos ou a sustentar amizade e aí eu preciso de uma intervenção neste caso pode ser que uma hora de TCC por exemplo seja efetivo né então é um caso muito Pontual de um um nível um bem mais limítrofe com questões emocionais muito específicas pontuais a gente chama esse tipo de intervenção de intervenção focal então a intervenção focal ou focada ela pode ser de de uma baixa carga horária mas eh ela não é a intervenção para o autismo ela é para uma questão pontual
se eu tô falando assim ó eu tenho uma criança autista né que já já já sei que ela é autista porque eu tenho um diagnóstico Eu tenho um conjunto de dificuldades que ela que ela percorre V várias áreas Então tá no no no campo da comunicação social tá no campo do comportamento eventualmente tá no campo sensorial então quando eu penso em intervenção para autismo né de um modo geral não intervenções de baixa intensidade não tem efeito não não tem efeito nenhum isso infelizmente é o que é padrão no Brasil que a maioria das pessoas tem
acesso né ela não tem efetividade E aí você tem pessoas que ficam anos a fio e não vem nenhum efeito e acham que o autismo não tem tratamento pelo que você falou realmente a evidência você mostra que não eu eu me lembro eh que eu fiz uma palestra uma vez para para um conjunto de médicos lá da de São Paulo né E aí eu mostrei porque essa essa história do lovaz esse essa pesquisa do lovaz tem um vídeo no YouTube que tem o passo a passo mostra tudo mostra antes posta depois eles 9 anos depois
mostra alguns indivíduos falando né E aí eu peguei isso montei uma palestra em torno disso para mostrar a os efeit do tratamento e tal e eu fiz PR os médicos e eu me lembro de uma uma médica por exemplo que ela me disse assim olha eu nunca o diagnóstico do autismo eu já tive muitos pacientes que eram mas quando eu eu via que era eu nunca dava o diagnóstico porque eu achava que aquilo era uma sentença que não existia tratamento porque eu nunca vi ninguém sair do lugar então eu nunca dei o diagnóstico para não
piorar a situação da pessoa para Então veja quantas pessoas passam por esse processo e e mesmo no campo da Medicina muitas pessoas ainda não não conhecem não não tem ainda informação suficiente e e muitas famílias acabam percorrendo um caminho muito duro eu vou contar a minha história ex Meu filho foi diagnosticado 3 anos e me já era já bem mais tarde depois de vários médicos dizerem coisas como menina é assim mesmo menina mais lento cada um tem seu tempo esses papos assim que isso tudo tudo equivocado mas isso daí eu espero que o meu tio
fale não o médico cara Espero que o meu tio não neuropediatra né pel de Deus é então eu já ouvi isso muito nós vimos isso me Filho tinha do anos não falava e aí o médico diz não calma aí e ouvimos de vários Até que a gente encontrou um e que falou que sinalizou o risco e a gente foi procurar o diagnóstico bom quando a gente passou num outro médico lá ele prescreveu o quê aquilo que a gente chama de tratamento eclético que que é tratamento eclético você vai a vários profissionais e esses profissionais fazem
aquilo que eles acham acham que é bomo fono psicólogo até ó feec terapia e tal então a gente tinha lá uns quatro cinco profissionais toda semana e cada um fazia o que queria eh e aí depois de de toda sessão a gente fica conversa assim na porta né aí eles dizem assim olha cada dia melhor hein semana segu a gente era esse menino surpreende hein depis dizer assim em casa a mesma coisa é e e a gente não via nada acontecendo né depois de 4 anos e meio sem nenhum avanço 4 anos e meio quant
quanto dinheiro aí né cara quanto dinheiro exatamente quanta Esperança dep eu tô dizendo isso porque você pelo jeito é uma família que tem condições de fazer isso virar quem não tem é é a grande maioria né então a gente depois de 4 anos e meio não avançou em nada aí eu decidi e eh ser pesquisador da área eu era pesquisador de outra coisa eu decidi mudar de área aí eu entendi o que que é era o tratamento e a gente mudou né Foi fazer uma coisa baseada em evidências quando a gente fez avaliação fez a
mais básica que existe e deu zero em tudo nele então a minha pergunta é o seguinte se ele deu zero em tudo do primeiro ao último item que habilidade era essa que todo dia ele tava surpreendendo toda semana quer dizer eu não acho que ninguém fez nada por mal só que como ela não media nada ela não mensurava nada ela ela não tinha um programa escrito não tinha métrica não tinha nada como ele ele tava diferente porque ele tava crescendo ela sentia meio diferente e dizia olha tá muito bem né mas o que que é
mais importante aqui primeiro nós gastamos muito dinheiro né então isso é é muito importante para a maioria das famílias sequer tem isso mas de 3 anos e meio para 8 anos e meio a diferença em termos de plasticidade cerebral é gigantesca cara então assim vocês perderam uma janela de oportunidade né enorme né enorme que não tem como recuperar Tem como recuperar existe um papo de Coaching assim né que eh a jan a a plasticidade cerebral todo mundo tem todo mundo é verdade que tem todo mundo tem Ok mas é se você comparar um bebê com
uma criança grande é como você comparar uma piscina com oceano os dois tem água mas uma coisa uma coisa outra coisa out coisa até os o que a neurociência mostra hoje é que até os 23 a 25 anos você tem principalmente até os 25 um resquício de PL de neuroplasticidade passiva Isto é você aprende sem tanto esforço mas a parte de fato neuroplástica cara é até os 9 anos noo você imagina com ano e mes anos é um negócio incrível impressionante né então nós perdemos isso por porque nós fomos ao médico esperando que o médico
quando ele prescrevesse alguma coisa que aquilo era baseado em ciência essa essa é o que eu imaginava na época quando ele fez a prescrição eu não perguntei para ele isso aqui é baseado em evidência Eu só falei Não beleza esse aqui é o tratamento do médico se ele tivesse dito ass no Selma tem uma série de Pesquisas comparando tratamento eclético que é esse que eu tô passando com intervenção aba todos os que compararam mostraram que tratamento eclético é a mesma coisa que ficar em casa mas eu acredito nele então tô te prescrevendo isso se ele
tivesse me dito isso ele podia ter dito eu di Ok muito obrigado e aí eu tomaria a decisão eu vou procurar alguém que baseado evidência sabia né cara às vezes nem ele sabia eu acredito nisso mas existe uma série de Pesquisas porque depois dessa pesquisa do lovaz que que a galeraa levantou a hipótese eu acho que não é porque é ABA O problema é que é muitas horas então tem uma pesquisa do a e outros que é de 2 2002 depois uma da Jan Howard 2004 depois uma 2014 e tem várias outras comparando tratamento eclético
da mesma carga horária com aba vou te vou te dar o exemplo da dado ex aba só pra galera saber a aba análise do comportamento aplicada essa que eu tinha explicado aqui né ela ela Ela comparou o seguinte ela pegou um grupo de crianças para um deu todos os profissionais trabalhando com análise do comportamento aplicada 30 horas por semana e o outro todos os profissionais cada um trabalhando com a sua abordagem mesma carga horário 30 horas inteligência o aumento de inteligência que aliás é o o item que mais que mais eh aumenta em em várias
pesquisas quatro pontos de ganho no eclético para 17 no no ABA ou seja 425 a mais e linguagem receptiva um e ponto de ganho para 13 pontos de ganho portanto 1300% a mais o linguagem expressiva né falar ou se comunicar por outra forma um ponto de ganho para 27 2700% A mais e no no último que é comportamento adaptativo Z para 11 pontos de ganho ou seja infinito poro a mais e não só é não só é muito mais como o eclético quase fica perto do zero né sim é como a criança tá crescendo ele
é equivalente a ficar em casa pois é entende e e veja se eu tô falando de 30 horas nos dois casos profissionais especializados eu tô falando o mesmo custo a a mes a mesma entrega em termos de energia de tempo a mesma coisa só que a efetividade é muito diferente e via de regra no estado brasileiro o que se faz é eclético você veja aí nós temos um problema ex aqui de eficiência de de eficácia da intervenção principalmente para aqueles mais vulneráveis que são aqueles que usam o o poder público e aí você chega nessa
nessa opinião pública comum que é que não adianta tratar que não funciona Porque estão tratando errado ex exatamente estão tratando um vírus com antibiótico é claro que não vai funcionar né nesse caso como se fosse assim eh deixa eu te perguntar então assim eh dos eh assim que diagnosticou eh a o padrão é tratar com aba isso E aí segue até onde vai que hora que muda TCC entra terapia cognitivo comportamental segue só na análise do comportamento então é interessante na área do autismo ela é muito específica assim em termos de tradição porque tem muito
muito histórico da família da luta das famílias que que construiu coisas meio inusitadas então a tradição de análise de prática baseada em evidência no campo do autismo é muito forte né Tem uma lei nos Estados Unidos de 2001 chamada nenhuma criança deixada para trás né no child left behind essa lei Ela diz que só pode usar na Educação Especial práticas baseadas em evidências lá é proibido não usar usar outras né Aí eh por conta disso começou uma política de financiamento de instituições de pesquisa de práticas baseadas em evidências então lá tem duas grandes instituições que
publicam listas né fazem grandes revisões sistemáticas com metanálise que publicam essas listas é a a National autism Center que publica o National Standard Project e o National cleen housee E aí a última dessas listas é de 2020 que Inclusive tem uma versão em português eh oficial né que traz 28 práticas baseadas em evidências né tanto que tem tem uma uma questão né Nós utilizamos o a o nome práticas no plural enquanto em outras áreas se usa prática né Tem várias implicações epistemológicas aí mas é outra questão então tem 28 práticas essas práticas elas são na
sua maioria baseadas em análise do comportamento mas você tem outras também quais que você tem né Eh micoterapia né na verdade intervenção baseada em música A principal músico terapia e aí tem uma galera muito séria que faz trabalhos muito muito muito bons nessa área mesmo muito rigoroso e o Brasil ele é um dos que mais produz no mundo em musicoterapia ISO isso É bem interessante legal nós temos aí exercício e movimento que é uma é um é um nome que agrupa sob esse título várias outras coisas né então você tem lá pesquisas utilizando karatê utilizando
yoga e outras outras práticas similares nós temos intervenção mediada por tecnologia E aí tem várias coisas relacionadas a softwares vários tipos de softwares e nós temos integração sensorial de ss que é paraa questão sensorial principalmente que é feito por terapeutas ocupacionais aí tem um referencial teórico próprio e tem a TCC que é terapia cognitivo comportamental que tem um papel eh muito importante né E qual é o perfil digamos assim que a TCC entra pros indivíduos que TM uma cognição uma boa cognição uma boa linguagem É principalmente ali a partir da adolescência E aí eles ti
tipo tirei o um e o dois ISO um um talvez indo pro dois Depende do que a gente chamar de um e dois aqui mas de modo geral pro pro um né É principalmente PR depressão ansiedade e instrução acadêmica a evidência mais sólida para essas três questões então por exemplo eh no meu perfil eu o meu terapeuta ele é dbt é terapia dialético comportamental né que é dentro da análise do comportamento é uma abordagem dentro da análise do comportamento mas eu poderia por exemplo me servir de um terapeuta TCC e os dois seria muito bem
atendido nos dois casos entendeu então a gente tem um grande grupo de pessoas com autismo que quando você fala do alargamento você tá alargando principalmente para esse campo do campo do nível um uma grande parte desse público que se serve muito bem da da TCC legal legal e eh quando você comentou anterior Ah você falou ali esse assunto que eu queria puxar você falou que existem algumas pesquisas sobre e a parte da pbe dentro da educação né porque considerando que o tratamento envolve uma carga horária muito grande e considerando que muitos brasileiros que TM filhos
com autismo não tem condições de pagar nem esse tratamento eclético que muitas vezes fazem de forma equivocada pelo que você tá apontando tão pouco o tratamento com aba 10 15 20 horas semanais porque é um custo né envolvido bem alto eh uma das possíveis rotas de intervenção não seria via escola ou creche é o que eu acredito eu eu a é é perdão é aí que entra a parte de pbe aplicada na educação seria mais ou menos nessa via que não só também não só mas eu acho que a gente pode trabalhar as duas coisas
a primeira coisa é a seguinte na educação a ideia de práticas baseadas em evidências ela é eh existe uma hostilidade muito grande na educação de um modo geral né então se a gente pensar que você tem uma aula hoje e ela é exatamente igual a uma aula de sei lá 100 anos atrás porque nem nada do que a gente vem descobrindo em termos de efetividade vem sendo incorporado e quando você fala que tem que usar para prática com evidência isso é tido e de alguma forma como alguma coisa pejorativa na educação mesmo na academia né
A academia grande parte da nossa academia rejeita a ideia de que você pode fazer experimentos por exemplo eh Então isso é um problema para toda a educação eh isso prejudica a o ensino de todos e é claro que prejudica também o ensino de pessoas com deficiência agora quando a gente fala de pessoas com deficiência especificamente é ainda pior por Veja só eu como aluno né ou qualquer pessoa qualquer estudante como aluno nós passamos por uma escola que é uma escola que que tá baseada em quê Sea baseada em ciência ela baseada na tradição Uhum E
tradicionalmente você tinha alunos ali alunos com desenvolvimento típico Uhum Então eu tô repetindo aquilo que funcionou mais ou menos com com alunos com desenvolvimento típico mas quando eu pego o aluno com autismo eu não tive esse aluno quando quando eu era quando eu era era aluno então a probabilidade disso funcionar é ainda mais baixa portanto a ideia de uma educação que funciona pela tradição ela ela exclui ainda mais as pessoas com deficiência de qualquer forma mesmo do ponto de vista acadêmico digamos assim agora quando a gente fala de autismo e a gente fala principalmente de
indivíduos com mais necessidade é ainda mais problemático por qu como você apontou né o lugar em que a gente tá mais tempo é na escola a gente tem eh no Brasil basicamente esse único serviço né se você pensa nas cidades que que você tem Às vezes você tem uma phono às vezes uma at Às vezes uma psicóloga É muito raro você quase nunca você tem os três Tá mas quando quando você tem um é 15 minutos e a cada 15 dias ou uma vez por semana então é tudo tão tão pontual que praticamente você não
tem né para ser para ser sincero e a escola é o lugar que tá presente eu vou te dar um exemplo da cidade em que eu era professor até ano passado professor efetivo lá a creche a creche é 55 horas semanais portanto nós já oferecemos uma intervenção de 55 horas semanais O problema é que essa intervenção não se baseia em evidências científicas ela se baseia no senso comum numa tradição se eu se eu apoiasse aquele indivíduo lá na creche com evidência científica a gente maximizaria muito mais o desenvolvimento de das pessoas com deficiência não é
um negócio mirabolante né cara não é um negócio mirabolante E aí tem muitas aliás tem uma coisa que as pessoas dizem né mas 4 40 horas é não é é exaustivo a criança fica morta vai na porta da creche para ver se essas crianças estão mortas as famílias sabe o que que as famílias fazem ISO está todo ano dá problema elas pedem para não ter férias na creche porque elas não querem que tenha fé as crianças querem ficar as famílias querem que fique então se você organiza bem a rotina tem a hora do Sono tem
