quando éramos pequenos desafiamos a imensidão do mar às vezes sem uma mão amiga o tolo era aquele que não acreditava na profundidade Marinha e achava que aquilo era apenas um que que os pais criavam para ele iram ir longe demais os confusos descobriam que diante da imensidão do Oceano infelizmente eram bem menores do que se imaginavam passavam horas brincando de segurar as ondas e construindo resistentes castelos de areia com fossos e túneis de Detenção enquanto isso os desesperados enfrentavam aquela onda maior que os tirava o chão debaixo dos pés naquele momento eterno tinham certeza que
jamais voltariam à segurança terrena novamente naquele instante infinito Eles podiam afundar a cabeça engolir a água ou debater-se em desequilíbrio alguns aprendiam a duras Penas que é sim possível entregar-se ao movimento e esperar porque aquilo aquilo também vai [Música] passar bem-vindos a nos nosso curso nessa casa do saber sobre as maneiras de amar de ser amado de se apaixonar de se libertar de Paixões eh Espero que ao final dessa jornada cada um de nós e cada um de vocês eh tenha acrescentado algo mais na sua arte própria na sua estética própria eh sobre o amor
nesses seis encontros nós vamos tematizar como é possível aprender a amar Quais são as condições pelas quais o amor acontece quais são as contingências e as impossibilidades que estão cercando essa experiência tão humana e eu começaria a marcando que o amor ele é indissociável das formas de falar sobre ele né O amor é algo que eh se produz pela forma sobre como falamos do amor então a literatura as artes o cinema o teatro as narrativas biográficas tudo aquilo que na nossa história falou sobre o amor ao mesmo tempo inventou o amor cada um de nós
escutou e foi atravessado por modos eh mais normativos mais coercitivos mais libertários mais e identitários mais contra identitários de Amar né Muito importante portanto a gente tem alguma consciência da nossa própria jornada de encontros que formaram experiências amorosas e de discursos que deram enquadre para esses encontros no ocidente Nós temos duas grandes narrativas a gente tem duas grandes matrizes para entender A Experiência Amorosa e elas vão ser profundamente eh eh atuais elas vão vão vão permanecer nas nas grandes teorias contemporâneas sobre amor né e aqui a gente vai enfocar a gente vai privilegiar a teoria
psicanalítica de Freud alacan essas duas matrizes são respectivamente matriz judaico-cristã e a matriz eh greco-romana né e a gente tá acostumado assim a fundir as coisas né porque o mais comum é entender Experiência Amorosa a partir de uma matriz muito posterior que é a matriz romântica né Há um certo consenso de que assim hum alguém ou algo nos fez a amar e portanto até expectativas amorosas né nesta coisa chamada amor romântico às vezes também amor platônico né mas mais um amor romântico que se tornou a partir de determinado do ponto uma espécie de sintoma né
Um Sintoma de que as pessoas dizem assim eu não sou tão feliz quanto eu poderia ser na minha Experiência Amorosa porque me inocular um excesso de romantismo eu estou sobrecarregado com isso e portanto não consigo me viver não consigo viver não consigo aproveitar o amor tal como ele é o amor tal como ele se apresenta a mim porque ele tá sempre sendo assim comparado com um crio um muito elevado que seria o amor romântico né Nós vamos atacar essa ideia nós vamos criticar essa ideia mas antes vamos apresentar essas duas matrizes né A primeira ela
vai ser descrita por um teórico da literatura chamado auerbach num livro muito conhecido que eu recomendo a vocês chamado mimeses né Eh onde ele vai analisar a Bíblia como texto formador né da nossa mentalidade ocidental e e como teórico da literatura ele vai dizer assim olha Eh é uma história mas é uma história muito entrecortada é uma história onde as partes talvez mais importantes às vezes estão faltando onde as imagens e alegorias elas valem pelas descrições né é uma história que de certa maneira assim tencionou a história tal como a gente a conhece a história
como descrição são de fatos né a história como os gregos faziam né é uma outra maneira de fazer história é uma outra maneira de olhar pra nossa experiência tendo uma novidade bíblica um começo um meio e um fim Gênesis né a vinda de Jesus e apocalipse de São João isso é completamente novo para uma mentalidade pré-cristã que vai dizer não pera aí eh o tempo é o tempo da natureza né a gente tem primavera verão inverno outono Depois tem Primavera de novo e os nossos mitos as nossas narrativas de referência elas também são circulares então
ainda que a gente diga ã como na narrativa hindu que no começo havia um oceano de leite onde uma tartaruga ã nadava nesse oceano a gente desconfia aqui no começo com um mar de leite Quem fez o mar de leite e aquele começo não é bem o começo histórico né é um começo da história é um começo de onde a gente começa a contá-la né mas eh Há maneiras de sintetizar a experiência bíblica diz o o auerbach h pensando vamos dizer assim eh que é um livro integrativo é um livro que pega a Torá a
a o livro de referência pro pro judaísmo né Eh os os cinco primeiros os eh tomos a o o velho testamento e interpreta todo esse velho testamento como um um livro Profético um livro que vai anunciar a vinda de Jesus Então você lá lê lá uma coisa em Daniel não aquilo está falando Jesus Cântico dos Cânticos ou cantar e Salomão is está falando de Jesus Unindo a igreja católica com a ah com o seu seu povo bom essa é uma operação hermenêutica né Essa é uma uma operação de interpretação de texto e no centro dessa
interpretação de texto né na junção entre essas duas épocas e duas culturas a gente já tem o livro de Marcos de de Mateus Mateus 22 e eu vou ler para vocês porque ele tem muito que ver com o nosso assunto os fariseus ouvindo que ele fechara a boca dos saduceus né Lembrando que os fariseus é o partido ligado na interpretação das leis e o saduceus é o partido dos juízes e e e governantes né na Judeia na judia Judeia ocupada pelos Romanos reuniram-se em grupo e um deles a fim de pô-lo à prova perguntou-lhe mestre
Qual é o maior mandamento da Lei Ele respondeu Amarás ao Senhor teu Deus em todo o teu coração de toda a tua alma e de todo o teu espírito ou seja essa é a a a a lei que ela está trazendo Este é o maior e o primeiro mandamento o segundo é semelhante a esse Amarás o teu próximo como a ti mesmo e desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas ou seja esses dois mandamentos interpretam A Lei e os profetas posto que ele está falando no templo com com o com os judeus
com os fariseus e saduceus né bom e esse mandamento ele tem várias dimensões teológicas históricas culturais mas e ele introduz uma coisa muito nova né na experiência humana que é de olhar para o outro né E aí a gente pode pensar assim o outro aquela pessoa que vive comigo na minha casa na minha comunidade no meu bairro Mas a gente pode pensar este outro como outro que fala outra língua o outro que fala naé América um outro que fala chinês ou seja aquele que seria assim ah o adversário natural né aquele que pode ser assim
eh para ser conquistado mesmo assim eh será então apto né Será candidato a ser amado né E e aí nós chegamos num num problema um problema Eh vamos dizer assim para a psicologia um problema enfrentado pelo freed né que é o que significa amar ao outro como Aim mesmo né a gente tem aí uma ideia que não que não era uma ideia tão tão cultivada assim eh na época a época da redação desse texto né que é o si mesmo si mesmo presume uma concepção de sujeito presume uma concepção de eu presume Eh vamos dizer
assim que eu ele é capaz de amar a si né bom Freud vai criticar assim e essa hipótese né ou essa esse mandamento não porque ela seja um mandamento assim ruim em si mesmo mas ele vai dizer assim e reduzindo um pouco o argumento amar ao próximo como a si mesmo Enquanto mandamento é algum uma coisa ao mesmo tempo necessária absolutamente necessária e impossível tá Por que é impossível primeiro lugar porque A Experiência Amorosa ela reage muito mal a coerções né Eh Experimente dizer para o seu filho mais velho você tem que amar a sua
irmã você tem que amar o seu irmãozinho mesmo tendo ele cometido injustiças inércias você tem que amar ele porque ele é o seu irmão é essa é uma receita comum para produzir ódio né ódio não porque porque exista qualquer essência entre os irmãos que eh que incite a isso mas porque a ideia de ser obrigado a amar é profundamente incompatível com aquilo com um dos fragmentos que a gente mais procura na Experiência Amorosa que é a liberdade quando eu amo eu me sinto ao mesmo tempo livre eu sinto que eu que eu escolhi aquela pessoa
a quem eu tô amando eu sinto que na medida que eu me interesso por ela eu estou assim praticando exercendo a minha liberdade então isso vai se chocar com uma ideia né de que não nesse momento você está simplesmente obedecendo não a gente está transgredindo a gente está obedecendo e criando uma nova lei que é a lei que vai aquela jornada amorosa que são os termos em que aquela jornada vai se dar inclusive Nós aprendemos que e ao longo do tempo verdadeiros Amoras elas cruzam a norma Romeu e Julieta que elas estão fazendo elas tem
uma Norma somos inimigos Nós temos que nos combater o amor produz uma junção Tristão Isolda mesma coisa irlandesas em Ingleses em guerra é bom tem uma experiência que contraria ali a Lei da Guerra né mas em tantas outras a gente vai ter a contrariedade da lei da família a contrariedade dos bons costumes a contrariedade ã da relação usual entre ricos e pobres a contrariedade da relação ã heterossexual que precisa ser ultrapassada no amor homoafetivo enfim todas as formas de amor historicamente foram conquistadas né foram conquistadas por atos em que e a gente se viu livre
