Roma, a cidade eterna, o lugar onde os apóstolos Pedro e Paulo derramaram seu sangue, onde outros mártires enfrentaram feras e onde a fé cristã lançou as suas raízes. No coração da cidade, sob o altar da basílica de São Pedro, estão os restos mortais do homem a quem Cristo confiou a Igreja. Simão Pedro, o pescador da Galileia, tornado a pedra sobre a qual a igreja seria edificada.
Desde São Pedro até os dias de hoje, a igreja sempre teve um líder para conduzir os fiéis. Tivemos papas santos que deram a vida pela fé e papas corrompidos pelo poder secular. Houve um papa esumado meses após a sua morte e sentenciado em um julgamento macábal.
Tivemos papas eleitos sobre o aplauso do povo e papas que subiram ao trono de Pedro através de alianças sombrias. [Música] [Aplausos] Neste episódio da trilogia sobre o papado, vamos conhecer a fascinante história do trono de Pedro, desde a sua fundação bíblica até a era contemporânea da Igreja [Música] Católica. No capítulo 16 do Evangelho de São Mateus, encontramos um dos momentos mais importantes do Novo Testamento.
Aqui, Cristo estabelece Pedro como a pedra sobre a qual edificará a sua igreja. A mudança de nome de Simão para Pedro, que significa rocha, não é meramente semântica. Nas escrituras, toda mudança de nome implica também numa mudança de missão.
Assim como Abraão chamava-se antes Abraão e teve o seu nome mudado e foi feito pai de muitas nações. E assim como Saulo tornou-se Paulo, o apóstolo dos gentios, também Simão Pedro. Simão tornou-se Pedro, aquele que receberia as chaves do reino.
A tradição de alterar os nomes tem esse sentido de retomar a tradição bíblica da aceitação de uma sublime missão por parte de Deus. Na Igreja Católica, a prática de mudar o nome do Santo Padre nasceu apenas no século VI, quando o Papa João eleito no ano de 533, resolveu fazê-lo. Ele nasceu com o nome de Mercúrio, mas não quis usar um nome pagão, um nome que fazia referência a uma divindade pagã e então alterou o seu nome.
aquilo que aparentemente era apenas uma mudança pontual, passou a serviço com um olhar espiritual, teológico e até mesmo pastoral e acabou perpetuando-se na prática da igreja. Conceito de chaves no contexto bíblico também remonta ao livro de Isaías, capítulo 22, versículo 22, onde Deus entrega ao mordomo Eliaquim as chaves da casa do rei Davi, conferindo-lhe autoridade absoluta sobre a casa do monarca. Assim, Cristo aplica essa mesma imagem a Pedro, entregando-lhe as chaves do reino e mudando o seu nome.
Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, deixou Antioquia e seguiu para Roma, onde juntamente com o apóstolo Paulo, estabeleceu definitivamente naquela cidade o centro da cristandade. Vivendo em Roma, no período em que os seguidores de Cristo ainda eram vistos como uma ameaça ao império, Pedro foi perseguido pelo imperador. Paz para os mártires, Pedro.
Paz, paz para eles. Aqui onde Nero governa hoje, Cristo governará para sempre. Nero o perseguiu, o condenou à crucificação.
Porém, por humildade e respeito a Jesus, a quem havia traído, ele pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, pois não se considerava digno de morrer da mesma forma que o seu mestre. Morrer como morreu nosso senhor é muito mais do que eu mereço. Nós podemos mudar [Música] [Aplausos] isso.
O seu martírio aconteceu no circo de Nero, localizado onde hoje está a Basílica de São Pedro, no [Música] Vaticano. Antes de seu martírio, o próprio Pedro indicou o seu sucessor, Lino, seu discípulo, que é mencionado na segunda carta de São Paulo a Timóteo, capítulo 4, versículo 21. Depois sucedeu-lhe Cleto ou Anacleto e depois Clemente chamado de o Romano, e que também é citado por São Paulo na carta aos Filipenses, no capítulo 4, no seu versículo 3.
