Djamila Ribeiro sobre a resistência europeia em entender o racismo

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DW Brasil
A filósofa e feminista Djamila Ribeiro participou da Feira do Livro de Frankfurt, o maior evento do ...
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em passagem pela Alemanha para lançar a edição alemã de lugar de fala na feira do livro de Frankfurt a filósofa e feminista de Jamila Ribeiro conversou com a DW Brasil sobre a necessidade de aprofundar a discussão da questão racial na Europa com o título vou via Expression a edição alemã foi uma construção coletiva feita entre Jamila damu e na Já correu a Ana da graça e a editora assemblage o trabalho foi desenvolvido em conjunto com a Universidade de mais e a obra conta ainda com prefácio de grada quilomba autora de Memórias da plantação episódios de
racismo cotidiano graça mas elas fizeram um trabalho junto com a universidade Mais e aí o departamento de letras da Universidade de mais aceitou acolheu E aí eu virei convidada da Universidade por conta de estar na pandemia então eu participei online de alguns veio alguns workshops e essa Universidade é muito conhecida né Por traduções de livros Então foi uma construção dessas mulheres negras que conseguiram articular com a Universidade de mais e com a editora sem baixo então o livro é todo feito a partir dessa construção coletiva e tem o prefácio de grada Quilombo que mora aqui
em Berlim é uma grande estudiosa Enfim então é muito legal ver um livro nascer dessa maneira tanto de ter o apoio das ativistas da academia enfim de nomes que são muito importantes e acho que é importante laçar em alemão porque o debate aqui na Alemanha Acho que em relação à questão racial ele precisa ser cada vez mais aprofundado tem todo um movimento aqui afrodóide muito importante inegavelmente que pauta A questão aqui mas ao mesmo tempo a gente tem uma imigração também aqui na alemanha tem várias questões que ainda trazem muitos conflitos por conta dessa falta
de entendimento e de não se abrir para os saberes para compreender essas pessoas então ainda tem uma resistência muito grande eu diria na Europa em geral meus livros são traduzidos por alguns países europeus de entender a discussão racial de entender que isso faz parte de uma tradição crítica de entender que isso tentei existem estudos sobre esse tema então um olhar ainda muito eurocêntrico que não compreende não dá conta de compreender a realidade de vários lugares sociais por isso em lugares fala eu penso que é importante Lançar aqui porque a gente tá falando de lugar social
que existem lugares distintos que compõem Essa sociedade e que é importante a gente ter ferramentas para poder compreendê-los [Música] eles vão conhecer muitas autoras provavelmente eles nunca ouviram falar porque o parto de autoras majoritariamente negras autoras latinas panaminhas caribenhas Porque para mim era muito indianas mulheres do Sul do mundo porque para mim era muito importante trazer o trabalho dessas mulheres primeiro para mostrar que não começa agora tem toda uma tradição de mulheres que já estavam discutindo a importância da gente pensar os lugares sociais Mas também de uma questão política para mim de majoritariamente trazer mulheres
do Sul do mundo Claro que tem mulheres do Norte Porque é importante que as pessoas conheçam esse trabalho e o meu papel como uma mulher dessa geração que atingiu uma visibilidade é trazer fazer visível também essas mulheres que muitas vezes a história não fez justiça a elas né então eu estar aqui hoje também é importante eu trazer essas mulheres que construíram esse caminho para que eu tivesse aqui hoje e e torná-las visíveis para um público maior eu entendo muito essa responsabilidade então público Alemão vai conhecer mulheres que eles nunca leram e talvez vão se incomodar
com o livro e eu sempre falo isso e tá tudo bem se incomodar e acho que tem que se incomodar porque se a gente acha que as coisas estão boas a gente não muda ninguém faz mudança nenhuma no conforto e que esse incômodo seja algo que os impulsione a refletir para além né de si mesmos para além de uma visão fechada que eles consigam se confrontar Porque a vida é muito mais rica quando a gente conhece outros lugares sociais a gente tem uma visão de mundo muito empobrecida quando a gente acha que a nossa visão
