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[Música] Boa tarde a todos e todas É com grande satisfação que nós estamos aqui para mais um encontro de gestão escolar Então hoje é o encontro três lembrando que esse encontro faz parte do programa educar juntos e está previsto dentro da ação do compromisso Nacional da criança alfabetizada Então hoje nós temos aqui o nosso convidado Wagner Silveira Rezende que é sociólogo é professor da Universidade Federal de Juiz de Fora é diretor do centro de políticas públicas de eh e avaliação da educação CAED e eh aqui no chat nós temos a Danúbia que vai nos ajudar
então se vocês tiverem alguma questão alguma dúvida vocês podem colocar ali e ao final da apresentação o Wagner vai responder essas dúvidas Então É com grande satisfação que eu chamo hoje para essa fala para falar da de gestão de resultados o Wagner seja bem-vindo Wagner Muito obrigado Michele Bom boa Boa tarde a todos vocês eh muita alegria estar aqui minha alegria de estar aqui podendo conversar com vocês mais uma vez aí né do Paraná sobre um tema tão importante né para eh eh para minha formação e para minha atuação profissional à frente do CAED né
O um centro de pesquisa da Universidade Federal de de Fora que vem apoiando aí a avaliação Educacional né no estado do Paraná PR Paraná Enfim então Eh temos uma parceria aí Né desde a criação do saep há muito tempo atrás eh com o estado do Paraná Então com muita alegria que eu tô aqui hoje muito obrigado a todos aí muito obrigado pela presença de quem tá aí também me ouvindo e nesse tempo que me cabe aqui eu vou tentar traçar uma narrativa Mesmo que não seja eh eh eh detalhada né sobre e eh a mudança
de paradigma da avaliação Educacional eh e com que isso eh se articula aí com a mudança também de expectativas em relação à gestão Educacional ao longo aí de todo o século XX E como que essa discussão sobre gestão de resultados faz parte hoje do Horizonte de qualquer gestor na área de educação né seja um diretor de escola seja um superintendente seja o próprio secretário de educação esse tema um tema que se tornou inarredável na agenda da gestão Educacional que é o tema da gestão de resultados e como que a avaliação Educacional também desempenha um papel
importante nisso tá então vocês fiquem à vontade aí para comentários e perguntas também a gente vai ter aí uns minutinhos finais para que eu possa responder algumas perguntas caso elas existam Então vamos lá vamos começar do começo né n se vocês pegarem a literatura Educacional né ao longo de todo o século XX você vão reparar que houve uma mudança paradigmática né do que se espera do gestor né aqui especialmente falando do diretor de escola mas eu vou chegar também em outras em outros níveis da gestão né mas mas eh No que diz respeito ao diretor
de escola né Essa figura ela teve responsabilidades ampliadas cada vez mais né ao longo de todo o século XX e quem já é diretor há muito tempo tá muito tempo envolvido na gestão sabe como é que essas mudanças elas foram acontecendo de maneira progressiva né e foram intensificadas claro né a partir daí dos anos 80 né então inicialmente a figura do diretor escolar ela ela estava vinculada a uma espécie de de administrador da escola né no sentido mais lato da palavra né daí comparações do diretor de escola com o diretor de outras instituições né se
o diretor de escola ele tinha uma função administrativa e aí por função administrativa aqui a gente pode entender tudo que envolve a organização da escola em termos logísticos burocráticos né se esperava que o diretor fosse capaz ali de eh administrar a escola no que diz respeito aos seus recursos né mas também que ele fosse um contato né administrativo entre a escola e a secretaria de educação né de maneira direta fosse capaz também de administrar um outro conflito que chegasse eh à sua sala né Tem até uma figura já meio que canonizada né Eh de um
diretor austero né uma figura muito séria e e de certa forma até distante né do do dos alunos né assim a imagem que a gente tem do diretor de escola é essa figura mais rígida né E que aparece em cena só quando algum problema né Eh eh surge na escola o diretor tá ali para para de alguma forma resolver o problema quando nada nada deu certo antes né Aí você chega na sala do diretor pro aluno essa imagem é a imagem daquele daquele diretor que distante do cotidiano da escola do aluno eh tá ali para
