salve galera tudo bem Como é que vocês estão Professor Alencar na área de literatura para falar hoje de Um clássico da nossa literatura chamado Vidas Secas o autor é Graciliano Ramos podemos falar um pouco sobre ele sobre esse alagoano nascido em Quebrangulo e que em 1910 vai para Palmeiras dos índios que é também uma localidade município em Alagoas esse autor ele tem o estado de Alagoas que é o estado Natal dele como um ponto de referência na vida e na obra dele só que em 1914 ele vai com a família para o Rio de Janeiro
lá ele vive durante alguns anos depois retorna para o Nordeste e entre 1928 e 30 o que que acontece ele ingressa na carreira política ele vira prefeito de Palmeiras dos índios nessa cidade então Alagoana ele não gostou muito da experiência dele como político tanto do é que ele não quis continuar ele talvez fosse Severo demais em algumas atitudes ético demais ele chegou a multar o próprio pai porque em Palmeiras dos índios uma história muito louca essa em Palmeiras dos índios era muito comum as pessoas deixarem animais soltos pelas praças vagando para lá para cá cabra
vaca ele determinou que os donos de animais que deixassem os seus bichos circul livremente sem tomar o devido cuidado iam ser multados e um dia isso aconteceu com o próprio pai ele não teve dúvidas tamanha era a ética profissional dele e aí então mandou multar bom não se adaptou ele acabou na verdade ingressando no serviço público e também ingressando na carreira de escritor Mais especificamente romancista Mas ele foi um ótimo contista também a primeira obra dele foi Caetés de 1933 nessa época ele já tava morando ah em Maceió a capital Alagoana ele atuou em serviços
burocráticos né serviço público entre 1935 e 36 ele acabou sendo preso estamos aí no governo Vargas iniciando o estado novo foi acusado de ser comunista em 1945 de fato ele ingressa no Partido Comunista do Brasil em 1952 ele viaja para países do leste europeu para ver a ideologia dele o socialismo em prática Ele viveu entre 1892 e 1900 5 interessante que as primeiras obras dele acabam sendo as mais impactantes Caetés como nós já comentamos é o primeiro livro de 1933 mas depois tem nada mais nada menos que são Bernardo particularmente é o meu livro de
cabeceira tô sempre lendo relendo E aí temos angústia de 1936 e em 1938 tem um livro que nos interessa para essa aula que é Talvez um dos 10 romances mais importantes da literatura brasileira que é Vidas Secas que que a gente pode falar de um estilo do autor que seja bem marcante que a gente encontra em Vidas Secas primeiramente uma linguagem precisa concisa sintética objetiva era um homem extremamente consciente do seu texto muito preocupado com a utilização ou não das palavras ele não colocava palavras em excesso aliás há uma história de que ele terminava as
obras dele e pedia pro filho Ricardo Ramos também escritor também já falecido tirar os excessos os artigos os adjetivos livros que de repente não precisassem para que o que fosse mesmo pro papel fosse algo de cerne algo essencial então eu vou dizer o estritamente necessário percebemos também um regionalismo na obra dele vamos comentar que ele vem de uma época que é o romance de 30 em que essa característica é bem importante elementos Regionais no texto mas não é um regionalismo isso a gente vê também colegas de segunda fase do modernismo dele como o J Amado
a Raquel de Queiroz não é um regionalismo idealizado ele traz elementos regionais geográficos culturais linguísticos do Nordeste mas sem aquela aura romântica sem aquela idealização lá do século XIX do José de lencar por exemplo no livro O sertan hijo denúncia social críticas bastante contundentes em relação a alguns seres que são excluídos que são marginalizados da sociedade a crítica dele muitas vezes tem a ver com o abandono a miséria em que as pessoas lá do nordeste vivem tem problemas em relação a seca que traz todo o tipo toda a sorte de dificuldades e a gente vê
