Queridos, vamos abrir a escritura na carta de Paulo aos Coríntios, na primeira carta, capítulo 15. Hoje, nós vamos do verso 20 até o verso 28, onde o apóstolo Paulo explica por que a ressurreição dos mortos parece demorar. Primeiro, aos Coríntios 15, de 20 a 28, usamos a leitura: "Mas de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que dormem.
Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos, porque assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, na sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. E então virá o fim, quando Ele entregar o Reino a Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder.
Porque é necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte, porque Ele sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés. E quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente exclui aquele que tudo lhe sujeitou.
Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. " Até aqui, queridos, a leitura da escritura. Ó Pai, agora pedimos a Tua graça para compreender a Tua palavra e, na sua compreensão, encontremos conforto, alegria, regozijo e ânimo para viver aqui nesse mundo até a ressurreição dos mortos.
Em nome de Jesus, amém. Queridos, esse capítulo, como vocês sabem, foi escrito pelo apóstolo Paulo para tratar de mais um problema da igreja de Corinto. No caso, era um grupo que, como diz aí o verso 12 do capítulo 15, afirmava que não há ressurreição de mortos.
Era um grupo que afirmava isso: mortos não ressuscitam, mortos não voltam a viver. Nós fizemos a sugestão de que poderia ser um grupo de ex-fariseus que ainda mantinham aquela convicção, ou dos saduceus, que ainda mantinham aquela convicção que fazia parte do saducismo, que era não crer em espírito, anjo e ressurreição. Ou poderia ser um grupo influenciado pela visão dicotômica do dualismo grego neoplatônico daquela época, que negava qualquer vantagem na matéria, particularmente no corpo.
O que importa, independente da origem, é que eles estavam na igreja afirmando que mortos não ressuscitam. O que Paulo faz, então, aqui no capítulo 15, é abordar esse assunto. Ele começa lembrando o que é que ele pregou quando esteve em Corinto.
Aí, nos versos 1 e 2, ele diz aos Coríntios que eles vão ser salvos se permanecerem no evangelho que Paulo tinha pregado, e a ressurreição de Cristo fazia parte do evangelho. A ressurreição dos mortos e a ressurreição de Cristo faziam parte do evangelho que Paulo havia pregado. No verso 3 a 11, ele apresentou algumas evidências para a ressurreição.
Ele cita as escrituras do Antigo Testamento como base para a sua pregação da morte e ressurreição de Cristo. Ele cita uma série de pessoas que viram Cristo depois da ressurreição dos mortos, especialmente os apóstolos, e depois ele se apresenta como testemunha também. Aí, do verso 8 até o verso 11, ele diz que o Senhor Jesus, que Cristo lhe apareceu no corpo da ressurreição.
Depois, ele fala das consequências e implicações de se negar a ressurreição dos mortos, que foi o que a gente viu na segunda-feira passada. Que que importa ou qual o resultado de se negar que mortos ressuscitam ou de se afirmar que mortos não ressuscitam? Então, Paulo menciona pelo menos sete consequências que nós vimos anteriormente: você nega a ressurreição de Cristo; se mortos não ressuscitam, Cristo não ressuscitou; o ministério dos apóstolos foi em vão, porque eles pregavam ou pregavam que Cristo ressuscitou; a fé dos cristãos é vã, porque eles creem que Cristo ressuscitou; os apóstolos perdem toda credibilidade, porque o ministério deles era construído em cima do testemunho apostólico de que eles tinham visto a Jesus; Deus não perdoa pecados; ao contrário do que se pensa, os que morreram pensando que iam para o céu, na verdade, se perderam se Cristo não ressuscita; e, de todos os homens, de todas as pessoas, os cristãos são os mais dignos de pena, porque passaram a vida toda crendo numa mentira e crendo numa ilusão.
Estas são as consequências de se afirmar que mortos não ressuscitam, segundo o apóstolo Paulo. Mas, e aqui, graças a Deus por isso, no verso 20 ele diz: "Mas de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos". As consequências são essas, mas ainda bem que essas coisas não vão acontecer, porque de fato Ele ressuscitou dos mortos.