dar alguma bronca né para chamar a atenção de alguma forma essa imagem ela sempre aparece na memória né das pessoas especial daqueles que viveram a escola já há algumas décadas né como alunos né aquela figura do diretor meio bravo ou da diretora meio brava né que que quando chama aluno é é porque o aluno fez alguma coisa né Então essa imagem é uma imagem meio que engessada canonizada já né Eh do que era um diretor escolar e ao longo do século XX essa perspectiva foi mudando muito nessa imagem do diretor como administrador do espaço da
escola ela foi sendo ampliada não que o diretor ainda não tenha eh atribuições relacionadas a essa dimensão da gestão mas hoje espera-se muito mais do diretor do que se esperava antes então as funções do diretor elas foram sendo ampliadas né cada vez mais responsabilidades foram sendo atribuídas ao diretor né então além dessa dimensão administrativa pressupõe a manutenção da Escol né assim a garantia da segurança na escola eh os reparos que que a escola exige como prédio mesmo né tudo isso continua na mão do diretor o contato do diretor com a Secretaria de Educação permanece sendo
é uma atribuição da gestão mas outras eh eh dimensões foram sendo incorporadas uma delas tem a ver com o que a gente pode chamar de dimensão interrelacional da gestão né Cada Vez mais eh atribuições relacionadas à manutenção de um certo clima escolar eu vou voltar nesse ponto ao longo da minha exposição né Eh a criação de um ambiente de trabalho que fosse propícia tanto pro trabalho dos professores né no ambiente pedagógico da escola quanto no que diz respeita à aprendizagem do aluno né a capacidade de solucionar conflitos para uma escola que foi se tornando cada
vez mais eh eh heterogênea né uma escola que não é mais homog do ponto de vista valorativo né que vai que vai recebendo alunos de diferentes estratos sociais que vai se democratizando e vai se complexificando ao mesmo tempo né uma escola que não não não é capaz mais de lidar com seus problemas da maneira como a gente fazia no começo do século XX né é uma escola que tá cada vez mais complexa que tá cada vez mais plural do ponto de vista axiológico valorativo e que vai exigir na mesma medida o desenvolvimento capacidades dos gestores
para lidar com essa complexidade para lidar com essas diferenças né Então essa capacidade de lidar com conflitos né de de resolver conflitos e de estabelecer relações com os professores com os funcionários da escola com os alunos com os pais isso também eh acabou sendo ampliado né e há também eh e aí talvez o elemento mais significativo dessas transformações das quais eu estou falando aqui né é o o surgimento de uma dimensão pedagógica atrelada à gestão se a imagem de que o gestor administra a escola e que os professores é que são responsáveis pela aprendizagem do
dos alunos embora ela ainda exista né como uma imagem também de certa forma estereotipada o que a gente vê hoje é uma cobrança né em relação à gestão eh No que diz respeito à dimensão pedagógica o gestor não é mais s aquele que administra a escola nesse sentido Logístico burocrático mas é aquele que deve ser capaz de conduzir o trabalho coletivo da escola em prol de um objetivo comum que é a potencialização da aprendizagem dos alunos né então o que se vê cada vez mais é a incumbência recebida pelos diretores de escola para que tenham
que lidar com eh questões pedagógicas que antes Talvez né fossem relacionadas exclusiva ente o trabalho dos docentes e que agora Essas atividades passam a ser também parte né das responsabilidades da gestão né então você tem aí de alguma de alguma maneira uma Tríade de eh conjuntos de responsabilidades que são atribuídos ao gestor as atividades administrativos gerenciais né que aproximavam o diretor da figura do administrador tá se que continua existindo que continua s parte eh do cotidiano né da da gestão uma dimensão interrelacional que se aprofunda e que se amplifica né com o diretor também aí
tendo atribuições para lidar com eh conflitos e com dimensão interrelacional da escola que é cada vez mais complexa que é cada vez mais diversificada e você tem aí um conjunto de responsabilidades eh que estão associadas à dimensão pedagógica da gestão no sentido de da da gestão ter que conduzir né Eh as ações que vão potencializar o processo de ensino aprendizagem na escola né para quem é gestor escolar Eh aí antes dos anos 80 né e permanecer sendo gestor depois disso eh talvez essa essa mudança paradigmática fique mais clara né e a partir dos anos 80