as pessoas em dificuldades que não encontram o apoio que não não encontram o abrigo no poder público só que apesar dessa crítica Apesar desse voltar-se para fora né as coisas da natureza que acabam atingindo o homem e o homem em desabrigo Apesar desse externo estamos falando de um autor bastante psicológico viu muito ligado com a questão íntima das pessoas as personagens deles sempre trazem fortes reflexões internas intimistas psicológicas bom então Vidas Secas é de 1938 é o quarto romance do autor como nós comentamos e faz parte da segunda fase do modernismo Mais especificamente prosa aquilo
que nós chamamos de romance de 30 então Gracino Ramos Jorge Amado Raquel de Queiroz José Lins do Rego Érico Veríssimo Todo esse pessoal que começa a se destacar no romance nos anos 30 e que acabam trazendo muito essa questão do regional elementos regionais para o texto e cada autor puxa digamos assim pro seu lado então Graciano Ramos alagoano Jorge Amado baiano José lin do Rego paraibano que mais Eric Veríssimo é o único que não é nordestino que é do Sul autor de O Tempo e o Vento e ele traz então os elementos sulistas pra obra
dele o foco narrativo desse livro é em terceira pessoa é o único Rance do Graciliano feito assim e a gente costuma entender o narrador em terceira pessoa como narrador onisciente é o narrador onisciente aquele que sabe de tudo sentimentos pensamentos das personagens mais ou menos os estudiosos chamam esse tipo de narrativa de onisciência prismática Porque apesar de não serem em primeira pessoa o autor consegue mostrar o ponto de vista das personagens em diversas cenas o prisma das personagens em diversas cenas ele utiliza por exemplo um recurso chamado discurso indireto livre que é o pensamento alto
digamos assim da personagem no meio do texto é como se fosse uma fala mas não tem aquele elemento ou aquela característica de parágrafo e travessão sabe é um pensamento alto já viu aquelas pessoas que caminham falando sozinhas mais ou menos isso então é uma espécie de dar voz à personagem e se você dá voz à personagem ela se coloca então é o ponto de vista dela mesmo não sendo primeira pessoa como acontece no livro angústia do Graciliano Ramos o luí da Silva é o narrador mesmo não sendo assim meio que acaba sendo então você enxerga
o prisma das personagens por isso que a gente falou onisciência prismática Vou ler um trecho para vocês aqui e aí a gente vai ter um pouco mais de noção se achassem água ali por perto beberiam muito sairiam cheios arrastando os pés Fabiano comunicou isso assim à Vitória indicou uma depressão no terreno era um bebedouro não era S A Vitória estirou o beiço indecisa e Fabiano afirmou o que Havia perguntado então ele não conhecia aquelas paragens percebam que em vez de aparecer algo do tipo eu conheço ou não conheço essas paragens que aí seria o discurso
direto a conversa o diálogo a frase é outra então ele não conhecia aquelas paragens é como Se ele falasse mas não indiretamente não diretamente perdão Então esse é um exemplo de discurso indireto livre o tempo na história o tempo ele aparece de uma maneira discreta viu tanto em relação à época histórica em que a história se passa quanto em relação ao desenrolar das ações dentro da narrativa do tipo ah uma semana depois um mês depois então nada é muito explícito em relação ao tempo tendo em vista esses dois elementos aí que eu falei para vocês
mas a gente tem aí uma história que se passa entre duas estiagens entre duas secas a história começa com a família no momento de seca procurando o lugar para ficar seria o primeiro capítulo mudança e o último o capítulo se chama fuga eles vão fugir justamente porque vem vindo aí uma nova estiagem Então esse é o tempo e aí nós temos um elemento aqui outro ali Por exemplo quando eles vão embora tem um trecho que diz lugares onde tinha vivido alguns anos então Fabiano Vai vendo lugares em que ele tinha estado que ele tinha frequentado