Ele vive, Ele está vivo e Ele voltará em glória! Em seguida, depois de afirmar no verso 20 que de fato Cristo ressuscitou, Paulo parece responder a mais uma questão que era levantada por esse grupo que afirmava que mortos não ressuscitam. Parece que um dos argumentos era esse: se mortos ressuscitam, onde está a ressurreição?
Por que está demorando? Porque Cristo, a essa altura, já tinha ressuscitado, o que fazia uns 30 anos, mais ou menos. Fazia uns 30 anos que a igreja vinha falando que os mortos vão ressuscitar, os mortos vão ressuscitar, primeiro os apóstolos, os 12, depois o apóstolo Paulo.
Então, era comum os cristãos falarem a respeito da ressurreição dos mortos. Mas então, onde está essa ressurreição? Por que essa demora toda?
E é esse o assunto que Paulo vai tratar aqui nessa passagem que nós lemos. Ele vai dar uma resposta àqueles que estavam negando a ressurreição e usando como argumento a demora: se existe, onde está? Onde está a ressurreição dos mortos?
E se aquele era um argumento naquela época, imagine 2000 anos depois, não é para nós? Portanto, o que Paulo responde aqui é de extrema importância ainda maior para nós. Que vivemos bem mais longe da Ressurreição de Cristo do que aquele grupo que estava questionando a sua realidade.
Eu me propus, nessa noite, a fazer uma abordagem um pouco diferente, uma vez que o que Paulo está respondendo aqui a essa questão. Ele vai colocando um argumento, depois o outro, aí volta para o argumento anterior e continua. Às vezes, o pensamento de Paulo é um pouco tortuoso.
Não é que está errado, mas é a maneira dele raciocinar. Nem sempre é exatamente linear e nem sempre a gente consegue colocar de uma forma didática, né, fazendo uma exposição verso a verso. Então eu pensei em simplesmente destacar os tópicos principais, dos mais básicos para os mais complexos e os finais, e depois fazer algumas aplicações.
O que, basicamente, o apóstolo Paulo está dizendo aqui é que existe uma ordem estabelecida por Deus no que respeita à redenção da humanidade. Existe uma sequência lógica, e Deus está cumprindo essa sequência; Ele está seguindo um projeto, um cronograma que Ele estabeleceu desde antes da fundação do mundo. E que cronograma é esse?
Qual é a ordem das coisas e qual a ordem em que elas vão ainda acontecer? Então, partindo do texto aqui, eu fiz a seguinte reconstrução: primeiro, após a sua ressurreição, Cristo se sentou no trono do universo. Depois que Ele ressurgiu dos mortos, Ele ascendeu aos céus na presença dos discípulos, foi recebido pelo Pai, foi glorificado e colocado à direita do Pai, e foi dado a Ele todo poder no céu e na terra.
Isso Ele declarou no final da grande comissão, em Mateus, quando se aproxima dos discípulos e diz: "Todo poder me foi dado no céu e na terra". Isso, depois da Ressurreição, portanto: "Ide, fazei discípulos, pregai o Evangelho a toda criatura". Então, ali Ele recebeu do Pai todo poder no céu e na terra e o reino.
O Pai lhe entregou o reino. Isso significa que o Pai entregou a Cristo o poder de administrar o plano eterno que o Pai havia concebido antes da fundação do mundo. Lá na eternidade, é isso o sentido de reino: é o desenrolar das ações de Deus na história com o propósito de que, no final, Ele reine absoluto sobre tudo e todos.
O Pai entregou ao Filho a gerência disso, entregou o reino a Cristo, e disse: "Leve avante o que tem que ser feito, faça o que tem que ser feito para que o reino se consuma, para que o reino venha na sua plenitude e o meu plano então alcance o seu propósito final". Então, esse é o primeiro ponto que está aqui por detrás do texto que nós lemos. O texto pressupõe isso: que Cristo recebeu esse poder do Pai, depois da sua ressurreição.
O segundo ponto que Paulo está pressupondo aqui também, e que está na sequência, é que, depois que Cristo ressuscitou, subiu aos céus, sentou à direita de Deus e recebeu o reino da parte do Pai, Ele agora está ocupado em fazer isso. O que Cristo está fazendo agora? Nós dizemos que Ele está vivo, Ele está vivo, mas o que Ele está fazendo agora?