a hora de comir tem a hora da brincadeira e se você faz isso quer dizer baseado em evidência tanto melhor você fazer isso se você fizer isso de maneira equilibrada não é exaustivo pelo contrário eu acho que nem vão perceber qual não não dá naquele aquele estudo que eu te falei do lovaz tem o vídeo né que que tá na internet e nesse vídeo tem um cara só uma pessoa revelou sua identidade ele tava falando olha assim ó ele diz o seguinte Olha a minha lembrança é eu ia pra escola exatamente eu aprendia coisas eu
não tenho dif lembrança n a pessoa quando ela se dá conta que é gente ela já aprendeu exatamente colocou exatamente então era uma lembrança super satisfatória então a creche no Brasil poderia cumprir esse papel lembrando que hoje já tem determinação do STF que eh a creche é de oferta obrigatória a família que decide levar ou não mas é oferta obrigatória Então veja a gente tá oferecendo uma intervenção intensiva só que a gente não tá se baseando em ciência e aí quando você pensa principalmente nas famílias mais vulneráveis isso tem um efeito de longo prazo terrível
né porque Com todas essas questões de carga horária que eu falei a intervenção quando você faz particular ela é caríssima então ela tá acessível a uma a uma pequena quantidade só de de pessoas clo e e qual que seria o cenário ideal assim na sua visão cada creche tem um analista do comportamento lá dentro o que eu Ach qual que seria a ideia o que eu acho é que eh o profissional de Educação Especial da própria creche Ele deveria ser alguém aquele indivíduo deveria ser alguém que dominasse esses aspectos da intervenção e não e não
um outro profissional diferente porque Qual que é o problema hoje eh nós temos eh uma uma praga na educação cara que é a pseudociência é uma coisa impressionante que que que que é pseudociência é um discurso que se vende como científico que engana as pessoas dizendo que é ciência porque às vezes porque tá na academia só que na verdade ele é contrário a todos os pritos cicos termos ali né é qu aquela linguagem que fica aparecendo às vezes publica mestrado publica doutorado publica artigo fica aparecendo tem toda a estética de ciência mas não é ciência
porque não se dispõe a elaborar hipóteses e a prová-las a demonstrá-las verdadeiras ou não né então Eh por exemplo se eu falar para você que nem é da área se eu falar assim ol se você pelo que você conhece de neuroplasticidade ora a educação especial ela é mais importante para ensino fundamental quando eles estão mais velhos ou na educação infantil Uhum você vai dizer ass Sé essa pergunta é estúpida né não faz nem sentido é óbvio que a educação infantil pois bem na educação especial no Brasil um discurso recorrente é que a educação infantil não
precisa de Educação Especial [ __ ] então isso aí é para deixar corado um terraplanista é para terraplanista ligar e falar assim vocês não estão exagerando contra ciência não vocês não estão pegando pesado entende cara é lá que lá que tá o ouro cara é cara lá que tá o segredo a risco dizer que arrisco dizer não tem mas risco dizer que TR meses de intervenção lá vale mais que um ano lá na frente não tem a menor dúvida disso a menor dúvida pelo pelo nível de placidamente só um parênteses me permite que às vezes
a galera não compreende isso eu já recebi pergunta quando eu falei de neurop o pessoal Fala ué mas a gente normalmente aprende mais quando a gente tá na idade adulta Por que que o cérebro é mais plástico na infância na verdade pessoal na idade adulta a gente tem uma aquisição maior de memórias explícitas que é um grupo de memórias que a gente sabe que sabe então você tá aprendendo o que que é ABA tá aprendendo o que que é autismo tá aprendendo os níveis tá aprendendo sabe onde é a capital do Brasil sabe onde é
a capital de outro país tá tá tá só que o maior número de fato de aprendizados que a gente obtém é durante a infância que são aprendizados implícitos Ou seja quando você bebezinho quando você é criancinha tudo é novo você tá aprendendo a se equilibrar você tá aprendendo o tamanho do seu braço em relação ao seu corpo você tá aprendendo coisas espaciais você tá aprendendo cores você tá aprendendo textura quando você passa a mão em alguma coisa num brinquedo existem neurônios no seu corpo inteiro que vão até o seu córtex Somato sensorial tudo isso sons
você tá aprendendo né aspectos de próprio seção até mesmo entendendo como o seu corpo funciona por dentro sentindo por dentro o seu corpo aprendendo eh controle muscular para você não lesionar Aprendendo enfim o seu o seu eh eh ensejo de aprendizado o nosso ensejo de aprendizado é muito mas muito maior durante os primeiros anos de vida por isso não à toa nesta época o nosso cérebro é muito mais plástico justamente para conseguir abarcar esse número de aprendizados que a gente e precisa né para desenvolver o Nosso repertório na idade principalmente depois dos 25 28 anos
o nosso cérebro tende a reduzir um pouco a neopl embora ainda aconteça e a gente aprende menos por mais que muitas vezes a gente imagina que Aprenda mais mas na verdade você já sabe caminhar Você já sabe beber água Já sabe as texturas sabe cor sabe falar sabe um monte de coisa e aí você começa a aprender coisas mais específicas principalmente de memórias explícitas então fechando o parênteses só pra galera compreender é um é um período que o seu cérebro é uma massinha de modelar muito molenga então de fato uma intervenção ali cara três meses
dois meses vale muito mais do que só só para você compreender muit BR eh eu tenho vários professores da academia que quando tem filho eles eles marcam algum tipo de de de pesquisa fora do Brasil para levar a criança quando tá ali pelos 2 3 anos de idade porque ficando um ano lá pesso a criança aprende inglês sem se esforçar é [ __ ] eu eu tive que aprender quando velho uma desra cara eu tô aprendendo agora tô fazendo eu se entender e tal mas tô aprendendo a falar cara é um perrengue a forma do
muscular da língua e você não consegue falar umas uns sons a criança aprende depois de adulta você pergunta para ela ela fala não sei eu só sei seend é impressionante a intervenção tem que ser mas aí no Brasil voltando perdão só quis fazer esse para levantar o nível de consciência do público eh no Brasil a galera da educação e assim eu não tô falando de uma de umaas prefeituras do interior tô falando assim por exemplo Prefeitura de São Paulo uma das maiores capitais do planeta at Não não precisa na educação infantil não precisa porque é
livre jogou fora todos Unos estudos em neurociência nos últimos 30 anos estudos esses estudos aí são estudos manipulados são estudos esses pal da indústria farmacêutico uns papo que não tem nem não tem nem falando de remédio tem nem conexão né é os papo assim então então ele dizer assim não é livre é livre é aberto Então é assim na verdade a intervenção ela diz muito mais respeito a atrapalhar ou não atrapalhar como eles são pequenininhos ainda não atrapalham Então não precisa então no final das nas contas acaba sendo muito mais eles estão muito mais sob
controle do que atrapalha do que sob o controle do indivíduo e do seu desenvolvimento e como é que existe algum tipo de proposta algum grupo pressionando para tentar mexer nisso cara nesse momento especificamente é um momento especial assim para mim eu tô eu tô muito feliz inclusive com isso com com essa ocorrência que do dia 23 de janeiro agora o Conselho Nacional de Educação que é um órgão de estado ele é um órgão que nasceu junto com a república brasileira Ele publicou um documento muito importante que é o documento nortear a parcer 50 que orienta
os sistemas paraa educação inclusiva de de estudantes autistas eh esse parecer ele tem 80 páginas é muito grande ele é muito muito eh extenso né e ele tá baseado numa ideia de que eh as pessoas precisam ter entender o que que é o processo de educação inclusiva e fazer isso através da ciência então ele é o primeiro documento na história do Brasil na educação especial o primeiro documento que fala em práticas baseadas em evidências para educação especial Inclusive tem a lista das últimas práticas baseadas em evidências publicadas em 2020 ele é um documento na minha
opinião assim muito revolucionário veja no período da pandemia houve uma série de decisões judiciais né porque num certo momento o governo falou que não tinha pandemia que era pro pessoal sair na rua e tal e aí esse essa ação Por Exemplo foi derrubada na justiça e o judiciário disse decisão que foi transitou em julgado a ação do estado brasileiro deve ser baseada em evidências quer dizer então lá tem que ser baseada em evidência mas outras áreas não tem isso é uma dicotomia não é isso que tava dizendo não é ação do estado na saúde é
ação do estado porque nós somos um país leigo Então as suas crenças as minhas crenças não devem prevalecer ainda que elas não sejam religiosas então o conhecimento científico deve tomar esse lugar então Eh esse documento tá nessa toada né Desse dessa perspectiva do estado brasileiro baseado em evidência Então tá dizendo lá tem que fazer educação inclusiva baseada em evidências é claro que uma uma uma afirmação como essa diante de um cenário como esse que eu te falei ele ele chega e estremece as a situação né porque tá todo mundo fazendo outra coisa então existe existe
um um um grande debate sobre isso mas esse documento tá colocado e é um documento que tem sido discutido em todas as prefeituras e eu eu tenho a impressão que nos próximos anos vai ser o ano de vai ser os anos de desenvolvimento de práticas baseadas em evidências na educação eu tive a oportunidade de contribuir de participar da da escrita nesse documento com várias outras professores né professor da da da dos programas de Educação Especial aqui de Santa Maria no Rio Grande do Sul que é um dos primeiros primeiro do Brasil da UFSCAR né que
é também um dos primeiros eh alguns dos maiores especialistas em alfabetização de crianças com autismo de práticas baseadas em evidências né então é uma galera assim muito barra pesada que escreveu então tem uma tem uma uma credibilidade até para sair pelo Conselho Nacional de Educação então eu eu eu vislumbro aí uma luzinha no fim do turo legal legal E aí agora pegar a partir disso e treinar pessoas e tudo mais botar botar na prática é porque documento não faz nada acontecer né então assim mas veja expectativa de desfecho prático é é é isso porque lá
tem um currículo de coisas que professores de Educação Especial deveria aprender e que os acompanhantes deveriam aprender então a a nossa expectativa é que Principalmente as Universidades públicas respondam a essa demanda pros municípios né eu tô falando município porque o município normalmente é quem atende mais essa demanda que é ensino fundamental infantil né Eh mas os estados também os municípios eles têm existem vantagens licitatórias em em acessar as Universidades públicas esse de fato é o ideal Então essas universidades respondam a essa demanda ofereçam esse conhecimento e aí começa a mudar a rodas quer dizer você
muda a roda no município porque ele passa a a olhar para essas práticas com evidência e muda a roda na universidade porque começa a a a fortalecer quem tá discutindo ciência né n então começa a perder espaço a ideia de de de discutir por exemplo educação infantil não precisa ter educação especial né Isso realmente é é bizarro e perfeito Então lucel vamos voltar um pouquinho no no no tópico e dentro do a gente falou já de e da patologia dos diagnósticos dos tipos dos tratamentos e a questão da etiologia cara do autismo como é que
em que estado tá isso na na Ciência Hoje essa essa é a é mai P pino né então primeiro vamos vamos entender algumas coisas primeiro a gente tem uma definição quando você pega transtorno né diferença entre transtorno e doença Por que que não é doença doença é uma relação entre um agente causador um processo de causação e um quadro de sinais e sintomas Isso é uma doença esse quadro completo então por exemplo a covid é uma doença que tem lá ah o o o agente causador que é o vírus is tem o processo em em
que ele eh eh inflama até cascat inflamatória e tal e aí você tem os sinais e sintomas lá do indivíduo no caso do autismo e várias outras condições mentais né os transtornos mentais ele você tem o quadro de sintomas e sinais mas você não tem nem o agente causador e nem o processo de causação Então esse sobre esse título aqui porlo você pega a depressão a depressão é um transtorno né então você tem lá os sinais e sintomas mas aquilo é causado por diferentes inúmeras causas multifatoriais o processo de causação são inúmeros né E aí
você tem o mesmo quadro no autismo não é diferente então à medida que o autismo foi alargando ele foi abarcando muitas outras condições então quando eu digo assim se eu se reunir um lugar com 1000 pessoas com autismo essas 1000 pessoas têm esses sinais e sintomas Mas eles têm diferentes agentes causadores e processo de causação isso nos traz inúmeros desafios né Eh por exemplo desafio para medicação nós temos hoje duas medicações com evidência para autismo é risperidona e aripiprazol Mas não é para o autismo em si é para pessoas com autismo Mas é para agressividade
irritabilidade porque para o autismo mesmo todos os remédios até hoje falharam todos é que é muito grande eu acho né É muito grande então não tem é muito difícil de dar cer porque veja se eu estô falando de um remédio uma molécula ela vai agir em certo processo biológico se eu boto na amostra gente com processos de biológico totalmente distintos é muito improvável que isso dê certo eu vou te dar um exemplo eu acho um dos exemplos mais bizarros você pega um certo grupo de pessoas com autismo e vai investigando aquelas pesquisas básicas você fala
bom parece que tem uma falta de vasopresina aqui então vamos testar vasopresina então por exemplo essa é a molécula que foi testada Aí você pega uma outra amostra sei lá casuisticamente você dizer assim não aqui parece que a vasopresina tá fazendo um efeito deletério vamos testar um antagonista de vasopresina que é o balovaptan que foi testado agora a pouco que acabou de falhar Então os dois falharam então é tão absurda a a questão biológica que você testa uma coisa e o seu oposto porque as duas TM plausibilidade a depender da amostra que você pega então
eh a primeira coisa eu não acredito que vá haver vai continuar havendo pesquisas de medicamento para autismo assim autismo a gente chama de idiopático Sem Causa definida é não você i falar assim mas isso não gera um problema de justamente de pesquisa talvez não se e a classificação a nosologia não seria uma nosologia que geraria um gargalo na pesquisa para novos medicamentos talvez em vez de quebrar em espaços menores o medicamento iria atingir de forma mais eficaz ali então nós temos hoje Dois caminhos para tentar fazer isso um caminho é da pesquisa do canabidiol hoje
que tá lá na na Universidade da Califórnia no Campus San Diego que é o seguinte eles estão fazend forte de autismo então muito forte lá muito forte lá e aí quem tá um um dos dos pesquisadores é o Alon moot que é Brasileiro né E aí o que que eles estão fazendo lá eles pegaram um grupo de de indivíduos com autismo com quadros severos de agressividade né E eles fizeram o seguinte eles fizeram dois grupos um randomizado cruzado Então você dá canab para um e pro outro dá Placebo e você vai medindo no sangue o
quanto canabidiol tem depois você troca e dá Placebo que tava tomando canabidiol e canabidiol porque tava tomando Placebo e méde no sangue para ver o quadro clínico e o quanto isso reflete a presença do canabidiol do sangue então um delineamento muito bom mas mais do que isso além deles fazerem isso ao mesmo tempo eles fazem a estratificação genética desses desses participantes E aí eles fazem a estratificação genética e eles fazem min cérebro e Pinga também no min cérebro o o canabidiol Então vamos imaginar que nesse grupo eh um pequeno grupo só funcione né pro outro
