se agora o computador consegue ver o que tem numa imagem ele vai dar os diagnósticos a gente não precisa mais de médico para fazer isso né E isso gerou um medo gerou um medo em mim eu confesso que depois do que eu te falei lá que deu errado o mestrado deu errado a residência que eu desisti aí quando eu me encontrei pô agora Achei um negócio que eu gosto para caramba de fazer aí vou perder um emprego para esse negócio entendeu Esse foi inclusive um dos motivadores para eu estudar mais e aí eu quis testar
eu mesmo sabe como eu gostava de programar eu falei assim cara eu quero aprender a criar esses ritmos e ver eu mesmo se isso funciona igual estão falando que [Música] [Música] funciona bem-vindos a mais um episódio aqui do meu podcast meu nome é Cauê Gasparoto sou médico formado aqui pela Universidade de São Paulo se você não me conhece ainda me especializando na área de educação médica focado em ensinar outros profissionais dessa área e estudantes que T interesse por esses assuntos um pouquinho sobre inovação negócios e empreendedorismo aplicados ao contexto da Saúde esse podcast tem por
intuito trazer pessoas que já atingiram resultados significativos dentro das suas carreiras na área da saúde e profissionais médicos que atingiram aí algum sucesso dentro da sua trajetória como médicos executivos ou mesmo ou mesmo empreendedores no setor de saúde queria agradecer antes de começar o Episódio de hoje os nossos apoiadores e patrocinadores aqui do podcast a editora manoi que ofereceu esse espaço aqui pra gente gravar hoje Se você não conhece é uma editora que é especializada na área da saúde tem muitos dos livros e publicações que são produzidos aqui no Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina alguns deles aqui atrás né se você já tá familiarizado acredito que já conheça um pouco do trabalho que eles têm feito se você não conhece vale a pena depois entrar no site e dar uma olhadinha em todos os materiais mais recentes que eles têm aí para profissionais e de Acadêmicos da área da saúde então o Episódio de hoje eu trouxe um convidado especial aqui e uma referência na área de Inteligência Artificial aqui no Brasil e de certa forma no mundo também tem publicado muitos artigos e e tem atuado aí inclusive em algumas comissões internacionais
que eu deu uma olhadinha também né Eh e hoje ele é diretor de ensino pesquisa e inovação na dasa professor na área de radiologia na Unifesp radiologista de formação e então vou apresentar para vocês o nosso convidado de hoje Doutor Felipe kitamura Obrigado Felipe por aceitar o convite é um prazer ter você aqui hoje Eu que agradeço o convite prazer enorme estar aqui conversando contigo bom Vamos bater um papinho hoje então sobre inovação sobre inteligência artificial e claro antes de tudo acho que uma das coisas que eu mais gosto de falar aqui no meu no
canal e aqui no podcast é sobre as decisões de carreira que a gente tem que tomar né como médicos enfim e muitas vezes a gente acaba entrando em alguns momentos ali de decisão que são difíceis da da gente da gente tomar e eu queria explorar um pouquinho isso com você aqui Felipe aproveitando que você já fez uma teve um caminho também diferente né na área da saúde queria começar puxando Por que você escolheu medicina assim como carreira se teve alguma coisa que te motivou o que que foi essa que que te fez tomar essa decisão
lá no início da da sua carreira olha eu no início né antes da da faculdade eu sempre gostei muito de exatas né Uhum E eu acho que foi por pouco assim que eu acabei não indo para exatas né no vestibular eu cheguei a prestar a prova para vários cursos diferentes eh incluindo engenharia de controle de automação né que é mecatrônica e outros cursos da Saúde cheguei prestar física biologia eh biotecnologia e na minha cidade né de onde eu sou que é Juiz de Fora eu prestei Medicina né Eh passei em algumas não passei em todas
eh mas engenharia eu poderia ter ter ido só que eu teria que mudar de cidade teria que ir lá para Campinas na Unicamp e na época meu pai tava doente eu acabei optando por ficar na minha cidade mesmo e eu acho que ação por medicina acabou sendo muito por isso sabe o fato dele tá doente ele tá se tratando eu tá tendo mais contato com aquele meio E apesar disso eh de eu ter escolhido Medicina né acabei me encontrando na medicina apesar de inicialmente pensar em fazer engenharia e durante a faculdade de medicina eu fiz
vários projetos interdisciplinares depois a gente pode entrar no detalhe aqui também mas isso acho que foi uma coisa muito rica sabe o fato de eu sempre ter tido essa esse gosto eh por eletrônica digital por programação eh acabou propiciando com que eu participasse de projetos super interessantes alguns deles viraram patentes inclusive mas e nenhum chegou aí a mercado e um deles na verdade foi a mercado mas eh nada de grande sucesso mas foi uma experiência super enriquecedora de trabalhar com profissionais de outras áreas né que é algo que às vezes a gente não tem muito
contato né Eu eu tenho um pouco dessa visão então aqui na USP é é muito comum né alunos de outras áreas terem essa principalmente Quem tá lá na Cidade Universitária né que tá em conjunto aproveitar esse ambiente multidisciplinar e a gente na saúde Costuma se fechar muito na saúde fica só com estudante de medicina Eu lembro quando eu sair desse desse dos muros da faculdade de medicina me abriu muito a cabeça assim pô comecei a conhecer alunos de engenharia de design você fala Caraca eles tem uma visão totalmente diferente que Inclusive a gente pode agregar
pra saúde né com certeza com certeza eu acredito muito isso aí que você falou eh e eu acho que a medicina é uma área difícil porque por si só ela tem um volume absurdo de informações que só cresce né na verdade muitas áreas hoje são assim mas eu acho que a medicina em particular a gente fica um pouco com aquela sensação de eu preciso sempre tá atualizado com o melhor e o mais novo porque isso pode fazer uma grande diferença para quem a gente tá tratando então acaba que não sobra muito tempo pra gente olhar
para outras coisas né Eh mas eu concordo contigo que quando dá pra gente ter esse olhar existe um um benefício muito grande né exato E você já tinha alguma referência na sua família como médico ou alguém próximo que te norteou ali a a escolher a profissão ou foi realmente esse contexto do familiar ali do seu pai foi muito esse contexto assim foi meio que também um pouco de [Música] eh eu tava no terceiro ano fazendo prova indo bem no simulado os meus amigos todos falando Ah vou fazer medicina fazer medicina falar também vou fazer medicina