Ele está levando o reino de Deus às suas últimas consequências; Ele está avançando o plano de Deus para a consumação de todas as coisas. Aquilo que Deus concebeu, o mistério que Deus concebeu lá na eternidade, que começa com a criação do homem e que vai terminar com o novo céu e nova terra, Cristo está administrando isso agora. É o que Ele está fazendo.
Isso implica, em primeiro lugar, conquistar os seus inimigos. O texto fala aqui, né, por exemplo, no verso 24: "Então virá o fim, quando Ele entregar o Reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo o principado, bem como toda potestade e poder. É necessário que Ele reine até que tenha posto todos os seus inimigos debaixo de seus pés.
O último inimigo a ser destruído é a morte. " Tá claro; o texto está muito claro. Paulo está pressupondo isso: Cristo já reina, Ele já reina e está ocupado agora com o seu poder real em conquistar os seus inimigos.
Quais são os inimigos de Deus? Quais são os inimigos que Ele encarregou Cristo de conquistar? Primeiro, o pecado.
Cristo já tinha desferido um golpe decisivo na luta contra o pecado, que foi morrer na cruz no lugar do seu povo, pagando a culpa do pecado. Mas agora o pecado precisa ser vencido na pessoa dos seus eleitos, dos seus amados, e Cristo faz isso, subjugando o pecado, dando vitória sobre o pecado mediante o Espírito Santo. Então Ele está conquistando agora o poder do pecado na vida do seu povo e a vitória sobre a presença do pecado e a existência do pecado no universo.
É etapa mais para o fim, vou falar dela daqui a pouco. O outro inimigo de Deus e de Cristo é Satanás, junto com seus anjos. Também Cristo já desferiu um golpe determinante na luta contra eles, na sua morte e na sua ressurreição.
E agora, durante esse período, Cristo progride para desbaratar, diminuir e enfraquecer cada vez mais o poder de Satanás, mediante o seu evangelho que está sendo espalhado pelo mundo todo. As nações não podem mais ser enganadas pelo diabo. O evangelho avança mundo afora, e onde ele avança, ali está um posto avançado do Reino de Deus; ali Cristo aparece triunfante.
Então, como parte do que Cristo está fazendo aqui, Ele está vencendo o pecado, está vencendo Satanás e seus anjos, e está reunindo aquele povo que Deus amou, que Deus conheceu e que Deus escolheu antes da fundação do mundo para ser o seu povo querido, a sua igreja. Cristo está recolhendo esse povo; Ele está chamando através do evangelho. Eles estão vindo pelo poder do Espírito Santo e estão fazendo parte da igreja invisível, tanto judeus como gentios, pessoas de todas as partes do mundo, de todas as nacionalidades.
Então, me acompanhem aí: Cristo ressuscitou dos mortos, subiu aos céus, recebeu o reino da parte do Pai. Agora, Ele está administrando o reino, conquistando os seus inimigos: pecado, Satanás e seus anjos, e reunindo o seu povo sob Sua orientação, que é a igreja, e isso mediante o poder do Evangelho. A próxima etapa no cronograma de Deus é a vinda de Cristo, o retorno de Cristo em glória a este mundo, e, quando Ele voltar, julgará o mundo, os homens e os anjos, derrotando finalmente Satanás e seus anjos e lançando-os no inferno, que é a etapa final, o destino final de Satanás.
Por enquanto, ele não está no inferno, apesar de que Hollywood insiste que ele está no inferno atormentando os ímpios. O diabo sempre aparece de vermelho, com um par de chifres, um tridente, lá assando os ímpios no inferno. O rei do inferno, o diabo, não está no inferno.
O diabo está aqui, ele está solto. Ele vai para o inferno, e quando ele for, ele não vai atormentar os outros; ele vai ser atormentado pelos séculos dos séculos, vai sofrer o castigo eterno que lhe está reservado. Isso acontecerá quando Cristo vier.
Quando Cristo vier, ele vai ressuscitar os mortos, tanto crentes como descrentes. Os ímpios serão lançados no inferno para todo sempre com o corpo da ressurreição deles, onde eles vão sofrer na alma e no corpo eternamente. Por enquanto, os que morreram sem Cristo sofrem; a alma está sofrendo, né?