ali onde havia antes uma necessidade uma obrigação mas o segundo a segunda parte desse processo diz respeito a aquilo que haveria de impossível né ao mesmo tempo necessário e impossível e o impossível concerne a como a gente entende o que que é o eu né para os antigos Ah para os modernos o eu podia ser entendido como uma unidade por isso a gente fala em indivíduo né o indivíduo vota o indivíduo ã ten uma maioridade e uma minoridade o indivíduo é capaz de fazer escolhas Racionais o indivíduo é o sujeito do contrato não vamos analisar
e essa palavra indivíduo vem daquele que não se divide né aquele que conta por um né então a gente dizer ah amar a se mesmo é amar a se um um que nós somos n bom mas então eu pergunto quem é o amante e quem é o amado quando a gente ama a si mesmo porque tem um que tem que amar tem um que é a posição de onde eu amo e o outro é a posição de onde eu sou amado foi a descoberta frediana o eu é dois não é um o eu É divíduo
Não indivíduo ele é dividido na sua própria compleição ele é duplo né isso a gente vai encontrar lá na arte também né o grande poeta rambau que é o santo padroeiro do surrealismo né Breton mal eh eh prever arragon vão voltar no Rambo dizer Rambo é quem quem começou toda essa conversa né ainer Rambo dizia o eu é um outro ali da boca de um poeta né ou seja eh este que vos fala é um outro né então vamos voltar lá né a o outro como a si mesmo tem dois outros tem o outro outro
né o outro que está fora de mim e o outro que é o estrangeiro o outro que é o Bárbaro e o outro que é o outro sexo por exemplo ainda que seja o mesmo e o outro que é uma versão de mim né bom freed vai dizer assim isso nós vamos ver aqui no curso a gente aprende a amar amando a gente aprende a amar a partir das nossas experiên de amor com quem cuida de nós logo no começo da vida né e e isso vai produzindo e conferindo ao amor uma estrutura repetitiva umas
pesquisas vem mostrando isso também né quer dizer o tipo de apego que você forma ali no começo da vida ele tende a se repetir nas tuas expectativas amorosas não o outro vai me abandonar eu sei que isso vai acontecer um apego inseguro não eu sei que o outro vai e ele volta né um apego mais mais seguro ele vai me trocar ou ela vai me trocar por outro bom um problema na assim na segurança básica que advém da Experiência Amorosa isso é o qu é a decomposição do amor nas suas formas mais simples né mas
até mesmo no Freud a gente tem aí um problema no começo a criança mama ela depende absolutamente da da da mãe e ela está numa posição que o Freud chamou de hilflos kite ou seja de desamparo né Eh em que eu reconheço que assim me falta algo e eu não tenho recursos nem para dizer o que que é né a partir desse dessa experiência que a gente deveria reconhecer em todos nós ou seja o bebê humano ao contrário dos bebês Prim matas dos bebês felinos equinos ela ele é muito menos funcional Ele não anda ele
não se vira de lá para cá ele ele ele demora muito tempo para conseguir se independizar né daqueles que o cuidam tem uma hipótese que vai dizer assim mas é justamente porque ela tem o seu sistema extrapiramidal mal formado o seu sistema visomotor mal formado porque nasce antes da hora fenômeno chamado neotenia porque ele é assim eh pouco funcional que ele é mais amável ou seja o amor uma hipótese ela vem primariamente de você encontrar um outro que depende de você e isso seria assim Irresistível pra nossa espécie uma criança chorando tem um apelo né
irr Uma Criança sorrindo tem um apelo Irresistível uma criança brincando ela produz em nós reações de acomodação de transformação de humor de inclinação experiência corporal que nós não damos nem conta dizer bom isto é prototípico para o amor né o amor El ele também é formado por isso mas vamos chamar isso de amor Hum talvez não Néia próprio dizer que por exemplo entre entre o bebê que mama o seio de sua mãe que ele nem sabe que chama sua mãe ela sente o cheiro ele escuta a batida do coração mas mas ele não sabe o
que que é uma pessoa inteira assim que vai e volta né seria justo dizer que o bebê ama seu seio acho que não né Ou seja a gente deveria reservar Esta palavra para um outro momento né para um outro contexto ainda que esse seja preliminar ainda que seja esse uma condição para para o que vai vir né bom então a gente tem assim esse amar o outro como a si mesmo nos levando né a a a duas formas de amor por exemplo tal como foram descritas lá pelo Rousseau né Agora vamos pro pro século XVI
né o Rosso dizia existe uma uma uma forma de amor que diz respeito a ao si né a experiência de si a experiência de de portanto ah dois né do si como outro né E ela chamou isso de amor amor sui n amor de si n o amor de si ele teria que ver com assim autoconservação né ele teria que ver com a a própria experienciar se como alguém né ser alguém isso seria fonte de satisfação né independente vamos dizer assim do outro né Eh são por exemplo as experiências que a criança conquista de intimidade
né da possibilidade de ficar sozinha da possibilidade de ficar consigo mesma Aquela aquele sentimento de que por por isso nos dá satisfação Porque isso nos separa do hilf kait isso não separa do desamparo eu posso estar sozinho e mesmo assim estou há um si aqui né E então a gente pode dizer isso isso é outra condição assim preliminar para o que a gente vai chamar de amor no entanto exe uma outra coisa que se mistura com isso que o r chama de amor seja amor prprio e a ela tá voltando nos moralistas franceses do século
como como aquelas que são no caso Fran matrizes da forma [Música] dos contos das fábulas que tinha uma função pedagógica de ensinar pra criança Cigarra e a Formiga o valor do trabalho que tinha uma função de ensinar pra criança justamente entre outras coisas como amar e ser amada né bom o tá olhando para esses autores né E também pras tragédias francesas cornel né as as comédias tragédias do século 16 1 E E notando que nisso tudo havia uma uma espécie de moralidade crítica né e de reconhecimento de que junto com a modernidade né junto com
o surgimento do indivíduo como valor a gente tinha descoberto uma outra uma outra coisa ou valorizado uma outra coisa que é o si próprio próprio tem que ver com propriedade Isto é meu né esta imagem é minha essa efeito que eu produzo nos outros sou eu eh eu tenho limites eu tenho eu tenho fronteiras eu eu eu tenho um corpo eu tenho alguém n e este alguém pode ser cultivado este alguém pode ser valorizado este alguém está sujeito à lógica da propriedade ou seja da mercadoria não a forma mercadoria em que a gente pode então
se comparar né a gente pode dizer assim B Mas cada pessoa é absolutamente singular e diferente por que que a gente se compara oo tempo todo por a gente se mede o tempo todo ah porque você além da experiência de ah luem né de amor sui Você tem o amor próprio você tem amor próprio e quando quando você é invadido humilhado como quando alguém vamos dizer assim eh te toma por menos do que você acha que é você se sente o quê ofendido no seu amor próprio veja só é como se o outro estivesse diminuindo
o seu valor enquanto propriedade né então você vale menos você vale menos como como funcionário como trabalhador como amante como alguém que que que está portanto e que se pensa portanto numa espécie de mercado né de de trocas né de valores simbólicos mas de comparações e de competições né olha só duas experiências distintas poder estar consigo a satisfação de de estar né e experiência proto amorosa de que eu sobrevivo né e do outro lado a experiência concorrencial de que eu posso ser melhor né que eu posso ser outro de que eu posso competir com outros
que o rousse chamava e esse é um dos conceitos mais difíceis do rousse de perfectibilidade a gente tem um senso de querer ficar melhor né E esse senso vem do do do da imbricação vem da da combinação entre esses duas formas de amor é uma problemática né que a gente data como herdeira da tradição judaico cristã que nos leva a esse problema do do como amar a si mesmo quando vezes né A forma como a gente se ama e vai dizer o Freud a gente vai ver isso no curso é uma forma masoquista é uma
forma sádica é uma forma ofensiva a si tá valendo então amar o outro como a si mesmo se eu for um sádico tá valendo amar o outro a si mesmo se eu for alguém que adora se autodestruir se auto rebaixar Não vamos pensar num quadro ã mais ou menos típico né que é da nossa época que é depressão onde o sujeito olha para si e se sente des-se né reduzindo-se e e aquilo é a forma dele se amar né aquilo tem que ver com vamos dizer assim uma certa degradação mas que muitas vezes tem tem
e tem marcações históricas para isso mas que naquele momento ele se ama assim se rebaixando tá valendo então eu vou amar o outro vou rebaixar o outro vou criticar o outro vou dizer o outro é tão miserável indigno não merecedor quanto eu não vai funcionar tão bem né O que o que talvez faltava lá para os antigos e pr pra concepção bíblica de eh si mesmo e que o si mesmo é também uma patologia né existe assim uma uma relação patológica que vem junto com si mesmo né o si mesmo não é eh um lugar
puro essencial ah neutro de onde a gente observa o mundo a gente gostaria que que fosse assim né Eh a gente até do ponto de vista da ciência e da arte consegue fazer que seja assim né um bom cientista ele ele olha as coisas de um ponto de vista e e ele consegue se distanciar daquilo que Ele está olhando mas não é essa a relação que a gente tem consigo mesmo né Justamente a gente enlouquece porque a gente olha para nós mesmos escuta nós mesmos no fim do dia quando põe a cabeça no travesseiro e
diz não gostei disso que eu estou vendo eu não quero isso que eu estou vendo eu quero outra coisa porque eu não fiz a perfectibilidade que eu inventei eu não fiz aos ideais que eu tenho eu Eu não me acho amável hum problema problema há uma retórica reparativa para isso né que é assim então você tem que se achar amável Então você tem que amar a si mesmo para poder amar os outros e poder sup que os outros te Amem n dizer é verdade mas o que que significaria amar a si mesmo né E tem
