e a nora cão note era o volume online strike bom como você já deve ter visto em algum local desta tela o tema do vídeo de hoje é eu não sou uma mulher né e como vocês estão vendo pelo meu louquinho e as bijuterias de eco sementes vocês sabem que eu sou professora de humana sei né esse cheque tá dando mas o que eu sou é uma drag queen tá e aqui é importante que eu explique isso para vocês porque ele tem causado muita confusão zinha e aqui eu tô fazendo uma referência direta à dois
acontecimentos históricos super importantes o primeiro deles é um discurso proferido em 1851 por uma mulher a 15 escravizada norte-americanas ou jornais ela era uma abolicionista uma ativista que fez este discurso né no meio de pessoas inclusive o mídia ninja repostou agora uma reencenação desse discurso com tradução simultânea em libras para quem quiser ter acesso a ele e esse discurso foi proferido ali no 1.850 por uma mulher negra ex escravizada vendo a pauta das sufragistas sair de uma sociedade que estava falando coisas né então nesse discurso a gente vê passagens como os melhores lugares e os
melhores assentos devem ser destinados a mulheres e soldier fala um em um só uma mulher e se você acompanhou o nosso último vídeo né e viu a gente discutindo a construção né social de raça de gênero e de classe é importante relembrar que quando os movimentos sufragistas co e a lutar na europa né no norte global por direito de ir e vir para as mulheres as mulheres negras escravizadas assim então o laranja ótimo né ele vira que legal tô adorando ou então o direito da herança ea mulher negra escravizada está sendo era eu que o
direito ao trabalho e e a gente sempre teve uma classe de mulheres que trabalhou então todas essas reivindicações elas estão sendo feitas a partir de um lugar de posse né é uma classe que está reivindicando o direito porque as outras não podem sequer ter acesso a eles ou já estão inseridas em lógicas nefastas de trabalho ao passo que mulheres brancas lutaram por sua emancipação da obrigatoriedade de cuidados domésticos de trabalho doméstico elas relegaram esses cuidados esses trabalhos a outras mulheres ea as negras então as mulheres brancas se livraram da obrigatoriedade de limpar chão de banheiro
e cozinhar o dia inteiro e foram se transformar em trabalhadora se ouvisse e aí elas contrataram mulheres negras para lavar e os seus chãos e cozinharem e suas comidas quase 40 anos depois desse manifesto dessa declaração a bell hooks né a gente já falou dela aqui algumas vezes no canal vai publicar o livro dela em 81 1981 e eu não sou uma mulher para fazer essa discussão de quanto ainda era necessário avançar na questão do feminismo e do feminismo negro antes de encabeçar a nossa discussão de eu não sou uma mulher eu deixo aqui uma
última indicação super importante que é um vídeo da professora doutora sabrina fernandes né do canal tese onze o feminismo classista né que ela grava com assim ya ruza é hora de o feminismo para os 99 porcento manifesto da boitempo essa ideia de um feminismo classista de um feminismo que esteja olhando para classe de um feminismo que esteja orando para as intersecções é a ideia e isso tá no livro de não deixar nenhuma mulher para trás né gente não deixa e aqui as mulheres trans as mulheres cinza as mulheres negras as mulheres periféricas as mulheres indígenas
né e de pensar um movimento feminista que contemple e englobe todas essas resistências a bell hooks também tem o livro o feminismo é para todo mundo no qual ela vai discutir como os homens por exemplo também são afetados pelas lógicas e pelas práticas machistas bom mas agora que eu já fiz essa de extensão e e eu não sou uma mulher para eu não sou uma mulher eu preciso te dizer porque que eu tô trazendo esse tema para nossa discussão a primeira delas é o o tempo no qual jeito tá vivendo né então tô passando pelo
mês da mulher e recentemente a rita foi convidada para uma série de eventos feministas uma série de eventos que falavam sobre por e para mulheres e eu disse para todos os convites olha anjo fico muito feliz em tecido convidar de mas eu não posso estar presente no seu evento a não ser como ouvinte a não ser comum aliado porque caso eu integre esse essa roda de conversa é esse ciclo de formação esse ciclo de palestra de debate para falar eu estou em um evento dedicado a um público específico e a um recorte de opressão específica
