Olá pessoal! Estamos, aqui, em mais um episódio do nosso estudo do livro Gênesis de Moisés. Estamos no Capítulo 3 e vamos dar sequência àquele raciocínio que nós fizemos no episódio anterior.
Mas, hoje, tentando enxergar a questão de um ângulo um pouco mais diferente. Se você acompanhou o episódio anterior, viu que nele nós fizemos uma reflexão sobre o que seriam essas figuras representadas no capítulo 3 de o livro Gênesis: a figura de Eva a figura da serpente e a figura de Adão. Nós chegamos à conclusão de que seriam representativos de uma atitude psíquica perante a evolução espiritual, típicos de psiquismo.
Não vamos repetir isto porque foi bastante refletido, bastante explicitado no episódio anterior. E, aqui, nós queremos dar um passo adiante, agora, trazendo a luz da Doutrina Espírita para poder iluminar o nosso texto. Nós já havíamos comentado que a grande questão da serpente, que representa aquele psiquismo rebelde da condução divina, representa aquele psiquismo que confundiu autonomia com independência total de Deus: o que significa isto?
Imagina um corpo humano: as células são autônomas. Autônomas, no sentido de que elas se alimentam, elas executam todas as operações, mas, atuam em conjunto com os órgãos, dos quais elas estão inseridas e com os sistemas. Porque o dia em que a célula decreta a sua independência absoluta, isto tem um nome: isto se chama câncer.
O câncer é a célula absolutamente independente. Ela não entendeu que está em um organismo, que faz parte de um corpo, de uma estrutura maior. Portanto, ela acaba levando este corpo à morte, se ela não for extirpada, se ela não for excluída do corpo.
Olha que situação triste! Na evolução espiritual funciona da mesma maneira: acima de nós e dentro de nós dentro de nós acima de nós há a inteligência suprema e o amor infinito de Deus descortinando os caminhos da evolução. Por que descortinando?
Por que alguns véus só se abrem quando o Espírito atinge um patamar intelecto-moral que o dá condição de trilhar as novas faixas do caminho evolutivo. Por isso que os campos da Providência Divina vão se descortinando gradativamente. É o Criador atuando como aquele grande educador, aquele grande pedagogo do Espirito imortal, que vai dosando as experiências, dosando os aprendizados, dosando as dores, as dificuldades, as alegrias, os sucessos, para que nós tenhamos o máximo aproveitamento.
Seria muito prejudicial ao crescimento do Espírito imortal se ele fosse defrontado com uma experiência da qual ele não tem nenhum recurso interior capaz de sair ileso. Isto seria uma espécie de acidente fatal. E, a Providência Divina que é inteligência suprema, que é amor infinito, não é maldosa, não é hostil.
Quando nós vivenciamos uma situação é porque estamos, de certo modo, em condições de sair vitorioso daquela situação, é porque nós já angariamos recursos internos que nos dão a possibilidade de êxito. É como se a Providência Divina fizesse uma avaliação e entendesse que passando por aquela situação nós temos o maior percentual de êxito e um pequeno potencial de falha: eis o teste, eis a provação. Nisto consiste o teste, nisto consiste a avaliação em que o aluno vai mudar de patamar evolutivo.
Acontece que se essa é a ação pedagógica da Providência, como alunos de Deus, como tutelados da Providência Divina nós temos que apresentar um comportamento compatível com o comportamento do aluno. E, esse comportamento passa primeiro pela aceitação dos planos pedagógicos. É claro, porque não basta você criar uma escola excelente, criar um plano pedagógico excepcional, se o aluno que está matriculado na escola não se submete à orientação pedagógica.
Se o aluno é rebelde ao plano educativo, como que a aprendizagem vai se concretizar? Esta é a grande questão! Então, á serpente o projeto da serpente, que representa o psiquismo rebelde, o psiquismo que rompeu com Deus internamente, é um projeto ousado, mas ao mesmo tempo, tolo.
Por que tolo? Porque é um psiquismo que acredita que pode ser absolutamente independente, pode viver nos planos da Criação infinita sem Deus. Tanto que ela propõe assim para pra Eva: ‘Não, você não vai morrer.
Você vai continuar viva, você não perder a vitalidade’. Porque a morte, aqui, não é a morte física, é a morte emocional, a morte psíquica, quando o Espírito imortal perde vitalidade, perde aquela alegria de viver, perde aquele senso interior de acolhimento, de proteção. Ele se sente só.
Ele se sente abandonado. Ele perde o sentido da existência, não quer mais viver, não quer mais evoluir, não quer mais existir. Ele queria entrar em um vácuo.
