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[Música] [Aplausos] [Música] [Música] Ah, m [Música] [Aplausos] [Música] [Música] [Música] [Música] [Música] Desde antes do nascimento, possuímos uma profunda conexão com os sons. A audição é o primeiro dos sentidos a se desenvolver por completo. A 2ª semana gestacional marca o início da aventura sonora do bebê.
O timbre da voz de sua mãe é reconhecido pelo bebê recém-nascido que se conforma. Ao ouvir o tão familiar, os sons em nossas vidas experienciamos momentos marcados por sons e ruídos. O que seria de um filme sem a trilha sonora?
[Música] [Aplausos] [Música] [Música] Ou de uma festa sem música? Não haveriam festivais, concertos, a dança não faria sentido. A verdade é que, sem música, este mundo seria um exílio.
Nos dias de hoje, a abundância dos estímulos musicais é uma realidade inescapável. O tempo todo, somos bombardeados com informações de diferentes paisagens sonoras. Afinal, o que estamos ouvindo e para onde a música está nos levando?
[Música] Hoje, as pessoas entendem liberdade como uma possibilidade de você escolher o que você queira, sem nenhum tipo de impeditivo. E o que acaba acontecendo é que muitas pessoas fazem escolhas e depois amargam essas escolhas. Isso vai passando de pessoa a pessoa e chega o momento em que a gente utiliza um termo com um sentido totalmente equívoco.
O mesmo aconteceu com a música. [Música] Realmente complicado definir cientificamente a música, que é similar ao amor. Todos sabemos o que é o amor, mas [Música] seica, Patão não é que olha para as formas e manipula a matéria de acordo com aquelas formas que ele contempla.
O músico, ele olha para os padrões de proporção de ordem que existem nas mais diferentes realidades e imprime nos sons, que é a sua matéria. Esses padrões, sem os intelectuais, não existiria música. Viemos cá, vamos viajar para a Grécia antiga, para o tempo de Pitágoras, o maior intelectual de todos, o pai da matemática e da música.
Bate, bate, eca! Ah, você vai encontrar a matemática nos lugares mais incríveis. Observe, primeiro: precisamos de uma corda.
Estique-a muito bem. Toque. Agora, divida ao meio e toque novamente.
Ouviu? É o mesmo tom, uma oitava acima. Agora, divida esta parte ao meio mais uma vez.
Pitágoras descobriu que a oitava estava numa razão de dois para um. Com simples frações, ele conseguiu [Música] isto. E o Pitágoras: veja, no pitagorismo, ele via o mundo como número.
Seja, para o pitagorismo, o universo inteiro, a essência do mundo, do universo, é número. E quando ele descobre essas relações na música, ele percebe que existem determinadas frações que causam uma. .
. Quando você faz essa divisão, essas frações causam uma coisa agradável a nós. Normalmente falando, isso significa o que hoje a gente chama em música de consonância.
Então, aquela coisa, que essa relação fracionária conectada com os números, que são chamados números perfeitos, da perfeição, para os pitagóricos, que é 1, 2, 3 e 4, geram essa consonância, essa coisa que soa agradável ao ouvido. E quando é dissonante, quando há dissonância, foge um pouco dessa relação fracionária que ele encontra. Então, veja, Pitágoras enxerga, portanto, essa correlação muito forte entre a agradabilidade que um som nos causa e a matemática.
Tem uma passagem maravilhosa do Silmarillion que ele fala que o mundo foi criado por uma canção. Então, Eru e Luvatar, que é o um e o pai de todos, ele faz uma canção na qual o mundo é criado. E aí os Ainur, que são esses seres angélicos, vão cantando a partir da canção de Eru, que pauta a canção.
Você, quando cria musicalmente, você está criando a partir da natureza das coisas. Se você tenta destoar, então aparece Melkor ali, que na sua corrupção, que é destoar. Então ele começa com as batidas cada vez mais repetitivas, barulhentas, para destoar daquela harmonia que Harmonia é dada por Eru.
E os temas Eru distribui para os Ainur os temas de cada um. Quando você começa a querer ter um tema que não é o seu, você descola dessa harmonia cósmica. Aqui tem tanta noção de tempo, de providência e a noção de ordem cósmica.
Quando eu tenho essas dissonâncias, e eu começo a olhar para a música de uma maneira dissonante, eu começo a perder essa ordem. Então, quem cria, o músico criador, ele é. .
. Sempre um subcriador, para usar o termo do toque, ele cria a partir da realidade. Então, é muito diferente.
Não é do barulho de passos andando na rua, num galho quebrando e caindo no chão, do barulho do vento, um latido, um animal. É muito diferente de música, mas é som. O que o músico faz é justamente pegar esses sons e dispô-los com ordem e proporção.
Se a matemática de fato está dentro do Logos Divino, você enxerga a matemática do Logos Divino, enxerga essas relações musicais também, fazendo parte dentro do Logos Divino. O Logos se espalha pelo universo como aquele princípio de criação. Então, de fato, você pode olhar para o universo de uma forma musical.
Então, isso é puramente metafísica, conectado com matemática. Você olha para o universo como uma música e você enxerga na música no universo essa música como a linguagem primordial, porque é que está dentro do Logos. Então, é a língua primordial.