A alma ou espírito está sofrendo, mas o corpo continua na sepultura. Quando Cristo vier, os mortos ressuscitarão, os corpos se juntarão às suas almas, e os ímpios serão lançados no lago de fogo e enxofre, onde eles vão ser atormentados fisicamente e espiritualmente pelos séculos dos séculos. Os de Cristo, em contrapartida, com o corpo da ressurreição, eles entrarão no gozo eterno de Deus, no novo céu e na nova terra.
Note bem: os que já morreram, os que morrem agora, eles já entram na presença de Deus, mas em espírito. Estão conscientes, estão desfrutando da presença de Deus, mas Deus nos criou com corpo, que é a etapa final. Na vinda de Cristo haverá a ressurreição dos nossos corpos; nossa alma vai se juntar ao nosso corpo outra vez, e agora, completos, nós entraremos no novo mundo que Deus vai criar: o novo paraíso, que é superior ao paraíso antigo, novo céu e nova terra.
Esses são os termos de Isaías e da segunda carta de Pedro, e é então, e só então, que o último inimigo de Cristo será vencido. Qual é o último inimigo? De acordo com Paulo, aqui no verso 26, o último inimigo a ser destruído é a morte.
E quando é que a morte vai ser destruída? Quando todos os mortos saírem da sua prisão. A morte, por enquanto, tem o poder de nos reter; nós morremos e ficamos mortos.
A morte nos segura; nosso corpo está meio que preso na terra, por assim dizer, quando a gente morre, ele fica ali. Mas quando Cristo vier, os mortos sairão da sepultura; a morte não terá poder para reter o nosso corpo mais. E aí, então, é quando a morte será vencida, porque os mortos ressuscitarão e não haverá mais morte.
Esse é o último inimigo; não foi vencido ainda. Por isso, spoiler: você vai morrer. Esse é o spoiler que eu estou fazendo aqui: você vai morrer porque a morte não foi vencida ainda.
Esse é o último inimigo. Vai ser vencida na ressurreição dos mortos, quando Cristo vier. Quando Cristo vier, ah, você pode me perguntar: mas e o arrebatamento?
Onde exatamente? Quando Cristo vier! E então os que estiverem vivos serão transformados, os mortos ressuscitarão e eles subirão para o encontro com Cristo nos ares.
Então, o arrebatamento será nesse momento. Então, estão seguindo a sequência: ressuscitou, subiu ao céu, sentou à direita de Deus, recebeu o reino. Agora, Ele está trabalhando, está vencendo o pecado, está vencendo Satanás e os seus anjos, está reunindo o seu povo.
A próxima etapa é o seu retorno em glória para ressuscitar os mortos, vencer a morte, jogar Satanás e os ímpios no inferno para sempre, no lago de fogo e enxofre, e ficar com seu povo ressuscitado no novo céu e na nova terra. Então, na sequência, todas as coisas estarão finalmente debaixo dos pés de Jesus Cristo porque nem tudo está debaixo dos pés de Jesus Cristo ainda. Quem diz é o apóstolo Paulo, né?
Quem está dizendo aqui é o apóstolo Paulo, verso 28. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, quer dizer que não estão ainda; vai ser uma futura ainda. Então, finalmente, tudo vai estar debaixo dos pés do Senhor Jesus: os ímpios vencidos, julgados, condenados devidamente castigados; o pecado vencido, julgado, devidamente punido, extinto; Satanás e seus anjos vencidos, julgados, lançados no inferno; a morte vencida, extinta.
Não haverá mais. A criação, que foi manchada pelo pecado com a queda de Adão, será refeita, transformada: um novo céu, uma nova terra, onde os filhos de Deus, com o corpo da ressurreição, irão habitar para todo o sempre. Em seguida, aqui é a sequência que Paulo fala: em seguida, Cristo vai devolver o reino ao Pai e vai se sujeitar.
Ele, como quem diz assim: "Pronto, Pai, terminei a missão que o Senhor me deu, a que começou com minha Encarn ação, quando eu me tornei um deles, quando eu sofri no meio deles, quando eu fui morto por eles e ressuscitei vitorioso. Realizei o Teu plano, venci todos os inimigos; agora, eles estão debaixo dos meus pés. Eu Te entrego o reino consumado, eu Te entrego o reino completo.