grupo não funciona bom aí você vai lá pra pesquisa genética e se pergunta esse grupo aqui você estratifica mais o dado não só grupo experimentar o controle você vai lá e estratifica por por quadro genético esse grupo aqui tem qual tipo de quadro genético Então esse é um caminho aí cria um cérebro daquele quadro genético e confirma em cima exatamente então assim eh a gente essa pesquisa não foi foi publicada ainda ela já terminou mas não foi publicada E e esse é um caminho que tá adotando mas o outro caminho que eu acho que talvez
até seja mais forte é o quadro por por quadro genético então por exemplo eu falei para você que como a gente já sabe do processo de causação do Síndrome de R ele saiu não é Mais Parte do autismo então no síndrome de H por exemplo teve recentemente a aprovação do primeiro remédio que é o igf1 que é decorrente da pesquisa do Alisson também e ele fez lá no min cérebro primeiro depois fizeram e fase um fase dois Ah aging que é uma outra alteração genética então eles vão começar a testar por alteração genética que é
o mais complicado porque demora mais tempo só que existe existe essa possibilidade então seguindo essa possibilidade que que a gente poderia ter no futuro a medida que a gente vai estratificando geneticamente a gente vai tendo milhares de doenças raras então tem síndrome genital síndrome genital síndrome do genital uma outra hipótese eh síndrome ficou síndrome do genital gen eu ia falar da genitália né pessoal é síndrome do Gen síndrome do Gene singap 1 síndrome do Gene também fiquei pensando vai entender errado é o meme perfeito aqui eh essa é uma uma possibilidade a outra possibilidade e
ela foi e se fortaleceu agora em setembro que saiu uma pesquisa na céu setembro de 2022 aliás é uma pesquisa muito legal que eles pegaram vários gênes E aí eles pegaram a pela posição do Gene do que ela ocupa eles pegaram certos tipos de processos biológicos ligados à aquele Gene então por exemplo e um conjunto de genes relacionado ao autismo que tá relacionado a por exemplo a transmissão sináptica a outra a relacionada a a a metabolismo né energético e e a e a mitocôndria um outro relacionado a embriogênese então eles eles separaram a quatro grupos
de processos biológicos então talvez você não precisa fazer um gene por Gene talvez você precisa ver De que grupo esse Gene que grupo biológico esse Gene faz parte Então nesse grupo biológico é o mesmo a gente a causação é variada mas o processo de causação ele é o mesmo né com aquele sinais de sintomas talvez porque a molécula vai atuar na causação Não não é no caso não é não é no agente causador talvez a gente possa ter aí digamos esse a pesquisa é Inicial mas Digamos que a gente tenha 10 subtipos de autismo já
mas já quebrou muito mais muito é você aí você tem a pesquisa especificamente para aqueles grupos eu acho que esse esse pode ser o futuro assim me parece mais promissor nos transtornos psiquiátricos a gente tem o mesmo gargalo eh você tem pacientes com depressão que um toma um um medicamento que atua na noradrenalina E outro que atua na serotonina ou muitas vezes um paciente com transtorno de ansiedade generalizada Toma um medicamento muito mais parecido que um paciente com depressão do que dois pacientes com depressão entendeu do ponto de vista de tratamento o cara tá mais
perto do que que o outro que tá no outro bolo do que dois do próprio bolo de Diagnóstico E aí é um levantamento que a galera sempre debate Será que a gente não tá tentando encontrar um medicamento para um negócio muito grande muito heterogêneo de uma população muito heterogênea Então tá se discutindo nisso de tentar quebrar mais o diagnóstico Talvez um tornar um pouco mais específico pelo menos para tentar desenvolver eh medicamentos porque o os próprios da depressão Salv cetamina que surgiu em pesquisa pré-clínica em 2002 e 2018 foi aprovado eh os outros protótipos são
basicamente da década de 60 70 para tratar depressão esses de autism também esses também de autismo esses que tem evidência para agressividade e e irritabilidade que é o risperidona e aripiprazol eles são muito antigos eles são para outras condições e foram reaproveitados mas o uso de os aqueles que foram para autismo vou dar exemplo dos últimos aqui eh minociclina eh a balovaptan eh ocitocina eh bumetanida todos falharam porque esse tipo de desenho é muito difícil de falar e com e com plausibilidade né oxitocina vasopressina e fazendo uma translação para psicoterapia pro tratamento psicoterapêutico talvez seja
justamente em cima desse dessa desse fenômeno que o delineamento de caso de caso único funciona né cara você pega o cara ali em vez de pegar um bolo gigantesco para testar uma intervenção exat é você falou uma coisa importante né ah quando a gente fala de prática baseada em evidência Você tem falado muito nisso e aliás eh eu quero só falar que ho dia eu te falei aqui pessoalmente que a gente tinha marcado de fazer o o podcast E aí eu vi que você tinha se tornado sócio do do Jean Luiz Leonardi que foi o
cara que fez eu entrar nessa área de prática baseada em evidências foi assim para mim foi muito Foi incrível né porque eu vi uma uma palestra dele no botec behaviorista muitos anos atrás eu falei é esse o conceito que eu precisava que eu queria entender e aí corri atrás disso é uma grande referência realmente eh e aí quando eu comecei a estudar no campo do autismo Eu sempre procurei ler sobre o campo do autismo e ler em outras em outras áreas né então em outras áreas tem um um consenso muito forte em torno por exemplo
da metodologia cochren né agora o campo do autismo nessa Seara ele é completamente distinto né Existem várias instituições que que descrevem diretrizes para práticas baseadas em evidências as mais importantes são o council for exceptional Children ah o o what works clearing House então eles eh a própria academia americana de Pediatria que publicou uma uma conjunto de recomendações 2020 todos eles dizem precisa usar delineamento de sujeito único perfeito né Por quê Porque esse delineamento ele nos dá muito mais informação no decorrer do processo num delineamento de grupo né o o resultado de desfecho é muito bom
mas ele não te dá muita informação sobre o indivíduo sobre cada indivíduo no delineamento do sujeito único você tem muito um volume de informação muito maior em cada processo onde que o indivíduo subiu ou desceu em cada comportamento então a a a informação ela é muito robusta quando você faz isso com replicando com vários indivíduos vários grupos Independentes replicando você precisa por exemplo PR para para clearing House você precisa de pelo menos três replicações externas que não são do do grupo original que formulou a intervenção e você precisa que cada cada grupo tenha uma quantidade
de de de pessoas que que eles façam né Cada cada pesquisa e você precisa de delineamentos muito fortes são pesquisas que a gente chama de reversão ou de eh delineamento de linha de base múltipla que que a reversão vou te dar um exemplo de um de um caso esse caso não seria feito hoje porque hoje seria antiético né Mas ele tá bem bem descrito na literatur uma menina que ela vomitava né em sala de aula eles fizeram uma intervenção aí ela Zerou a o vômito aí disse assim Mas será que foi mesmo nós Será que
não foi a professora que olhou no fundo do olho dela e disse ou el ass um filme ou ela assistia umil ou a consciência bateu aí Tiraram a intervenção ela voltou a vomitar aí botaram a intervenção de novo ela parou de novo ou seja isso é um ento de reversão né claro que aqui eu tô falando de uma pessoa só mas teria todo esse contexto que eu falei então ele me dá uma informação muito forte naquele caso concreto que a gente chama de validade interna né o quanto que aquela aquela intervenção explica aquele resultado a
validade interna muito alta de modo que a validade externa ou seja Quanto que vale para outros casos também aumenta então Eh esse conjunto de estudos é o padrão moro dentro da área do autismo provavelmente isso diz se desenvolveu justamente porque eh nós temos um quadro muito distinto do ponto de vista etiológico que a que que eu preciso de muito mais informação para entender se uma coisa funciona ou não funciona para cada indiví é seria um gargalo de outro jeito né então exatamente e deixa eu te perguntar uma hora você falou anteriormente ali que o quando
você tá eh tentando traquear o diagnóstico desde cedo um dos sinais ali tem o olhar né Atenção sustent atenção sustentada compartilhada compartilhada atenção compartilhada E aí você olha para um lugar e a as crianças normais olham também as crianças com autismo elas tenderam olhar eh isso é a teoria da mente né não não é não é tem relação com a teoria da M tem relação que é inferir o estado do outro assim é mas quando eu compartilho eu não não necessariamente eu vou inferir o estado do outro né mas a teoria da mente é uma
coisa muito importante só que a teoria da mente a gente vai conseguir fazer uma boa testade depois dos 4 anos né como é que surgiu essa essa história né Eh isso foi elaborado por um cara chamado Simon Baron Coren todo mundo pergunta se ele é o Sasa Baron Coren por causa do Borá que eu Eles são primos né ele é ele é um pesquisador em inglês e ele tava sobre orientação da ulta frit que também é uma uma gigante da área né E eles pegaram um teste que tinha sido criado em 83 E aí eles
fizeram e publicaram em 85 eu trouxe aqui as coisinhas para para mostrar para você como é que foi né po po most vou trazer aqui temos aqui duas bonecas né eh esse teste ele se chama sell an porque é o nome das Bonecas então eh só que essas bonecas aqui elas já tem nome então eu vou usar o nome delas em português também seria estranho então eles apresentavam para para pessoas eh crianças né crianças com três de três grupos com desenvolvimento típico com síndrome de Down e com autismo eles apresentavam o que eu vou te
apresentar aqui agora tá tá então eu vou pegar aqui eles tinham uma cesta e uma caixa como eu não tinha cesta eu peguei isso aqui na mesma né é uma um estojo né É vou deixar aqui assim e aí em vez de pegar eles usaram a bolinha eu vou usar aqui um um forz então aqui a malha estava aqui a malha certo e a luluca chegou porque esse aqui éa da luluca mesmo eh a da luluca chegou que é uma youtuber que também é boneca eh ela chegou e ela tinha um fone Ok ah ela
tinha um fone aqui e ela tava conversando com a malha ela pegou o fone mostrou o fone e guardou na caixinha dela tá guardou na caixinha guardou o fone na caixinha isso aí Aliás a primeira parte do teste vai perguntar você falar pra criança e pergunta quem Qual é o nome dela tem que falar Lulu quem é o nome dela a malha tá então Ela guardou aqui na parte dela e ela saiu da sala aí você tira ela do ambiente né e diz assim ela saiu e aí ficou só a malha a malha abriu aqui
para brincar com o fone então ela pegou o fone brincou com ele e na hora de guardar em vez de guardar lá Ela guardou aqui no estojo aham certo C pegou guardou de uma maneira que não dá para ver é importante que isso aqui na hora de fazer o teste seja uma coisa que não dá para ver dentro né ah ah bom depois a luluca voltou a luluca voltou Ok e eh quando ela voltou ela tava com muito muita vontade de ouvir o fone dela então eu tô te pergun você vai perguntar pra criança se
perguntar pra criança vou perguntar para você eslen onde ela vai procurar primeiro o fone dela na Caixa ou no estojo Ah ela vai procurar na caixinha na caixinha Ok é isso é essa a pergunta e isso que você tem que perguntar para indivíduo a pergun agora eu vou te perguntar por que que você acha que é na caixa porque quando foi colocado na caixa porque ela colocou na caixa e ela não viu que a outra pessoa colocou no no estojo e portanto ela acha que tá na caix exatamente Ok Então veja a operação que você
fez para inferir que ela ia procurar na caixa não é uma operação simp Eu me coloquei no lugar dela assim e tal isso não é uma operação simples é uma operação difícil complexa ela parece simples porque que a gente não precisa de um treino específico né quando as crianças têm 4 anos de idade crianças que convivem em ambientes usuais elas desenvolvem essa habilidade de modo geral né e crianças com autismo tem muito mais dificuldade eu preciso me colocar no lugar do outro para poder entender o que que o outro ia pensar sentir e fazer nesse
caso eu teria que entender o que ela ia pensar e o que ela ia fazer que onde ela ia procurar como é que foi feito esse estudo eles pegaram 27 pessoas com desenvolvimento típico pequenin meninos pegaram pessoas com síndrome de down né 14 pessoas com síndrome de Down e 20 pessoas com autismo certo as pessoas com desenvolvimento típico todas acertaram muito menores as pessoas com síndrome de down quase todas acertaram só uma que não acertou e as pessoas com autismo das 20 16 erraram o que que é importante aqui você você poderia dizer assim ah
ele não entendeu ou seja você talvez pudesse imaginar que fosse um problema de bom os indivíduos com síndrome de down tinha um q médio de 65 os indivíduos com autismo de 85 de 82 ou seja eles não tinham deficiência intelectual os que tinham eh sín de Down tinham do ponto de vista cognitivo aqueles com sín de Down tinha uma redução muito mais significativa teria que ter invertido né teria que sa se fosse uma questão cognitiva seria invertido então Isso demonstra que não é cognitivo é uma outra coisa talvez uma outra cognição a podemos pensar é
a eles chamaram de ausência da teoria da mente ou prejuízo da teoria da mente Por que que não é ausência porque não quer dizer tudo ou nada né Você tem um degradê tem pessoas que tem pessoas com autismo que tem teoria da mente preservada tem outras que tem um tem um pouco menos um pouco menos até aquelas que não tem quase nada e esse e esse dado ele é impressionante cara no caso a as as crianças com autismo diriam que a que a que a Lulu ia procurar no estojo ia procurar no estojo É porque
ela viu portanto todo mundo sabe o que eu sei exatamente ela não consegue se colocar no lugar da luluca que luluca não não viu e portanto lua não tem como saber e isso é diferente de empatia cara é diferente por é um debate também né é um debate é um debate importante mas é diferente eu vou explicar porquê Porque a empatia que que é aí em Patos é Patos é sentir é eu me sinto em você então você sente dor e eu sinto essa dor em você sabe quando a gente tá vendo vídeo no no
Instagram que o cara leva uma pancada Ai meu Deus você sente aqui eu me sinto em você eu tenho essa empatia agora veja se você tem dor e eu tenho que me sentir em você né se eu vou me sentir em você Vou sentir a sua dor eu preciso saber que você tá sentindo dor Se eu não me coloco no seu lugar para entender o que você vai sentir pensar e fazer eu não consigo perceber que você tá sentindo dor você tá machucado eu não consigo perceber que você tá sentindo dor eu não consigo me
colocar se eu não tenho teoria da mente então a teoria da mente ela prejudica a minha capacidade de compreender que você tá sentindo dor entende a não ser que você me diga explicitamente mas ela seria então um um predecessor da da empatia vem antes ela vem antes da empatia Esse é o primeira é a primeira questão em relação à empatia ela é um predecessor então quando eu ensino teoria da mente nós na análise do comportamento chamamos de tomada de perspectiva Depois eu ensino eu falo porque que que é um pouco diferente a nossa abordagem quando
eu consigo tomar a perspectiva do outro e aí eu percebo que o outro tá sofrendo aí sim eu posso falar empatia Então os níveis de empatia no autismo eles não são menores O que é menor é é o predecessor mas tem um segundo problema bom eu sei que você tem dor que você tá com dor um sofrimento e eu sinto como você né só que o que eu faço com isso entende Qual é o meu comportamento aí você tem um segundo prejuízo que é as pessoas com autismo podem ter empatia e podem não saber expressar