Quando ele está olhando para a música, o fenômeno da música é um fenômeno de uma certa ordem. Essa ordem manifesta na sonoridade e o homem consegue perceber algo da ordem da natureza das coisas. Então, essa música tem, claro, uma ordem na extensão do tempo, que simbolicamente às vezes se refere ao ritmo; ela tem uma ordem na sequencialidade, que a gente simbolicamente chama de melodia, e tem uma ordem na simultaneidade, que é a harmonia.
Do mesmo modo, como eu olho para o mundo e percebo a conexão entre várias coisas, percebo como elas se relacionam de forma coesa, como que eu consigo ordenar as coisas. Faz parte da inteligência humana a capacidade de síntese e divisão, como falava Aristóteles. Então, você consegue olhar as partes de uma coisa, ver do que elas são compostas e, de certo modo, ver o que as coisas têm em comum, procurar os universais das coisas.
E, encontrando esses universais, verá, portanto, essa harmonia que os conecta, né? Che cos'è l'armonia? Evidentemente l'armonia è la combinazione di suoni simultanei, quindi presenti nello stesso momento.
E proprio la combinazione di suoni serve ad esprimere diversi stati d'animo. Un esempio: questa è un'armonica consonante, mentre questa è un'armonia dissonante. E vedete che già qui c'è molta tensione.
Non possiamo restare qui; dobbiamo andare per forza da qualche altra parte. Qui, ad esempio, tensione e distensione. Quindi, la musica si basa su un'alternativa.
Essa relação física entre as diferentes notas também existe entre os sons e o nosso corpo. Sons harmônicos entram em ressonância conosco e nos causam bem-estar, enquanto os sons dissonantes causam perturbação e aflição. Cada vez mais, a vida moderna está repleta de barulho e agitação.
Os homens vivem apertados em habitações estreitas e ruidosas. Os excessos de decibéis nos tornam agressivos, violentos e depressivos. Mas no que consiste esse fenômeno invisível que compõe a natureza e que tem tanta relação com a vida?
Nós vemos que o som tem uma procedência, né? Existe algo de material que, ao ser ativado, certo, ao ser percutido — quando nós batemos em qualquer coisa, aquilo produz um som — e que esse som viaja, viaja no ar até os ouvidos. E há sons que são melhores que os outros, mais agradáveis do que os outros.
Isso é o que nós chamamos de timbre. Então, bater o pé no chão fará com que o ar seja deslocado numa certa frequência e chegue aos meus ouvidos. Qual é o timbre?
É o timbre de pé batendo no chão. E aí eu descubro que existem certos materiais que produzem sons mais belos, ou seja, sons mais ordenados e mais proporcionais, mais contínuos. Com isso, eu desenvolvo instrumentos musicais que terão cada um seu timbre.
Uma onda é transporte de energia. Imagine um pacote de energia que é transportado, por exemplo, por uma pedra que cai no lago. Quando uma pedra cai no lago, provoca círculos concêntricos, ondas.
Essas ondas são puro transporte de energia. Uma corda: se você pega uma corda e provoca uma perturbação — esse é o nome que nós damos a um pulso — vocês vão perceber que na corda vai ser propagada energia. Essa propagação é o que provoca uma onda que acontece num substrato.
Assim como a pedra que caiu no lago provocou aquelas ondas, porque existe o substrato material água, assim como aquela onda que se propagou numa corda aconteceu porque existe o substrato material corda. Da mesma forma, o som se propaga porque existe um substrato material que é o ar. Veja, isso que é energia, que aparentemente é uma coisa tão vaga e que nós não vemos, causa um profundo impacto na vida das pessoas, não só das pessoas, mas até de objetos.
Quem nunca viu, por exemplo, o caso da ressonância? A ressonância acontece em física quando uma fonte emite uma frequência idêntica à frequência de outro objeto. E, quando essas frequências coincidem, o que normalmente acontece com um desses objetos, ou com um objeto que está próximo a essa fonte, é que ele acaba se rompen- do.
Quem nunca viu, por exemplo, um cantor quando, em uma determinada nota, porque está acionando determinada frequência, faz um copo estourar? Um copo de vidro, uma taça de cristal. Esse é o fenômeno da ressonância.
Bom, mais grave do que isso, pense no que aconteceu com a ponte Tacoma Narrows, uma ponte de mais de 1,5 km de extensão. Vejam o que é isso. E que uma bela tarde, foi um azar.
Naquela determinada condição climática, aquele dia, com aquela temperatura, um vento com aquela velocidade começou a incidir sobre os cabos de sustentação dessa ponte. Fruto da incidência do vento sobre eles, começaram a emitir uma frequência, uma frequência sonora que, por azar, coincidia com a frequência do concreto da ponte. O que aconteceu com o concreto da ponte?
Começou a entrar em ressonância, mas, num determinado momento, a ponte colapsou e caiu. Ou seja, uma onda sonora fez uma ponte colapsar. A criança tem o potencial inato para a linguagem, seja a da fala ou a musical, e, mais do que isso, temos uma relação íntima com os sons que nos são mais familiares.
Ao longo do século XX, cientistas concluíram que temos uma tendência natural a preferir o que já conhecemos ou estamos acostumados. Em um experimento, foi apresentado a um grupo de pessoas uma sequência de imagens aleatórias: figuras geométricas, pinturas e fotos, em uma velocidade tão rápida que era impossível distinguir quais eram. Ao final, todas as figuras eram apresentadas de forma estática aos espectadores, e eles escolhiam sempre as imagens que foram apresentadas mais vezes.
