Hannah Arendt: a capacidade de julgar | José Alves de Freitas Neto

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Café Filosófico CPFL
A banalidade do mal é chave fundamental no pensamento de Hannah Arendt e se desdobra nas questões qu...
Video Transcript:
[Música] a reflexão é uma arma muito potente para reconstruir as nossas subjetividades tentar interpretar os fenômenos históricos sociais que estão diante dos nossos olhos roupa diz que a função da filosofia e desejo humano argumento da cana para fraude indivíduo se sentido forte do inter não hesitam que você não pode fazer segundos a abater é uma teórica política hannah área de música para falar da pluralidade dos seus palma decidiu ingressar no mundo olímpico o que grandes pensadores deste de outros tempos podem nos ajudar a interpretar os impasses que vivemos no século 21 [Música] grandes intérpretes para
questões do século 21 julgar ser julgado não há muito como escapar deste tribunal cotidiano que parece guiar nossas decisões pela vida mas como garantir que estamos sendo bons juízes como conhecer os fatores que influenciam que contamine a nossa sentenças produzir julgamento pode ser perigoso mas silenciar não questionar pode nos colocar de mãos dadas justamente com o mal que buscamos evitar o pensamento de hannah arendt nascido no mundo que havia acabado de conhecer as atrocidades do nazismo pode nos ajudar nessa dura e necessária tarefa de tomar posição diante dos problemas do nosso tempo na área e
vai trazer novos significados para a política no sentido de percebermos o que é o espaço da vida pública no sentido que tem a ver com as relações e com os vínculos com os outros seres que vivem e convivem sob o mesmo espaço e na mesma época e no meio e ao mesmo tempo os elementos totalitários denunciados por canárias por exemplo eles continuam sobrevivendo em regimes e em situações não totalitárias nós estamos sendo constrangidos todas as vezes que nos esquecemos ou todas as vezes que nós adotamos ou aceitamos os princípios da naturalização das situações isso tudo
é uma maneira de você querer se esquivar de responsabilidades de compromissos querer se esquivar da tarefa de pensar que geração hanares sobreviveu e testemunhou mas o que sobreviveu testemunhou todos os grandes episódios do século 20 viu mudanças importantes e acompanhou o julgamento de haja a este não foi um oficial alemão encarregado de coordenar o que os nazistas chamavam de a solução final para a questão judaica ele a pressionava e transportava os judeus até seus destinos finais em auschwitz e outros campos de extermínio apenas em 1965 foi levado a julgamento em jerusalém o seu julgamento acham
alegou não ser antissemita e que sabia apenas do transporte de prisioneiros jamais soube da execução deles nos campos de concentração descreveu-se como tipo de homem em capazes de dizer uma mentira um burocrata obediente e realizou com eficácia os trabalhos para os quais foi designado hannah arendt acompanhou e documentou esse julgamento fiquei impressionada com a manifestação superficial do agente executor acho que tornou impossível traçar o mal incontestável de seus atos em qualquer nível mais profundo de raízes motivos os feitos eram monstruosos mas o executor pelo menos o mais eficiente que estava sendo julgado era bastante comum
banal em demoníaco nem monstruoso no caso do irã na área analisou as implicações éticas e jurídicas de um julgamento de um nazista um alemão capturado pelo serviço secreto de israel na argentina sem o consentimento nem da alemanha um cidadão alemão e nem do estado argentino o primeiro ministro conduziu um espetáculo que afirmava que o mundo tem que conhecer o nazismo provocou um verdadeiro do banco dos réus estavam indivíduo de carne e osso o primeiro ministro dizia que não se importava com o veredito poderia ser até absolvido verdade transparente na área vai ser muito criticado pela
comunidade judaica pela análise que fez em torno disso porque ela vai ver dentre tantas questões que na fala de ben gurion o primeiro ministro tem a legitimidade do estado de israel tem uma maneira de pressionar a alemanha para que pague agassi recurso indenizatórios ainda maiores já que estavam se esgotando e nesse julgamento ela ganhou uma expressão da banalidade do mal o espetáculo do ataque das torres gêmeas colocou em frangalhos as nossas expectativas de um mundo emergiu daqueles subterrâneos discursos de ódio xenofobia racismo apelo sair argumentos e supremacia e superioridade da ordem e também de legitimação
