A história da Nubank! História da Tecnologia

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TecMundo
A série de história da tecnologia vai falar de um banco nascido no Brasil e que virou pioneiro no se...
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David Vélez é um colombiano que morou por vários anos nos Estados Unidos, formado em engenharia por Stanford e com trabalhos em lugares de renome no meio financeiro, como o Morgan Stanley. Por volta de 2011, ele estava pela segunda vez em terras brasileiras, agora para abrir o escritório de um fundo de investimentos no país e viu aqui como um desafio e uma oportunidade: ele simplesmente odiava a burocracia dos bancos daqui. Em março de 2013, o Vélez decide iniciar uma nova startup de serviços financeiros no Brasil.
Depois de muita pesquisa, ele levanta investimentos iniciais da Sequoia Capital e da Kaszek Ventures, que gostaram da ideia. E em maio de 2013 ele se une com Cristina Junqueira e Edward Wible para co-fundar o Nubank, desde o começo com essa missão de dar ao cliente o maior controle possível sobre as informações e atividades bancárias. O "Nu" do nome é de "nu", pelado mesmo, porque a ideia da empresa é ser natural e transparente com os clientes, além de ter uma pronúncia parecida com “new”, de novo.
A empresa quase se chamou EOS, mas o nome já estava registrado, e EO2, mas esse aí não foi bem aceito e acabou descartado. Agora falando dos outros dois cofundadores, a brasileira Cristina veio de bancos, sendo ex-executiva da área de cartões, e por isso sabia bem os defeitos e atrasos desse setor. Ela também é engenheira de formação e com experiência internacional.
Já o Wible é mais voltado para a parte técnica e foi o primeiro chefe de tecnologia da companhia. Ele tentou montar uma startup de transportes antes de ser recrutado para ajudar no início do Nubank. Os dois até hoje estão na empresa, a Cristina como CEO e o Edward como engenheiro de software.
A ideia era deixar a experiência bancária menos frustrante, mais intuitiva; o internet banking já existia no país desde o Bradesco em 1996, mas sem a presença de alternativas fora dos chamados "bancões". Além disso, ter que ir numa agência pra resolver problemas simples ou abrir uma conta era absurdo pra muita gente. Mas vale dizer aqui que ele não foi o primeiro banco totalmente digital do mundo: em 2009 já tínhamos exemplos como Simple Bank, Capital One e Ally Bank, com propostas similares de conta corrente e cartão.
E sim, é recente mesmo: não poderia ter sido antes, já que era necessário ter um smartphone mais poderoso e conectado para fazer operações e consultas. O iPhone só saiu em 2007 e o Android no ano seguinte. O primeiro escritório do Nubank era uma casinha localizada não no vale do silício, no estado norte-americano da Califórnia, mas na Rua Califórnia, em São Paulo.
E em abril de 2014 começam os testes com o cartão de crédito gratuito, sem anuidade, gerenciado por um aplicativo e com bandeira Mastercard. Ele é lançado na cor única roxa, que vira o símbolo da marca e até passaram a chamar ele de “roxinho”. A primeira compra é feita em 1º de abril e foi para pagar um almoço.
No começo, não era qualquer pessoa que recebia o cartão rapidamente: tinha uma fila de espera e um esquema de convites por amigos que já eram cadastrados. E nessa época, já eram mais de 300 funcionários, então a empresa precisou se mudar para um escritório na Av. Brigadeiro Luis Antônio, em São Paulo.
Dois anos depois, ela precisou se mudar de novo, também em busca de mais espaço para expandir as operações. No final de 2014, entram nas contas da Nubank 15 milhões de dólares em investimentos. Já 2015 é o ano de crescer, com ainda mais injeções de fundos.
Ele também é eleito o aplicativo mais inovador pela lista brasileira da App Store, a loja de aplicativos do iPhone. E aí chega a hora de ir além do cartão. Em março de 2016 nasce o Nubank Rewards, o programa de recompensas para quem usa bastante e tem altos valores envolvidos no pagamento do cartão.
Esse serviço entra em vigor só no ano seguinte. Em novembro, a novidade é a liberação do pagamento antecipado de compras parceladas, gerando um pequeno desconto. Nesse período, com pouco mais de dois anos de atividade, o Nubank já tinha 5 milhões e meio de pedidos de cartão de crédito.
Saltando mais um ano, em 2017 é quanto a conta digital da plataforma é lançada. Essa é a Nu Conta, com destaque para operação de todos os serviços via smartphone. 9 meses após a liberação total, o número de usuários subiu 270%.
E o ano é marcado também pela abertura de um centro de tecnologia em Berlim, especializado em engenharia de dados. E todo o dinheiro investido fez a empresa subir de patamar. Em fevereiro de 2018, o Nubank atingiu o status de unicórnio ao chegar na avaliação de mercado de 1 bilhão de dólares.
Ela foi a primeira companhia brasileira nessa lista, que agora já é bem generosa e não para de crescer. A gente já falou sobre o que é um unicórnio em um vídeo do Entenda aqui no canal. As implementações de destaque no ano incluem um novo design para o aplicativo de celular, que fica mais intuitivo, e a aguardada opção de débito no cartão, além de saques em caixas eletrônicos da rede 24 Horas.
Apostando no potencial da marca, a gigante chinesa Tencent compra 5% da empresa no finalzinho de 2018. Já 2019 é um ano de expansão. O Nubank começa atividades no México e um ano depois vai também para a terra natal do Velez, a Colômbia.