A exposição repetida gera uma familiaridade na mente do ser humano; essa familiaridade gera uma mudança de atitude que provoca preferência ou afeição, sem que o indivíduo se dê conta. O cérebro forma uma preferência emocional que influenciará diretamente em seus sentimentos, como se fosse um calor dentro de nós ao ver um rosto familiar ou ouvir um som que faz parte do nosso cotidiano. Esse fenômeno já começa dentro da barriga da mãe.
Estudos mostram que um bebê pode realmente dizer qual das duas vozes pertence à sua mãe. A única maneira de reconhecer a voz da mãe, porque esse bebê específico nasceu há apenas um dia ou dois, seria tendo aprendido sobre a voz da mãe quando estava na barriga. Ela reconhece a voz da mãe porque, desde os meses de idade na barriga, os ritmos já começam a ser percebidos como estímulos do coração da mãe.
Depois de 21 semanas, ela começa a ouvir melodias, ou seja, tensões espectrais. A mãe fala e canta para a criança, que a está escutando. Então, enquanto está no útero, a criança está desenvolvendo o cérebro a partir dos estímulos que estão chegando até ela.
Isso não acontece nem com o visual nem com o tátil, pois o líquido amniótico é estável, e você não está vendo nada. Então, isso explica a precedência mais tarde que o cérebro vai dar ao sinal sonoro, porque aquele sinal foi treinado antes. Quando a criança reconhece a voz da mãe, isso significa que ela reconhece o timbre da voz dela.
O timbre da fonte sonora está entre os picos de onda, então a criança está reconhecendo algo que está dentro de uma dimensão de tempo de milissegundos, décimos de milissegundos. A criança acabou de nascer. Então, essa questão da capacidade de reconhecer um timbre logo ao nascer revela um processamento em uma velocidade que é surpreendente.
A maioria das pessoas passa por momentos de instabilidade em sua vida, deixando o lar, partindo para o mundo, vivendo aventuras e, finalmente, voltando para casa. A jornada de uma vida é como uma composição musical nascida no mundo a partir do nada, vivendo por um período de tempo em forma e estrutura, dançando espontaneamente à beira da ordem e do caos e, então, finalmente, retornando. Nos outros espécies animais, justamente pela capacidade de perceber esses padrões musicais, somente os humanos são capazes de atribuir significado ao universo das músicas.
O prazer de ouvir uma música surge através da previsão de seus contornos melódicos; quando uma melodia se tensiona para depois se resolver, sentimos prazer. Quando o contorno varia irresponsavelmente, nos aborrecemos, enquanto o nosso cérebro luta para entender o que se passa. Dentre todos os sentidos, a audição é o mais importante para a sensibilidade e o equilíbrio mental do homem: 60% dos influxos nervosos sensoriais que chegam ao cérebro são de origem auditiva.
Por isso, a identidade cultural do indivíduo está ligada intimamente à sua identidade sonora. Dentre todas as artes, a música é a mais importante para vincular emocionalmente o homem a uma cultura. O homem busca apoio em seu arcabouço sociocultural para compreender a musicalidade.
Para entendermos melhor a música, é necessário explorar uma pergunta antiga: o que é o homem? A pergunta “o que é o homem”, como todas as primeiras perguntas, é carregada de uma série de consequências e de problemas decorrentes de como você se posiciona em relação ao objeto. Dependendo do enfoque, você pode ter respostas como "o homem é corpo", "o homem é alma", "o homem é um animal político", "homem é homem, menino é menino", etc.
Bom, o homem é um animal racional que é dotado da capacidade da razão. O homem, diferente dos outros animais, tem a capacidade sensível, mas consegue discernir em cima desses sentidos, portanto, deliberar em direção ao bem e à verdade. Conseguindo deliberar em direção ao bem e à verdade, o homem tem uma alma, uma alma individual, portanto ele tem uma personalidade, ele tem uma memória, uma trajetória própria que difere dos outros animais no modo como eles se relacionam com a memória.
Os animais, claro, lembram de coisas, mas o homem tem uma memória existencial; ele tem uma continuidade da personalidade. Para mim, a definição do ser humano seria algo assim: "o animal, ou o único animal que sabe que vai morrer, a consciência da nossa mortalidade, um homo poeticus, um ser que poetiza". Se o homem fosse imortal, ele seria arte, mas a alma é imortal, o desejo natural pelo saber, o Logos, o livre arbítrio, saber que sabe – todas essas estão entre as distinções que os sábios já disseram e acertaram.
Eu acho que todas essas podem ser enquadradas de alguma maneira na natureza racional do homem. Em relação à música, o elemento humano a condição necessária para a música manifesta uma série de estados de ânimo ordenados no tempo. O ponto é que os estados de ânimo são algo que não pode existir se não há alguém que os prova.
Portanto, como a música não existe se não há alguém que a toca, o amor. . .
La nostalgia, la speranza, l'entusiasmo, il dolore non esistono finché non c'è qualcuno che li vive e la musica serve anche a questo: serve a farci vivere intensamente le nostre emozioni, perché la musica è un detonatore di emozioni. Igor Stravinski: "cursos musma". Nós podemos até ter algum deleite nos sons que ouvimos na natureza: um passarinho ali, um sapo ali, o barulho da chuva; e che essi sono uma promessa de musica, mas che essa promessa só se torna musica realmente quando comincia a essere organizzata e che questa organizzazione presuppone un atto umano e consapevole.