tomando o microfone de alguém que poderia estar ali falando com entendimento e convivência e aí é super importante deixar isso bem delimitado que existem drag queens mulheres as mulheres mais a rita é uma drag queen sendo feita por um homem e ela não é uma mulher e uma das coisas mais malucas da drag é que ela tem esse poder de enfiar esse dedo nessa ferida de que performance de gênero é uma construção e de que a gente tem uma mania louca e insana degenere ficar cores coisas unhas brincos cabelos roupa então se a pessoa está
desempenhando ou performando ou utilizando essas coisas ela se configura como uma mulher drag 15 drag kings tem um poder artístico de mostrar para as pessoas que tudo isso é uma construção e nada disso faz uma mulher uma mulher ou um homem um homem outra coisa que tem acontecido que e essas correntes né da rede social de mark 5 mulheres que e às vezes as pessoas vão lá e marcam a rir e quando elas fazem isso o que aconteceu é de novo o machismo e misoginia estrutural retirando o lugar de uma mulher que poderia estar ali
você que faz isso por carinho por amor aqui o que tá acontecendo é que você tá tirando o lugar de uma mulher e esse pode ser um diagnóstico de que faltam referências de mulher na sua vida o convite que eu tô fazendo é para você já imaginou se todas as vezes que a pabllo vittar que é um homem performando drag foi encaixada em categorias femininas um oposto tivesse acontecido e de novo esse é um dos poderes artísticos da drag é o dia que a gente se deparar com a lista do vmb dove e-mail grammy e
a pablo tivesse sido indicado na categoria o melhor artista homem eu acho que aí a gente começou a chacoalhar as coisas e aí esses chacoalhões eles acontecem por exemplo uma pessoa que eu amo o silvério pereira que foi premiado pela revista gq como um homem do ano de 2019 e aí ele vai receber este prêmio montada porque ele tá mostrando para as pessoas que nada disso significa mulher né que tudo isso aqui é uma construção é uma performance ela é artística ela social ela tem um posições e ajude bater fala muito sobre isso né sobre
a drag como o expoente máximo da performatividade de gênero a drag também é um elemento artístico fundamental para que a gente multi contra a ideia de essência feminina e masculina cabeça masculino o jeito então o que que acontece a gente abre mão dessa construção então por exemplo se uma mulher tiver um ovário com uma configuração específica ou não tiver um ovário ou isso não fará dela um homem porque ela não se identifica na categoria no papel social na prescrição na normatização na posição discursiva homem né e o mesmo acontece com o rapaz se ele vem
com uma configuração específica de testículo ou se ele não tem o pênis e se ele tem cabelo comprido ou se ele os isso não faz dele necessariamente uma mulher porque ele não se encaixa na posição de estar no mundo mulher o nosso último vídeo a gente discute né a construção de gênero como mais uma construção social ea importante que a gente atende para isso porque identidade a caixa drag queen drag queen a minha ferramenta pedagógica e artística é o meio através do qual eu ocupa um lugar e falo com o público e a minha drag
queen é desde que eu estou fazendo isso uma aliada das faltas feministas e aliada significa eu não vou me colocar numa posição de destaque mas eu vou ajudar com que as faltas sejam discutidas eu vou dar apoio para que os eventos aconteçam eu vou estar presente para trazer pessoas convidar pessoas para ocuparem lugares para discutirem assuntos e porque eu sou uma aliada e aí além dessas indicações que eu fiz até agora se você quer se aprofundar nessa discussão e se você acompanha o canal muito tempo você sabe que eu já indiquei aos montes a silvia
federici ti com mulheres e caça às bruxas calibã e a bruxa e o ponto zero da revolução tem outras duas o que eu adoraria que vocês fizessem uma delas é a base marxista para que a gente discuta o papel da mulher na sociedade de classes que é o angel in a origem da família da propriedade privada e do estado a outra indicação é de uma autora brasileira ricciotti que publicou a mulher na sociedade de classes e aí eu volto na simone de voar no segundo sexo eu estudei né essa obra é um tanto bastantinho e