pessoas que se amam a si mesmo e vamos então estamos numa aula introdutória retórica Instagram eu me amo muito eu o meu cachorro eu minhas imagens Eu e meu incrível Olha só como eu sou isso então é o que a gente precisa para amar a si mesmo obviamente essa pessoa você acha você acha uma coisa e uma imagem ótima bom não não precisamos criticar mas mas é isso que vai me levar a amar o outro como a mim mesmo acho que não também né amar o outro como a si mesmo na mensagem bíblica é ã
se traduz por uma experiência de humildade Você traduz por uma experiência de reconhecimento da do outro reconhecimento da diferença eh ligação mais complexa e problemática com a lei né Ou seja eu estou aqui trazendo para vocês que essa antiga história nos leva um conjunto de problemas contemporâneos né dizer a arte de amar no século XXI Ah uma parte desses problemas vem dessa dessa conversa mas a outra parte vem de uma outra conversa né E que é a conversa greco-romana né aí as as referências serão outras né e não não o texto bíblico mas por exemplo
um trabalho para muitos absolutamente chato né porque escrito em exos alexandrinos traduzidos pro português não fica assim uma coisa fluente exatamente e o Poeta Latino Ovídeo escreveu a arte de amar né E que era um livro para mulheres né um livro que em certo sentido mas sem a parte erótica tão pronunciada semelhante ao a camasutra né na tradição indiana eh que eh estabelecia justamente essa Tesa que estamos aqui valorizando de que é possível aprender a amar né de que você tem cuidados procedimentos técnicas leituras interpretações que fazem com experiência melor e ov é um um
fundador nessa arte mas nós não vamos examinar esse texto dele mais um outro chamado livro das transformações nesse trabalho ele basicamente narra as epifanias de Zeus ou seja os momentos em que Zeus aparece disf de cisne depois ela como Zeus disfarçado de serpente disfarçado de hieroglifo enfim disfarçado nas mil formas que Zeus pode pode e se manifestar né então estamos de novo no universo que comporta o Divino né mas no universo judaico Cristão o outro o Divino não tem imagem não tem forma Jesus talvez a gente inventou algumas imag depois mas ela não se caracteriza
por uma forma de um pato né como para os gregos né Zeus se disfarça de um animal para em geral ter intercurso com ah as mulheres e gerar filhos que são quem esses filhos os heróis n belerofonte ah perceu Zeu são todos filhos Hércules são todos híbridos n Zeus assumi uma forma tem uma relação com uma humana e daí nasce um herói Mas então uma dessas transformações do livro das transformações escrito pelo vídeo é do nosso maior interesse porque narra a origem de Um Herói né a gente se interessa por esses heróis eles estão presentes
nas tragédias a gente Lê as tragédias até hoje se encanta por quê Porque os heróis são indivíduos gregos no sentido em que a gente discutia há pouco né São pessoas que não só vivem a sua vida mas vivem uma vida que serve de exemplo e paradigma para outras vidas né são indivíduos que cruzam a linha da lei né que transgridem aquilo que seria assim a mera moral da Obediência eles criam novas leis antígona Édipo eles criam Dimas né de individualização então a gente viu isso ã com o Rousseau mas agora um outro paradigma de invação
que depende decorre dos heróis né até hoje quem vai escrever roteiro para cinema e televisão vai ler lá a jornada do Herói inspirada no campbel né inspirado no Jung que por sua vez está inspirado em quem em exido Homero Ovídeo e todas essas eh eh narrativas né que são narrativas de individuação por isso elas ainda são eh atuais né bom uma delas eh narrada pelo vídeo é a saga de Narciso né que foi então posteriormente reapropriada pelo Freud né o famoso texto de 1911 introdução ao narcisismo para falar desse aspecto né da individualização que é
o narcisismo e para falar e definir o narcisismo como uma forma de amor então nós vamos chegar daqui lá né então tem um amor narcísico tem uma forma de escolher narcísica escolher o objeto Amado eh tem uma gramática narcísica né que o Freud vai eh tematizar o quê homenageando os gregos muita gente olha paraa psicanálise diz Ah tem o ép complexo de ép ele é muito importante mas o Narciso também é muito importante a gente sofre com Édipo as pressões de identificação dos Pais da mãe mas a gente sofre muito com o Narciso a gente
sofre muito com nós mesmos nós não nos aguentamos nós precisamos amar ao outro porque se eu não amar o outro eu não sou ninguém e que nos coloca o quê uma versão da tendencial e agora qualificada como narcísica mas voltamos lá para o século para o para o o ano 14 depois de Cristo onde o vídeo fala dessa saga em que Narciso seria filho de cefisio cefisio ah aliás deveria ser um personagem recuperado aqui pela contemporaneidade cefisio era um sujeito extremamente bonito extremamente desejado extremamente querido né pelas mulheres mas que não se deixava tocar mas
que não deixava que ninguém se aproximasse de si por quê Porque ao fazer isso isso significaria que ela não é assim autossuficiente né alguém nessa situação né que que faz então o c físio e ele e por excesso de SBA pela impossibilidade de estar com o outro então estupra liríope Olha só né O pai do Narciso é um estuprador o pai do Narciso é aquele que por não conseguir precisar do outro dar espaço ao outro só pode transformar a relação amorosa sexual erótica num relação de poder Dominação e subserviência olha como isso a gente vê
esse personagem por aí né eu vejo tantos Narcisos quanto os cisos tóxicos né que que não que não conseguem negociar uma palha na vida amorosa que acham que o bom amor é que eu sou uma estátua para ser adorado e que eu já estou concluído e acabado uma vez que conquistei a pessoa é como se tivesse conquistado uma um servo uma uma pessoa que tem que me obedecer né bom do estupro nasce então A Ninfa A Ninfa liríope dá a luz a o lindo Narciso né Eh e perguntam o oráculo pergunta e Narcísio vai vai
viver muito tempo né a resposta do Oráculo é a seguinte ele viverá tanto tempo quanto ela se desconhecer a condição da extensão de Narciso é que ele não se conheça a hora que ele se conhecer acabou né Vejam a a participação do quê do si mesmo né do apreender como um objeto conhecer-se como um objeto será então o o o a condição trágica desse personagem né ele então fica adolescente e tem uma mulher uma ninfa né Ele é filho de uma ninfa e chamada Eco que se apaixona por ele e a eco Ah ela talvez
como punição por esse apaixonamento só consegue repetir as últimas palavras do que o outro disse para ela né que é o que o narcísico espera no seu amor narcísico repita o que eu digo confirme quem eu sou né e e Juno que protege eco não gosta muito dessa desse desprezo que Narciso revela pela pela sua por aquela que ama ele e lança então Juno lança uma uma uma audição que é que ele ame e que S não possua o Amato você vai ser punido Narciso e a sua punição vai ser a seguinte você vai amar
alguém que você não consegue possuir olha comparem com a nossa outra história né Nós chegamos aonde relação de posse relação de possessão relação de propriedade você vai amar alguém que você não vai conseguir pegar para si né Essa é a sua Esse é o seu fim Essa é sua punição ess seu castigo né e eh então ele caminha pelo Bosque E aí essa é a cena que todo mundo conhece as telas várias né cavar Radio retratando Narciso diante do da sua bela imagem né Eh ama um objeto incorpóreo muito importante isso um objeto que é
uma imagem é uma superfície né ele vai beber a água do Lago e ele vê aquela imagem e ele O que é isso é uma sombra em vez de corpo voltamos àquela questão que tínhamos visto lá com Freud né quer dizer quando o bebê se liga ao seio da mãe que o alimenta ou o afago da mão que o conforta ele tá amando esse seio ele tá amando essa mão é próprio usar a palavra amar para um para um para um traço objeto né Veja apliquemos essa condição ao caso de eh Narciso que está almando
alguém que não é alguém por isso não pode ser possuído né uma imagem uma sombra sem corpo né Isso vai ser muito importante no que a gente vai discutir aqui no curso né sobre o rebaixamento amoroso que o narcisismo consigo né narcisismo às vezes defensivo Puxa mas eu eu eu a amo mas eu não consigo dizer para ela que eu que eu quero sair com ela que eu gosto dela e você diz mas por que ela pode me dizer não não mas ela pode dizer não mas isso vai acabar com você Ah isso vai acabar
comigo com meu amor próprio né e com a a minha experiência com a minha imagem não com o meu corpo com a minha imagem será destruída por uma rejeição então no fundo O que que a gente tem o amor com experiência real de encontro com a imagem e corpo do outro que você pode efetivamente perder versus o amor como uma experiência com uma quase imagem sombra que você não pode possuir portanto você não pode perder seja o o impasse gracioso você acha que pode mas mas no fundo não é uma pessoa pessa é uma imagem
n com o que compara então o vídeo O Nosso Herói trágico não deixa de ser trágico que é Narciso né ele se evee de si no Êxtase ela se pasma como um signo marmóreo uma estátua de paros tá sou um tema porque é uma outra maneira de dizer de um corpo que não é corpo um corpo que parece um corpo ah lindo absolutamente perfeito D vida e Michelangelo Mas é uma estátua gente é feita de mármore não é um ser humano de carne qual é a diferença bom a diferença é a diferença entre o corpo
e o não corpo e isto vai importar para a qualidade para a extensão para a natureza do amor que você tem pela frente né né Há muitos amores que se compadecem absolutamente disso né comecei uma paixão incrível e ela é perfeita dá match torce pro Palmeiras gostamos dos mesmos restaurantes Vamos aos mesmos lugares é a alma dupla Gêmea daí você encontra corpo real e ela tem uma pinta no nariz e aquela pinta ela vai crescendo vai crescendo e vai destruindo todo aquele universo Imaginário que você construiu na sua Fanfic perfeito sobre quem é aquele outro
que não é um outro com corpo é um outro feito de imagens e daí você chega no seu analista e diz não não vai dar ela veste um sapato que é rosa e não é verde você di Mas qual a importância disso ah ofendeu a história que o sujeito tinha na cabeça que ele estava já Amando sem o outro o outro era um problema de Casting coloca-se quem aqui na nessa figura da personagem não não não essa que não tá bom muda para outro né é uma versão de Narciso problemas do século XX como é
