k [Música] [Música] como as novas gerações se encontram diante das novas configurações de trabalho eu peço então que vocês Pense um pouquinho sobre o que significa um trabalhador sub demanda a quantas anda a relação saúde mental e trabalho uma pressão absurda e uma necessidade que as pessoas exerçam tarefas e muitas tarefas ao mesmo tempo né a crescente pressão por resultados a exigência de disponibilidade contínua mente em Foco tema desta série do Café [Música] Filosófico a vida contemporânea exige de nós cada vez mais falta tempo e sobram tarefas para dar conta como resultado os transtornos mentais
estão mais presentes e mais intensos a cultura da eficiência e do desempenho cobra o preço da nossa saúde mental quanto mais produzimos mais sucumbimos será que o fato de sermos humanos se tornou irrelevante é esse o mundo do trabalho que queremos eu gostaria de começar trazendo alguns dados eh do relatório da Organização Mundial de saúde que foi divulgado em 2022 né importante lembrar que ele levou um tempo para ser feito mas ele já traz eh muitos insumos principalmente do impacto da covid na saúde mental das pessoas não é novidade para ninguém cada um de nós
eh foi impactado à sua maneira né Eh é um episódio que foi comparado a um pós-guerra até pior porque a gente não sabia de onde via o inimigo a gente não sabia o que fazer eh e a gente foi colocado aí eh numa sensação de desamparo completo e isso com certeza mexeu com muitas questões muitas crenças muitas escolhas que a gente vinha fazendo na vida então estima-se que cerca de um em cada oito pessoas no mundo vive com transtorno mental a depressão é uma das principais causas de incapacidade em todo mundo de incapacidade afetando aproximadamente
280 milhões de pessoas no mundo os transtornos de ansiedade afetam cerca de 301 milhões de pessoas globalmente o estigma e a discriminação contra pessoas com transtornos mentais são comuns e podem impedir que elas busquem Ajuda quer dizer significa que os dados que nós temos ainda não reflete a totalidade porque as pessoas esconde suas questões mentais né Por se sentirem desprivilegiadas né e e sofrerem preconceitos transtornos mentais custam a economia Global cerca de 1 trilhão por ano em perda de produtividade a pandemia de da covid-19 aumentou significativamente os níveis de estés e ansiedade em todo mundo
exacerbando os problemas de saúde mental então esses são alguns dados da OMS eu trouxe outros um pouco mais recentes um de Harvard que diz que 96% dos líderes entrevistados se sentem estressados e 33% cronicamente esgotados uma outra pesquisa da delo traz um outro número interessante pro nosso tema que fala que 77% dos entrevistados afirmam que a cultura do Sempre disponível está prejudicando seu equilíbrio de vida e de trabalho e mais um último estudo divulgado pelo valor econômico da DDI diz que 57% dos jovens não querem os cargos de liderança devido à pressão e a sobrecarga
que eles observam Esse é um pouco do cenário que as organizações não só no Brasil né mas no mundo todo tem sofrido com um uma avassaladora mudança de contexto que a gente tem vivido certo Acho que a gente compartilha disso em muit muitos em muitos aspectos bom e um dos conceitos que eu escolhi eh trata-se de um trabalho eh de uma pessoa chamada Richard senet o nome do livro é a cultura do novo capitalismo Imaginem vocês que ele escreveu esse conceito ele trabalhou nessa tese em 2006 então foi nessa época e nesse contexto que ele
traz eh algumas coisas pra gente pensar no que a gente tá vivendo hoje Ele traz um conjunto de desafios à subjetividades Human e ele foca em três em três pontos principais primeiro deles é a questão do tempo né a ideia do tempo ou a primazia do curto prazo isso é uma coisa que a gente sente nas organizações n não existe mais planejamento estratégico para 5 ou 10 anos reuniões pra gente pensar o que vai acontecer para onde os rumos do negócio não existe mais as pessoas hoje as coisas mudam a todo momento o projeto que
foi aprovado no mês passado já foi descontinuado esse mês e já se encaminha para um outro lugar que a gente não sabe exatamente qual é o ser humano é impactado por isso não existe mais eh muitas vezes o trajeto a pessoa sai de uma reunião para outra sem ao menos alguns minutos de descanso às vezes ele sai de uma reunião entra numa de terapia volta pra reunião então o tempo a contemplação coisas que davam certo respiro já não existem mais produtos são desenvolvidos projetos que levavam do anos hoje eh São desenvolvidos em dois meses e