durante alguns anos eles viveram alguns anos naquela fazenda mas também você não tem o número exato de anos agora do ponto de vista do tempo do Brasil em que época o Brasil vivia a gente pode supor que seja algo mais ou menos em tempo real início do século XX na passagem aí da primeira república para a segunda o Brasil que queria ser moderno que queria ser desenvolvido mas que não conseguia abarcar todos nessa modernidade o interior do Brasil bastante abandonado bastante largado pelo poder público não concordando com aquela aceleração de cidades como São Paulo Rio
de Janeiro então há um descompasso entre o urbano e o rural sendo que o Brasil naquela época ele era essencialmente rural em relação ao espaço a gente sempre fala né de tempo e espaço nas narrativas nós temos aí um espaço físico e um espaço social tanto um quanto o outro são bastante repressores impositivos em relação à nossa família de retirantes já vamos falar um pouquinho mais aqui das personagens porque afinal de contas temos uma natureza que é inóspita as personagens estão com completamente conectadas com aquele ambiente o Fabiano transita pelo universo ah do Sertão universo
sertanejo de uma forma bastante desenvolta não obstante Claro todas as dificuldades toda a seca que eles devem enfrentar então ao mesmo tempo que eles estão ambientados estão adaptados eles sofrem por uma natureza bastante agressiva Implacável em relação a eles e implacável também é o espaço social nós vamos ter aí uma família que vai ser comandada ao mesmo tempo reprimida pelo soldado Amarelo o funcionário da prefeitura o patrão esses três aí eles vão simbolizar o governo o Fabiano chama isso de governo então é o é o poder público diante do Povo diante dos mais simples dos
mais vulneráveis falando um pouquinho das personagens temos Então primeiramente o Fabiano o chefe da família estamos em um Brasil patriarcal machista sexista como queiram o Fabiano Então vai liderar aí assim a Vitória e os dois meninos ele é um vaqueiro competente como nós dissemos ambientado aquele lugar mas ele tá sempre se achando prejudicado violentado pelo governo e de novo o governo representado por aquelas três figuras que estão acima do Fabiano ele tem um um um complexo de inferioridade bastante aguçado ele mesmo acaba se comparando a animais essa questão da animalização das pessoas é bem importante
aqui no livro Fabiano não tem estudo não tem conhecimento é bastante ignorante já a esposa dele assim a vitória é mais astuta ela sabe fazer contas ela faz contas com sementes e ela tem algo que o Fabiano não tem ela tem um sonho concreto ela quer ter uma cama de lastro de couro eles não tinham uma cama decente para dormir e essa cama eles viram na propriedade do seu Tomás da bolandeira que havia sido um fazendeiro rico e que foi a falência era um homem que para eles é o exemplo de Sabedoria de Cultura de
expressividade o Fabiano gostaria de um dia ser como o Tomás da bolandeira aí você começa a ler o livro e pensa assim bom apareceu aqui o menino mais velho depois o menino mais novo e o leitor imagina que com o decorrer da narrativa os nomes deles vão aparecer e não é simplesmente o mais velho e o mais novo Isso aí é um caso bem explícito de desumanização vejam que a cachorra famosa cachorra da família tem nome ela se chama baleia ela tem e os meninos não para nós o que é mais importante é o nome
nós já temos nome muitas vezes antes de nascer o Enzo a Valentina não é mesmo para eles o mais importante é é a sobrevivência o que para nós Seria algo essencial para eles é secundário me lembre aqui de um filme chamado Abril Despedaçado com Rodrigo Santoro no filme ele faz lá um rapaz Nordestino que tem um um irmão que também não tem nome são bem Miseráveis procura aí Abriu Despedaçado e as Crianças acabam sendo o único Fio De Esperança para um futuro melhor Fabiano inclusive pensa na educação dos meninos ao mesmo tempo ele não tem
recursos psicológicos eh de conhecimento financeiros para proporcionar algo diferente do que ele do que assim a Vitória tiveram então o menino mais novo quer ser um vaqueiro como o pai fica imaginando fazendo aquelas atividades braçais que o pai faz o filho mais velho é o menino indagador menino curioso mas a curiosidade dele não é incentivada pelo contrário é reprimida com violência verbal e até mesmo física ao mesmo tempo que eles vem uma possível melhora na vida a partir das crianças eles também não têm recursos para para proporcionar Isso é uma história em que as pessoas
