k [Música] [Música] [Música] Imagine sua história como uma linha do tempo quantos altos e baixos já viveu alegrias dores superações obstáculos a verdade é que essa linha não é assim tão linear inúmeros fatores internos e externos influenciam o tempo todo nossas jornadas e as tornam únicas e complexas Mas e se pudéssemos ser responsáveis por um pequeno estímulo capaz de impactar de forma positiva uma vida inteira e se criássemos oportunidades de Minimizar vulnerabilidades e de alguma forma mudássemos uma trajetória acreditamos que sim isso é possível e por isso desde 2003 apoiamos projetos inspiradores com objetivo de
incentivar o protagonismo social acreditamos que podemos gerar o impacto hoje para que versões cada vez mais felizes dessas histórias possam ser escritas no futuro próximo Instituto CPFL energia que transforma realidade muito boa noite sejam bem-vindas e bem-vindos meu nome é Felipe Lavinha e é com muito entusiasmo que o Café Filosófico CP FL chega a Ribeirão Preto em uma data tão especial porque hoje é o aniversário de 94 anos desse espaço em que estamos o teatro Pedro I para uma noite que promete entrar para a história com esses dois gigantes que teremos aqui hoje Mário Sérgio
Cortella e o rossandro Clin eles estão aqui para dividir com a gente reflexões que trouxeram no livro de suas autorias As Quatro Estações da Alma da angústia a esperança hoje também a gente vai celebrar mais um ano das iniciativas sociais do Instituto CPFL a plataforma de investimento social do grupo CPFL energia aqui em Ribeirão Preto por meio da apresentação do projeto tocando a vida antes de darmos início gostaríamos de agradecer a presença do nosso vice-presidente Luís Henrique Ferreira e em seu nome Agradeço a todos os executivos e colaboradores do grupo CPFL energia aqui presentes e
também agradecemos as autoridades do Senor Duarte Nogueira prefeito de Ribeirão Preto do Senor André Silva secretário Municipal de Cultura e turismo em seuu nome agradeço as demais autoridades aqui também presentes e a todas e todos que estão aqui conosco Muito obrigado e para abrir a cerimônia a gente convida agora o senhor Roberto Sartori diretor presidente da CPFL Paulista palmas para ele por favor obrigado boa noite Boa noite a todos a todas sejam muito bem-vindos a essa essa noite e eu gostaria aqui inicialmente de cumprimentar Prefeito Municipal Duarte Nogueira em nome dele todos os secretários todas
as autoridades aqui presentes também gostaria aqui de cumprimentar o Presidente do Conselho de administração da CPFL Paulista luí Henrique Ferreira Pinto em nome dele também cumprimentar todos os nossos colaboradores aqui de Ribeirão Preto da CPFL Paulista e cumprimento a todos e a todas aqui desse dia de muita alegria paraa CPFL Paulista de podermos estar voltando aqui com o Instituto CPFL né aqui com o nosso Café Filosófico no momento tão importante para todos nós importante para a CPFL Paulista que nesse ano completamos a marca de 5 milhões de clientes o que nos deixa imensamente orgulhosos do
trabalho né de dos Desafios que nós temos dos 254 municípios que nós atendemos assim assim como Ribeirão Preto e também estarmos no aniversário do teatro Dom Pedro hoje 94 anos então é com muita alegria que nós estamos aqui e eu espero que todos vocês aproveitem muito Professor Cortela e o psicólogo rossandro nessa noite muito [Aplausos] [Música] [Aplausos] obrigado agradecer o Sartor pela fala dele eh pedi agora para vocês receberem também com aplausos o senr Duarte Nogueira prefeito de Ribeirão Preto por [Música] favor Boa noite para todas e para todos sejam todos muito bem-vindos quero agradecer
e cumprimentar a CPFL na pessoa do presidente Roberto Sartor do Luiz e a Elidiane que é a nossa Regional de de Ribeirão Preto minha equipe que tá aqui presente a Daniela e e dizer que para mim é uma alegria muito grande como prefeito da cidade receber mais uma edição do Café Filosófico em especial aqui no teatro Pedro II O Café Filosófico promovido pela CPFL completa esse ano 21 anos o que não é pouco tempo e quis a coincidência meu pai dizia que nada acontece por acaso tu tem uma razão de ser hoje 8 de outubro
esse magnífico teatro completa 94 anos desde a sua inauguração o que serve também como fonte de de inspiração para todos nós Ribeirão pretos e também para os nossos convidados eh receber o professor Cortela e o Dr rossandro também é outro privilégio nosso eu tive a alegria de ser aluno do professor Mário Sérgio cortel no Milênio passado em 1993 eu disse a ele há pouco eu tinha 28 anos ele tinha 38 e nós fizemos um curso na Fundação Getúlio Vagas de planejamento estratégico Municipal eu havia acabado de perder a eleição para prefeito em 92 e fui
tratar de aprender um pouco mais né que a gente sempre tem que fazer na vida e eu encontrei depois o professor cortel em algumas outras oportunidades é uma pessoa Fantástico um homem muito inteligente um privilégio poder ouvi-lo presencialmente e o Dr rossandro né que faz com ele essa dupla lançando um livro que eu tive a oportunidade de ler às qu da alma e tem um fato bem bacana Engraçado que eles contam no livro que Ambos são vips não apenas very people mas Ambos são vindos do interior um do Paraná e o outro da Paraíba Certamente
eles vão ter oportunidade de contar isso nós então não Meo mais vamos aqui ul de inteligência de discussão filosófica de reflexão existencial De onde viemos Para onde vamos e isso é muito importante pra gente caminhar naquilo que é a essência da natureza humana que é a busca da felicidade né Como já dizia lá atrás o o Aristóteles né então Parabéns sejam todos muito bem-vindos e vamos acompanhar os nossos palestrantes Muito obrigado [Música] agradeceu do Senor Duarte Nogueira pelas palavras e para iniciar nossas celebrações vou chamar agora ao palco alguns dos integrantes do projeto social tocando
a vida por meio de uma apresentação musical a gente vai poder ver ouvir e sentir esse importante projeto em plena atuação que faz parte da frente CPFL Jovem Geração os alunos serão conduzidos pelo Regente Lu Paulo então por favor recebam com aplausos os alunos do Regente Luiz Paulo por favor [Aplausos] [Música] senhoras e senhores boa noite democratizar o acesso à cultura à arte e à música erudita é a missão da associação musical de Ribeirão Preto a música Sinfônica para todos projeto tocando a vida mantida pela associação também mantenedora da Orquestra Sinfônica promove aulas gratuitas de
instrumentos musicais canto coral e teoria musical para alunos da Rede Pública de ensino e para toda a população atualmente o projeto atua em nove núcleos em Ribeirão Preto e já são mais de 10000 alunos beneficiados nossa meta até 2026 é impactar a vida de mais de 2.500 pessoas entre elas crianças adolescentes adultos e idosos com a expansão do projeto e apoio dos patrocinadores o projeto recebe patrocínio da CPFL energia e apoio da state grid e do Instituto CPFL por meio da frente CPFL Jovem Geração que incentiva projetos inspiradores de música e de esporte em contraturno
escolar contribuindo para a construção de um futuro melhor para as próximas gerações para nós da associação musical é gratificante ter o apoio do Instituto CPFL para cumprir a nossa missão com êxito e É uma honra fazer parte deste grandioso evento em nome da associação musical de Ribeirão Preto nossa gratidão ao grupo CPFL mantenedor do Instituto CPFL por incentivar a democratização da cultura e do ensino musical solicitamos que desliguem os celulares para que todos possam apreciar esta da apresentação Desejamos a todos uma boa noite e um excelente [Aplausos] espetáculo com vocês Professor Ivan rodrgues [Aplausos] [Música]
m [Música] [Aplausos] [Música] h [Música] e [Aplausos] [Música] m [Música] m C [Música] h [Música] [Aplausos] [Música] [Música] um tico tico só um tico tico lá está comendo todo todo meu fubá olha s Nicolau que o fubá se vai pegando no meu pica-pau tir sai então eu tenho P suso que levou e uma cuia cheia de fubba eu dou e a já voando piano meu fubá meu fubá S todo de lá para cá o tico tico só o tico tico lá está comendo todo todo meu fubá Olha seu Nicolau que o fubá se vai pendo
no meu picaapau o tiro sai então eu tenho pena n suo que levou e uma cuia cheia de fubá eu dou e Alegre já voando e piando meu fubá meu fubá saltando de lá para cá vi um dia porém que ele não voltou o seu gostoso fá o Vento Levou triste fiquei quase chorei mas então vi logo depois da um e sinja dois quero contar baixinho L vida dos dois tiver lin e filhinhos depois todos agora fund estão aqui comendo todo meu fá soltando de lá para cá o tico tico só o tico tico lá
está comendo todo todo meu fubá o Nicolau que o fubá se Vaio no meu picaapau tiro sai então eu tenho penao que levou e uma cheia de fubá eu dou e Alegre já voando e piando meu f Meu fá soltando de lá para cá [Música] [Aplausos] [Música] [Música] agradecer a todos e todas integrantes do projeto tocando a vida pela belíssima apresentação e antes de chamarmos ao palco nossos convidados agradecer mais uma vez a vocês que vieram aqui hoje ao teatro Pedro I e agradecer também a quem está acompanhando a gente pelo YouTube e fazer o
convite para vocês tanto aqui quanto quem está acompanhando a gente pelo YouTube para se inscrever no nosso canal para ter acesso a mais de 20 anos de conteúdo e também para saber mais sobre a nossa programação inclusive hoje as perguntas para os nossos convidados serão feitas pelo chat do YouTube eh então já que estamos ao vivo tanto aqui quanto pelo YouTube sem mais delongas vamos chamar ao palco Mário Sérgio Cortela e o rossandro Klinger por favor aplausos [Aplausos] vou apresentar os nossos convidados de hoje o Mário Sérgio Cortela é filósofo escritor palestrante com mestrado e
doutorado em educação pela PUC São Paulo onde atuou como professor titular por 35 anos de 77 a 2012 secretário foi secretário municip mpal de Educação de São Paulo entre 91 e 92 tendo antes sido assessor especial e chefe de gabinete do Professor Paulo Freire é autor de diversos livros nas áreas de educação filosofia teologia e motivação e carreira como nos labirintos da Moral com i de latal ética e vergonha na cara com Cloves de Barros Filho nem anjos nem demônios a humana Escolha entre virtudes e vícios com monj coem e viver a que se destina
com Leandro carnal todos publicados pela papiro Sares rossandro Kinger é psicólogo Professor palestrante consultor em educação e desenvolvimento humano e fundador da educa empresa de educação socioemocional e do Instituto RK que trabalha com desenvolvimento emocional é também Professor convidado do curso de felicidade da Unicamp e do mestrado em psicologia organizacional da PUC do Rio Grande do Sul devido ao seu poder de comunicação que traduz a psicologia para uma linguagem de fácil compreensão consolidou-se como um dos 10 maiores palestrantes em desenv movento pessoal do Brasil se olhar e sua narrativa convidativa resultaram em bestsellers como help
me Edu aut perdão o aprendizado necessário eu escolho ser feliz as cinco Faces do perdão e o tempo do alto encontro livros que posicionaram o autor como referência nos temas derivados do desenvolvimento emocional nas esferas individuais e coletivas dito isso vamos agora ao Café Filosófico andro sejam bem-vindos ao café e para começar o café a gente vai começar com uma pergunta a gente gostaria iniciar que vocês contassem sobre o título do livro Por que as quatro estações da alma é interessante porque Emanuel cant um dos maiores filósofos da história que em 2024 lembramos os 300
anos do seu nascimento ele nascido na Alemanha em 22 de abril de 1724 F tem uma obra magnífica especialmente no campo da ética né esse é um autor que é muito citado por mim e por clov Barros Filho que nasceu em Ribeirão Preto em 1965 aliás no mês de outubro né de 65 alguém que é um especialista também nessa questão e uma das coisas que Kant trazia e que fará com que rossandro e eu tenhamos de dizer aquilo que Felipe pergunta que é a origem do nome né do livro é que o conjunto da obra