isso ficou cada vez mais ressaltado em virtude da eh eh Constituição de 1988 né que vai erá eh de maneira eh significativa a forma como a gente pensa a educação e organiza a educação no Brasil né isso isso ficou muito marcado com a Constituição de 88 num contexto de redemocratização do Brasil né daí também a intensificação das discussões sobre gestão democrática que defende basicamente a capacidade da gestão de descentralizar de envolver outros atores na no processo de tomada de decisão e isso não significa desresponsabilizar o gestor não é isso na verdade o gestor continua responsável
né pela condução desse processo mas essa responsabilidade ela começa a ser também compartilhada pelo menos a defesa de um compartilhamento dessas responsabilidades passa a fazer parte do Horizonte né da gestão então Eh eh a LDB de 96 vai aprofundar ainda mais esse fenômeno e o que a gente tem hoje é um conjunto de atribuições paraa gestão que não condiz necessariamente com a formação que esse gestor recebe e esse trve um ponto bastante importante da nossa discussão hoje que eu não vou ter tempo de aprofundar mas que eh eh eu acho que vai localizar contextualizar o
restante da minha fala né à medida que as atribuições da da gestão elas foram sendo ampliadas a formação desse gestor não acompanhou essa amplificação das responsabilidades né O que a gente vê na verdade é um certo desajuste entre o processo de formação Inicial desse profissional nas universidades mesmo e aí eu tô falando da posição da Universidade de um professor universitário né Que nota que a a formação de professores e a formação de professores por um lado já tem se apresentado de maneira deficitária em vários aspectos eu também não vou ter tempo aqui de desenvolver essa
crítica eu preciso que vocês confiem no meu diagnóstico né Eh da gestão muito menos se a formação da gestão em especial a formação Inicial se ela tem se mostrado de alguma forma descolada com as necessidades que os gestores têm eh em suas eh eh rotinas profissionais né O que a gente vê que a universidade tem dialogado pelo menos NC dis respeito à formação Inicial muito pouco com os problemas reais que os diretores vão enfrentar quando a assumem essa função né então a título de exemplo você tem ali eh eh uma uma certa pressão em torno
do diretor que ele seja capaz por exemplo de lidar com questões relacionadas ao financiamento da educação né ao uso da verba que é destinada à escola a forma como essa verba pode ser utilizada Que tipo de prestação de contas tem que ser feita em cada caso como utilizar o dinheiro que tá sobrando como que que que eh eh você pode trocar uma rubrica por outra ou seja decisões acerca de financiamento que são decisões que atravessam o cotidiano das escolas por exemplo em regra não aparecem nas formações iniciais desses profissionais né então eh eh o que
que vai acontecer muitas vezes o que que você vai escutar de um gestor você vai escutar eh eh eh justamente o diagnóstico desse desajuste e a a a conclusão de que na verdade ele tá aprendendo na ser diretor na carimba da prática né no cotidiano é ao enfrentar problemas reais que a escola aparece o diretor vai se formando como gestor né ele vai aprendendo a ser gestor no peito na raça né daí aquele discurso de olha Eh eu tô aqui há 20 anos né que é um discurso baseado no tempo de casa né Olha eu
já sou diretor H 20 anos e foi no tapa que eu fui aprendendo né E foi no peito que eu fui aprendendo o que que é ser diretur né porque quando eu cheguei à frente da direção eh eu não estava preparado para isso normalmente vocês vão encontrar né um conjunto muito grande de profissionais que vai reconhecer isso né que vai ter esse mesmo discurso que tô apresentando aqui né a ideia de que na verdade é na prática é na rotina né E aí aprendendo uma espécie de tentativa e erro né também que o diretor vai
se formar diretor na verdade esse discurso que ele é um um discurso eh que reconhece o esforço do diretor no seu cotidiano ele na verdade está dando um diagnóstico sobre a nossa formação Inicial nas universidades né o fato dessa formação não preparar de fato os diretores para que eles possam lidar com os problemas que vão aparecer no no cotidiano profissional deles né então eh eh eu dei o exemplo aqui do do financiamento Mas são muitos outros exemplos né a gente pode eh eh continuar essa mesma lógica se aplica a a legislação né o conhecimento da