se animalizam e os animais se humanizam porque aí vai aparecer a cachorra baleia é uma das personagens mais icônicas eu diria da literatura brasileira a baleia tem nome ela pensa ela sonha é como se fosse mesmo uma pessoa aqui na história e ela tem um destino muito dolorido muito sofrido já ouvi relatos no Instagram de leitores que choram na passagem da baleia Mas é mesmo bastante emocionante ela fica hidrófoba ou seja ela acaba adquirindo raiva e aí já estamos dando spoiler na verdade é cont temm spoilers essa nossa aula peço desculpas mas eu vou ter
que falar tá bom porque aqui a gente vai fazer uma aula bastante completa e a baleia fica doente O Fabiano é obrigado a providenciar o sacrifício dela para o desespero das Crianças principalmente a baleia Talvez seja a personagem mais bem construída até porque desse livro foi a primeira a ser criada em relação à estrutura do livro Ele tem 13 capítulos mas aí entra gente algo que eu acho genial que foi criado pelo Graciliano Ramos São 13 capítulos mas é como se eles fossem Independentes entre si sabe inclusive Baleia Baleia é um capítulo que tem começo
meio e fim é como se fosse um conto Na verdade é um conto baleia foi um conto que Graciliano Ramos escreveu antes de publicar o Vidas Secas a princípio o nome do livro era para ser o mundo coberto de penas por sugestão de terceiros virou Vidas Secas então o Graciliano Ramos fez baleia e a partir daí surgiu o livro então baleia realmente é um conto ele pode existir por si só os outros capítulos eles não chegam a configurar histórias prontas narrativas prontas só que eles são painéis vamos dizer assim Independentes são vários painéis que mostram
situações diversas da família né eles podem ser desmembrados tudo bem né A grande maioria não vai ter lá um um sentido acabado Mas eles podem muito bem ser desmontado você pode apreciar Várias cenas da família em cada um desse Capítulo é um jeito muito moderno de escrever eu diria até contemporâneo Porque tem toda uma fragmentação sabe um recorte que é típico da contemporaneidade bom em relação ao enredo como nós dissemos Tudo começa lá com o capítulo mudança a família sim a Vitória Fabiano comecei por ela viu e não pelo homem os dois meninos a baleia
eles estão caminhando sobre o leito de um rio seco estão procurando um lugar para ficar o menino mais novo cai ele cai porque ele não aguenta aquele calor aquela fome aquela sede e aí o pai em vez de acolher a criança primeiramente chama atenção levanta condenado do diabo dá uma fustigada com a bainha também nele depois o pai fica assim com dó e resolve pegar a criança nos braços e caminhar a família tinha também um papagaio mas o papagaio é morto ele é abatido para ser comido pela família e aí eles até comentam ali que
o papagaio não falava então não adiantava para nada mas o papagaio não fala ele repete eles mal falavam entre si quanto mais conversar com o papagaio é um uma história bastante silenciosa por isso também né gente que para você conseguir ser mais do que um simples narrador onisciente mostrar ali o prisma das personagens jogar o leitor para dentro daquela realidade o discurso indireto livre acaba sendo muito interessante que veja que daí não tem a conversa direta Eles não eram muito habilidosos com as palavras sa então não tem a conversa direta mas tem um discurso indireto
livre e o discurso indireto livre é como se fosse um pensamento das personagens Então veja que apesar de toda a característica rústica que eles T na comunicação eles têm uma psicologia eles TM um um pensamento o gro Ramos chegou até a ser criticado por valorizar tanto a psiquê de figuras e simplórias do ponto de vista de formação de comunicação que é o caso aí da família de Vidas Secas acabou encontrando uma pequena propriedade abandonada a família vai se instalar Ali vai tomar posse chove logo depois chega o dono da fazenda o dono acaba por deixar