São colocados na gôndula para serem testados pelo próprio consumidor não dá tempo de desenvolver um um produto do começo ao fim então as organizações de um modo geral e agravado ainda mais com a pandemia com a transformação das empresas com a tecnologia nas empresas O Impacto é direto nas pessoas e as empresas gostam de pensar que as pessoas são como uma Ferrari só que quando vai ver ainda é um calham ainda que leva um tempo para se adaptar a tantas mudanças né Então esse é o primeiro tópico o segundo tópico é o talento como descobrir
suas capacidades potenciais e uma cultura onde de novas capacidades são exigidas a cada momento aquele curso universitário que você fez Hum tá obsoleto já não serve mais aquelas competências que a organização desenvolveu Hum já não é mais aquilo que a gente precisa o ser humano acha que tá pronto e de repente é bombardeado a todo momento sente que ele tá atrasado que aquilo que ele sabia já não serve mais e que ele precisa aprender coisas novas a todo tempo na a velocidade que em que é imposto isso causa impacto isso causa sofrimento psíquico sim aquela
sensação de que será que eu não vho mais será que eu fui contratado Será que eu sirvo para para pro cargo que eu ocupo aquela sensação de insegurança e por fim o que o Richard senen chama de presentificação e que eu gosto de usar a palavra desapego você não pode mais ter apego aquilo que você achava que te colocava naquele Hum já não serve mais então Desapega aquele projeto que hum não aquele processo que andava também não agora vai ser substituido então Eh você tem que soltar as coisas a todo momento soltar aquilo que de
alguma maneira dava alguma borda algum algum Contorno pro sujeito então eh emprestando aqui um pouquinho do do que o richardsen traz pra gente pensar o que as organizações estão vivendo porque hoje você coloca um produto na gôndula Daqui uma semana Alguém já já tem o mesmo produto na Gula e você já tem que Inovar de novo você já tem que criar de novo e você tem equipes cada vez mais enxutas para entregar com prazos cada vez mais curtos porque já os os prazos já não precisam ser renegociados e tem que ser tudo para ontem e
a gente tá vivendo isso no dia a dia n a gente não tem tempo a gente não tem paz as modificações culturais desencadeadas no capitalismo contemporâneo implicam a busca de homens e mulheres ideais uma individualidade voltada para o curto prazo preocupada com as habilidades potenciais e disposta a abrir mão das experiências passadas e quem tá disposto a abrir mão das experiências passadas a gente não tá disposto a abrir mão porque são essas experiências que nos constituem como sujeito Então existe sofrimento psíquico no em tudo que a gente tá vivendo e a gente percebe isso claramente
nas organizações no próximo bloco toda e Qualquer mudança que nós seres humanos vivemos ela passa por um trajeto até que efetivamente a gente reintegre a nova realidade Será que vivemos uma pandemia de saúde mental e será que o vírus causador dessa pandemia não seria o excesso de exigência em uma realidade acelerada precisamos de tudo ao mesmo tempo agora precisamos encontrar tempo para tudo e não encontramos tempo para nós o excesso de conexões nos desconecta de nós mesmos e dos outros a luta para vencer nos deixa derrotados E aí eu trou mais um recorte teó que
a gente utilizao n organizações Principalmente nos projetos de transformação cultural é um tralho que foi por uma psiquiatra que acompanhava pacientes em situação terminal quando o paciente recebia eh notícias de que a ele tinha uma doença grave e que isso transformaria a vida dela então acompanhando esses pacientes ela desenvolveu uma teoria que a gente chama da curva da mudança toda e Qualquer mudança que nós seres humanos vivemos ela passa por um trajeto até que efetivamente a gente reintegre a nova realidade né então a gente pode chamar da morte da coisa né então toda vez que
uma empresa traz um novo processo o processo anterior precisa ser deixado de lado a morte daquele projeto quando a gente sei lá termina um relacionamento até você tá disposta a seguir adiante você passa por algumas fases até que isso aconteça então toda mudança ela começa pela negação da mudança a gente se recusa com o tempo a gente fica com muita raiva depois a gente entra na barganha tenta negociar aí a gente deprime e só depois de percorrer todas essas fases é que a gente começa a vislumbrar uma nova possibilidade Imaginem vocês que para toda e