É uma situação triste, que é a morte. Então, o conselho do Criador foi: ‘Não coma dessa árvore, porque no dia em que comeres, você vai experimentar isto. ’ É o que nós podemos chamar, da árvore do conhecimento do bem e do mal, é o projeto da independência, é o projeto cancerígeno, é o projeto da célula sadia se transformar em uma célula cancerosa.
E, o projeto da Providência Divina é o projeto da autonomia. Autonomia significa: eu entendo o que é parte de Deus e entendo o que é minha parte - eu entendo o que compete a Deus e o que me compete, o que Deus deve fazer e o que eu devo fazer - e, atua em conjunto, em sincronia, em harmonia com a Providência Divina. A serpente, aqui, entra no plano da ilusão.
Aquilo que Emmanuel denuncia no primeiro capítulo do livro Pensamento e Vida: que a mente humana, infelizmente a mente humana cresce entre ilusões que salteiam divergências. A mente humana se lança em experiências iludida, porque ela criou circunstâncias, criou situações que não precisava e ela se acredita interiormente equipada para passar ilesa por situações altamente arriscadas, altamente comprometedoras. É uma ilusão!
Só que é uma ilusão que assalta a inteligência, porque ela tem inteligência para perceber que o projeto tem quase toda probabilidade de falhar. Mas ela está tão iludida, está tão emocionalmente apaixonada com a ideia, que menospreza a sua inteligência e acredita que com ela será diferente. com ela será diferente.
‘Eu vou descumprir a lei, mas eu não foi sofrer consequências porque comigo vai ser diferente. Eu vou contrariar este princípio da Providência e da Lei Divina, mas eu vou sair ileso porque comigo vai ser diferente. ’ comigo vai ser diferente.
’ Esta é a proposta da serpente! E, ela propõe algo que: ‘Olha, o dia em que você comer dessa árvore, seus olhos vão se abrir e você vai conhecer o bem e o mal como Deus. ’ Este é um projeto tolo, porque é um projeto que crê que o relativo pode atingir o patamar de consciência do absoluto.
A nossa consciência limitada poderia abarcar o infinito. Não pode! A única consciência que abarca o infinito é a consciência divina, porque ela é absoluta.
Nós somos relativos. Então, o projeto é tolo. Como que é um projeto tolo?
Onde que ocorre a desilusão? A desilusão ocorre quando Eva come o fruto e entrega para o seu marido e o psiquismo de Adão – já comentamos - é o psiquismo do omisso, daquele que não se posiciona, daquele barco que não levantou vela, para onde o vento soprar ele vai, ele não assumiu as rédeas do destino, ele não abraçou o projeto de autoconhecimento, ele não firmou as conquistas de conexão com a Providência Divina. Então, ele é um barco ao léu, ele vai por modismo, ele vai o que todo mundo está fazendo, ‘é assim que funciona, vou levando a vida, vou tocando a vida’.
Este é o psiquismo de Adão. Adão come e o que acontece com eles? Os dois abrem-se os olhos e eles percebem que estão nus.
Daí, vão entrelaças folhas de figueira para eles poderem se cobrirem. É um texto tão profundo porque revela a criatura dando-se conta de que é limitada, porque enquanto nós estamos, sobre a tutela da Providência Divina, é óbvio que nós somos limitados. Mas por estarmos sob o amparo, sob a condução da Providência Divina, você não sente anudez você não sente a sua incapacidade.
Por que não? Porque o Espírito se torna dócil e aceita a condução da Providência. E, a condução Providência Divina sempre reflete infinita sabedoria e infinito amor.
Embora você não tenha recursos embora você seja limitado, embora você tenha muitos defeitos, a sua ação vai ser a melhor possível, porque você está sendo conduzido. Esta é a diferença! Por isso que para nós, que compreendemos a lição, a justificativa de 'eu não faço este trabalho porque sou limitado', ' eu não faço este trabalho porque eu ainda sou cheio de defeito', ‘como que eu vou falar do Evangelho se eu não vivo totalmente’.
Isto é um sofismo! Isto é um sofismo! Porque é um sofismo?
Porque se eu estou partindo do pressuposto de que eu preciso viver todo o Evangelho para falar dele, eu estou querendo ocupar a posição do Cristo, eu estou querendo assumir o posto do Cristo. Quem fala do Evangelho e vive integralmente ele, é só Cristo. Nós somos discípulos e ele nos advertiu: 'não pode o discípulo ser maior que o Mestre'.