Agora, o Senhor é tudo em todos. " E é exatamente isso que vai acontecer. Lembremos.
O filho é eu vou usar um termo da teologia que não tem outro: ele é eternamente gerado do Pai. Ele não foi criado; ele é tão eterno como o Pai. Mas uma pessoa da Trindade é chamada de Pai, e a outra pessoa da Trindade é chamada de Filho.
Qual é a relação de Pai e Filho, a não ser de geração? Por isso que os teólogos, ao se referirem à Trindade e ao papel das pessoas da Trindade, dizem que o Filho é gerado eternamente do Pai e o Espírito Santo procede eternamente dos dois. Por isso que eles têm nomes distintos, porque indicam a função deles.
Portanto, o Pai é o Filho como gerado eternamente do Pai, é o que executa o querer do Pai. E aqui nós o vemos devolvendo ao Pai o reino, aquilo que o Pai lhe confiou. E a última etapa de tudo, e que é a resposta para a pergunta que geralmente o pessoal faz: se Deus sabia que o pecado ia entrar no mundo, se Deus sabia que Adão ia pecar, por que Ele criou?
Se Ele sabia que o mal ia existir, por que Ele fez? A resposta é que, no final de todo esse plano da Redenção, está o alvo de Deus, que está aqui no final do verso. Eu vou ler o verso 28: "Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.
" Esse é o alvo de Deus, lá na eternidade, que Ele fosse tudo em todos, que Ele fosse conhecido, honrado e glorificado não somente pela sua justiça e pela sua santidade, mas também pela sua misericórdia e pelo seu amor. Por isso, Ele arquitetou esse plano que a gente chama de plano da salvação. A história da Redenção começa com a criação do homem, em termos do nosso tempo, começa com a criação do universo, a criação do homem, a queda do homem, todo o projeto de Redenção envolvendo os atos salvadores de Deus na história, desde a escolha de Abraão até a Encarnação do seu Filho, seguindo pelo derramamento do Espírito Santo, depois da Ressurreição de Cristo, derramamento no dia de Pentecostes, e a pregação do evangelho no mundo.
O retorno de Cristo, a ressurreição dos mortos: o Filho devolve o Reino ao Pai, se sujeita ao Pai e, finalmente, Deus é tudo em todos. O bom de ser crente é que a gente tem um quadro maior de referência. Muitas ideologias que existem hoje olham para a história de uma maneira que não traz propósito para ninguém.
Por exemplo, a visão de história de Hegel, a ideia de que o universo se move através de eventos que são contrários uns aos outros, produzindo uma dialética: a cada movimento, a cada ação, corresponde uma antítese, e nessa dialética a história se move. A cada movimento social, se sobrepõe outro. Ou o pensamento grego, que dizia que o mundo, a história, é circular, que os fatos acontecem em círculos e que tudo volta ao que era antes.
A história não tem começo e não tem fim. Mas, para o cristão, a gente sabe de onde veio, onde estamos e para onde vamos. Para nós, a história tem começo, meio e fim.
Isso dá um referencial existencial para nós, isso nos dá sentido para a vida. Eu sei por que eu existo, eu sei para onde a história está caminhando. Posso não saber os detalhes; por exemplo, quem poderia prever ou imaginar o que está acontecendo no Afeganistão?
Não dá! A gente não sabe o que acontece amanhã, mas sabemos que tudo o que acontece está dentro desse plano de Deus que carrega, mediante seu Filho Jesus Cristo, a história para esse fim determinado em que Deus vai ser tudo em todos. Então, essa é a resposta do apóstolo Paulo para aqueles que argumentavam: "Mas por que a ressurreição dos mortos demora?
Se tem ressurreição, onde está ela? " Paulo me diz assim: "Calma, calma, tudo tem seu tempo. Deus está agindo de acordo com um plano.
Existe um projeto aqui, existe uma sequência lógica e vai chegar o momento da ressurreição dos mortos. Ainda não é aqui, ainda não é agora, mas vai chegar. " Porque antes da ressurreição dos mortos acontecer, algumas coisas precisam acontecer.