normalmente as nossas decisões nessa fase são meio assim né eu tenho uma prima que era anestesista Mas isso não me influenciou muito na na decisão né Foi muito mais a questão de ficar próximo de casa mesmo né e pode ser que poderia ter acontecido de eu não ter prestado medicina lá em vi de fora né e eu acabat indo para para engenharia mas eu acho que eu acabaria fazendo o caminho inverso sabe eu começaria a estudar a área da saúde e acabaria trabalhando na área da saúde de qualquer forma faz todo sentido e aí você
falou que se encontrou na medicina decidiu logo uma especial ação porque assim radiologia a gente tem de achar que são pessoas que TM mais essa afinidade por tecnologia pelas exatas ali e da onde que veio assim cara Quero fazer radiologia na verdade cara na faculdade eu cheguei a pensar em fazer cárdio Cheguei a pensar em fazer endócrino anestesio e Participei de várias ligas durante a faculdade e eu tava indo muito para esse lado mais Clínico só que no final da faculdade cara também não tem muito motivo assim eu você gosta muito de oftalmologia alguns amigos
meus também estavam muito ligados em oftalmo na época e aí eu resolvi fazer oftamologia aí passei direto tranquei a vaga para servir exército e depois entrei só que eu acabei desistindo né eu entrei no HC aqui em São Paulo mas fiquei pouco tempo fiquei 4 meses na residência e vi que não era exatamente o que eu queria eu achava muito legal acho ainda oftalmologia estudar oftalmologia exame físico de oftalmologia aqueles aparelhos biomicroscópio cara é lindo demais os procedimentos é muito bacana mas eu não me enxerguei muito no consultório assim como oftalmologista sabe e na época
eu tava num mestrado também e surgiu a oportunidade de eu ir para fora nesse mestrado que também acabou não dando certo né Mas esse foi um dos motivos que me levou também a sair da da residência mas aí acabou que tentei para fora não consegui na época também o mestrado também deu errado tipo foi uma época meio ruim assim na minha vida em termos de perspectiva profissional né Porque pô super difícil passar na residência tinha largado o mestrado deu errado também Aí fui trabalhar como médico da família e aí depois que eu resolvi prestar e
radiologia né E aí foi onde eu me encontrei é esse é um ponto importante eu acho porque eu vejo muitos colegas também fal esses motivadores que fazem a gente decidir por um caminho ou por outro né uma residência por exemplo vejo muita gente dizendo não oftamologia tem um mercado interessante né a qualidade de vida tudo mais o que que você acha que você tem que levar em consideração assim sim eh ou para você né que que serviu assim de de motivador porque realmente o oftalmologista me parece uma profissão que oferece uma qualidade de vida boa
para quem exerce a profissão é um mercado que tem bastante oportunidade para oftalmologistas ainda mais alguém formado aqui né no HC ou nos grandes centros né mas aparentemente não era só isso que era um motivador para você é engraçado né cara Às vezes a gente acha que eh parece que essa questão do propósito é super estimada né que a gente vê muitas pessoas falando Ah você tem que ter propósito e tal né Eh mas eu acho que é super importante isso porque se você não tá se sentindo eh satisfeito né pleno né com aquilo que
você tá fazendo não adianta você acaba não ou não fazendo bem feito ou não indo até o final e não fazendo né Eu acho que depende muito mais disso é claro que tem que ter uma visão mais realista como é esse dia a dia se eu vou gostar desse dia a dia questão financeira também né se você tem já pensa com quem se associar você vai abrir uma clínica vai trabalhar onde isso também é importante e senão você acaba demorando muito para entrar no mercado né e cada especialidade médica tem suas diferenças também né algumas
você consegue terminar a residência ganhando relativamente bem já de cara mas você não sobe isso muito ao longo da vida e outras não você começa ralando muito ganhando pouco durante alguns anos até você fazer seu nome e aí depois o céu é o limite né então existem essas diferenças também que acho que é importante as pessoas levarem em consideração né é tipo empreender assim né Essa última especialidade aí que eu comentei né você começa ralando às vezes fecha no negativo você não sabe se vai dar certo mas em algum momento as coisas viram né quando
a gente persiste e estuda bem aquilo que a gente tá fazendo né e e nesse sentido alguma coisa mais palpável te fez mostrar que não era oftalmologia porque você falou que gostava ali achava interessante é eu acho que era mais a questão da prática do consultório mesmo eu não via perspectiva de Será que eu ia conseguir fazer a parte que era mais interessante que era operar mais vezes eu percebi que eu ia demorar muito tempo até chegar nesse ponto sabe que eu ia ter ficar muito tempo fazendo Clínica e fazendo refração por muito tempo isso
isso tem gente que gosta tem gente que acha Ok mas para mim não era um negócio que tava me estimulando muito eu gostava muito mais da parte da Ciência da oftamologia em si uhum e e dos procedimentos do que da prática médica do dia a dia mesmo da oftamologia né Uhum E aí você largou a residência tava nesse período difícil foi trabalhar com medicina de família quando que surgiu a a Radiologia aí como uma opção olha eh tem um detalhe interessante nessa história porque quando eu tava na oftalmologia eu morava aqui em Pinheiros numa república
e um dos colegas que dividia quarto na República tava fazendo residência de rádio e eu ficava vendo a vida dele as coisas que ele tava estudando e eu falei cara isso daqui que é legal para caramba entendeu Na verdade me encontrei aqui eu não tive muito contato com radiologia na faculdade então não dava assim para saber que eu gostava disso né e depois cara me encontrei radiologia foi realmente um negócio assim até hoje eu tenho ainda uma sensação de que a gente toma por dado o fato de a gente conseguir ver dentro do corpo das
pessoas sem a gente precisar cortar e abrir para olhar dentro sabe para mim isso é um negócio muito louco e continua me impressionando apesar de ser o dia a dia corriqueiro na radiologia na medicina de forma geral né mas isso sempre me impressionou e tem o lado tecnológico também da radiologia né que é uma especialidade que sempre teve muito vínculo com o desenvolvimento tecnológico meio que em Vanguarda assim né tá sempre à frente ali feito tanto dos métodos de imagem né começou lá com radiografia ultrassom ressonância tomografia e a parte mais digital agora também muito