da força com outro sujeito outras vozes e outras questões é se estes foram os grandes temores do século 20 e esses grandes temores do século 20 estão todos à nossa porta o que tem haver essa noção de banalidade do mal e o próprio século 20 tem a ver com uma crise da razão iluminista nós somos formados nós acreditamos que a razão seria emancipadora nós só podemos identificar que a razão entrou em colapso no século 20 todo tipo de criação e construção tecnológica foi utilizada para destruir vidas para aniquilar pessoas numa situação em que todas as
pessoas são colocadas em que mesmo que elas não tenham refletido sobre aquilo elas também são partícipes desses processos é nesse sentido que ela vai falar lastimo especificamente não é uma pessoa brilhante não é uma pessoa de grandes leituras não é uma pessoa que tenha informações extraordinárias mas é aquela pessoa que cumpre todas as regras que acredita que está fazendo o melhor da sua tarefa é esta pessoa que é capaz também de praticar as maiores atrocidades nesse sentido nós devemos pensar o abalo filosófico proposto por análise de que toda a nossa consciência ela é também uma
segunda criação a única coisa que eu tenho é a minha existência e evitei ativamente essa é a única certeza e que nessa minha existência eu começo a perceber que valores códigos políticas tudo se transforma muitas vezes as coisas nos escapam e ao menos escapar não significa que eu também não tenha uma parte com aquele processo que está sendo que está indo pelas minhas mãos como agir nessas circunstâncias nós jogamos nós tomamos decisões a todo instante e nós não podemos tomar decisões apenas pela mera repetição de slogan anos apenas porque a maioria das pessoas tomaram aquela
ou outra decisão nós sempre seremos desestabilizados em torno de santo agostinho ela problematiza a noção de natureza humana não tem natureza segundo a rádio a partir de agostinho há sempre uma crise interna de contas quando agostinho se converte nos seus textos nas opções e entanto sermões e em tantos momentos ele coloca uma questão fundante a toda a cultura ocidental que é o que eu me tornei pra mim mesmo quem sou eu o que eu faço e quais são as minhas decisões a minha vontade está atrelada também à minha noção de responsabilidade eu tenho que intensificará
a minha vontade mas quanto reflexão enquanto exercício do pensar enquanto ação o problema da natureza humana a questão que me tornei pra mim mesmo de agostinho parece insolúvel tanto em seu sentido psicológico individual como em seu sentido filosófico geral é altamente improvável que nós que podemos conhecer determinar e definir as essências naturais de todas as coisas que nos rodeiam e que não somos sejamos capazes de fazer o mesmo ao nosso próprio respeito seria como pular sobre nossas próprias sombras em outras palavras se temos uma natureza ou essência então certamente som deus poderia conhecê la e
definir quando ela recupera agostinho e se pergunta o que eu me tornei pra mim mesmo ela está colocando pra que eu reconheça que eu estou no mundo é esta a minha condição da existência mas eu estou no mundo do qual eu não tenho todas as variáveis as nossas escolhas podem não ser as mais adequadas inclusive as nossas escolhas que são feitas no nosso silêncio a banalidade do mal portanto é a questão que perpassa a nossa capacidade de julgar é a questão que perpassa a nossa capacidade de agir as máximas morais e religiosas que nós aprendemos
todos em algum momento elas desapareceram mas não é porque elas apareceram como uma perda um saudosismo de hanares vai chamar a atenção é que ela vai dizer que é um equívoco supor que elas funcionaram todo o tempo porque o não matarás está no texto básico da tradição judaico cristã mas ele também está matando logo nos primeiros páginas desse mesmo texto não é que o século 20 descobriu a possibilidade de matar não é que o século 20 produzir o genocídio já existiram genocídios anteriores o século 20 apenas embaralhou as nossas perspectivas no mundo de significados que