de mundo é a visão do todo e quando a gente não se confronta com outras visões a gente tem a gente vive um mundo muito restrito então o livro também é um convite para que eles conhecem outras possibilidades de mundo e outras possibilidades de existência [Música] é o Brasil infelizmente é o quinto país do mundo e assassinato de mulheres um país que tem o número altíssimo de violência sexual contra mulheres então ao mesmo tempo que internacionalmente se tem essa ideia historiada né que o Brasil é um país de Harmonia tem um olhar muito de ultrassexualização
para as mulheres brasileiras as pessoas não conhecem a realidade interna do país que infelizmente é um país que foi fundado no estupro colonial de mulheres negras essas mulheres que eram estupradas para gerar mais mão de obra escravizada e depois se cria todo uma tentativa de Romantizar esses estupros coloniais e dizendo que não eramos todos os mestiços que o Brasil era um país de mestiços que o Brasil é um país que não dá para saber quem é quem então o Brasil ele cria mecanismo ao mesmo tempo que não faz extremamente violento ele queria mecanismo para tentar
Romantizar então aqui no Brasil isso não existe aqui no Brasil não tem apartai de legal mas tem uma violência brutal contra a população negra aqui no Brasil não tem restrições tão diretas contra as mulheres um avestimentos mas é um país que as mulheres ainda ganham muito menos do que os homens e ainda são assassinadas de maneira eu diria até que meio que epidêmica no Brasil porque tem uma banalização dessa violência no Brasil e falta de políticas públicas de enfrentamento essa violência Então a gente tem o dispositivo legal que a Maria da Penha que é de
2005 é uma lei importante inegavelmente mas a gente não amplia essa lei para criar mais centro já por essas mulheres que esse centro sejam também nas periferias pensar políticas públicas de centralizadas a gente esquece que muitas mulheres não tem dinheiro do transporte para procurar um centro que fica muito às vezes distante da casa dela então ainda falta essa política falta encarar esse problema das mulheres como um problema estrutural não é um problema específico nós somos maioria da população estamos sendo agredidas e assassinadas diariamente então cabe ao estado criar ferramentas de enfrentamento essa violência e de
criar oportunidades para as mulheres para poder sair dessa situação que muitas vezes a gente é confinada então tirar esse olhar de romantização de banalização é muito importante os gestores públicos entenderem que essa é uma pauta urgente no nosso país a descriminalização do aborto por exemplo é uma pauta urgente que hoje está sendo rifada a todo custo e mais de 200 mil mulheres morrem todos os anos no Brasil pelo fato do aborto ser crime no Brasil porque as mulheres vão fazer amor é a questão é que quem pode pagar faz de maneira mais segura e que
não pode pagar acaba fazendo nesses lugares que são totalmente não preparados para lidar com essas mulheres então a gente precisa ser pau tudo gente de política pública e não mais só ser usadas muitas vezes nos jogos políticos [Música] eu acho que desde o assassinato brutal de Marielle Franco que foi algo que nos chocou muito enquanto pessoas negras e movimento negro no Brasil houve uma um fortalecimento né na eleição seguinte do assassinato da Mariele já tinha aumentado o número de mulheres negras nas assembleias nas casas legislativas Eu acho que isso impulsionou uma organização maior para que
as pessoas negras estivessem de forma organizada dentro dos espaços institucionais claro que já existiram movimentos anteriores Abdias do Nascimento foi um grande Pioneiro mas eu acho que agora a gente tem os movimentos pensando de maneira estratégica a importância de aumentar o número de pessoas negras na política porque a gente precisa pautar precisa estar dentro desses espaços para pautar aqueles termos que são importantes para nós então acho que é importante esse aumento claro que ainda falta muito mas se a gente for olhar é como você trouxe aí nos números não tem como a gente não considerar