tem uma frase lá que é uma das frases mais potentes e mais tristes da obra que quando a simone fala que a mulher livre está apenas nascendo isso e um 49 a reivindicação da simone é de que a condição mulher como outro do homem a condição mulher como este segundo sexo desvalorizado desprovido ela estaria a tido a três fatores principais o primeiro dele com a retirada da mulher da esfera produtiva da vida material então à medida que o ser humano organizam a sociedade de classes ele organiza que as funções que produzem a vida material a
caça a pesca é a troca o comércio a forja serão feitos por homens e as mulheres são retiradas da esfera de produção econômica da vida material e aí se a gente adianta um pouquinho o relógio no capitalismo como diria o seu carlinho você vale quando você carrega no bolso então se a mulher tá tirada da esfera de produção de valor o valor da mulher é tirado dela e aí portanto a mulher estar inserida na esfera produtiva da vida material é um dado de emancipação e de libertação dessa mulher até que a gente aprenda que o
papel histórico que foi relegado a mulher a reprodução da vida social é o papel que possibilita a nossa vida o segundo ponto é o confinamento da mulher ao espaço doméstico a esfera doméstica e o corte da relação da mulher com outras mulheres essa relação de comunhão de trabalho coletivo pelos avanços do capital lá na idade média essas relações de mulheres que vão sendo enfraquecidas e encerradas dentro do ambiente doméstico coloca uma mulher em uma posição de fragilidade é por isso que a mulher liberta precisa estar por exemplo na esfera estrutural da política de tomada de
decisões de criação de leis e quando a gente pensa no nosso congresso nosso senado e na nossa sociedade a gente percebe que não a representação efetiva o brasil é um país majoritariamente feminino e negro é e quantas mulheres negras estão ocupando esses lugares da política institucional no brasil aqui fica mais uma indicação de vídeo bárbaro da sabrina do tese onze o basta eleger mais mulheres o terceiro ponto né que a dona simone discutir no livro dela é o aprisionamento da mulher sobre o próprio corpo né e quando o útero pertence ao marido e ao estado
e quando a mulher não tem acesso a métodos contraceptivos planejamento familiar e descriminalização do aborto quando ela não pode decidir se o corpo dela será ou não uma fábrica de trabalhadores a gente não tá falando de uma mulher livre poder decidir os rumos do próprio corpo e poder decidir os rumos da própria vida em sociedade é um caráter emancipatório é por isso que não faz sentido nenhum excluir mulheres trans da categoria mulher é porque a gente está excluindo elas do direito de escolher sobre o próprio corpo de escolher sobre a própria posição na sociedade e
aí que eu volto para o início do vídeo quando eu preciso deixar claro de que eu não sou uma mulher mas a minha drec é uma aliada das pautas feministas aqui eu não vou discutir porque a gente não consegue um vídeo só a história do movimento drag o objetivo desse vídeo é que eu consiga explicitar para vocês qual é a diferença entre protagonismo e aliado de um movimento e o que que tá acontecendo quando vocês encaixam a rita numa categoria a qual ela não pertence e ao invés de fortalecer o movimento essa atitude está enfraquecendo
e tirando o lugar das protagonistas deste movimento espero que tenha ficado explícito aqui os pontos elencados e que o entendimento né do nosso papel de drag os aliados das pautas feministas e das pautas progressistas fique com vocês para as próximas reflexões futuras para puxar a brasa para sardinha dos estudos culturais eu encerro esse vídeo com uma frase é e com uma obra que mexeu muito com a minha graduação em letras na usp as mulheres são a revolução mais longa e voar continua presente quando a gente se lembra de que a mulher livre tá apenas nascendo
e de que esse deve ser um projeto de toda a sociedade é isso até semana que vem um beijinho tchau tchau e aí