mais voltada para software muito mais voltada pra Inteligência Artificial essas coisas me chamaram muito atenção né como eu sempre gostei de programar eu vi uma possibilidade de ter essa interação também sabe isso Acabou me levando para essa área de pesquisa em Inteligência Artificial lá na Unifesp e que acabou me levando depois para pros desdobramentos aí de carreira para trabalhar com inovação no mercado isso é legal e naquela época Quando que você entrou na residência lembra de Radiologia eu entrei em 2013 terminei em 2016 e nessa época porque hoje em dia tem aquele aquela visão de
que o radiologista vai perder espaço paraa inteligência artificial na época quando você entrou não sei se era o oposto né que a rologia tava meio que crescente e parecia que todo mundo acreditava que ia ser a profissão do Futuro ali na medicina isso também você lembra disso era mais ou menos o contexto Isso mudou ao longo do tempo eu lembro bem como era o contexto não se falava muito em Inteligência Artificial né A primeira vez que eu fui trabalhar com uma rede neural foi durante a disciplina de neurofisiologia na faculdade foi 25 isso um dos
projetinhos lá da disciplina eu programei uma rede neural do zero bem simplesinha pequena e sem usar as técnicas que tem mais recentes hoje nem poder computacional né mas pra tarefa simples lá funcionava E foi a primeira vez que eu fiquei Maravilhado com esse negócio né mas depois assim não teve muito movimento até porque a técnica de fato não funcionava tão bem só para quem não conhece como é que funciona uma rede neural você poder simplificar para quem tá assistindo e não conhece muito rede neural ela é uma simulação muito simplificada do funcionamento de um neurônio
de longe não é um modelo de um neurônio biológico mas é extremamente simples porque você simplesmente pega números de entrada multiplica cada número desse por um peso e soma tudo e isso é a saída que vai ser a entrada dos próximos neurônios Então quando você ajusta esses pesos quando você constrói uma arquitetura de uma rede neural com vários neurônios desses e você ajusta os pesos você consegue fazer com que cada conjunto de números de entrada te leve a um número de saída no final e é esse ajuste que é o processo de Treinamento que faz
com que a gente consiga com alguns números de entrada eu ter uma saída e esse número pode ser resultados de exame de laboratório pode ser texto a gente pode transformar texto em número pode ser imagens médicas né então Então essa é a beleza da rede neural ela tem toda essa flexibilidade permite que a gente lide com vários tipos de dados sempre tentando associar uma entrada ou uma saída né E tipo uma ponderação você vai colocando os diversos eh atributos ali multiplicado por um peso que você dá de acordo com por exemplo dados de literatura que
você sabe que um é mais relevante que o outro Isso é se você quiser fazer manualmente mas geralmente o modelo ele funciona da seguinte forma você monta arquitetura seta os pesos de forma e aleatória inicialmente a arquitetura inclusive pode ser super complexa e geralmente ela é com milhões de pesos coeficientes diferentes e aí você não ajusta você mesmo os pesos você pega milhares de exemplos que você tem o par da entrada e da resposta por exemplo uma radiografia de tórax se ela tem ou não tem pneumonia eu sei a resposta para cada um eu tenho
que saber para treinar então eu coloco aquela imagem como entrada e falo tem que dar um esse daqui tem que dar pneumonia coloco a outra is tem que dar zero que é sem pneumonia E aí sempre que ele dá diferente do que eu espero eu eu pego esse erro e eu subtraio dos pesos então quando eu faço isso de forma cíclica tentativa e erro e ele vai ajustando de forma cíclica iterativa nem sempre funciona você precisa mudar alguns parâmetros ali mas essa é a ideia geral aí do do treinamento de uma rede neur então basicamente
ela prende os pesos baseado no seu banco de dados perfeito e ela vai acertar de acordo com o seu banco de dados essa inclusive é a grande sacada mas também a grande limitação dessa técnica né sim e aí por isso a necessidade de tanto poder computacional né Porque dependendo da dificuldade ali precisa de muita tentativa para achar a resposta certa com certeza e foi só em 2012 que um pesquisador no mundo Conseguiu usar as placas de vídeo do computador as gpus né as mesmas do videogame para treinar um modelo desse em grande escala com uma
quantidade grande de imagens e deu super certo e aí 2012 para cá que a gente começou essa corrida pela inteligência artificial para imagens que entrou Uber entrou Instagram Facebook e todas mais que a gente conhece aí contratando cientistas de dados a altos preços justamente para trazer pra prática esses modelos né E aí por isso que hoje a gente tem carro autônomo que a gente tem aplicativo que tem filtro automaticamente identifica o rosto da pessoa O que que tem dentro da foto né E foi mais ou menos 2015 16 que isso veio pra área começou a
vir com mais peso na área da saúde principalmente na radiologia que foi a época que eu tava terminando a residência de Radiologia Uhum Então respondendo à sua pergunta né Eh durante a residência ninguém falava de Inteligência Artificial foi um do anos depois que isso começou a ser muito falado na radiologia no rcna que é o principal congresso do mundo eh foi mais ou menos 2016 para cá e nessa época as pessoas nem tinham ouvido muito falar nisso demorou um tempo assim alguns meses ou anos até para isso cair na na consciência dos radiologistas aqui do
do Brasil mas quando caiu caiu muito com esse viés que você falou caramba se agora o computador consegue ver o que tem numa imagem ele vai dar os diagnósticos a gente não precisa mais de médico para fazer isso né E isso gerou um medo gerou um medo em mim eu confesso que depois do que eu te falei lá que deu errado o mestrado deu errado a residência que eu desisti aí quando eu me encontrei pô agora eu achei um negócio que eu gosto para caramba de fazer aí eu vou perder um emprego para esse negócio
entendeu Esse foi inclusive um dos motivadores para eu estudar mais e aí eu quis testar eu mesmo sabe como eu gostava de programar eu falei assim cara eu quero aprender a criar esses algoritmos e ver eu mesmo se isso funciona igual estão falando que funciona e eu fiz um teste e Funcionou cara Fiquei até 3 da manhã baixando imagem do Google porque eu não tinha acesso à imagem do hospital né não tinha comitê de ética aprovado para isso na época aí fiquei pegando imagem do Google fiz um banco de dados Você tava onde nessa época
