Continuando a nossa série de vídeos aqui sobre o diagnóstico diferencial de autismo, hoje eu trouxe o transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva, que é um transtorno às vezes também confundido com o quadro de autismo, sobretudo em uma avaliação inicial, em uma primeira conversa. Porque sim, existem alguns pontos de contato, alguns pontos de interseção; por isso, eu sinto que vale a pena conversar sobre esse transtorno. Então, a personalidade, como o próprio nome já diz, depende de uma construção ao longo da vida, ao longo da infância e da adolescência, que é quando a personalidade vai sendo formada, uma personalidade mais definitiva, mais estável.
Então, o diagnóstico de transtorno de personalidade também, geralmente, só vem na fase adulta, no início da fase adulta ou no final da adolescência. E, no caso do transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva, nós vamos ver um padrão difuso de comportamento, um modo de operar, um jeito de ser muito marcado pela preocupação com a ordem, com a ordenação, com a organização do ambiente. Então, essa pessoa tende a ser muito perfeccionista.
Ela tende a querer controlar o ambiente, as pessoas, os horários. Isso aparece tanto em um controle mental sobre as suas próprias atividades e reflexões, quanto no contato interpessoal. E isso tem um custo, que é a flexibilidade mental.
Então, essas pessoas costumam ser muito rigorosas, muito metódicas, às vezes até conservadoras. Tendem a ser muito críticas em relação ao comportamento das outras pessoas; talvez elas não tenham muita abertura. A experiência é que o mais comum é que não tenham essa flexibilidade para determinadas alternativas, tanto de pensamento quanto de comportamento.
Atividades, por exemplo, não vão gostar de surpresas; a rotina delas, no trabalho, por exemplo, nos estudos, pode ser muito comprometida. Eu tenho certeza de que vocês já ouviram alguém dizer que está estudando, está lendo um texto, e aí aparece uma palavra lá que a pessoa não conhece. Naturalmente, a pessoa vai buscar no dicionário para saber o significado.
Só que essa busca costuma ser muito demorada. Então, ela acaba perdendo efetividade, não conseguindo estudar tudo o que gostaria, porque para muito, interrompe muitos estudos, toda vez que vê algum detalhe ou algo que não conhece profundamente. Então, ela para e acaba não conseguindo render nas suas tarefas.
De acordo com o DSM-5-TR, é necessária a presença de pelo menos quatro de oito características que eu vou listar aqui. A primeira delas é que a pessoa é tão preocupada com detalhes, com minúcias, com regras, com listas, que ela tem com o modo como as coisas precisam acontecer, com a ordenação do ambiente, a organização do espaço ou da agenda, com os horários, a ponto de o objetivo principal da sua atividade, dos estudos ou do trabalho, ser completamente perdido às vezes, porque ela é muito detalhista. E aí acaba adiando demais o resultado.
Isso pode deixar as pessoas impacientes e, às vezes, acaba trazendo prejuízos. Esse é um ponto que tem contato com o autismo, porque a pessoa autista também pode ter adesão inflexível a rotinas. O segundo ponto de semelhança é que as pessoas com TPOC podem demonstrar um perfeccionismo muito acima da média e isso interfere também na conclusão das tarefas.
Por exemplo, às vezes, a pessoa não consegue completar um projeto porque ela tem esses altos padrões de exigência, que geralmente são autoimpostos, não impostos pelo outro. Como ela tem um rigor muito grande, sente que não consegue atingir esses padrões. Então, a pessoa está sempre insatisfeita e, em vez de reduzir o perfeccionismo, ela dobra a aposta; a pessoa vai ficando cada vez mais rigorosa, cada vez mais metódica, cada vez mais hipervigilante em relação ao ambiente e às suas próprias atividades, ou aos projetos e textos que está entregando.
E isso consome, claro, energia, consome tempo e, às vezes, ela não consegue entregar nenhum trabalho. Em vez de entregar um trabalho excelente ou bom, ótimo, ela não consegue entregar nenhum trabalho. E as pessoas autistas também podem ter essa dificuldade, podem ser muito perfeccionistas e acabam, às vezes, perdendo a produtividade, perdendo tempo e, às vezes, até credibilidade no trabalho, por conta desse rigor.