do cant nos permite entender quando ele afirmava tudo que não puder contar como fez não faça tudo que não puder contar como fez não faça se há razões para não contar essas são as razões para não fazer como nós podemos contar como e por fizemos porque tem esse título bom é uma alegria est aqui com vocês com a Cortela que eu considero para mim um mestre alguém que eu admiro profundamente e sempre quero honrá-lo nesse lugar e quando a gente pensou nisso a gente pensou numa condição muito clara né a gente tem uma vontade muito
grande quando a gente olha aquelas aves migratórias que sempre vão quando tem um lugar que tá verão quando começa a ficar inverno elas fogem Nós seres humanos nós não podemos fazer isso nem devemos porque a vida ela tem muitas Estações tem dias difíceis tem dias alegres tem dias tristes Tem dias em que a gente tá recebendo um filho que com toda a alegria que representa uma vida que chega no lar e tem dia que a gente tá se despedindo de alguém que a gente ama profundamente enlutado e nenhuma dessas experiências podem ser evitadas elas na
verdade têm um caráter pedagógico profundo que nós quisemos então trazer nessas metáforas das estações para que a gente pudesse pensar sobre como é que a alma ou o ser o espírito ou a mente humana os o indivíduo ele do ponto de vista filosófico psicológico vai singrando os oceanos e ao mesmo tempo essas Estações e como é que elas vão trazendo pra gente ora aprendizado do que também aprendizado ora reflexão foi por isso que a gente escolheu da angústia a esperança porque o final é a esperança é o sentimento de que apesar dos dias difíceis nós
temos um convite de um outono que nos faz Renascer ao longo da nossa existência desde as experiências individuais à coletivas e essa ideia de esperança que marca esse caminho evidentemente que ela não é banal ela não pode aparecer como mera expectativa como mero desejo ela tem de aparecer como uma aplicação uma decisão uma busca e é claro que as quatro estações significam que as mudanças mesmo que elas não sejam sempre agradáveis que elas não sejam sempre bem-vindas que elas não sejam sempre recusáveis elas fazem com que a gente vá moldando e formando A nossa condição
né de caminhada e esse título concretamente roçando o propôs né como sendo exatamente a expressão dessa possibilidade de caminhar na existência Lembrando das mudanças que não são nunca terminais afinal de contas né a terminalidade ela seria exatamente a cessação né das estações e elas se sucedem né Elas não se encerram e nesse sentido a vida também pode ser colocada desse modo para algumas pessoas a vida é sucedida por outra vida fora desta vida para outras pessoas a vida é sucedida pela vida que aqui se deixa e que segue com outras pessoas mas nós não entendemos
de maneira alguma que a gente Deva apesar de vez ou outra né ficarmos enclausurados em circunstâncias de angústia esta não pode ser definitiva daí né o subtítulo por isso o título geral né As Quatro Estações da Alma alguns parecem em últimos tempos estarem apenas num verão inclemente né e outros Claro dentro de si desejariam num determinado momento quando nós temos tempos por exemplo de muito calor queria um pouco mais de inverno até ansiando pelo inverno de maneira que se por exemplo de hoje para amanhã a temperatura caísse né para 10º nos daria vários momentos de
alegria e uma possibilidade imensa de reclamar do frio e portanto essa sucessão ela não é algo que se conclua ela é sim né rosando um processo é um processo é e sabe uma coisa que interessante cela quando a gente olha por exemplo pras pessoas que querem fotografar um tempo e ficar fixo nele é aí que a gente vê por exemplo o advento da mágoa a mágoa é a fotografia de um evento de um momento em que você fotografa o evento ou a pessoa que te provocou aquele sentimento que vai gerar se você fizer mantiver sua
visão fixa pra fotografia um processo que vai chamar de ressentimento que vai gerar mágoa oide e todas as doenças que estão associadas a isso é aquela insistência de olhar para uma estação única e ficar lá como se o indivíduo não fosse e as pessoas não fosse um filme que continuam e às vezes o indivíduo até pode perdoar até já entendeu que o outro mudou mas não quer abrir mão do bode expiatório não quer abrir mão da acusação não quer ter oportunidade sempre que pode dizer assim olha você falhou ali é como se alguém te cristaliz
asse Numa estação do seu inverno ou como Cortela coloca no no livro dos seus momentos Infernais que todos nós temos mas nós também temos os nossos momentos Celestiais Porque como na metáfora do in Yang aquele símbolo né do budismo em que você tem um elemento do de um ponto no outro como o Jung falava das sombras e das do comportamento humano nós temos que olhar pro indivíduo como um ser que tá singrando que tá migrando e que tá continuando nesse processo Porque sempre que a gente fica na fotografia a gente deixa de enxergar o filme
que vai passando né Cortela é e a ideia de mágoa no meu entender ela não é desprezível em vários momentos a gente a tem ela só não pode ser dominante Exato hegemônica eu gosto muito de um estupendo Pensador escritor Mineiro que era médico né Pedro nava nascido em Juiz de Fora grande memorialista brasileiro tem uma obra maravilhosa chamado baú de ossos já imaginou e ele dizia eu não tenho ódio Eu tenho memória eu não tenho ódio Eu tenho memória Isto é a mágua é possível afinal de contas Quando alguém nos chateia ou nós nos chateamos
conosco mesmos ou mesmos é claro que a mágua ela tem o seu lugar ela não pode como eu dizia ser hegemônica porque ela levaria amargura cura e não a mágoa em si né Você conhece eu também pessoas que são amargas no dia a dia cuja grande alegria que ela tem é ser profundamente triste né aquilo que mais dá energia Vital para ela é uma percepção destrutiva sobre ela e sobre a própria vida ela vive usando o termo de um dos seus inspiradores o Freud vive da energia tanático é o que a move é a morte
é aquilo que é fúnebre O que é trágico é aquela pessoa que você de fato evita de perguntar a ela de manhã como você está É verdade você sabe que essas pessoas elas elas ficam tão fixadas nesse ponto da vida e e a gente vê isso em grupo de WhatsApp de família tem esses personagens né porque família é meio que como TV por assinatura tem vários canais que você não quer mas faz parte do pacote tá lá né E você tem que passar e se você riu Você se entregou porque provavelmente você tá em alguém
da sua família ou algumas pessoas e é interessante porque quando a gente convive com essas pessoas que você tá falando comela que ficam presas nesse nessa mágoa mais profunda e que vão ficar completamente voltadas para esse sentimento é que elas começam a ser pessoas muito difíceis de conviver né e uma vez eu lembro que no trabalho eu tava com uma pessoa na universidade que era muito assim e as pessoas diziam assim quando você for conversar com tal pessoa na universidade tome Rivotril porque ela é difícil e eu disse não não vou fazer isso e uma
vez uma pessoa perguntou para mim você já desejou o mal para ela eu disse não quando eu percebi que nada do que eu pudesse desejar é pior do que ela quem se tornou e a escolha que ela fez pra própria vida tornou ela tão Invernal e tão Infernal que tudo que ela faz é meio que Como Jesus dizia a boca fala do que o coração tá cheio é transmitir né esse ressentimento essa dor essa visão distorcida do mundo que pelo menos quando é no trabalho a gente termina o expediente vai para casa mas e quando
você mora com essa pessoa aí fica mais complicado né meu amigo é tal como na TV por assinatura escolha né escolha então você pode cancelar o pacote n portanto não é uma fatalidade né não é uma questão de determinação por cuidado Emanuel cant que eu citei antes é muito conhecido por uma frase difícil de entender clov de Barros que Eu mencionei é um grande especialista nisso que eu vou dizer agora eu não sou mas ele sim quando o Kant Lembrava que liberdade é você fazer o que você não quer que é de absoluta estranheza supor
O que significa essa frase porque ele fala do dever é isto é fazer o que você não quer porque não está no campo do teu desejo mas é teu dever fazê-lo portanto é um imperativo moral e ser livre é obedecer aquilo que é o teu imperativo moral claro que isso traz uma questão quando eu brinco em relação a cancelar a assinatura ou migrar né para um outro tipo de assinatura isso significa Escol mas há circunstâncias em que você não pode fazê-lo Isto é você está tão enredado numa estrutura de dever de atenção de cuidado que
deixar aquilo fará mais mal ao conjunto da situação e portanto se tornará aí para você né também uma obrigação Ainda bem que nós somos providos de algo especial que é o esquecimento né uma das coisas mais bonitas que eu li até hoje é um grande eh é grande médico que durante anos ensinou na Universidade Federal do Grande do Sul um argentino chamado Ivão esquerdo né ele já faleceu e ele é um grande especialista em memória em cérebro e ele tem um texto belíssimo sobre o papel do esquecimento na preservação da Saúde Mental o papel do
esquecimento na preservação da Saúde Mental porque eu acho que a coisa mais difícil é quando com a mágoa eu digo rossandro nunca me esquecerei do que você fez isso sem dúvida faz muito mais mal para mim né que não esqueço do que para você que nem lembra que eu não tô esquecendo É verdade e é verdade Engraçado que quando existe um clássico né doade Popular que diz que eh a mágoa é um veneno que você toma para matar o outro mas que morre é você eh e e e qu ela falou uma coisa muito apropriada
que existe o momento para isso existe um momento para dor ou existe um momento em que eu estou numa relação que é difícil eu não posso mudar o canal eu não posso trocar o pacote eu não posso fazer uma migração de planos porque de repente é um pai que tá idoso e que me machucou a vida inteira mas que agora demanda de mim a condição de Será que eu vou devolver na mesma moeda vou vou fazer diferente e Honrar como não fui amar como não foi amado é dever é sobre dever mas às vezes acontece
também n Cortela que a o indivíduo ele talvez precise reconhecer que não construiu recursos de enfrentamento porque por exemplo tem pessoas que ficam em relações tóxicas porque elas foram de tal modo destruídas ou na infância ou após Em relacionamentos que foram destruindo sua autoestima que elas se vem como não merecedoras de nada mais do que aquilo a gente vive hoje num momento do da história das relações afetivas em que as pessoas vivem num espécie de cardápio humano olhando quem você quer e quem você quer ou quem não quer e curte e e toca na foto
e ao mesmo tempo as pessoas começam a se colocar nessa coisificação e é triste porque muitas vezes algumas pessoas terminam meio que topando ser uma espécie de terreno Baldi poristo afetivo dos outros porque não tem a dignidade de aprender a se amar na própria solidão para deste modo convencer as pessoas que da vida eu não espero apenas o inverno Eu também mereço a primavera e o verão porque se as pessoas continuarem convencendo que você não merece mais do que você tá tendo você não se desabrocha pra vida então a vida às vezes nos convida a
fazer rupturas para que a gente se reencontre e é um medo muito grande dessas pessoas quando elas estão sós porque você pode achar que não tem um outro lugar que não seja com aquela pessoa que te convenceu de que sem ela não há vida quando na verdade é que com ela há vida que não existe São pessoas que sem dúvida conosco podem nos ensinar podem nos desviar tal como nós somos capazes de fazer com outras pessoas Acho que quando a gente lembra a ideia de Quatro Estações a possibilidade da a presença da angústia ela não
