A Necropolítica se espalha pelo Brasil | CONTEXTO

e em 2019 casos emblemáticos trouxeram a questão da letalidade policial nas periferias para o centro do debate público alguns deles são assassinato da menina agatha félix no rio de janeiro por fuzilamento do carro da família do músico evaldo dos santos rosa com 80 tiros também no rio e as mortes de nove jovens no baile funk em paraisópolis em são paulo ao mesmo tempo uma série de números e dados revelaram um aumento significativo da violência de estado em territórios periféricos diante de tantas mortes nas mãos de agentes de estado o conceito de um filósofo camaronês a

necropolítica tem sido usado para tentar explicar essa dinâmica violenta que impera nesses lugares mas o que significa esse termo e como a necropolítica se relaciona com o aumento da violência de estado nas favelas e periferias é isso que você vai entender nesse episódio do contexto [Música] e no dia vinte de setembro de 2019 a menina agatha félix de oito anos estava sentada ao lado da mãe dentro de uma kombi no complexo do alemão na zona norte do rio voltando para casa quando por volta das nove e meia da noite foi atingida nas costas por um

tiro de fuzil disparado por um policial militar de acordo com a denúncia do ministério público o policial atingiu a gata quando atirou contra duas pessoas que estavam em uma moto por acreditar que se tratavam de integrantes do tráfico local o crime causou forte comoção não apenas pela sua brutalidade e pela evidente inocência da vítima como também pelo fato de estar inserido numa sequência de acontecimentos que também envolviam a morte de jovens baleados em comunidades do rio de janeiro em agosto por exemplo o intervalo de cinco dias foi suficiente para virar 6 jovens atingidos ou com

balas perdidas ou baleados diretamente em comunidade ou áreas próximas a elas na região metropolitana do rio a maioria dos casos aconteceu durante operações policiais meses depois de nove jovens que e durante operação da polícia militar no baile funk em paraisópolis na região sul de são paulo casos emblemáticos como esses além da morte do músico evaldo rosa que teve o carro da família fuzilado com 80 tiros por militares do exército em abril conversam diretamente com dados que revelam o crescimento nos índices da letalidade policial tanto no rio de janeiro contra em outros estados levantamento do globo

com dados da secretaria da segurança pública de 15 unidades da federação mostrou que em nove delas houve aumento de repressão policial letal numa comparação entre janeiro e abril de 2019 e o mesmo período do ano anterior no rio dados do esqui mostraram que as mortes em confronto com a polícia bater um recorde em 2019 segundo dados do aplicativo fogo cruzar 23 crianças foram baleadas na região metropolitana do rio destas sete morreram e em metade destes casos houve a presença de agente de segurança como no caso da menina a gata como explica a jornalista e colunista

do jornal o globo flávia oliveira no ano de 2018 ou já experimentou intervenção federal na segurança pública já houve um aumento nos índices de letalidade policial no estado esse processo porém acentuou-se ainda mais com a posse do governador wilson 20 seu que trouxe consigo desde a campanha eleitoral um discurso de exaltação a uma política de segurança pública baseada no enfrentamento desde a campanha eleitoral o governador do rio veio com discurso muito muito forte muito duro na área da segurança pública no discurso de abate né como ele dizia entrou em vigor uma política com mandato para

matar que não é exclusiva do rio de janeiro a gente tem no brasil de uma polícia que mata muito e que morre muito mais no caso do rio de janeiro parece uma situação particularmente grave e o rio em alguma medida uma espécie de laboratório do que acaba espalhando pelo país mas será que existe algo que explica conceitualmente esse processo que transforma territórios periféricos em alvos da violência de estado em coluna por o jornal o globo de setembro do ano passado flávio oliveira relacionou o cotidiano de medo brutalidade e violência policial nas favelas do rio de

janeiro dividir com o termo cunhado pelo filósofo e pensador camaronês achei um bebe a necropolítica mas o que exatamente significa necropolítica para entender o significado desse termo é preciso falar do filósofo francês michel foucault e de seu conceito de bill política ficou utiliza esse conceito para analisar as técnicas de governabilidade dos sujeitos que tem início nos estados europeus modernos a chamada sociedade disciplinar essa sociedade seria caracterizada por um tipo de poder que visa cuidar da vida dos cidadãos tendo como objetivos principais a proliferação da vida e o controle sobre os corpos de uma população mas