hanna área está a chamar a atenção é que não há regra única eu não posso supor que eu estou absolvido apenas porque eu estou seguindo o meu líder eu não estou absorvendo porque todo mundo faz desse jeito porque os seres humanos são caracterizados por dentre outras coisas esta capacidade de pensar a simples ignorância a simples ignorância de uma situação ou uma recusa a ação como pensamento não me torna isento de responsabilidades quando hanna áreas nós somos continuando a continuamente ser continuamente significa o que eu vou mudar várias vezes significa que eu não posso me amparar
no argumento de que possa ter existido como a china por exemplo pode tentar que existe uma culpa coletiva ou uma absolvição absoluta quando muitos ou quase todos erraram isso pode até ser argumentado mas nós na pluralidade do que nós somos sabemos que esse argumento é falso porque somos nós somos as nossas decisões esse é o alerta que a área está fazendo esse é o alerta diante da incorporação de regras diante da incorporação das dos modos como a burocracia nos domina do exercício da desumanização que no século 21 nós aceitamos decisões do estado decisões dos grupos
hegemônicos decisões das redes sociais decisões de esforços de padronização por que eu tenho que me rebelar o pensamento ele é ameaçador porque ele desestabiliza então onde como ainda podem se articular meu pensamento o meu julgar ea minha ação onde estão as minhas responsabilidades no próximo bloco pessoas devem manter a capacidade de questionar a si e aos outros e esse é um exercício liberdade e este é um exercício político [Música] com o mito da caverna de platão questiona a nossa capacidade de perceber o que é a verdade prisioneiros que vivem desde o nascimento em uma caverna
olham as sombras projetadas na parede e acreditam que aquilo ao mundo quando enfim sai desse aprisionamento encontrou afora o mundo de fato e descobrem se guiaram o tempo todo pela sombra daquilo que é real eo que é verdadeiro como então perseguir a verdade se podemos nos iludir por falsas interpretações se ao risco de acreditar nos inventários momentâneas o convenientes a verdade é uma das questões centrais da curuzu desde platão este é o ponto de partida de que a verdade é oposta à doxa oposta à opinião só que o problema é de que nós não temos
nenhuma marca visível que separe a verdade aletheia em grego ta opinião eu posso falar muitas verdades e não ser transparente em momento algum parte dos argumentos ditos por asma são extremamente verdadeiros ele nunca matou ninguém mas não sei mas qualquer mês já roger já há nada [Aplausos] é esse o argumento da defesa de que não poderia ser punido por um crime que teria sido praticado pelo estado pelo modelo totalitário pelo nazismo e ele não poderia ter eu não sou o culpado dessas mortes nunca matei verdade mas isso não permite dizer que tenha sido transparente em
relação às funções em relação às atuações dele interessa saber o que a chuva deixou de dizer a sua ambição as suas relações de poder a sua noção de fidelidade às ordens a sua visão de do homem correto que obedece a todas as regras quando a questão da solução final né assassinato dos judeus foi foi posta a china estava muito enfronhado nas estratégias de poder na burocracia e nas redes de proteção do nazismo ele tornará se naquele momento à medida que o tempo passava como diz hanares ele transformava se uma figura que deixava de ser portador
de ordens era embarcar os judeus para ser o portador de segredos o que vai acontecer a partir do embarque essa não é uma mudança qualquer ele de fato não viu fuzilamento e ser verdadeiro mas isso era suficiente isso o inocentava obviamente que não faltou pensar faltou desobedecer faltou indaga muitas vezes nós também criamos paraíso ilusórios para as nossas situações mais complexas a partir ou de memórias frágeis ou do nosso modo de descrever uma rotina do nosso modo de de escrever uma determinada situação ser transparente é uma demanda para o século 21 e isso é algo
bem mais difícil e complexo do que apenas dizer verdades a transparência que nós estamos pensando aqui é um desdobramento do pensar é o lugar do sujeito consigo mesmo é a descoberta da pluralidade é que está em cada ser humano a urgência do pensamento é que vai nos desestabilizar desconfiem que a sua consciência não te incomoda desconfie que as respostas sejam dadas aquilo que já na área e fala sobre pensamento é buscar a origem das questões isso é que torna o pensamento original pensar não é ter ideias que ninguém nunca teve mas é poder identificar quais