entendi essa empatia então eu posso me condoer totalmente da sua questão e você dizer pô ele não tá nem ligando PR mim Falta ponte falta a ponte Então quando você fala quando a gente fala lá do do dsm dos critérios diagnósticos tem o critério um que tem três pontos critério dois tem quatro pontos critério um o primeiro reciprocidade socioemocional então eu eu posso estar super eh eh Super condoído com você e você e eu não saber comunicar isso para você eu parecer inclusive indiferente a você parecia que eu não tô nem aí que eu não
tô ligando para você quando na verdade isso não é verdade então existem por exemplo vários treinos vários processos de ensino para ensinar a teoria da mente a tomada de perspectiva ensinar o indivíduo a reconhecer que o outro tá em dor quais situações que podem e eh imaginar que o outro tá em sofrimento e também para me comportar tem um estudo muito legal que inclusive eu tem as replicações lá na offcar que é com eh como é o nome daquilo é fantoche então eles fazem um uma uma conversa de fantoche Aí um tem a dor aí
outro aí o outro dá modelo de como se pode você pode se comportar Nossa que Que coisa chata né que que eu posso fazer por você posso te ajudar alguma coisa Nossa eu fiquei triste com você então dá modelos de como esse indivíduo pode se comportar para demonstrar empatia para com outra pessoa então o problema não é na empatia é na teoria da mente e na manifestação socioemocional dessa reciprocidade com outro eu li um livro Uma Vez do Eric candel que é um neurocientista acho um dos mais famosos aí ganhou um prêmio Nobel para descrever
as bases eh bioquímicas da formação de memória e tal no ano de 2000 e ele escreveu um livro intitulado um livro muito bom chama mentes diferentes o que cérebros incomuns dizem sobre nós e aí ele tem uma parte lá que ele fala falala do autismo aí ele fala da síntese proteica de novo e tal e tem um momento que ele cita um artigo que o pessoal eh Pou acho que na Nature neuroscience onde eh foi caracterizada uma área do cérebro das pessoas que TM autismo E aí eu não vou saber qual qual os níveis e
tal mas eh Muito provavelmente a acho que o n deve ser no nível três ou dois um pouco mais grave eh e basicamente eles perceberam que se você pega um braço robótico ou um braço humano e Estica paraa pessoa com autismo Elas têm uma diferença numa área do cérebro que que que interpreta aquilo ali como movimento intencional humano e aí ele fala lá que muitas vezes uma pessoa com autismo se ela não for recíproca num comportamento social não é porque ela não não é porque ela não que ela tá sendo mal educada é porque ela
tem dificuldade de entender aquilo é isso isso aí eh foi muito fortalecido uma pesquisa de 2005 principalmente sobre o giro fusiforme então é o seguinte eh quando a gente seres humanos né de modo geral quando eles vem outros seres humanos tem uma uma uma certa ativação cerebral vamos dizer assim né que é complexo tem uma certa ativação cerebral quando ela vê objetos é outra ativação cerebral completamente diferente então uma série de estudos eh desse período um pouco antes em torno de do ano de 2000 e aí veja ano de 2000 muito an antes de 2013
portanto autismo era uma parte do que hoje a gente chama de autismo né era era de Fato muito mais do que a gente chama de nível dois ou três e aí o que se mostrou nesses estudos né E esse artigo 2005 é o que é mais relevante para isso é que a a área que era ativada quando via seres humanos era a área de objetos e não a de seres humanos e a área que era de de seres humanos ela era ativada com um objeto de interesse então por exemplo vamos lá eu vou voltar aqui
para esit diagnóstico você tem três pro pro primeiro critério e quatro pro segundo critério o terceiro aqui é o hiperfoco em alguma coisa então a pessoas com autismo tem um hiperfoco muito acentuado em termos de intensidade eh em alguma coisa então is isso todos ou não todos porque do segundo critério diagnóstico desses quatro dois tem que estar presentes tá dois dos quatro em geral ele tá presente mas não quer dizer necessariamente que sempre né dos do dos três primeiros os três tê que estar presentes nesse quo Nesse caso tem que ser dois então ele é
um é um nível de intensidade muito grande o tal do hiperfoco que tem no TDH também muitas vezes né só que no autismo ele é muito muito muito acentuado e é importante dizer que hiperfoco é diferente de foco você por exemplo eu tenho acompanhado sua produção fala muito de foco é um foco saudável é um foco para que que você tá fazendo para aumentar sua produtiv exatamente o hiperfoco a gente tá falando do autismo é num nível que traz prejuízo pro indivíduo por exemplo tem indivíduo que ele é fanático por dinossauro por celular por por
futebol por galho por todo tipo de coisa que você puder imaginar aí às vezes a gente fala assim ah mas ele tem um Per foca numa coisa legal né futebol A galera gosta eu lembro que eu falei isso com uma família uma mãe que o o filho gostava de futebol disse ah pelo menos é um tema legal ele falou assim ó Selma é legal por 5 minutos quando ele começa a falar escalação da rodoviária de 62 do Ferroviário de 62 aí ninguém mais todo mundo odiando ele então isso prejudica Imagina você falar do dinossauro o
dia inteiro aham é é bonito quando você fala assim por exemplo teve um menino de Acho que 9 anos na Inglaterra que ele foi ao museu natural e ele corrigiu uma informação sobre o dinossauro no museu natural da Inglaterra de Londres lindo pô sai no jornal legal mas imagina para essa mãe ouvir o dia inteiro quem é que quer ser amigo do menino que fala dos ossos do externo sei lá de qu do Dinossauro o dia inteiro entende eh então e traz um prejuízo em termos de habilidades sociais ainda que tenham seja de alguma forma
pode ser vantajoso em algum contexto né então esse hiperfoco ele pode ser muito muito acentuado nesse indivíduo então ele gosta muito de Galinha Pintadinha ele gosta muito de sei lá qualquer coisa aí e aí vai se atualizando conforme ele vai crescendo isso pode tem cara tem gente que muda todo dia tem gente que que é que é mais durad duro então quando ele vê este objeto de interesse ativa Justamente a parte que é de seres humanos Olha só cara entende então é uma é um negócio Espetacular do ponto de vista neurológico né E aí quando
você pega esse indivíduo Principalmente quando você consegue trabalhar com ele pequeno Qual é o foco do trabalho é motivação social é transformar os seres humanos em reforçadores é transformar os seres humanos na coisa mais maravilhosa para ele que às vezes não é né então vou te dar um exemplo aqui tem uma uma pesquisa que é com eles pegam uma chupeta um bebê recém-nascido uma chupeta e eles põe um medidor de pressão E aí eles põe a o bebê e uma pessoa fala Cadê o meu bebezinho e tal e aí você vai medir o quanto que
ele ele ele pressiona eh as crianças que pressionavam forte e aí você acompanha longitudinalmente tinha alta baixa probabilidade de ter autismo aquelas que eram indiferentes quando a pessoa falava quando se acompanhava longitudinalmente tinha uma alta probabilidade de ter autismo né Tem tem eh em outras palavras Elas não tinham uma resposta fisiológica comportamental à fala humana isso exatamente não não tinha essa resposta ou seja os ou eu posso dizer assim o seres humanos não eram tão reforçadores né eles não eliava respondentes aí vou te falar de outra pesquisa essa É bem interessante também e essa tem
revolucionado o o diagnóstico que é o seguinte você pega uma criança um bebê e põe ele diante de uma tela e nessa tela tem tem duas formas de fazer isso dois paradigmas vamos dizer vou vou falar mais simples aqui num lugar você põe um ser humano de um lado esse paradigma é da Ken Pierce com Eric corsus você põe um ser humano e aqui você põe um objeto geométrico ou um objeto mecânico se movendo E aí você faz o rastreamento podde para onde ela olha né E aí Você mede isso criança recém-nascida e vai acompanhando
no decorrer do tempo né então Ó lá primeira informação meninos olham mais pro objeto mecânico do que meninas meninas olham mais para para pessoas né você vai ser cancelado de modo geral começou com isso daí vai ser cancelado recém-nascido então então porque e eh depois a gente volta essa isso tem um impacto da nossa discussão sobre Porque que as meninas é mais difícil de a gente diagnosticar meninas então meninos são mais olham mais para objeto mecânico agora quando o bebê mas de toda sorte Eles olham mais pros seres humanos mesmo os meninos agora quando aquele
bebê olha mais pro objeto mecânico geométrico olha mais de 70% 100% tinha autismo 100% depois no estudo longitudinal se verificou então é um número muito muito grande né esses dados eles mostram que a gente primeiro lugar que a gente já tem a clareza que o autismo é ele é é de nascimento não é uma coisa que você adquire depois e que ele tá relacionado à motivação social né E que ele tá presente desde pequenininho agora e um outro grupo de pesquisa nos Estados Unidos que é liderado por um brasileiro que é o a miklin ele
criou um equipamento que faz isso que já faz o rastreio tudo isso só que Esso é diferente ele põe um rosto e depende da onde você olha pro rosto então tem as áreas sociais né mais ligadas ao olho se você olha para área social ou área não social Ah E aí El já o f já aou lá já é válido já pode utilizar a clnica para fazer rastreio de Diagnóstico veja não é o diagnóstico se der o risco aí Você encaminha pro profissional para fazer um avanço gigantesco cara então foi aprovada agora no começo do
ano e saiu paper ano passado né saiu os papers em setembro então hoje já pode utilizar lá rá muito rápido então como tem um acordo entre fga e outros como Anvisa por exemplo is po provavelmente vai chegar muito rapidamente ao Brasil né até falei com ele pra gente tentar fazer um alguma outra pesquisa aqui né Deal E é transcultural né para para fazer uma validação diferente talvez aconteça agora falando sobre os meninos e meninas lá ah meninas mulheres eh a gente tem um subdiagnóstico muito grande entre esse público né eh qual que é a proporção
hoje na hoje a proporção seguinte na maioria das pesquisas é quatro para um quatro meninos ou quatro homens para uma menina ou mulher só que teve uma revisão eh recente que se dedicou especificamente a tentar corrigir esses vieses encontrou uma proporção um pouco diferente de três para um porque é 3,41 e ar Ronda para trê para um ou seja existe um subdiagnóstico importante Aí você começou a levantar a hipótese de Por que que esse que isso existe né uma hipótese é que os instrumentos de avaliação porque tem dois instrumentos padrão ouro para avaliação diagnóstica um
se chama Adir e outro chama Ei dos dois de que esses instrumentos estavam viciados porque eles tinham sido construídos olhando mais para meninos e aí foi feito um conjunto de estudos e os estudos de um modo geral entendem que não que os instrumentos não produzem esse enviesamento E aí se começou a observar outras coisas que poderiam estar causando isso então hoje aparentemente né tô falando aparentemente Porque os estudos não são conclusivos tem ainda muita coisa para acontecer eh parece que tem muito mais a ver com o papel de gênero esperado então por exemplo quando um
menino é muito quietinho você fala esse menino aí não sei o que tá acontecendo quando uma menina é muito quietinha você diz assim menino é assim mesmo menina tem que ser mais recatada aí não investiga E aí não investiga Então tem muito mais a ver com o fato de que nós temos expectativas de gênero distintas do que do que com o o instrumento especificamente mas aí se espera eh considerando a a é que é difícil né porque a gente não sabe a etiologia mas considerando a não sei a manifestação ou alguma coisa assim se esperaria
que essa subnotificação fosse tão grande ao ponto de a proporção ser igual aí essa é a pergunta natural que deveria chegar né então a pergunta é Será que nós então estamos fazendo isso de maneira tão mal que na verdade é um para um é só um fruto do machismo né a gente tem algumas formas de fazer uma distinção se uma coisa é cultural ou se ela é biológica a gente pode fazer estudos com primatas a gente pode fazer estudos eh com replicações em culturas muito distintas e a gente pode fazer estudo com crianças Muito pequenas
né E E essas outras não são passíveis da gente investigar isso então a investigação é por meio de crianças Muito pequenas então por exemplo nesse estudo que eu tô que eu falei agora a pouco sobre rastreio visual você pega crianças muito pequenininhas e coloca elas olhando estímulos sociais ou não sociais já se verificou naquele caso que a diferença entre meninos e meninas com sinais expressivos de autismo era muito maior em meninos né Ah então então de fato faz sentido talvez não seja tão grande mas exatamente existe um subdiagnóstico Mas isso não quer dizer que a
proporção é igual entendi bom aí você tem uma outra pergunta então do ponto de vista científico você tem que se perguntar por que né era minha próxima pergunta é por que que tem essa distinção hormônio Qual que é a gente não sabe direito eh isso é chamado na literatura de fator protetivo feminino né Eh esse nome ele é ele é muito muito já muito disseminado e existe houve uma série de Pesquisas específicas investigando uma questão aou outra a questões hormonais e questões genéticas e quando você pega o estudo por exemplo de questões hormonais ele ele
não dá um efeito suficiente para explicar essa proporção os estudos genéticos igualmente então Eh hoje o Consenso é que é É uma combinação das duas coisas é preciso ter processos genéticos e processos hormonais processos que nós não conhecemos apropriadamente ainda para explicar essa diferença porque que meninas T menos algum lugar tem que tá né algum lugar tem que tá só um ser ambientando aqui mas mas isso tem isso talvez seja hoje uma das coisas mais estudadas dentro do autismo em nível mundial e é legal como outras áreas por exemplo eu no meu mestrado trabalhei um
pouco com Alzheimer e um dos principais e focos de investigação hoje no Alzheimer Nem é tanto tratamento cara mas diagnóstico precoce para conseguir fazer uma intervenção antes bacana que no autismo parece que isso também é uma área bastante forte né vai ficar bem cedo pra gente conseguir tratar cedo tem muita gente estudando marcadores biológicos é além do do do it tracking que não é exatamente biológico né tem uma tem uma discussão aí mas tem gente estudando urina tem gente estudando exame de sangue tem gente estudando exame de imagem eh nós publicamos um um artigo eh
recentemente na no na scientific reports um artigo uma equipe brasileira eu colaborei com o pessoal lá da UNIFEI e a gente pegou eh ressonância magnética funcional em estado de repouso por exemplo Então você tem dados bem interessantes ali já que indicam uma certa possibilidade de fazer com com com o diagnóstico com isso no futuro né Principalmente agora usando inteligên artificial então tem agora surgido possibilidades da Inteligência Artificial e eh atuar Nisso porque Qual que é o problema desses exames hoje eh a Sociedade Brasileira de Neurologia infantil sbni ela tem uma proposta de padronização do diagnóstico
de autismo tem lá as coisas que o médico deveria fazer né então tem os exames de descarte então por exemplo você tem um exame de imagem em certas situações que é descarte então a gente não faz diagnóstico por imagem faz diagnóstico com observação clínica testagens comportamentais só que quando você pega as pesquisas sobre imagem comportamental sobre sobre estruturas neurológicas você percebe que tem uma série de diferenças neurológicas só Qual o problema onde que entra o o problema aí é um problema de como que você faz essa avaliação por exemplo vamos lá eu posso dizer para