O nosso projeto é de nos tornarmos semelhante ao Mestre, não superior a Ele. Quem está aguardando se tornar puro para, então, falar do Evangelho, não entendeu o processo, não entendeu a frase linda que Paulo vai dizer: 'trazemos porém essas verdades em vasos de barros, para que a glória seja do alto e, não, nossa'. A água que desce dos planos superiores é pura e límpida, mas Deus que escolheu colocar nos vasos de barro, porque na hora que a água cair em mim, ela vai sujar.
ela vai sujar. Por quê? Porque o primeiro objetivo dessa água é me limpar e, não, o outro.
Deus não precisa de vasos. não precisa de vasos. Se ele decidiu colocar água límpida da revelação em vasos, é porque a questão dele é com o vaso: Ele quer purificar o vaso.
Então, aqui, a grande desilusão de Adão e Eva é quando eles se percebem nus. Por que eles se percebem nus? Porque eles abraçaram o projeto da independência absoluta: ‘Eu vou evoluir sem Deus.
’ Quando você abraça esse projeto, inevitavelmente, você vai se dar conta da sua limitação. E, aí, é o seguinte: uma hora vai acabar a gasolina, porque você enche o tanque e vai andando, vai correndo a 100/120km/h. Mas, chega um ponto da evolução em que você começa a atravessar circunstâncias, você começa a viver experiências e, daí, seu tanque está na metade.
Daqui a pouco seu tanque está em um quarto, daqui a pouco você está na reserva, daqui a pouco o Espirito está entrando em uma crise psíquico-emocional porque não tem mais recurso interior para prosseguir só. Isto é muito sério! muito sério!
É, por isso que feito este diagnóstico destas propostas evolutivas, que nós percebemos aqui, o que está em jogo neste capítulo três: projetos de evolução espiritual. O que está sendo apresentado aqui para nossa reflexão são dois projetos de evolução espiritual. A pergunta é: como você quer evoluir?
O projeto-serpente: independência total, sem Deus, eu tomo as decisões, eu resolvo tudo. Este é o projeto “dois”, o segundo projeto, porque o projeto original, o primeiro é este: vem comigo que eu te guiarei Por isso, há uma página belíssima de Emmanuel do livro Fonte Viva, capítulo 30, chamado Educa. Lá, Emmanuel vai dizer assim: ‘também o Espírito traz consigo o gene da divindade.
Deus está em nós, tanto quanto nós estamos em Deus. ’ Esta é uma verdade imutável, porque Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Então, o DNA de Deus está dentro de nós, o nosso psiquismo espiritual tem o DNA e este DNA é de Deus.
Você olha e diz: ‘Gente, engraçado, ele parece com o pai. O nariz dele é igual ao do pai, a orelhinha, o olho’ Entendem? Só que não é no sentido físico, eu estou, aqui, brincando.
É no sentido espiritual. Toda a vez que nós mergulhamos no exame do psiquismo humano, nós vamos ver os traços de Deus na criatura, é o nosso DNA. E, daí, Emmanuel vai concluir a mensagem: ‘educa e transformará a irracionalidade em inteligência, a inteligência em humanidade e a humanidade em angelitude’.
O projeto educativo tem esse espaço: eu saio da irracionalidade para a inteligência, da inteligência para a humanidade – a humanidade é um passo além da inteligência – e da humanidade para a angelitude. Por isso é um processo educativo. É preciso, então, educar o nosso interior para que ele reflita Deus.
Por isso o uso da palavra imagem: para que nós demos conta de exteriorizar o nosso DNA sagrado, o nosso DNA divino. Mas, para isso, qual é atitude? qual é atitude Talvez você esteja se perguntando: ‘Engraçado, a Bíblia só conta história do projeto “dois”!
’. a partir deste projeto “dois”, proposto pela serpente, que foi aceito, iniciou-se a história bíblica. Tudo mais, até Apocalipse, tudo é decorrência desse projeto.
E, você deve estar se perguntando assim: ‘E se Adão e Eva tivesse aceitado o plano “A, como seria? ’ Bom, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no Capítulo 9, chamado Bem-Aventurados os que são Mansos e Pacíficos, nós percebemos que uma sutileza: porque mansuetude é o que,você externaliza, o que você irradia, a mansuetude é a paz que sai de você e pacífico é a paz que você cultiva dentro. Se eu não pacifiquei intimidade, não tem como externar mansuetude, porque nós projetamos nas pessoas, nas situações, a guerra que está dentro de nós.
