O menino João Cândido é levado para a Marinha para ser corrigido e conhece a face mais cruel da case...
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e esse episódio faz parte de uma série se você não viu o episódio anterior recomendo que ouça para uma melhor experiência de continuidade oi oi o apresentador 19. com. br E aí e em 1910 do Rio de Janeiro gozava de prestígio e avançava com seu projeto de progresso Republicano A então Capital Federal desejando ser Paris investiu pesado em projetos de desenvolvimento urbano para modernizar a cidade cortiços e prédios abandonados foram demolidos para dar lugar a uma larga avenida chamada central hoje conhecida como Rio Branco que cruzavam o centro da cidade cafés confeitarias em boutiques abriram suas portas para receber o civilizado o homem Republicano vestindo Fraque e cartola e Bengala em sua frente se desenhava Horizonte promissor de possibilidades quando de repente um tiro de canhão rádio os céus desmoronando aquele mundo frágil E aí e a revolta de marinheiros acordou um homem Republicano do seu sono profundo em berço esplêndido todos foram pegos de surpresa o Presidente da República seus aliados seus opositores ninguem esperava ter que lidar como a revolta popular daquele tamanho Mas todos se uniram de alguma forma e resolver aquela crise Nacional devolver na paz ao coração Republicano passado o susto eles ainda pareciam não ter entendido como tudo aconteceu bem debaixo do nariz de todo mundo e as primeiras explicações vieram de dentro da própria Marinha mas não oficialmente sobre Anonimato um oficial escreveu e publicou o seu desabafo e em 1911 foi publicado o livro política versus Marinha primeiro livro que lhe dou exclusivamente da revolta de marinheiros escrito por um sujeito que não quis revelar seu nome pois era oficial da ativa na Marinha na visão dos jogos oficial o problema da Marinha era o elemento negro e mestiço que compõem a maior parte da tripulação segundo ele essa é uma pessoa de degenerados de moralidade questionável impossível de ser corrigida e esse não era um pensamento Popular apenas da Marinha nesse mesmo ano o Brasil mandou uma delegação para o Congresso Internacional de raças e lá defendeu o branqueamento racial como solução para os problemas do país a partir da introdução do elemento Branco através de políticas de imigração o Brasil iria embranquecer aos poucos até que sua população negra e indígena fosse completamente extinta E são essas as ideias que o oficial anônimo defendia no seu livro desabafo a primeira impressão que produz uma guarnição brasileira é decadência e incapacidade física os negros são raquíticas mal encaradas com todos os signos deprimentes das mais atrasadas Nações africanas profundamente alheio a qualquer noção de conforto nossos marinheiros vestem mal não sabem comer não sabem dormir imprevidentes e preguiçosos eles trazem da raça a tara da incapacidade de progredir na visão dele faltava nos marinheiros uma coisa que sobrava nos oficiais brancura e se você segue história preta nas redes sociais já deve ter visto a minha aparência eu sou uma pessoa negra de pele clara meu cabelo é um crespo 4c no nariz é largo e meu tom de pele se parece Quando mano Brau eu sou que o IBGE chama de pardo Mas quem 1910 talvez fosse descrito como mulato na minha turma de marinheiros quase todos que pareciam comigo alguns de pele mais clara outros de pele mais escura mas todos indiscutivelmente filhos da classe trabalhadora assim como era em 1910 quando João Cândido e seus amigos se levantaram em revolta e em 2008 o entre pelos portões da escola de aprendizes de marinheiros e as primeiras coisas que aprendi foi sobre era a Kia e disciplina saber quem manda e quem obedece não conceito fundamental para o bom funcionamento de uma força militar e nessa estrutura dos oficiais são as pessoas que mandam e as Praças são as que obedecem eles são a cabeça o comando e nós a execução eles são os que riscam a linha no chão e nós os que não pisam falar dela sobre esse fundamento foi construído o meu espírito militar os primeiros oficiais que tive contato lá dentro foram meus professores por coincidência todos eram brancos o comandante da escola e a oficial imediato também eram brancos Os oficiais da reserva que trabalhavam