que fazemos para amar no século XX porque não é mais o Narciso que que que que está olhando para o lago né o lago é a tela o lago é é o outro produzido pelo pela gramática das imagens né O que diz o texto de Ovídeo e esse ponto é muito importante paraas nossas discussões aqui sem saber ele deseja se mesmo e se louva cortejando corteja incendeia e arde essa é uma um traço muito esquecido pela representação contemporânea do narcis né você acha que ela percebe que ela é narcísico você acha que ela está assim
ciente do papel que ele está exercendo está valendo aqui a hipótese do inconsciente não sabe né A Comédia que ela está produzindo no mundo e quanto mais narcísico menos conhece menos menos se dá conta de como é um personagem em segundo lugar Pode estar sofrendo com isso né ele ele desconhece essa exaltação esse Êxtase n que ele exerce e pratica sobre o outro muitas vezes eles ele pode se sentir assim ofendido pelo outro largado pelo outro porque é uma condição da experiência narcísica esse não saber essa desconhecimento de si o que amas não há se
te afastas desface olha aqui cumprimento da maldição de junos né Eh ele se afasta do Lago e daí ele sente que ele não existe mais que ele se decompôs que ele não é ninguém que ele não tem não tem mais a experiência de si ela só tem a experiência do própria do si mesmo como propriedade só que agora né ao contrário do que a tradição judaico cristã eh definiu pra gente a gente tem o suporte efetivo no qual esse amor vai se dar que são imagens incorporais né imagens das quais se a gente se afasta
vem efeitos e despersonalização não sei mais quem eu sou não tenho mais lugar no mundo não sei para onde eu vou me desoriento do que que a gente está falando de um amor em estrutura de alienação então quando o Freud fala no narcisismo amoroso ele está dizendo cuidado quando a gente ama a gente inevitavelmente se aliena no outro mas essa alienação vai argumentar o FR ela é interessante não é uma alienação improdutiva tá a finalidade objetivo o ideal de toda análise e isso costuma ser assim uma uma maneira de colocar o nosso trabalho de forma
muito simples é facultar que as pessoas Amem e trabalhem não que elas não estejam trabalhando mas trabalhem com satisfação trabalhem com o seu desejo trabalhem na justa medida do seu querer eu mesmo vale para o amor né seja nosso objetivo né quando escutamos pacientes e é fazer com que os sintomas se se percam força é fazer com que o sujeito renuncie aos seus sintomas Mas por que nos seus sintomas a gente tem formas de Amar que estão ali silenciadas Forma de Amar formas de amarca estão ali eh circularizar eh em fantasias narcísicas formas de amar
impedidas por experiências traumáticas formas de amar e coagidas por eh condições narcísicas muito extensas às vezes inexequíveis por isso uma definição do da neurose é uma patologia do amor uma patologia do amor em que a gente tem que ter para pensar essa patologia um sujeito do amor né alguém que é que é capaz de amar e isso faz de nós todos né Eh potenciais né candidatos para essa jornada né onde a gente tem a psicanálise que pode ajudar eh Em alguns momentos mas a gente tem como estamos vendo aqui a arte a literatura o cinema
o teatro como fonte de reflexão para tornar o nosso amor mais interessante mais qualitativamente interessante para entender como surgem e de onde vê as suas formas mais rebaixadas mais simplificadas né Eh E é assim que que Narciso morre então há uma relação entre o narcisismo e a morte né Eh faço o fogo que sofro narcisismo Narciso percebe que é ele né ele se afasta do Lago ele desaparece Por que que ele desaparece enquanto experiência porque a imagem que o confirma Ah você perdeu ele volta pro lago diz Ah bom eu eu estou aqui mas mas
quem sou eu eu sou esse que olha ou eu sou esse que é olhado que que eu me dou conta da minha divisão de que eu sou dois de que eu sou duplo de que eu sou outro só que nesse caso a paixão pelo um a paixão pela Unidade faz com que ele se lance né contra a imagem refletida e seja então levado pelo Rio stige né Eh a eco diz adeus né Eh a cabeça dele tomba a morte os olhos loucos pelo dono né morada Infernal ele é conduzido então para o estige mas lá
no estige né no Rio dos Onde estão os mortos corpo nenhum havia Essa é a moral da história de Narciso por mais ligado que a gente possa dizer assim esta pessoa está no seu corpo é a imagem do corpo é o efeito do corpo é o corpo como bidimensional não é o corpo enquanto aquele que é dotado de imperfeições aquele aquele que envelhece aquele que é mais jovem aquele que é diferente de mim que é outro corpo é um corpo que está num outro registro esse o corpo que Narciso está condenado a não ter né
então na nossa experiência contemporânea e vamos voltar aí ao século X 18 né E essa experiência de Narciso vai ser reeditada né pelos grandes literatos românticos e aí e acertando as contas com o que eu disse lá atrás né a narrativa romântica ela é uma narrativa sobre o amor que não dá certo gente sobre um amor que mostra inclusive do ponto de vista da sua moral o que acontece com aquela como Madame bovari que quer viver uma outra vida que quer viver um amor maior que quer viver um amor menos mediu que que quer viver
um amor que estaria à altura de quem ela acha que ela verdadeiramente é se suicida verter o jovem verter do G né Eh que diante da sua amada e da da impossibilidade de tê-la e do Desencontro com ela o que que ele faz para afirmar o seu o seu grande amor né se suicida né ele se nega ela se perde contra o corpo e ele leva assim ao ao máximo a alienação que tá em jogo do amor e não o que aquilo aquilo que a gente vai ver na próxima aula né O que acontece depois
que o amor acontece né que acontece depois que que dois se encontram né O que acontece depois que isso que isso começa né E para onde vai não apenas né E talvez isso seja um dos problemas da narrativa romântica né de que ela ela é essencialmente uma narrativa sobre começos e sobre impossibilidades sobre destino os mal compridos né Ana kenina Ah que que que casa-se com Conde vronsky mas nunca reconhecida como a esposa do Conde bronsky né Eh a nossa Capitu eh sempre perseguida por por Bentinho que que que quer o que quer mais mais
propriedade mais uso mais posse né Eh então claro que há um outro romantismo de primeira geração em que Tudo Termina bem em que eh são felizes para sempre né Eh Mas vamos olhar para o nome da coisa né o romanticismo tem três fases pelo menos né uma muito ligada à morte outra ligada às decepções e a formação de ilusões enganadoras e uma ligada a eh E se a gente põe em contexto né ligada a uma mensagem muito legal quer dizer assim que olha paraa sua vida e Dê valor aos seus amores porque os amores vão
dar sentido à sua vida né Isso não é falso né Isso se torna ideológico quando o único sentido da vida é o amor o único sentido da vida é que iso se conclua e e e e imaginar que o amor então é um estado de felicidade constante permanente e de de de de garantia com segurança eh contra o desamparo bom isso não está lá na moreninha não está lá na mão e a luva não está lá mais muito menos em memórias do Sargento de Milícias isso é que criação de quem nunca pensou o que que
vem depois que o príncipe casa com a princesa né Acho que está sendo enganado porque não especulou o mínimo sobre o inferno que vai se passar no castelo a gente começa hoje com uma das formas de Amar no mundo contemporâneo e os dados mostram algumas coisas que podem parecer alarmante à primeira vista porque nós temos por exemplo ano 2021 a gente teve um aumento muito grande de mais de 26% número de separações divórcios especificamente isso de Janeiro a Maio 2021 a gente teve então quase 30.000 novos divórcios nesse período é o que leva as pessoas
a se separarem pessoas apaixonadas que depois desistem desse relacionamento e alguns estudos mostram que dentre outras coisas e uma é relação extraconjugal é um dos fatores Outro fator também relevante muito importante é o convívio Pode parecer estranho mas é o convívio que separa as pessoas elas quando mais próximas ficam tem uma tendência se afastarem depois de algum tempo a falta de comunicação e também alguma crise de ordem econômico financeira isso também acaba modificando o relacionamento atrapalhando o relacionamento e tem alguns estudos que vão mostrar algo que eu considero muito pertinente que são as competências para
um relacionamento que a gente pode chamar de habilidade competência de convívio tem um estudo muito bem feito Luis ran em que ele vai falar pra gente sobre por exemplo esses pontos quais são eles aqui com vocês um ponto que é importante para um relacionamento funcionar afinidade gostos e interesses atração sexual compatibilidade psicológica projeto de relacionamento Pode ser que as pessoas tenham projetos diferentes de relacionamento é como você consegue suportar os fatores de estresse e ciclo de vida e as chamadas competências de convívio Esses são fatores que são de alguma forma relevantes segundo os estudos para
um relacionamento ser trazer bem-estar satisfatório paraas pessoas envolvidas nesse relacionamento quando fala em relacionamento tem alguma coisa que é interessante pensar que é do amor romântico como a gente tem um momento da história da humanidade que o amor romântico começa a cair em descrédito Talvez seja simplesmente isso a gente vive isso hoje um descrédito do amor romântico e caminha para outras formas de relacionamento maneiras não monogâmicas como poliamor dentre outras tantas quando a gente fala de amor romântico tem uma trajetória na história da humanidade especificamente na Europa ocidental por volta do século XI lá do