vocês para você homens são maiores do que mulheres Ok então eu vou te dizer tem uma pessoa que tem 1,75 é homem ou mulher entendi não dá para você dizer isso porque eu só sei disso pegar milhares de homens medir todos eles e na média eu vou dizer que eles são maiores eu pego um monte de mulheres meço todas elas digo que elas são maiores mas se eu te der um dado de uma pessoa é impossível você dizer então hoje a gente sabe que existem diferenças e eh neurofisiológicas muito importantes mas essas informações elas só
T valor do ponto de vista científico do ponto de vista estatístico ou seja se você tá estudando o que que é o autismo Quais são os os impactos dele quais são os processos básicos tem valor mas do ponto de V Vista diagnóstico Hoje não tem mas talvez a gente construa eh algoritmos né com a principalmente com as ferramentas de de Inteligência Artificial que permita fazer isso lá na USP foi publicada uma uma pesquisa recente com essa mesma base que nós trabalhamos no outro artigo que é a BID e eles conseguiram com a inteligência artificial um
nível de Diagnóstico excelente muito bom então é é tudo muito promissor e com pesquisa brasileira leg é que o a ressonância magnética funcional ela normalmente dá um sinal de Delta né de estado ativado com repouso e os os indivíduos são pequenos na amostra porque é um bagulho caro de fazer então de fato teria que pegar todo um conjunto de dados aí realmente entra e a para e tem o problema comportamental porque você tem que ficar lá dentro então a gente trabalhou só com estado de repouso com aqueles que estavam sedados que é muito mais complicado
porque porque os dados são muito mais pobres né então é muito mais difícil de você fazer isso precisa de muito mais investigação hein lucelmo Deixa eu aproveitar esse tópico que você abriu antes ali de e de super de super foco muita gente pergunta sobre super dotação eu não sei se é uma área que você se atualiza mas imaginao que existe uma sobreposição nos estudos eh em termos de eh transtorno do espectro autista e superdotação existe uma relação Qual que é o negócio então vamos lá quando uma pessoa tem autismo e superdotação a gente chama de
dupla excepcionalidade e essa é uma condição que não é incomum ela é relativamente comum né Tem uma grande quantidade de pessoas só que se você olha entre as pessoas com autismo a proporção que tem superdotação é a proporção que tem entre outr outras pessoas também mas é um é um é um um nível grande esse essa é uma questão que de fato existe agora também existem questões que são superposições entre as duas condições que acabam dificultando o diagnóstico dos dois né avaliação dos dois então por exemplo tem pesquisas mostrando que indivíduos com superdotação tem uma
alteração na moral eh tem uma moral mais formal a uma relação com as regras por exemplo dar vou dar um exemplo de um de uma pesquisa que minha mulher participou né sobre superdotação então perguntava assim olha você tem uma filha ou um filho e tá quase morrendo e você tem que ir na farmácia não tem dinheiro nenhum você tem que roubar ou você rouba ou ela vai morrer Qual que você acha que deveria deveria fazer Qual que você acha que é o correto Então você pega entra a população diz não tem que roubar entra a
população com superdotação não roubar errado não tem que roubar não tem que deixar morrer é a quantidade é muito maior de pessoas dizendo isso do que na população com desenvolvimento típico é um resultado por exemplo esperado também em um público com altismo sem superdotação mas com inteligência preservada com aquilo que antes a gente chamava de ASP né Então existe um certas características que são muito parecidas em termos de comportamento social e comportamento moral né de de adesão a regras eh inclusive um um nível eventualmente atencional que pode ser parecido aqui com esse hiperfoco Então existe
uma uma dificuldade aí de distinguir um do outro e quando o indivíduo de fato tem os dois se ele tiver um diagnóstico antes é mais difícil ele ele atrasa receber o outro se ele tiver o de superdotação por exemplo o de autismo fica fica atrasado em relação à média da população se ele tiver o diagnóstico de autismo o diagnóstico de superdotação fica atrasado em relação à média então de fato existe eh uma questão que uma quantidade grande de pessoas apresenta as duas condições E aí acaba que essas características que podem ser prejudiciais acabam ficando amplificada
agora também existe um outro fenômeno que pode ser confundido às vezes por quem é Leo com a superdotação que é o savantismo ou síndrome do sábio que é o indivíduo que na maioria das vezes Inclusive tem deficiência intelectual Mas ele tem uma ilha de habilidade então por exemplo você deve ter assistido lá o filme rainman eu ia perguntar exatamente sobre isso ele tem savantismo ele tinha savantismo ele é ele é ele morreu recentemente né é o Kim Pak né o o personagem que ele se inspirou Então veja ele não conseguia fazer coisas muito básicas mas
ele conseguia contar a carta quando Cairu o palitinho ele já sabia imediatamente quantos palitinhos era verdade aquela carac como é que como é que o cérebro processa isso cara você você imagina né então são coisas tão absurdas de você pensar Imagina assim ó Issa é a história real o cara saiu El ele morava institucionalizado ele saiu ele ficou umas horas perdido quando ele voltou ele desenhou tudo que ele viu mas tudo é tudo tudo é todos os apartamentos todas as roupas penduradas em cada apartamento todas as placas de todos os carros entende esse indivíduo por
exemplo não consegue falar Então olha que contradição o o Rayman é real aquilo que ele não conseguia amarrar o tênis mas se você soltasse uma caixa de palito de dente ele contava em 5 segundos quando palito de dente AL não é não é 5 segundos era imediatamente caramba cara era imediatamente não era ele não fazia como nós 1 do 3 ele já tinha na na imagem ele já tinha a quantidade e tem outras coisas assim absurdas ass falar assim não isso aqui desculpa não é possível o ser humano fazer isso né então você tem situações
como essa isso é o savantismo Né o savantismo Como como é que é a proporção no nos autistas a gente não tem esse dado não tem esse dado mas ah os os tô dizero assim tem o dado mas o dado não é bom é em torno de 10% né Eh Ou mas me parece que é bem menos isso E aí essa pessoa normalmente ela é Ela não não consegue faculdade essas cois não consegue maioria das vezes essas pessoas são tem um prejuízo gigantesco né você não consegue fazer coisas básicas como ao banheiro fazer coisas muito
simples falar a gente não sabe direito porque que isso acontece mas parece que eh isso é um erro específico na poda neural então para paraas pessoas aqui né quando a gente tá vivendo a gente vai perdendo neurônios apoptose a morte programada neurônios um processo normal né todo mundo passa por isso agora Tem tem alguns momentos da vida que esse essa essa poda neural Ela é muito forte a principal é por volta de 1 ano e 2is meses a 3 anos todas as pessoas tá não é uma coisa de autistas mas em pessoas com autismo Você
tem uma maior proporção de erros nessa poda de de poda menos não poda menos é esse esse é É a é uma bem comum e aí as pessoas podem ficar com macrocefalia uns 17% mais ou menos e você tem erros na poda mesmo então por exemplo que que é a poda é é você tá fazendo uma seleção de neurônios eh de que você mais estimula é boas sinapses e tal então você tem um erro ali então por exemplo a a a área que tá cuidando da fala você desliga e a área que tá decorando eh
tudo que todos as batas que você vê você deixa ligada memória fotográfica lá em cima deixa é deixa tudo ligado sendo que aquilo não é relevante pra vida então as as relações de de fortalecimento dos neurônios não são não são respeitadas digamos assim eles acabam sendo diferente então você tem eh decorrente em parte disso o fenômeno do autismo desintegrativo né Eh o recessivo Você tem o indivíduo que começa a falar ele fala tudo De repente ele fala para de falar hum ele perde a habilidade porque aqueles neurônios são são descartados quando eles na verdade eram
funcionais e eram muito importantes pro desenvolvimento desse indivíduo Então tudo indica que eh no caso do savantismo tem a ver com essa correlação equivocada entre ligar e desligar certas sinapses ou e certos neuron é porque Considerando o fato de da pessoa contar os palitos instantaneamente ou decorar um um número absurdo de detalhes tem que ter um respaldo fisiológico tem que ter um arcabouço fisiológico no caso neuronal em locais específicos do cérebro que processa aquela informação que justifique isso né e normalmente esse respaldo fisiológico vem por meio de my sinapse capacidade absurda de processamento de informação
e e e e também a a a a não utilização com outras coisas que eram importantes você tá concentrando ali uma uma quantidade absurda né esse é o tipo de coisa por exemplo que você pode treinar a vida inteira durante 90 an você nunca vai fazer isso nem eu vou fazer isso porque é uma coisa que precisa de um de um arcabo neurológico muito muito diferente Deixa eu te perguntar eh Então beleza já falamos disso aqui também e cara considerando então todo esse corpo de dados que você trouxe aqui e todas essas informações que por
vezes até São relativamente Ainda faltam alguns estudos e o pessoal tá andando com isso né a gente vê nas redes sociais uma disseminação de muitas informações incorretas sobre transtorno espectro autista inclusive é por isso que eu não me meto em falar porque justamente é um tema muito delicado não só do ponto de vista acadêmico que é uma área em constante mudança Você mesmo falou vai se você ler um livro de diagnóstico de 30 anos atrás você vai est desinformando a galera porque já mudou totalmente eh e de tratamentos e tudo mais Eh mas não só
eh delicadas nesse cenário mas principalmente paraas famílias que tem um filho que tem o transtorno de espectro autista eventualmente tá com problema tem que ficar amparando essa criança por muito tempo tem esses níveis de atenção e ainda assim a gente vê muitas pessoas de forma irresponsável divulgando informações incorretas do ponto de vista científico Se você fosse elencar assim as principais eh pérolas que você encontra na internet o que que você diria até pra galera se atentar e entender que é que são inverdades primeira número um campeã de todas é da vacina né porque ela é
nefasta ela ela é Ela é um grande lá do 99 do 98 é um grande erro e ela tem um prejuízo em termos sociais gigantesco né então assim em 98 o cara O Andre wakefield né publicou um artigo dizendo que a a vacina Tríplice ela tinha uma relação Direta com autismo o que que ele disse no artigo Ele disse que ele pegou um conjunto de crianças as crianças foram até até o consultório dele que logo depois da vacina tiveram sintoma procuraram ele e ele abriu o intestino e tinha lá os traços da vacina isso indicava
então que havia uma relação entre cérebro intestino e tal que tava produzindo o autismo é isso basicamente que ele disse E aí ele recomendou que as pessoas não tomassem vacina e aí Isso foi um frição danado porque isso contrariava tudo aquilo que a gente sabia naquele momento n sei numa revista grande também né revista Grande a lanet né uma revista Super influente então Eh teve um impacto imediato os níveis de vacinação caíram E aí depois de um certo tempo foi feita uma investigação um jornal que fez na verdade eu descobri uma série de coisas que
não era bem assim foi um jornal que fez legal Car inclusive esse esse Um Jornalista que comandou teve no Brasil um tempo atrás então o que que eles descobriram primeiro que não é verdade que as crianças tiveram o o esses sintomas depois da vacina logo depois da vacina Então você tinha umas que tinha sintoma desde muito pequenininha outras tiveram muito tempo depois então cada um teve um sintoma em um tempo diferente então eles não procuraram ele era era outra mentira era uma era informação fraudulenta na verdade é um grupo de advogados que que ah arregimentou
aquelas pessoas para entrar com uma ação e o grupo de advogados é que combinou com ele de levar as pessoas para lá segunda informação terceira informação importante e ele tinha dito que abriu o intestino das crianças e que tinha lá o tra da vacina Claro que ele era o chefe da pesquisa ele não abria o intestino de ninguém né O que que seria o tra da vacina ele disse que tinha um pólipos não sei exatamente o que que ele o que o que é que ele tava alguma coisa ali provando que foi vacinado isso não
que é que aquele traz aquilo aquele pedaço da vacina aquela molécula tava ali ainda ativada produzindo aquela relação com por causa do do da relação entre intestino e Cérebro E aí Eh claro que não foi ele que abriu o intestino foi o assistente de pesquisa bom E aí eles pegaram o o o os relatórios do assistente de pesquisa e o relatório não dizia aquilo não tinha achado nada coitado o cara né S fazendo trabalho dele meteram o cara na furado o cara da pesquisa o cara assistente de pesquisa lá fazendo o trampo dele o cara
foi distor por Imagina você foi lá abriu não tem nada você escreve que não tem nada sai lá no artigo que tem então o cara frald todos os dados era tudo mentira a galera tirou o nome Depois tirou o nome é inclusive e Eh aí essa a terceira coisa importante os todos os dados que estavam na vacina eram falsos tanto os os dados do do dos do diagnóstico tanto dos sintomas quanto o dado da procura tudo era falso e qu quarta questão importante né ele eh ele tinha ele tinha patenteado uma outra vacina que ele
queria vender no lugar então ele tinha patenteado a outra que ele queria que substituísse ah essa aí talvez seja a mais importante de Tod Essa era essa era forte né então ele tava querendo botar a dele no lugar e a quinta é que ele recebeu uma propina do grupo de advogados também então a galera pagou ele para ele poder fazer a o artigo para eles poderem eh eh fazer a ação judicial então ele ganhou uma grana e esse cara hoje defende isso ainda defende defende né ele foi depois pro ele perdeu o direito de de
de ser médico não só por conta disso mas por conta de outras picaretar eram várias né ele é picareta em série e infelizmente deve ter ganhado mais dinheiro do que se fosse médico né Nossa Senhora Nossa quantidade de dinheiro é brincadeira não porque tem muitas pessoas que sustentam essa essa história ainda hoje né então ele foi paraos Estados Unidos e depois Eh virou uma celebridade assim desse submundo assim né e isso é um problema Global né aí veja depois disso os níveis cair não adianta você fazer reportagem mostrou que é tudo falso que as pessoas
estão preocupadas bom mas a partir disso surgiram outras pesquisas muito sólidas né para avaliar essa questão então tem pesquisas por exemplo de país inteiro e e os países nórdicos eles fazem cortes do país inteiro que são muito fortes né então você pega a população que foi vacinada e que não foi vacinada o número de autismo é mesmo o mesmo você tem outra depois surgiu a história não porque o problema é vacina é o timerosal que é o mercúrio Então você tem outras pesquisas com estados ou países inteiros comparando os que tomaram a a vacina com
o timerosal sem timerosal que não tomar a vacina o nível é o mesmo exatamente o mesmo só para você ter uma ideia a última meta-análise que eu vi meta análise era de 1.200000 sujeitos né participantes então é são números acachapantes Então hoje tem um monte de coisa que a gente não sabe sobre autismo eu falei aqui né Toda hora dizer isso aqui a gente não sabe isso a gente gente sabe que vacina não causa autismo isso a gente sabe é uma das poucas coisas que a gente sabe porque foi estudado exaustivamente e às vezes você
recebe ali no seu nos seus comentários do Instagram eventualmente alguma pessoa falando por mas é muito muita gente Car mu muita informação de 20 e Poucos Anos depois ainda tá muita gente muita gente e muita gente e fala falando de de médicos que oferecem eh eh detox de vacina coisas assim né esse é um mas tem uma outra uma outra picaretagem essa essa ela é Hilária Se você olhar só para ela se eu não olhar PR os efeitos sociais dela né um cara E ele disse o seguinte que ele é El ele foi expulso da