E che questo non solo ci fa musicali, ma ci fa diventare parte di uno spirito che ordina, uno spirito che dà vita e che crea la musica, sempre felice come arte. La liturgia ha sempre portato la musica come una delle maggiori ispirazioni. Il canto gregoriano: le voci in unione si dirigono verso Dio.
La musica occidentale è una musica focalizzata nel lodare Dio. È interessante notare che Bach, uno dei maggiori compositori, praticamente parla solo di Dio. È curioso che, nonostante tutti i difetti che aveva nella vita, Bach ha creato una delle sue grandi opere.
Ho avuto la fortuna di sperimentare come la musica trasformi i cuori delle persone. Una delle aneddoti che ricordo di questo è attraverso una marcia, il "Kiss for All the World", la nona di Beethoven. È un’esperienza collettiva, comunemente vulnerabile, che si espande oltre il pianeta.
Ho avuto accesso a queste esperienze uniche, come quelle delle persone che, per esempio, in carcere, a Bogotá, in Colombia, ci dicevano: "Questo concerto è stato il più bello che ci avete potuto portare. Credo che sia stata la cosa più meravigliosa che ci sia potuta capitare come internati, perché per un'ora ci hanno portato alla libertà, la libertà che dà la musica". La musica libera dai timori.
La musica non si limita a portare consapevolezza; è una vita non soggetta solamente all’abborrimento. E in questo senso, uno sperimenta una grande liberazione. Ciò che viviamo è un insieme di diverse parti che devono lavorare in sincronia affinché non collassino.
Quando il corpo svolge determinate funzioni, i circuiti e le connessioni tra gli organi e il cervello si stabilizzano e si rafforzano. Il contrario accade quando non utilizziamo ogni parte del nostro corpo in modo completo; si verifica un’atrofizzazione. Il tratto corticospinale è responsabile della nostra motricità volontaria: è attraverso di esso che apprendiamo attività come camminare, correre, nuotare e danzare.
Attraverso la musica stimoliamo questa regione del cervello e provocamo il miglior sviluppo di queste funzioni. Uno studio del Boston Children's Hospital ha confrontato bambini e adulti addestrati musicalmente con un gruppo di persone non addestrate della stessa età, con QI equivalenti e condizioni sociali. I gruppi sono stati sottoposti a una serie di test cognitivi nei quali gli adulti e i bambini addestrati musicalmente hanno mostrato prestazioni superiori negli aspetti legati alle funzioni esecutive del cervello, che corrispondono ai processi cognitivi di alto livello necessari affinché una persona elabori e trattenga informazioni velocemente, regoli il proprio comportamento, prenda decisioni corrette, risolva problemi, pianifichi e si adatti alle richieste.
La musica influenza la fisiologia in numerosi modi, poiché quando si considerano i neurochimici, per esempio, la dopamina, la serotonina, gli oppioidi e le beta-endorfine, si interagisce con gli ormoni della crescita. Tutto questo apparato di neurochimici è responsabile della tua motivazione, del tuo piacere, del tuo sentimento di ricompensa, della qualità dello stress che affronti o meno, della tua immunità e della questione della sociabilità. Quindi, a seconda di ciò che stai ascoltando, quel particolare assetto di neurochimici può dirigerli in un verso o in un altro.
Forse il principio più importante della neuroplasticità è la sua capacità intrinseca di ricostruire e creare connessioni, sviluppare legami e riparare i tessuti. C'è una regola: quando si attivano insieme, si connettono insieme, e qui si evidenzia l'importanza, perché si stanno attivando parti del cervello distanti, e mentre si attivano simultaneamente, si creano legami. Questi legami, in particolare quelli distanti, sono i più importanti.
L'abilità della musica di promuovere la salute neurologica è qualcosa che deve essere presa molto seriamente, è davvero importante. Questa struttura è una delle prime in Australia a intraprendere un nuovo programma di musica personalizzata chiamato "music and memory". Per John, è chiaro che questo lo riporta indietro.
Ciò che John presenta qui è una liberazione; i piedi sono incollati al pavimento, ma osserva cosa succede quando iniziamo a suonare la musica. La musica fornisce un ritmo esterno per compensare il ritmo difettoso all'interno del cervello. Così, come alla fine della vita, quando il cervello non riconosce più, non funziona; a volte ci sono reazioni alla musica che non… A fala é isso, é uma coisa curiosa.
Por exemplo, eu tive uma avó que, entre os 90 e 95 anos, devido a uma demência e uma série de outros problemas neurológicos, ela era absolutamente incomunicável com todo mundo. Todo mundo! Mas ela foi eternamente monitorizada.
Um dia, levamos lá uma gravação de uma peça que era muito importante para ela durante a vida inteira, que foi a Serenata de Schubert, famosa. [Música] Uma pessoa que não se comunicava com o universo havia 5 anos, ao ouvir isso, derramou lágrimas e teve palpitações. [Música] O filósofo e matemático declarou que a música é um exercício oculto de aritmética, sem que o espírito saiba que está lidando com números.
Existe uma relação muito forte entre música e matemática. A primeira relação, evidente, é uma relação fracionária. Se você pega uma nota e faz a divisão fracionária, isso vai produzir diferentes combinações.
Isso começa em Pitágoras, com os gregos, mas também existem algumas relações mais avançadas. Você tem aplicações de teoria dos conjuntos, teoria de grupos, topologia, teoria de categorias e por aí vai. É um ramo de estrutura musical, ou seja, você olha para a música, relaciona ritmo, harmonia e melodia em termos de estrutura e encontra uma relação matemática.