trovadorismo as os cânticos As cantigas as histórias como Tristão Isolda e mais tarde nos séculos x 6 17 tem histórias Como Romeu Julieta Shakespeare que tão falando de paixão falando de um amor que ele sobrevive à maiores resistências Então tem um processo histórico cultural que vai consolidando uma perspectiva de que a relação amorosa ela precisa ser inebriada envolvido em paixão o amor ele passa a ser sinônimo de estar apaixonado o amor romântico tem relação com isso o amor romântico tem relação com a ideia de uma certa fusão entre o casal uma fusão de desejos e
os estudos vão mostrando que isso tá presente também nas comédias românticas do século XX no século XX as comédias românticas mostram de alguma maneira o seu Horizonte a sua base tem ali muito de romantismo muito daquilo que a gente pode chamar de amor romântico e de alguma forma parece tá em crise né então como a gente faz diante essa crise como a gente faz quando tem uma forma de amar que é o amor da Ordem da conjugalidade de uma relação entre pessoas adultas eh que envolve intimidade vida sexual parceria compartilhar projetos e esse amor tem
algo que é exclusividade ninguém ama um só amigo uma sua amiga você ama só um dos filhos que tem ou ama só um dos Pais pode amar sua mãe amar o seu pai mas quando a gente fala da relação conjugal existe o critério exclusividade faz sentido a exclusividade Então o que os estudos vão apontar o que a vida vai apontar é que a monon normatividade ela entra em cheque uma normatividade que vai preconizar que a vida conjugal só pode ser satisfatória e feliz se eu for completo por outra pessoa se eu tiver minha cara à
metade e se eu fizer tudo com essa pessoa isso entra em cheque quando a gente vê que as pessoas não necessariamente vivem uma vida monogâmica não necessariamente elas ficam satisfeitas no seu relacionamento alguns estudos mostram isso inclusive eh tenho apontado isso aqui no porque amamos esse livro fala sobre isso isso que é que tem uma porcentagem significativa que depois de 15 anos de relacionamento eh menos da metade das pessoas se encontram satisfeitas no relacionamento uma porcentagem bem uma porcentagem pequena cerca de 30% outros trabalhos no campo eh dos estudos de comportamento neurociência apontam uma coisa
interessante também que a paixão que é essa maneira do amor o romântico performar que é uma relação de afeto apaixonado ela não passa de 24 meses números estudos vão apontando ali 12 a 24 meses que é o tempo de durabilidade de estar apaixonado e que promete e que produz uma certa confusão entre o que eu sinto entre o que uma pessoa sente e a pessoa amada também sente é como se ela tivesse que sentir a mesma coisa nos anos 90 tem um trabalho muito interessante zel rehard e junto com oberon zel rehart que montaram um
um estudo e montaram na verdade o que seria os critérios para uma relação poliamorista eles falaram de poliamor Então tem um estudo tem um trabalho com que a glor Heaven har Ela vai organizar ela vai sistematizar o que é necessário para uma relação poliamorista O que torna uma relação é não monogâmica no caso do poliamor porque são formatos variados de relacionamento e isso implica numa questão de ordem ética até de ordem política Por que de ordem ética existe uma ética pra vida amorosa e como é que essa ética pode ser vivenciada num contexto de monogamia
ou num contexto de não monogamia como é que essa ética deve ser organizada quando a gente fala de ética a gente tá falando especificamente de uma investigação de um exercício crítico filosófico sobre a moral sobre o comportamento a maneira da gente atuar da gente agir no mundo e tem uma chave uma regra de ouro que existem muitos muitas tradições filosóficas religiosas que é faça aos outros o que queres que façam a ti mesmo a minha formulação aqui nesse primeiro encontro do curso por Como Amamos é dizer que esse Princípio não funciona pra vida amorosa Então
o que faremos a tese que eu quero defender a hipótese de trabalho é que uma ética que preconiza fazer ao outro o que eu quero que seja feito a mim não funciona quando nós estamos no terreno amoroso Então qual caminho a gente deve levar em conta eu quero trazer então Eh um trabalho de uma psicanalista e de um filósofo uma psicanalista filósofa e um filósofo que nos ajudam a pensar sobre isso antes de entrar nesse nessa formulação ética o que eu vou chamar de uma ética da intimidade e pensando aqui também com aquilo que sobonfu
som uma filósofa de burquina fasso burquinense do Povo da Gara fala também eu vou pensando junto com ela e também junto com ja derd que fala de uma ética da hospitalidade que foi formulada e juntamente com Anne do forn tenelli que vai falar também justamente sobre isso essa psicanalista Então a gente tem aqui tem duas pensadoras um Pensador que numa certa combinação tanto inusitada nos ajudam a ter um recurso uma ferramenta para compreender os caminhos e descaminhos da vida amorosa então eu quero pensar aquilo que a filósofa e psicanalista francesa Anne Du for mantell e
Jack de rid filósofo Franco argelino e a pensadora filósofa sobonfu somet da do Povo da Gara como é que uma composição entre o pensamento eh dessa escola de uma forma francesa que fala de uma ética da hospitalidade e de uma formulação que a sobonfu somet faz no espírito da intimidade vamos falar dessa ética mas antes de falar dessa ética da intimidade que deve ser uma um recurso para uma relação amorosa com mais bem-estar vamos pensar desse vamos pensar Quero trazer uma história uma narrativa mítico religiosa que trata da paixão que trata dessa Aventura do relacionamento
vou trazer uma tradição na tradição judaico-cristã a gente encontra nos textos nos primeiros textos da Bíblia a gente encontra eh uma história de amor entre Adão e Eva então aqui eu vou tratar essa narrativa como uma história de amor que é um encontro entre um casal então Adão é criado Eva é criada depois de lilit Então isso é uma outra história lirit sendo a primeira primeira mulher depois lirit acaba sendo expulsa por razões que ela não se curva completamente aos desejos de Adão então é feita uma mulher que é da costela desse homem desse primeiro
homem e então eles T um encontro amoroso um encontro simbiótico então o paraíso ele é a gente pode compreender o paraíso como uma metáfora de uma relação apaixonada viv uma fusão né Essa mulher que foi feita da costela Ou seja a foi expulsa e dessa vez a mulher não foi criada do mesmo Barro que Adão mas da própria costela do homem o Curioso sobre essa imagem é que ela apresenta uma fantasia da paixão que até hoje domina Nossa cultura ocidental a de que amantes seriam seres feitos de uma mesma substância que ao encontrarem se encaixariam
um no outro perfeitamente até que veio o diabo então entendendo aqui o diabo no sentido de que um opositor que tá encarnado na figura da serpente e que produz em EVA um desejo de experimentar alguma coisa que ela não experimentou ou seja sair daquilo que é vamos dizer cotidiano se sair da rotina então Eva fica inspirada pelo Desejo pel aquilo que opõe o cotidiano que opõe a normalidade entre aspas normalidade e ela provoca isso em Adão ao provocar isso em Adão tem um deslocamento daquele relacionamento Se esse relacionamento ele tava apaziguado em certa medida porque
estavam apaixonados e não tinham confrontos não tinham conflitos o conflito tá instalado porque eles acabam sendo por conta do diabo do opositor eles são expulsos do Paraíso ou seja a gente pode interpretar a paixão acab Quando a paixão acabou tudo fica muito mais duro aquelas 9 e meia semanas de amor aquele momento em que eles todo desejo se encontrava em que não podiam viver um sem ver o outro era como se fosse uma coisa como fosse oxigênio para estar respirando isso acaba e eles acabam compreendendo que são seres distintos são seres diferentes não tão misturados
não são uma só substância isso cria um ador O que fazer depois da expulsão do Paraíso o que cabe a Eva e Adão Depois dessa expulsão como é que eles ficam tem ali uma mortalidade possível à vista se No Paraíso a vida era eterna a paixão era infinita com a expulsão do Paraíso essa paixão infinita Deixa de existir e tem uma possibilidade de que aquilo que começa termine Adão e Eva podem morrer a paixão entre ambos pode acabar porque a relação modificou tá modificada e como é que eles podem reencontrar paixão como eles podem viver
vai ter bem-estar ou seja o que Adão e Eva então uma narrativa simbólica de todos os relacionamentos que de alguma maneira deixam de ser apaixonados Deixa de ser uma relação pautada numa fantasia simbiótica em que tem quase uma fusão entre duas pessoas e tem ali outros elementos que chamam atenção para o mundo Ou seja a serpente é dizer o mundo apresenta outros desejos Não que seja um desejo às vezes só conflitante com seu desejo afetivo sexual mas tem outras funções e atividades na uma eterna lua de mel paraíso é uma lua de mel prolongada da
Paixão isso que o paraíso tá dizendo é uma metáfora esse território do Paraíso que Adão e Eva habitam essa possibilidade de um relacionamento muito satisfatório porque tem muito amor para dar e vender um dado momento as pessoas começam a pensar e perceber que são seres distintos e não se confundem mais um com o outro tem que repactuar essa relação esse mito ele de alguma maneira ele é reterritorialização de amor romântico Talvez seja ali um dos Germes importantes pro que a gente vai chamar de amor romântico ou chamar de um certo medo receio da ruptura desse
amor romântico eh usando aqui entre aspas o amor romântico Por que razão é quando Adão e Eva se alimentam do fruto proibido e que que tá em jogo é como se os seus corpos nor mais se espelhassem eles percebem e compreendem que tem desejos individuais que eles podem desejar um ao outro mas que só desejar o outro não basta para aplacar o desejo existem outros desejos e tem uma vida pessoal tem uma vida íntima que vai além do encontro conjugal Então isso é um Desafio que tá dado pelo fruto proibido o fruto proibido é uma