por contrato também Eram todos brancos por observação eu aprendi desde cedo que o oficialato estava intimamente ligada a brancura da pele a minha hipótese ganhou força quando abrir na biblioteca da escola o álbum de formatura de oficiais e percebi que eram quase todos brancos mas depois disso na vida real nos quartéis navios com esse oficiais negros e de ascendência indígena aos poucos também por conta das políticas afirmativas i a configuração racial da oficialidade da Marinha parece CD mas ainda resiste no dia a dia da Tropa estereótipos de classe que tem raízes Profundas no passado racial da Marinha e no meu círculo Ártico os códigos sociais de inteligência beleza e brancura eram frequentemente ligados a oficialidade enquanto feiura esperteza e malandragem continua sendo Associados às praças isso não tá nos manuais publicações comunicação oficial isso tá no dia a dia nas tradições e até nas gírias internas e a origem disso tudo vende muito longe vem da Marinha que torturava marinheiros como João Cândido Olá hoje nós sabemos o nome do oficial anônimo que escreveu aquele livre 1911 se chamava José Eduardo de Macedo Soares anos depois ele daria baixa da Marinha para seguir a carreira jornalística e política mas na época do primeiro livro era primeiro-tenente servindo no exterior sem nenhuma cerimônia escondido sob Anonimato esse sujeito defendeu os castigos corporais nos marinheiros como uma necessidade fundamental para manter a ordem EA disciplina enquanto a guarnição foram de esgoto da sociedade a disciplina a ordem EA segurança tem os seus direitos EA chibata o seu lugar foi Contra isso que os marinheiros se organizaram e revolta sob a liderança de João Cândido e seus companheiros eles almejaram acabar com as torturas da Chibata mas não só isso queria acabar também com estigma racial e social que recairá sobre a classe dos Marinheiros naquele momento a Marinha do Brasil era mais a Anitta as quadra era tecnológica mas seus valores ainda tinham raízes profundas na escravidão e isso Precisava mudar meu nome é Tiago André e esse aqui é o história Preto você tá ouvindo a temporada Cisne Negro Episódio 2 as cores e valores em Armarinho era melhor chance para uma pessoa como João Cândido Quando ele nasceu Em 1880 escravidão aprisionava a maioria das pessoas que tinha a pele escura como a dele e uma delas era sua mãe Inácia era Parteira já vasto conhecimento das ervas medicinais que cresciam nos Pampas do Rio Grande do Sul era lá no antigo município de Rio Pardo que ela serviu como escravizada de uma família branca é a principal atividade econômica da região era a criação de gado para o abate era nisso que trabalhava João Felisberto pai do Futuro Almirante negro ele foi escravizada a maior parte da vida recebeu sua liberdade em 1876 mas continua trabalhando na mesma propriedade fazendo as mesmas coisas levando o gado por longas distâncias para ser abatido o vendido na região ele o negro livre se casou com Inácia uma mulher escravizada e dessa união nasceu um menino que mudaria o curso da história do Brasil João Cândido Felisberto nascido sob o regime da escravidão João foi uma das muitas crianças beneficiadas pela lei do ventre livre conquistada pela pressão abolicionista nasceu livre mas nem tanto pela lei crianças como ele filhos de escravizada nasceu Libertas mas o proprietário definir a quando isso deveria acontecer tinha em unidades ele poderia conceder a liberdade quando a criança fizesse oito anos e receberia uma indenização em dinheiro do estado ou ficaria com a criança até os 21 anos quando ela seria libertada sem indenização estatal João assim como outros meninos negros da região ficou no Limbo jurídico que misturava trabalho escravo apadrinhamento e parentesco lá nos Pampas do Rio Grande do Sul não existia qualquer fiscalização da aplicação da Lei do Ventre Livre muitas vezes as crianças Livres eram incluídas no inventário de bens de uma pessoa como se fizesse parte da escravaria de um jeito ou de outro parecer que João iria passar o resto da vida na mesma propriedade trabalhando por mesmo patrão em troca de salário de fome o seu destino quase certo era se tropeiro como seu pai envelhecer trabalhando naquela mesma fazenda mas repentinamente sua vida virou de cabeça para baixo o João tava