Então, a princípio, essas duas condições podem ter esse ponto de contato. O terceiro ponto de semelhança é ser excessivamente dedicado ao trabalho, excessivamente dedicada aos estudos, ser muito produtivo ou produtiva e não perceber que está deixando o lazer, as amizades, a família de lado. A pessoa acaba realmente ficando tão focada no que precisa entregar, seja um projeto no trabalho ou na escola ou na faculdade, geralmente, porque estamos falando de pessoas adultas, que ela se esquece das outras pessoas, não dá atenção, mesmo porque a prioridade dela é a produtividade.
E, nesse caso, o DSM-5-TR deixa claro, deixa explícito que isso não pode ser justificado por uma necessidade financeira, porque às vezes a pessoa precisa realmente cuidar da família. Então, vai trabalhar em três empregos, às vezes vai trabalhar pelas madrugadas, mas isso tem um prazo. Ou então é realmente por uma necessidade médica; também, quando se formam, vão dar plantões e, portanto, passam muito tempo distantes da família e dos amigos e precisam negociar isso, se explicar.
Eles mesmos se sentem mal, então talvez se desculpem. No caso da pessoa que tem o TPOC, ela não tem também essa crítica e, às vezes, pelo contrário, critica o seu entorno por não ter esse mesmo comportamento de dedicação e foco no trabalho a todo custo e fala que, para crescer, tem que ser assim e tal. As pessoas acabam estranhando, então, tem prejuízos para os seus laços afetivos.
E, no caso da pessoa que tem autismo, ela também pode ser excessivamente dedicada ao trabalho, só que aí, quando nós estamos fazendo a entrevista, nós percebemos que as motivações são diferentes. Então, isso pode acontecer porque ela tem dificuldades nas interações, dificuldades para formar vínculos. Então, talvez ela não consiga fazer amizades, ter um namorado, formar uma família.
Isso causa um sofrimento extremo. Em alguns casos, é assim; em outros, a pessoa também talvez não tenha motivação social, não tenha traquejo. Também existe a falta de reciprocidade sócio-emocional, e isso vamos observar desde a infância, desde os primeiros anos escolares, e na adolescência também.
E aí, pelas respostas da pessoa, é que vamos fazer essa diferenciação. O quarto critério do TPOC é ser excessivamente consciencioso. A conscienciosidade, lembrando aqui, é um fator da personalidade, e o sinônimo, ou palavra semelhante, é responsabilidade, confiabilidade.
Então, a pessoa que é conscienciosa entrega resultados; ela é muito comprometida com as tarefas, é muito responsável com os estudos. Mas aqui, no TPOC, vai aparecer como excesso de escrúpulos, de pudor. Às vezes, a pessoa também, novamente, é muito inflexível quanto a assuntos morais, a regras de etiqueta, ética, a valores.
Então, isso parece excelente; realmente, nós prezamos pelos valores, pela excelência, pela magnificência, como eu falo com os meus alunos. Só que ser moralista é diferente. Então, todos nós somos humanos, nós cometemos nossos erros, e por isso sabemos que o outro também tem as suas vulnerabilidades, e isso nos conecta.
No caso da pessoa que tem o TPOC, não; ela, além de se criticar muito e de estabelecer altíssimos padrões morais, tende a cumpri-los, mas fica o tempo inteiro vigiando o ambiente, criticando as pessoas que não têm esse mesmo nível de comportamento dela. Então, isso acaba também afetando os relacionamentos. E, novamente, o DSM-5-TR esclarece que esse tipo de comportamento não pode ser explicado por uma identificação cultural ou religiosa.
Então, dentro de uma comunidade religiosa, as pessoas vão conversar dessa mesma forma, vão usar o mesmo vocabulário, vão estabelecer as suas regras, vão seguir. Mas a pessoa que tem o transtorno de personalidade obsessiva-compulsiva excede esses padrões. Então, mesmo dentro da comunidade religiosa, mesmo dentro do seu ambiente cultural, esse tipo de comportamento chamará a atenção.