é descartável heidinger o grande filósofo também ele alemão né dizia que a angústia é a possibilidade plena Isto é a sensação de angústia é a sensação do nada e quando você tem a sensação do nada você está disponível para qualquer coisa nesse sentido embora a angústia não seja algo que a gente aprecie ficar com ela ela tem um elemento colaborativo quando você em determinado momento entende angústia como sendo um sentimento sem objeto quando você tá triste é por alguma coisa Alegre é por alguma coisa raivoso ou raivosa é por alguma coisa na angústia não tem
um objeto você acorda você como psicólogo deve haou muito isso diz assim eu não sei eu tô meio eu tô meio ten um negócio aqui e aí segura meio no pescoço como se fosse um sufocamento né é eu não sei E aí essa percepção da angústia que o heidger entendia como o nada quando você percebe e sente que nada está sentindo porque não consegue definir você se abre né para muitas possibilidades nesse sentido sem né fazer aqui uma percepção otimista tola existe um elemento que não é descartável nas situações em que a angústia chega até
mim né em vários momentos da minha vida da minha trajetória quando angústia encostou em mim né Eu tive que lidar com ela e portanto não dá para eu simplesmente sentar e imaginar que só porque eu tenho esperança então meu desejo sendo um direito ela vai ser resolvida Claro que não porque desejos não são direitos né desejos e direitos estão em polos que tem conexão mas não são idênticos Por isso acho que quando a psicologia nos auxilia a lidar com isso não é para impedir que eu tenha angústia é para que eu saiba manejá-la né Man
instrumentalizá-la com certeza eu vou eh fazer comentários para isso mas acho que Felipe tem um vídeo né Felipe para trazer pra gente tema é o livro né a gente teve leituras o livro então a gente vai interromper vocês para ler trechos do livro que foram gravados para vocês verem um um pequeno teaser do que vocês vão encontrar no livro que eles escreveram juntos vamos pro primeiro vídeo então Olá fundo do poço eis-me aqui de novo não mais o evitarei antes cidadania solicitarei neste território inescapável estrangeiro não me sinto pois nele jazem as raízes ocultas de
minhas vitórias não pertenço só a este lugar então ficar não é minha cina Estou de passagem mero transeunte na vida não adeus mais um até logo é o que digo em breve regressarei para me reerguer neste Recanto choro para lá fora sorrir aqui sofro a fim de me conhecer afundo para ser a mão que me salva do mundo e muitas vezes de mim logo retornarei ciente da importância desse espaço na geografia incontornável de minha alma bom hein quem fez isso parece fui eu é mesmo cara sabe hein foi um poema porque a gente nessa discussão
que a gente tava travando né Cortela a gente percebeu que existe um um lugar incontornável na vida que é o danado do fundo do poço é que ninguém faz selfie de lá ninguém publica foto no Instagram quando você tá na na ruína só quando tá em Dubai ou visitando Mickey né mas a gente tem que entender que esses momentos eles são inevitáveis a gente vai ter que visitá-los como você falava antes quando a psicologia fala da angústia é primeiro para nos alertar que ela existe que a vida é ang angustiante ela não é simples ela
exige coragem Como dizia Guimarães Rosa ela exige realmente essa disposição de enfrentamento mas aí também é uma pergunta é E se eu não tiver recebido ao longo da minha construção como indivíduo essas condições de enfrentamento E se eu não tiver construído ou se as pessoas que deveriam me prover emocionalmente de Tais competências não só não as construíram mas destruíram as minhas possibilidades e aí vem Sartre que vai nos dizer o seguinte não se pergunte o que fizeram com você mas o que você vai fazer com o que fizeram de você ou seja não é para
você ficar num trabalho de uma arqueologia profunda sobre porquê que é uma pergunta que as pessoas costumeiramente fazem acreditando que a resposta a essa pergunta é a solução do drama existencial mas é muito mais como eu vou fazer apesar de não saber porque alguém me machucou porque alguém me traiu Porque um pai abandonou porque a mãe era narcisista porque eu não concretizei meus sonhos Mas como eu faço a partir dos elementos que me forem foram fornecidos que chama para um convite de maturidade e o fundo do poço é um convite para que você chegando lá
você perceba que é uma espécie de deserto meio que como a poesia de dromon E agora José não há paredes para se encostar E você tem que ser a mão que se estende a si mesmo para se erguer porque com o tempo você tem sim o direito de chorar se sentir machucado magoado olhar pro mundo e perguntar ninguém tá vendo a dor que me toma ou essa angústia sufocante e inominada como Cortela muito bem nos Lembrava que é o motivo que muitos jovens se cortem nas escolas e às vezes pensem e atentar contra a própria
vida porque não sabem nem dar nome à dor que sentem Até que em algum momento você percebe que as pessoas também têm suas dores suas angústias e seguem e que cabe a você SAC de levantar a poeira e dar volta por cima né meu amigo Você sabe que quem fez a música com esse texto era um grande pesquisador do Estado de São Paulo Professor Paulo vanzolini uma das pessoas mais Geniais que nosso país teve e que escreveu a música volta por cima né E esse Paulo vanzolini um grande especialista em zoologia ele aliás fez medicina
depois fez doutorado em Harvard e durante o dia ele pesquis Ava né intensamente aliás é dele a criação inicial da Fapesp do nosso fundo de Amparo a pesquisa no Estado de São Paulo e Paulo vanzolini de dia pesquisava a noite ia para Boemia ele compôs por exemplo uma música que lembra um pouco as quatro estações que é Ronda sim quando ele cantava de noite eu Ronda a cidade a lhe procurar sem lhe encontrar poderia ser de noite a rond da cidade a procur orar sem me encontrar mas ele seria psicólogo e não médico né uma
das coisas interessantes é que ele fez o volta por cima e não sei se vocês se lembram né quando a música nos anos 1960 fez um sucesso imenso com Noite Ilustrada né um mineiro né chamado Mário como eu mas que o apelidado né de Noite Ilustrada a música Tem um texto que diz levanta sacode a poeira e dá volta por cima mas antes tem um outro verso que é reconhece a queda e não desanima reconhece a queda porque o reconhecimento da queda é o ponto inicial para o como em vez de ficar apenas dentro do
porquê e do teu poema que você agora né pode retomar os trechos eu gosto muito quando você usa a palavra estrangeiro porque dentro da Concepção filosófica e na literatura também a ideia de estranhamento de ser estrangeiro de mim ou lembrando Milton Nascimento caçador de mim né aquele que vou me buscar para saber onde que eu posso me encontrar só é possível quando a gente entende que o estrangeiro estranho é aquele que eu não me reconheço né Aliás não por acaso a palavra que vai se usar na filosofia é alienação eu sou alheio a mim quem
vai introduzir esse conceito na filosofia eu só citei alemães até agora né Mas entre Kant e heidger tem Hegel né e Hegel de falará sobre alienação os é o estranho os latinos utilizavam uma expressão para falar da outra pessoa que é alter mas usavam um termo alternativo que era alos que é o estranho eu posso ser estranho de mim ser estranho para mim ser estrangeiro em mim e é isso que gera mais angústia do que Esperança porque a esperança é quando Eu recuso a possibilidade de ser estrangeiro dentro de mim e aí Claro primeiro a
queda não desanima E aí sim sacode a poeira e dá volta por cima mas não é fácil né não senão não haveria a gente no teu consultório não ainda bem como eu pagaria meus boletos se não fosse os traumas das pessoas na verdade sem diagnóstico em qualquer área da vida não há cura por isso a gente quer pegar mais um trecho aqui né Felipe do livro também vamos lá para mais um trecho para abrir a discussão sobre o tempo de espera Cortela diz essa possibilidade de nós termos tudo ao mesmo tempo agora mostra que essa
simultaneidade de situações retira de nós um pouco da capacidade de maturidade ou de paciência quando olhamos para esses caminhos em que se busca o tempo todo ter tudo à disposição sem que haja um tempo de espera sem que se compreenda essa ideia do tempo para cada coisa isso não significa retardar é ter a paciência desenvolvida pois é é paciência não é lerdeza lerdeza é incapacidade de ação efetiva paciência é capacidade de maturação eu digo sempre eu sou caipira nasci em Londrina no Norte do Paraná e moro na Cidade de São Paulo mas tenho minhas raízes
também no mundo rural ou no mundo da roça né ou como foi lembrado aqui Vip vindo do interior do Paraná né E claro você como vind do interior da Paraíba lembra o quanto que Nós perdemos muito da paciência porque nós nos afastamos do mundo da roça um pouco e a Agricultura é a arte da paciência não adianta você fazer a borboleta sair do casulo antes da hora ela até sai mas o voo é curto e difícil não adianta você tentar amadurecer um Caio de banana a força isso eu faço usando carbureto mas não tem o
mesmo sabor aí nesse sentido a paciência não é a lerdeza e a ideia de nós temos de vivenciar tudo como eu lembrava tudo ao mesmo tempo agora gera uma agonia muito forte uma luta interna Porque como nem você nem eu damos conta disso a sensação é ter de viver As Quatro Estações né de momento de modo coetâneo de modo concomitante e como isso é um apressamento das coisas acaba gerando uma impossibilidade né de fruição e nessa hora Claro paciência né paciência esta noção que parece um pouco de gente com com mais idade em larga escala
ela serve como uma orientação Nós perdemos bastante dessa condição a medida em que aceleramos o nosso cotidiano também né com o uso de tecnologia né você e eu não temos mais paciência né para algumas coisas eu me lembro eu nasci no dia 5 de Março e o meu aniversário em Londrina quando eu era criança eu saí de Londrina com 13 anos Ele começava a ser preparado em Janeiro Isto é minha mãe minhas tias meus tios meu pai começavam a fazer docinhos para o aniversário em março e colocar em latas né lot doces que eram guardados
coisas que eram preparados e recortando coisas e a gente vivia a festa de aniversário que era em março Desde janeiro e a festividade ela Durava mais uns 20 dias não porque a festa assim fosse mas sobrava muito docinho né E nós íamos lembrando fazendo uma hora sem Ava descartava Isto é havia uma elasticidade de fruição que não era só o aqui agora neste momento já eu tiro a foto faço um instante um Insta e pá E aí passa já sucedo por outro n nessa hora eu não tenho dúvida que a gente é capaz de gerar
muito sofrimento pela ausência de pacientes É verdade e sabe que tem uma cena muito comum não sei se acontecia aqui no passado de faltava energia na casa de você e quando faltava energia os pais acendiam uma vela começava a tocar violão alguns T mania de contar histórias de terror e a gente nem sabia como ia dormir depois falavam de política política tal histórias de terror hoje tá mais não deve ser mas não deve né E hoje a gente percebe que quando quando a luz acendia as pessoas faziam Ah é interessante que a gente lamentava porque
a luz apagava e a TV também mas a gente ia viver e era um outro tempo em que a gente olhava no olho conversava escutava histórias sobre como foi que sua avó conheceu o seu avô por exemplo a minha avó que estava fazendo a grinalda de uma noiva Cortela e tinha um homem tocando violão muito bonito meu avô que não me deixou essa herança E aí minha avó lá ouvindo aquele homem tocar e disse assim que homem lindo e a prima disse pois fique tranquila porque ele já tem noiva Inclusive essa grinalda que você tá