encostado numa cerca vendo o seu pai e outros tropeiros na lida com os animais da fazenda ele tem só 10 anos mas precisa começar aprender as tarefas do dia a dia ele fez uma viagem na garupa do cavalo do seu pai para entender a dinâmica da vida de um tropeiro mas nesse dia ele tava só observando enquanto brincava de canto com o menino mais velho se aproximou e gritou [ __ ] tinhoso aqui não se brinca só se trabalha João Cândido jogou um pedaço de pau no rosto do menino e correu e o garoto que deveria ter uns 15 anos pois se queixar com o avô se chamava João Filipe Correia que era apenas o dono da fazenda que o pai de João trabalhava E aí o João Cândido passou a tarde e a noite escondido numa Gruta no fundo da propriedade com medo de Ser castigado pelo patrão naquela mesma noite o patriarca da Fazenda foi encontrar o pai do menino João comunicou a ele que o garoto seria enviado para marinha e já tava tudo ajeitado um amigo da família o Almirante Alexandrino iria providenciar o ingresso do menino da força militar e essa é uma parte Nebulosa na vida do Nosso Herói e não dá para saber se esse fato foi de fato determinante para que João fosse enviado para marinha mas o que temos de concreto e bem documentado aqui nessa época a Marinha tinha muita dificuldade de preencher as fileiras das tropas subalternas geralmente enviavam para marinha meninos negros que precisavam de correção disciplinar para dar um rumo na vida de um modo geral isso era até benéfico para a maioria deles mesmo com a quantidade enorme de problemas que as forças armadas tinham a caserna representava a melhor chance daquela massa de negros abandonadas à própria sorte depois da Abolição e por muitos anos só tinha dois jeitos de entrar na Marinha pela porta de baixo alistamento voluntário ou recrutamento compulsório o caso não conseguisse preencher fileiras que a primeira opção lançava mão da segunda O problema é que a população livre tinha ojeriza ao serviço militar e no caso da Marinha pesava muito a questão do castigo físico a chibata pessoas Livres mesmo pobres achava completamente humilhante ter que em troca de salário se submeter ao tratamento dispensado somente a pessoas escravizadas a solução para falta de pessoal era captura de gente indesejada moradores de rua bêbados escravizados em Fuga e até africanos apreendidos no tráfico ilegal de escravos foram levados como funcionar mente para Marinha do Brasil era desse jeito que os praças a base da pirâmide militar eram recrutados até 1888 ano da Abolição mas com João Cândido as coisas foram um pouco diferente e ele ingressou na Marinha por um outro caminho assim como eu um dia João Cândido entrou pelos portões de uma escola de Aprendiz de Marinheiro João Cândido foi levado para Porto Alegre e lá passou um bom tempo trabalhando como um menino de recado e fazendo pequenos bicos comuns a garotos negros com 14 anos por recomendação do Almirante Alexandrino que hoje dá nome é o principal Centro de Formação de Praças da Marinha João Cândido foi apresentado na escola de aprendizes de marinheiros do Rio Grande do Sul de lá ele só sairia um ano depois completamente transformado pela instituição e as escolas de Aprendizes foram criadas com o intuito de ser uma instituição transformadora elas foram pensadas para ser a terceira via de ingresso de força de trabalho na Marinha mas com o tempo se tornou gradativamente o principal ponto de acesso a força elas foram espalhadas por quase todas as províncias do país a fim de receber Crianças Pobres com idade entre 10 e 18 anos para serem destruídas na vida militar naval e pronto escalam da Marinha as escolas representavam o melhor método de recrutamento Porque a partir do confinamento e Vigilância dos rituais the discipline recompensa eles poderiam mudar desde muito cedo os costumes e os valores dos futuros marinheiros o João saiu da escola de aprendizes com apenas 15 anos e foi incorporada ao corpo de marinheiros nacionaes no Rio de Janeiro os tempos não estavam fáceis na Marinha e atmosfera política da Nação inspirava cuidado tinha apenas 6 anos que um golpe militar derrubou o Imperador e depois no seu lugar Um Presidente o Brasil agora era uma república por dois anos a presidência da república foi ocupada pelo Marechal do exército Deodoro da