cientologia porque el acharam que ele era muito louco Ok vamos começar por aí É verdade ele disz que ele é um Deus Universal da Galáxia de Andrômeda e que ele veio pra terra para curar as pessoas e tal e ele trouxe um remédio ele inventou um remédio que é eh um alvejante de madeira alvejante Industrial né de madeira e aí ele diz que ele que cura aides malária câncer ele não inventou ele pegou um alvejante comercial e tá dizendo que ele Ah tá isso é é uma molécula né E aí ele diz que que que
tem isso esse efeito tudo e aí isso nos Estados Unidos e aí ele começou a a vender isso daí E aí é claro começou a morrer um tanto de gente um monte de coisa aconteceu e tal eles fugiram e foram pra República Dominicana ele com umas cúmplices lá né E lá na República Dominicana ele fundou uma igreja igreja Genesis Church and Health 2 porque aí não paga imposto E aí eles começaram a fazer de lá o centro de operações deles e fazer pro mundo inteiro vendendo esse alvejante que eles chamam de MMS Miracle mineral Solution
solução mineral Milagrosa E aí eles tem um livro publicado até no Brasil que é a cura do Tom chamado de autismo que tava em todas as livrarias inclusive muitas pessoas denunciaram Andreia verna foi até um Fantástico para denunciar que tava na livraria Cultura eu tinha L ido na livraria cultura e fotografar e tal eh enfim Eh Ou seja tava em lugares que você espera que ten coisas sérias sim e aí o que que eles dizem que tem vermes escondidos pela ciência que causam autismo se você der o MMS Eh esses vermes vão sair nas fezes
e eles diz você pode olhar que vai est lá saindo e aí a o intestino começa a se despedaçar começa a descamar quando toma E aí você falar Ah tá vendo aí as as vermes Eu já vi pessoas postando no Facebook tá vendo meu filho agora tá livre das da das desses Vermes Malditos e tal pô e assim cara você pega uma mãe ignorante do ponto de vista científico pô para ela é uma uma uma coisa deliciosa imaginar que vai dar um medicamento e o filho vai vai tirar os vermes do corpo né assim e
assim Às vezes quem tá falando sacanagem para caramba né muita e às vezes quem tá falando é um médico aí você acredita mesmo né Pô isso aí é verdade e parece que tá todo mundo conspirando que ninguém tem saída Ninguém me dá uma solução E aí o cara vai em 30 médico naquela no modelo eclético não funciona É não funciona E aí eles falam que quando a criança não toma é para colocar um enema no anos a criança esse tipo de coisa tanto que tem tem já tem e documentos da Anvisa da do eh NHS
da da da Inglaterra do FJ todos os os países publicar porque isso virou uma febre em vários países eles vão e voltam e eh eh eles fazem tudo meio no no submundo então isso aí vir e Mexe aparece de novo Eh ganhando espaço as pessoas falando disso e e aliás tem até uma coisa interessante toda vez que alguém diz assim não porque tal coisa funciona porque tem muita declaração de paz tem que considerar declarações de PIS falo tá bom você quer considerar declaração de pai declaração relato Então vai ir a evidência substituir evidência Então a
primeira coisa que você tem que admitir é alvejante Industrial porque eles têm mais de 500 depoimento na internet publicado porque eles são os que mais TM depoimento publicado Então isso é é porque a pessoa tá se lingando entendeu além de eventualmente alguns que sejam falsos né Então esse é o segundo a segunda picaretagem monstra né grande mas tem inúmeras outras vou dar dar o exemplo de uma outra aqui que é a quelação Porque existe um dos discursos é que o autismo ele é uma intoxicação por metais pesados E aí que o apropriado portanto seria fazer
quelação quelação que é a retirada desses desses metais né só que esse tem um potencial mortífero também é um potencial e muito prejudicial a pessoa faria como uma no no hospital mesmo é no num hospital né um lugar tem uns lugar meio esquisito aí em geral pessoas pessoas hoje eu não sei como é que tá isso no Brasil mas em alguns momentos pessoas viajavam para outros países eu já já tive notícia de pessoa muito rica que foi para outros países esses países que não tem muita legislação e tal é para fazer esse tipo de coisa
e muitas vezes a a criança morre né isso é muito perigoso né Tem certas situações é claro que isso precisa mas eh eh não faz o menor sentido aqui no campo do autismo né então eh tem muitas dessas coisas que são inofensivas Mas você perde o tempo você perde o foco no tratamento e algumas dessas coisas são perigosas como não dá vacina é perigoso MMS alquilação só para ficar nas coisas mais mais tenebrosas aqui e e Imagino que seja também um um degradê Dev deve ter umas coisas meio estranhas aí no meio né Eh e
do ponto de vista de tratamento psicoterapêutico eh na sua na sua experiência a galera porque o autismo foi muito debatido por eh pela literatura psicanalista na sua experiência os pais procuram como é que tá no ponto de vista de psicoterapia existe um nível de consciência sobre análise do comportamento e TCC ou ainda se procura bastante psicanálise ó eh e as evidências Claro da psicanálise né claro claro em 1943 surgiu o diagnóstico de autismo com Leonor né o nome do do do médico que ela da John Hopkins um tempo depois ele mesmo diferente do artigo original
dele ele sugeriu a ideia de uma mãe geladeira né uma mãe fria que causava o autismo e tal mas ele ele depois ele recuou quem levou essa ideia à frente de fato foi a psicanálise através do Bruno bettelheim que era um psicanalista austríaco radicado nos Estados Unidos né então ele ele descreveu ah usando descreveu a mãe dos autistas usando como principal eh comparação soldada nazista dos campos de concentração e ele dizia que o olhar que ele via dos autistas era o mesmo olhar dos dos presos do dos campos de concentração ficava alheio Aim mesmo e
tal eh então ele ele tem uma uma produção né Principalmente um livro chamado a Fortaleza vazia que inclusive tem tem em português né em que ele fortaleceu muito essa posição e ela se tornou muito dominante no campo da psicanálise então nós temos duas questões aqui uma questão que é a questão de como é que você interpreta o fenômeno e ela Claro tem um efeito sobre como você a sobre Veja se o problema é a mãe fria aquela aquela que que não ama criança que quer a morte dela então qual é a solução você tem duas
soluções possíveis uma você tira a criança da família né segunda você trata as mães e essa Isso é o que se fazia nos Estados Unidos basicamente D 60 D 70 né As crianças eram institucionalizadas e as bã recebiam um tratamento né e e Inclusive tem sentido nenhum né tinha sentido nenhum né exatamente Então você tem uma um histórico em termos de de abuso porque essas instituições é claro A grande maioria não precisava precisava acontecer em primeiro lugar e e são lugares em que as pessoas ficavam isoladas era um cenário de abuso muito forte né então
isso isso tem um trauma terrível na história assim né mas interessante que uma uma dessas mães numa dessas reuniões estava recebendo tratamento ela era enfermeira ela foi na universidade pegou todos os paper que tinha lá leu tudo falou mas por que que estão fazendo eu não tô entendendo não tem base nenhuma isso aqui isso aqui não tem nada de ciência E aí ela chegou à noite no grupo de tratamento ela passou um bilhetinho e falou assim ó Isso aqui é uma patifaria Vamos criar um movimento vamos lá em casa à noite e num num nessa
situação surgiu o movimento de Mães de de de pessoas com autismo esse movimento é um movimento que fez tudo acontecer até hoje né então esse movimento nos Estados Unidos Por exemplo el liderou todas as iniciativas de práticas baseadas em evidências o principal banco de de dados lá de genética do autismo aquel sfari foi um grupo de pais botaram 45 Milhões de Dólares no primeiro ano todas as grandes a lei de Mas eles eles botaram ou pressionaram o governo não botaram O dinheiro deles do bolso e e tem várias iniciativas similares assim coisas além da pressão
o governo né então tem várias instituições que fizeram esse movimento todos os movimentos TM a ver com isso em 77 um cara chamado Bernard rimland eh ele Ele publicou o primeiro primeiro documento assim muito forte demonstrando que não era uma questão de criação que a a ele pegou a descrição de mães eh que tinham filhos com autismo e sem autismo e ele Desc escreveu a criação era a mesma não era decorrente da criação havia outras questões biológicas por trás daquele daqueles diferentes comportamentos autísticos né e a partir do trabalho do rimland isso foi se modificando
de uma maneira muito clara né então Eh quando o autismo entra no dcm3 né ele já entra como uma condição do neurodesenvolvimento como hoje como a gente entende Hoje ele é um desenvolvimento neurológico distinto né e por isso não faz muito sentido a ideia de que seja psicogênico então ainda hoje se você pegar nós somamos 2024 gravando isso aqui se você pegar agora ir lá entrar no dicionário contemporâneo de psicanálise entrar lá e procurar sobre autismo você vai ver a descrição como uma coisa que é decorrente de uma situação emocional né Tem inclusive lá a
o encapsulamento autístico que fala que é quando a mãe não gosta e tal meio assim né então eh a a a a hoje é claro que a psicanálise se modernizou então hoje eles não falam mais mão em geladeira eles falam que é uma falha emocional nas relações da crianç é é é o mesmo né Mais ou menos o mesmo né existe uma perspectiva de que a mãe e a mãe é alheia a esta criança então Eh ela ou ela odeia essa criança meio meio um pouco de cada uma exist uma falha aí Ness nisso a
mãe ou o pai a não se fala Mais especificamente na mãe né mas a família o contexto E aí ela se encapsula né eh e aí seria mais ou menos uma um eufemismo para mãe geladeira e existe uma outra perspectiva lacaniana que a mãe ela ela engole essa criança ela impede essa criança de se constituir como sujeito né a mãe crocodilo e aí ela não consegue se constituir E aí a tentativa é tentar constituí-lo pela linguagem tem um documentário muito bom chama de wall ou lemur a e a psicanálise a prova de autismo tem no
meu canal eu coloquei o inteiro que é só eles entrevistando psicanalistas eles não é ninguém fala sobre psicanalista é os psicanalistas alguns grandes autores inclusive franceses eles falam E você que que você acha do autismo aí tem uma uma psicanalista que ela fala assim eu trego um crocodilo se ela pegar no rabo é mãe geladeira se pegar na boca é mãe crocodilo tem um outro que fala assim não eu eu aqui eu ponho o menino aqui eu durmo e aí quando eu durmo aí eu faço a conexão com ele aí tem e os caras falando
assim vários só eles falando então Eh existe uma clareza no mundo científico eu não vou discutir em relação a outros Campos que ess o Jan faz muito o debate muito melhor do que eu né mas no campo do autismo existe uma clareza absoluta de que a psicanálise não tem contribuição não é uma indicação de tratamento não é uma indicação de tratamento Claro se alguém quer fazer é uma outra coisa não tô dizendo que é crime fazer é não tô dizendo indicação lu da ciência agora eu sempre digo o seguinte o problema não é você indicar
uma coisa que não tem evidência o problema é você não dizer que aquilo não tem evidência se disser assim não eu acredito nisso eu eu confio tudo bem mas não é uma indicação Clínica né pro campo do autismo eh eu diria o seguinte eh eslin não é o que as pessoas procuram de um modo geral existe uma clareza no mundo do autismo em relação a isso mas quem tá na rede pública tem que ir para aquilo que a rede pública tá oferecendo né Principalmente os caps eles são organizados Praticamente em torno de uma perspectiva psicanalítica
que hoje no serviço público quem tem acesso à intervenção que não são todos os poucos que tem quando tem em geral é uma intervenção psicanalítica não porque a pessoa procurou porque é a única coisa porque ele é encaminhada ele não tem direito de escolher e aí temos o o problema de que muitas vezes esses próprios indivíduos e essas famílias não sabem que eles estão indo numa perspectiva que não tem nenhuma demonstração de efetividade então Eh isso isso eu acho uma das coisas mais preocupantes agora no cenário do autismo a gente tava falando aqui antes né
Eu por exemplo participo de eventos praticamente toda semana o ano inteiro né congressos um monte um monte de coisas de centenas milhares de pessoas eu eu não me lembro de de da última vez que eu fui talvez H uns TRS 4 anos atrás eh num evento que tem um psicanalista falando né então é é é uma é uma uma realidade que já tá muito clara em geral pra comunidade do autismo não na universidade na universidade ainda tem pessoas falando de autismo na Universidade do ponto de vista da psicanálise agora do ponto de vista da comunidade
É muito raro ter essa aproximação perfeito lucelmo você quer deixar alguma rede social cara alguma pergunta você não quer perguntar do negócio do impacto da genética e genética de novo ah tá perfeito é isso daí é uma coisa legal porque uma uma galera que normalmente e se questiona do Por que existem pessoas com autismo se muitas pessoas com autismo não se reproduzem né não t filhos Principalmente nos casos graves eh como é que é isso como é que a gente pode explicar isso do ponto de vista fisiológico Então vamos lá eh nós temos uma grande
pesquisa 2019 que envolveu cinco países mais de 2 milhões de pessoas que apontou o seguinte 81% da influência se eu pego uma pessoa com autismo em média e olha para ela aquele aquele autismo é multifatorial e 81% da da influência é hereditária ou seja são genes alterações genéticas que vem do pai ou que vem da mãe ou que se somam dos dois né então você tem essa essa relação também e você tem 18% que é de genética de novo né genes de novo mutações eh somáticas a gente pode usar esse nome também que que significa
significa que você tem um gene alterado que você olha no na genética da mãe não tá olha na genética do pai não tá E tá na criança isso acontece porque todos nós temos milhares de de de mutações é natural é assim que a que a que as espécies evoluem só que quando essa essa alteração ocorre e num lugar por exemplo 98% que a gente chamava antes de DNA lixo não tem problema não tem alteração naqueles outros 2% 1 pon e pouco por que é codificante você pode ter uma alteração dependendo do lugar em que esteja
se for numa área neurológica específica aquilo pode ser eh produtor desse quadro do autismo né então a gente tem uma uma alteração que não tá no pai e na mãe Na hora que foi digamos replicar houve uma alteração ali né que é informção a célula acho que ela fica as células ficam se se dividindo e eventualmente quando ela vai copiar uma ela vai se copiar ela erra erra alguma alguma parte escrita ali exatamente E aí e ou seja se isso é na parte codificante que codifica o DNA né as proteínas então isso pode produzir ou
contribuir com a produção de um quadro de autismo né Eh a gente tem isso como uma coisa natural todo mundo todo acontece em todo mundo como a gente já disse né só que a gente tem um fator ambiental que a gente sabe que é uma coisa que pode aumentar essa probabilidade que é a idade do pai por conta de provavelmente ficar replicando muito mais anos né provavelmente é isso é uma perda de qualidade da produção do material genético então quando passa principalmente dos 40 anos começa a aumentar esse risco Existem algumas pesquisas que pegam o
espermatozoide que fazem análise e já dão uma Estimativa de risco não existe isso clinicamente né mas cientificamente existe Então passou de 40 anos começa a aumentar e vai aumentando mais e mais ainda esse risco é claro que eh não dá pra gente dizer quando exatamente a partir de que idade exatamente que esse risco ele é muito grande porque também varia de pessoa para pessoa dos hábitos tud is mas assim em termos Gerais se poderia dizer que depois dos 40 45 anos existe uma sobe ch maior da pessoa ter um filho autista isso isso homens as