são as causas e quais são os modos que eu posso interagir transformar e efetivamente dar a minha marca e essa tarefa do pensar ela é também política nesse sentido pra na área de conhecer é muito pouco conhecida domínio técnico todos nós podemos ir acumulando e acumulando acumulando conhecimento mas não tomou conhecimentos mas o pensamento é algo bem mais sofisticado porque ele vai lidar com os significados vai lidar com os sentidos que nós estamos atribuindo para cada uma das nossas escolhas o pensamento não se interessa diretamente pela verdade das coisas mas sim por aquilo que ele
significa para nós o pensamento é uma forma de dar significado ao mundo e nesse sentido o modelo da análise é a sócrates sócrates destrói todas as informações possíveis ele vai inquirir vai perguntar ele vai perguntar questionar não vai aceitar a primeira resposta nem a segunda nem a terceira e nesse exercício é que o pensamento é que vai tornar o nosso lugar no mundo possível porque eu estou construindo uma rede de sentidos sócrates no exercício da reflexão ele chega uma das formações mais brilhantes os seres humanos são plurais porque eles são no mínimo ele ea sua
própria consciência posso fazer alguma coisa errada ou certa alguma coisa eu nunca tenha sido dito a ninguém mas a minha consciência ainda sabe que eu fiz o ensinamento de sócrates significa o seguinte somente aquele que sabe viver consigo mesmo está apto a viver com os outros o eu é a única pessoa de quem não posso me separar que não posso deixar com quem eu estou fundido logo é muito melhor estar em desacordo com o mundo todo do que sendo um estar em desacordo comigo mesmo ou falando de modo mais socrático a razão pela qual não
devemos matar mesmo quando não podemos ser vistos por ninguém é que não queremos de modo algum estar junto ao assassino ao cometer um assassinato estaremos nos entregando a companhia de um assassino enquanto vivenciamos além disso enquanto trava o diálogo do estar só no qual estão estritamente sozinho não estou inteiramente separada daquela modalidade que é o mundo dos homens e que designámos no sentido mais amplo por humanidade os homens não só existem no plural como todos os seus terrenos mas também trazem em si mesmos uma indicação dessa pluralidade se somos plurais nós temos que dar testemunho
da singularidade dos outros e por isso que a nossa função é política a china poderia estar em uma situação confortável ele poderia se amparar os argumentos ninguém cumpria regras ninguém desrespeitava todos obedeciam agora o problema é que a moralidade que existia naquela circunstância em que a china viveu é uma modalidade que entrou em colapso as pessoas tinham dificuldade para distinguir entre o certo eo errado e aqui volta nádia porque tinha dificuldade de distinguir o certo do errado porque não existe regra fixa nós manuseamos as regras conforme as nossas circunstâncias e as nossas vontades é nesse
sentido que eu estou falando e apelando pra vocês o compromisso da transparência a agência a moralidade então pra voltar ao haiti mas que não poderia aceitar a ok não a modalidade palavra moral remete a costumes remete a hábitos e ela tava em colapso sobretudo por conta de que matar era comum era frequente então o desgaste da moral o colapso da moral faz com que nós tenhamos que reordenar os princípios e valores e nesse sentido não é que eles matavam qualquer um eles matavam grupos específicos o grupo que em tese estava ameaçando e hoje posso argumentar
que ter liberdade para fazer o que bem quer será quando recebo uma regra uma ordem do meu superior do meu professor do meu orientador do meu primeira pergunta sim porque o simples ato de fazer a pergunta do porquê já desestabiliza aquele que está dando a ordem porque se a resposta for porque eu estou mandando é evidente que tem alguma coisa muito mal explicada por isso que esta pergunta eu tarefa de pensar é uma tarefa política porque ela tem que produzir um consentimento e não simplesmente porque o estado me ameaça eu tenho que ter outras variáveis
no sentido de que não interessa por exemplo no caso do irã como se tentou muitas vezes dizer que ele é um dente da engrenagem análises que isso jamais ele não é uma peça ainda poderia ter restado a ele não ter executado nenhuma das regras e aí a rã na área em santo agora no século 21 marcado por pós verdades e por tantas outras questões o embate pode ser posto na noção de transparência eu posso dizer muitas verdades ou mesmo não verdades a questão passa a ser outra porque é que isso está sendo dito porque é