esse avanço é muito positivo que isso aconteça sobretudo no momento atual que o Brasil vive de retrocessos de um presidente que é totalmente contrário a essas pautas isso mostra uma reação também da população em relação a esses últimos quatro anos que a gente viveu profundamente Absurdos no Brasil e de cortes de políticas públicas de cortes de verbas na educação enfim também enxergo isso com uma reação muito importante do movimento negro [Música] Existem muitas mulheres negras organizadas para isso né nos movimentos é importante que nós mulheres negras também queremos estratégias para eleger mais mulheres negras né
que o nosso a nossa movimentação articulação seja em torno dessas mulheres né e não em torno de homens acho que é importante que a gente faça essa reflexão sempre por mais que sejamos todos negros é importante a gente se organizar em torno de candidatura de mulheres negras para a gente sabe que a nossa questão ainda tem várias outras outras atravessamentos foi muito importante a decisão do TSE de ter paridade no destino da verba do fundo eleitoral para as candidaturas negras Isso é uma vitória imensa claro que fruto de reivindicação desenvolvimentos mas que foi acatada pelo
Ministro Barroso época que ele era presidente do TSE porque a questão Econômica ela é fundamental Porque sem dinheiro você não consegue fazer campanha e pessoas nem mulheres negras vem de lugares sociais em que elas são empobrecidas elas não conhecem o círculo não tem pessoas que podem doar muito dinheiro para a campanha delas Então acho que isso foi muito importante essa reivindicação e isso ter começado porque o fortalecimento econômico ele é fundamental para que essas mulheres consigam estar dentro desses espaços essas organizações sociais são fundamentais estratégias Mas a gente não pode ignorar o debate econômico e
como que o fortalecimento econômico é fundamental [Música] para além da realidade tem a mentalidade ainda colonial de que Essas Mulheres Não Merecem ter tratamento dignos como qualquer outro trabalhador essa lei né da PEC das domésticas simplesmente se igualou o trabalho doméstico ou qualquer outra profissão Então esse resquício Colonial ainda faz com que a sociedade brasileira enxerga esse trabalho como menos importante ou um trabalho que não merece reconhecimento quando cuidado ele é fundamental para a sociedade funcionar porque para uma pessoa sair para trabalhar tem que ter uma pessoa cuidando da casa cuidando do filho ele é
um trabalho fundamental sem o cuidado da sociedade não funciona e o quanto que essas mulheres ainda são tratadas de maneira muito a margem da sociedade de maneira precária Então acho que esse dispositivo legal ele é fundamental mas é importante que a gente trabalha esse sistema nas escolas de maneira transversal é importante mais políticas públicas para que essas mulheres têm direito a escolhas para que as suas filhas possam ter acesso papel porque se a gente não queria esses espaços de oportunidades os ciclos eles vão se repetindo e o Brasil é um país que pós Abolição não
criou nenhum tipo de política de inclusão da população negra e os ciclos Eles foram se perpetuando então por exemplo eu vim de uma geração que a minha mãe foi trabalhadora doméstica a minha avó a minha bisavó é anterior a elas o circo foi quebrado na minha geração Porque eu tive acesso a política pública na área da educação né se eu não tivesse tido acesso à educação provavelmente eu não teria tido oportunidades de romper com esse ciclo então é muito importante trabalhar especificamente Claro na pauta das trabalhadoras mas também pensar nas políticas públicas da Educação na
saúde na habitação é dito na ciência de renda com o bolsa família que foi uma política comprovadamente importante por fortalecimento feminino para que as mulheres tivessem mais condições de escolhas para que elas saísseis relacionamentos abusivos para que elas pudessem mandar os filhos para escola para que eles tivessem outro tipo de oportunidade Então as políticas públicas para mim é o Ensino Fundamental [Música] a precarização de vidas nesses quatro anos é algo gritante a olho nu né Mesmo que você não veja nenhuma pesquisa sobre isso você sai às ruas você vê o número de pessoas em situação