Fonseca que do Palácio comandava o país como se desse ordens no quartel e republicanos esperavam o estado liberal nos moldes dos Estados Unidos mas receberam governo militarizado e autocrata a pressão política e a saúde frágil do Marechal abriu as portas do Poder para o seu vice Floriano Peixoto também Marechal do exército Floriano teve a legitimidade do seu governo questionada e sua gestão foi marcada por conflitos e rebeliões levou as coisas Aos Trancos e Barrancos até que perdeu o apoio de um poderoso grupo militar a Marinha de guerra um pouco antes de João Cândido entrar na escola de aprendizes A Maria foi levada a guerra contra o próprio Presidente um conflito que ficaria conhecida como revolta da armada e ultimamente ligada a monarquia a Marinha civil desprestigiada pelo poder Republicano e mergulhou de cabeça no uma guerra violenta entre brasileiros que manchou de sangue as águas da Baía de Guanabara durante dois anos os barulhos dos tiros de canhão fizeram parte da paisagem sonora da Capital Federal o Rio de Janeiro no final do conflito o saldo da Marinha de guerra foi extremamente negativo ficaram quase completamente destruídos edifícios que eram sede dos principais centros administrativos da armada os principais navios da Esquadra Se encontravam torpedeados no estaleiro exibindo o buraco gigantesco nos cascos de madeira João Cândido se apresentou para servir numa Marinha completamente sucateada quase inteira niquelada e com pouca força de trabalho enquanto andava pela ilha de villegagnon ou sede do quartel geral Se surpreendeu com as paredes esburacadas por diferentes calibres de canhão aquele era um retrato de uma Marinha obsoleta que precisava se reerguer os escombros e isso seria feito sobre o sacrifício físico de marinheiros como João I E aí é a vida a Bordo de um navio da Marinha não é fácil nos dias de hoje mas daquela época era ainda pior aquele era um momento de mudanças tecnológicas EA marinha brasileira que na época chamada de armada não estava acompanhando o ritmo acelerado das coisas parte dos navios ainda era de propulsão a vela se moveu empurradas pelo vento que soprava em panos esticados no mastro outros que a propulsão mista a vela EA papo que vende enormes Caldeiras alimentadas a carvão por marinheiros que trabalhavam no porão e em alto mar principalmente nas viagens longas a tripulação sofria com a falta d'água que era racionado apenas para beber e Cozinhar os marujos tomavam banho por semana para controle de água casos de diarreia provocados por água contaminada também eram muito comuns quem sofria mais com isso eram os folguistas responsável por manter a Fornalha queimando que trabalhava no calor Extremo e mesmo assim não podiam tomar banho em seu diário de viagem o Almirante Wandenkolk relata o caso de um desses militares que morreu de uma doença comum entre os marinheiros o beribéri se manifesta pela falta de vitamina B1 23 de Setembro faleceu dessa enfermidade o folguista Manoel Inocêncio seu corpo foi lançado ao mar com honras fúnebres de costume e em Passagem por países frios era comum os marinheiros baixarem na enfermaria com sintomas de hipotermia pela escassez de roupa adequada para a tripulação Depois de meses nesse regime não era incomum que no estrangeiro parte da guarnição do navio tentasse fugir desertado serviço militar para tentar uma vida nova em outra nação cansado dessa vida estafante muitos desses marinheiros que antes viviam à margem da sociedade e correram bebida alcoólica talvez como fuga a vida que levavam para manter a ordem da marujada Os oficiais estabeleciam disciplina rígidas para punir quem pisasse fora da linha as sentenças Riam de chibata a pena de morte para pesado controle social sobre esses corpos quase todos negros Oi e essa Norma experiência de vida aqui Durava meses 1 ano 2 anos não No mínimo você seria obrigado a servir à Marinha por pelo menos 15 anos caso tivesse ingressado por uma escola de aprendizes não existia pedido de baixo do serviço ativo existe o conceito de exclusão ou demissão depois de recrutado as únicas formas de sair da armada antes do tempo mínimo era por invalidez substituição ou Morte Por isso que certa vez João Cândido afirmou que apesar de ter nascido livre ainda no Brasil Império e na República que foi