que esta informação está circulando agora as pessoas devem manter a capacidade questionar a si e aos outros e esse é um exercício liberdade e este é um exercício político e nesse formato o pensar deve impulsionar a construção da transparência consigo mesmo e com os demais whitman não foi transparente com ele mesmo o problema com a china é exatamente que muitos eram como ele e muitos não eram nem pervertidos nem sádicos mas eram e ainda são terrível e assustadoramente normais do ponto de vista das nossas instituições e dos nossos padrões morais de julgamento essa normalidade era
muito mais apavorante do que todas as atrocidades juntas pois implicavam que esse era um tipo novo de criminoso o criminoso que comete seus crimes e circunstâncias que tornam praticamente impossível para ele saber ou sentir que está agindo de modo errado este portanto é um embaraço o que eu me tornei pra mim mesmo se eu sequer posso pensar eu sequer faço a inferência de que eu esteja errando errando é porque eu já não faço mais parte desta gente o compromisso com a transparência é uma demanda para além do pensar porque o modo de comunicar se consigo
mesmo e com o mundo ea transparência é uma das cobranças para o século 21 no próximo branco porque a obra incômoda porque ela faz com que nós tenhamos que olhar para nós mesmos e perceber o que estamos dizendo o que estamos fazendo [Música] a tradição religiosa as obras filosóficas toda a nossa produção artística toda a evolução do pensamento científico tudo isso parece ter sido insuficiente para impedir os maiores extermínio da nossa história a experiência da bárbara do século 20 e coloque em xeque o que o pensamento ocidental produziu atento como podemos então estar a salvo
de uma a sofisticação da na área é trazer o que e como é que o mal existe no século 20 como que a rádio vai chegar a essa explanação as virtudes derivam de valores agora o que o século 20 e ensinou é de que os nossos valores são muito rapidamente trocados muito rapidamente nós podemos abandonar uma determinada situação como eu digo que os valores são rapidamente transformados eu estou querendo dizer é aquilo que nós tínhamos ou que na alemanha nazista se tinha antes que condenaria o nazismo por que as pessoas aderiram ao nazismo ou colocando
de uma outra forma banido hitler né encerrada e após a guerra porque as pessoas agora dizem como se aquelas idéias tivesse circulado ouvindo por seres alienígenas como se eles não tivessem participado de nada daquilo então um modo como a sociedade lida com a experiência do totalitarismo também fala assimilamos aquelas idéias e tão rapidamente e talvez mais rapidamente ainda abandonamos essas idéias porque porque são convenientes o que a ram na lista queria chamar a atenção para essa banalidade do mal e para estas virtudes que são mudadas conforme as circunstâncias a banalidade do mal está associada a
uma ação de um homem que é incapaz de pensar a banalidade do mal desafiava o pensamento ora se a banalidade mal desafiava o pensamento qual o problema disso o problema é que a banalidade do mal desafio à nossa própria humanidade porque o pensar é o que vai nos tornar humanos o que hanna áreas chama atenção mais uma vez querem assistir a uma mudança da grande tradição religiosa sobretudo a tradição cristã de mal dizer que existe um grande satã o que ela vai chamar a atenção é essas atitudes aparente inofensiva de quem era um burocrata e
que cumpria regras fez o que fez por isso a pergunta onde está o grande mal aprendemos que o mal é algo demoníaco sua encarnação essa tam aquilo que me defrontei entretanto era inteiramente diferente no entanto inegavelmente factual que me deixou a torcida foi que a constitui a superficialidade do agente tornava impossível retratar o mal incontestado dos seus atos e suas raízes motivos e quaisquer níveis mais profundos ea única característica notória que se podia perceber tanto em seu comportamento anterior quanto durante o próprio julgamento e um sumário de culpa que o antecedeu era algo de inteiramente