maneira de dizer que é dado que é presenteado pelo pela serpente pelo diabo o diabólico é o que faz oposição que vai dizer que não é suficiente para uma vida plena e feliz apenas ter como fiadora uma relação amorosa uma relação apaixonada A vida sempre quer outras coisas e Eva tem outros desejos outros interesses assim como Adão um só não basta o outro para uma vida plena dito isso a gente tem então um desafio tremendo esse desafio ele vai ser percebido E aí a gente for pensar o mundo contemporâneo a sociedade ocidental o modo de
produção capitalista propriedade privada a monogamia ela vai ser a tônica dentre outras razões porque é uma maneira de organizar patrimônio organizar a vida política social e é alguma coisa que demanda como nós falamos no início um esforço que é localizar só o desejo num certo certo território num certo corpo numa certa num único relacionamento o que os não monogâmicos que os estudos não monogamia que as práticas não monogâmicas vão dizer que isso não se sustenta que essa fantasia monogâmica e a fantasia de uma Paixão paradisíaca não se sustenta que o desejo vai muito além nessa
hora a gente precisa enfrentar esse problema e aí vem uma investigação vem uma especulação filosófica de caráter do campo da ética no campo da política que é como a gente produz uma ética da intimidade em que esse problema dessa fantasia irrealizável de uma relação simbiótica possa ser resolvido vocês lembram que no início lá no primeira parte do nosso encontro eu comentei uma coisa que eu considero fundamental que foi a regra de ouro que aparece em várias formulações como mais ou menos sendo não faça aos outros o que não queres que façam a ti mesmo essa
ideia quando a gente fala de uma ética da intimidade eu vou dizer o inverso disso é importante que a gente ten uma percepção que o desejo do outro não é o nosso desejo a gente uma percepção que a dinâmica da vida daquele primeiro encontro não é a mesma dinâmica da vida do que virá depois então Eh as pessoas se modificam as relações se modificam por inúmeras circunstâncias e é necessário um projeto sem um projeto de relacionamento que é um daqueles seis fatores que Eu mencionei no início a a gente não consegue talvez caminhar com bem-estar
ou seja com bem-estar com Tranquilidade e enfrentando os conflitos de um modo que esses conflitos não produzam muita insatisfação frustração constante de tal maneira que a única forma de viver seja se separando seja não convivendo Mais e aí que que é a ética da intimidade Como funciona essa ética da intimidade essa questão que eu quero trazer aqui pra gente a ética da intimidade ela vai nos dizer que é importante que a gente faça aos outros coisas que não necessariamente nós queremos que não é a mesma coisa a gente quer que seja feita pra gente porque
a outra pessoa não é o nosso espelho a ética da intimidade uma ética de hospitalidade de intimidade ela tá nos convidando para compreender que eu preciso negociar e repactuar o meu processo de relacion com a pessoa amada continuamente e nesse repactuar contínuo eu não posso querer só fazer o que eu gostaria de receber eu não posso ofertar só o que eu gostaria de receber a gente vai ter que dimensionar essas ofertas a oferta afetiva a oferta de carinho a partilha o compartilhar ele vai ter que ser repactuar a mesmo só o que eu queria receber
porque são pessoas diferentes isso só é possível com a saída do Paraíso isso só é possível com a queda sem essa queda sem essa saída isso não é possível eh Romeu Julieta morre no final eh dessa dessa peça do espetáculo porque eh não tinha não teve um dia seguinte eles ficaram muito pouco tempo juntos eram adolescentes se conheceram se apaixonaram e não suportavam viver um sem o outro nem nem foi possível checar se a morte tinha ocorrido devido à pressa devido ao momento de muita está os afetos muita aceleração por conta da Paixão o que
tá dito de uma ética da intimidade é justamente um desacelerar é uma relação em que os desejos individuais podem ser muito diferentes são diferentes do Desejo do outro por isso que o poliamor vai falar de algumas regras eh tem então uma certa cartilha a gente pode colocar aqui entre as do poliamor que foi escrita que foi elaborada eh nos debates feitos pela glor zelen har a partir dos debates que ela faz e essa cartilha ela tem um elemento que eu considero muito importante que é um conceito é um afeto chamado compersão a compersão é alguma
coisa importante numa relação poliamorista o que não quer dizer que toda a relação poliamorista seja compa mas é um certo ideal e a que que é compersão compersão é o antônimo de ciúme Se o ciúme é esse desejo eh que não consegue dividir e compartilhar o seu objeto Amado a compersão ela não reconhece a pessoa amada como objeto do seu desejo ela reconhece a pessoa amada como um outro sujeito que tem interesses e desejos variados e que não necessariamente eles vão confluir o tempo todo pro seu desejo então é um deslocamento daquilo que é um
objeto Amado para um sujeito que ama e e que pode ser amado mas que não necessariamente Pode ser tutelado então a compersão ela vai trazer uma novidade porque ela tá dizendo o seguinte o desejo do outro não posso controlar o desejo da outra pessoa de tal forma que a melhor maneira de viver Talvez seja sem desejar controlar o desejo da pessoa amada a gente encontra alguns princípios Fora esse eu vou voltar alguns princípios são bem interessantes quando a gente fala disso né Eh quais são eles que a gente pode chamar de 12 pilares do poliamor
e eu falei da compersão autenticidade Escolha transparência confiança igualdade de gênero honestidade aberta não possessividade a não possessividade É compersão ela tem a ver com a compersão Justamente por isso é o não ciúme então o ciúme ele ele tem uma dimensão que é o caráter possessivo só é possível que a gente tem uma relação possessiva com uma pessoa se nós nós a deslocamos do lugar de sujeito e ela fica se torna um objeto se torna minha propriedade isso é muito interessante porque Geni Nunes por exemplo que é uma pesquisadora Guarani uma intelectual Guarani ela diz
algo que existe também na língua Guarani algumas outras línguas dos povos indígenas que não tem pronome possessivo para falar do filho da filha do pai da pessoa amada isso aparece também algumas línguas do tronco banto africano isso bem interessante eu tem assim é meu é minha é outra maneira de se relacionar e caráter consensual da relação aceitar a autodeterminação é o sexo positiv sexo positivo que é assim você tem uma certa Liberdade sexual e tem especificamente a compersão que ela tem a ver com a não possessividade mas tem esse caráter específico de ser não sentir
ciúme ou seja não ser ciumenta não ser ciumento não ser ciumento é isso não ter uma relação de posse mas ter esse sentimento seant a não possessividade uma certa prática a compersão essa possibilidade de ter sentimento é fácil cultivar isso penso que não não é fácil cultivar isso porque está numa numa lista do Campo dos da não monogamia a monogamia entende a mon normatividade como uma maneira do que a gente chama de sistema capitalista das relações de produção de produtividade elas estarem no interior dos relacionamentos que que a gente pode defender que que eu acho
interessante a gente pensar e até falando dessa ética da intimidade não existe uma única expressão uma modulação de relacionamento que sirva para todas as pessoas no mundo para todos os casais ou trisais ou Tetris ou ações que são semiabertas ou abertas ou relações poliamoristas ou não monogâmicas em formatos múltiplos ou simplesmente monogâmicas não existe um único formato querer encontrar um formato único invariável para uma relação amorosa no mundo contemporâneo Talvez seja O equívoco Talvez o mais importante seja a gente começar pelo autoconhecimento ou por um tipo de de expressão conceitual filosófica que eu gosto muito
de usar que tem muito a ver com orumilá E tantas outras filósofos e filósofos que é a auto intimidade Auto intimidade tem relação com o autoconhecimento sendo que ela tem muito a ver com a capacidade que a gente tem de ter um escrutínio afetivo de compreender os nossos afetos Então como é que é o amor no mundo de hoje as formas de Amar hoje são inúmeras mas a um primeiro passo ele tá ligado específicamente a nossa capacidade de compreender o nosso funcionamento afetivo de compreender o nosso próprio desejo de separar um pouco o que a
gente deseja o que a gente precisa e o que a gente quer compreendendo essas diferenças e compreendendo o nosso mundo afetivo a gente pode fazer um tipo de aliança de combinação com a pessoa ou as pessoas que nós amamos que a gente ama para tornar possível um relacionamento em que a gente implemente essa ética da intimidade a ética da intimidade nos convida em primeiro momento a saber sobre os nossos próprios sentimentos a saber a nossa zona de conforto ela as formas de Amar Hoje eu tô justif tô defendendo aqui que a gente encontre a nossa
zona de conforto afetiva ao encontrar a nossa zona de conforto afetiva a gente pode amar de com muito de forma muito melhor com mais satisfação com mais alegria com mais bem-estar esse bem-estar ele está relacionado de alguma maneira a o que a gente pode chamar dessa ética da hospitalidade porque de ética da intimidade tá muito baseado naquilo que o derar fal hospitalidade que tem relação com o estrangeiro quando uma pessoa estrangeira chega na nossa casa como a gente recebe essa pessoa como a gente fornece comida fornece por exemplo lugar para essa pessoa dormir nós procuramos
deixar essa pessoa o mais confortável possível essa relação de se preocupar com conforto de uma pessoa estrangeira que a gente precisa implementar numa ética amorosa Por quê tá falando de uma outra pessoa que tem um outro código uma outra língua essa percepção de quando você recebe uma pessoa estrangeira por exemplo no seu país sua cidade Você passeia com ela ela pode não dominar o idioma você tem que cerla então tem todo um processo que tem a ver com essa com recebê-la na ética amorosa numa intimidade afetiva é isso que a gente tem que fazer é