Qualquer mudança a gente percorre essa curpa A grande questão é que dentro das organizações as mudanças acontecem várias vezes no mesmo dia você tem que abandonar aceitar barganhar negar várias coisas para aceitar o novo a todo momento essa velocidade essa exigência também implica em sofrimento psíquico é claro que a gente sabe que tem pessoas que são eh que se adaptam mais rapidamente outras nem tanto então um dos grandes desafios da liderança é entender que cada ser humano tem um funcionamento para percorrer tantas mudanças Alguns são mais resistentes outros mais adaptáveis eh Talvez as pessoas com
comportamento mais cristalizado implica no sofrimento ainda maior então com o contexto mudando a todo momento Imaginem vocês que hoje dentro de uma organização convivem cinco gerações diferentes dentro de um mesmo contexto e isso tem significado uma verdadeira guerra né uma guerra de rótulos é uma guerra de eh esse garoto tá chegando quer virar presidente em uma semana esse senhor já tá obsoleto né então ao invés da gente pensar em conflitos a gente precisa começar a pensar em como que essas gerações podem somar também e isso é IMPA de mudança bom e frente a tudo isso
O que que a gente observa tanto no ambiente organizacional quanto no ambiente da Clínica n primeiro uma pressão absurda e uma necessidade que as pessoas exerçam tarefas e muitas tarefas ao mesmo tempo acrescente pressão por resultados a exigência de disponibilidade contínua é o telefone celular que não desliga as pessoas levam o telefone celular para todo lugar eh aquela necessidade do imediatismo as pessoas eh ouvindo mensagens numa velocidade máxima porque para para poder ganhar tempo o que é uma loucura o que deixa a gente completamente atordoado Então essa essa crescente pressão e resultado resultado resultado porque
precisa crescer né a mudança na dinâmica dos negócios as estruturas organizacionais reduzidas e a gestão cada vez mais complexa incluindo as metodologias ágeis e modelos de gestão à distância né quer dizer a gestão ali próximo com as pessoas ali no mesmo ambiente já não é mais possível as pessoas entraram no espaço 2D e agora eu tenho que entender eu tenho que conseguir coordenar esse trabalho eu tenho que conseguir acompanhar os resultados dessa pessoa essa pessoa ainda tenho que me preocupar que ela se ela tá integrada se ela tá se ela tem todas as informações que
ela precisa um desgaste absurdo para dar conta desses modelos que já virou uma realidade um modelo que não facilita muito aquilo que a gente que a gente tá acostumado porque o ser humano é um ser social é um ser de relacionamento isso distancia as relações isso complica as relações a sociedade do desempenho e a sociedade ativa gera um cansaço e esgotamento excessivo o exesso da elevação do desempenho leva a infarto da Alma o cansaço da sociedade do desempenho É um cansaço solitário que atua individualizando e isolando as questões da diversidade da inclusão essa necessidade que
a liderança tem para impulsionar e cuidar da saúde mental das suas equipes essas questões tão da diversidade porque não dá tempo da gente trabalhar os nossos vieses inconscientes é um termo que a gente usa muito nas organizações a gente precisa pra gente poder eh se sentir apto a atuar com esse contexto esse discurso cada vez mais amplo da diversidade eu preciso me reeducar porque tem um contexto que que me impacta também né que muitas vezes eu tenho que aderir a um programa mas eu não tô preparado para me comportar da maneira mais adequada para para
que isso aconteça de fato nas organizações as atividades de gestão uma agenda extensa dos rituais de gestão incluindo relatórios intermináveis reuniões que eram de uma hora agora passam a ser de 30 minutos 20 minutos e assuntos intermináveis e amontoados processos internos desenvolvimento do time além de da preocupação do aut des envolvimento contínuo porque o conhecimento é sempre insuficiente a gente usa e tem usado muito lifel learning né que agora você não pode nunca mais deixar de aprender né além de tudo a gente bombardeado com uma série de informações intermináveis que a gente não consegue selecionar