Inicialmente, o Papa era reconhecido apenas com os títulos de bispo de Roma e sucessor de São Pedro. Mas a partir do século o termo papa passa a ser empregado especialmente no mundo grego em relação aos bispos, arcebispos e também os patriarcas. Mas com o tempo o termo só passou a ser aplicado aos arcebispos e patriarcas e por fim passou a ser aplicado exclusivamente ao bispo de Roma.
O termo papa quer dizer pai, ou mais especificamente trata-se do emprego da expressão carinhosa papai e consagrou-se ao ser atribuído exclusivamente ao bispo de Roma. A igreja copta do Egito, apesar de não estar unida a Roma, ainda hoje conserva o uso do termo papa, aplicando-o ao seu patriarca. [Música] A partir do pontificado de Santo Alexandre, entre os anos de 105 e 115, temos, ao menos em princípio, um começo, um início do processo para a escolha dos pontífices, que passaria da indicação para a eleição, que seria conduzida pelo clero e pelo povo romano.
Assim seria até o século XI, quando a igreja entendeu que deveria salvaguardar o processo de influências externas, garantindo que apenas os cardeais pudessem votar, embora não necessariamente precisassem eleger um outro cardeal. Na história da igreja, leigos, padres, bispos e cardeis já foram eleitos papas. Os que não eram clérigos ou que não eram bispos tiveram a sua eleição validada, mas precisaram receber o sacramento da ordem em sua [Música] plenitude.
do século até a queda do Império Romano no século V, a Igreja viveu longos séculos de perseguição com muitos papas assassinados, outros presos, desterrados ou privados da possibilidade de governar a igreja de forma efetiva. Mas com o édito de Milão, que foi promulgado pelo imperador Constantino no ano de 313, a situação mudou drasticamente e de religião perseguida, o cristianismo passou a gozar dos favores do imperador, embora este não tenha feito dele ainda a religião de estado, o que ocorreria apenas durante o reinado do imperador Teodósio. Porém, a relativa liberdade constantiniana trazia consigo muitos problemas, como o afrouxamento da vivência da fé, já que antes ser cristão significava correr risco de morte e agora era sinônimo de pertencer à fé beneficiada pelo império.
Esse afrouxamento na fé levou centenas de homens e mulheres a se retirarem para os desertos, a fim de buscar uma vida de radical segmento de Cristo e a fim de viver um martírio incluento, isto é, uma vida de sacrifícios, mas sem o derramamento de sangue. Nascia assim a vida consagrada, os primeiros religiosos a viverem como eremitas solitários, mas que com o tempo passarão a viver em comunidades sob a autoridade de um abade e de uma regra de vida. No século VI, a vida religiosa dará à igreja um grande papa que era monge.
Gata-se do beneditino São Gregório Magno, reformador da disciplina do clero, criador do canto chão, canto gregoriano, reformador da liturgia da igreja, grande incentivador do culto aos santos e à suas relíquias, e também grande incentivador da evangelização de populações bárbaras que ainda desconheciam o evangelho, como era o caso da Inglaterra, para onde São Gregório enviará Santo Agostinho da cantuária ou de Canterbury, o primeiro bispo e grande evangelizador da [Música] Inglaterra. No período que antecedeu a queda de Roma, o 47º Papa, a contar de São Pedro, governava a igreja. Era o Papa São Simplício, que governou a igreja entre os anos de 468 e 483.
Nascido em Tívole, durante o seu pontificado caiu o império do Ocidente. Ele dedicou-se à organização do patrimônio da Santa Sé, demonstrando ser um ótimo administrador. Foi sucedido por São Félix I, papa dos anos de 483 a 492.
Este nascido em Roma da nobre família Anscia. Nesta época começaram os primeiros contrastes entre o Papa e o Patriarca de Constantinopla, que séculos mais tarde acabariam por resultar no rompimento do cisma do Oriente no ano de 1054. Esta seria a primeira grande divisão da igreja.