fazendo é dela e minha avó disse essa é minha Vou tomar e tomou essas histórias eu descobri e tomou só a grinalda tomou o grinalda e o avô ah né e casou com meu avô e a gente escutava isso e esse tempo que hoje deixou de existir em que a gente pode realmente olhar pras pessoas e ficou como diz Zum Bal uma modernidade líquida um mundo rápido que termina gerando o que Bian chuhan vai chamar de sociedade do cansaço que a gente vive hoje o que chama na na na na área de Tecnologia de atenção
parcial constante você tá conversando comigo olhando pro WhatsApp você tá vendo o sério olhando coisas no Instagram você não tá em lugar nenhum nenhum momento todos presos nesse Black mirror nesse quadrado Preto né que faz com que a gente se desconecte das pessoas perdendo tempo de fruição e espaço e por que que hoje muita gente volta ao fundo do poço várias vezes porque até quando tá lá não aprende que é com rapidez porque reconhecer a queda requer paciência e se levantar e se erguer requer Paciência tem gente por exemplo Cortela que mal sai de um
relacionamento frustrante vai para outro sem se perguntar por que deu errado como é que eu posso corrigir isso e Vai acumulando como se fosse medalhas de decepção porque não quer em nenhum momento ter a paciência de aprender com cada lição da vida ensina especialmente as que a gente menos gosta mas são as que mais ensinam que são as dolorosas né e é interessante isso que o Rosano lembra porque falar do passado com alguma saudade não é algo que nos queira colocar lá é não deixar lá algumas coisas que teriam de vir para agora não é
que a gente queira retornar porque muito do que já foi não desejamos conosco nesse momento mas muito do que já foi nós queremos que tenha sim presença e por isso a nossa convivência nas estações ela não pode ser substitutiva nós temos estações que embora definidas no nome não são no clima na condição tanto que a gente utiliza invern Nio veranico né para caracterizar momentos em que há uma mescla por isso o viveo agora não é nem excluir o que já foi na totalidade mas também não deixar de trazer de lá aquilo que precisa mas também
não ancorar-se né nesse momento que já desapareceu e quando você lembra essa condição né de nós lidarmos também né com um instante sem abandonar o que tivemos Em outro momento é marcante marcante que esse cansaço em larga escala que vem é por ausência da nossa energia para fazer isso não dá para viver né o tempo todo em estado de atenção isto é viver em voz alta né viver o tempo todo tendo de estar ligado Há momentos em que é necessário sim né o desligamento nunca a filosofia foi tão necessária não apenas como moda porque ela
também acabou entrando no circuito da moda mas também por trazer temáticas né Imagine que nos últimos 10 anos nós tivemos uma ascensão da reflexão filosófica em vários lugares antes se colocaria até algum tempo quem exercia o ofício da filosofia era entendido como vagabundo aindo é em vários lugares mas ainda assim né Há uma valorização do pensamento é pessoas que querem indagar sobre a vida e não apenas vivê-la Isto é não substituir né como se fosse só um descartamento né imediato né e eu acho que quando você fala isso eh antes mesmo de conhecer Cortela né
Eh eu uma vez você fazer um debate com ele na minha cidade quase que eu não dormi à noite você imagina né vou fazer um debate com Cortela e eu uma vez estava dando aula na universidade e as pessoas falando sobre desesperança e eu fim mas olha um país em que um filósofo vira celebridade nós não podemos perder esperança no país onde as pessoas buscam escutar pessoas que têm conteúdo no que Pese muitas pessoas falarem de coisas fáceis Tem muita gente que quer isso então é um momento em que a gente olha e pensa assim
essas reflexões elas são importantes porque elas nos convidam a olhar o tempo sobre uma outra perspectiva não dessa velocidade que tudo promete no final nada entrega e que só gera mais sensação de vazio de angústia e que você fica sempre numa sensação de incompletude porque você quer sempre mais mais e nada flui em que você um dia chega no guarda-roupa e percebe que tem roupas que você nem usou para que você possa viver uma espécie de minimalismo não somente das compras mas o minimalismo na vida focar naquilo que é essencial de repente desligar e ler
é um movimento que a gente hoje sabe por exemplo que mesmo quando você baixa um livro no um livro digital a capacidade de memorizar esse livro é muito menor do que o livro de papel fio físico toque ler sentir fluir nesse processo a gente tá vivendo hoje um efeito meio que rebote né quartela as pessoas estão tão voltadas para esse mundo tão rápido que já existe e eu sei que quem vem para um evento como esse está com essa sensação com esse pensamento e tem essa busca não é a toa que vocês conseguiram esgotar em
8 minutos 1200 ingressos né porque essa busca de mais leveza de tempo até para fazer diagnóstico porque você não consegue por exemplo você não gosta de ir para um profissional de saúde que olha para você e faz um diagnóstico em 15 minutos você não acredita no diagnóstico você não acredita no profissional você quer que na sua hora você quer que o médico atenda rápido todo mundo menos você o que é ironia né e a filosofia há um risco hoje no momento em que as estações estão à nossa volta que é de entendê-la como Consolação Eu
gosto da ideia da filosofia ia ser valorizada mas eu temo que ela seja entendida como um medicamento né que se aplica a condição de acalmar os desesperos porque isso é exatamente A negação da percepção filosófica exatamente eu me lembro que durante muito tempo dando aulas na PUC São Paulo como foi aqui lembrado pelo Felipe eu iniciava a minha aula dava aula de filosofia no primeiro ano primeiro ano de direito ou de medicina ou de jornalismo ou de economia e e a frase que eu iniciava A aula era vocês estão aqui para se sentirem mal se
vocês quiserem se sentir bem Vocês vão ao parque vão dançar vão ao circo aqui é um lugar para se sentir mal e o sentir-se mal não era você ter nojo daquela situação é você ter em você algum incômodo que te levasse a querer refletir a querer meditar aquilo que Ruben Alves dizia Ostra feliz não faz Pérola né no sentido não da valorização da miserabilidade do desespero da valorização daquilo que te fere mas D possibilidade de entender o quanto que essas circunstâncias na nossa vida elas podem se ser proveitosas né E quando você lembra exatamente essa
percepção né do quanto que o agora acaba nos tirando essa possibilidade eu me lembro que vez ou outra alguém me perguntava ainda pergunta perguntava assim você não tem um curso de leitura dinâmica para sugerir para mim porque eu queria ler muito rapidamente e eu dizia mas isso é o avesso da Leitura alguém que gosta de ler quer que demore aliás uma das coisas que quem gosta de ler faz quando o livro tá acabando você vai retardando o final você vai lendo mais devagar para ele não terminar às vezes coloca em cima do colo e eu
me lembro que eu notei essa a diferença porque todas as vezes que eu tinha que comprar um livro que eu recebia dele a indicação e quando o vendedor na livraria trazia o livro para mim quando era um livrão me dava uma alegria imensa E aí eu comecei a acompanhar alguns jovens Até livaria em alguns momentos e quando vinha um livro grande ele assustava dizia desse tamanho aquilo que alegrava alguns e entristecia outros a grande vantagem é que hoje a gente pode ter tecnologia como é o caso de alguns modos de Inteligência Artificial que permite a
leitura dinâmica daquilo que não é necessário que você leia tudo só para fazer a síntese mas já imaginou você ler o estrangeiro do caminho em seis parágrafos você ler a Comédia de Dante né em apenas 20 minutos é algo que nos colocaria de uma tristeza já imaginou se a Nona Sinfonia de bovem fosse curtinha Que coisa desesperadora né é preciso in inclusive que a gente tem a possibilidade do estendimento eu não quero uma vida né que seja longa tolamente mas eu não quero também que ela seja sintética a ponto de cheguei vi Venci e parti
ao contrário é preciso todo um conjunto de medos por isso que a gente gosta de refeições que demoram demoram para cur que vão longe aquele chope tem cidade em que se valoriza o chope né em que aquele chope que dem hora que você faz e fica horas e horas numa conversa que não tem a menor utilidade né numa convivência cuja única razão de ser é continuar Vivo e vivo junto né vivendo Sim esses vários momentos e é claro levando a angústia também né Pro lugar né com certeza a pressa é inimiga da refeição e a
gente tem que ficar nessa capacidade de fluir de ficar nesse tempo desse esse ócio de convívio que fortalece as relações e que não tem preço que precisa de tempo para curtir para viver experiência acho Filipe tem também mais um um vídeo para trazer pra gente tem um vídeo agora de um trecho do Cortela no livro Vamos ver sobre correr riscos Cortela diz experimentar tem dentro de si a ideia de perigo porque o experimentar nos coloca em risco já a previsibilidade afasta o risco Mas por outro lado traz a monotonia como resultado Ava algumas pessoas de
idiotas da objetividade porque o tempo todo falavam bom a vida é assim essa objetividade acaba conduzindo a uma incapacidade de sonhar de devanear e também de desejar quando ficamos restritos ao universo do idêntico somos idiotas da objetividade A Mesma Praça o mesmo banco as mesmas flores o mesmo Jardim é evidente que isso reduz imensamente o repertório que possamos ter interessante porque Nelson Rodrigues ele ao tratar do tema idiotia da objetividade ele falava do futebol o termo que ele usa é várias vezes utilizado na análise de futebol ele era um torcedor desesperado do Fluminense e ele
era capaz de perder a racionalidade na análise que fazia dos jogos do seu time Isto é objetividade alguma tinha ele ele tinha a paixão como a paixão é a suspensão temporária do juízo né você é capaz sim de afastar a objetividade e ele é o comentar futebol falava daqueles que ao olhar o futebol não eram capazes de enxergar o que ele tinha de encantamento o que ele tinha de surpresa o que ele tinha de perigo e a ideia de idiotia da objetividade é aquela pessoa que é absolutamente concreta e diz não aqui é assim a
não tem assim é a vida não há outra maneira caia na real se tem uma coisa aqui a esperança nég é cair na real porque a esperança é o estilhaçamento da ideia do caia na real caia na real significa que eu me conformo assim será eu me moldo eu uso sempre o exemplo R Você já viu quando você coloca água num copo a água se conforma ao copo Isto é ela fica com o formato do copo ela fica aprisionada a esperança é o que faz transbordar eu não vou para respeitar aqui o teatro fazê-lo né
mas transbordar sair da borda o que humidifica o que umidifica a vida é a gente transbordar sair da borda esperança é transbordamento o idiota ou a idiota da objetividade tempo todo diz cai na real e eu digo de maneira alguma né eu quero é esperança e nesse sentido Adélia Prado outro dia a Terezinha rios e eu estávamos numa conversa sobre um livro que fizemos chamado vivemos mais né vivemos bem e ali ela citava dele a parada dizendo eu não quero na minha idade nem a faca nem o queijo eu quero é a fome isso é
exatamente A negação do caia na real não é é e também dessa sociedade que as pessoas têm respostas prontas a gente vive hoje num mundo em que como a internet tornou a praça pública do discurso todo mundo tem razão e ninguém quer se escutar isso gera períodos como a gente tá vendo no Brasil e no mundo de poala em que começa a ficar cansativo rimé quantra esqueleto T queto quantra murai pipiu quantra a Frajola como se o mundo fosse dividido entre o bem e o mal geralmente sendo bom eu e os meus que pensam como
