Muito bom dia a todos vocês, meus caros irmãos! Sejam bem-vindos à nossa meditação diária. Peçamos a Deus a sua bênção sobre nós.
Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós, dentre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
Senhor todo-poderoso, nos abençoe e nos guarde; nos livre de todo mal. Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
No dia de hoje, seguimos então a leitura do Capítulo 26 do livro "Caminho de Perfeição", segue Santa Teresa. Dizem que a mulher, para ser bem casada, deve agir com o marido da seguinte maneira: mostrar-se triste quando ele está triste e alegre quando o vê alegre, mesmo que nunca o esteja. Vede de que sujeição vos livrastes, irmãs, e isso com sinceridade, sem fingimento: o Senhor faz convosco; Ele se sujeita a desejar que sejais a senhora e lhe imponha a vossa vontade.
Se estais alegres, vede-o ressuscitado, pois o simples imaginar que Ele saiu do sepulcro vos alegrará! Com que esplendor, com que formosura, com que majestade! Quão vitorioso, quão alegre, como quem se saiu bem da batalha onde conquistou um reino tão importante que Ele deseja dar-vos por inteiro, junto consigo.
Assim será muito que volteis os olhos de vez em quando para aquele que tanto vos dá. Se estais padecendo ou tristes, vede-o a caminho do orto. Que aflição tão grande lia na alma, já que, sendo todo paciência, chegou a confessar-se e a queixar-se dela.
Ou vede-o atado à coluna, cheio de dores, com a carne toda feita em pedaços, pelo muito que vos ama, padecendo muito, perseguido por uns, cuspido por outros, renegado pelos amigos, desamparado por eles, sem ninguém que o defendesse, gelado de frio, posto em imensa solidão. Se o fizerdes, um com o outro, vos podeis consolar. Contemplai também o Senhor, carregando a cruz, sem que o deixassem recobrar o fôlego.
Ele porá em vós os seus olhos formosos e piedosos, cheios de lágrimas, esquecendo-se de suas dores para consolar as vossas, só porque ides consolar-vos com Ele. E voltai a cabeça para fitá-lo: ó Senhor do mundo, verdadeiro esposo meu, podeis dizer-lhe, se o vosso coração se enternecer por vê-lo assim levando-os, não só a querer olhar para Ele, como também a desejar falar-lhe. Não com orações compostas, mas do sofrimento do vosso coração, que Ele tem em muitíssima conta.
Tão necessitado estais, Senhor meu e bem meu, que quereis admitir uma pobre companhia como a minha. Estarei vendo em vosso semblante que vos consoleis comigo, pois, como Senhor, é possível que os anjos vos deixem só e que nem mesmo vos console o vosso Pai? Se assim é, Senhor, que tudo isso quereis passar por mim, o que é isto que eu passo por vós?
De que me queixo? Já estou envergonhada de vos ter visto assim e desejo, Senhor, passar por todas as provações que me acometem e tê-las como grande bem, para vos imitar em algo. Marchemos juntos, Senhor, por onde fordes; terei de ir por onde passardes; terei de passar.
Pegai, filhas, a cruz, para que Ele não siga tão carregado e não vos incomode. Se os judeus vos atropelarem, não vos importe com o que eles vos disserem; fazei-vos surdas aos seus murmúrios, tropeçando e caindo com vosso esposo. Não vos afasteis da cruz, nem a deixeis; considerai muito o cansaço com que Ele vai caminhando e quão maior é o seu sofrimento diante do que padeceis.
Por grandes que queirais pintar e por muito que queirais sentir os vossos penais, saireis consoladas deles, pois vereis que são coisa de nada comparada com aquilo que sofreu o Senhor. Então, paramos aqui no parágrafo sétimo, e amanhã seguimos aqui a leitura a partir do parágrafo oitavo. Santa Teresa, até esse ponto, começa a ensinar as suas filhas aquilo que não só ela, mas outros santos também incentivam nesse caminho da oração.
Nós vamos encontrar esses mesmos conselhos nas obras de Santa Teresa, nas obras de Santo Inácio de Loyola, nas obras de Santo Afonso de Ligório, nas obras de São Cláudio de La Colombière, nas obras de São João de Ávila, São João da Cruz. Então, são vários santos que corroboram a mesma ideia que Santa Teresa ensina hoje. E o que ela ensina?
O uso da imaginação na oração. A nossa imaginação é uma potência, é uma força que nós temos, que, se estiver descontrolada, é como a própria Santa Teresa diz: é um cavalo sem freio, ninguém segura e sai pisoteando por cima de tudo. Então, se a nossa imaginação não for devidamente domada e trabalhada, ela pode nos roubar todo o fruto da oração.
Nós vamos ficar pensando nas preocupações, nas coisas. Isso, quando não sentamos para rezar, estamos falando sério com Deus e, de repente, começamos a imaginar uma coisa, uma situação, como seria, como não seria, e, de repente, a coisa saiu totalmente do controle. Já não estamos mais falando com Deus, já não estamos mais rezando; é um cavalo sem freio.