legislação né Essa mesma lógica se aplica H uma certa pressão que o diretor recebe para se configurar como um líder esse tema da liderança é um tema que se tornou cada vez mais caro aos diretores é um tema que vai aparecer em quase todo o processo de formação continuada de diretores de Formação em serviço né o tema da liderança tá ali aparecendo né o outro tema é a a gestão de conflitos né o gestor também tem que ser além de um líder além de um de certa forma um perito em eh eh eh financiamento Educacional
ele tem também que ser um mediador né um solucionador de conflitos Alguém capaz de lidar com os conflitos na escola né e dar soluções eh eh eficazes para esses conflitos né Eh a discussão sobre clá aparece nesse cenário né o o o dire como aquele capaz né de criar e desenvolver e alimentar e consolidar um clima escolar que beneficie tanto os profissionais da escola que se sentem felizes e à vontade para trabalhar naquela instituição quanto os alunos né que também vão para essa instituição mas se sentem confortáveis para falar sobre seu futuro para desenvolver a
criatividade né para se sentirem eh potencializado nesse ambiente lá né O que que eu quero dizer com isso são muitas atribuições pro diretor e a formação não tem acompanhado né de forma significativa essas atribuições acaba que o gestor escolar ele fica se sentindo de alguma forma eh eh eh desprovido das dos recursos analíticos dos instrumentos necessários para que ele tome boas decisões decisões pelas quais ele vai ser cobrado né então o diretor el vai ser cobrado por decisões mas nem sempre ele recebeu as ferramentas né os instrumentos para que ele possa tomar as decisões pelas
quais ele vai ser cobrado Então esse é o cenário né Essa é contextualização né do do que a gente poderia chamar de dilemas da gestão escolar né o gestor escolar tem ele tem uma série de dilemas que ele precisa lidar que ele precisa resolver no cotidiano da escola N E ele nem sempre tem as ferramentas necessárias ele dispõe das ferramentas necessárias para enfrentar esses dilemas É nesse contexto eu entendo que uma gestão por resultados aparece também né se a gestão por resultados ela passou a ser um discurso cada vez mais incisivo né na seráa Educacional
e isso começa ali a partir dos anos 90 também né vai se consolidar a partir dos anos 90 né Eh e essa história se confunde também com a história da consolidação da avaliação Educacional no Brasil né como eh o instrumento de gestão eu vou voltar a falar desse ponto em breve aqui né e eh o gestor da mesma forma que ele é cobrado para eh ser um mediador ser um líder ser capaz de de de criar um clima escolar favorável é ser capaz de resolver eh eh problemas relacionados também à Distribuição e uso de recursos
na escola ele vai ser cobrado pelos resultados da escola né ele vai ser cobrado para que a escola de fato realize né o seu objetivo primeiro que é ensinar os alunos né esse essa é a grande discussão eh acerca da gestão de resultados né uma gestão voltada para resultados que possam ser mensuráveis que possam ser medidos também isso é uma outra discussão não vou ter muito tempo para falar sobre isso mas há resultados que são mais facilmente mensuráveis do que outros né Há formas de você por exemplo medir eh clima escolar a gente faz isso
inclusive com a pesquisa em avaliação Educacional né mas é mais fácil por exemplo você eh eh eh acompanhar a melhoria dos resultados da avaliação Educacional porque são processos que vem acontecendo anualmente e que vão de alguma maneira servindo como indicadores né de qualidade da educação eh já vou deixar aqui de cara uma uma eh um dilema que eu não vou conseguir resolver aqui só vou apontá-lo né Eh os resultados da avaliação educacional não se confundem com qualidade da educação eles são indicadores de a qualidade da educação é um fenômeno muito mais complexo do que aquilo
que é revelado apenas pelos resultados Mas claro que esses resultados estão também associados ao que a gente pode chamar desse complexo fenômeno de eh qualidade da educação mas enfim voltando ao tema da eh gestão de resultados e aqui eu começo uma discussão sobre aviação Educacional vocês então o gestor tá ali na escola e ele vai ser cobrado pelos resultados dos seus alunos né ele vai ser cobrado a respeito de fluxo escolar né se os seos alunos estão sendo aprovados e se os alunos estão sendo aprovados com o mínimo de qualidade no ensino né que é