de Rua 33 milhões de pessoas passando fome a falta de responsabilidade durante a pandemia né o tanto de pessoas que morreram tanto de pessoas que não tiveram acesso à saúde então o Brasil não aguenta porque foram cortes na educação uma série de cortes na área da saúde perseguição a jornalistas é muito importante falar o quanto que o Brasil é um país ainda muito perigoso para jornalistas para ativistas de direitos humanos né O que aconteceu com Bruno Pereira assassinado né eu dou um Philips na Amazônia e isso não tem uma resposta satisfatória a população sobre esse
assassinato brutal de duas pessoas que eram engajadas na dos povos indígenas então o Brasil ele não suporta mais quatro anos acho que o bolsonaro que não será eleito se esse governo se perpetuasse Com certeza a gente ia ter um país ainda mais violento um retrocesso gigante e sem nenhum tipo de e as instituições cada vez mais enfraquecidas né não conseguindo conter todos esses retrocessos que vem acontecendo Então a diferença crucial para mim do governo Lula e bolsonaro hoje é que o governo bolsonaro a gente vai ter que ficar lutando para enxugar gelo e impedir mais
retrocessos e com o governo Lula a gente consegue ter uma retomada democrática e aí fazer uma luta por direitos e não para que a gente fique evitando cada vez mais atrocidades [Música] é claro que terá muita cobranças eu acho que é importantíssimo né mas é nada democracia que a gente consegue cobrar num Presidente autoritário numa nem espaço para dizer isso não há espaço para os movimentos sociais porque há uma perseguição dos movimentos sociais e no governo Lula Com certeza a gente vai ter espaço para o diálogo inclusive para cobrar inclusive para criticar e o que
a gente espera é essa retomada democrática a expansão de políticas públicas tentar recuperar o país esses quatro anos em que o aprofundamento da precariedade no Brasil foi muito grande então que a gente espera é que se retorna autonomia das Universidades públicas é um absurdo que nos últimos quatro anos aconteceu no Brasil de tentar interferir na autonomia das Universidades de cortar verba para pesquisa eu fiz pesquisa de Mestrado com bolsa né então a gente sabe da importância da pesquisa sobre tudo para gente que vende famílias é que de baixa renda a gente não tem condições de
se manter na universidade se a gente não tiver políticas sociais então a gente espera de fato é que a gente tem uma retomada democrática que a gente possa ter recuperar esse país e ampliar as políticas públicas voltar um pouco para os últimos anos do governo Lula da expansão das Universidades públicas de políticas afirmativas que a gente possa retomar em ampliar essas políticas [Música] eu acho meio que um dos grandes problemas foi até Como o estado brasileiro tratou isso porque as mulheres já foram colocadas em propagandas do ministério de turismo no Brasil venham para o Brasil
conhecer nossas mulheres o próprio estado brasileiro é responsável por essa visão ultrassexualizada das mulheres negras porque essa visão acontece no Brasil né o quanto que as mulheres negras ainda são tratadas dessa forma e muitas vezes no Rio de Janeiro participam de eventos literários hotéis na zona sul os homens da Salmo que eu era prostituta porque eu tava hospedada naquele hotel ou as pessoas falam comigo em inglês ou francês achando que o ar estrangeira não podia ser uma mulher negra brasileira hospedada naquele hotel então eu costumo dizer que como brasileiro sou estrangeira no meu próprio país
porque o Brasil também não tá acostumado a ver mulheres como eu nesses espaços e fora do Brasil essa imagem ela é continua sendo propagada e cabe tanto ao estado brasileiro começar a trabalhar para refutar essa imagem mas também Cabe a Europa olhar para o Brasil por uma outra perspectiva porque é muito cômodo também a Europa colocar o Brasil nesse estereótipo só olhar para o Brasil na Perspectiva da violência da falta da sexualização das mulheres quando a gente tem uma história de resistência enorme quando a gente tem uma série de intelectuais importantes escritores culturas riquíssimas porque