eu e maus os outros que pensam Diferentemente de mim gerando um sentimento de antagonismo dividindo famílias que já são complicadas de conviver como a gente percebeu aqui nesse movimento da gente perceber que que a vida exige que a gente temha Esperança existe uma outra coisa fundamental nessa esperança Cortela é que a esperança ela é experimentada sobretudo quando o outro se torna um agente para mim ser aquele que dá a esperança às vezes essa esperança não é uma solução paraa minha dor por exemplo Às vezes você tá no dia em que você tá num velório de
alguém que você ama e chega um amigo de infância e toca no seu ombro e ele não diminui nada na sua dor nem faz com que aquilo desapareça Mas é uma sensação de compartilhamento eu estou com você eu sei o que você já tá sentindo porque eu já passei isso com a minha mãe a esperança quando a gente percebe o outro como um instrumento quando a gente sai desse lugar mais egocêntrico do ponto de vista da Psicologia em que você pensa que o mundo gira em torno da sua dor e que todos TM que consolar
mas quando você talvez meio que compreenda que talvez nesse nesse planeta que é ao mesmo tempo uma escola para aprender uma oficina para trabalhar em um hospital em que a gente se cura e se cuida como se fosse a dinâmica do paciente que percebe que a cura de sua doença é levantar do seu leito para cuidar do paciente mais debilitado do lado e esse medicamento que Ele oferece de esperança pro outro é aquilo que cura a ele próprio ou seja a esperança que eu entrego e que se torna para mim Esperança também e o perigo
aparece no momento em que você e eu nos recusamos a experimentar a aquilo que pode ser experimentado sem que seja fatal uma das coisas que mais acalma uma criança é ela ouvir a mesma história o tempo todo por conta da previsibilidade uma das coisas que nos faz apreciar música e você sabe disso porque é casado né com uma cantora eh é que a música ela nos acalma mesmo que ela traga perturbação interna de alguns momentos porque você sabe o próximo verso uma das coisas desesperadoras para nós a gente não saber o que virá a criança
pequenininha gosta que você conte a mesma história várias vezes do mesmo modo ela assiste o mesmo desenho o mesmo filme de modo repetitivo diz assim mas você não se cansa não ela tem segurança isso acalma por isso que pessoas gostam da mesma praço o mesmo banco as mesmas flores sentar no mesmo lugar né comer a mesma coisa conversar o mesmo tema essa monotematica né ela acaba sendo reconfortante e uma das coisas que é preciso é perturbar um pouco porque o que dá alegria ao verão é o inverno o que dá alegria ao Inverno é o
verão Isto é aquilo que faz com que você ao enxergar momentos que são diferentes tenha desejo por aquilo que ainda não está mas que tendo estado te dará uma outra percepção do contrário como você lembrou seria mera monotonia o gostoso da música é que ela não é Idêntica senão ela seria monótona né teria uma repetibilidade né muito forte e a vida tem isso né o fato da gente ter um gosto às vezes de não tendo a experiência do perigo mergulhar como a gente dizia no começo citando nus Rodriguez na idiotia da objetividade fica seguro né
Fica na tua não se mexa Finja que tá tudo em ordem e aí não vão te notar é bom só que é absolutamente mediocre essa Danada da zona de conforto é o ambiente mais perigoso e desconfortável para quem quer crescer ex e na verdade quando a gente vai fazer mudança de estação a gente passa por uma dor Cortela é uma espécie de luto que na psicologia a gente chama que todo o crescimento pelo qual você passa gera uma perda de pertencimento se você faz parte de um grupo em que todos os seus amigos são alcolatra
e você decide parar de beber você vai perceber que você não vai conseguir manter essas relações se você está junto de pessoas em que todo mundo Decidiu não estudar mais você quer continuar estudando você vai perceber que em algum momento aquelas relações vão ficar tensas Porque qualquer crescimento gera perda de pertencimento e tem forças que operam para te manter nesse lugar quando você quer crescer existem umas forças uma força amorosa que te impede de crescer uma força amorosa que me impede de crescer como sim são pessoas que te amam que gostam de você e que
dizem assim não tenta pode dar errado já aconteceu comigo e elas não fazem isso porque elas não querem que você consiga é porque elas temem que você se machuque Mas você tem que explicar para elas fazendo que talvez seja diferente com você e que talvez você tem que experimentar isso e que na verdade crescer não é algo que vai depor contra essa família mas vai mostrar que você está sendo o resultado deste clã que te deu condição de mais longe é uma que faz com que você meio que crie resistência tem uma outra força que
é a força invejosa que é os que estão perto de você e dizem quem você pensa que é você não sai daqui não você vai ficar aqui você não é melhor do que ninguém e tem uma força lá em cima que são das pessoas que estão lá em cima algumas delas dizem assim para você aqui não cabe mais fica onde você tá mas existem outras pessoas lá em cima que dizem assim vem que eu vou te mostrar um caminho para você chegar mais rápido e no fim fica você no meio decidindo a quem você vai
escutar as forças que operam contra a sua vontade de mudar de estação para que você fique confortável nesse lugar e até fique tendo a quem culpar as pessoas um professor chato da Universidade que te traumatizou e por isso Você trancou o curso e manteve-se no estacionado no seu conhecimento ou a sua resistência a sua coragem a sua insistência a sua persistência porque às vezes as estações param porque nós queremos que elas parem por uma zona de conforto por algo que é conhecido existe um momento de escutar a história várias vezes existe um momento de escutar
a música que nos encanta mas há um momento da gente construir uma trajetória diferente e mudar a faixa do LP lembra de mudar de faixa claro eu lembro algumas pessoas aqui lembramos e alguns de nós esqueceremos logo blogo acho que Felipe tem um vídeo né Felipe é sobre o assunto que vocês acabaram de falar é um trecho de um trecho seu na verdade do livro Vamos dar uma olhada sobre dar nome a dor rossandro diz o corpo humano é mais do que uma simples máquina biológica é um Ressoar profundo e complexo de nossas emoções pensamentos
e experiências somos seres integrados e cada aspecto de nosso ser está em constante diálogo traumas e dores não expressos são como feridas na alma e o impacto dessas feridas na mente pode ser profundo e duradouro a dor que não encontra nome que não é traduzida em palavra ou compreensão pode enterrada no inconsciente como uma estratégia de sobrevivência no entanto tal como Freud descreveu essa repressão é apenas temporária a dor volta sentida novamente ressentida às vezes transformada em sintoma que atormenta o corpo É nesse ponto que a necessidade de nomear nossas dores se torna fundamental dar
nome ao que dói é reconhecer admitir e enfrentar a realidade do que nos aflige é o primeiro passo no processo de cura e ressignificação um convite para mudar a relação com o nosso próprio sofrimento eh tem hora que de fato a gente pode sentir que é uma dor tão grande que ela é inominada existe momentos em que acontece isso que você só sente a dor Inclusive tem um Salmo em que Davi fala desse movimento desse momento em que ele diz assim Senhor eu sei que tu me sondas mesmo quando falta em mim palavras às vezes
faltam palavras às vezes falta nome às vezes falta diagnóstico e aí é o momento para isso mas para que a gente reconhecer a queda a gente precisa reconhecer de onde vem essa dor ou dar um nome a essa dor porque como é que eu vou saber como agisto eu não sei se é medo se é inveja se é raiva se é culpa no momento em que eu consigo nomear essa dor sem me acusar eu consigo crescer um dos umas dificuldades que a gente tem Cortela nessa passagem das estações é estacionar num Capítulo que ele é
temporário a culpa para mim ela meio que funciona uma vez eu tava tentando explicar um paciente no consultório sabe Cortela sobre a culpa e Cortela tava me falando sobre a culpa lá atrás mas é uma coisa bem pesso pessoal aqui que ele tava me contando culpa dele tá não culpa minha é culpa minha E aí eu falando dessa ideia de que a culpa ela é importante mas ela funciona mais ou menos como o cheiro do gás metano você chega em casa o gás tá vazando é importante que você sinta o cheiro para te alertar sobre
algo que precisa ser feito fechar a boca do fogão mas parou nisso não é para ficar sentindo o cheiro do gás e lamentando porque tá vazando é para tomar uma atitude quando eu estaciono na culpa eu entro num processo autodestrutivo em que eu ou culpo as pessoas que me machucaram ou me culpo pelos erros cometidos e indefinidamente fico nesse capítulo de me culpar de me maldizer e me torno o meu pior inimigo um dos eventos que fazem que o indivíduo se desabroche amadureça é o desenvolvimento do chamado alto amor e o alto amor ele só
é construído quando você passa por um processo chamado de aceitação radical de si que para algumas pessoas parece um convite para não se transformar hora que se eu me aceito então eu não vou mais evoluir não aí que tá um grande Pensador da Psicologia Carl Rogers criador de uma das forças da Psicologia ele diz que existe um paradoxo na auto aceitação é que somente quando o indivíduo se aceita ele muda porque quando você se aceita você deixa de ser seu pior inimigo seu pior acusador a pessoa que mais se culpa e toda essa energia que
você utilizava para se destruir para se menosprezar ela fica disponível para você finalmente se transformar e quando você se transforma é que você finalmente deixa de sentir a culpa por um comportamento que você não quer mais ter mas é claro existe uma um um delay né uma espécie de entre o que eu quero ser e o que eu gostaria de ser existe uma dinâmica em que você vai meio que abandonando a velha criatura para que a nova criatura se Estabeleça mas há um processo angustiante que Paulo que você também gosta muito de citar coloca quando
diz assim o bem que sei quero fazer não faço e o mal que já sei que é mal não quero fazer e ainda faço porque existe uma um diagnóstico em que eu percebo padrões de comportamento que eu tenho que abrir mão para que eu seja um novo ser mas volta a nossa discursão anterior leva tempo para que esse novo venha e ele sempre vem como na música né pras pessoas que entendem o novo sempre vem a não ser você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem ou ou você que
como eu achou durante muito tempo que a música dizia mas é você que é mal passado e que não vê que o novo sempre vem O bom disso que o rosando lembra É que a valorização do autoamor ou da autoestima ou do autoa afeto ela precisa cautela para não mergulhar no autoengano uma coisa é autoestima outra coisa é autoengano a autoestima é a minha capacidade de me aceitar em algumas condições ver aquilo que eu tenho que é valoroso que é importante que é relevante no lugar de me rebaixar né No lugar de me diminuir outra
coisa é eu imaginar que sou mais do que sou Isto é que eu tenho condições possibilidades capacidades que vão além do que aquelas que tenham uma parte hoje né das famílias especialmente das que cresceram né nos últimos 30 anos estão cuidando eventualmente de filhos e filhas e gerando neles autoengano no lugar de autoestima Isto é tudo é estimulado pela ideia de você é o cara isso sim você vai ser quando é necessário indicar para aquela pessoa informação Quais são os limites e possibilidades que ela carrega no lugar de apenas desejo intenso né o estímulo contínuo