Na sequência desses inícios conturbados da Idade Média, a igreja foi presidida por São Gelásio. São Gelásio foi um pontífice que nasceu na África. Ele procurou sem sucesso chegar à conciliação entre a igreja do Oriente e do Ocidente.
Ele usou as riquezas da igreja, especialmente os bens doados por famílias nobres e também os bens doados por bárbaros convertidos para ajudar o povo durante as carestias e pestilências. Depois de um pontificado relativamente curto, ele foi sucedido pelo Papa Anast, que governará a igreja entre os anos de 496 e 498. O novo Papa se mostrou disposto a fazer concessões à igreja do Oriente, mas atraiu muita antipatia do povo e do clero até ser acusado de heresia.
Durante o seu papado, Cloves, o rei dos francos, converteu-se ao cristianismo e com ele toda a Gália recebeu batismo. A reconciliação entre a igreja do Oriente e do Ocidente só seria conquistada pelo Papa Ormidas, São Ormisdas, que foi papa do ano de 514 a 523. As décadas seguintes assistiram a uma sucessão de papas que já começavam a ser assediados.
pelos interesses do poder do Estado. São Félix foi imposto no trono de Pedro pelo imperador Teodorico. Apesar disso, foi um homem santo, estimado pelo povo e que fez juz ao seu cargo.
O seu sucessor foi Bonifácio II, que teve um pontificado manchado por negociações e concessões com os poderes políticos, além da instabilidade e das pressões que o papado vinha sofrendo por conta dos imperadores bizantinos, que tinham pretensões de conduzir o poder temporal e o poder espiritual, simultaneamente, o que nós chamamos de césar o papismo, sob o governo do Papa João I, de 561 a 574, os longobardos bárbaros entraram na Itália, tornando a situação ainda mais dramática. Roma estava cercada pelos bárbaros longobardos e uma carestia imensa reduziu à fome quase toda a população. A despeito das crises enfrentadas pelos papas, o alcance da igreja se expandiu ao longo da Idade Média, levando populações inteiras à conversão.
Porém, o papado, que deveria guiar as almas cada vez mais numerosas que rebanhava, também se entrelaçava de maneira cada vez mais íntima e, às vezes, até perigosa com o poder secular. Em 25 de dezembro do ano de 800, um momento decisivo ocorreu dentro da Basílica de São Pedro. Diante do altar e sob o olhar atento do clero e da nobreza, o Papa Leão I coroou Carlos Magno como o sacro imperador romano germânico.
Com isso, a Igreja celava uma aliança com a nova ordem política do Ocidente. Colocando a coroa na cabeça do monarca, o pontífice o declarava defensor da fé. Mas essa aliança que deveria proteger a cristandade mais tarde traria consequências [Música] inesperadas.
Com o tempo, os reis e nobres passaram a ver a cátedra de Pedro não apenas como um centro espiritual, mas como um trono que deveria ser controlado como os outros. Algumas famílias se notabilizaram pela enorme influência exercida na escolha dos papas, como foi o caso dos condes de Tusculo, de Roma, os condes de Senh de Anân e dos Médice de Florença. A sé romana instituída por Cristo sobre Pedro estava agora a merculares.
E foi nesse contexto que a igreja se viu à beira de um abismo. O papado entrou em sua era mais sombria, o chamado século de fé. Este é o episódio da história do trono de Pedro, da trilogia especial da Brasil Paralelo sobre o papado.
Para que esse conteúdo possa atingir mais pessoas de forma completamente gratuita, auxilie na divulgação desse vídeo. Basta curtir, compartilhar e se inscrever no canal. O trono de Pedro, estabelecido por Cristo como a pedra angular da igreja, sempre resistiu a muitas tempestades.
Nos Evangelhos, mais de uma vez, Jesus é visto na barca de Pedro, imagem profética da igreja. Tal como no tempo de Cristo, ao longo da história, a barca de Pedro seguiu sendo sacudida por violentas tempestades. Entre os anos de 891 e 1003, a Séra Romana viveu um período que ficaria conhecido como o século de ferro.