o Brasil é um país de dimensão Continental então quando as pessoas falam ai mas o Brasil tem 200 milhões de pessoas o norte do Brasil é totalmente diferente do sudeste parece ser estar num outro país e o Europeu também fica muito comum no lugar de só olhar para si ou só olhar para o norte global e sempre reforçar uma imagem para o Brasil estereotipado então cabe a Europa também entender que o mundo na Europa não é realístico que a gente entenda o mundo a partir somente de uma visão de mundo se existem outras visões de
mundo é um tanto ainda arrogante a gente achar que só existe um modo de de fazer conhecimento um modo de se expressar um modo de ser humano Então acho que a Europa tem muito aprender com isso global ao olhar para o seu Global a partir da Perspectiva da potência e não somente dessa perspectiva que historicamente foi vendida [Música] eu diria que eu sou fruto de uma coletividade né Isso é muito importante isso foi muito foi fundamental na minha trajetória eu venho de muito cedo dos movimentos sociais meu pai era ativista então isso me trouxe também
a importância dessa consciência coletiva então eu sou fruto de muitos espaços que eu passei né eu ter trabalhado Na Casa de Cultura da mulher negra eu ter sido professora voluntária da educar falei está engajada em movimentos que lutavam pelos direitos da população negra então eu sou muito fruto desse trabalho então eu diria que é importante a gente se engajar a gente estar junto dos movimentos não precisa necessariamente ser um movimento organizado pode ser uma instituição Enfim pode ser um coletivo mas é importante a gente não estar sozinha porque sozinha a gente adoece mesmo a gente
não tem a quem recorrer a gente acha que o problema é só nosso e quando a gente tem espaços Seguros que a gente possa que a gente pode conversar a gente pode falar das nossas dores isso é muito importante e sobretudo está em espaços que a gente consiga construir é algo que mude a realidade das pessoas porque eu não eu não me fiz sozinha né Muito importante sempre dizer eu sou fruto de políticas públicas eu sou fruto de movimento eu sou fruto de uma família consciente que me acolheu e que me ensinou desde cedo a
ter consciência e é muito importante que a gente entenda todo esse sentido de coletividade até para a gente não correr o risco de achar que a gente ah tô aqui porque me fiz sozinha quando isso não é verdade mas eu acho que a gente precisa se fortalecer enquanto mulheres a gente precisa encontrar espaços em que a gente possa falar das nossas dores se fortalecer que não é fácil ser mulher de qualquer time e ser mulher negra a gente ainda tem muito mais desafios o quanto que a gente não é dona do nosso corpo conta que
a gente sai na rua a gente tem medo das pessoas não tem noção do que que é ser mulher né do medo eu sou mãe de uma adolescente E aí de sair de ter medo também de ensinar e olha tá o horário você não pode as pessoas não tem a mínima noção do que é isso né de chegar nos Espaços as pessoas duvidarem da sua capacidade o tempo todo de você o tempo todo tem que se provar e o quanto que isso nos custa por isso que eu acho que é muito importante a gente trabalhar
o nosso psicológico a gente não de forma alguma a gente minimizar a dimensão psíquica Nossa muitas mulheres ao longo da história adoeceram enlouqueceram a gente tem histórias de mulheres brilhantes que enlouqueceram então a gente precisa muito trabalhar nossa dimensão psíquica e como uma mulher do candomblé para mim a dimensão espiritual ela é fundamental eu cuido muito da minha dimensão espiritual eu faço terapias holísticas eu sou riquiana eu gosto de me cuidar com meus bens de erva eu cuido muito de mim porque eu venho de uma geração de mulheres que não puderam cuidar de si mesmas
porque tava porque foram a imposição a elas foi cuidar dos outros e a gente acredita que como mulher a gente não tem que cuidar de si a gente tem que cuidar de todo mundo aí quem cuida de quem cuida tem muito importante a gente entender que isso não é egoísmo nas fotos cuidado a gente fazer aquilo encontrar minimamente dificuldades aquilo que a gente gosta momentos para cuidar da gente porque é só isso e transformar Isso numa num espaço coletivo porque só isso que nos mantém de pé né e a gente precisa parar e aprender a
dizer não também como mulheres sem culpa eu acho que é muito importante evita que a gente fique carregando muitos pesos que não são nossos também
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