a transformar-se naquilo que ela quer ser porque ela não pode supor que já o é sem que de fato seja autoestima Sem dúvida autoamor como condição né de pacificação né da ação mas com o cuidado para não mergulhar né no Auto engano é verdade sabe cort eu lembrei quando você tava falando de um episódio na universidade Eh toda turma tem aquela aluna que é mais bonita e ela chegou para mim e disse assim professor eu vou casar com o Fulano o aluno mais bonito da universidade e aí ela perguntou no final da aula como não
tem mais ninguém aqui o senhor é professor de psicologia e sempre sempre responde o que a gente pergunta o que é que o senhor acha aí eu fiz vai ser aonde mudei de assunto porque eu não queria emitir minha opinião Ah vai ser em tal canto o senhor vai eu vou com certeza mas me diga o que é que o senhor acha você quer mesmo saber minha opinião quero olha eu acho que vai dar errado ela por quê Porque você se sente eh Eros e ele Apolo então eu aprendi como alguém que sou casado que
casamento funciona quando você está para servir o outro não quando quer que o outro te sirva num casamento que tem duas deidade quem vai prestar culto como é que vai funcionar isso mas tudo bem eu vou pro casamento e realmente eu fui seis meses depois acabou o casamento inclusive na delegacia da mulher e aí eu descobri uma coisa quando você cria filhos assim como você tá dizendo de forma equivocada né que é justamente esse esse filtro entre desenvolver autoestima e pender para um narcisismo patológico os pais descobrem muito duramente o quanto é raram quando João
mimado casa com Maria que se acha é uma tristeza porque eles estão indisponíveis para uma relação que exige doação porque eles foram treinados para receber e tem pesquisas que mostram que uma coisa é você dizer pro seu filho você é um gênio tirou 10 e outra coisa dizer porque você desligou o celular porque você assistiu menos séries nas TVs você se esforçou você conseguiu tirar 10 no dia que ele tirar seis ele não vai se acusar ele vai perceber que é um esforço que ele não fez correto que basta fazer novamente que ele vai conseguir
Mas se você diz você é um gênio quando você tira seis você acha que você é um fracasso vira falha de caráter e não de comportamento por isso é importância de que nas estações da vida a gente tá plantando e dentro as muitos que o ser humano faz a construção de almas no caráter de ter filhos e dotá-los de capacidade é muito importante aquilo que winicott um grande psiquiatra e pediatra inglês dizia uma mãe suficientemente boa é aquela que se torna desnecessária um dia isso vale para um pai ou seja que cria para autonomia que
cria alguém para que um dia não o mundo se conforme a ele mas para que ele entenda que existe o mundo antes dele para que ele se conforme esse mundo mesmo que seja essa pessoa que veio para revolucionar o mundo antes ela tem que aceitar o que é dado para depois mostrar a sua própria história Infelizmente o que a gente vive hoje é uma tragédia em muitas escolas tem pais que querem que a escola seja somente pro filho e ainda transforma os grupos de WhatsApp das Mães e pais do terceiro e no B manhã numa
terrível D pros professores que eu chamo de fogueira medieval dos dias atuais em que as pessoas usam esse espaço não para uma discussão pedagógica que não entendem mas para queimar reputações de pessoas que não são rivais da família mas que estão disponíveis para auxiliar na construção de seres humanos de bem e Há muitas angústias né nisso Com certeza foi professor foi professor que puxou aplauso muitas angústias dessa séria reflexão que você fez porque elas expressam um pouco o que nós temos de pensar em relação ao nosso tempo de vida Isto é da nossa Convivência da
nossa partilha né de existência afinal de contas quando nós acabamos deformando mal criando outras pessoas crianças jovens e nós mesmas nós mesmos isso gera né algo que é desesperador eu uso com frequência uma expressão que não é da minha autoria não não tem uma autoria direta vezes outro aparece como sendo minha não o é em que se diz que o mundo que nós vamos deixar para os nossos filhos depende muito dos filhos que não vamos deixar para esse mundo e é claro que quando há essa deformidade né de expressão quando há esse modo entortado né
de convivência em que também não se identifica a responsabilidade em que se busca por exemplo a culpabilização né da docência como se a ela tivesse a carga exclusiva né dentro daquela presença é algo que traz um dano muito forte né Nós temos hoje o espaço escolar também como sendo muito árido Ele parece né um movimento em que o contraponto é muito sério nós temos cenas de brutalidade afinal de contas em algumas sociedades a professora professor é o único adulto que no dia dá ordens para uma criança materi esta ela está habituada a reinar reinar e
esse modo de deseducação em que o reinar significa soberania e não autonomia como você lembrou ele é muito perigoso é claro não estou aqui professor que sou como rossandro me excus né daquilo que é Nossa tarefa mas há uma terceirização né da responsabilidade que regra sobre a estrutura escolar algo que deveria aparecer como diluído né na tarefa para não alongarem excesso não se confunda educação com escolarização educação é o processo amplo de Formação responsabilidade essencial da família escolarização é um pedaço né da Educação não é possível você ter hoje né o Personal Trainer personal stylet
e agora ter personal mother personal Father né você vai passando a tarefa adiante né e dizendo ó olha o que que aconteceu como se você fosse externo aquela circunstância isso aí é gerador né de angústia para muitos lados né muitos esse movimento de terceirizar a educação dos filhos e sair desse lugar de ser um adulto na sala tem criado uma geração de crianças que se sentem não pertencentes que não se sentem fazendo parte de uma família que não tem uma história em que ninguém como foi que o avó conheceu a avó em que cada um
está desconectado no seu universo e é por isso que lamentavelmente nos últimos 20 anos nós desenvolvemos uma epidemia de ideação suicida Infante Juvenil que não existia há 20 anos atrás isso é fruto de um lugar em que você não sente que você está pertencente porque quando nós vivíamos as nossas angústias né quem aqui nunca roeu rer e música de ruedeira ou escutar música de sofrência como se diz hoje dia a gente gravava as músicas na nossa fita cassete Basso e Cromo novelas internacional anos 80 e começava a chorar né E quando a gente não conseguia
alguém que a gente queria namorar e que não olhava pra gente ou que a nossa namorada ficava com outra pessoa enfim a gente nunca pensava na morte a não ser da pessoa a gente pensava Nunca na nossa né a gente pensava coisas tipo vai morrer com Aço no rosto coisas leves assim mas a gente suportava ouv a música e seguir a vida hoje em dia porque a gente tinha repertório a mãe chegava perto o pai alguém chegava e dizia acontece comigo hoje você fica só como não tem adultos estão terceirizando quando essa dor vem ela
é inominada Ela não tem nome vem primeiro o corte depois o corte que é uma tentativa de fazer com que a dor física seja maior do que a dor emocional não funciona e baixa 30 segundos para uma ideia de que já que eu não consigo sanar a dor inominada que eu sinto só me resta destruir aquele que sente essa dor basta 30 segundos sem apoio sem adulto na sala sem pertencimento com terceirização absoluta que você tem tragédias anunciadas é por isso que a vida nas muitas Estações nos convidam o tempo inteiro a termos uma responsabilidade
pessoal sobre a nossa própria história nossa própria vida nossa própria construção mas também e sobretudo na condição de educadores e né desenvolvermos uma tarefa intransferível de sermos formadores de seres humanos construtores de capacidades e Virtudes para enfrentar um mundo que pensa na minha visão Cortela hoje nós temos uma geração que vive um mundo mais complexo do que nós vivemos na nossa infância e adolescência mas com menos recursos e isso é uma tragédia anunciada bem claro Traz algo que eu me lembro quando Adriano Calcanhoto Grande cantando Gaúcha lançou uma música que aliás dá título a um
álbum muito bonito que ela fez que começa dizendo nada ficou no lugar nada ficou no lugar e essa ideia ela é muito marcante porque a velocidade de derrubada de alguns dos polos de apoio que tínhamos e temos sem que haja alguns elementos em que se possa sustentar uma convivência que haja reciprocidade de afetos em que se construa algo que não seja seja absolutamente aparente que não fique só né na exibição mas que vá a uma densidade maior da presença ela acaba sim né transtornando adultos e crianças que nós falamos agora né da deiza em relação
às crianças mas também muitas e muitos adultos terceirizam a sua maneira de enfrentar vivenciam outras estruturas fantasiam aquilo que não são e não tem por intermédio daquilo que é o mundo da celebridade né o mundo da ficção enganosa o mundo em que se supõe que não sou eu mas ele é como eu quero ser então eu sou ele porque ele está sendo como eu gostaria e portanto cria né uma grande Quimera O que é arriscado o teu antecessor Freud ao escrever sobre o malestar né e a civilização ele colocava isso ainda nos anos 1930 você
imagine agora Quase Um século depois o peso que isso carrega sem dar né um ar pesaroso a essa circunstância o que nos salva digo de novo é que a gente não quer cair na real Isto é a gente quer sim Ir Além buscar resistir ou como um dia escreveu o grande médico amazonense né Thiago de Melo faz escuro mas eu canto né faz escuro mas eu canto é isso Felipe exatamente palmas para eles por [Aplausos] favor você viu com espontaneidade eu vi super espontâneo eu vou agradecer o Cortela e o rossandro pel essa primeira parte
do Café Filosófico que foi a explanação baseada no livro deles agora vai para o debate então retomando aqui caso vocês queiram fazer pergunta só entrar no YouTube a gente tá transmitindo agora lá escrever por ali a gente vai selecionar as perguntas e ler aqui para eles já tem muita gente escrevendo mandando comentário agradecer a todo mundo que está acompanhando a gente pelo YouTube vou ler só alguns comentários antes da gente ir direto paraa primeira pergunta mas o Jaime Ribeiro disse que é uma alegria ver esses dois seres humanos incríveis rossandro amigo você me enche de
orgulho tem vários vips aqui vários vips do Piauí Rio de Janeiro Rio Grande do Sul Minas Gerais Mato Grosso do Sul enfim várias cidades que se manifestaram aqui um abraço para todos e uma pessoa escreveu Graças a Deus está sendo transmitido ao vivo estou precisando muito dessa palestra com esses dois gênios Muito obrigada então a todo mundo que tá acompanhando a gente aí e a primeira pergunta da noite é a pergunta do Fábio Menegon o Fábio Menegon que tá aqui no teatro hoje Ele gostaria de perguntar se da angústia à Esperança o que existe é
a palavra resiliência e a pergunta que ele te faz é faz a vocês dois não é verdade seria a resiliência a vitória da esperança sobre o medo e a tristeza sim seria a capacidade de entender que nós Não nascemos com esses recursos mas nós podemos construí-lo possa ser que você nasceu numa família em que o seu modelo de intimidade não favoreceu a você escutar você é capaz você consegue eu estou aqui com você talvez você possa ter escutado quem você pensa que é você não vai dar para nada eu não vejo futuro para você ainda
assim lembrando Sartre isso não é uma condenação não importa por quê possa ser que a gente nunca nem Descubra o que motivou as pessoas que nos machucaram porque talvez nem elas saibam o que es motivou a nos machucar mas importante é que você pode identificar padrões e corrigi-los e construir sim no processo de esperança a resiliência a capacidade de recomeçar essa terminologia que foi trazida paraa psicologia nos anos 70 com quando se percebeu que algumas pessoas passavam por traumas terríveis e classicamente se imaginava que uma infância muito destrutiva geraria de cara um adulto disfuncional e