Essa época eu tinha acabado a residência tinha um ano que eu tinha terminado a residência você estava trabalhando em alguns hospitais aqui em São Paulo trabalhando dando plantão logo depois a residência e e estudando eá legal E aí fiquei fazendo esse experimentos cara e vi que funcionava no início fiquei com medo mesmo de perder o emprego mas depois eu vi que o buraco é muito mais embaixo é primeiro que é super difícil criar um algoritmo desses que funcione bem e que funciona em todos os lugares segundo que não basta ter o algoritmo que funciona um
algoritmo não é um produto n aí você conhece muito bem de empreendimento você sabe tudo que tem em volta de um produto né é a mesma coisa aqui não basta ter o algoritmo e tem as questões culturais tem as questões de regulamentação tem uma série de fatores né fora que esses modelos eh da forma que eles treinados na época e até hoje boa parte ainda é assim você tem que criar um modelo para cada coisa um algoritmo para pneumonia no r x outro para pneumonia na tomografia outro para AVC na toma de crânio então é
um trabalho enorme cara qual a chance de alguém e conseguir substituir tudo que um radiologista faz sabe eh isso o professor and ring que é um professor de ciência da computação lá de Stanford ele falou uma coisa que para mim faz bastante sentido tem profissões que você faz uma única tarefa tem profissões que você faz muitas tarefas a i a pode substituir algumas tarefas né Se a sua profissão é uma tarefa única e aí a substitui essa tarefa completamente aí tudo bem Você tá com emprego sob risco eh mas se a sua profissão tem múltiplas
tarefas e geralmente médico é assim médico não faz o que o radiologista faz não é olhar uma imagem e falar um diagnóstico parte das vezes é isso mas numa boa parte das vezes não é isso né só né então por isso esse medo para mim passou mas Eu sinto que ele ficou ainda muito tempo na radiologia mas hoje 6 7 anos depois dessa época aí pra gente ficou muito claro o seguinte tudo que a gente tinha de expectativa negativa não aconteceu e também tudo que a gente tinha de expectativa positiva Nossa e vai ajudar demais
a gente vai trabalhar Vai ter muito menos tarefa repetitiva também não chegou na nossa realidade na intensidade que a gente gostaria né e tem um ponto que eu acho que é é muito curioso e irônico até né a gente achava que ia perder o emprego para ia né há 7 anos atrás na radiologia e hoje a gente tem algoritmos que permitem fazer exames de ressonância mais rápidos e aí com isso eu consigo fazer mais exames com as mesmas máquinas e hoje tem vários serviços que os radiologistas estão com muito mais exame para laudar do que
tinha antes entendeu então é é muito irônico isso né o ponto que chega e agora com o chat GPT a gente tem a entrando em várias outras especialidades médicas e eu fico muito com uma sensação de que que tem vários colegas especialistas em outras áreas que tão começando a passar por essa curva Hype igual a gente passou na radiologia sabe começando a ficar ciente começando a ter medo achar que pode perder emprego depois vai ter vá da desilusão do mesmo jeito e no final das contas a gente chega lá no platô de produtividade né de
novo vocês foram os vanguardistas mas daqui a pouco vai vir todo mundo e passar pelo mesmo processo né É acho que a gente tinha que aproveitar isso sabe para não não passar pelos mesmos erros que a gente passou na radiologia sabe e já tentar pular algumas etapas ou passar por elas de forma mais rápida em outras especialidades né E você falou um negócio interessante que é justamente essa quebra de expectativa que a gente tinha com a inteligência artificial Por que que você acha que aconteceu isso de não ser tão eficiente quanto a gente imaginava assim
eu acho que são vários aspectos que influenciaram nessa nesse GAP entre a a realidade o que é Tecnicamente possível e o que é a realidade né aliás esse até outro ponto tem uma outra pesquisadora lá de fo também muito famosa chama Fei feili eh ela que trabalhou nos primórdios lá do dos benchmarks de a eh Foi ela que propiciou descobrirem que esses algoritmos funcionam bem paraa imagem em 2012 basicamente eh e ela fala uma coisa interessante antes da Inteligência Artificial isso antes de 6 anos atrás até se você olhar a quantidade de profissões no mundo
que já são substituíveis com a tecnologia atual é metade das profissões atuais do mundo no entanto as pessoas continuam nessas profissões não teve essa substituição apesar disso ser possível ou seja isso mostra que existe existem outros fatores que não só a existência da tecnologia para substituir que influenciam se de fato ela vai chegar onde ela poderia chegar ou não né então acho que ainda tem esse ponto também sabe não é o fato da gente ter a tecnologia que ela vai automaticamente se disseminar no mundo todo vai ter uma uma demora vai vai ter uma diferença
geográfica vai ter uma diferença temporal nessa disseminação se ela acontecer em algumas áreas mas e voltando pro seu ponto né especificamente na área da saúde a gente sempre é muito cauteloso em colocar coisas novas isso um exemplo clássico disso é com remédio né não é simples você pegar uma molécula nova e colocar no mercado tem todo um processo que é muito demorado e muito caro inclusive né que as farmacêuticas passam para qualquer produto de saúde é assim tem toda uma fase de teste de validação depois de regulamentação no Brasil é Anvisa Estados Unidos fta na
Europa o c Mark E aí mesmo quando você faz isso nada te garante que você vai conseguir vender o seu produto que as pessoas vão comprar naquele preço e que as pessoas de fato vão ver valor e vão usar né Eh então que a gente falou da diferença do do produto paraa tecnologia também né exatamente exato então eu sinto que tem muito todos esses pontos sabe a gente já teve uma barreira cultural maior na medicina acho que hoje essa barreira não tá tão grande porque a gente já passou um pouco por essa descrença sabe não
era aquele ObaOba todo mas a gente sabe que existem aplicações que são super válidas super úteis trazem retorno financeiro trazem redução de tempo para entregar resultado para paciente trazem melhora de qualidade tem muitos cases legais né A gente tá chegando no platô de produtividade para aqueles algoritmos lá de imagem né que a gente viu começando ali em 201 mas chat IPT tá no início da curva ainda a gente ainda Tá experimentando ainda tá longe ainda de ter produtos assim prontos né E hoje como né na sua posição hoje como diretor de inovação pesquisa eh e