É um projeto de pacificação que se dá em três níveis. Como o Espírito imortal alcança paz? Primeiro: se reconciliar com Deus.
O primeiro relacionamento que precisa ser resgatado, a primeira reconciliação - porque conciliar não a ideia de paz? á paz foi alcaçada conciliar A primeira conciliação - é com Deus. É sair do projeto ‘independência ou morte’ para o projeto ‘autonomia e vida’.
Reconcilia. Uma vez feito isto, eu agora tenho uma luz. Eu, agora, estou entregue a uma condução superior.
Agora, eu preciso conciliar dentro de mim. Por que dentro? Porque dentro de nós estão todas as personalidades que nós animamos ao longo de dezenas e dezenas de incontáveis encarnações.
Elas são personalidades, são hábitos que nós tivemos, épocas que nós vivemos, mas que ficaram gravadas. E, estas personalidades, estas experiências se repelem mutuamente, se chocam, há um conflito. Isto significa que profundo interior nós somos estilhaçados.
Você não é íntegro, inteiro, não é uma túnica sem costura: são estilhaços, pedaços. Alguns de nós viveu uma experiência, animaram personalidades. .
. É que quando se examina reencarnação, todo mundo foi rei, rainha. Precisaria ser de vários planetas: haja rei e rainha!
Mas, o certo é que todos nós tivemos experiências com poder, com riqueza, como humano. São as experiências arquetípicas. Nessas experiências, nós construímos hábitos e estas personalidades estão, aqui, dentro de nós: é uma multidão desencontrada.
Nós estamos estilhaçados. Então, o primeiro projeto de pacificação é um projeto de agregar. Primeiro perdoar-nos, aceitar-nos e, depois, educar-nos.
É impossível educar se nós não aceitamos a imperfeição. O mestre, o professor só educa porque ele aceita e compreende a imperfeição do aluno. Ele vai, aos poucos, conduzindo amorosamente e vai aperfeiçoando, aperfeiçoando, aperfeiçoando.
Ele sabe que demanda tempo, principalmente tempo. Então, essa pacificação interior precisa ocorrer. Agora, é claro que isto não é: ‘primeiro eu faço isto, depois aquilo’.
Não! É tudo concomitante. Quanto mais eu reconcilio, eu pacifico a minha relação com Deus, mais eu me pacifico interiormente e mais eu me pacifico nas relações.
Eu vou entendendo que o outro é igual a mim, não é nada diferente de mim. Por que eu vou exigir do outro coerência, se eu já sou incoerente por natureza? Eu sou fruto da incoerência.
O processo educativo, agora, é unificar, pacificar interiormente e, daí, pacificar as relações. A partir do quê? Da mansuetude.
Isto só para falar o título do capitulo. Mas, neste capítulo - olha que interessante – tem as instruções dos Espíritos. No primeiro item, que é o item 6, os Espíritos vão nos ensinar sobre a afabilidade afabilidade (benevolência, bondade) e a doçura.
Olha que Interessante! Eles começam - olha que bonito isto - da nossa relação com o outro. Eu dei o exemplo, aqui, começando de Deus (1), comigo mesmo (2) e com o outro (3).
Eles estão começando com o “3”: como é que eu lido com o outro? É muito difícil isto: buscando ser afável e doce. Eles vão explicar o que é doçura e afabilidade.
Eles vão explicar o que é doçura e afabilidade. O problema é que nós somos Espíritos que já estamos há milênios no projeto da serpente. Então, nós achamos que o mal só pode ser extirpado com violência, nós acreditamos que só pode corrigir o erro gritando, batendo, agredindo e violentando, porque nós já não acreditamos no poder da doçura.
Tanto que não tem herói dialogador, só tem herói da pancadaria. Todo herói é um super-homem, poder para descer o braço e nós acreditamos nisto: só pode construir algum bem, só pode corrigir algum erro no soco, pancada. Nós perdemos a confiança no poder da doçura e da afabilidade.
Há uma reflexão e a instrução dos Espíritos é toda nesse sentido. Depois eles passam ao item 7: a paciência. Daí, eu já estou vindo para dentro.
A paciência é a uma pacificação interior, tem a ver com os meus sentimentos, com as minhas expectativas, com os meus desejos, com os meus planos, com aquilo que eu gostaria que fosse que não é, com aquilo que eu gostaria que se concretizasse e, ainda, não se concretizou. A paciência é aquela pacificação interior para guardar a colheita, guardar a sementeira, o desabrochar, a frutificação e a colheita. E, depois, a passagem que tem tudo a ver, que é a chave de leitura.