negativo não é estupidez mas e reflexão porque a obra incômoda porque ela faz com que nós tenhamos que olhar para nós mesmos faz com que nós tenhamos que olhar e perceber o que estamos dizendo o que estamos fazendo porque algumas pessoas não sucumbiram ao regime a resposta à aids é que porque não poderíamos viver em paz consigo mesmos se praticassem determinados atos essa noção é uma das coisas mais bonitas que nós podemos ter a viver em paz consigo mesmo mas não é viver em paz consigo mesmo porque você abandonou a reflexão por que você optou
por um sistema de alienação a virtude reside na capacidade de pensar a virtude reside na capacidade estabelecer as diferenciações portanto não existem nem culpa nem inocência coletiva então nós devemos problematizar a vinculação entre as humoral eo legal para que eu possa ter critérios mais adequados ou critérios mais pertinentes para poder julgar a herança iluminista dá razão a fazer com que nós acreditássemos não supunha que nós deveríamos acreditar numa retidão de caráter como vai aparecer por exemplo importante analisa e interpreta muito bem kant e diz que kant é muito mal lido na maior parte das vezes
porque a visão de que uma moral é natural de que ela pertence a todas as pessoas é uma maneira de dizer que não que que esta moral não nos faz pensar então quando ela diz que não existem regras permanentes não é que eu possa fazer qualquer coisa inventada a regra de matar o outro mas é porque não quer que mate o outro porque evidentemente não quero que me mate a mim e é esse o sentido de pensar mas uma responsabilidade pessoal mesmo em situações um dos textos mais brilhantes dela da responsabilidade pessoal numa ditadura não
existe culpa sem ter responsabilidade nas organizações criminosas como por exemplo um estado totalitário como por exemplo uma ditadura são os pequenos dentro da engrenagem que cometem os maiores crimes por isso a banalidade de reais o argumento da ordem superior é sempre inadequado na área vai trabalhar e não existe a noção de obediência em política troque a palavra obediência por apoio que daí você vai perceber o lugar em que você está então estou apenas obedecendo um estado eu estou apoiando estado eu não estou apenas obedecendo diretrizes que é evidente que o sistema totalitário que os riscos
eram enormes é compreensível que as pessoas possam se aposentar e compreensível que as pessoas eu não tenho outra alternativa mas hitler não começou poderoso ele tornou-se poderoso é muito fácil pensar como sendo a personificação de todo o mal do século 20 difícil entender porque é que as pessoas pactuaram com ele ao longo do século 20 obedecer é apoiar o deslocamento do vocabulário já vai fazer com que a gente se sinta incomodado na maneira como nós respondemos às nossas questões a estratégia do pensamento é a única coisa que pode nos dar condição de fazermos alguma escolha
minimamente razoável inclusive a escolha do não votar é uma escolha ou na escolha de um sistema que pode parecer mais radical mais ameaçador também uma escolha eu tenho que ter transparência para dizer a mim mesma que eu estou deliberadamente correndo riscos não dá pra agir como a china a fazer de conta e eu não sabia ou não tem muita coisa que eu não sei é verdade mas tem outras tantas que nós sabemos e com aquilo que eu tenho da minha experiência daquilo que eu tenho como meu conhecimento e no tempo em que eu estou eu
tenho que fazer a melhor escolha é não expressar a divergência a concordância eu não vou permitir a simples adesão a regimes de força o fanatismo não favorece a pensar da mesma maneira que às vezes os nossos comprometimentos prévios muitas vezes também retiram de nós a autonomia do pensamento autonomia no sentido de que eu estou filtrando certas informações e eu estou incorporando aquelas informações como sendo minhas mesmo que não produzidas por mim o meu silêncio torna se cúmplice das ações totalitárias e das ações ameaçadoras por isso mais uma vez vou insistir que eu tenho que expressar
o meu pensamento e e se expressar meu pensamento é qualquer coisa evidentemente que é o que nós estamos vendo aí as pessoas jogando comportamento de abril seu tempo inteiro não eu tenho que saber se submetido aos critérios que eu estou utilizando para julgar as outras pessoas eu gostaria de ser analisado julgado ou escrito daquela maneira aonde está a humanidade aonde está a esta condição porque é isso na área não falam em natureza humana porque existe na natureza humana nós podemos ser bons ou maus o que existe é uma condição humana e é nesta condição humana