A própria Santa Teresa também chama a imaginação de “a louca da casa”, como se fosse uma pessoa fora do juízo. Então, o que Santa Teresa nos ensina a fazer? Nos ensina a imaginar.
Ou seja, vamos usar, então, essa potência, essa força que temos para Deus, e isso acaba sendo uma forma de oração. Muita gente às vezes se engana. Dizendo assim: "Ah, mas eu vou usar a imaginação!
Isso é uma coisa muito infantil e, às vezes, a pessoa, por falta de humildade, se achando muito avançada no caminho da oração, não doma a própria imaginação. Não faz a oração passo a passo, por achar-se muito avançada. A pessoa quer pular uma etapa que a própria Santa Teresa passou por ela, né?
Mas aí, às vezes, vem o sujeito e fala: 'Não, não, eu já passei disso aqui, eu já vou fazer uma oração mais concentrada, não vou usar a minha imaginação, porque isso é coisa para iniciante. ' Acontece que Santa Teresa passou por aí, Santo Afonso passou por aí, Santo Inácio passou por aí. E, se você se recusa a passar por aí, você está se colocando acima desses Santos, como alguém maior do que esses Santos, mais avançado do que esses Santos.
'Ah, não, mas eu tenho uma graça especial! ' Bom, pode ser que tenha, mas quantas pessoas terão uma graça maior do que esses Santos? E mesmo que você tenha, por uma questão de humildade, faça o mesmo caminho.
Faça o mesmo caminho. E como nós podemos usar a imaginação? Nos colocando dentro das cenas do Evangelho, por exemplo.
Então, vamos nos colocar dentro da cena da Ressurreição, dentro da cena da Paixão de Cristo. Vamos usar a nossa imaginação para pensar em Jesus, para pensar nos Apóstolos; para pensarem como eles seriam, como Nossa Senhora seria. E nos ajuda muito nisso a contemplação de imagens, a contemplação de uma pintura, de uma imagem, de um livro de oração que tenha, de repente, alguma imagem que a gente goste mais, com o rosto de Nossa Senhora, com uma cena da Paixão de Cristo.
E aí, nós começamos a pensar nas alegrias, nos sofrimentos de Jesus, às vezes na seriedade da sua pregação. E assim, quando nós vamos pensando no Pai Nosso, imaginando como Jesus estava ali ensinando os Apóstolos, nós estamos fazendo o quê? Um exercício de preencher a nossa imaginação com as imagens do Evangelho, com a contemplação das ações e das reações de Jesus e de Maria.
E aí, muita gente diz assim: 'Mas quem disse, né, que foi exatamente como eu imagino? ' Mesmo que não seja exatamente como você imagina, o fato de fazer esse exercício vai acalmando a sua imaginação, vai domando a sua imaginação, vai preenchendo a sua imaginação com as coisas de Cristo, com as coisas próprias da vida dos Santos, do conteúdo dos Evangelhos. E isso vai predispondo a sua alma, o seu espírito, a se unir a Deus.
Não desprezem aquilo que é humano, não desprezem a nossa imaginação, mas coloquemos a nossa imaginação a serviço de Deus. Que Nossa Senhora, nossa mãe, nos ajude nisso. E, no dia de hoje, de um modo especial, vamos nos unir nessa nossa oração final.
E depois, durante o dia, a família Camargos, a Tiba e a Deia, o Tiba passará pela sua segunda cirurgia, necessária, né, para salvar a sua vida, para restituir, aí, o quanto possível. E cremos que Deus pode tudo, né? A sua vida, normal, humanamente, é difícil imaginar, né, o que pode acontecer; é tudo muito incerto.
Mas, de acordo com os planos de Deus, Deus já sabe o fim dessa história. Confiemos em Deus. Peçamos a Deus pela vida do Tiba.
Eu, particularmente, confio muito que Deus fará grandes coisas através desse momento de sofrimento, de Calvário, na vida da família Camargos, na vida do Tiba, da Deia, dos filhos. Então, vamos nos unir a eles, rezemos por eles. Rezemos também, de um modo especial, pelo Papa.
No dia de ontem, o Vaticano confirmou que o Papa Francisco está num quadro clínico muito delicado, por conta da idade: 88 anos. O Papa já tem uma condição de saúde mais complicada; o Papa tem um pulmão só. Então, rezemos pelo Papa Francisco.
O Papa é o nosso pai na fé, então, rezemos pelo Santo Padre, rezemos pelo Tiba, rezemos pelos doentes das nossas famílias também. Que Nossa Senhora olhe por nós neste dia. A vossa proteção, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos.
Ó Virgem gloriosa e bendita. Amém. Que o Senhor nos abençoe, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Ótimo dia para vocês! Espero vocês à noite, né, no segundo dia da jornada da história da Igreja no Brasil.
Deus nos abençoe e nos guarde hoje e sempre. Fiquem com Deus. Ótimo dia!