Quem entendeu o capitulo 3, aquele diálogo de Eva com a serpente e Adão, tem, aqui, o item 8 de O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 9. (Bem Aventurados os que são Mansos e Pacíficos): Qual e o titulo do item 8? obediência e resignação.
Eu vou ler alguns trechos. Esse item é o comentário da passagem de Adão e Eva, vamos ver: "A doutrina de Jesus [que é o novo Adão, porque Jesus é o novo modelo, o modelo do verdadeiro homem, capaz de refletir e delinear da divindade] ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação (. .
. )". Os Espíritos estão nos dizendo: ‘se você separar todos os ensinos de Jesus - 1.
526. 340 ensinos os ensinos de Jesus - - a obediência e a resignação está em todos eles. ’ Percebe o que os Espíritos estão dizendo para nós: ‘obediência e resignação é senha senha para você abrir o cofre do Evangelho’, ou se preferir, é a chave que abre a porta do Evangelho.
Não tem como compreender a lição de Jesus se nós não compreendermos obediência e resignação. O que é obediência e o que é resignação? Por quê?
Quando você fala em obediência e resignação para o psiquismo espiritual que está abraçado com a projeto da serpente, ele é debilitoso. Não é? Porque se você fala em obediência para ele, ele ouve submissão; você fala em obediência para ele, ele ouve submissão; se você fala em resignação, ele ouve covardia.
"(. . .
) duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, e embora os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. " e embora os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. " Por quê?
Porque a serpente dominou o nosso psiquismo há milênios. Nós estamos há tantos milhares de anos no projeto serpente que nós não conseguimos entender. Nós achamos que resignação é ê negar os seus sentimentos, é abrir mão do seu desejo de sair do problema, é abrir mão do seu desejo que a vida fique boa, que aprovação cesse, de que a expiação acabe, negar seus sentimentos.
‘Pode bater, pode vir dificuldade, pode vir sofrimento porque, eu agora não sinto. ’ Isto não é resignação. Isto é negar o sentimento.
Obediência, não é abrir mão da autonomia, não é guardar vontades. A vontade é a diretora. Por que nós confundimos isto?
Porque foi assim que a serpente confundiu Eva. A serpente chegou para Eva: 'Hei, Eva, cuidado: obediência é humilhação, é abrir mão da vontade, é abrir mão. .
. e resignação é negar o sentimento, hein? Não vamos fazer isto não.
Você tem que ser uma pessoa de vontade, você tem que fazer sua vontade e você tem que ser sincero: você sente, você sente. ' E, todo mundo achando que aquele negócio de árvore é maçã, sexo: não tem nada disso aqui. A questão, aqui, é mais profunda.
Então, os Espíritos dizem assim: essas duas virtudes são irmãs da doçura e são virtudes ativas. Obediência e resignação não tem nada a ver com postura passiva. Pelo contrário, é o máximo do que a criatura humana pode ser ativa, não tem como ser mais ativo do que isto.
Mas, é um ativo inteligente, porque é ser ativo em comunhão com Deus. É um projeto de autonomia, não de independência. Eu não me desvinculo de Deus, eu me vinculo a Deus e assumo a rédea do meu destino.
Como? Através da obediência e da resignação. Daí, eles vão definir: "A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, (.
. . )" O que significa isto?
Eu vou traduzir: A obediência é o consentimento de Adão, a resignação é o consentimento de Eva. Isto mesmo! A obediência é você convencer Adão de que o projeto é este.
Agora, resignação é você convencer Eva de que o projeto é este. Não é imposição, não é forçar, não é violentar, não é anular, não é abrir mão da autonomia, não é abrir mão do livre-arbítrio. Não!
É obter um consentimento. Consentimento significa: ‘eu concordo’. Como eu concordo, eu entendo, com a minha razão, que está certo: Adão concordou.
Eu entendo, com o meu sentimento, que está certo: Eva concordou. Mas, agora, o desenvolvimento disso nós vamos deixar para o próximo episódio. Eu termino com a pergunta do grande escritor norte-americano Ted Chiang, que escreveu um livro de contos chamado A História da Sua Vida.
Em um destes contos, A História da Sua Vida acabou sendo roteirizado e virou filme de Hollywood chamado A Chegada. Este filme ganhou óscar, de som. Para mim, deveria ter ganhado óscar de melhor filme.
Aí eu termino com a frase do Ted Chiang: ‘se você soubesse toda a sua vida do fim ao princípio, você mudaria alguma coisa? ’ Até o próximo episódio!