e que a gente não consegue dormir direito que a gente não consegue descansar que a gente não consegue ter qualidade de vida que a gente não consegue fazer uma atividade física né E que a gente ainda tá trabalhando de casa e acumulando outras tarefas e outras funções cuidando dos filhos fazendo compra buscando na escola levando na escola tudo isso em sobreposição aí a minha pergunta é com com crescente número dos casos de Bernal no Brasil versus a a falta de manejo de um protocolo do RH versus a incompreensão dos empresários que aumentam cada vez mais
a pressão inclusive sobre esses funcionários em Bernal entendendo que Bernal é o stress da Alma ligado no stress do corpo inabilitado o indivíduo Será que nós estamos diante de uma possível pandemia de saúde mental Será que a gente não aprendeu com a pandemia do covid e como evitar isso quando tem alguém sofrendo de saúde mental a primeira coisa que a gente deve fazer é ter uma conversa com ela e perguntar como é que ela pensa em ser ajudada pra gente tomar qualquer então e eu acho que para além de desenvolver protocolos a gente precisa reunir
cada vez mais as pessoas da área de recursos humanos para que elas possam se desenvolver nesse novo contexto né porque eu Sem dúvida nenhuma É um sofrimento também que é imputado a elas vem uma série de desafios que realmente eh elas não sabem lidar às vezes nem as pessoas da nossa área sabem lidar E então falta falta educação corporativa falta educação executiva e tornar essas essas equipes cada vez mais aptas a a lidar com situações como essa né Protegendo o sujeito sem expor o sujeito e uma coisa que a gente precisa quebrar né o sujeito
que passa por uma situação como essa ele tá temporariamente fora de serviço mas é uma passando por por por essa situação ele é apto ele tá de volta ele é ele é produtivo a gente tem que parar de achar que a pessoa sofreu com um surto uma crise e ela ela deixa de ser produtiva no próximo bloco os sintomas somáticos estão aí a gente precisa se perguntar né sobre a forma como a gente [Música] reage a vida contemporânea está repleta de siglas tag tas toque TD H poucas letras que representam muitas dores e angústias são
doenças que trafegam em uma via de Mão Dupla da empresa para o consultório que tipo de alerta essas siglas estão nos dando como profissionais somos instigados a nos renovar a nos adaptar a desempenhar a aprender novas habilidades Será que não temos também que a viver melhor e como é que se faz liderança em tempos como esse e como é que se pratica isso no dia a dia Esse é um dos grandes Desafios que se colocam além desses eh esbarro em tantos outros em diferenças e e eu gosto de dizer que um dos principais desafios da
diversidade né é a incompatibilidade de ideias não é somente a cor da pele o etarismo é essas pessoas um pouco desorientadas dentro das organizações tendo que dar conta do resultado tendo que cuidar das pessoas né e ainda eh tendo que se confrontar e muitas vezes insatisfeitos e querendo até mudar de vida porém Nem sempre é possível porque eu tenho que sustentar minha família pagar meus boletos eu não posso abrir mão eh escolher carreiras eh alternativas ou me livrar de tudo isso porque eu ainda tenho que corresponder socialmente economicamente enfim e como é que se dá
conta disso a realidade é o que a gente tem observado é que os líderes não têm dado conta disso e que os líderes precisam modificar os modelos de gestão que eles precisam abandonar a capa do superhero achar que tem que ter resposta para tudo e achar que conseguem eh ter novas ideias incrementar e pedir ajuda pedir ajuda e expor que não dá conta demonstrar a sua vulnerabilidade trabalhar em outros modelos mais colaborativos eh reunir o o time para tentar chegar a outras a outras soluções pro negócio só que tudo isso impacta também e abrir mão
de coisas que às vezes são vaidades dizer que eu não sei dizer eh me coloca em risco de achar que alguém vai me mandar embora porque eu não sou mais suficiente eu não consigo resolver né E tem colocado as pessoas no estado de medo e aí o consultório os consultórios estão lotados os colegas não t mais passo na agenda para receber as pessoas com crise de ansiedade que de repente estão dirigindo seu carro pro trabalho não sabe onde tão tem até uma história muito muito emblemática para mim de um executivo que passou 18 anos eh
entregando o melhor dele para chegar numa posição de se fold de uma multinacional e simplesmente um dia não SA sabia onde estava não sabia quem era saiu caminhando de São Paulo foi encontrado em Jundiaí né E hoje um paciente psiquiatra afastado das funções né Cheio de remédio e não percebeu que ultrapassou todos os seus limites e e o que a gente considera uma quebra emocional importante que tira o sujeito de circulação que Impacta tira ele do tralho né inviabiliza para que ele seja uma pessoa produtiva e assim por diante iso é só hisa de tantas