eles ficarem ali com tanto que pagassem impostos para ele a gente vai ver aí um sistema exploratório nesse mundo patrão empregado a gente vai ter aí essa coisa da briga de classes que faz lembrar a ideologia socialista tão apreciada pelo Graciliano Ramos Apesar de todas as dificuldades da lida com o a família começa a gozar de uma certa estabilidade em um momento inclusive o Fabiano vai até a cidade para fazer compras e lá ele entra num bar bebe e é convidado pelo soldado soldado Amarelo mais um personagem da nossa história ali no começo a gente
falou só algumas principais mas a gente durante a nossa aula vai destilando digamos assim outras Person o soldado Amarelo como nós dissemos o patrão e o funcionário da prefeitura que vai aparecer também aqui eles são o governo são aqueles que estão acima são aqueles que intimidam bastante o Fabiano e o soldado Amarelo convida o Fabiano então a jogar cartas E aí ele vai falar algo uma das poucas falas do Fabiano na narrativa ele diz assim Isto é vamos não vamos quer dizer enfim com tanto etc é conforme chega até a sem engraçado porque ele tenta
recorrer a algum vocabulário que ele ouviu do Tomás da bolandeira mas ele não consegue conectar uma coisa com a outra ficam palavras soltas ele não sabe articular como o Tomás da bolandeira articulava Fabiano perde no jogo E aí ele abandona a jogatina antes do término o soldado Amarelo vai atrás e aí começa uma confusão um pisa no pé do outro outro Xinga e o soldado então numa demonstração de abuso de autoridade chama os seus colegas para ajudar Fabiano é levado pra prisão ele fica uma noite preso Olha aí também o Graciliano Ramos falando desse assunto
ele que alguns anos antes tinha sido preso pelo governo do juro Vargas e lá ele apanha inclusive um golpes de facão nas costas ele é levado depois para casa as costas dele estão em carne viva como se diz senim a Vitória chama até uma benzedeira para ajudar a curar o Fabiano a benzedeira fala a palavra inferno e aí o menino mais velho não sabe o que é vai perguntar pra mãe a mãe não gosta bate nele a violência é a arma da ignorância não é mesmo desse jeito assim a Vitória não demonstrava que era ignorante
e também intimidava o menino dessa forma ele também não iria mais eh perguntar em outra oportunidade os quatro resolvem ir a festa de Natal na cidade Fabiano compra tecido só que ele compra a menos as roupas ficam curtas O terno do Fabiano fica meia canela compram sapatos também e eles vão a pé à festa de Natal Eles não sabem andar com sapatos eles andam igual papagaio tiram sapatos quando eles chegam lá eles precisam lavar o pé aí eles lavam colocam o sapato com o pé molhado mesmo eles não se sentem confortáveis ali a única que
entra num clima Natalino de oração de reza que afinal de contas eles vão à missa é a sim a Vitória os outros não conseguem harmonizar com aquela situação Fabiano vai até o bar inclusive bebe arruma confusão eles não se sentem à vontade eles acham que ali não é o lugar para ele eles imaginam que as pessoas estejam rindo deles novamente essa questão do complexo de inferioridade eles estão cada vez menos pessoas e mais animais depois disso temos também a cena da morte da baleia que é uma cena bastante dura como nós comentamos ela contrai a
raiva e o Fabiano não vê outra alternativa sen não organizar a morte da Baleia e a baleia antes de morrer olha pro horizonte sonha com o mundo melhor cheio de preas que todos pudessem comer e ser felizes mais uma situação que merece destaque aqui é um acerto de contas entre Fabiano e o seu patrão o patrão cobra do Fabiano muito Fabiano precisa prestar contas exageradas porque o patrão ele cobra aluguel de tudo que ele providencia para o Fabiano trabalhar na roça assim a Vitória faz contas ela vê que não tá batendo o cálculo do patrão
mas o patrão é irredutível o Fabi argumentar Mas ele também não tem o poder da comunicação da persuasão e o patrão fica com aquele discurso porta da rua serventia da casa é assim que fala se não quer tem quem queira E aí Fabiano como não sabia como se colocar é obrigado a ficar quieto e aceitar ele fica quieto também em o momento em que ele encontra com o soldado amarelo no meio da da Caatinga Fabiano estava lá trabalhando com as suas rezes suas cabeças de gado quando aparece o soldado Amarelo perdido desarmado Fabiano estava com