ensino né em uma instituição de uma das maiores instituições aí da área da saúde no Brasil o o que que o que que você sente que é exigido em termos de competência da sua parte hoje como alguém que foi para essa área executiva assim pensando em você como tô pensando mais no pessoal que acompanha aqui né e tentando entender o que que é necessário para você conseguir hoje exercer um cargo como esse de forma eficiente dentro do contexto que a gente aprende hoje na faculdade de medicina que às vezes talvez não forme a gente para
ser exatamente o que é preciso para est nessas posições É acho que a maioria das faculdades realmente não formam a gente né Olha eu não ten uma receita de bolo né pessoal fala ah faz um MBA que aí você vai ser executivo assim claro que é super válido tem muito conhecimento no mbb aí que é importante e é necessário conhecimento de hard Skill né mas eu acho que tem mais coisas do que isso que são necessárias né quando eu entrei para trabalhar com inovação no início na feed depois na dasa eu entrei por um lado
muito mais técnico do que de gestão né Eu entrei para implementar algoritmos de a na radiologia foi isso né depois eu fui expandindo meu escopo para e há em outras especialidades Inovação de forma geral médica e agora no final ensino e pesquisa também E durante esse processo eu fui migrando de uma carreira técnica seja técnica em medicina ou em inteligência artificial para uma carreira em gestão e foi um processo sabe foi algo gradual e e nessa transição me ajudou muito as pessoas que me guiaram nesse processo sabe são várias pessoas que que me abriram portas
que me deram oportunidades que me incentivaram e me mostraram caminhos de coisas para estudar que me ensinaram no dia a dia eh coisas que é difícil de você aprender que são mais soft Skills na verdade né de eh interpessoais né comportamentais Inter cara é isso é um mundo e isso é super importante cara isso faz muita diferença então eu meio que fui fazendo essa transição ao longo do tempo sabe E aí de repente chegou um dia que eu olhei minha agenda e falei cara minha agenda tá 5% técnica 95% reuniões com jurídico com financeiro olhar
orçamento olhar contratos gerir time tentar estimular E motivar e trazer propósito paraas pessoas de um time tentar incentivar com que elas atinjam objetivos dentro dos prazos eh capacitar as pessoas mostrar caminhos fazer com que as pessoas que estão comigo cresçam e atinjam os objetivos profissionais delas também né e e gestão de tempo tudo isso cara muito disso tem técnica mas no dia a dia é praticamente uma arte mesmo e e ver as pessoas fazendo isso ao seu redor os seus líderes fazendo essas coisas isso é um aprendizado muito grande eu sinto que eu aprendi muito
mais na prática no dia a dia observando as pessoas claro também com livros tem vários livros de gestão super eh bons eh mas esse que foi o meu caminho assim sabe eu não acho que exa um caminho único e uma fórmula mas eu acho que passa muito por desenvolvimento pessoal e por uma coisa que para mim foi muito difícil durante um bom tempo que é fazer a virada de chave na sua cabeça né de você deixar de ser o médico especialista em uma área que é reconhecido e e que gosta de pesquisar e atender paciente
numa determinada área para ser a pessoa que vai gerir um time e dar condições pras pessoas abaixo de você serem essas pessoas né Então essa virada de ch ela é muito difícil porque do nada quando você assume a posição é de um dia pro outro e aí as coisas que você tem que fazer são diferentes as tarefas e as habilidades que você precisa ter são outras também completamente diferentes se a gente não tá preparado para isso é difícil cara e você acha que são competências que dá para aprender assim com certeza com certeza é claro
que tem gente que já nasce com vários dons né E isso ajuda muito mas todas elas são competências que dá para aprender com certeza é imagina que seja desafiador realmente sair dessa posição fazer a transição acho que é algo que nós como profissionais temos um pouco a dificuldade acho que parece que a gente é treinado para ser a pessoa que sabe encontrar todas as respostas sozinho que sabe tratar o paciente da melhor forma e essa versão ao erro que também tem na faculdade de medicina que faz sentido no contexto onde a gente tá mas quando
você vai pra gestão é um uma visão totalmente oposta essa você tocando num ponto que é excelente a questão do erro né na medicina erro é abominável né eu não posso errar eu tenho que acertar todas as vezes e de primeira né e na gestão e no lado técnico no desenvolvimento de software é totalmente oposto né eu preciso na verdade errar e errar super rápido para eu aprender com esse erro rápido e barato para eu aprender com esse erro e pra próxima tentativa para ver se eu não erra e se eu errar de Novo próxima
próxima próxima né e é é uma mentalidade muito diferente né É de fato isso eu vejo meus colegas assim eu eu acho que eu tive a sorte de começar a entender um pouco mais sobre esse tema durante a faculdade ainda vejo alguns colegas que realmente o modelo Mental é muito diferente e quando você tá empreendendo ou criando alg mexendo com tecnologia se você vai com essa cabeça que você tem que acertar 100% você tá meio que fadado ao fracasso porque é impossível você vai se frustrar ou você vai cair naquela de achar que você é
o dono do conhecimento e quando você vai por esse caminho assim é é assim quase certeza que você em algum momento vai quebrar a cara ali é e também assim se você tá criando algo novo se você fica muito achando que tem que acertar de primeiro você fica planejando planejando refinando e nunca executa né E aí você fica lá seis meses preparando E aí quando você vai executar dá errado aí dá aquele desânimo sendo que era para você ter começado rápido e testado hipótese e já partir da premissa que você vai errar e que você
vai ter que ajustar a rota muitas vezes né e bom Felipe você pegar assim o pessoal que tá acompanhando a gente Talvez esteja na faculdade ou na residência agora você deixaria algum alguma dica assim para em termos de decisões de carreira visões que eles podem ter dentro da como ajud essas pessoas a entenderem Talvez o caminho que faz mais sentido para elas assim tem algo que você usou que serviu que Talvez possa servir para outras pessoas eu não sei se eu sou a melhor pessoa para falar isso porque como você pode ver aqui eu errei
bastante né nessas decisões ao longo da minha vida mas e não consigo falar uma receita de bolo eu acho que ajuda muito e conversar com as pessoas que estão nas posições que a princípio Você interessa uhum pedir para acompanhar por um um Uns poucos dias assim para tentar sentir na pele como é acho que isso ajuda isso mais para especialidades médicas né e para quem quer fazer algo diferente de seguir aquela trilha Nossa rotineira ali de residência médica e tal Eh cara não vejo uma fórmula Cara eu acho que conversar com quem fez ajuda muito