que eu Eos dos meus que trabalham principalmente com o públic das organizações tem tem vivenciado em um out momento recebi um telefonema de uma pessa da área de recursos humanos de uma grande empresa dizendo que o diretor tinha tido uma crise de ansiedade e que a gente precisava colocar que ele fosse para um psiquiatra para tomar um remédio porque ele tinha uma reunião importante amanhã e que ele precisa tá bem né imagina ele não conseguia sair de dentro do carro ele tava com uma sensação absurda de que ia morrer ligou pra esposa ir buscar porque
ele não podia voltar sozinho para casa e aí a a funcionária do RH pedindo para que para que ele tivesse pronto amanhã e ele não tava pronto amanhã não é só a organização que mudou a o consultório também mudou as pessoas ainda TM vergonha de dizer que fazem uso de um medicamento psiquiátrico ou que fazem terapia às vezes não acionam os planos de saúde a cobertura dos planos de saúde para que a empresa não saiba que faz uso que é acompanhado psiquicamente porque tem sofrido né então isso é um dos grandes desafios organizacionais a gente
poder falar disso abertamente francamente com gentileza e consistência este conceito de que o líder precisa estar no comando e ter todas as ostas é ultrapassado e paralisante ele causa um impacto prejudicial sobre as pessoas ao arraigar a ideia de que elas são bem menos e são inferiores e a receita para o fracasso é a vergonha se transforma em medo o medo conduz a aversão ao risco a aversão ao risco aniquila a Inovação e as consequências o que a gente mais tem assistido eh da as pessoas que vêm pro consultório né as crises agudas de ansiedade
conhecidas como tag test TP tas toque TDH né coisas que a gente vem ouvido falar que são os transtornos de ansiedade né transtornos sociais eh estress pós-traumático né entre outras a depressão né Eh a depressão que traz um risco enorme principalmente o risco de morte a gente sabe disso a depressão muitas vezes é silenciosa né E a gente não tá falando de sintomas depressivos é é importante a gente diferenciar né todos nós sentimos sintomas depressivos entristecimento o dia que a gente não quer sair da cama o dia que a gente se abraça no chocolate né
o dia que a gente não tem vontade o dia que a gente várias coisas a depressão enquanto patolog é grave e paralisa o sujeito e e desliga o sujeito a vontade dele pra vida é importante a gente entender essa diferença né porque a gente vê muito aut diagnóstico muita pesquisa no Google pessoas tentando encontrar respostas paraas suas angústias e apelando principalmente pros psicotrópicos é uma loucura né e remédio para dormir remédio para acordar remdi para se sentir disposto remédio para esquecer remédio para lembrar remédio paraa memória a gente quer resolver rápido assim como o mundo
só que a gente não pode esquecer que a culpa não é sempre da organização a gente carrega as nossas histórias para dentro das organizações essas histórias que em momentos como esse a gente é convocado a a ter que olhar para elas Então isso é um pouco do que a gente vê o que a gente tem ouvido muito falar da síndrome do Impostor do fantasma da inutilidade dos sintomas psicossomáticos né que nem sempre é um sintoma psíquico mas que você começa a perceber que você tem uma enxaqueca que não resolve uma psoríase uma doença na pele
ou perder os seus cabelos sem ter muita razão aparente e quando você vai para um especialista ele vai perguntar aquela frase você anda muito estressado isso pode ter algum fundo emocional você tá passando por alguma situação né e ouvir algo como isso é angustiante porque o diagnóstico ajuda a dar nome e a sanar um pouco das nossas angústias também via de regra né então os sintomas somáticos estão aí a gente precisa se perguntar né sobre a a forma como a gente reage eh por que que eu por que que eu tô gripando de novo Nossa
caiu uma imunidade tô com uma infecção às vezes é uma resposta do corpo a algumas situações do dia a dia e que começam a gritar no corpo e a gente precisa conhecer esse corpo a gente precisa entrar em contato com ele entender as suas reações né isso ajuda muito isso é o que a gente usa muito como jargão a importância e em tempos como esse mais do que nunca do autoconhecimento de conhecer as suas reações conhecer eh Por que que aquele chefe me tira do sério por que que toda vez que eu tô numa reunião