tratar a pessoa que a gente ama como se fosse uma estrangeira Essa é um Esse é um dos maiores princípios maiores contribuições que a gente pode ter nas formas de Amar hoje é receber a quem a gente ama como se a gente não conhecesse essa pessoa como se não fosse a gente mas reconhecendo que quem é estrangeira a gente trata de uma outra maneira não como nós gostaríamos de ser tratado mas como essa pessoa deseja e o que é possível fazer com o desejo da pessoa que a gente ama é por aí que a gente
vai encontrar alguns caminhos nas formas de Amar no mundo contemporâneo Oi meu nome é Tatiana amêndola e e a gente tá aqui para falar de amor mas a gente vai falar de amor de um ponto de vista da sociologia que é a minha formação então eu sou socióloga eh sou mestre em comunicação cultura e sociedade e sou Doutora em sociologia também mas eu sempre gostei de falar de assuntos que não eram muito trabalhados no meio acadêmico sempre gostei de pesquisar esses assuntos e o amor veio um Pou nessa linha eu ti uma disciplina na faculdade
chamada sociologia do amor amei essa disciplina foi uma coisa que mudou minha forma de pensar a sociologia E desde do meu mestrado eu tenho trabalhado temas hã um pouco alternativos aqueles mais clássicos do campo da sociologia Então já fiz alguns estudos sobre aplicativos de relacionamento sobre a forma como as pessoas cantam sobre o amor e agora esse curso vai tratar do amor do ponto de vista da Sociologia o amor é uma relação social né A a sociologia trabalha com a análise e o pensar sobre relações sociais então de uma forma até um pouco eh eh
direta a gente quando fala de relação social a gente também fala de amor eh eu vou começar essa primeira aula com uma epígrafe que vai dar o tom de todo o curso nessa primeira aula a gente vai fazer um Panorama do que é que tá acontecendo com amor no mundo contemporâneo com uma pergunta bem específica que é por que que a gente não se apaixona mais depois na aula dois a gente vai falar de alguns sociólogos importantes e de como eles podem nos dizer coisas sobre o amor na aula três a mesma coisa e na
aula quatro a gente termina com algumas tendências do Amor no mundo contemporâneo eh mas como eu havia dito a epig que a gente usa normalmente em livros e eu uso em aulas também mas normalmente a gente usa epígrafes para começar livros né capítulos de livro textos é uma frasezinha um texto Zinho que dá o Tom daquilo que a gente vai falar que dá o Tom daquilo que tá sendo escrito eh alguns filmes também tem epígrafes alguns filmes trabalham com isso para situar o telespectador dentro de um Mood da época ou dentro de um tema um
assunto e eu escolhi uma epígrafe de um sociólogo chamado w MS e essa essa essa frase do W MS diz o seguinte que não é possível entender nem a história da sociedade e nem a história individual se a gente não entender as duas isso tá num texto dele que chama imaginação sociológica e é bem importante pra gente entender a de analisar o amor do ponto de vista da sociologia por quê Porque o amor tá muito conectado comumente né a gente vê o amor sendo conectado a uma a uma ideia de de de vida pessoal e
não pensamos que o amor pode est relacionado à história da sociedade e desse ponto de vista do me a gente pode olhar pro amor como algo profundamente impactado pela história da sociedade ou seja não dá pra gente entender o amor pessoal a relação entre um casal se a gente não entender a história da sociedade e também não dá pra gente entender a história das instituições da sociedade das relações sociais mais amplas se a gente não se debruçar sobre a história do amor sobre a história da vida privada Então é eu acho que é dessa perspectiva
que a gente começa esse curso falando do amor não de um ponto de vista da Psicologia não de um ponto de vista só individual Mas falando do amor do ponto de vista da sociologia que é esse campo que estuda a sociedade e aí uma outra epigrafe mais pop com a qual eu gostaria de trabalhar é na verdade um álbum um nome de um álbum da Lily Allen que é uma cantora britânica pop ela H alguns anos atrás Um um álbum chamado assim It's Not me it you né Não sou eu é você e ela gravou
esse álbum como uma resposta a uma outra frase que é a seguinte It's Not You it's me esse embate né dessa desse diálogo de quem é a culpa de quando um relacionamento acaba de quem é a culpa do término desse relacionamento amoroso você ou eu a resposta da elile Allen é uma resposta a uma frase mais comumente usada que é a It's Not me it's you né então assim não desculpa uma resposta mais comummente usada que diz que não sou eu não é você sou eu né E aí ela responde não não não sou eu
é você mesmo o problema dessa relação e e isso me me chama atenção porque as pessoas ficam o tempo todo culpando o outro né pro término dos relacionamentos que que eu posso fazer para melhorar meu relacionamento amoroso que que você pode fazer como é que a gente pode trabalhar individualmente essas questões e pouco se pergunta sobre a sociedade pouco se avalia a sociedade então juntando essas duas coisas é esse o Tom que eu gostaria de dar para esse curso é tanto essa essa expressão essa frase essa pegada do WR meals que fala que as duas
coisas estão muito imbricadas como também essa esse olhar um pouco desencanado do do olhar pro indivíduo mas mais pra sociedade então respondendo vamos começar respondendo então à pergunta dessa primeira aula por que que a gente não se apaixona mais essa é uma pergunta que não é minha não é original minha essa é uma pergunta que muitas pessoas se fazem e que uma autora chamada Liv stron kist eh também fez numa publicação que chama rosa mais vermelha desabrocha a Liv stronk mais do que escrever um texto acadêmico ela fez uma curadoria de autores da sociologia pensadores
pensadoras que procuraram de uma forma indireta responder essa pergunta e ela uniu algumas respostas e desenhou pra gente né no bom sentido desenhou fez um quadrinho maravilhoso eh juntando essas respostas h de diferentes áreas da sociologia e da filosofia para responder porque que a gente não se apaixona mais e aqui eu também fiz uma outra curadoria né porque é sobre isso a gente fica lendo relendo e e e selecionando coisas de acordo com aquilo que a gente pensa e eu trouxe quatro respostas para essa pergunta paraa gente começar eh esse curso quatro respostas paraa pergunta
porque que a gente não se apaixona mais e quatro respostas que vê do campo da sociologia e a primeira resposta é sobre o a morte do outro a gente tá falando de relacionamento amoroso mas a primeira resposta para essa pergunta por que que a gente não se apaixona mais é a de que talvez a gente esteja cancelando matando anulando aniquilando o outro e por que que isso acontece porque a gente tá vivendo numa sociedade muito narcísica em que toda a nossa energia toda a nossa libido toda a nossa pulsão a gente usa pra gente mesmo
a gente usa para trabalhar a nossa alta imagem para trabalhar o nosso intelecto o nosso corpo para desenvolver as nossas habilidades para fazer exercícios para melhorar a a nossa postura né então a gente tá o tempo todo gastando energia com a gente mesmo uma sociedade narcísica que revela esse gasto de energia com o eu em todas as atividades do dia a dia então a gente tá muito mais preocupado isso a gente pode ver em qualquer rede social com a expressão do nosso eu com a expressão da nossa self com a expressão daquilo que a gente
pensa do que com a expressão de alguma coletividade de algum diálogo com o outro não estou dizendo que isso não aconteça mas o lugar do qual a gente está falando hoje é um lugar muito narcísico até quando a gente Curte o outro muitas vezes e eu tô dizendo o outro tanto no sentido de redes sociais como no sentido dos relacionamentos cotidianos Face a Face a gente tem uma expectativa narcísica então eu vou curtir você para que você saiba que eu te curti e para que eu ganho pontinhos com isso então a gente olha muito pra
gente apenas e e o amor tem a ver com o outro a partir do momento que eu cancelo o outro que eu olho só para mim eu acabo entrando num campo que cancela o amor o amor ele tem a ver com alteridade tem a ver com relação com o outro se a gente constrói uma relação apenas com a gente mesmo a gente não consegue se apaixonar um outro ponto que contribui para isso é a questão do do excesso de positividade de amor próprio né esse discurso de seja positivo se ame em primeiro lugar permeia mesmo
que a gente não acredite nessa frase você tem que se amar em primeiro lugar a gente acaba ouvindo isso e isso acaba construindo uma relação ainda que eh indireta com o outro de eh um lugar que não dá espaço para essa alteridade Então essa é a primeira resposta de porque a gente não se apaixona mais né a gente não se apaixona mais porque toda a nossa libido toda a nossa energia vem pra gente mesmo e não pro outro e o amor é o lugar do outro da relação com o outro para amar a gente precisa
ter alteridade a gente precisa saber se relacionar com o outro e não apenas usar a nossa energia para trabalhar o amor próprio e a relação com a gente mesmo com nosso corpo com o nosso intelecto com a nossa selfie com o filtro mais legal que eu vou usar e por aí vai o segundo motivo pelo qual a gente não se apaixona mais e que eu escolhi dessa curadoria eh que a que a Liv stron kist inclusive me ajuda a fazer eh no livro dela eh diz respeito ao avanço de uma escolha racional se a gente
quiser usar uma expressão assim mais pop seria o avanço de um checklist imenso na escolha dos nossos parceiros e parceiras amorosas e sexuais e da onde isso vem da onde vem esse avanço da nossa escolha racional bom veja nas sociedades tradicionais mais antigas e quando eu falo sociedade tradicional eu tô falando assim pré-revolução Industrial tô falando de sociedades pré-modernas mas que tem um legado até hoje eh nessas sociedades mais tradicionais a gente pode pensar assim Eu do meu lugar de 46 anos posso pensar na minha avó que nasceu em 1922 né ela carregava muito de