eh para você ver o que que a pessoa aprendeu já aprender com os erros das pessoas ajuda a gente a a evitar várias dessas ciladas que são comuns né Eh e cara estudar assim da mesma forma que existe muito conteúdo na medicina e nas especialidades médicas existe muito conteúdo e muita gente já errou e já aprendeu caminhos em gestão em Finanças em empreendedorismo em inteligência artificial em Inovação de forma geral eu acho que tá nesse meio respirando isso conversando com as pessoas que tão fazendo isso é o que aumenta um pouco eu acho a chance
de de de você acabar conseguindo encontrar o que você quer né E eu acho que a gente não pode ter medo de errar sabe testa se você acha que é isso Acha que é o melhor julgamento no momento vai lá dá a cara tapa se tiver errado tudo bem volta atrás ninguém vai morrer por causa disso né Eu acho que esse é um ponto importante até a sua história Acho que até reforça esse essa visão que eu também acredito de Às vezes a gente tem a impressão de que uma decisão que a gente toma de
carreira ela é fixa você escreve na pedra e não tem mais volta você escolheu fazer oftalmologia não pode mais mudar né vai ser um sei lá uma vergonha você desistir e mudar o caminho e eu acho que é negativo Isso é uma é um peso que não precisa ter nessas decisões né Eu acho que tudo bem Você foi na residência viu que não era aquilo e mudou de direção e hoje você conseguiu ter sucesso e felicidade num outro caminho que talvez lá atrás você nem sa nem sabia que era possível por algum motivo você encontrou
isso e hoje faz muito sentido né Eu sinto que às vezes a gente coloca um peso muito grande n nossas decisões eu acho que é difícil não pôr esse peso né Principalmente na hora que a gente tá vivendo a decisão ali né é inevitável né mas acho que você tocou num bom ponto você pensar que depois disso eh vão ter outras coisas que vão acontecer na sua vida né não para por ali né Eu acho que isso ajuda um pouco a trazer um pouco de de paz na hora de tomar uma decisão dessa né Eh
mas assim não tô querendo que as pessoas decidam eh desistam de fazer as coisas não às vezes é melhor você ter se você já tá no final também de um processo ah termina você vira especialista ali e vai fazer outra coisa né mas não é para desistir no último mês da residência também exato exato tem uma coisa que foi curiosa né pelo fato de eu est durante a faculdade eu ter feito muitos projetos com a física e com a engenharia elétrica eu gostava muito da parte de criar os circuitos eletrônicos e programar né E aí
o o meu orientador ele é físico e o irmão dele é anestesista aqui em São Paulo trab trabalha aqui em São Paulo e isso na época da faculdade né E esse eh irmão do meu orientador ele me falava pô Felipe você tem que fazer uma residência em tecnologia cara em inovação e eu ficava naquilo assim cara realmente eu gosto muito disso mas me fala onde que tem essa residência aí que eu vou lá em Marco X para fazer entendeu ainda mais na época era 2010 isso 2009 não existiam programas assim né então hoje a gente
já tem programas assim e hoje a gente tem muito mais a gente tem muito conteúdo online né vários gratuitos outros pagos mas a informação tá aí tá disponível né quando eu comecei a estudar e a Foi por conta própria fazendo cursos lá de Stanford cursos online Eu acho que isso também é uma coisa que facilita muito hoje você pode antes de entrar pra área começar a estudar por conta própria também né não e hoje tem gente que isso até engraçado Mudou até o modelo até antes de entrar na faculdade eu já entrevistei convidados aqui no
canal jovens né que estão entrando na faculdade agora que passaram estudando por canal no YouTube você fala Caraca nunca imaginei isso na minha época só tinha cursinho presencial isso cara E aí tem gente hoje que passa só estudando online olha só então assim o conhecimento realmente tá aí de uma maneira mais acessível e eu acho que é uma das grandes dos grandes benefícios tem todos os malefícios das redes sociais e os problemas que a gente tem hoje né das novas gerações mas todos os benefícios que essas novas tecnologias possibilitam também em termos de ganho de
conhecimento e acessibilidade né com certeza é Você tocou no ponto de uma das limitações né tem que tomar cuidado mesmo com a curadoria né com o que que você assiste né porque senão você acaba também perdendo seu tempo e ou indo pro lado errado né Exatamente é esse é um ponto importante tem uma dúvida que eu tenho pessoalmente assim eu acho que muitas pessoas também acabam se perguntando isso você até tocou nesse ponto mas eu queria explorar um pouquinho mais que é aquela dificuldade que a gente tem de decidir entre seguir o caminho como um
médico na assistência que vai ser uma referência e ter o prestígio de ser o médico e o caminho do gestor que às vezes é o é o cara que fala pô você deixou de ser médico então para ser gestor é como é que você lidou com isso e que que você tem de visão sobre isso hoje olha isso foi uma grande questão para mim Eh antes de eu mudar foi na época que eu fui pra feed né na feed Eu não passei tanto por isso porque eu trabalhava um dia na inovação lá e o restante
como médico então assim 80% do tempo como médico ainda nem fazia grande diferença assim nesse aspecto que você tá falando né Uhum mas quando me chamaram para ir para d eles queriam que eu ficasse o tempo praticamente inteiro né E aí eu inverti essa conta eu fiquei 20% do meu tempo trabalhando como médico lá na escola paulista como radiologista E sendo que esse tempo como médico tem parte que é com pesquisa também com ensino Então não é tudo na assistência lá o dando exame e 80% no restante então quando eu fui tomar essa decisão eu
passei muito por esse dilema que você tá falando e é cara é muito difícil porque você começa a pensar assim poxa eu estudei se anos de medicina foi difícil passar no vestibular depois foi difícil passar na residência conseguir terminar agora que eu vou começar a trabalhar na minha especialidade começar a fazer uma carreira eu vou sair aqui na tangente e vou seguir né vou deixar de ser médico e para mim foi muito difícil Justamente por isso assim e outro ponto também é que assim como radiologista eu conseguiria me estabelecer relativamente rápido Uhum em termos financeiros
de começar a trabalhar e na gestão não existe uma um plano de carreira pronto e eu sei onde eu vou est daqui há 2 5 7 10 anos é totalmente eh sem nenhuma previsibilidade né e depende muito do da circunstâncias de mercado e do seu desempenho também né se você tá indo bem ou não E se o mercado tá tendo aquela demanda ou não então eu via muito esse risco mas o que me veio em mente foi o seguinte eh eu tava super gostando muito de Radiologia então falava Poxa para que que eu vou largar