assim que eu me sinto acuado eu reajo dessa maneira eu reajo mal me comunico mal sou agressivo desperto todas essas coisas são passíveis de serem entendidas desde que você esteja disposto a revirar tudo isso a revirar a sua própria subjetividade você começou logo no no no comecinho da palestra falando um pouco das Gerações né então a gente vê essa liderança que se cobra que você até falou do Sempre disponível e que tá tendo Burnout mas ao mesmo tempo a gente vê chegando pra empresa Uma Geração mais leve que não quer ser líder e que não
quer tá nesse lugar Será que o Burnout seria geracional será que é da nossa geração e essa nova geração essa geração que estamos e a nova geração já tá sabendo que não vai dar certo trabalhar dessa forma ah Dani acho que você traz uma questão bem interessante eh que assim pensar nos novos nos diagnósticos né e não só o Burnout Mas se a gente pensar no tdha também se o sintoma não é uma resposta ao contexto que a gente está vivendo quer dizer eh o HD né o HD pegou fogo Burnout significa né a grosso
modo você pegou fogo né entrou em curto circuito né Será que isso não é uma resposta ao à tempestade de informações à queda das bordas a a a quantidade de de temas e assuntos que a gente tem que lidar ao mesmo tempo esse mesmo corpo bioló Lógico que não vivia esse contexto em um outro momento eu acho que é uma é uma provocação importante né Eh o TDH como uma resposta né quer dizer a pessoa não consegue memorizar ela não consegue focar ela faz mil coisas ao mesmo isso é uma resposta ao mundo que a
gente tá vivendo e eh o que a gente tem percebido nos jovens talentos e que é um fenômeno que a gente nunca tinha visto isso né a pessoa passa por um processo ela vai pro seu primeiro dia de trabalho ela vive o primeiro dia de trabalho no final do dia ela pede demissão rapidamente ele já olha e fala amigo aqui não não é para mim desculpa eu agradeço mas não vou ficar né então isso tem acontecido com uma com uma com uma frequência inacreditável então Cabe à organizações repensarem Sim né e por isso a questão
da transformação cultural a gente precisa se reparar se preparar para receber o jovem talento a gente precisa do conhecimento que ele tem a gente precisa da juventude que ele tem porque as pessoas estão se aposentando e estão morrendo e é o ciclo natural da vida quem vai assumir essa organização só que isso mais uma vez como é que a gente perpetua uma organização que não que não é atrativa pras novas gerações né ess Essa é a grande questão por isso que a gente tem que mudar o discurso né e começar a fazer com que as
diferentes gerações comecem a a se interessar umas pelas outras a conviver a convergir e não divergir né É E a gente só consegue isso se a gente começar a rever as nossas culturas os nossos ritos de gestão os nossos horários de trabalho as nossas flexibilidades para tornar esse espaço atrativo E aí pessoal vai mexer num monte de lugar n vai mexer em questões e vai virar as organizações de cabeça para baixo e é isso que vem acontecendo e as organizações que já sacaram essa já estão trabalhando já estão trabalhando rapidamente no próximo bloco A gente
precisa olhar o indivíduo a gente precisa olhar o que tá acontecendo com aquele colaborador que tá afast por alguma questão [Música] emocional no mundo atual parece que o trabalho tem sido fonte de crise e de angústia que possibilidades teríamos de mudar para que trabalho não seja igual a sofrimento em meio a tantos desafios e metas o principal Talvez seja justamente inventar novas formas de se se relacionar com o trabalho e no trabalho e talvez o primeiro passo para essa mudança seja simplesmente o direito de falar a existência de espaços de conversa quando a gente consegue
falar o que a gente pensa o que que as pessoas vão fazer no consultório elas elas têm um espaço de fala garantido elas pagam pagam caro para isso porque elas têm alguém ali que tá disposto a ouvir o que elas têm para falar e quando você percebe que que o que você tá passando é compartilhado que muitas outras pessoas passam isso traz um alívio para continuar para chamar o colega para tomar um café e para para atenuar eh esse sentimento de angústia e sempre que a gente quer levar essa essa atividade as pessoas né as