E, fora dos ambientes mais rigorosos e conservadores, tende a chamar ainda mais atenção. No caso das pessoas autistas, pela adesão inflexível a rotinas, regras, normas, elas podem ser também inflexíveis, muito conscienciosas, e estabelecer altos padrões morais, mas aparece de maneira diferente. Também existe um sofrimento quando algo foge ao padrão, e essas pessoas, às vezes, são muito incomodadas com comportamentos racistas, preconceituosos, com etarismo, capacitismo.
Tudo que pode ofender as outras pessoas, às vezes, faz com que a pessoa autista, mesmo sendo mais introspectiva ou mais reservada, talvez saia desse lugar de passividade para defender as outras pessoas. Isso acontece tanto porque, às vezes, a pessoa autista passou por situações ofensivas em que foi injustiçada, e então acaba criando esse comportamento de defesa e de proteção ao outro. Às vezes, são muito generosas, participam de projetos sociais e são ótimas nesses assuntos.
E também acontece por conta da adesão inflexível a rotinas, aos padrões, porque elas percebem que isso não pode acontecer. Então, talvez por isso, esse comportamento, que aparece nas duas condições, possa ser confundido e, às vezes, até levar a um diagnóstico equivocado. Mas, novamente, quando vamos observar as motivações, são diferentes, e também o histórico da pessoa é completamente distinto.
Nós precisamos traçar essa linha do tempo e observar, já que o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. Nós tendemos a observar esse padrão de comportamento, de raciocínio, as emoções, as dificuldades, ou mesmo essa inflexibilidade desde os primeiros anos. Lembrando que, sim, eventualmente, a pessoa vai ser mais flexível na infância; a pessoa autista, às vezes, vai ficando mais rigorosa, seja por compensação, seja pelas vivências, ou às vezes também porque as demandas sociais e outros desafios vão aumentando ao longo da vida.
Tanto na adolescência quanto na fase adulta, a tendência é de que a criança, o adolescente, perca a estrutura também, a mediação dos adultos, e tenha que dar conta de mais atividades. Então, tudo isso, às vezes, faz com que a pessoa vá ficando um pouco mais engessada. Mas são comportamentos com motivações e causas distintas.
O quinto critério do TPOC é a incapacidade de descartar objetos usados ou sem valor, sem valor monetário, mesmo quando eles não têm nenhum valor emocional ou sentimental. Então, as pessoas que têm o transtorno de personalidade obsessiva-compulsiva geralmente vão colecionar canetas que já não têm carga, embalagens de desodorante ou hidratantes, e o armário vai ficando muito cheio. Às vezes, o marido ou a esposa fica muito aflito porque a casa está entulhada, e isso é diferente também do transtorno de acumulação.
Aqui, precisamos de mais critérios relacionados. Se a pessoa tiver só esse comportamento, essa tendência, geralmente ela vai receber o diagnóstico de transtorno de acumulação, mas no caso do TPOC, ela faz isso porque talvez sinta que algum dia usará aquele restinho de creme. Seria um desperdício jogar a embalagem fora com 1 milímetro de desodorante, ou que a caneta, talvez um dia, vá acrescentar um pouquinho de álcool para continuar usando.
Então, seria mais parecido com o que as pessoas chamam, no senso comum, de muquirana, da pessoa que é um pouco mesquinha ou típica. Ela fica muito fixada ali na economia, no que ainda pode fazer ou reciclar. Já no caso do autismo, isso tende a acontecer porque a pessoa faz categorização, ela faz seriação, empilha os objetos.
Às vezes, ela monta uma configuração de brinquedos no quarto e fica muito aflita, também muito incomodada, se alguém muda esse jeito dos objetos, dos brinquedos, porque para ela aquela organização física do ambiente traz um conforto emocional, traz um conforto interno. Os pais, às vezes, têm dificuldades até de mudar a mobília, de fazer uma reforma, porque toda alteração no. .
. Ambiente pode causar uma instabilidade para a pessoa autista, uma ansiedade maior, porque ela precisa da previsibilidade. E, às vezes, se desapegar dos objetos pode causar esse desconforto.