Ou seja, há um apanhado gigantesco de interconexão entre essas duas áreas. O motivo dessa afirmação é que toda a combinação harmônica guarda uma proporção matemática. Quando ouvimos uma sinfonia, as notas chegam aos nossos ouvidos em uma coletânea de frequências.
Cada nota da escala musical possui uma frequência; a frequência é o número de ciclos que uma onda completa por segundo. Quando uma onda sonora completa 440 ciclos, escutamos a nota lá. Já, se a onda repete apenas 396 vezes, temos a nota sol.
Se a frequência fosse o dobro disso, também teríamos a nota sol, porém duas vezes mais aguda, o que chamamos de 1 acima. Geralmente, as harmonias que agradam os nossos ouvidos possuem uma proporção matemática. Essa conta matemática complexa que forma a música costuma ter uma nota como base, o que chamamos de tonalidade fundamental.
Ela é o número que inaugura a equação; todas as demais notas derivam dela, respeitando a sua proporção matemática. Este é um dos aspectos da música. [Música] Ogni corda che vibra, in realtà, non emette soltanto una frequenza, cioè un suono, ma emette tanti altri suoni contemporaneamente, di cui uno è quello principale, detto fondamentale, e gli altri sono suoni secondari, detti anche suoni armonici, che sono contenuti all'interno del suono principale.
Un po' come quello che accade nel mondo dei colori, dove magari i colori dell'arcobaleno sono tutti contenuti, anche se magari vediamo soltanto il bianco. No? Il fatto che ci siano tanti suoni all'interno di uno stesso suono è ciò che rende la musica così ricca e ciò che rende ogni suono più o meno consonante o dissonante con gli altri suoni.
Por exemplo, a melodia da bossa nova vai assim. Se a gente for isolar a melodia, a gente vai ver que temos aqui quatro tons sendo usados. É fácil perceber que esses tons se relacionam a esse [Música] aqui e que cada um deles aponta para esse tom, que é chamado de fundamental ou tônica.
De alguma maneira, essa questão de tom fundamental de repouso dentro da música está mais relacionada à resolução de uma tensão, ou seja, há uma tensão musical que é criada e há uma expectativa de resolução. Não é exatamente uma relação matemática que ocorre; há só essa expectativa de resolução. Ou seja, estamos inclinados, estamos esperando, há uma espera interior para que aquilo se resolva.
Aquela tensão gera desconforto, gera conflito, e a gente espera que aquilo se resolva. A maneira mais fácil da gente perceber isso é se mudarmos o final da melodia e trocá-la por alguma outra nota. Vamos trocar pela segunda nota da melodia.
A segunda nota da melodia é essa aqui, né? Então, você sente que esse tom aqui está dizendo não. Assim mesmo, ele pede, ele força.
Existe uma força nele; você sente uma força para que ele venha a ser fundamental. De maneira análoga, esse aqui é um pouco mais estável, mas ele ainda aponta para esse. [Música] Essa tendência de apontar, como querendo ir para esse alvo, se chama caráter dinâmico do tom.
O caráter dinâmico do tom é o seu significado na língua. A gente tem uma estrutura tripartida. Certo?
A gente tem a palavra, a função significante, que é aquilo que aponta na palavra, e o objeto, que é o significado real da palavra, seja ela escrita ou falada. Então, quando você tem uma palavra ou uma frase, por exemplo, "Aristóteles, todo homem tem o desejo natural de conhecer", cada uma dessas palavras aponta para alguma coisa na realidade, e o seu trabalho de imaginação é justamente reconstituir o que é cada uma dessas coisas: o que é o homem, o que é o desejo, o que é natural, né? E o que é esse saber?
No tom, essa estrutura ocorre de maneira diferente. Todo tom aponta para a fundamental, mas eles não significam o mesmo. O significado do tom não é a fundamental, senão eles teriam todos o mesmo significado.
Isso aqui significaria isso, isso aqui significaria aquilo, e isso aqui significaria aquilo outro. E não teria música. Então, no tom, o seu significado está presente realmente, é diferente da palavra.
A palavra, tipo "cão", não morde, né? Você fala "cão". O cão está em outro lugar, tem uma existência separada.
No tom, o seu significado é como a maneira com que ele aponta para essa fundamental. E isso significa que o significado do tom está sempre presente no próprio tom. Presente de que maneira?
Que tipo? De estar presente, estar em alguma coisa é esse. Ele, obviamente, não é um estar em material, como em "a cerveja está no copo" ou "a carne está na grelha".
Na verdade, o tom pressupõe o material; ele precisa de um meio para se manifestar: uma coluna de ar, ar vibrando, uma corda, ondas estacionárias. Mas não há nenhum dado material que você possa coletar sobre ele que reconstitua o seu caráter dinâmico original. Você pode pegar 300 fotos de um osciloscópio, com todos os detalhes da onda, e você não gerará a força daquele som para ir para o "fa" que está na nossa melodia de Villa-Lobos.
Você pode também mergulhar o quanto você quiser no chamado mundo interior, botar trocentos eletrodos, medir respostas do cérebro a inúmeras frequências e tudo mais, e você ainda não vai ver o caráter dinâmico do tom, porque ele não é uma coisa nem do mundo externo físico, nem do mundo interno; ele é uma terceira coisa. Ele é um fato, um dado do mundo externo, ainda que não físico. Ele não é um mero ser significado, mas ele é uma presença real e completa.