pessoas que contratam o nosso trabalho tem medo que as pessoas não não vão se manifestar eu tenho certeza que ninguém vai se manifestar basta um abrir a boca né E e aí falta tempo a gente tem que parar o tempo porque quando um percebe que o outro fala né as pessoas são estimuladas a falar e quando você é estimulado a falar o que tá errado o que tá desconfortável você ganha você ganha um um companheiro um colega para trocar ideias sugestões eh para desabafar para se sentir um pouco mais aliviado num movimento meio catártico isso
tem resultados muito consistentes isso baixa ansiedade não não me quero calar não quero mais sofrer em silêncio meu coração está cheio e o meu pensamento vai falando Estou farto de sofrer Estou farto de chorar Estou farto de ter dó de ter medo e de ter esperança a gente precisa investir em trazer o tema da Saúde Mental pras grades de Treinamento Sem dúvida nenhuma capacitar as pessoas a receber as pessoas que sofrem que estão sofrendo os colaboradores e claro eh em convergência com a cultura porque isso muda de organização pra organização os dispositivos que a organização
tem para pros encaminhamentos né como fazer Qual a melhor forma eh como tratar a questão eh do sigilo Qual o impacto disso naquele time como que se substitui Qual o tempo de afastamento né Aí cada organização Claro que existe lei também que agora orienta Nas questões de afastamento eh Nas questões de remuneração Nas questões de estabilidade de de emprego porque o que a gente via antes da nova regulamentação é eh a pessoa tem a sei lá O Surto a situação é afastada eh a pessoa volta e em pouco tempo ela é demitida né porque ela
é é vista como uma pessoa que não aguenta não aguenta a pressão não não consegue voltar tem questões em algum momento a empresa não demite utilizando isso no discurso mas encontra uma outra razão para tentar se livrar do colaborador então Ah bem trazendo o tema da Saúde Mental paraa mesa a empresa precisa se organizar e disponibilizar né os dispositivos e quebrar o estigma de que aquele colaborador não tá apto para voltar e continuar tocando a vida e acolher mesmo de forma sensata mesmo porque amanhã pode ser você né amanhã amiguinho pode ser você tá na
fila pode acontecer com você a Silva Helena Ela diz que após episódios de Burnout há uma mudança emocional significativa profissional continua sendo produtivo mas o emocional muda muito e as empresas não sabem lidar com isso é o que fazer depois que você passa por um uma quebra emocional você é impactado você começa a ver o mundo de outra maneira você começa a a colocar algumas eh algumas Barreiras quer dizer eu me recuso a trabalhar até 10 horas da noite como eu fazia antes eu vou trabalhar no meu horário de trabalho e as as organizações eh
ainda e muito não vem isso com bons olhos porém uma pessoa que passou por uma situação como essa eh e se tem um lado bom de passar por uma situação como essa é que ele não vai ele vai cuidar com todas as suas forças para não se ver novamente naquela situação e isso vai impactar no comportamento nas suas escolhas nos seus limites na na sua fala quando ele não concorda e as empresas com aumento de quadros como esse vão ter que lidar com isso né mas eu concordo que as empresas não vê isso com bons
olhos ainda a gente valoriza o o superhi o que fica até de madrugada trabalhando o que faz para além da sua capacidade Esses são vistos como como bons colaboradores a as pessoas têm agora por hábito né estudar as organizações as quais elas elas mandam o seu currículo e elas querem saber como é o clima até que horas as pessoas trabalham eh o quanto as pessoas são exploradas então cada vez mais as pessoas têm procurado lugares mais Salutares para para pedir um trabalho né para se recolocar então Eh quando a empresa não tem uma boa reputação
isso começa a trazer impactos pro negócio Sem dúvida nenhuma e o que a gente tem percebido uma verdadeira debandada do ambiente organizacional as pessoas procurando outras coisas para fazer eh e normalmente coisas que elas podem fazer isoladamente que elas podem investir que elas podem eh sair um pouco desse universo e o que a gente tem assistido também são muitas eh ações as empresas estão tomando ações em relação à questão da Saúde Mental e eu acho que o grande desafio que elas têm enfrentado é quebrar com o estigma social e isso parece bonito de ver difícil