que eu vou me refazendo continuamente cada um de nós passa por experiências diferentes e por experiências históricas diferentes mas mesmo assim essas experiências não podem ser tratados como sendo um determinismo porque nós sempre poderemos fazer outras escolhas porque já na área está trazendo é questões específicas demandam respostas específicas nós nunca temos a mesma resposta nós não os padrões gerais são insuficientes para avaliar as situações que nós vivemos no século 21 o passado não é relevante mas também não é determinante nós devemos pensar e no colapso da moralidade e hannah arendt situou com as guerras mundiais
com o totalitarismo com a bomba atômica com a guerra do vietnã e outras situações a tradição moral foi rompida não por ignorância ou por maldade das pessoas mas pela incapacidade daquelas pessoas em descobrir o que os homens e as mulheres são capazes de fazer o que ela traz com a asma é dizer como que numa acção simples aparentemente boba nós podemos também cometer atrocidades a pergunta é que estamos jogando por quais critérios pelos critérios de uma reflexão ou simplesmente pela repetição de estereótipos e que leva à destruição da humanização que está no outro uma pessoa
responsável pela chacina tenha a mesma humanidade que tem em mim o que faz com que ele tome aquela atitude ou não não me torna melhor mas deve tornar apenas mais vigilantes em relação às escolhas que eu faço no próximo bloco a nossa capacidade de julgar ela só está lá intacta nós tivemos com a capacidade de pensar mas o que a banalidade do mal eu acho que o problema que está em voga é a banalidade do mal e do bem da política do viver expressasse também tem alguns textos de algumas pessoas pegando o gancho e darran
na área falar da banalidade do mal e falando de uma banalidade do bem que por quê porque ali está simplesmente repetir regras repetir o slogan se que outros disseram que têm que ser seguidos mas que pra isso também estão destruindo a capacidade de indagação das outras pessoas não ficarmos em um tom muito pessimista a rádio vai falar que nós podemos porque nós somos plurais nós temos que dar o testemunho da singularidade do outro e que o sentido da política é a liberdade se o sentido da política é a liberdade então isso significa que nós esse
espaço temos o direito de ter a expectativa de milagres não por que acreditemos religiosamente milagres mas por que os homens enquanto puderem agir são aptos a realizar o improvável e o imprevisível e realizam no continuamente saibam disso é não há na área diz que nós os homens embora devo morrer eles não nascem para morrer mas para recomeçar com todos os desafios do século 21 nós temos que recomeçar a cada um de nós é singular e essa singularidade que nos da pluralidade por isso que eu tenho que dar testemunho da excelência da singularidade que existe em
você em você e você em você se eu dou testemunho dessa singularidade é porque eu reconheço a pluralidade que há também em mim aquela pluralidade que começa na minha consciência eu ea minha consciência que também está em outras esferas é um testemunho político eu tenho que dar testemunho da diferença eu tenho que dar testemunho do que o outro deve viver da mesma forma que eu também devo viver a ruptura com as sociedades tradicionais ou aristocrática se estabeleceu na estabeleceu nos permitiu ver que nenhuma pessoa nenhum ser pode ser mais detentor de direitos do que outros
as estratégias de preservação de reconhecimento que nós buscamos em torno de direitos é uma tarefa do pensamento porque se nós não pensarmos vão roubar os nossos direitos a nossa possibilidade de viver publicamente pensamento é ação por isso porque se eu penso mas eu não haja o que significa que se pensar então as pessoas hoje poderiam dizer faltam leis mais rígidas falta um sistema mais duro o que isso significa significa que eu quero negar a minha responsabilidade diante de tudo que eu quero a comodidade de ser ensinado pelo medo que eu quero porque simplesmente o ameaça