revelado pela aprendizagem né esperado deles para cada etapa de escolaridade né Eh Imaginem como que eh o contexto né Eh de ali no começo dos anos 90 com o Brasil sendo redemocratizado toda uma discussão no início dos anos 90 sendo capitaneada por mecanismos internacionais por organizações internacionais entre elas o Banco Mundial a ocde eh prevendo que eh uma gestão voltada para evidências é um novo paradigma né da da educação e que o compromisso com a a educação e com a qualidade da educação deve pressupor o monitor oramento dessa qualidade o acompanhamento dessa qualidade né E
aí vai de uma maneira quase que imediata aparecer o discurso sobre processo de avaliação Educacional como elementos necessários pro acompanhamento pro monitoramento essa qualidade da educação né o Brasil começa o seu processo eh Nacional né de avaliação Educacional com alguns testes algumas avaliações piloto ali no no final do dos anos 80 em 1990 eh nós temos ali eh o primeiro a realização do primeiro saeb né o saeb é realizado em 90 em 93 ele acontece novamente em 95 ele é repetido e a partir de 95 997 ele se torna bianual que é o formato que
ele tem até hoje né No que diz respeito à sua periodicidade né então Eh agora você imagina o contexto que tá ali para esse que tá vindo ali né de uma discussão sobre gestão democrática sobre descentralização que é o grande tema né da gestão naquele momento ali de transição o Brasil tava se Red democratizando saindo de duas décadas de eh ditadura militar então o tema da redemocratização é um tema muito importante né o tema da redemocratização e da gestão descentralizada E aí de repente chega uma política uma política que foi conduzida pela federação com uma
característica típica das políticas educacionais não só educacionais mas das políticas públicas brasileiras que é a a a a condução de cima para baixo dessa política é o que a gente chama de via prussiana é o estado conduzindo esse processo de implementação da política sem necessariamente ter dialogado ou dialogar com os atores que lá no que a gente chama de n da burocracia de rua né Eh aqueles atores que vão implementar de fato as políticas aqui eu tô falando dos professores e dos diretores né a avaliação Educacional ela caiu de alguma maneira como uma uma bomba
Nesse contexto né Por quê havia toda uma discussão naquele momento sobre centralização sobre diálogo e aí vem o estado e não dialoga né de maneira efetiva com eh eh os atores educacionais para que o sistema de avaliação Educacional fosse implementado naquele contexto a avaliação estava sendo muito discutida por órgãos internacionais o que alimentou uma certa resistência ainda maior desses atores em relação a essa política Ah mas quem tá discutindo isso é o Banco Mundial quem tá discutindo isso é a CDE como se a avaliação estivesse de alguma forma inaugurando uma lógica exógena estranha à escola
uma lógica meritocrática e aí trazendo essa lógica pro ambiente da avaliação necessariamente também fosse sinônimo de hierarquização competição né estímulo ao mérito eu também não vou ter tempo de demorar sobre isso mas a avaliação está longe de ter inaugurado qualquer discussão sobre mérito na escola né o próprio nascimento da escola republicana né o modelo francês que nós adotamos como inspiração ele tá ancorado no mérito e aqui eu não tô querendo discutir também sobre questões associadas à meritocracia tô só tentando narrar para vocês qual que é com texto ali no começo dos anos 90 e explicar
um pouco como que eh gestores e professores reagiram né no sentido de criar obstáculos para que essa avaliação acontecesse né havia uma certa resistência né em relação ao tema da avaliação eu também não vou ter muito tempo para falar sobre isso mas só para contextualizar ainda mais eh nem precisaria que essa história acontecesse dessa forma para que a existência existisse afinal de contas ninguém gosta de ser avaliado né a avaliação é um tema complexo para para para qualquer pessoa que trabalha com educação e a gente aprende a não gostar de ser avaliado porque a gente
foi aluno a escola nos criou esse sentimento de resistência em torno da avaliação avaliação usada como instrumento de punição a avaliação como aquele tipo de Persona não grata né que ninguém quer lidar com ela né no máximo ela é tolerada tolerada como um mal necessário né assim e aí quando a gente sai da condição de aluno não gostando de ser avaliado e a gente se torna Professor a nossa imaginação avaliativa ela ela é muito parca também porque eh nos nossos processo de formação com professores formação inicial a avaliação também não aparece ou não apareceu como