É exatamente esse tipo de estar que a gente encontra no símbolo religioso. Obviamente, isso não quer dizer que o tom musical e os símbolos religiosos sejam a mesma coisa, mas eles têm isso em comum: ambos são forças que transcendem o material, mas que se manifestam imediatamente por meios materiais. Falar de música é muito mais do que falar de arte; falar de música é falar daquilo que mais nos une enquanto espécie.
A comunicação, por meio da organização dos tons, evoca os mais diversos sentimentos. A linguagem escrita trabalha com a relação entre vogais e consoantes; a união de letras forma sílabas, e as sílabas formam palavras. Não é a mera junção aleatória dos primeiros sons que vierem à sua mente que pode ser entendida como algo que carrega significado.
A fala é um tipo de expressão que carrega musicalidade. Através da variação espectral, nossas intenções são transmitidas, ressaltando seu verdadeiro significado. Isso permite a transmissão de informações complexas, modificando o humor e as emoções.
Uma música triste não indica uma situação triste e específica, mas evoca a tristeza em si; nesse sentido, o significado das notas não está nelas, mas no contexto criado por elas. Colocadas em uma determinada sequência, criam uma melodia onde está impressa a linguagem musical. Bom, a gente tem uma música de linguagem, gente, por diversos motivos.
Um deles é por analogia: na música, a gente forma frases, né? E essas frases fazem sentido numa improvisação, por exemplo, como é muito comum no jazz. É comum que se pense no solo como um discurso, uma conversa, uma narrativa, né?
Em que frases longas, frases curtas, pausas certas, repetições de efeito sejam usadas de maneira análoga à maneira que falamos e escrevemos. Um exemplo é se eu pegar aqui o solo do Clifford Brown, "Joy Spring", álbum clássico, né? Eu posso falar sobre ele, e vocês vão ver como serve como discurso.
Por exemplo, eu vou te contar: "velho, esse domingo eu viajei até o mercado de peixinhos, comprei coentro, mas tava fechado e eu tive que voltar a pé pra casa, no centro, porque eu esqueci a minha carteira lá no ônibus lotado. Eu disse: 'Eita, olha só o que ele fez, já era o coentro de ressaca! Pra voltar a pé pra casa no Jordão, entendeu?
'" Ela segue, de certa forma, a língua falada. Mas isso é por analogia, certo? Existe uma maneira que a música é linguagem que não é por mera analogia, né?
É o fato de que, se a gente pega uma mera sequência de tons, né? Um gato caminhando no teclado do piano, você não vai ter uma melodia, né? O que faz uma melodia é uma melodia.
Se a harmonia consiste em ver os relacionamentos entre as notas em vertical, então compreendemos a melodia; a vemos dentro de uma linha melódica que se desenrola no arco do tempo. Se agora eu toco as duas notas com a mesma dinâmica, temos esse efeito: uma música normal, quase indiferente, um padrão. Se eu, em vez disso, me deixo envolver emocionalmente pelo que acontece, da aqui a aqui, então, de alguma forma, preguiçosamente, a segunda nota já muda tudo.
A música, o que acontece? Essa se torna não apenas uma nota em si, mas um movimento de esperança ou de espera por algo que vem. Aqui, se transforma em uma lembrança; mas se eu, em vez disso, quero expressar não uma lembrança, mas algo real, algo verdadeiro, eu toco forte a segunda nota.
Então, essa felicidade é verdadeira. Mas se eu quero viver essa felicidade como uma lembrança, como algo que pertence ao passado, toco suave, e espero um pouco, e se torna algo feliz. Mas, de consequência, essa felicidade se torna também um pouco nostalgia, porque sabemos que há algo que era belo, mas que não pertence ao presente.
Eis aqui um pequeno exemplo do que é a música e de como a música nos permite modelar as emoções. É como se essa linguagem que nos está sendo transmitida falasse não ao nosso corpo; é uma linguagem que te recolhe, é uma linguagem que te interioriza, é uma linguagem que aumenta a tua capacidade de reflexão, é uma linguagem que te nobre, uma linguagem que te desem, é uma linguagem que atinge a tua alma. Um exemplo: Mendelssohn, Félix Mendelssohn, dizia: "com três acordes eu posso fazer sentir mais coisas do que com 300 palavras".
Em termos de emoções, a música é isso: mais precisa. E a gente vê que, quando a preocupação da obra musical é essa, essa evolução da racionalidade, é jogar luz na racionalidade humana, essa música se transforma em um clássico. O clássico é exatamente isso; é aquilo que diz ao homem, e porque.
. . Diz ao homem: ela vai ser eterna, ela vai se perdurar no tempo, enquanto a melodia expressa a linguagem musical e toca nossas emoções mais sublimes.
O ritmo trabalha com outras camadas da nossa percepção. De todos os componentes da música, o ritmo é o mais independente; mesmo sem melodia ou harmonia, um padrão rítmico produz o seu próprio efeito. [Música] For example, the bass, this the body right here, next to our hearts.
I like 120 beats per minute; that's equivalent to the heartbeat of a long-distance run. You see, BPM is the name of the game; it governs how your body moves. For example, it's slow, about 60 BPM.