Em abril, a companhia chega a ter clientes em 100% dos municípios brasileiros, sendo que 73% dos clientes são brasileiros com menos de 36 anos. Ele ainda foi eleito pela primeira vez o Melhor Banco do Brasil, segundo a revista Forbes. Já entre as novidades adicionadas destacamos o oferecimento de empréstimos, ainda de forma bastante limitada.
É também aí que nasce a Nucommunity, um espaço pros fãs trocarem experiências, tirarem dúvidas e saberem as novidades da empresa. Começaram também os testes de um novo serviço: as contas digitais para pequenas empresas e empreendedores, o que logo viraria a Conta PJ. E tá dando pra perceber um negócio, né: cada vez mais, ela não é mais considerada só um banco, mas sim uma fintech: uma empresa de tecnologia que presta serviços financeiros.
As primeiras aquisições do Nubank são registradas em 2020. Ela compra a empresa de consultoria de software Plataformatec e também a Cognitect, uma empresa norte-americana especializada em algumas linguagens de programação. Mas a aquisição mais badalada mesmo ocorreu em setembro: é a da Easyinvest, uma enorme plataforma de investimentos.
Meses depois, a marca absorve inteiramente essas operações e muda o nome do serviço para Nu Invest. No finzinho do ano, dá tempo ainda de lançar o serviço de Seguro de Vida. Ah, e o Nubank chegou nesse ano a 6 milhões de clientes, muito graças a um lançamento do governo: o método de pagamento instantâneo do Pix, que agilizou ainda mais várias ações bancárias em todas as instituições.
Mas o ano também tem uma polêmica gigante da companhia, você talvez se lembre. Em uma participação no programa Roda Viva, da Tv Cultura, a Cristina Junqueira deu uma deslizada grave ao falar de políticas de diversidade, você deve lembrar do que eu tô falando. A fala pegou muito, muito mal, e com razão, mas pelo menos isso motivo a companhia a melhorar todas as políticas internas de contratação, treinamento e oportunidades pra promover a diversidade racial em todas as suas áreas.
Já 2021 é um ano cheio, então a gente vai passar mais rapidinho pelas novidades. O início marca o lançamento de uma nova identidade de marca, trocando a logo pra um símbolo mais fluido e suave. E surge também o cartão de Crédito securitizado, ou com garantia, que tem um limite mais definido a partir do saldo total.
É também o período de surgimento do cartão Ultravioleta, que é de categoria premium e com fundos de investimento embutidos. Depois de muito e muitos pedidos, finalmente o Nubank também vira uma das plataformas aceitas pelo Apple Pay. E sobrou até espaço pra uma aquisição, a da Spin Pay, uma empresa de pagamentos instantâneos para lojas virtuais.
A boa fase atrai o interesse e o investimento de Warren Buffet, um dos nomes mais poderosos do setor de capitais privados do mundo, e a empresa também fecha uma parceria com a Remessa Online para facilitar transferências online de clientes PJ, inclusive internacionais. E também temos mudanças corporativas, uma delas bem curiosa: em junho, a Anitta, sim, a cantora Anitta, é anunciada como membro do conselho do Nubank pra ajudar no desenvolvimento de produtos e campanhas. Já a Cristina passa a ser CEO das operações brasileiras no lugar do David Vélez, que vai focar na parte de expansão internacional.
O ano estava terminando com uma base de clientes próxima dos 50 milhões, com mais de 35 milhões de usuários ativos. E foi também quando ela registrou o primeiro lucro da sua história, com lucro líquido de 76 milhões de reais de janeiro a junho, contra um prejuízo de 95 milhões de reais no mesmo período do ano anterior. Mas ainda tinha espaço pra mais uma novidade.
No finalzinho de 2021, o Nubank faz a IPO, a oferta pública de ações na Bolsa de Nova York, atraindo até os clientes tradicionais a virarem investidores. Como resultado, ele vira o banco mais valioso da América Latina, com avaliação de pouco mais de 41 bilhões de dólares. É um número histórico, já que colocou ele, com menos de uma década, no mesmo patamar financeiro de instituições com muitos anos de vida e operação.
Agora em 2022 eu nem vou falar muito porque tá próximo, mas já tivemos notícias como a compra da startup de tecnologia de inteligência artificial Olivia, a chegada do cartão virtual também para PJ e o lançamento do serviço de pagamentos NuPay. Mas, ó, claro que a empresa não escapa de críticas e tá bem longe de ser perfeita: são muitas as reclamações sobre a análise de limite do cartão, o atendimento muito robotizado pelas redes sociais e aquela questão de diversidade que já apontamos e tem sido trabalhada. E tem ainda a questão dos juros, que em algumas situações podem ser mais altas do que a média dos rivais.
Por essa questão, o Nubank até se envolveu em uma briga nas redes sociais no ano passado com a Febraban, a federação brasileira de bancos, e com certeza não foi a última. Mas é fato que a empresa acelerou de uma forma poucas vezes vista no país: além de fazer muita gente abrir e manter uma conta bancária, o Nubank gerou não apenas outros bancos digitais, como Inter, N26 e C6, mas também fez as instituições mais tradicionais acelerarem a implementação de serviços online pra não ficarem pra trás. É uma situação em que todo mundo acaba ganhando e sendo obrigado a melhorar.
E essa é a história do Nubank, que hoje nem dá pra chamar só de banco digital porque a empresa de finanças é muito mais do que isso. Se você tiver uma sugestão de uma empresa, produto ou serviço aqui pro quadro, deixa um comentário que a gente lê! As fontes consultadas para o roteiro estão na descrição e não se esqueça que esse é só um resumo, um recorte, e muita coisa acaba ficando de fora.
Confira ainda a playlist do História da Tecnologia pra saber do que a gente já falou por aqui. Até a próxima!
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