O que era para ser um trono espiritual tornou-se um campo de batalha e alvo de disputas entre as famílias nobres da Itália e de outros países europeus. Um exemplo do quanto essas disputas asiam os ânimos está na eleição do sucessor do Papa Gregório X. Com a morte de Gregório X, o Papa que transferiu a sede papal de volta para Roma.
Sede papal encontrava-se em Avinhon, em território francês. O povo temia que um outro papa francês a levasse de volta para Vinho, como havia feito Felipe I da França por interesses políticos. Por isso, o povo concentrou-se diante do palácio onde ocorriu o Conclave e gritou: "Queremos um romano!
" Esse grito ecoou, chegou até os cadeiais e sem saber o que fazer, os cardiais tentaram acalmar os ânimos, apresentando ao povo o velho cardeal romano Francesco Tibaldesque, revestido com os paramentos pontifícios apenas para acalmar a população. Quando o povo ficou satisfeito e se dispersou, o falso papa retirou os paramentos e voltou ao seu posto de cardeal. Na realidade, a eleição ainda não tinha acontecido e a apresentação de um suposto papa teve o efeito apenas de acalmar a população e permitir a realização de um conclave um pouco mais tranquilo.
Nesse conclave saiu eleito o Papa Urbano VI, o qual sequer era romano, mas sim um napolitano. De todo modo, o povo o aceitou muito bem. O fato realmente aconteceu, mesmo que haja diferença, né, na maneira como alguns historiadores contam o fato.
Entre luzes e sombras, disputas por poder e a busca por conduzir dignamente a barca de Pedro, a igreja seguiu seu caminho, lutando por sua liberdade e seus direitos. Essa tentativa de demonstrar sua vocação, os seus direitos e a sua missão, muitas vezes foi entendida pelos poderes seculares como uma insubordinação à autoridades políticas, fazendo com que muitos papas fossem presos, exilados, agredidos e até assassinados. Foi nesse contexto que se desenrolou um macabro e perturbador julgamento do Papa Formoso.
O pontificado do Papa Formoso, iniciado no ano de 891 e fo no ano de 896, foi muito difícil. Havia uma verdadeira guerra entre os moradores de Espoleto e os alemães que pretendiam governar a Itália. O papa Formoso coroou Lamberto de Espoleto como imperador.
Porém, vendo a maléfica influência de Algitrudes, a mãe de Lamberto, o Papa coroou também o alemão Arnulfo. Após a morte do Papa, provavelmente por homicídio, a Giltrudes convenceu o novo Papa Estevan VI a fazer um julgamento póstmorten de Formoso, o sinodo cadavérico. O cadáver mumificado foi então esumado, revestido com os paramentos pontificais e colocado num trono diante do tribunal instalado na basílica do ladrão.
Tudo isso diante de uma grande assembleia que perplexa assistia a este julgamento. O historiador Gregorvius, grande historiador dos papas, assim descreve uma macabra acontecimento. Diz o historiador: "O advogado do Papa Estevão", levantando-se, dirigiu-se à múmia e fez as acusações.
Estevão então perguntou ao defunto: "Como foi que você, homem ambicioso, teve a coragem de usurpar o trono de São Pedro? Um diácono, assustado e sentado ao lado do Papa morto, levantou-se e tentou defendê-lo, fazendo as vezes de advogado de defesa. Formoso, foi julgado e foi condenado, sendo declarado um papa indigno e ilegítimo.
E todos os seus atos foram anulados, totalmente apagados. Inclusive as ordenações sacerdotais foram declaradas inválidas. Arrancados os paramentos do Papa.
Cortaram-lhe três dedos da mão direita, a mão com a qual Formoso abençoava o povo, e lançaram-no fora da basílica em meio a gritos selvagens. Em seguida, jogaram o cadáver nas águas do rio Tibre. Um monge conseguiu encontrar o corpo e o sepultou.