Ah, esse então é meu primeiro ponto nessa noite: mostrar a sequência em que as coisas acontecerão, de acordo com o que está aqui. Ah, meu segundo ponto é lembrar para vocês, e isso vem como uma espécie de ajuda para a gente entender isso que eu falei, é ver as figuras e analogias que o apóstolo Paulo está usando aqui no texto para explicar isso. Ele usa duas analogias, ele usa uma analogia, ele usa uma tipologia e ele faz duas citações do Antigo Testamento.
Se vocês perceberam, primeiro lugar, ele faz uma comparação do que ele está dizendo com a colheita. O sistema de colheita. Lembra que o mundo daquela época era basicamente baseado na pecuária e na agricultura?
Então, todo mundo iria entender o que Paulo está dizendo aqui. Veja, no verso 20, ele fala assim: "De fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias do que dormem. " As primícias eram os primeiros frutos de uma colheita.
Quando um agricultor, quando um fazendeiro chegava a hora de vender a sua colheita, ele tinha uma colheita grande de trigo; a sua fazenda produziu muito trigo. O que ele fazia? Ele pegava os primeiros frutos, que eram amostra da colheita, e ele levava para vender no mercado.
E aí, então, os interessados examinavam o produto, as primícias, os primeiros frutos. Fosse de boa qualidade, eles compravam a colheita toda com base nas Primícias que eles tinham visto. Ali, Cristo é as Primícias dos que dormem, diz o apóstolo Paulo.
Lembrando que já dissemos, dormir aqui é dormir em Cristo, é morrer. É chamado de dormir porque está aguardando a ressurreição dos mortos, não quer dizer que está inconsciente, como alguns dizem, mas já tive essa discussão aqui, né? Já passei por essa fase aqui, já expliquei.
Então, Cristo é as Primícias dos que dormem. O que isso significa? Que a ressurreição dele é uma amostra da nossa ressurreição e, da mesma forma que os primeiros frutos estão ligados à colheita toda, a ressurreição de Cristo está ligada à nossa.
E, tão certo como os primeiros frutos estão ali, a colheita virá em seguida. A nossa ressurreição virá também depois da Ressurreição de Cristo, mas ele vem primeiro porque ele é a primícia dos que dormem. A ressurreição dele é diferente de todas as outras ressurreições.
Teve ressurreição dos mortos antes da Ressurreição de Cristo? Claro que teve! Ele mesmo ressuscitou Lázaro, o filho da viúva de Naim, o servo do centurião, a filha de um oficial.
No Antigo Testamento, você tem a ressurreição da viúva de Sarepta, se não me engano, agora, feita pelo profeta Elias. O Eliseu, sempre misturo os dois, mas já tinham ocorrido ressurreições. Qual é a diferença da Ressurreição de Cristo?
É que todos aqueles que ressuscitaram antes morreram outra vez. Cristo é o primeiro que ressuscita imortal para nunca mais morrer, e ele é a primícia. Ele é o primeiro desse tipo de ressurreição.
Se Deus quiser ressuscitar alguém aqui hoje, alguém que morreu, né? Nos dias de hoje, ele pode fazer isso, mas aquela pessoa vai morrer de novo. A ressurreição de mortos que a Bíblia se refere é a ressurreição final, quando nós seremos iguais a Cristo e, assim, nunca mais morreremos.
Desfrutaremos da imortalidade ou incorruptibilidade, como a Bíblia gosta de chamar também. E a figura que é usada para ilustrar isso é das Primícias. Cristo é o primeiro desse tipo da Ressurreição.
Depois de Cristo, não teve mais nenhum. Ainda, depois que Cristo ressuscitou, ninguém, nesses 2000 anos passados, ressuscitou como ele. Pode ter tido alguma ressurreição aí, porque Deus é poderoso, mas nenhuma igual a de Cristo.
Só na vinda dele é que nós teremos essa ressurreição. A figura das Primícias, então, ilustra muito bem isso. A segunda comparação é entre Adão e Cristo.
Você viu aí, né? No verso 21 até no verso 22, vou repetir: "Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. " Porque, assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.
Paulo aqui faz um paralelo entre Adão e Cristo. Assim como em Adão todos nós morremos, a morte começou no mundo porque Adão era representante da raça humana, e, quando ele caiu, desobedeceu a Deus e pecou, ele trouxe sobre si e sobre toda a sua descendência a morte, a corrupção e a condenação. Assim como a morte começou por Adão, a vida eterna e a ressurreição começam por Cristo.