um grande tema né ela aparece ou por meio de um discurso pronto que transforma a avaliação nesse de mal necessário Olha eu sei que é complicado eu sei que é problemático mas tem que fazer né não tem muito jeito ou ela nem aparece como uma discussão mais eh incisiva consolidada paraa formação dos professores é claro que quando o professor chega ali né para poder avaliar ele vai acabar usando o repertório que ele tem de avaliação que é o repertório que ele recebeu quando ele era aluno muitos professores quando quando se tornam professores eles acabam usando
as avaliação que eles não gostavam quando eles eram alunos né então esse ponto é um ponto muito curioso né porque que eu acho que demonstra muito né a nossa a nossa falta de investimento em termos de formação na área de avaliação né então voltando ali você tem aquele contexto ali dos anos 90 ninguém quer ser avaliado avaliação ela é tomada como um julgamento ninguém gode de ser julgado Você tem uma avaliação que tá tá sendo implementada top Down de cima para baixo não é isso pelo Estado né E aí a resistência já tá dada então
é nesse contexto que o tema da gestão de resultados vai começar a ganhar força então vejam é é um tema que já de saída ele já conta com a resistência eh dos profissionais porque ele vai ser pensado ali como um um um tema que tá a serviço de uma lógica que é uma lógica contrária àquela que de fato as escolas deveriam seguir então todo esse cenário tá ali né No começo ali dos anos eh eh 90 e eh eh a partir disso em especial a partir ali dos anos do governo Fernando Henrique Cardoso esse tema
da gestão de resultados vai entrar na agenda da política educacional brasileira e não vai sair mais e aí uma coisa interessante pra gente notar porque você tem uma política que é uma política existida uma política criticada uma política eh eh eh eh eh não quista não desejada pelos atores educacionais ali no começo dos anos 90 e curiosamente Ou nem tão curiosamente assim avaliação Educacional elas ela não apenas resistiu a esse momento inicial de resistência ela cresceu a partir disso e se tornou ao contrário da característica mais mais marcante nas nossas políticas educacionais ela se tornou
uma das políticas mais consolidadas e longevas que a gente tem no cenário Brasileiro né se isso isso requer explicação né como que é uma política que recebeu tanta resistência eh e essa resistência vinha de todos os lados vinha das escolas vinha dos sindicatos vinha das próprias universidades né como que uma política tão criticada que sofreu com tanta resistência foi capaz de se consolidar e Nando contracorrente se tornar uma das políticas mais longevas e consolidadas no cenário Educacional brasileiro se vamos pensar na na principal característica das nossas políticas educacionais elas são caracterizadas pela descontinuidade né isso
tem a ver com o fato de que nós fazemos política educacional como política de governo e não como política de Estado então as políticas educacionais entre nós elas são caracterizadas justamente pelo fato de eh haver uma expectativa que aquele governo que acabou de ser eleito dê a sua cara pra política e aí qual que é a a a ação mais imediata descontinuar as políticas que são oriundas dos governos anteriores e tentar construir uma política nova né com a cara daquele governo que acabou de chegar se isso impede que as políticas tenham tempo de maturação Ou
seja que elas sejam capazes de exercer os seus efeitos efetivamente e todos nós sabemos que eh eh políticas educacionais elas demoram a ter efeitos ações educacionais elas demoram a ter efeitos elas não acontecem da noite pro dia ninguém resolve o problema da educação amanhã não existe gente pílula para resolver o problema não existe Bala de Prata né O que existe é trabalho trabalho ardo demorado se a gente quiser que esse trabalho Gere efeitos a gente tem que ter uma coisa que a gente nunca teve no país até hoje que é paciência com as políticas educacionais
que não deveriam ser políticas de governo que deveriam ser políticas de estado ou seja um compromisso longevo contínuo que não fosse afetado pelas Marés ideológicas de cada governo trocou o governo troca política você é impossível a gente ter alguém eh eh eh eh algum resultado efetivo com base nesse tipo de desenho de política pública Educacional isso não vai gerar efeitos se a gente vai ficar 4 anos batendo cabeça tentando construir uma política e quando a política começa a ser implementada vem um novo governo descontinua tudo e a gente começa tudo de novo se isso não