Alguns meses depois, os partidários dos alemães derrotaram os partidários de Lamberto e se vingaram. prenderam o papa Estevão, que foi estrangulado na prisão. O papa seguinte, Teodório II, descobriu onde se encontrava o corpo do Papa Formoso e então o levou solenemente para ser enterrado ao lado de outros papas na Igreja de São Pedro, reabilitando a sua memória e reconhecendo a validade de todos os seus atos pontifícios.
Nenhum outro papa, depois disso, voltou a escolher para si o nome de Formoso. Mas os escândalos não pararam. A igreja continuava refém das disputas políticas.
Mulheres da nobreza, as matronas das tradicionais famílias romanas, como Marósia, da família Teofilacto, chegaram a interferir nas escolhas papais, manipulando as decisões e impondo parentes ao trono de Pedro. No ano de, a própria Maróscia conseguiu que o seu filho ilegítimo subisse ao trono pontifício com o nome de João X. Seu filho foi um dos papas mais corruptos da história da igreja.
No final do século X, o estado do papado era tão crítico que muitos temiam pelo futuro da igreja. Mas em meio a essa decadência, um novo movimento começou a surgir. Uma fagulha de esperança se acendia nos mosteiros, preparando o caminho para a restauração do trono de Pedro.
O século de ferro foi uma ferida aberta na história da igreja, mas como tantas vezes no passado, da ruína brotaria a renovação. A restauração do papado não veio do poder político ou da nobreza. Ela começou nos mosteiros, na vida silenciosa dos monges que se dedicavam à oração e ao trabalho.
Em 910, na Borgonha, surgiu um dos maiores movimentos espirituais da Idade Média, a chamada reforma de [Música] Clini. Os monges cloneacenses rejeitaram a interferência secular na igreja. Eles pretendiam renovar a igreja através do bom testemunho, da reordenação das suas próprias vidas, do estudo constante da vivência sacramental, da prática da caridade, da oração.
Eles defenderam que o papado fosse purificado e que retornasse às suas origens apostólicas. O movimento teve amplo impacto através da multiplicação de mosteiros que foram reformados e refundados por toda a Europa. No século seguinte, os papas recuperaram sua autoridade moral e espiritual, afastando interferências externas indevidas.
No ano de 1996, com o apoio do sacro imperador romano germânico Oto I, foi eleito o Papa Gregório V, o primeiro papa alemão. Ele deu início à moralização da igreja e a recuperação da serra romana. O seu sucessor, Silvestre I aprofundou essa reforma e preparou o papado para entrar no segundo milênio.
Seria o segundo milênio que iniciaria já com um papado mais forte e totalmente renovado. Mas o divórcio entre a missão espiritual da igreja e o poder secular não deixaria de gerar conflitos entre as instituições, como o caso enfrentado pelo Papa Gregório VI, eleito no ano de 1073 e considerado um dos mais importantes papas da Idade Média. Por sua enérgica defesa dos valores espirituais, em detrimento de uma visão puramente laica do estado, Gregório VI entrou em choque com Henrique, rei da Alemanha e imperador do Sacro Império Romano Germânico.
Henrique pretendia fazer um governo onde ele pudesse interferir no poder da igreja, mas não admitia que a Igreja interferisse em suas escolhas. O embate o Papa e o imperador foi longo e duro. Na noite de Natal do ano de 1075, durante a celebração da missa na Basílica de Santa Maria Maior, Gregório VI foi levado preso para uma torre pelos emissários do imperador.
O povo, porém, logo se mobilizou e libertou o Papa, trazendo de volta a Basílica de Santa Maria Maior. Henrique I expulsou papa do seu cargo, mas Gregório escomungou o imperador, obrigando mais tarde, no ano de 107, a uma dura humilhação pública na porta do Palácio de Canoça, onde o Papa o fez esperar de um dia para o outro para recebê-lo. Estava nevando.