Adão é uma espécie de tipo de Cristo. Cristo é chamado, Paulo vai chamá-lo aqui mais adiante, de segundo Adão, porque há um paralelo. Deus resolveu o problema do pecado da mesma forma como o problema começou.
Qual foi o problema? Um representante caiu, e o resultado da sua queda foi imputado a toda a sua descendência. Deus mandou um outro representante, Jesus Cristo, não de toda a humanidade, mas do seu povo, e o que aconteceu com Cristo é transferido a nós.
Da mesma forma que o que aconteceu com Adão também nos é imputado. Deus resolveu o problema da mesma forma, mandando um segundo homem: o último Adão, em quem vem a salvação. Pelo primeiro, veio a morte; pelo segundo, vem a ressurreição.
Então, é como se Paulo dissesse: "Vocês tenham calma. Em Adão, nós começamos a morrer; em Cristo, nós vamos começar a viver. " Mas há um tempo, há um período para que essas coisas aconteçam.
Então, há uma sequência. Você vejam como Deus trabalha: primeiro a queda. Passou quanto tempo entre Adão e Cristo?
A gente não tem ideia, milhares de anos. Depois veio o segundo Adão, que realizou o que é básico para nossa salvação. Quanto tempo a gente ainda tem que esperar?
A gente não sabe. Então, não tem isso de cobrar para ontem a ressurreição dos mortos. O cronograma de Deus vai seguindo uma sequência lógica.
Depois, ele cita duas passagens do Antigo Testamento. A primeira delas é o Salmo 110, verso primeiro. Ele cita no verso 25: "Porque é necessário que ele reine até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés.
" E, no verso 27, ele faz uma citação do Salmo 8: "Ele sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés. " Nesses dois Salmos, Davi faz menção, embora ele fale do homem como ser da humanidade, das pessoas, no Salmo 8. Mas há uma referência ali ao Messias, pelo menos é citado assim no Novo Testamento.
O Salmo 110 é claramente a respeito do Messias. Nos dois Salmos, o que Davi fala é que o Pai está dizendo ao Messias: "Você sente à minha direita até que eu coloque todos os inimigos debaixo dos seus pés". Toda a humanidade, toda a criação vai ficar debaixo dos seus pés.
E essas são as duas passagens que Paulo usa para explicar aqui a 1ª aos Coríntios. É isso que Cristo está fazendo agora, e só quando ele colocar tudo debaixo dos pés é que haverá ressurreição de mortos, porque ainda tem um inimigo a ser vencido, que é a morte. Então, ele está trabalhando nisso.
Fazendo isso, então, não adianta querer cobrar ressurreição para ontem, porque Deus está seguindo a sua sequência. O ponto de Paulo, então, caminhando aqui para a nossa conclusão, é que a ressurreição de mortos não está demorando; na verdade, ela vai seguir a ordem dos fatos que Deus estabeleceu lá na eternidade. Esse plano maravilhoso de redenção que Ele concebeu é para sua glória e para a ala do seu povo.
Segundo essa ressurreição de mortos, ela vai acontecer tão seguramente quanto Cristo ressuscitou. Lembram aqui a analogia das primícias? E até lá, nós somos instrumentos do Senhor Jesus para a conquista dos seus inimigos, porque é através do povo redimido que o Evangelho é pregado, que as pessoas são libertas, que elas aprendem a vencer o pecado em sua vida e elas têm esperança de, depois da morte, ter muitas lições que a gente pode tirar daqui.
Não é? E eu quero apenas mencionar algumas aqui. A primeira é que, uma vez que você entendeu isso, tem bons efeitos práticos.
A relação entre a ressurreição de Cristo e a nossa está ligada; elas são da mesma natureza, elas são da mesma ordem. Assim como a primícia está ligada à colheita completa, isso nos dá certeza, porque se você crê que Cristo ressuscitou dos mortos, então a consequência disso é que você crê que um dia vai ressuscitar como Ele ressuscitou: imortal, incorruptível, um corpo glorioso, glorificado, com o qual você vai viver eternamente no novo mundo que Deus haverá de fazer e que Ele está preparando. Isso traz conforto para nós e esperança diante da doença, da velhice e da certeza da morte.
