Ep 1 O Mito da Democracia Racial | Coleção Antirracista

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O Mito da Democracia Racial é o primeiro episódio da websérie "Coleção Antirracista". Durante o sécu...
Video Transcript:
imagine um paraíso tropical um lugar de alegria onde o preconceito não tem espaço todas as culturas são apreciadas e todas as raças vivem em harmonia se você acha que as Utopia existiu então provavelmente você viveu no Brasil do século 20 o país da democracia racial coleção antirracista episódio 1 O mito da democracia racial Poucos países passaram por um processo de miscigenação tão Intensa como o Brasil e para entender como isso aconteceu é necessário voltar ao passado imagina só meninos europeus criados em Conventos reprimidos extremamente sexualmente e que de repente se vê num lugar onde os
códigos culturais em relação ao corpo e a Sexualidade são outros o que aconteceu com esses meninos Jesuítas eles fizeram Amor à força com as nativas e essa história sexual baseada no estupro e na violência é também a responsável pelos processos múltiplos de miscigenação em primeiro lugar produto do estupro Colonial foi praticado pelo colonizador sobre mulheres indígenas primeiramente posteriormente são mulheres africanas escravizadas no senso de 1872 a demografia racial no Brasil era 38,1% de brancos e indígenas José Bonifácio de Andrade Silva nos seus escritos dirige o olhar da daquela Elite para esse fato não dá para
formar um povo e um Estado Nacional com essa maioria de índios e negros do outro lado do Atlântico na Inglaterra em 1883 um cara chamado Francis Galton Encantado pela obra do seu primo Charles Darwin aquele da origem das espécies criou o termo Eugenia que significa bem nascido a teoria eugenista afirmava que a seleção natural também valia para os seres humanos segundo Galton a intelectualidade era uma questão hereditária e não individual e todos aqueles que não se encaixavam no suposto padrão europeu deveriam ser excluídos da sociedade esse padrão era baseado na tese que o europeu era
o detentor da maior beleza e competência civilizatória [Aplausos] no início do século XX com a popularização do eugenismo entre as elites a ideia de embranquecer o Brasil ficou ainda mais forte um dos caras que abraçou a ideia eugenista foi o médico Renato Kel que acreditava numa política de imigração seletiva e no branqueamento da população para o país prosperar é a solução que as elites brasileiras dão para a questão de que país vamos forjar no pós abolição e esse país precisa mudar o estoque racial presente aqui e isso se faz abrindo o país para imigração europeia
para clarear o governo brasileiro promove patrocina a vinda massiva de imigrantes europeus durante o final do século 19 e começo do século 20 para se ter uma ideia em 350 anos de tráfico negreiro entraram no país cerca de 5 milhões de Africanos escravizados enquanto quem só 60 anos entre 1870 e 1930 vieram morar no Brasil Brasil em torno de 3 milhões e 500 mil europeus vamos voltar para a Inglaterra porque em 1911 em Londres aconteceu o primeiro congresso Universal das raças e um dos palestrantes representando o Brasil foi o médico e antropólogo João Batista de
Lacerda adepto da tese do branqueamento racial e o Dr Lacerda discursou no Congresso afirmando que a população Mista do Brasil deverá ter no intervalo de um século um aspecto bem diferente do atual as correntes de imigração europeia aumentando a cada dia mais um elemento Branco desta população acabaram depois de certo tempo por sufocar os elementos nos quais poderiam persistir ainda alguns traços do negro um dos maiores símbolos deste período é a pintura A Redenção de cam do pintor eugenista espanhol Modesto blocos feita em 1895 a ideia por trás da obra era de reverter a suposta
maldição bíblica de ser negro através da miscigenação na tela uma senhora com as mãos erguidas agradece aos céus pela brancura do seu neto que está no colo de sua filha já miscigenada enquanto um homem branco pai da criança observa a cena com ar de superioridade toda vez que a gente quer colocar o dado com Raça em um determinado cadastro para ver a situação de negros e brancos umas pessoas dizem mas ninguém sabe quem é negro quem é branco no Brasil somos tão miscigenados tem a gente do movimento negro costuma dizer se você não sabe quem
é negro quem é branco pergunta para a polícia ela sabe pois bem o projeto de branqueamento através da imigração e miscigenação não obteve o êxito esperado e na década de 30 com o fim da primeira república e a ascensão da ditadura Vargas emerge uma forte onda de nacionalismo que redefinir a história do Brasil e do seu povo é nessa perspectiva que Gilberto Freyre não vai confundir com Paulo Freire hein pública em 1933 o livro Casa Grande e Senzala que apresenta uma nova forma de pensar o paradigma racial no Brasil diferente do pensamento eugenista e dá
importância aos negros indígenas na formação social e cultural do país ao mesmo tempo reconta a história do período escravocrata criando no Imaginário Popular a ideia de uma escravidão mais Branca o livro de Freire a suposta Harmonia entre senhores e escravizados e a tendência de Comparar as Relações raciais do Brasil com a dos Estados Unidos onde existia a segregação racial são alguns dos fatores que criam a ilusão de um país não racista e assim o Brasil entra na era da democracia racial é sofisticado e perverso essa forma de racismo porque produz uma consciência distorcida para todos
os envolvidos das Relações raciais ela é uma construção social que Visa colocar um grupo que é o grupo branco em lugares de poder manter esses lugares e manter os negros objetivos subjetivamente em lugares de subaternidade a ideia de um país onde todas as raças viviam em harmonia foi amplamente difundida pelo estado brasileiro encantando estrangeiros que viam no Brasil um modelo de nação Como podemos ver nesse registro dos anos 30 do filme americano Rio de Janeiro Síria [Música] além de invisibilizar as questões raciais a falsa democracia racial gerou dificuldades no processo de construção da identidade do
negro como mostrou o senso de 1976 em que foram coletadas 136 cores diferentes autodeclaradas pela população entre preto e negro apareciam pessoas que se auto declaravam como mulato Claro para sua barrocho Pelé entre outros [Música] como é que acontece de mudar de democracia racial para mito da democracia racial tem um projeto Unesco que acontece no Brasil né e a uma tentativa de explicar porque que moraíamos num país com Harmonia racial outros pesquisadores vão pesquisar no Brasil inteiro como é que acontece as Relações raciais nenhum pesquisador conseguiu falar que existia Harmonia racial no país E aí
o florestano Fernandes Cunha o termo mito da democracia racial durante o século 20 o mito da democracia racial serviu para falsiar o Abismo social entre brancos e negros somente agora nas duas últimas décadas através de políticas reparatórias de ações afirmativas Uma demanda histórica do movimento negro as desigualdades sociais começaram a ser amenizadas mas estamos ainda longe da solução do problema que persiste desde a construção do Brasil como nação sonhamos uma democracia racial como perversidade talvez mesmo nesse lugar esteja a possibilidade de potencialidades que existem de fato na sociedade Brasileira de aberturas para o outro que
nós precisamos redescobrir fazer dessas potencialidades argamassa para construção de outro modelo de sociedade [Música]
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