feito escravo a serviço da Marinha de guerra o João contava com oito anos de carreira quando embarcou para viagem militar mais longa de sua vida até então até aquele momento ele tinha servido em todo tipo de navio à vela vapor e misto fundo os poucos militares que viu e viveu a modernização da Marinha e por isso teve a experiência mais abrangente possível como homem do mar no navio Cruzador Andrada aprender a disparar canhões executar tarefas de manutenção do armamento como se formou em artilharia participou em operação conjunta com o exército na guerra de Canudos emissões na Amazônia depois disso embarcou no navio pequeno chamado Jutaí usado para navegação em rios e que foi utilizado na situação complicada envolvendo o território que hoje chamamos de Acre mas que antes era território da Bolívia navegaram por rios estreitos longuíssimos no meio da mata fechada passando por comunidades remotas até chegar no que hoje chamamos de Boca do Acre aos poucos se tornou um marinheiro e em todo tipo de navegação e propulsão do Futuro isso Faria dele o principal timoneiro do maior navio do Brasil o encouraçado Minas Gerais e em 1906 a bordo do navio Cruzador Benjamin Constant fez a viagem que mudaria sua vida pela primeira vez iria Europa o nave era responsável por levar os oficiais recém-formados para sua primeira viagem internacional isso é de praxe até os dias de hoje toda a turma de guarda-marinha em Jesus em formado na Escola Naval fazer uma viagem de instrução por vários países do mundo é o que hoje a gente chama de viagem de ouro por ser a única Força Armada representar o Brasil no exterior Os oficiais da marinha recebeu educação e levada para além das ciências náuticas inglês e francês preferencialmente sabe regras de etiqueta em banquetes danças e cerimônias para a conta de bancar tudo isso só sendo legítimo filho da Elite Nacional Aliás na Marinha portuguesa desde o século 18 era pré-requisito que o aspirante-a-oficial tivesse título reconhecido de fidalguinha descrição que não existia na a música mas que não me chama de ser feita por tradição bancar os estudos os uniformes as viagens não era para qualquer família muito menos para uma família negra no pós-abolição o apadrinhamento os conchavos faziam da oficialidade uma espécie de feudo de família de Nobres que construiu uma verdadeira dinastia naval num tempo em que a educação era Rara e longe de ser Universal tem um filho na Escola Naval vale a ouro e em última instância o navio da Marinha era um microcosmo do Brasil uma representação em miniatura do nosso fracasso Nacional como emissário da nossa sociedade navio Benjamin Constant EA de Porto em Porto de país em país dispor ou atraso moral do Brasil naqueles poucos metros quadrados em alto mar estava contido todo ódio de classe e de raça de um país desigual nas mãos brancas de oficial ilustrado a chibata representavam o controle social de Corpos negros marginalizados é só a tortura física poderia conter a fúria recente da da ralé Mas até quando a e o estará preta não é mais produzido no meu tempo livre a partir dessa temporada eu tô dedicado exclusivamente para pesquisar escrever e contar as histórias que a história não conta Se você gosta do nosso trabalho e quer ouvir mais episódios do história preta considere nos apoiarem apoia.
se/história preta a partir de dez dias você recebe uma newsletter com tudo que li vi e ouvi para produzir esse episódio Além disso você recebe acesso ao grupo secreto concorre a livros e recebe desconto na nossa loja então nos acompanhem apoia. se/história preta E aí E aí o navio Benjamin Constant já tinha passado por Cabo Verde Ilhas Canárias e Açores antes de rumar para o mar Báltico João Cândido iria para a Europa pela primeira vez o navio passou pela Inglaterra depois Bélgica Suécia Dinamarca mas um lugar específico foi evitado pelo comandante do navio a pequena Ilha russa chamada constante e já faz um ano que a ilha estava em conflito marinheiro de operário e se juntaram para pressionar o governo czarista por melhores salários e condições de trabalho o Estopim da Revolta foi o ódio as autoridades e os castigos físicos dispensado aos marinheiros a chibata era uma tradição em quase todas as Marinhas do Globo e ali os marinheiros se cansaram de apanhar e se viraram