isso entendeu Vou fazer outra coisa mas eu também gostava muito de Inteligência Artificial que era a proposta na época né de trabalho mais técnico ali de criar algoritmo e colocar na prática para funcionar o que eu pensei foi cara não vou ter essa oportunidade duas vezes de trabalhar com ia eu vou seguir por esse caminho e vou indo até quando fizer sentido e se em algum momento der errado cara eu tenho um ótimo Plano B sou radiologista volto a fazer o que eu sempre gostei de fazer então acho que isso também traz um pouco de
paz nessa nessa decisão você pode sempre voltar porque você nunca vai deixar de ser médico a verdade é essa e esse eu acho que é um ponto extremamente importante para pra nossa posição como médicos que eu vejo isso também depois você tem o CRM ou especialidade né acabou fazendo uma residência você sempre vai poder voltar para aquele lugar e voltar para o que já tá estabelecido já já sabe como é que funciona eventualmente vai ter que prestar uma nova prova mas a gente também tá acostumado já com esse esse modelo né de passar em prova
então eu acho que eu isso também foi uma decisão que me motivou assim quando estava no caminho de fazer uma residência ou seguir com a empresa que dependia de mim para existir né eu falei nunca mais vou ter oportunidade de fazer isso de novo eu vou seguir nesse caminho até onde der se der tudo errado eu volto e presto uma residência e sigo o meu plano b como tava previsto no passado é eu penso assim acho que é uma forma de tranquilizar a gente nessa decisão né quando surgem as oportunidades né mas não é fácil
Aposto que muita gente falou para você não fazer isso né pelo menos para mim assim todo mundo aconselhava não seguir é algumas pessoas falaram tipo por que que você vai fazer isso você vai poder seguir uma carreira ótima aqui nesse lado por que que você tá indo pro outro que é incerto e arriscado né mas eu não me arrependo nem um pouco eu acho que foi tem sido né um aprendizado muito grande eu fui para áreas que eu nunca imaginei esse lado de gestão mesmo eh corporativo sabe governança corporativa é um mundo que assim cara
eu era totalmente fora Lego Nossa isso foi um aprendizado tem sido um aprendizado muito grande cara você acha que vale a pena essa decisão valeu a pena demais da conta e é isso cara se em algum momento der errado eu quiser eh tiver uma vontade enorme poxa nossa sinto muita falta de laudar mais exame de ressonância aqui beleza posso voltar e fazer isso também E como que você vê aí pros próximos anos essa visão da eh os avanços da Inteligência Artificial dentro da área da saúde acho que teve Até recentemente bastante eh como posso dizer
assim hof para essa discussão Principalmente agora né com a criação aí da empresa do Elon musk da neuralink né vai colocar o chip na cabeça do ser humano como é que vai ser isso daí e como é que você vê todo esse avanço aí que que a gente pode esperar aí pros próximos anos você tem alguma ideia de de para onde que vai caminhar todos esses avanços tecnológicos na área de Inteligência Artificial eu vejo com muita empolgação e viver hoje acho que é muito empolgante por conta de tudo que tá acontecendo sabe eu nunca imaginei
na vida que ia ter algo tipo um chat GPT um Bard da vida que você ia digitar e perguntar qualquer coisa e pedir conselho inclusive e ele I falar como se fosse uma responder como se fosse uma pessoa né E então é extremamente empolgante né por outro lado dá medo também de Quais são as consequências negativas possíveis disso né acho que a gente precisa sempre tá olhando Onde pode dar errado pra gente tomar cuidado com esse lado mas sempre Mirando no desenvolvimento do que pode dar certo e tentando evoluir isso né e agora com esses
modelos de linguagem tipo chat GPT a gente tá tendo uma nova onda da Inteligência Artificial e em termos de futuro que você perguntou a gente tá começando a sair agora um pouco daqueles modelos que que a gente falou que dizem se tem ou não tem uma doença numa imagem por exemplo para modelos que são mais completos a ponto de conseguir analisar mais tipos de dados né Então em vez de eu só olhar uma tomografia e dizer se tem ou não ten um sangramento eu posso ter a tomografia eu posso ter dados da anamnese do exame
físico outros exames laboratoriais eu posso ter áudio do paciente da tosse ou de alguma ausculta cardíaca pulmonar que seja e eu posso dar pro modelo isso tudo né a gente chama isso de Inteligência Artificial multimodal que é a o futuro da inteligência artificial a gente como médico Quando você vai atender um paciente você não pega a radiografia e dá uma conduta baseada naquilo e dá um diagnóstico e Pronto né você leva em conta muitos fatores Então se a gente dá pr os modelos de ia essas informações a gente propicia que eles fiquem melhores também e
o caminho da ia generativa principalmente com texto sabe de geração de texto igual chat GPT tem muito a ser explorado tem várias publicações muito interessantes sendo feitas de aplicações que vão mudar a forma como a gente pratica a medicina e eu acho que esse é um ponto interessante de tocar também sabe para quem quer ser médico ou médico mesmo atender paciente atuar como médico existe um mínimo que a gente precisa saber de Inteligência Artificial Definitivamente não é saber programar não é saber criar um algoritmo mas é saber como ele funciona o que que significa aquela
saída aquele resultado que ele tá dando Como interpretar aquele resultado Quais as limitações daquele resultado onde o modelo erra nada diferente do que qualquer outra ferramenta que a gente usa na Medicina né um estetoscópio você tem que saber para que que ele serve o que que significa a informação que eu ouvi e qual a limitação o que que ele não é capaz de ver isso serve para qualquer ferramenta na medicina e pra Inteligência Artificial não é não é diferente eu acho que todo médico tem que ter esse conhecimento mínimo agora se você quer Ah eu
gosto muito disso quero ser pesquisador nessa área quero ser cientista de dados quero criar meu próprio modelo Quero abrir minha empresa aí faz sentido você ter um domínio maior e ir para um nível de conhecimento mais detalhado mas fora isso não acho que seja necessário né um básico mais para você entender como utilizar as ferramentas acho que é isso acho que qualquer área acontece isso eu vejo muito também na na aqui no nosso lado né de criação de negócios quando a gente acompanha alguns médicos ou estudantes de medicina que tem interesse em começar a entender