O imperador veio procurar o papa na cidade de Roma, não o encontrando. E sabendo que se encontrava em Canoça, no palácio de Matilde de Canoça, o imperador para lá se dirige. Quando o Papa é informado da presença do imperador, resolve deixá-lo dormindo ao relento, de um dia pro outro para ver se realmente ele estava de fato arrependido.
Imaginando que o imperador estava de fato mudando a sua visão, o Papa então o recebeu. Simulando arrependimento, Henrique IV prostrou-se diante do Papa. O Papa o perdoou e escreveu uma bula, reconsiderando as suas condenações anteriores e suspendendo a excomunhão que havia lhe dado pouco tempo antes.
O imperador, no entanto, sem arrependimento genuíno, preparou uma vingança. Armou diversas ciladas contra o Papa, tornando a ser escomungado. Voltando à Itália, Henrique I invade a cidade de Roma no ano de 1084 e se fez coroar imperador por Clemente, um antipapa, um papa ilegítimo, ou seja, alguém que reclamava para si o título de papa sem selo de fato.
Forçado ao exílio pela invasão, Gregório VI morreu na cidade de Salerno no ano de 1085. O historiador dos papas Gregoró assim comenta o conhecido episódio de Canossa. Diz o historiador: "Na história do papado brilharão eternamente dois episódios.
Leão diante do qual o formidável conquistador Átila se retrai e Gregório, diante do qual se ajoelha Henrique IV em trage de penitente. A vitória do fraco monge tem mais direito à admiração do que todas as vitórias de Alexandre. de César e de Napoleão.
No coração da Renascença, a Igreja Católica enfrentava uma época de grandes transformações. O Papa Leão X, filho de Lorenzo, o Magnífico, empreendeu a demolição da antiga basílica de São Pedro, dando lugar ao ambicioso projeto de Michelângelo. Para financiar essa obra monumental, ele autorizou uma arrecadação de fundos que inadvertidamente acenderia a fagulha da reforma protestante.
O dominicano Tetzel empregou métodos questionáveis para angarear fundos, provocando a ira do monge agostiniano Martinho Lutero. A denúncia de Lutero, contra essas práticas foi apenas o início de um movimento que almejava uma reforma muito mais ampla da Igreja, que culminaria na sua excomunhão e na divisão da cristandade ocidental. Leão X, de natureza tranquila, contrastava com o seu predecessor, o belicoso Papa Júlio II.
Grande mecenas que protegeu as artes e as letras, encomendando obras a gênos como Rafael e Michelângelo, que ainda hoje adornam o Vaticano. O legado de Leão X é complexo, criticado por sua fraqueza espiritual e apego aos prazeres mundanos. No entanto, atualmente, muitos historiadores tendem a sugerir que Leão X fosse um papa atormentado entre as exigências políticas do seu cargo e o seu senso de fé.
A sua morte em 1521 marcou o fim de uma era de esplendor artístico e também o início de um novo período de turbulência para a igreja. O século X viu a igreja enfrentar a sua maior fição interna desde o grande cisma do Oriente em 1054. Sua reação foi o Concílio de Trento, o mais longo da história, que durou 18 anos e foi convocado em 1545 pelo Papa Paulo I.
Esse concílio definiu a doutrina católica de maneira extremamente clara. pedagógica e didática e muito bem organizada como meio de combater os erros da reforma protestante. Tratava-se da chamada contra reforma católica.
Outro papa de destaque no período foi Pio V, um líder auster reformador. Este Papa dominicano eleito em 156 dedicou-se a três objetivos principais: a reforma da igreja, a aplicação dos decretos do Concílio de Trento e a organização de uma nova cruzada contra os turcos. Pio Vinto fortaleceu a Inquisição, fundou a congregação do índice dos livros proibidos e impulsionou a fundação de seminários.
Sobado, Santo Tomás de Aquino foi proclamado doutor da igreja. O seu maior triunfo político foi a formação da Liga Santa, que derrotou os turcos na batalha de Lepanto em 1571. Um momento crucial para a história da igreja e para a história mundial.