vai alterar o cenário Educacional brasileiro é impraticável que isso altere o cenário Educacional brasileiro né e é curioso como que a avaliação Educacional a despeito de toda a resistência Que ela sofreu ela não apenas tenha passado ou sobrevivido a diferentes governos em termos de matizes ideológicas Mas ela cresceu e se desenvolveu e se consolidou então alguma coisa essa política de avaliação tem eu aqui não vou eh de forma alguma argumentar que ela não tenha problemas é claro que ela tem eu vou falar inclusive deles ainda né mas ela tem virtudes também e que virtudes são
essas como é que a gente consegue explicar uma política ter atravessado aí os anos 90 os anos 2000 os anos 2010 e tem entrado no no na década de 2020 com mais força do que quando ela começou né Essa política deve ter alguma coisa que explica e eh a longevidade dela a duração dela e essa explicação vem por conta da gestão a avaliação Educacional ela é um instrumento de gestão ela é um instrumento a serviço da gestão olha só o que eu tô falando ela é um instrumento a avaliação ela não existe por si mesma
a gente não faz avaliação Para avaliar a gente faz avaliação Para alguma outra coisa e essa outra coisa é mais simples do que parece e às vezes a coisa mais importante do mundo tá no simples avaliação Educacional produz informações qualificadas para que atores educacionais tomem decisões é para isso que uma política de avaliação existe é para isso que uma ação de avaliação existe é para isso que um professor faz avaliação em sala de aula para dar suporte a tomada de decisão e quem é gestor sabe muito bem do que eu tô falando se tanto de
escola quanto de rede quanto Superintendência Não importa se a gestão tem sempre que lidar com e decisões que se apresentam no limite o que que eu quero dizer com isso o cobertor é sempre curto né Você sempre tem que tomar decisão ou você cobre o pé ou você cobre a cabeça sim a cobertor não dá pr os dois ao mesmo tempo isso significa que você precisa desenhar prioridades atentem essa ideia essa ideia é fundamental né desenhar prioridades é uma das principais atribuições da gestão em qualquer nível que ela esteja né inclusive no nível da sala
de aula porque ser professor é fazer gestão da sala de aula né eu volto nesse tema ali no final também mas o ponto aqui é esse né o ponto é avaliação existe para que decisões sejam tomadas a avaliação ela dá suporte a decisões ela informa uma decisão Quantas vezes você como gestor já teve que que que lidar com algum Dilema com alguma bifurcação pelo caminho né que você precisa tomar uma decisão e que você sabe se você seguir o caminho a você vai desagradar Aqueles que estão defendendo o caminho B se você seguir o caminho
B você vai desagradar Aqueles que eh estão defendendo do caminho ar no fundo a sua decisão vai promover algum tipo de desagrado e isso faz parte da gestão É isso mesmo né a a os valores são diferentes as prioridades são diferentes para cada grupo eh nessa escola que é cada vez mais heterogênea A questão não é essa a questão não é ter sempre decisões unânimes é legitimar a sua tomada de decisão é dar reforço a ela a questão não é todo mundo concordar contigo a questão é que mesmo aqueles que não concordam entenderem os motivos
pelos quais você tomou aquela decisão por isso que toda decisão por isso que toda decisão num contexto de gestão democrática ela precisa ser justificada ela precisa ser suportada por informações ela precisa ser balizada né todo gestor tem que proteger a sua decisão repito não para que todos concordem mas que para que mesmo aqueles que não concordem entendam o processo de tomada de decisão e isso é crucial para qualquer gestão seja da sala de aula seja de uma escola seja de uma Superintendência seja da secretaria de educação então em todos os níveis você vai precisar eh
definir prioridades E como que você define prioridades a partir de informações qualificadas uma das fontes de produção de informação qualificada é justamente a avaliação Educacional em escala veja eu não quero construir um argumento aqui de que avaliação ela tem um caráter soteriológico Salvador né que ela vai chegar para resolver todos os problemas até porque a essa altura vocês já perceberam a avaliação ela não resolve problemas ela diagnostica problemas quem resolve problemas são pessoas são atores educacionais que eh sentados em posições que tem condição de tomar decisões de fato tomam essas decisões né para que os