mulheres a idade das mulheres tem um maior impacto n nas alterações cromossômicas que raramente estão associadas ao autismo por exemplo Síndrome de Down é cromossômico no caso do homem as alterações genéticas né E você tem 0.8 a 1.2% de impacto de fatores ambientais né coisas que acontecem durante a gravidez Tem três coisas que a gente sabe tá eh pode ser que tenha outras coisas mas a gente não sabe porque os números são muito pequenos é difícil calcular quais três coisas que a gente sabe eh ácido valpróico que é um depakene dep pacote anticon cante às
vezes utilizado em transtorno de humor PR você ter uma ideia quando a gente tem quer fazer modelo animal por exemplo a gente tem uma ratinha e quer fazer modelo de autístico a gente injeta o ácido valpróico na barriga da da rata né então você tem maior probabilidade de ter ratinhos com aquele perfil então quando a pessoa também toma existe esse risco e o segundo consumo de maconha durante a gravidez como eu disse Esses são Dados recentes porque só agora que a gente tem dados mais confiáveis é um dado do Estado de otaa no Canadá estado
um dado bem forte publicado na Nature então isso aqui é um é uma coisa que tem um efeito importante e a terceira coisa são as inflamações acabou de sair uma pesquisa Sei lá deve faz uns dois meses que diminuiu muito a a a nossa certeza sobre as inflamações Então seria o que as inflamações Por exemplo quando a pessoa tem e covid por exemplo durante a gravidez né a a a as pesquisas originais é uma revisão sistemática bem forte que foi publicada H alguns anos que pegou só pessoas que foram internadas por inflamação né né pegou
gripe pneumonia uma opção de coisas só as que foram internadas e o dado era bem forte só que agora acabou de sair uma uma pesquisa que colocou em cheque esse dado que não encontrou uma correlação com com a inflamação Então esse dado tá em suspenso inclusive tinha sido colocada uma questão que talvez nos próximos anos a gente tivesse um número maior de autismo por causa das da covid muitas mulheres que tiverem inflamação grave né durante a gravidez Então você você tem que pensar nesses nesses dois tipos de de Gen né vou te dar um exemplo
meu filho nós fizemos nele um um um Genoma né um sequenciamento completo ele tem vários genes que estão relacionados de alguma forma ao autismo nessa plataforma que eu te falei que é isfar a plataforma de dados genéticos eles classificam eles pegam todas as pesquisas relacionadas à genética do autismo todas estão lá tem uma curadoria muito boa e eles classificam o gene de um a seis seis é que apareceu em alguma pesquisa bem bem longe cinco fica mais forte até dois até um um é que a gente já tem certeza que tá diretamente ligado ao autismo
certo meu filho tem dois genes nível um um chama set de Five e o outro chama act de for o set de Five ele é um gene nível um que ele é sindrômico eles colocam um s significa que ele não causa só autismo ele causa uma série de outras coisas então deficiência intelectual pode ter convulsão meu filho não tem epilepsia mas poderia ter a maioria das pessoas que tem essa condição tem e e algumas outras coisas lá então ele é um gene sindrômico né ele tem um impacto geral e ele veja ele tem essa condição
que eu fiz o exoma eu não tenho o set de Five a mãe não fez o exame mas muito provavelmente a mãe também não tem por quê Porque pessoas que t o set de Five muito improvável que eles tenham filhos né porque uma condição muito muito séria Muito Severa não fala não entende a fala nesse caso você sabe que Muito provavelmente ela não tem também porque ela não manifesta o sintomas Exatamente porque não porque esse é É um tipo de higiene que é muito S se for uma anomalia muito muito não não Vista ainda e
ele tem um gene que é meu que é o act de for que também é nível um ele tem e eu tenho que esse ele tá relacionado também ao autismo a correlação até mais forte do que o set de Five e as pessoas em geral TM um autismo mais leve então no caso dele ele pegou um meu e tem um gene de novo e a Associação dos dois se torna ainda mais forte Então veja esses casos mais graves de fato eles vão aparecer muito mais aleatoriamente porque esses indivíduos dificilmente passam para frente então por que
que a gente tem uma quantidade aumentada de autismo aumenta eh ainda que nesses casos sindrômicos você não tenha eh eh em geral eh filhos né porque onde que o autismo cresceu onde que foi o alargamento nos casos mais leves Então muitos dos casos mais leves como o o meu caso por exemplo o e de for Esses são indivíduos que sim podem ter filhos e que esses filhos de um modo geral tem eh tem também a condição tem uma pesquisa Nós publicamos também também com a galera da da UNIFEI que nós fizemos uma estimativa foi com
o Emerson que foi o primeiro autor uma Estimativa de probabilidade de filhos terem autismo e nós utilizamos um um o modelo oculto de marcov que tem uma série de limitações pela quantidade de dados mas deu 80% de chance de um autista ter filho autista 80% é muita coisa E aí caso caso esse filho for feito quando o autista o pai autista for mais velho a tendência que tem uma probabilidade aumentada de vir alguma coisa mais grave e porque po você pode associar até também po uma de novo em cima de algo que já exatamente agora
Se for menina a probabilidade é menor porque tem um fator protetivo feminino que diminui a probabilidade de mesmo tendo o mesmo Gene a gente usa no autismo o modelo que a gente chama de modelo do copo né então você pega imagina um copo que você tem vários genes ele é multifatorial que você soma genes relacionados ao autismo se você tem e o copo que não tá cheio significa que você tem algumas características mas não tem autismo se aqueles genes Então você tem genes expressões são maiores expressões são menores se aquele Gene passa da boca do
copo então você tem autismo Então você vai vai ter a apresentação a manifestação do autismo as mulheres é como se elas tivessem um copo maior então por exemplo se esse copo masculino tá cheio um pouco cheio você tem autismo você pega essas mesmas variantes coloca no outro copo e ele não chega a boca então ela não tem mesmo tendo as mesmas variantes de um indivíduo agora se ela tiver mais variantes então de toda sorte ela vai ter né então você tem uma menor probabilidade se esse se esse eh filho for uma menina e cara uma
pergunta agora bem ignorante veio um professor de genética aqui da ufsk e a gente trocou uma ideia sobre meu ele contou uma historinha muito bacana sobre como que uma célula funciona e como que existe uma produção de uma proteína seja um receptor qualquer coisa uma enzima desde o DNA até a toda toda a Cascata certinha ali e explicou como que funciona a célula e tal e aí ele contou um experimento que um acho que foi na China que fizeram de um pesquisador que meio por baixo dos panos deletou uns genes lá de duas duas irmãs
gêmeas se eu não me engano e enfim só para contextualizar a pergunta como a gente sabe os alvos genéticos na ciência tem alguém que eventualmente tenta mesmo que modelo animal tentar silenciar esses genes para ver o que acontece provavelmente esses genes fazem muita coisa né vai silenciar um genes você gera um problema gigantesco não é só aquilo ali que eles estão envolvido mas como é que é essa área do ponto de vista de manipulação genética e E aí envolve toda uma questão ética e tudo tudo mais mas imaginao que tem grupo de pesquisa que tenta
olhar para isso né Tem muita gente olhando para isso tem algumas questões éticas muito importantes tem muita gente trabalhando com modelo animal né então o principal modelo que se trabalha com camundongo ácido valpróico mesmo com ácido valpróico Então você tem você tem Protocolos de avaliação comportamental do camundongo para ver se ele apresenta um quadro autístico né Eh porque os os camundongos são super sociais Então você consegue avaliar tem inclusive modelo animal com galinha sem jeto a valpróico pro pintinho tem galinha tem tem vários modelos animais né que que se utiliza Mas o modelo que hoje
tem ganhado mais espaço é o modelo que a gente chama de mini cérebro eu vou contar essa história que eu levei um pedacinho do braço do meu filho então a gente foi no hospital da da pl São Paulo pegamos um pedacinho e levamos para lá né para pros Estados Unidos né lá para para San Diego aí chegam lá o que que eles fazem eles pegam lá um pedacinho de pele qualquer na verdade qualquer célula colocam num ambiente químico que faz com que aquilo retroaja vida célula pluripotente né célula tronco aí beleza virou célula tronco Põe
num outro ambiente então eu acompanhei lá todo o processo lá e aí ele se especializa então a especialização que eles estavam querendo lá é neurônio então eles fazem pequenos minicérebros né Chama organoide cerebral mas Popular chama de min cérebro então eles fizeram milhares de minicérebros com o o do meu filho por exemplo né E aí eles pegam isso e eles podem fazer vários tipos de experimentos diferentes que eu vou falar alguns deles aqui um deles é silenciar certos genes modificar algum algum tipo de questão genética neste caso eh no modelo animal funciona mais porque você
tem um você tem um F uma manifestação comportamental e E aí você tem várias pesquisas em em ratos que deam resultados espetaculares viu agora no minicérebros funciona se ele pegar o seu ministére e fizer lá e comparar com o seu dá o mesmo padrão e eles conseguem evoluir até quase como se fosse o nascimento né Depois eles morrem Eles não conseguem evoluir mais e aí eles tem várias coisas que eles fazem uma é essa aqui que a gente fala né é ficar mudando o padrões genético para ver o que acontece é com várias tecnologias crisp
por exemplo né e tem outra essa é a principal que é pingando drogas Então você pega o minicérebros e Pinga droga e vê o que acontece por exemplo você pega um um cérebro eh com síndrome de R você tá lá aí ele pegava A pipeta e B batia na na ponta assim eh num cérebro típico o que que ele faz ele faz uma onda de cálcio que se espalha pelo cérebro inteiro nesses com síndrome de R ele fazia isso e voltava ele não se espalhava tem um problema de conectividade aqui né lembra que que até
falei que tinham algumas questões genéticas que tinham a ver com transmissão sináptica tem um problema de aqui nessa relação aí você vai pingando uma droga pinga outra e vê como é que ela funciona então por exemplo igf1 que foi o remédio que foi aprovado agora isso Começou com uma pesquisa em 2012 que ele pingou igf1 depois você batia e a onda de cal funcionava E todas as outras relações começaram a funcionar eles falam Pô então isso aqui é legal isso aqui funciona é resir trol teve várias coisas que funcionaram só que o problema é que
você transportar isso pra vida real é muito complicado é um salto gigantesco é então eles começaram a fazer estudo Clínico aí o gf1 por exemplo a a a a molécula era muito grande ela não ultrapassava a molécula a barreira imata cefálica aí uma uma galera da Austrália fez um um peptídeo da Nova Zelândia fez um peptídeo quebrou a molécula aí começou a ir um pouco melhor funcionou mas não funcionou como se esperava agora que que eles fizeram por exemplo com o ministére do meu filho eles testaram 350 drogas Mas eles fizeram a seguinte opção Primeiro
só drogas que ultrapassam a barreira hematocefálica Então já selecionado pelo tamanho da molécula segundo só drogas que já passaram em fase nível um primeira fase são seguras já você se você fizer só fase dois e três é rapidão que a um é a mais cara e mais demorada então drogas que que por exemplo falharam mas que foram testadas para Alzheimer para parkon para várias questões psiquiátricas eles só pegaram essa eu tô eu tô ansioso porque esse paper não saiu ainda então o Alon mot que é o esse autor eu perguntei para ele falou não tá
para sair Luciano tá para sair eu tive lá eu entrevistei né e agora qual é o que que eles estão fazendo algumas coisas legais primeiro Por que que o o o cérebro não avança mais tem vários motivos mas um deles é que não tem input sensorial então eles conseguiram colocar um input de retina input visual então ele já consegue ter um pouco mais de informação se desenvolver mais e a outra agora é que eles conseguiram mandar pro espaço Então teve duas viagens da spacex a terceira acho que já que que eles mandaram uma caixa com
minicérebros porque no espaço elas crescem muito mais rápido então elas conseguem ultrapassar aquela mesma barreira a barreira do Nascimento a barreira do Nascimento e agora em dezembro o próprio Alison mre vai pro espaço numa numa missão da Nasa e talvez vários cientistas brasileiros vão estar junto né lá no laboratório dele você entra lá só se fala português tem muito brasileiro lá é na Califórnia califrnia cara eu vou pra Califórnia em maio velho se tu tivesse o contato dele eu capaz de até conseguir um estúdio podcast para fazer um de lá com ele sem dúvida e
ele é um cara assim muito acessível muito gente boa muito acessível e pô Ainda mais você que é o cara da neurociência eu eu tenho uma certa limitação no debate porque eu não tô nessa não tenho o debate neurocientífico né mas acho que seria legal vou te passar contato Delis então ele já passou todos os testes já Só falta só falta o a organização Então tudo indica que ele vai em novembro e que vai ter uma uma relação grande com o governo brasileiro para também levar a ciência brasileira para lá então isso deve eh deve
ser um um breakthrough mesmo porque você vai ter um crescimento muito maior daquela células PR você entender como é que eles ultrapassam o momento em que o autismo começa a se expressar em termos de em termos de de comportamentais é claro que não é só de autismo que ele tá investigando outras questões mas o autismo especialmente imagina depois se a gente tiver que terim ões no espaço que tem que nascer bebês o que que vai acontecer com eles hoje a gente não sabe responder isso mas ele vai saber e Ah uma coisa importante nesse nesse
nesse processo de de pesquisa dele também é que a gente vai ter eh está tendo já algumas algumas algumas questões relacionadas à consciência quer dizer é ético você desenvolver esse cérebro sem corpo até quando você tem ondas cerebrais isso é consciência qual consciência e então esse essa discussão da ética e e do desenvolvimento da consciência a questão técnica e ética tem sido assim capa de de várias de várias publicações internacionais de prestígio quer dizer o Brasil de certa forma né tem contribuído pra ponta dessa pesquisa é cara e assim eu sempre lamento quando vem cientistas
de ponta aqui você falou ali de células pluripotentes tem um episódio aqui que veio um pesquisador hoje é brasileiro eh conseguiu vários editais serrapilheira e vários editais meio que fora do governo porque o governo tem muito edital forte de pesquisa para essa área que trabalha com célula que é caro para caramba os reagente e tal isso eh Pô e o cara é um expoente nessa área e a gente sempre chega na mesma conclusão quando vem alguém grande aqui da ciência que lamentamos que embora o Como é que é o nome dele que tá lá na
Califórnia o Alisson esteja lá fazendo um excelente trabalho mas talvez se a gente tivesse um governo que historicamente investisse pesadamente em ciência no Brasil ele estaria aqui né exatamente a formação dele aqui ele foi para lá precisaria viajar até a Califórnia para entrevistar ele né aí o Brasil acaba perdendo esses grandes esses grandes gênios da da ciência e se eventualmente algum medicamento vira a ser desenvolvido vier a ser desenvolvido lá fora a patente vai ser americana né E a gente vai ter que comprar de um cara que a gente formou aqui exatamente ou seja nós
temos um problema cultural e temos problema econômico deente do Brasil exatamente cara uma pena né Eh mas desejo tudo de melhor e vai ser um prazer Se eu conseguir trocar uma ideia com ele lá e eu vou inclusive visitar ele tá na na universidade de San Diego isso é ele tá lá em lar roia se não me engano eu vou visitar a univers eu vou em Stanford vou visitar a Universidade de São Francisco e vou visitar a Universidade de San Diego você vai est em maio eu eu acho que vou estar em maio lá também