da punição de transferir para o estado certas responsabilidades que eu não sou suficientemente humano para pensar e para agir que apenas pelo medo e pela obediência é que não vão existir outros crimes se a idéia de pensar nos permite afastarmos do abismo a experiência de assistir como ela nos apresenta na conclusão é mais do que nunca muito atual e ela vai dizer nós podemos pensar em milagres e mudar então tem 1 do time mesmo mas ela vai dizer também o seguinte em um castigo jamais possui poder suficiente para impedir a perpetuação de crimes ao contrário
a despeito do castigo uma vez que um crime específico apareceu pela primeira vez sua aparição é mais provável do que poderia ter sido a sua emergência inicial as razões particulares que falam pela repetição dos crimes cometidos pelos nazistas são ainda mais plausíveis assustadora coincidência da explosão populacional moderna uma descoberta de aparelhos técnicos que graças à automação tornarão supérfluas vastos setores da população até mesmo em termos de trabalho e que graças à energia nuclear possibilitam lidar com essa dupla ameaça o uso de instrumentos ao lado dos quais as instalações de gás de hitler parece um brinquedo
de uma criança maldosa tudo isso deve bastar para nos fazer tremer o que nos resta para o século 21 nos resta esta tarefa a nossa capacidade de julgar ela só está lá impactos nós tivemos com a capacidade de pensar e pensar publicamente é pensar politicamente nos comprometendo com as instâncias da própria vida a ninguém nem aos deuses nem os demônios nem as ironias da terra nem a tirania do céu foi dado o poder de impedir aos homens o exercício daquele que é o primeiro eo maior de seus atributos o exercício do pensamento podem amarrar as
mãos de um homem pedindo de um gesto podem lhe à tarde os pés e impedido o andar podem vazar os olhos em pedindo à vista podem contar a língua impedindo a fala o direito de pensar o poder de pensar porém está acima de todas as violências e de todas as repressões que nada podem contra o seu exercício se assim o quiseram os deuses se assim o que era a própria natureza humana parece claro que não há abuso mais abominável que o de tentar impor limitações ao pensamento de qualquer pessoa que o teórico não disse e
que a hannah arendt vai dizer que além destas ameaças que são palpáveis concretos visíveis facilmente nomeadas existem outras ameaças que há na área e traz que nos expõe essas ameaças ao pensar está na banalidade da recusa na repetição do comportamento nas estratégias das redes políticas sociais de convívios que se adormecem o desejo de destruição do totalitarismo é um disco mas esses valores dos regimes despóticos também estão arraigadas em nós nós vivemos um mundo e existe em meio a evaporação de significados e sentidos pra ele só ao antídoto a tarefa do pensar mas ainda continuamos correndo
muitos riscos um pensamento desprovido de significação vai fazer com que a gente simplesmente reproduz as velhas verdades a pergunta que eu deixo para vocês eu também faço qual é o pacto que preside a minha relação com o conhecimento é uma relação de meios e fins o que eu ganho que eu perco é uma relação de lógicas messiânicas ordenador um chicote a dor é uma relação de perfis militantes onde eu sou puro eo resto do mundo não é é uma relação de indiferença de abatimento diante do mundo que parece cada vez mais complexo nós vivemos um
momento de lacunas e o pensamento emerge exatamente de incidentes das experiências que nós temos e devemos recuperar de que homens e mulheres são sempre construtores da sua história e holley um coema pequenininho autor quase desconhecido josé paulo paes chamado saldo a torneira seca mas pior a falta de sede a luz apagada e ó o gosto do escuro à porta fechada e ó a chave por dentro temos os totalitarismos temos a banalidade cotidiana da qual nós também participamos e além de tudo ainda existe a luta com nós mesmos e com a nossa recusa ao pensamento a
conformação diante desse mundo complexo e que nos brutaliza não nas experiências mais sombrias não nas questões mais gritantes mas das mazelas cotidianas e quase imperceptíveis é por isso que a obra da análise é inquietante e um convite para o século 21 mais reflexões no site facebook do instituto cpfl e no canal do café filosófico no youtube pensar como uma ação é uma forma de reagirmos a tudo isso contra todas as ironias contra todos os dispositivos externos e internos e para isso é necessário continuamente dizer basta [Música] joel
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