Enquanto isso, a Europa mergulhava em conflitos religiosos. A guerra dos 30 anos, que veio pouco tempo depois, devastou o continente e novas correntes de pensamento começaram a desafiar autoridade da igreja. O racionalismo e o Iluminismo questionavam a própria possibilidade da revelação divina, pavimentando o caminho para o ateísmo do século XIX.
O século XIX trouxe novos desafios paraa Igreja Católica. Pio VI, eleito no ano de 1800, teve que navegar pelas águas turbulentas da era napoleônica. Após negociar uma concordata com Napoleão, foi posteriormente preso e exilado quando se recusou a ceder às exigências do imperador francês.
Sua firmeza, diante da diversidade se tornou lendária. Por sua vez, o pontificado de Pio Io, o mais longo da história depois de São Pedro, 32 anos de pontificado, foi marcado por eventos dramáticos. Inicialmente, visto como um liberal, Pio Io adotou uma postura mais conservadora após as revoluções de 1848, que eiram por toda a Europa e ficaram conhecidas como a primavera dos povos.
Sob o seu papado, o estado pontifício perdeu gradualmente seus territórios, culminando na perda de Roma no ano de 1870. Apesar disso, Pio Io proclamou dogmas importantes, como o da Imaculada Conceição em 1854, e o da infalibilidade papal em 1870. O século XX viu a igreja enfrentar as duas guerras mundiais e o surgimento de ideologias totalitárias.
Pio 11 condenou o nazismo e o fascismo em encíclicas corajosas. O fascismo foi condenado na encíclica Nonamobisonho e o nazismo foi condenado na encíclica Mitendersorg. [Música] [Aplausos] Seu sucessor Pio 12 enfrentou acusações de silêncio durante o holocausto, embora evidências históricas surgiram que ele trabalhou nos bastidores para salvar milhares de judeus.
Historiadores judeus como Pinchas Lapid e Mark Heblin escreveram obras recentes que tratam da ajuda que Pose prestou aos diversos grupos de judeus que foram amparados pela igreja durante esse período. Abemos papa. De carisma inesquecível por grande parte da população adulta do tempo atual foi o pontificado de João Paulo I, que se tornou papa em 1978, falecendo em 2005.
Ele, nascido na Polônia, foi o primeiro papa não italiano em quatro séculos. Ele soube aproveitar os extraordinários avanços tecnológicos nos meios de comunicação, levando a sua imagem e a mensagem da igreja para onde nenhum antecessor havia sonhado levar. Ele foi um dos responsáveis pela queda do comunismo na Europa e visitou pessoalmente muitos países.
Foi contestado, sofreu dois atentados, mas ao falecer as principais autoridades mundiais compareceram massivamente para homenageá-lo como um dos maiores líderes mundiais do século XX e do início do século XX. O conclave que se seguiu escolheu o cardeal Joseph Hatzinger, antigo prefeito da Congregação para Doutrina da Fé como Papa. Assumindo o nome de Bento X, defendeu a tradição sem desprezar as atualizações da igreja.
Graças. Em fevereiro de 2013, renunciou ao ministério petrino, recolhendo-se no mosteiro Materecllésia, onde faleceu com 93 anos. Com sua renúncia, os cardeais escolheram o argentino Jorge Mário Bergolho como novo Papa que tomou o nome de Francisco.
Bona Páscoa. Bona Páscoa. A história do papado é a história da luta entre a fragilidade humana e a promessa divina.
Nunca ouvi. Pedro foi escolhido por Cristo, mas negou seu mestre três vezes. Ainda assim, ele se tornou a rocha sobre a qual a igreja seria edificada.
Ao longo dos séculos, a barca de Pedro enfrentou tempestades ferozes. Reis buscaram dobrá-la, papas indignos a mancharam. Mas em meio às sombras do poder profano, continuou brilhando na igreja o farol da promessa de Cristo.
As portas do inferno não [Música] prevalecerão. Abemos papa.