[Música] 140 BPM cuts speed. [Música] A batida do coração da mãe, ouvida pelo bebê, é o primeiro pulso regular e estável com o qual tivemos contato. Percebemos a batida de maneira mais intuitiva do que a própria melodia de uma música; ela dá as veias no andar de um relógio, dando a cadência de nossas vidas.
O ritmo é tão elementar na música que todos os gêneros musicais possuem um mesmo que sua marcação não possa ser. [Música] Ouvido nessa música, por exemplo, você não ouve elementos percussivos, mas a batida está ali, de maneira implícita. Nas músicas em que a batida é explícita, temos um universo de diferentes possibilidades, que deram luz, explosão de gêneros musicais que surgiram ao longo dos últimos 100 anos.
Todas as variedades de estilos de diferentes partes do mundo compartilham da mesma força: o poder de nos mover e conduzir pelo ritmo das canções. Somos movidos tão intensamente pela batida que temos reações físicas e emocionais quase instantâneas, que condicionam o nosso estado de espírito e interagem profundamente com nossos instintos mais primitivos. [Música] [Aplausos] A batida baixa a nossa guarda; ela pede, incessantemente e cada vez mais intensamente, polaridade e intensidade, que nos deixemos levar.
Veja como eu não preciso nem mesmo de uma percussão para usar os artifícios da batida: basta que eu elimine a melodia e trabalhe com as camadas de baixo da música e me aproveite da gradação de movimento que o tempo já implica por si só. Por exemplo, se eu quero induzir alguém a prestar atenção no que estou falando, com uma suspensão de descrença que se intensifique até uma aceitação e até mesmo uma reação emocional de quem foi cativado, basta começar com a repetição de dois. [Música] Tamente a introdução de tons mais graves, sem grandes implicações tonais; nada de dominantes chamativos, apenas subdominantes menores, b6, bem7, quarto grau.
Vou intensificando a emoção do discurso. Esse ano em que vivemos, privações! Nosso modo de viver mudou bruscamente.
[Música] Perdemos amigos, familiares; deixamos de nos ver na esperança de que possamos nos encontrar no futuro. Bem, quarto grau, aquele clichê do R metal, né? Aí você intensifica o movimento e aí você passa a mensagem apelativa: "Nós, do Governo do Estado, acreditamos que cada tribulação, cada momento de abdicação é uma oportunidade de sairmos melhores, de sairmos unidos rumo a dias compartilhados com aqueles que amamos e por quem abdicamos de um pouco na esperança de ganhar tudo".
Veja que esse foi um truque simples, usando apenas um instrumento que nem tem tanta projeção no espectro de ruídos, né? Aqui, o homem atual, exposto agora, né? Piano.
Agora, você imagine: você bota um pancadão. Né, poder sensualista que isso tem. Nas últimas décadas, a batida não só ganhou protagonismo na maioria das músicas, mas a variedade de notas musicais foi sendo reduzida e ficou em segundo plano, passando a trabalhar em função do ritmo e não o contrário.
Segundo o estudo que analisa a harmonia das músicas populares no Brasil nos últimos 50 anos, encontramos uma queda vertiginosa na variedade de acordes nas músicas. O valor melódico e o valor harmônico chegaram a níveis muito incipientes, praticamente nulos. É jogar luz no ritmo; é jogar luz no componente mais básico do que é uma obra musical.
O ritmo mexe o corpo, a melodia e harmonia mexem a alma. Ele percursa mais imediatamente as paixões humanas. É mais fácil você ter a percepção dele.
Obviamente, para você entrar numa melodia ou perceber uma harmonia. Como as harmonias que aparecem nas obras do barroco, para você entender um arpejo, não sei que você demanda um certo grau de abstração, um certo grau de reflexão para isso. E, sendo que o ritmo move de maneira mais imediata, se você reduz tudo ao ritmo, você só tem uma experiência mais tribal da música.
Você vai entrando em um certo modo de humor; você tem até um cuidado de transe, que às vezes é associado à figura do ritmo, mas você não tem a experiência contemplativa e de percepção da ordem tão claramente. Mesmo a noção do ritmo atual já é muito descolada do padrão clássico. Os antigos olhavam o ritmo associando-o à métrica, à métrica de uma poesia.
Agostinho gasta várias páginas para falar da métrica da poesia e o ritmo. Agora e, hoje em dia, a gente olha só a coisa do ritmo para nós entrarmos nesse tom da batida e entrarmos em um certo estado de humor. Isso é uma redução até do que é o ritmo para a música tradicional.
O ritmo tem um papel muito maior do que isso. Mesmo em obras que possuam um caráter profundamente rítmico, profundamente rítmico, pense em uma valsa, pense em uma tarantela, pense em uma marcha, pense em um bolero. O caráter rítmico é evidente ali.
Mas, se nós colocamos sobre esse caráter rítmico uma melodia e uma harmonia ainda mais tocantes, ainda mais envolventes, o caráter rítmico adquire exatamente o papel que tem: um papel de apoio, um papel de estrutura, um papel de alicerce, mas não um papel de destaque. Veja o ritmo para uma música que quer falar para o homem que quer falar para a racionalidade humana. Uma música que quer se eternizar, uma música que acaba.
Sendo verdadeira, porque ela verdadeiramente fala pro homem verdadeiro, é uma música que não coloca os seus esforços no aspecto rítmico, embora eles existam. Por exemplo, as valsas. .