se por um lado a biopolítica tem como nexo principal o cuidado sobre a vida ela também está vinculada a um poder de decidir quem deve morrer nessa sociedade a partir disso achei bem me procuram ampliar o conceito de biopolitica de focou que segundo ele não é suficiente a conta das formas de submissão da vida ao poder da morte na contemporaneidade ele então criou o conceito de necropolítica para abarcar situações em que armas de fogo e outras tecnologias de extermínio criam que ele chama de mundos de morte que estabelecem formas únicas e novas existências social o

filósofo trace uma genealogia da necropolítica que vai desde a escravidão na imperialismo colonial passando pelo apartheid na áfrica do sul e até pela situação da palestina hoje em dia por exemplo como explica a professora da usp rosane borges esse conceito também se aplica em regiões periféricas do brasil onde o estado democrático de direito supostamente biopolítico não prioriza o cuidado da vida de uma população mas sem o seu extermínio é necropolis que ela pode ser verificada em vários exemplos em várias ocasiões e a gente poderia dizer né na trilha do que o adquire vendo nos ensina

de que nós estamos no brasil sim com política de estado que empregam o dispositivo da necropolis o estado de o paulista a gente acha que ele instaura modo de legislação modo de existência a margem da legislação o que a gente vê que o estado de exceção na verdade ele se configura como novo normal é ele não com ele não está na tradicional mente dentro da jurisprudência em determinados países mas a sua prática rotineira faz com que ele se situa o modo próprio de existência rosane falou sobre o estado de exceção que é uma ideia trabalhada

por achille mbembe que ajuda a entender como opera a necropolítica como o nome indica criasse uma configuração sócio política em que alguns dos direitos fundamentais dos cidadãos são suspensos em determinadas regiões isso se relaciona por exemplo aos frequentes abusos policiais em regiões periféricas e desfavorecidas do país tem leis é aplicada somente para determinados grupos e outros grupos eles ficam à mercê de uma política de vingança o ritmo de algum representante do poder público a gente triste estado de exceção essas políticas de morte no entanto tem sido justificadas como forma de combater a violência em janeiro

deste ano além de mostrar que houve um aumento da letalidade policial no rio 2019 dados do isp revelaram também uma queda no índice de homicídios dolosos no estado que atingiram o menor número desde 1991 o fato dessas duas estatísticas de terem sido divulgadas ao mesmo tempo foi suficiente para que muitas pessoas fizesse uma correlação imediata entre os dados criando uma relação causal entre eles ou seja a queda no número de homicídios dolosos no estado seria uma consequência direta do aumento da letalidade policial o próprio governador do rio e o som beats ou a comentários dados

defendeu o aumento da letalidade contra quem ele chama de vagabundo nesta lógica uma na política de enfrentamento baseada na força policial seria um antídoto contra violência urbana mas será que é isso mesmo que os números mostram um olhar aprofundado e detalhe os dados mostra que não é possível associar diretamente o aumento das mortes por intervenção policial ea redução de homicídios um levantamento do globo sobre recentes dados do isp mostrou que a taxa de homicídios subiu ou se manteve estável em dois dos cinco bairros do rio de janeiro com mais casos de pessoas mortas em confrontos

ao mesmo tempo os homicídios caíram em todos os cinco lugares que registraram as maiores quedas da letalidade policial demonstrando que uma coisa não está necessariamente ligada a outra o ministério público do rio também fez um estudo no ano passado que mostrou a ausência da relação direta entre o aumento do número de mortes em ações policiais ea redução da criminalidade no estado a pesquisa revela que cinco áreas específicas do rio representavam juntas quarenta e dois por cento da queda de homicídios entre essas porém somente duas tiveram aumento nas mortes por internação policial o que todos esses

números mostram é que apesar de não haver relação direta entre a adoção de políticas de enfrentamento e o aumento da segurança da população essa né a música parece estar nas bases da retórica dos governos atuais seja no nível estadual ou no nível federal tem a ver com uma uma retórica que não nasceu em 2018 enem 2019 ela vem amadurecendo na sociedade brasileira essa percepção do bandido bom é bandido morto a pena de morte as violações de direitos humanos que o sistema carcerário que são muitas vezes festejados né por setores da sociedade e o estado tem

dobrado aposta nesse modelo e ainda mais agora né no governo baixo conservador a direita e me parece que sem hoje mas sem nenhuma sutileza não só de fuzil na rua não troca por uma bíblia se você sair nós vamos te matar e aí