Salve, queridos! Eu sou o professor Murilo Melo de história! E trago para vocês hoje o universo do cangaço.
Vamos mergulhar nesse tema? Bom, primeiro a gente vai ver a origem do termo. Alguns historiadores afirmam que cangaço vem de canga, que é aquele objeto que o gado trazia nas costas e levava muitos produtos.
Os cangaceiros, por levar a sua casa no seu corpo, eram chamados assim em alusão à palavra canga, cangaceiro, cangaço. E a maioria era de camponeses pobres. As questões sociais e econômicas estão relacionadas com o universo do cangaço.
Eles são frutos do universo da caatinga, da pobreza, da República Velha, da falta de participação e ausência do Estado naquela região. Mas eles entraram para a história como representantes do banditismo. Eles praticavam crimes, eram violentos, viviam da pilhagem, do roubo tanto de rico, quanto de classe média, de pobre.
Eles não tinham essa distinção. Esse romance criado associando a figura dos cangaceiros a Robin Hood não é muito bem visto pela historiografia. E alguns cometiam estupros, eram perversos com as mulheres, como era o caso de Zé Baiano.
Lampião não vai ser o primeiro cangaceiro da história. Antes dele, vai ter Cabeleira, de Pernambuco, século XVIII; vai ter Lucas da Feira. Aqui a imagem de Lucas da Feira, da região de Feira de Santana, que vai ter seu bando, vai ser morto, assassinado.
Vai ter a cabeça cortada. Sua cabeça vai ser trazida pra Salvador, como vai acontecer com tantos outros. Agora chegou a hora de a gente falar de outros cangaceiros importantes no séc.
XX, que é a figura de Jesuíno Brilhante e Antônio Suvino. São dois homens, extremamente, importantes antes de Lampião. Quando Lampião chegar aí o cangaço vai se popularizar e vai se tornar famoso no mundo todo.
Vamos lá! Lampião é considerado o "Rei do Cangaço". E ele vai ser uma das biografias mais estudadas em todo o séc.
XX. Eu trago aqui pra vocês uma imagem do Rei do Cangaço. Lampião nasce em Serra Talhada, na região de Pernambuco.
Pertenceu, inicialmente, ao bando de Senhor Pereira, depois ele vai ter o seu próprio bando. Senhor Pereira vai largar o cangaço. E aí ele vai começar a exercer seu poder de mando, seu poder de extorsão e de medo em todo o Nordeste.
Com várias táticas de guerrilha, ele vai tocar o terror no Nordeste. O cangaço vai ter a participação feminina. A gente vai ter a participação primeiro de Maria Bonita no final da década de 1920 do séc.
XX. Maria Bonita chamada sempre de Maria Déa ou Maria de Déa. Ela é filha da Bahia, do interior da Bahia, da região de Paulo Afonso.
E ela vai ter também outras companheiras. Vai ter a introdução de Dadá, que vai ser companheiro de Curisco. Ele, inclusive, vai ser assassinado depois de Lampião, na Chapada Diamantina, região de Barra do Mendes.
Ele não vai se entregar. . .
Tinha um mandato de Getúlio dizendo que se se entregasse até determinada data seria perdoado. . .
Ele vai preferir não se entregar, vai viver escondido com ela, mas vai ser assassinado. Ela ficará viva e vai viver o resto de sua vida em Salvador, onde vai morrer na década de 1990. Mas o cangaceiros não estavam sozinhos.
Eles tinham todo o apoio logístico de coiteiros. Coiteiros eram pessoas civis que apoiavam a logística dos cangaceiros, davam água, comida, abrigo, enfim. E os cangaceiros vão ser perseguidos pelos seus inimigos, que são as volantes contratadas pelo governo, principalmente no governo de Getúlio Vargas.
. . Vai se dar o fim do cangaço no Estado Novo, iniciado em 1937.
Getúlio não vai admitir um poder paralelo rivalizando com o poder do Estado. E a figura que vai se destacar é a figura do Tenente Bezerra. Esse homem vai perseguir o bando de Lampião e vai conseguir assassiná-lo numa fazenda na Grota de Angicos, em Sergipe.
Depois da sua morte, as cabeças serão degoladas e trazidas para algumas cidades do Nordeste, onde vão ser expostas. Aqui vocês estão vendo a exposição das cabeças em uma escadaria. E o cangaço vai aos poucos terminar.
O Estado brasileiro não vai permitir esse poder paralelo. Hoje, alguns historiadores, alguns antropólogos e sociólogos associam a figura do cangaço a outros elementos que existem na sociedade atual, é o caso de algumas facções criminosas. Mas os dois guardam suas devidas diferenças e algumas similaridades.
Eu vou agradecer imensamente a atenção de vocês. Eu vou ficando por aqui. Compartilhem o nosso vídeo, curtam o nosso vídeo, compartilhem também o nosso canal.
Um abraço enorme do professor Murilo Melo!