mais sobre empreendedorismo Às vezes a gente fala isso né ó essa ferramenta ela vai servir para isso não adianta você tentar usar essa ferramenta para encontrar resposta que ela não vai te D E aí você vai achar que ferramenta não funciona mas ela não foi criada para Isso é óbvio que ela não vai te encontrar essa resposta isso cara um exemplo clássico que acontece com os algoritmos mais antigos né a gente criou um modelo para e quantificar o volume pulmonar e o dano pulmonar pelo covid durante a pandemia e o que ele faz é pegar
uma tomografia segmentar os pulmões e marcar as áreas que estão com vidro fosco ou consolidação só que assim a gente precisa dar pro modelo de a uma tomografia de tórax né não faz o mínimo sentido dar outra só que às vezes a marcação do nome do exame tá errada então já foi por exemplo uma tomografia de cotovelo uma vez e aí ele marcou o ar em volta do bra sabe tipo aí As pessoas olham falam Nossa que burro que que tem de inteligente nesse algoritmo né sendo que os algoritmos são assim eles fazem só aquilo
se ele é feito para segmentar pulmão ele só vai segmentar tudo que ele achar que é pulmão né então e se você der uma radiografia de joelho para ele ele pode falar se tem ou não tem pneumonia ele vai falar na verdade ele vai falar não tem pneumonia ou vai falar tem pneumonia né que para isso que ele serve mas vai est errado porque eu não foi PR is Não foi nesse nesse modelo que ele foi treinado n exato É muito legal a gente tá indo pros finalmente ISO aqui Felipe eu queria a gente tem
um capítulo final que a gente faz todo o podcast que a gente chama de hacker conectado aqui e eu peço uma indicação de livro série filme que você acha que vale a pena que talvez tenha sido importante para você pode ter ver com queem a gente falou Pode não ter mas que você acha legal compartilhar com a nossa audiência que você indicaria aí legal Nossa é difícil porque tem tanta coisa boa tem tanta coisa bacana né mas se eu tivesse que indicar um livro Só da área que eu tenho focado mais que a inteligência artificial
né é um livro que chama medicine né medicina profunda do er topol esse livro PR mim ele é sensacional né ele descreve muito bem assim todas as possibilidades que a gente vai ter as limitações O que que a gente precisa tá ciente né Com relação à inteligência artificial na medicina de forma geral né que eu mais gosto esse livro é o subtítulo né como a inteligência artificial vai tornar a medicina mais humana novamente é isso e é muito legal essa visão de que a ia vem para nos ajudar a deixar a gente mais humano né
eu eu vi eu lembro de um de uma parte do livro que ele cita um estudo que foi feito com médicos que trabalhavam na assistência agora nem lembro em quais hospitais nos Estados Unidos Mas eles chegaram à conclusão de que tem algumas e alguns locais de trabalho onde o médico perde 70 80% do tempo preenchendo prontuário e com tarefas ali na frente do computador e 20 a 15% atendendo o paciente de verdade olhando o paciente fazendo exame físico e hoje na prática eu vejo muito isso Às vezes a gente perde muito mais tempo fazendo trabalho
burocrático preenchendo papel ou descrevendo o que a gente fez e a menor parte do tempo a gente tá lá com nosso paciente resolvendo realmente o fazendo aquilo que a gente foi treinado para fazer exato isso que você tocou é uma das grandes causas de barn né um dos grandes fatores para barn na Medicina né de você não conseguir fazer o que você sente que você deveria ter feito né que conseguir olhar no olho do paciente dar atenção para ele pelo fato de você ter que demorar documentando as coisas no prontuário eletrônico né e empresas de
prontuário eletrônico já estão de olho nisso tem outras empresas de e que fazem reconhecimento de voz que também estão aplicando e as aplicações usando modelo de linguagem São Sensacionais não sei se você tem acompanhado eu já acompanhei assim alguns hospitais sei que já estão implementando n os hospitais onde eu trabalho eu nunca vi ainda chegar assim mas eu sei que já tem alguns lugares que estão fazendo isso é uma coisa fantástica porque é transcrição de voz a gente já tem um tempo né mas transcrição da nossa conversa aqui não é um resumo com o que
teve demais interessante da conversa é simplesmente literalmente cada palavra que a gente falou né E isso é enorme e o sinal ali dentro tá pequeno né então para prontuário médico Isso não funciona não dá só para você pegar a transcrição uma coisa é um podcast que você quer ouvir tudo você quer saber dos detalhes mas quando você tá atendendo paciente você só quer saber o resumo da última consulta né E esses modelos conseguem pegar transcrições de conversa e fazer uma annese exatamente do jeito que o médico escreve sabe isso para mim é uma coisa fantástica
né já tem empresas trabalhando nisso eu acho que isso po pode levar esse ponto que você falou de tirar da Gente esse tempo burocrático e dar mais tempo pra gente poder olhar no olho dos pacientes e voltar ser mais humanos né e tentar praticar uma medicina mais humana do que a gente pratica hoje caramba sensacional Felipe muito bom obrigado por topar participar do podcast tenho certeza que agregou muito para quem tá acompanhando Se alguém quiser entrar em contato ou enfim e mandar alguma mensagem você tem algum tipo de canal que você recebe esse tipo de
de enfim contato com com pessoas sim pode me procurar nas redes sociais LinkedIn Instagram Twitter são os que eu uso principalmente onde eu costumo postar mais e super Obrigado aí pelo papo gostei pra caramba sou super fã aí do seu trabalho parabéns Muito obrigado o seu @ no Instagram Você sabe qual que é é kitamura Felipe kitamura Felipe vou deixar na tela pro LinkedIn também se vocês quiserem ent em contato aí com Felipe Muito obrigado foi um prazer Eu que agradeço e bom pessoal para quem ficou até o final muito obrigado e deixem aí nos
comentários o que que vocês acharam se tem outros convidados que vocês gostariam que eu trouxesse aqui pro nosso podcast Muito obrigado para quem ficou até o final não se esqueça de se inscrever no canal deixar aí a ativar o Sininho as notificações para receber os próximos convidados toda semana eu tô trazendo alguém e relevante aqui para passar suas as experiências as os desafios e também as conquistas nas carreiras que eles alcançaram para também servir de inspiração e exemplo para quem tá aí Talvez um pouco mais cedo dentro da da carreira na área médica então isso
obrigado a todo mundo que ficou até o final a gente se vê no vídeo da semana que vem um forte [Música] [Música] abraço