. Todo mundo conhece a valsa com esse ritmo ternário, né? Todo mundo conhece, por exemplo, uma valsa de Tchaikovsky que tá no final da sua Quebra-Nozes, que ela começa [Música].
A gente sempre pensa em valsas como 1 do 3, 1 do 3, 1 do 3. É o aspecto rítmico na valsa vienense, não é o primeiro tempo, não é a cabeça de tempo que tem a maior importância: 1, 2, 3. Não!
Na valsa vienense, aquela valsa feita para ser dançada naqueles salões maravilhosos, o tempo forte, o tempo que tem que ser mais evidenciado, é o segundo. Então, 1 do 3, do 3, do 3, do 3. Por exemplo, a valsa da opereta de Johann Strauss, ela começa [Música].
Vamos dar um salto pro século XX: Ravel, compositor francês, ele compôs o seu famoso Bolero. No início dessa obra, o que a gente vê anunciando toda a obra é o som da caixa marcando o ritmo [Música] [Aplausos] [Música]. Mas vocês conseguem perceber que, durante todo o desenvolvimento dessa obra, o compositor fez questão de colocar uma riqueza melódica e uma riqueza harmônica que superam o próprio ritmo?
Veja, até mesmo o compositor fez questão de, no início, entoar esse ritmo somente com as caixas, mas, no final da obra, todos os instrumentos estão formulando ao mesmo tempo o mesmo ritmo, e não só as caixas, mas os tímpanos, os violoncelos, dando as cabeças desse tempo, justamente para salientar esse aspecto do Bolero, da dança. Mas, a bem da verdade, observem: a gente praticamente nem presta muita atenção a esse ritmo; a gente presta atenção à riqueza melódica e harmônica que a obra tá propondo. Na música, a batida deveria ser apenas a base para que uma melodia seja construída em cima dela, para extrairmos o máximo que podemos da música.
Para utilizar todas as nossas potências e fazer a música ser algo mais do que prazeres momentâneos, precisamos de todos os seus elementos nas devidas proporções, se baseando na ordem natural das coisas. Se eu encontro essa ordem, então eu tô elevando a minha alma em direção ao Divino. Se não, o meu corpo, aquilo que move o meu corpo, vai determinar o meu gosto musical, e aí a minha alma vai começar a se desalinhar.
Ela se desalinhando, a temperança, a fortaleza, as várias virtudes que se associam a esse equilíbrio da música vão se desfazendo na minha vida, e aí os meus hábitos começam a espelhar a desordem que me chega pelas emoções imediatas, meus desejos, meu corpo, né? E a música tem esse poder de nos mover desse modo. Os antigos tinham uma preocupação tão grande com esse negócio da música; eles sabiam que a influência era tão grande a ponto de eles se perguntarem se tal modo era correto, se tal ritmo era correto.
Platão fala de música que corrompia os jovens. Tem um relato, inclusive, de dois jovens gregos que foram influenciados tanto por uma música sensualista que estava acontecendo, e eles, um modo lá, assim que Boécio se refere a ele, resolveram invadir a casa de uma mulher. Veja, você pode achar isso um exagero, mas olha a quantidade de música que a gente tem hoje, a quantidade de estímulos que a gente tem hoje.
É fato que a música te conduz para algum lugar, então você tem que ter essa noção se você quiser ser livre, porque senão você vai ter mais um fator te conduzindo para algum lugar e você não vai exercer o seu livre arbítrio. Então você tem que seguir aquilo que manifesta o seu gosto musical, te arrasta presente da melodia, porque precisamente o que buscam é excitar o hábito do consentimento e excitar, porque. .
. Indústria dele. Então, o que acontece hoje é que, na tentativa de ter uma música mais acessível, uma música mais palatável para todos nós, nivelamos por baixo.
É muito diferente tornar acessível e nivelar por baixo. O que acontece hoje é o nivelamento por baixo, e esse nivelamento por baixo não é só nivelamento de quais pessoas estão representando a música, é o nivelamento da alma humana. Nós viemos à nossa própria alma por baixo; nós não estamos buscando os elementos mais elevados da nossa alma que percebem a música.
Nós estamos buscando os nossos mais imediatos, né? E aí, claro que a ênfase só no ritmo é associada mais à paixão sensual e à violência. Claro, é o tambor de guerra que vai movendo a pessoa para o ataque.
A paixão sensual tem um elemento rítmico. Você vai reduzindo só a experiências humanas que fazem parte da vida humana, mas sem uma ordem harmônica, e ele se torna uma coisa terrível, ele se torna uma coisa trágica em muitos aspectos. Então, esse elemento é mais ou menos o que acontece com a perda da melodia, da harmonia em relação ao ritmo, né?
Mas a questão que eu me coloco é: o que culturalmente está acontecendo ao nosso entorno? O que está acontecendo na sociedade que tem levado tantas pessoas a preferirem aquilo que os desumaniza? Não foi assim que aconteceu, pelo menos nos últimos séculos, onde a gente via uma preocupação real por parte de grandes expoentes da música em investir no que é a racionalidade, no que é o ser humano.
Hoje, nós vemos um esforço hercúleo de indústrias investindo em algo que retira a racionalidade do ser humano, o deixa mais vulnerável à manipulação, porque assim é: quanto menos informação, quanto menos conceito, quanto menos conhecimento você tem, mais facilmente manipulável você é. E eu não sei onde a gente vai chegar, eu não sei o que se pretende com tudo [Música]. Isso, muito obrigado por assistir à nossa produção!
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