contra os seus oficiais pela primeira vez um navio de instrução não passaria pela Rússia e o motivo era uma revolta de marinheiros contra castigos físicos e reivindicação de dignidade no trabalho o comandante passou ao Largo do porto Talvez para mãe citar a ideia errada na sua tripulação não queria que os jovens oficiais civis em naqueles Russos De Joelhos com armas apontadas para a cabeça implorando pela sua vida eu não queria que seus marinheiros Se dessem conta de que eram maioria no navio do que poderiam pôr de joelhos um oficial da Marinha mas a notícia corre mais rápido do que o navio pode navegar no porão um sujeito negro marinheiro experiente sobre dos Bravos marinheiros que tomaram o controle dos navios no Báltico para exigir melhores condições de trabalho quatro anos depois ele faria o mesmo mas o seu palco seria Baía de Guanabara a Europa dava sinais de que estava à beira de um conflito armado sem precedentes governos de diversos países estão encomendando armamento em larga escala abastecendo os seus pais pareciam prever a chegada do que seria a Primeira Guerra Mundial e a indústria bélica inglesa aperfeiçoou desenvolveu as melhores tecnologias aplicadas nas guerras no mar canhões de maior alcance e precisão e caixa os encouraçados mais resistente sátiros de torpedo já tinha tempo que a Marinha do Brasil buscava a se modernizar o desfalque e deixaram na revolta da armada precisava de substituição governo brasileiro queria três navios iguais aos melhores da Inglaterra com mais de 18 mil toneladas os navios do tipo grade novo elas mais modernas máquinas de guerra aplicada ao mar é a versão encomendada pelo Brasil Apesar ia 20 mil toneladas cada uma e teria mais armas e mais velocidade que os originais britânicos por fim foram construídos dois dos três planejados eles ficaram conhecidos como licor assados por causa do seu carro blindado e suas armas de longo alcance receberam os nomes de São Paulo e Minas Gerais nesse último João Cândido se faria o Almirante Negro para aprender a lidar com essas Poderosas máquinas de guerra o governo brasileiro enviou oficiais e centenas de marinheiros para Inglaterra dentre eles o marinheiro João Cândido E durante meses os marinheiros acompanharam a parte final da construção dos encouraçados nas entranhas das estruturas de mal acabadas do Minas Gerais eles se tornaram peritos em suas armas Caldeiras e controle de navegação aprender um tudo sobre cada parte cada peça cada parafuso daquele gigante que tava precisando a ser É vivendo em hotéis longe da oficialidade Guarulhos criaram uma colônia brasileira na região portuária da cidade de Newcastle e lá fizeram alianças que mudariam suas vidas para sempre em dezembro de 1909 uma manhã fria na cidade de Newcastle João Cândido em alguns amigos entraram em um dos barracões do Estaleiro para uma reunião que foram convidados de pé ele assistiu pela primeira vez uma reunião sindical trabalhadores Portuários e marinheiros estavam reunidos para levantar demandas trabalhistas em prol da Classe A tradução quase simultânea era feita por um operário filho de portugueses João e seus amigos observarão atentamente como proletariado em inglês se organizava se reunia e reivindicar os seus direitos e lá ele show abolindo os castigos corporais alimentação era boa e o salário era Digno aquilo pareceu um sonho e João Cândido ousam sonhar a cabeça dele fervilhava o coração estava acelerado será possível Será que também eles poderiam repetir o feito no Brasil a mãe Inglaterra sem saber o governo brasileiro construiu as armas mais poderosas do mundo no cor assados e marinheiros Rebelde e E aí Tô voltando para casa João assumiu seu lugar no Minas Gerais ele era o timoneiro sobre as ordens de um oficial O timoneiro que conduz o navio ninguém antes dele tinha sido timoneiro no Minas Gerais ele o sujeito tão insignificante um preto filho de escravizados com simples mover de mãos movimentava máquina de guerra mais poderosa do mundo mas sempre na direção que oficial mandava ouvindo o som do mar talvez tenha imaginado poder dar o rumo que quisesse para aquilo tudo afinal de contas o que ele tinha perder e o que nós vamos ouvir no próximo episódio de cisne negro bom esse podcast uma produção história preta considere nos apoiarem apoia.