muitas pessoas não obstante o fato de terem tido infâncias muito difíceis conseguiam tornasse adultos funcionais e o contrário também se dava pessoas que T uma infância muito qualificada E aparentemente muito bem funcional poderiam os tornar adultos disfuncionais porque não se tratava de apenas facilitar caminhos ou dificultar caminhos mas sobretudo de construir habilidade de enfrentar a vida e aí se trouxe da física dos materiais essa capacidade que os objetos têm de voltar ao seu estado natural após uma pressão imagine então uma esponja de Sabão da pia que você aperta mas quando você solta ela volta algumas
pessoas voltam mas a resiliência é muito mais do que voltar um ponto anterior já que nós estamos em outras Estações e como diziam os históricos né Cortela o homem nunca volta mesmo homem nem muito menos o Rio é o mesmo quando nós desenvolvemos resiliência é algo maior que isso não sei se vocês sabem mas quando a gente quebra o osso o calo ósseo que se forma naquele lugar é mais duro que o osso na verdade a alma ferida picatrix que você vê sem sentido talvez apenas esteja forjando em você uma competência necessária para uma D
ainda muito mais ATRS na frente que você não teria condição de enfrentar se não desenvolvesse os recurso hoje e aí a gente em retrospecto olha e pensa agora mais madura eu agradeço as circunstâncias que no passado construiu em mim forças para enfrentar essas circunstâncias no presente por isso resiliência e esperança T Sim uma profunda relação e Vale acrescentar que se a gente tomar resiliência apenas como a possibilidade de se adaptar a uma condição Isto é de voltar a um estado sem ruptura ela não necessariamente ela é esperançosa Ela pode ser acomodativa um dia eu vi
Rodrigo Mendes falar algo sobre isso porque ele jovem hoje com mais idade escritor ele jovem ainda quando estava entrando na universidade passou por uma situação de violência num assalto tomou um tiro e ficou tetraplégico e ele se dedica se dedicou e se dedica até hoje a lidar com pessoas que também né são vitimadas por condições que são adversas né para viver e ele mostrava nesse debate que eu estava também a importância de nós acrescentarmos a ideia de resiliência a noção de plasticidade porque se eu olho resiliência apenas como eu aguento do como sou sem me
perder eu fico estacionado ao falar em cidade a ideia que ele se colocou é eu não quero me conformar em ser um tetraplégico porque resiliente sendo não desisto eu quero ser de um outro modo e eu consigo sê-lo não mais como fui porque não vou voltar a deixar de ser tetraplégico Mas eu não quero ser um tetraplégico estacionado e portanto eu quero dar um passo em que eu moldo outra condição e eu gosto da ideia de esperança também como recusa e não apenas como desejo Isto é como uma negação de algo que pode ser de
outro modo no lugar apenas de se acalmar com as coisas né como estão sendo nesse momento a gente tem uma pergunta em vídeo agora da Ana sui uma psicanalista inclusive já participou do Café Filosófico esse ano faço convite para vocês seguirem a gente no YouTube e verem também a palestra dela lá vamos ver a pergunta dela oi rossandro oi Cortela Oi pessoal do Café Filosófico um prazer enorme est aqui com vocês nessa conversa tão sofisticada a pergunta que eu queria fazer para vocês é um pouco assim a gente sabe racionalmente ao menos que a dor
faz parte da vida que alguma infelicidade algum infortunio não tem como a gente evitar mas como é que a gente faz enfrentar isso para lidar com isso para apostar em alguma transformação quando a gente tem tantos elementos que nos distraem aí que nos que nos anestesi ainda que que nos ainda que isso não sirva para muita coisa mas ao menos nos auxiliam a a suportar um pouco como é que a gente faz para ser gente é só isso só isso dor é sintoma exess algo diz algo né A dor em si ela não é uma
patologia por si mesmo quando ela é contínua se busca entender o que que a produz nesse sentido o mesmo vale na vida ela é um indicador eu tenho que não solucionar a dor tenho que ir em busca daquilo que é a fonte que essa dor traz evidentemente você sabe que pior do que aprender pela dor é com a dor nada aprender muito pior do que aprender pela dor é com ela nada aprender no entanto eu não preciso desejar a dor para que o aprendizado venha né quando se diz em inglês no pain no G né
Sem sofrimento não existe possibilidade de ganho claro que aí se fala muito mais da ideia de esforço do que necessariamente de algo que seja dolorido evidentemente que muitas das coisas que end vieram para mim de modo lúdico não vieram de modo dolorido muito do que pude saber veio para mim de uma forma prazerosa e outras não por isso quando se pergunta e essa é uma ótima questão né como lidar com a dor que a vida coloca acho que o primeiro passo é entender que ela é uma possibilidade mas não é uma obrigatoriedade segundo que ela
não é algo definitivo porque se definitivo for de fato não será mais vida porque vida é possibilidade de dor não é dor de modo vivido né nesse ponto acho que a concepção e a consciência sobre ela é um passo decisivo vou dizer agora ao modo caipira a primeiro passo pra vaca sair do prédio é saber que tá no bredo consciência sintoma sabe quando a gente fica pensando na dor eh a gente olhando do ponto de vista Clínico psicanalítico psicológico a gente olha às vezes que a pessoa tá enfrentando tantas dores concomitantes que ela tem incapacidade
de enfrentamento é o que a gente chama de falência de resiliência porque uma coisa é você pedir para alguém superar um luto de uma pessoa outra coisa é você pedir para alguém superar o luto de uma família inteira que acaba de morrer num acidente de trânsito uma coisa é você pedir para uma pessoa superar uma cena de abuso uso uma coisa é você pedir para uma pessoa superar Várias cenas que se assemelham em várias circunstâncias às vezes também temos que olhar que recursos eu tenho se eu sou alguém que sou tão esgotado com o próprio
cotidiano que me exige sacrifícios imensos para que eu possa manter uma vida às vezes nem digna financeiramente em que eu saio 2as da manhã ou 3 4 da manhã para pegar 3 horas de transporte público chegar em casa à noite cansado mal ver os filhos crescer e ainda assim superar minhas angústias e dores por isso que tantas pessoas lamentavelmente tentam dar condição a essa dor como bebida eu lembro demais porque uma vez um paciente chegou para mim com muito recentimento do pai que era ocat porque dizia que o pai era uma ocat e que isso
marcava a infância dele porque todo sábado se pai chegava alcoolizado eu perguntei como era seu pai de segunda a sexta e aí ele começou a narrar um outro homem que acordava no domingo com vergonha por tudo que tinha feito mas não se não sabia pedir desculpa e a única coisa que ele podia fazer era ir trabalhar para oferecer os filhos O que ele nunca teve educação para que ele estivesse a vida que ele Nunca experimentou mais farta E aí ele Conseguiu perceber que ele tinha um pai que não era só aquele homem que final de
semana com muitas dores com muita angústia e sem sabilidade com aquilo pegava a primeira birosca depois de sair da obra como Peão de obra e tomava cachaça com os amigos e chegava em casa violento ele era o homem que também na segunda faz fazia o seu melhor ele também era uma pessoa doente e aí quando a gente olha a ideia de que eu tenho que olhar a figura inteira eu tenho que olhar o personagem completo tenho que olhar a pessoa no melhor esforço e eu percebi quando ele me narrou que Alguns irmãos dele amavam muito
o pai porque enquanto ele ficou com o pai do sábado à tarde alcoolizado os irmãos se concentraram no pai da segunda-feira a sexta que fazia um esforço para oferecer para eles o que eles sabiam que o pai jamais teve E assim a gente vai olhando que a dor vai exigir de nós perguntar que recursos eu tenho e hoje muito mais a gente percebe que quando alguém chega com dor eu primeiro tenho que saber quais são seus recursos e mais quem tá do seu lado porque sobretudo dependendo de com quem você esteja não importa que D
você em frente você é capaz de conseguir superá-las Como dizia Freud é incrível a força de alguém que se sente Amado basta uma única pessoa para fazer a diferença na tua trajetória e por isso muitas vezes Cortela como você muito bem lembrou o professor às vezes é o único adulto na sala e é a única pessoa que olha com olhar de esperança pro outro por isso diante da dor ser aquele que olha com esperança e não aquele que diz você não consegue é muitas vezes a maior contribuição o que não exige de Nenhum de Nós
nenhum grande esforço a não ser emprestar pro outro no momento de profunda dor a esperança que ele não consegue ter mas que nós podemos enxergar porque conhecemos a força que aquela pessoa tem [Aplausos] a Ana Paula Andrade pergunta de que forma podemos nutrir a esperança de maneira prática em nossas vidas mesmo quando parece que estamos presos nas estações mais desafiadoras da Alma como angústia e a tristeza eu uso muito um exemplo que não é meu é de Ruben Alves que faz uma distinção entre otimismo e esperança ele rub Alves dizia que o otimismo ele é
mais facilitado que o otimismo definia ele é quando fora de você a vida é só a primavera e dentro de você a primavera tá nascida há uma coincidência entre tudo certo do lado de fora e tudo certo do lado de dentro por isso ser otimista é um pouco mais tranquila você não precisa fazer esforço algum Esperança dizia ele é quando não sendo Primavera do lado de fora você tem que fazer com que ela nasça do lado de dentro há necessidade de um esforço muito maior e aí a pergunta é como fazer com que a esperança
ela tenha né uma consecução uma realização Enxergar como Rossano lembrava Quais são os meios que você dispõe para enfrentar aquilo para não construir fantasia em relação à própria capacidade segundo ver qual é o tempo em que você vai se dedicar a enfrentar aquilo que é a edificação né de uma realidade que seja mais favorável e terceiro com quem você conta para que seja feito à medida em que sozinhas sozinhos não conseguimos dar esses Passos Aí sim a esperança se corporifica Aliás a gente lembra também na conversa em outros movimentos que nós temos uma visão muito
boa da Esperança no ocidente mas não é o caso da filosofia clássica os gregos há 2500 anos elaboraram uma concepção sobre a esperança que é muito mais uma condenação do que de fato um benefício a já vista aqui no mito de Pandora quando todos os males do mundo escapam da caixa que ela abre fica só a esperança Isto é para nós humanos sobrou algo absolutamente torturante a gente acha que vai melhorar e na concepção grega clássica isso é o CNE da tragédia a tragédia não por acaso a principal forma né de construção né do modo
da arte do teatro grego é porque não há esperança exceto na percepção Humana porque os deuses farão o que eles quiserem e portanto nós somos mero joguete que é manipulado uma das grandes alegrias é a gente recusar isso Isto é nós seros capazes de encontrar caminhos não há o único caminho mas sem dúvida pôr-se a caminho é imaginar que dá para fazer esse caminho e dizer aos Deuses nem sempre nem sempre a gente continua fazer essa Primavera nascer dentro da gente essa Primavera pode ser despertada dentro de você a partir de vários elementos Cortela citou
alguns né que é ver sua rede de apoio com quem você conta os recursos internos que você tem quando necessário sem se sentir menor em absoluto procurar ajuda profissional externa mas existe um outro ponto também que é muito comum e tem vários estudos sobre isso Aliás se você entrar no medline que é o maior banco de dados de pesquisas médicas do mundo você vai ver que as pesquisas que falam sobre espiritualidade fé e saúde são gigantescas mostrando que muitas vezes esse é um recurso extraordinário que está à nossa disposição é lançar essa Esperança não nas