de implementar é muito difícil eh principalmente e eu acho que o recado precisa ser principalmente pro Board da organização pros acionistas de uma organização pessoas que TM no poder a tomada de decisão né E que costumam muitas vezes fazer Vista grossa paraas situações da Saúde emocional até que aconteça com ela até que elas se vejam numa situação de vulnerabilidade por situações como essa pensar num olhar né com essa vertente teórica é pensar na individualidade né é pensar que a organização apesar de se parecer com tantas outras tem uma cultura que é muito específica daquele lugar
que cada um dos sujeitos vivencia um movento de mudança de uma maneira muito particular a gente tem percebido que a forma como a gente tratava as pessoas env as pessoas dentro das organizações não é mais suficiente a gente precisa olhar o indivíduo a gente precisa olhar o que tá acontecendo com aqu colaborador que tá afastado porg questão emocion e não é criando que ao mundo da mesma que a gente vai consegir fazera e evoluirem algum seno a gente começa a ser convidado para falar de saúde mental eh com um olhar um pouco diferente um olhar
mais trabalhoso um olhar mais apurado mais cirúrgico e que é individual não dá para dizer que todo mundo sofre da mesma maneira as empresas Tem trabalhado ã alguns temas importantes né como a segurança psicológica né de uma teórica chamada m de monson eh a liderança tradicional tem trabalhado fortemente para se transformar numa liderança que a gente tem chamado como uma liderança mais positiva né aonde é uma liderança mais focada no desenvolvimento e no olhar pras pessoas é uma liderança que estimula a colaboração a invés da competição é uma liderança que abre mão de ter a
resposta para tudo para tomar decisões mais compartilhadas é a liderança que tá disposta a ouvir a opinião eh a ouvir novas ideias e querer discutir trazer conversas difíceis pra mesa uma liderança curiosa uma liderança corajosa que tem eh porque ser líder não é nada fácil porque lidar com pessoas não é nada fácil lidar com máquinas é muito mais fácil aí o chat GPT quem não tá usando educado até o garoto né a gente tem que trocar altas ideias eh com chat GPT ele responde tão rápido tão eficiente educado né as pessoas não são assim as
pessoas são bem complexas as mudanças no mundo TM sido rápidas e constantes Muitas delas afetando o mundo do trabalho O Café Filosófico segue trazendo reflexões em sintonia com esses movimentos e transformações nós temos mudanças importantes no trabalho nos contaram que que a gente iria se aposentar aos 50 60 anos de idade e é mentira a gente vai viver agora mais 40 anos ninguém vai conseguir se aposentar Nessa idade quando a gente acha que a gente chegou no auge nós temos mais 40 anos pela frente nós temos um bando de adolescentes cinquentão perdido sem saber como
Reinventar a sua vida e nós temos hoje em dia controles que fazem muitas vezes esticar o momento da morte colocando sérios problemas pras pessoas pras suas famílias até onde nós devemos deixar que a tecnologia aja sobre nossos corpos né às vezes fazendo uma uma vida infinita que que de S consciência ninguém gostaria de ter Enfim tudo isso faz com que nós estejamos sem bússola que nós estejamos desolados no século XX é eu acho que a gente tá assistindo tudo isso acontecendo [Música] eh e me me chama atenção e e eu tenho uma uma inquietude né
é que a gente tem se dedicado às inovações mas pouco a gente tem pensado nos impactos dela e deveria ser um um exercício feito para quem trabalha nas próprias inovações até para que a gente possa a gente precisa entender que a gente tem um planeta inteiro que precisa se alimentar que precisa viver que precisa ter o mínimo de dignidade enfim e e a gente investe investe investe nas inovações e e a gente não nas coisas que isso tem causado e que talvez a gente seja em negação a gente tá lá no começo da curva da
mudança ainda em negação pros impactos de tudo isso e que podem impactar inclusive na nossa sobrevivência ou das das Gerações logo ali né nem pensando muito longe ampliar as perspectivas sobre o mundo do trabalho e as questões que envolvem a vida profissional foi o convite deste Café Filosófico aqui mas você encontra mais reflexões sobre esse assunto e outros no canal do Café Filosófico no YouTube até o próximo [Música] café o que a gente tem percebido no consultório principalmente no que tange Aos aos adolescentes é o empobrecimento do discurso você recebe pessoas do consultório que vem
contar a sua história né e de repente você começa receber pessoas no consultório que não tem histórias para contar um esvaziamento [Música]