Além disso, os hiperfocos, os interesses especiais, talvez façam com que a pessoa acumule também pedacinhos de objetos: pedrinhas, brinquedos ou algum elemento desse interesse especial. Então, talvez ela pareça acumuladora. O sexto critério do TPOC é relutar em delegar tarefas.
E, às vezes, a pessoa realmente não consegue trabalhar com outras pessoas, não consegue ter colegas de trabalho, a menos que essas pessoas se submetam à sua forma, a uma forma exata, muito metódica, muito determinada de fazer as coisas, de executar uma determinada tarefa. Então, às vezes, a pessoa nos conta: "Realmente, eu prefiro trabalhar sozinha, não gosto de companhia, e sempre que alguém entra na minha equipe, sinto que atrapalha". Então, eu digo claramente: "Se quiser trabalhar comigo, tem que ser do meu jeito.
" A pessoa verbaliza isso com naturalidade. E, no caso da pessoa autista, ela também pode ter esse rigor, mas por uma dificuldade de compreender as informações que o outro traz; às vezes há dificuldade de entender as pistas sociais, as expressões faciais dos outros. Então, talvez a pessoa realmente fique sobrecarregada porque não compreende se está conversando da maneira certa, se está transmitindo as orientações com clareza.
Então, por uma confusão social, talvez essas pessoas acabem se retraindo e prefiram realmente o trabalho individual, em que não precisem ter esse desgaste de ficar o tempo inteiro monitorando a si mesmas e também monitorando o ambiente, se o ambiente está dando feedbacks mais positivos, se as pessoas estão gostando da colaboração dela. Então, novamente, o mesmo comportamento pode aparecer por motivações distintas nas duas condições. O sétimo critério do TPOC é adotar um estilo de vida muito econômico.
O DSM-5 fala realmente de um estilo miserável de gastos, tanto em relação a si mesmo quanto em relação às outras pessoas. Por isso, às vezes, a gente pensa em um personagem como Tio Patinhas. E, na verdade, o dinheiro para essa pessoa que tem o transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva realmente é visto como algo a ser acumulado; não é algo para ser gasto, pois a pessoa pensa que, se houver uma catástrofe — geralmente é uma pessoa mais pessimista que vê só cenários catastróficos —, então, caso isso aconteça, algo de ruim, ela vai ter a sua proteção.
E só vai acumulando, acumulando as suas louças maravilhosas, não usa, não oferece o melhor à sua visita ou presentes às pessoas que gosta. Se ela precisa realmente presentear, vai ser algo muito simples. Talvez isso não demonstre o real valor da outra pessoa e vai gerando esses desgastes nos relacionamentos.
Por isso é um transtorno. Novamente, toda vez que estamos falando de transtornos mentais, vamos pensar em intensidade e frequência suficientes, né, desses sinais ou sintomas para causar prejuízos clinicamente significativos. Agora, no caso do autismo, a pessoa também, às vezes, adota um estilo de vida mais minimalista e, às vezes, realmente tem dificuldade com gastos, mas porque ela tem essa adesão inflexível a rotinas.
Ou às vezes ela precisa economizar em uma coisa para sustentar os seus hiperfocos; às vezes ela tem muita sensibilidade sensorial, não consegue ir a um shopping. Às vezes, ela vai dar um presente mais simples porque não consegue refletir, às vezes não tem essa ideia de reciprocidade socioemocional e vai ter dificuldade para imaginar o que pode agradar o outro. Então, se ela tem hiperfoco, por exemplo, em super-heróis, talvez ela presenteie o outro com o que ela gosta.
Isso pode gerar ruídos de comunicação, mas não tem as mesmas motivações, as mesmas causas nos dois transtornos. E, finalmente, o oitavo critério do TPOC é exibir rigidez e teimosia muito forte. Então, se a pessoa tem um pensamento, aquele pensamento é fixo, ela não muda de jeito nenhum; não adianta a argumentação, e ela está firme, refletindo, imaginando que todo mundo tem que ser assim, que as pessoas não devem gastar, que o certo é acumular o dinheiro porque nunca se sabe sobre o dia de amanhã.