pessoas que nos decepcionam mas numa entidade que ela é perene em seu comportamento em sua constução e sua atitude O Sagrado ou Deus como Alguns chamam muitas vezes eu lembro que meu avô gostava muito de recar para mim Cortela C Gibran poeta Libanês ele falava muito sobre a fé quando ele citava C Gibran quando ele dizia a fé é um salto no escuro para os braços de Deus que não tem fé nem salta nem abraça fica no escuro Às vezes a esperança é exatamente no escuro saber se não está só às vezes é saber que
quando todo mundo desistiu de você porque ninguém suporta mais por exemplo o seu estado depressivo e o seu discurso de desesperança há uma Instância que continua vigilante cuidando de você ter essa concepção é algo que dá recurso pro indivíduo continuar sua jornada até que que ele tome entenda que mesmo esse Deus não vai fazer por você uma tarefa que lhe cabe que é reconhecer a queda quer levantar e seguir a vida porque não é uma esperança que apenas te diz eu estou do teu lado enquanto você sofre é uma esperança que diz eu estou do
teu lado enquanto você sofre até que você tenha forças para parar de sofrer com atitude de entender que não é o mundo que te consola Mas você que se ergue nesse momento a fé também um profundo recurso de [Aplausos] esperança hoje é o primeiro Café Filosófico do rossandro acho que o Cortela deve est num quase 10 Café Filosófico já que ele participou a gente falou um pouco aqui do nosso acervo né convido de novo vocês para seguirem ter acesso a esse mais de 20 anos de Café Filosófico Ana sui que participou fazendo pergunta está lá
você pode ver várias palestras do cortel agora vocês podem rever também essa palestra aqui a gente vai dar uma olhada agora num trecho do Acervo nosso do começo do Café Filosófico de um palestrante que acho que vocês conhecem que vai dialogar com o tema de agora pode soltar o [Música] vídeo e quando se pensa em futuro eu fico assustado com algumas situações e fico imaginando inclusive o quanto que muitas crianças hoje vivem exatamente essa possibilidade a possibilidade de um futuro temeroso que as leva e eu quero desenvolver um pouco mais esse raciocínio que as leva
a viver o presente com uma intensidade quase Insana em várias situações afinal de contas nós estamos e talvez assim sejamos eu vizo outro levanto isso talvez nós sejamos a primeira geração de humanos no Ocidente que não cuida direito da próxima geração em outras palavras nós estamos fazendo o que se chama de saque antecipado do Futuro sacando o Futuro por antecipação gastando o Futuro por antecipação de maneira geral na história humana aação atual cuida da próxima cuida dos recursos cuida da Sobrevivência cuida da possibilidade de meios de existência no entanto a voracidade do nosso cotidiano a
maneira como nós desmontamos as condições de existência coletiva A medida em que o ego narcisismo é mais presente na nossa frente nós acabamos esgotando como eu dizia há pouco condições de existência no futuro e acabamos inclusive anunciando isso às crianças e aos jovens 20 anos se passaram e nós não demos conta é verdade duas décadas não porque disse eu mas porque o tempo passado mostra o quanto que nós conseguimos deixar mais grave a situação verdade portanto algumas coisas na vida é melhor começar cedo antes que seja tarde essa é uma É [Aplausos] verdade uma coisa
que a gente aprende é que a gente passaria horas ouvindo ele falar né e eu fico perguntando se ele é uma pessoa é uma inteligência artificial não sei se já tiveram essa dúvida eu perguntei isso hoje nos Bastidores Porque ele disse você é uma ia disse não sou uma IB por causa da idade mas é de fato Cortela a gente quando olha né O que você falou com tanta propriedade sobre uma análise dessa desse saque antecipado do futuro e e e e tirando esperança de uma geração que a gente sente hoje na pele literalmente no
clima Nas condições de esgarçamento do tecido social na desconstrução e desconexão das famílias uma crise com todos os sentidos amplos e policos que ela representa quando modelos já não dão conta mais de orientar o presente o futuro não tá explicitado para que a gente possa seguir o que exige de nós uma carga de responsabilidade maior eu penso que vocês que vieram para aqui hoje obviamente fazem parte de um grupo de pessoas que vivem refletindo sobre a vida ninguém vem escutar um psicólogo e um filósofo num dia de semana à noite se não tiver pensando se
não tiver incomodado se não tiver inquietado mas também que se não tiver com sentimento de responsabilidade porque no fundo no fundo a gente se pergunta e eu faço isso para mim todo dia essa pergunta o que que eu posso fazer com que eu tenho para que esse pouco que eu tenha possa ser ainda mais útil paraa transformação desse coletivo como é que a gente pode fazer para que a gente não possa ter a sensação de assistir esse vídeo do Cortela daqui há mais 20 anos e tem uma sensação de que tá ainda pior Será que
a gente não pode manter a esperança de que a gente não só pode interromper alguns processos Como iniciar outros mais Salutares Eu acredito que sim né né E parte disso é o que a gente tá fazendo aqui hoje é diagnosticando é conversando é trazendo à tona e percebendo o que tá acontecendo porque com diagnósticos fica muito mais fácil começar um tratamento por mais desagradável que seja escutar o diagnóstico sem ele eu não sei por onde começar do mesmo modo que o autoconhecimento do mesmo modo que o auto amor o autoconhecimento por exemplo chegasse aqui primeira
vez e dissesse assim imagina que eu fosse uma estrangeiro cheguei na cidade de São Paulo tivesse conhecido Cortela num país que ele adora aí dos ancestrais dele na Itália disse esse Cortela tô em São Paulo quero visitar o Museu do Ipiranga ele ia me perguntar onde é que você tá Porque somente dizendo onde eu estava é porque ele saberia me dizer pro caminho que eu vou se eu tivesse no aeroporto de Guarulhos um caminho era um se eu tivesse aterrizado em Congonhas o caminho era outro se já estivesse no Hotel naop paulista o caminho era
outro onde nós estamos naquela época Cortela apontou 20 anos atrás Onde nós estávamos e lamentavel o que a gente diagnostica hoje é que a gente continua desandando mais e agora Onde nós estamos e para onde nós queremos ir é uma pergunta que serve para cada um de nós enquanto indivíduos mas também para todos nós enquanto [Aplausos] sociedade Sandro cortel infelizmente chegamos ao final do Café Filosófico de hoje mas eu não vou terminar eu não vou terminar por aqui antes de passar a palavra para vocês dois para vocês fazerem o encerramento fica à vontade uma das
coisas que mais me assusta quando se fala em Esperança É D da nossa mortalidade quando alguém pede as minhas palavras [Risadas] finais afinal minha maior esperança é não ter as palavras finais Isto é que as minhas palavras finais sejam a junção de todas as palavras que pude dizer né nesse meu tempo de existência e naquele que tiver de maneira que nas muitas estações que Vivi e nós já dissemos isso várias vezes na vida quantas Primaveras que você tem já vivi muitos Verões já passei por vários invernos às vezes eu tô já no Outono do Patriarca
para usar o termo né de uma obra literária tudo isso que é analogia simbologia serve para nós continuarmos Resistindo Isto é sendo capazes de esperançar eu uso muito essa expressão que foi utilizada por Paulo Freire né de que é preciso ter esperança mas tem que ser do verb esperançar porque tem gente que tem esperança do verb esperar eu espero que dê certo espero que aconteça isso não é esperança é espera esperançar é ir atrás é se juntar ar é não desistir é ser capaz de lembrar exatamente a ideia de que não há Palavras finais O
que há é aquilo que se tem como obra e aí eu concluo lembrando um poeta que eu admiro imensamente um alagoano ledu io que dizia o que sobra é a obra O resto só sobra o que sobra é a obra O resto sou sobra essas são minhas palavras finais meu amigo se tem uma coisa que você já é é eterno a sua vida e a sua obra ele me elogia tanto É mas é verdade que isso me deixa absolutamente Encantado porque o melhor elogio é o exagerado nãoo Eu acho que eu tô fazendo uma coisa
que muitos de vocês gostariam de estar aqui para dizer para ele o quanto ele é incrível o quanto ele marca nossas vidas enquanto as frases esse tom de voz essa assinatura vocal única que ele tem né Eh marca a nossa vida e nossa história eu queria como palavras aqui de conclusão das nossas reflexões falar sobre a vida comum nós viemos hoje Cortela um movimento na sociedade que meio que demoniza ou menospreza a vida comum como se uma vida comum fosse ordinária no sentido ruim do termo como se sair todos os dias voltar paraa sua casa
ansioso para encontrar as pessoas que você ama mesmo que ninguém te conheça mesmo que você não tenha nenhum seguidor no seu Instagram mas que você sabe que amado e que ame e que alguém te espera como se isso não fosse algo extraordinário a vida de todos nós é por si extraordinária e não vamos confundir extraordinário com visível com visibilidade com fama e com sucesso porque eu e Cortela conhecemos pessoalmente algumas pessoas cujo sucesso não se reveste num comportamento Digno daquilo que são vistos porque nem sempre o Car crachá bate a vida ordinária ela é tudo
menos ordinária a vida comum ela é extraordinária voltar para casa agora à noite chegar em casa fazer um café ou tomar um suco que vai ficar melhor por casa do clima e comp partilhar com as pessoas que você am que você escutou aqui isso É extraordinário sair daqui com três andares na cabeça que a gente tentou aqui construir com vocês isso É extraordinário então olhem pra vida de vocês como extraordinária e para que ela fica ainda mais extraordinária pare de comparar a vida de vocês com a vida extraordinária de algumas pessoas que é ordinariamente maquiada
como sendo uma coisa excepcional para que vocês possam enxergar o o dom que é de diariamente ser você quem você é porque Como diz Caetano cada um sabe a dor e a delícia de ser quem é muito bem lev obrigado gente Cortela Ô Sandro muito obrigado pelo Café Filosófico de hoje obrigado Ribeirão Preto pela recepção que vocês deram pra gente aqui da equipe do Café Filosófico a gente se vê em breve aqui em Ribeirão até lá vocês podem acompanhar nosso programação também no YouTube fica esse convite e tem uma prorrogação aqui agora porque eles estão
lançando o livro então que quem quem está aqui em Ribeirão aqui na saída sessão de autógrafo aqui V já te falo exatamente agora pode ser acessado aqui na área externa do teatro no foir já tem equipe ali esperando vocês então nós lá estaremos rossandra e eu eh as pessoas que tiverem alguns dos nossos livros se o tiverem nós com alegria né nele faremos um autógrafo há uma diferença entre dedicatória e autógrafo né dedicatória você põe teu nome diz olha e aí assina como nós temos um movimento né de bastante gente e assim gostamos o livro
ele terá o teu nome e o meu rossando vai escrever o nome dele eu vou escrever o meu e você escreve o seu certo e aí nós juntamos [Música] E como eu sou grupo de risco f o roçando não estaria de máscara porque eu quero que as minhas palavras finais demorem só um último aviso o livro vai estar à venda também então fica esse aviso vocês podem comprar já já estaremos lá obrigado viu até Obrigadão Muito obrigado foi ótimo domingo o amor é sentido da mesma forma pelos homens e pelas mulheres a gente precisa Então
entender como é que se formou historicamente na história mais recente éu a lógica da prateleira do amor g e Emoções na cultura existem fortes pedagogias afetivas que não apenas interpelam comportamentos mas também modos de sentir em nossa cultura os hom aprendem a amaras coisas e as mulheres aprendem a amar os hom domingo 7 da noite no Café Filosófico [Música]