um modo de vida tradicional como é que ela minha avó e avó de muita gente que tem mais ou menos a idade que eu tenho escolhia o parceiro amoroso não escolhia né ele se apresentar de acordo com escolhas que não eram ligadas ao campo racional não pelo menos da parte da pessoa que escolhe né Eh eh eram ligadas a uma decisão mais familiar Ou tradicional Por isso as sociedades tradicionais né que que é uma tradição é você repetir algo que tá ligado ou uma dimensão de parentesco ou governamental ou religiosa Então as escolhas não se
apresentavam pra pessoa que deveria escolher eh as escolhas elas eram dadas de fora pela própria sociedade com quem você vai casar não era uma pergunta que era feita pra pessoa que iria casar era uma era uma pergunta que era feita muito mais socialmente que era muito dada socialmente por tradições religiosas governamentais é de parentesco então H voltando pro exemplo da minha avó ela não escolheu com quem ela ia casar essa foi uma escolha da família uma escolha da família que levava em consideração eh uma proximidade uma afinidade uma condição Econômica uma disponibilidade e que não
era muito difícil né as escolhas eram muito mais limitadas nas sociedades contemporâneas as as escolhas são irrestritas você entra nos aplicativos de relacionamento tinder bumble é um cardápio e vai passando e não tem fim aquilo não acaba e vai e desliza pra esquerda e desliza pra direita e são muitas pessoas se apresentando como a gente tem escolhas irrestritas É muita gente e idealmente eu posso me relacionar com quem eu quiser eu posso trocar o tempo todo escolher o tempo todo e por isso diante dessa infinidade de possibilidades as pessoas acabam criando critérios um checklist racional
filtros né Então você vai lá nos aplicativos e você vai colocar bom eu quero me relacionar com pessoas que são altas mas altas tem essa opção inclusive num desses aplicativos você pode dizer especificamente se você quer de 1,75 a 1,90 m Ah eu quero me relacionar com pessoas que são vegetarianas ou flexitarian eu quero me relacionar com pessoas que votaram em quem não que isso não seja importante mas são tantos critérios de escolha que o que acaba acendo com esse excesso desse checklist é que a expressão cair de amores acaba se perdendo eu não me
apaixono mais eu não Fall In Love mais a gente começa a contar com escolhas tão Racionais que a nossa capacidade intuitiva ou acaso ou escolhas Menos Racionais acabam ficando de lado e aí então a gente não aceita não consegue Fall In Love Porque sempre tem um impecílio não mas espera essa pessoa fuma não vai dar certo então já vou descartar ou ah essa pessoa tem 1,73 é um pouquinho mais baixa que eu não vai rolar então isso isso é um outro motivo pelo qual a gente não se apaixona Porque apaixonar tem a ver com patos
com paixão com cair com queda com Fall In Love e o que parece-me que a gente tá fazendo hoje em dia nessa escolha racional é querendo dar um up né quando a gente se relaciona é meio que para dar um up para Se melhorar E aí eu me conecto com o primeiro ponto a primeira resposta eu vou me relacionar com alguém que possa contribuir para dar um up em quem no meu próprio self alguém que combina comigo alguém que me faça ser uma mercadoria mais desejada e alguém que não atrapalhe a minha positividade o meu
excesso de good vibe não posso me relacionar com uma pessoa que vai me dar problema que vai me dar conflito eu não posso perder tempo inclusive né Então veja o quão complicado vai ser se eu me relacionar com uma pessoa que não é vegetariana e eu sou vegetariana a gente vai perder tempo tentando achar um restaurante que atenda as duas pessoas e aí Isso é complicado em termos do que a gente tem na sociedade que é uma busca de produtividade uma lógica de ã eh garantir que o escolhido para eu me envolver para eu amar
não prejudique a minha vida não me deixe cair só me leve para cima e o terceiro motivo pelo qual a gente não se apaixona tem a ver com a masculinidade tem a ver com o homem tem a ver com o homem perder o lugar que antes era dele né então que lugares antes eram do homem e aí eu tô falando no antigo lugar do homem né nas sociedades tradicionais e que ele vem perdendo ratical esse lugar o antigo lugar do homem eram três né na verdade não o mas três lugares a casa o trabalho e
os ambientes de macho né então o homem tinha esses lugares o homem ele era o dono não o dono da casa no sentido de ser dono de casa mas no sentido de mandar né o homem mandava na casa o homem mandava no trabalho e ele mandava em todos os lugares de macho esses lugares foram invadidos pelo homem pela mulher quer dizer os lugares foram invadidos pela mulher eh e e é engraçado né porque esses lugares vão sendo invadidos pela mulher a mulher começa a mandar na casa a mulher começa a trabalhar a mulher invade os
bares e o homem reage a isso né tentando marcar territórios então por exemplo essas barbearias que surgiram nos últimos anos né E que são bem marcadas como lugares do macho né todas decoradas com couro navalhas cerveja marrom Preto moto que é bem essa coisa assim não invadam aqui mulheres a gente precisa garantir um lugar da gente mas enfim o que acontece é que o homem perdendo esse lugar ele acaba querendo garantir o lugar no âmbito sexual já que ele perdeu o lugar físico o lugar físico de homem né O o bar o trabalho quase que
perde a barbearia ele vai querer realizar esse controle no âmbito sexual é na sexualidade que o homem vai poder expressar a sua autoridade autonomia então o que que ele faz para expressar isso ele se distancia emocionalmente ele fala assim olha aqui eu tô no controle ele não mostra os seus sentimentos Boys Don Cry não é mesmo já cantava The Cure eh e aí ele ele despreza inclusive despreza principalmente a mulher chorando a mulher pedindo por provas de amor por vulnerabilidade uma coisa muito interessante que eu acho bem bem forte aliás é que quando duas mulheres
gays sapatas lésbicas se relacionam e começam relacionamento a primeira coisa que elas escutam dos outros todos mas principalmente dos homens amigos e dos homens gays amigos Inclusive é o seguinte cuidado cuidado porque sapato é assim ó lesbic é assim começou a se pegar no dia seguinte já tá querendo casar cuidado quer dizer escutar isso é assim olha cuidado cuidado porque com mulher você você tem vulnerabilidade cuidado que com mulher você tem um lugar mais acolhedor não tem esse distanciamento emocional do homem quer dizer mulheres reclamam que homens não se envolvem emocionalmente mulheres reclamam que homens
querem um distanciamento emocional querem eh mulheres reclamam que homens não se mostram dependentes delas né E no entanto quando uma mulher se relaciona com outra mulher curioso é que vem esse Alerta atenção cuidado então quer dizer todo mundo julgando jogando e julgando essa vulnerabilidade ou seja continua rolando uma uma uma demonização e uma dominação emocional do homem sobre a mulher daquele homem que inclusive eh tem um certo asco isoa das mulheres numa mesa de bar lugar de homem com os outros amigos e fala ai não não aguento mais ela chora muito Nossa eh tô cansado
disso né e demonstra que só quer sexo e desprendimento emocional uma das consequências também disso essa mulher que fala que só quer usar os homens também né quer dizer uma das saídas em vez da mulher assumir essa vulnerabilidade e afirmar essa vulnerabilidade muitas mulheres começam a se comportar como homem né então a gente vê isso muito né claro que isso pode ser de fato uma expressão legítima mas me parece que em alguns momentos há uma certa forçação eu vou forçar esse meu comportamento e essa minha afirmação de eh não vulnerabilidade porque para eu lutar contra
tudo isso eu preciso ser tão desprendida emocionalmente quanto o homem e isso pode ser preocupante se não for legítimo né se for só uma mimetização do comportamento do homem como a gente viu algumas cantoras fazendo em algumas letras de música e falando que homens são só objetos e o quarto motivo pelo qual a gente não se apaixona mais eh tem a ver com uma outra morte mas a morte ela mesm né Eu falei que o primeiro motivo eh era esse cancelamento do outro essa Aniquilação do outro essa anulação do outro o segundo motivo é essa
questão da racionalidade do checklist que acaba impedindo a gente de cair de amores né e de se deixar levar pelas emoções o terceiro motivo tem a ver com essa essa esse desprendimento emocional que o homem marca muito fortemente já que ele perdeu os lugares físicos que ele controlava então ele precisa controlar a mulher sexualmente emocionalmente o quarto motivo tem a ver com a própria morte a gente tem uma inaptidão pra morte a gente não fala da morte a gente esconde a morte e o que que a morte tem a ver com casamento com relacionamento amoroso
porque a morte tem a ver com o fim a morte tem a ver com finitude Se Essa sociedade que a gente vive não consegue falar da Morte isso denuncia uma coisa mais profunda que é Essa sociedade que a gente vive não consegue falar do fim não consegue olhar pro fim não consegue olhar pras coisas que vão morrendo e quando a gente se relaciona de alguma forma a gente tá marcando um fim Death duas part né até que a morte nos separe quando a gente se relaciona dessa forma monogâmica casamento contrato até que a morte nos
separe na alegria e na tristeza de alguma forma a Gente Tá encarando um fim a gente é inapto pro amor porque a gente é inapto pro fim a fidelidade ela é uma forma de finitude a partir do momento que eu falo vou ser fiel a você na alegria e na tristeza não vou te trair eu vou ficar com você até que a morte nos separe eu tô estendo um olhar pra finitude num relacionamento tô olhando para aquela pessoa e tô pensando eu vou ficar com ela até o fim do meu diso não é fácil encarar
o próprio fim já é difícil encarar o fim e o processo de finitude da outra pessoa e o processo de finitude da Paixão da empolgação de um início de um relacionamento é mais complicado ainda por falar Enfim então a gente vai finalizando essa primeira aula e nessa primeira aula a gente falou de quatro motivos pelos quais a gente não se apaixona do ponto de vista da sociologia e na próxima aula a gente vai se debruçar sobre a relação entre o capitalismo e o relacionamento e os relacionamentos amorosos a