Nós sabemos que isso tudo aqui é provisório, passageiro. A verdade, a realidade final de todas as coisas, ainda guarda o tempo certo do seu cumprimento. Uma segunda lição que nós podemos ter aqui, e que é mais já de natureza teológica, ou por assim dizer, escatológica, é que, da perspectiva do que Paulo está dizendo aqui, já reina Cristo.
Já reina! Ele já começou a reinar quando subiu aos céus, depois de ressuscitar dos mortos, sentou-se à direita de Deus, recebeu todo poder no céu e na terra, e o Pai lhe entregou o reino e disse: "Agora governe! Governe e leve o reino até a sua consumação.
" Então, Cristo já reina. Nem tudo está ainda debaixo dos seus pés, mas caminha para isso e vai terminar nisso quando o último inimigo for vencido. Então, essa é uma aplicação escatológica, porque, naturalmente, vocês sabem que não existe consenso entre os evangélicos a respeito do modelo escatológico que seria aquele que melhor reflete o ensino bíblico.
Nós temos os irmãos pré-milenistas, nós temos os amilenistas. Eu desconfio que Paulo era amilenista, né, pelo que ele está falando aqui, porque no amilenismo se ensina que Cristo já reina e que esse reino já está presente e que, quando Ele vier, Ele vai entregar o reino ao Pai e que não faz sentido um reinado de mil anos sobre a terra, depois que Ele entrega tudo ao Pai, depois de ter vencido todos os seus inimigos. Enfim, essa é a visão de boa parte da Igreja Reformada.
Mas, como eu sempre disse, né, escatologia não nos separa em Cristo Jesus. Eu gosto até de contar uma piada meio de-ma, que diz que o pré-milenista, o amilenista e o pós-milenista estavam discutindo, né, como é que ia ser na vinda de Cristo e tudo mais. De repente, Cristo voltou.
Os três subiram, um dizendo para o outro: "Eu não te disse que ia ser assim? " Então é provável que vai ser assim. Vocês não riram?
Sinal de que foi ruim mesmo, né? Então, isso aí é só para ilustrar como, embora a gente possa divergir nessas coisas, o básico nós cremos: o que todas as posições escatológicas evangélicas acreditam é que Cristo vai voltar uma segunda vez, que vai ter ressurreição dos mortos, que haverá o Juízo Final, que haverá Novo Céu e Nova Terra, e o destino dos ímpios será o castigo eterno. Satanás será destruído e será condenado.
Todas as posições concordam nisso. Existe alguma diferença na sequência e no espaço entre um evento e outro, mas pelo que Paulo está dizendo aqui, a sequência é essa: o próximo grande evento é a vinda do Senhor Jesus, a ressurreição dos mortos e o fim, quando Ele entrega o reino ao Pai. E aí Deus é tudo em todos.
Essa é a próxima etapa na história da redenção. E a última lição que nós podemos tirar para nós aqui, e que eu já falei sobre ela, vou apenas relembrar, é o alvo para o qual a história caminha. Deus será tudo em todos.
Ele será glorificado e, nele, então, nós teremos alegria, gozo e felicidade, porque isso é o que consiste em desfrutar da glória de Deus. É a pergunta número um do Catecismo de Westminster, do Catecismo Maior: "Qual o fim principal do homem? " E, para o Catecismo Menor, é "Conhecer a Deus e gozá-lo para sempre.
" Esse é o fim principal do homem: conhecer a Deus e desfrutar da comunhão com Deus para todo sempre. E é para lá que esse plano maravilhoso se encaminha. Eis porque a ressurreição demora, mas ela vem; ela é certa.
Amém. Ó Deus, enche o nosso coração de confiança, de certeza, de esperança, para que, no meio das tribulações e dos sofrimentos deste mundo, nós possamos nos submeter com alegria ao domínio do Senhor Jesus. Nós oramos para que o teu reino venha na plenitude, na sua consumação, mas já sabemos que o reino está entre nós e nos ajuda a viver como cidadãos do reino, servindo ao nosso Rei com alegria, vivendo para a sua glória até aquele grande dia em que tudo será consumado.
Prepara-nos, ó Deus, é o que pedimos. Em nome de Jesus, amém.