E a pessoa tem esse discurso firme, e ela não tem insight, né, não tem crítica sobre o próprio comportamento e não considera outras possibilidades de estilos de vida, outras vivências, outras experiências, outros modos de ser. Então, além de ser inflexível em relação aos seus próprios padrões morais e comportamentais, a pessoa também vai ser inflexível em relação às escolhas das outras pessoas. E a teimosia aparece justamente aí, porque mesmo que existam evidências claras, mesmo que a prova da verdade esteja ali na frente da pessoa, se ela estabeleceu uma determinada verdade, isso não vai fazer diferença.
Ela vai ter a sua própria ideia, e no processo de terapia é realmente um desafio, porque nós trabalhamos com alternativas, com possibilidades de pensamentos, comportamentos e emoções, e a pessoa tende a não se desapegar; ela fica fixada ali no que pensa. E, às vezes, é um grande problema, por exemplo, em casa, se a família está precisando de espaço e tenta negociar, né, tenta jogar fora um pouquinho desses objetos que estão acumulados. Às vezes, cupons fiscais que ela não joga fora de jeito nenhum, envelopes antigos, notas fiscais ou essas embalagens em provas do ensino fundamental.
A estante está cheia, abarrotada de coisas que ela não usa, que não têm valor nenhum; é dificílimo. A pessoa mantém aquela ideia e mantém essa teimosia. Já, no caso do autismo, esse comportamento de rigor também pode aparecer; não é imprescindível, mas muitas das pessoas autistas vão ser inflexíveis.
Mas isso tende a acontecer para manter um conforto tanto sensorial quanto emocional. Então, também existem essas distinções. Para fechar aqui, a característica essencial do transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva é esse padrão muito.
Rigoroso: uma preocupação muito forte com a ordenação, perfeccionismo, a hipervigilância, tanto em relação ao outro quanto em relação a si mesma, e isso gera, claro, um rigor muito grande, a dificuldade para ver possibilidades alternativas. E lembrando que esse padrão de comportamento surge no início da fase adulta e aparece em diversos contextos. Ou seja, nós listamos os oito critérios do TPOC e fomos comparando, ao longo deste vídeo, com possíveis confundidores em relação ao autismo.
Mas eu imagino que vocês tenham percebido um detalhe: todos esses critérios, se por um acaso forem confundidos com características do autismo, são características listadas no critério B. Então, onde está o critério A? E essa é a maior diferença.
Quando nós vamos fazer a avaliação, sobretudo de um adulto, é fundamental, é crucial, é imprescindível a presença dos três itens do critério A, que são: as dificuldades na reciprocidade socioemocional, a comunicação não verbal atípica e também a dificuldade na integração entre a comunicação não verbal e a comunicação verbal. Ou seja, os gestos, o modo de falar, a expressão facial da pessoa autista pode ser um pouquinho diferente, mesmo que ela tenha aprendido, mesmo que ela tenha treinado habilidades sociais. Se ela passa por longos períodos de socialização, nós vamos perceber que a expressão facial fica mais cansada, ela fica sobrecarregada, e aparecem alguns trejeitos, maneirismos diferentes.
Às vezes, nas meninas, os pais falam que o modo de gesticular é um pouco mais rígido e parece masculinizado. Então, tudo isso nós vamos computando. E o terceiro item do critério A fala sobre a dificuldade de iniciar, compreender e cultivar os relacionamentos.
Então, a pessoa autista geralmente teve poucos amigos na infância, às vezes sofreu bullying por não compreender as pistas sociais, pode parecer muito ingênua. E, por outro lado, a pessoa que tem o transtorno de personalidade obsessiva-compulsiva, ela pode até parecer mais séria, mais rígida, só que nós não vamos perceber todos esses elementos desde o início da infância. Então, não vamos perceber a precocidade.
E, além disso, durante a avaliação, a fala às vezes é muito articulada; ela sabe direitinho o que ela gosta, o que ela não gosta e como o mundo deve ser. E ela verbaliza isso com naturalidade; também tem os relacionamentos dela, faz as escolhas. Às vezes, não é nada ingênua; pelo contrário, ela percebe muito bem, às vezes percebe até coisa que não existe, né?
Pistas sociais que não existem, faz interpretações equivocadas. Mas esses três elementos não vão estar presentes como na pessoa autista. Agora eu quero saber de vocês.
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