no fim de maio na na na Filadélfia Maio eu vou em Maio eu vou em Maio vou ficar na vou ficar em Nova York início de Maio e mais depois da metade de Maio eu vou pra Califórnia Ô legal demais vou visitar umas universidades eu fiz esse circuito lá ano passado entrevistando a galera fui eu fui lá em na Califórnia e entrevistei ele e a Karen como é que você fazia a entrevista se celular mesmo como não eui cmera levei api a fazia no laboratório C eu fiz no caso dele eu fiz na na sala
dele no laboratório eh no caso da Ken Pierce também na no laboratório dela na sala dela a maioria eu fiz assim legal e agora depois eu eu fui para fiz em Nova Yorque uma na universidade também na Queens College aí eu fui na filadélphia na universidade depois eu fui pro pro tenesse no no em não não depois eu fui para Charleston Ville aí eu fiz aí eu comecei a fazer outra parada fazer na casa o lugar que as pessoas gostavam aí depois eu depois eu fui pra pra pro tenness aí eu fiz assim tipo na
tabacaria na fogueira onde as pessoas quisessem fiz uma Vibe assim que eu queria que as pessoas se sentissem à vontade Legal cara legal demais depois você me passa o contato dele vai ser um prazer você conseguir falar com ele eh bom já que a gente abriu outro tópico me me veio mais um aqui cara muita gente fala sobre dieta para autismo como é que tá esse esse a ciência nessa parte tá então antes de eu falar disso eu ten preciso falar de uma outra coisa porque toda vez que eu falo disso O Discurso é sempre
o mesmo é tá falando contra alimentação saudável não é isso então vamos lá tem três coisas que eu eu digo o seguinte que são tão importantes quanto terapia eh não é uma competição né mas são bases importantes uma coisa é o sono pessoas com autismo grande parte tem um problema com sono terrível né a melhor evidência para para autismo como é para todas as coisas é higiene do sono não tem jeito sei que você fala muito de hábitos saudáveis né agora tem uma diferença de outras áreas em relação às coisas que você debate por exemplo
é que existe uma evidência bem forte da melatonina para pessoas com autismo porque pessoas com autismo e via de regra grande parte delas tem uma uma alteração na na produção e no processamento da melatonina então a melatonina exógena Ela tem ela tem um papel importantante a gente vê PR pessoas cegas é muito importante também PR Jet leg mas a pessoa que tá em casa e tem um problema de dormir muitas vezes é porque tá tá tá vacilando ali nos pequenos hábitos não e Mas mesmo mesmo entre as pessoas com a maioria e melhor a primeira
evidência é higiene do sono né primeira e mas você tem também a melatonina como uma coisa importante né Tem várias revisões sistemáticas sobre isso então você tem isso você tem o exercício físico que a atividade física talvez eu possa dizer que é muito importante talvez a coisa mais subestimada no transtorno de espectro autista Aliás o arison m Ele tava dizendo né que o igf1 tem todo esse problema de de atravessar a barreira em Mato encefálica porque quando ele fez as as pesquisas lá no começo ela ele funcionou no min cérebro de síndrome de R e
funcionando de autismo idiopático também eh e o a o exercício físico produz gf1 inclusive diretamente no cérebro não precisa nem levar para lá então o exercício físico tem um papel gigantesco muito importante eh e eu acho que é o mais subestimado de todos né mas é agora nós temos uma galera da Educação Física pegando pesado muito boa nessa área e alimentação então alimentação é óbvio que é importante para todo mundo mas pessoas com autismo T questões comportamentais que podem tornar isso muito difícil então a gente tá falando de ter uma alimentação saudável equilibrada a gente
tá falando de uma questão importante no altismo que é seletividade alimentar muitos tem gente que só come coisa quadrado tem gente só coisa amarela Tem gente que só come coisa se não tiver tocando no outro tem gente que não come nada só come uma bolacha na vida então a seletividade é um problema muito grande no autismo então alimentação saudável equilibrada é muito importante agora alimentação saudável não é igual à dieta restritiva né Existem várias dietas restritivas que circulam no campo do autismo como dieta cetogênica nenhuma evidência para autismo tem lá paraa epilepsia se a pessoa
com tiver autismo e epilepsia é outra coisa não tô discutindo isso tô discutindo o autismo em si né Eh dieta citogen nenhum Existem várias pesquisas né a mais comum é a sem glúten e sem caseína agora o que que acontece as pessoas que ficam falando essas dietas elas elas ficam se moldando como saiu várias pesquisas mostrando que essa dieta não tem efeito pro autismo elas falam não porque a dieta não é padrão ela é é individualizada então eles fazem a restrição individual mas não tem nenhuma dieta eh tem evidência né Eh o que acontece o
fator de confusão grande aí é o seguinte existem mais pessoas com autismo que TM problemas gastrointestinais então você tem você tem e uma intolerância celíaca ou não celíaca ao glúten né Eh as pessoas que têm isso é claro que elas vão ficar mal se elas comerem glúten tendo autismo ou não tendo autismo né só que como muitas pessoas com autismo tem uma uma quantidade um pouco maior do que entre as pessoas com desenvolvimento típico elas tomam elas passam a fazer a a dieta e melhoram porque tem aquela condição não é por causa do autismo isso
gera um fator de confusão porque você fala não Fulano tem autismo e parou de comer e ficou bem agora ficou melhorou muito porque é claro que você tá com dor o dia inteiro você não vai produzir nada você vai aprender nada aí você tirou aquilo ali o cara o indivíduo se desenvolve muito melhor sem caseína mesma coisa existe uma proporção um pouquinho maior de pessoas com autismo que tem problemas com a caseína mas eh no no contexto geral isso não tem efeito Então qual que qual que é o ideal Vai um médico um gastro de
preferência ninguém nem ligado ao autismo Porque tem um monte de gente aí que que repercute esse tipo de de discurso né vai num bom gastro um gastro bacana faz os exames se tiver algum problema faz a restrição se não tiver não faz por quê não é uma coisa simples como você dizer não tira aí para ver se fica bom não é simples porque eh V veja se eu tô falando de indivíduo que tem um prejuízo social importante se eu tô falando do indivíduo que tem um problemas de comportamento importantes e eu faço essa restrição o
que acontece eu posso ter um prejuízo Muito grande qual é o prejuízo aumentar a probabilidade de de restri alimentar de seletividade alimentar que esse sim é um problema muito sério do autismo Então veja eu posso diminuir as oportunidades sociais então por exemplo eu cortei o glúteo e a caseína então eu não vou a festa de aniversário vai ser muito difícil uhum Shopping vai ser muito difícil para mim pode acontecer o que deveria ser um alvo de intervenção né exatamente um alvo prioritário porque a questão social é muito importante então agora ten que ir pra festa
ten que levar a Marmitinha se ele aceitar a Marmitinha fora asas questões sociais em torno disso eu vou pro Shopping a mesma coisa começa a ter crise ali porque ele quer comer não sei o que quer comer não sei o qu aí eu vou evitar cada vez mais fazer isso então vej dietas é o seguinte eh esse assunto Já faz alguns anos que tem saído pouca coisa porque 2017 saiu uma revisão sistemática na pedi assim que realmente eh incontestável assim tem saem algumas pesquisas mas elas não são tantas hoje né Mas a questão mais importante
foi até aquele momento então assim dietas para autismo não tem nenhuma evidência para autismo não existe dieta para autismo não existe tratamento nutricional para autismo n o que existe é pessoas com problemas gastrointestinais com autismo que fazendo uma intervenção gastrointestinal por exemplo a dieta eles têm um ganho Global inclusive Claro sobre a as pessoas sem autismo também né para todo mundo é então é por tabela Então é isso isso é muito importante já foi mais forte mas ainda hoje existem muitas pessoas que T submetido as crianças a uma situação de Sofrimento tem um caso engraçado
tem uma uma uma amiga minha que ela o marido dela e ela falou pro marido assim amor tem um tem um uma dieta que eu vi aí sem glúten sem caseína vamos fazer essa dieta aí que disz que é muito boa vir no YouTube aí ele falou assim vamos amor mas vamos fazer o seguinte vamos fazer por um mês depois de um mês a gente vê se ele melhorou ou não aí a gente decide ela falou tá bom e ela ela é advogada hoje ela é política Ela é vereadora lá em Ilhabela e tal aí
depois de um mês ele falou você sabe que dia é hoje amor hoje é um mês esse menino mudou que é uma beleza Olha esse menino é outro eu tenho observado ele Olha mudou da água pro vi é impressionante aí ela falou assim amor mas eu não fiz chegando no dia seguinte tinha um monte de coisa para fazer ela não tinha nada sem glut Falou depois eu faço e esqueceu depois de um mês ele que não obs ah V isso acontece com muito Clínico né cara Clínico fazendo um negócio que não funciona mas vê uns
negócio no Claro imagina o Clínico tá dizendo faça isso aí o cara nem faz e ele atribui aqueles Clínico que tu falou lá atrás que tavam melhorando A cada semana exatamente mas na verdade não tava melhorando nada então esse tipo de situação Acontece muito e alimenta essa perspectiva porque se ele se ela tivesse feito a dieta ele estaria na internet fazendo maior sucesso ele é um cara da Saúde dizendo assim nossa tá vendo você faz cuidade um cara da saúde que observou o próprio filho Essa é a melhor evidência um pai falando sobre seu filho
e esse tipo de coisa infelizmente acontece demais Nossa você deve receber muito disso hein Cara infelizmente deixa tuas redes aí lucelmo onde é que a galera te encontra que que você tem de oferecer de serviço como é que tá isso Clara a minha questão a minha situação é parecida com a sua lucelmo você não tem não tem várias Né verdade é verdade é verdade lucelmo Lacerda no no no Instagram e no YouTube chama chama Luna aba é o nome do canal a gente faz lá divulgação científica e lá a gente faz tem a a Lun
aba é uma clínica né é uma clínica que de de intervenção aba de cursos então a gente eh tá sempre a galera acha tudo lá livro e tal que temá isso exatamente legal você escreveu recentemente sobre pseudociência na educação inclusiva né É é esse aí é é é um livro que que eu há muitos anos eu tava pensando nele e eu eu analisei o peguei os documentos que tem em relação à educação especial no Brasil comparei com os os outros países é muito gritante cara é muito gritante poi é um lugar que é uma intervenção
que aconteceria de forma Quase eh Digamos que indecifrável né ia acontecer a galera nem ia ver que tava sofrendo intervenção ali dentro e assim cara a educação eh a gente discute muito a importância da educação ninguém vai negar mas eh a gente discute a gente tá discutindo coisas eh que não são as coisas que T mais efeitos de fato sobre a vida real sobre as pessoas aprenderem ou não aprenderem então eu acho que é o primeiro lugar que que a gente tinha que botar ciência na jogada devia ser educação né pra gente eh se libertar
dessa dessa ideia de que a gente só tem que fazer as mesmas coisas de que se essa ideia tradicionalista de educação né de que eh uma uma educação ela ela é é boa é repetir aquilo que já é feito então a gente tem tanta coisa sendo produzida na educação que supostamente é o lugar que mais se consumiria conhecimento é o lugar que menos tem feito isso e você o seu doutorado é educação né educação e quando você vê hoje cara o modelo de de em escola assim tem na nada a ver com o que a
ciência tá mostrando Cara eu acho que tem muitas coisas muito distintas eu acho que quando você pega por exemplo os países que as coisas estão funcionando que as coisas estão indo super bem então eu vou te dar um exemplo da Finlândia Finlândia é é um país muito legal que tem uma educação de primeiríssima qualidade os países orientais também mas são valores muito diferentes é uma cultura muito diferente então vamos pegar um país ocidental e eu acho que tem muitas coisas interessantes que eles têm feito né Por exemplo uma das coisas importantes é essa história do
do ensino de turno de manhã ou de tarde já tem um problema das estudantes estudarem muito cedo que é um problema isso isso do ponto de vista da neurociência tá muito bem demonstrado então todos os lugares do mundo o estudo é o dia inteiro e você entra um pouco mais tarde já isso você tem um ganho legal e você tem lá uma uma política de retirar tecnologia da educação ao contrário do que a gente tava imaginando então eles estão retirando telas tá f as coisas estão ficando mais analógicas estão investindo muito mais na relação Human
velho livre caderno velho livre caderno g e muita ciência Pois é isso que i falar ccia pois é e aí isso que eu ia falar obviamente eles eles TM dados sobre a eficácia não estão fazendo a Não não é e cara isso é uma coisa que que no Brasil é muito forte de você trabalhar sem dados mas isso nos países da ocde os países mais desenvolvidos os caras trabalha com dados então esses dados têm sido dados muito importantes né cada vez mais a gente tem eh a gente tem produzido dados de quão nefasta essa vida
de rede social de tela o dia inteiro eu inclusive já falei para você né inspirado em parte que pelo que você tem feito né tenho feito um exercício pessoal e eu assinei o jornal físico tô todo chego o jornal para eu ler para eu evitar na tela comprei um celularzinho para reduzir o número de tela de de de Smartphone aqueles Nokia antigo tijolão tem feito várias coisas e uma higiene do S tirei a televisão do meu quarto porque porque agora ten que ir pro quarto e vou ficar sem Então eu tenho feito várias coisas Eh
que que tem a ver tem a ver com a com a minha vida pessoal a minha a saúde mental que eu tô buscando e que a gente olha e que o quem mais devia estar sendo protegido disso devia ser as crianças né que a gente criar formas da gente tornar favorecer essa relação mais humana e ele eles têm feito isso tem dado resultados muito interessantes e ah no campo da Educação Especial também eles dão um show de bola né o que eles fazem lá com autismo é espetacular então eles têm eles tem eh feito um
modelo que é humanizado porque eu acho que essa é uma questão importante na educação né porque parece que se é científico não é humano isso pelo contrário né só é científico se tiver embutido a parte humana então é é uma é uma educação muito humanizada né inclusive na educação inclusiva e Tecnicamente muito boa por exemplo lá quem são os professores mais bem formados que recebem mais da Educação Infantil porque é óbvio que lá é onde tá o nosso maior tesouro né então é uma série de coisas que convergem para as evidências C que a gente
tem disponíveis né e o Brasil o meu problema não é não usar o meu problema é que a gente não tá caminhando para usar não existe um esforço não existe um consenso em torno disso né então é é um debate muito Inicial ainda a gente teve essa conquista do parecer na educação especial mas isso não tá claro no contexto da Educação de modo geral cara você acha que mais paraa frente nesse ano final do ano talvez a gente poderia fazer um episódio só sobre educação por mim modelos de ensino dados de onde que tá acontecendo
aí não necessariamente só na inclusiva também mas educação Global o que que acontece os modelos começa mais tarde Quais são os dados acho que seria bem bacana Car até para levantar o debate aqui no Brasil legal eu acho o debate urgente para ontem obrigado pela presença meu querido sensacional pessoal eh se inscreva no canal Assim vocês reforçam o meu comportamento de voltar aqui gravar e no mais nos encontramos no próximo episódio valeu