o facão ele até esboça uma ação para cima do soldado Amarelo afinal de contas ele havia sido agredido preso muito maltratado seria a Hora da Vingança da revanche porém ele não consegue ele diz aquela frase famosa governo é governo ele não poderia agredir qualquer um que fosse superior a Ele o penúltimo capítulo se chama o mundo coberto de penas que era para ser a princípio como mencionamos o título do vidaas secas aí a família vê aves de arribação que são aves migratórias aparecendo lá na fazenda e elas não conseguem entender como um bicho tão pequeno
pode causar um estrago tão grande na simplicidade deles eles vem aquelas aves Como ma agouro se elas estão ali é porque a seca vem elas é que trazem a seca e não é assim e na verdade a seca que faz com que elas migrem o clima faz com que faz com que elas migrem então é um pouco diferente mas isso eles não entendiam e aí vem por último o capítulo fuga Fabiano até pensa em resistir em ficar na fazenda com aquela chegada de Nova estiagem tudo indicava que uma nova estiagem estava chegando mas era impossível
possível continuar se manter ali o gado iria morrer eles iram sofrer e a família Então resolve partir de madrugada o título é fuga eles vão fugir do patrão que seria muito vexatório ter que enfrentar encarar o patrão que mais uma vez iria ser duro ele era muito crítico ele era Implacável com o Fabiano com a família dele então então era melhor sair antes de o patrão chegar evitar esse encontro eles ficam se lembrando da baleia enquanto eles estão indo embora para tentar aliviar um pouco a saudade da baleia a saudade que vem naquela ida deles
eles ficam falando sobre um futuro melhor então Fabiano tem esse sonho da educação dos filhos assim a Vitória deseja cama de lastro de couro então eles vão embora quem sabe pro sul do Brasil aí a gente pode até pensar na questão dos retirantes no sudeste São Paulo Rio de Janeiro agora percebam que é uma narrativa cíclica porque ela começa com eles procurando um lugar para ficar e termina e pensando bem a questão dos retirantes a questão das dificuldades em relação à Seca no Brasil é algo cíclico é algo que nunca acabou nós temos esses problemas
até hoje gostaria de falar sobre o filme Vidas Secas indico esse filme a vocês se eu não me engano Ele tem ele ele tá completo no YouTube é um filme dirigido pelo genial Nelson Pereira dos Santos é de 1963 E o Nelson Pereira dos Santos consegue mostrar toda aquela realidade nua e crua desenhada pelo Graciano Ramos aí no filme dele muitas vezes a gente tem o ponto de vista das personagens é como se o Nelson conseguisse mesmo captar a escrita do Graciano Ramos mostrar como as personagens sofrem diante daquela natureza e daquela sociedade rispida e
quando a gente lê a gente se transporta quando a gente assiste acontece exatamente a mesma coisa queria falar também sobre uma série do Cândido Portinari de três quadros uma série chamada retirantes que foi feita com inspiração nvas secas ela foi feita lá nos anos 40 até anotei aqui são três obras retirantes criança morta e enterro na rede vocês podem achar facilmente essas três obras eh no Google não há uma apesar de serem três obras conectadas entre si as três são inspiradas em Vidas Secas não há uma continuidade entre elas e aí você pode fazer uma
comparação da série do poinar com os capítulos do Vidas Secas que também eles são cortados eles são Várias cenas que juntas formam o romance genial não é mesmo em tempo Cândido Portinari foi grande amigo do filano Ramos colega também de ideologia comunista socialista tem uma foto aí que vocês encontram no Google também eles participaram de um evento eh comunista está gracano Ramos Jorge Amado Pablo Neruda poeta chileno que esteve no Brasil nos anos 50 e o Cândido Portinari que é o mais baixinho da turma tá bom gente espero ter contribuído foi um prazer estar com
vocês até a próxima