problemas sejam resolvidos a avaliação ela Te indica problemas ela lança a luz sobre problemas quem resolve problemas são atores educacionais isso é um ponto fundamental dessa discussão que a gente tá tendo aqui hoje né por isso que eu eh falei e vou insistir que avaliação como política Educacional ela é um instrumento ela tá a serviço de algo maior esse algo maior é a tomada Consciente e respaldada de decisões essa é a palavra fundamental respaldo toda a discussão sobre gestão de resultado está ancorada em respaldo não é que a avaliação Educacional ela seja uma verdade absoluta
incontestável não é assim que funciona né a avaliação ela tem limites né E esses limites inclusive são muito bem mapeados pela própria pesquisa em avaliação ise é um ponto importante da nossa discussão também não vou ter muito tempo aqui para me aprofundar nele mas a avaliação Educacional ela não é só uma política pública ela é uma área de pesquisa e desde que ela se tornou uma política estabelecida no contexto brasileiro lá no começo dos anos 90 que essa pesquisa foi sendo desenvolvida a avaliação do começo dos anos 90 não é a mesma de hoje ela
foi aprimorada ela foi ajustada ela foi sofisticada continua ainda precisando de ajustes e as a quem tem mais condição de eh apontar esses ajustes é quem trabalha com a avaliação né É por isso que a gente escuta tanto professor é por que a gente escuta tanto o diretor na hora de fazer aviação para saber o que que eles estão vendo ali no na na na na dinâmica cotidiana de como que esses resultados chegam na escola né se então eh a avaliação ela foi aprimorando vou dar um exemplo Claro para vocês né quando a gente começou
a fazer avaliação Educacional no Brasil nos anos 90 a gente avaliava só língua portuguesa e matemática por exemplo que eram consideradas disciplinas representativas de um lado do pensamento lógico formal né que é o pensamento que caracteriza a ciência natureza e de outro lado da hermenêutica capacidade de interpretar o mundo que é característico lá das disciplinas das ciências humanas e sociais Então você avaliava essas duas disciplinas ali como um começo de conversa e o saeb continua avaliando até hoje inclusive né Eh ele se dedicava a avaliar as séries terminais de cada ciclo então ele avaliava a
série final né da dos anos iniciais do Ensino Fundamental a série final dos anos eh eh eh finais do Ensino Fundamental e a série final do ensino médio o que que começou a acontecer outros atores a partir ali do começo dos anos 2000 Mas isso foi consolidado a partir dos anos 2010 outros atores outros entes Federados que não a Federação que não a nação que não O Poder Executivo Federal começaram a entrar em cena e começaram a aparecer políticas eh próprias de avaliação Educacional políticas municipais políticas estaduais a avaliação ela começou a crescer ela começou
a se desenvolver no âmbito dos estados dos municíp municípios né Belo Horizonte por exemplo né aqui em Minas tem um sistema de avaliação Municipal chamado avalia BH que foi descontinuado mas voltou tem que é o sistema Mineiro de avaliação também aplicado nas redes né Eh do município e ainda faz o saeb por que tanta avaliação né eu não vou ter tempo de discutir isso aqui também mas o ponto é Por que que os estados e municípios começaram a fazer avaliação se já havia o sae como um sistema Federal bom dois motivos principais para explicar isso
tá de forma bastante resumida de um lado em virtude da periodicidade se o que eu tô falando aqui tem sentido para vocês e a avaliação É de fato o um instrumento a visto da gestão da tomada de decisão Quem tá na posição de tomada de decisão quer tomar decisão todo ano e não de dois em dois anos na verdade não é nem de dois em dois anos porque os resultados do sae demoram um ano para ficar pronto para ficar prontos né então você na verdade teria ali num ciclo de governo de 4 anos você faz
o saeb talvez ali na metade já perdeu um ano faz o sa no segundo ano os resultados só só chegam no terceiro você tem quarto ano só para usar os resultados para tentar desenhar uma política pública Então esse ciclo do saeb começou a parecer muito longino muito demorado pros atores que estão na posição de tomada de decisão os sistemas próprios de avaliação estaduais municipais começaram a ser anuais e a entregar o resultado muito mais rápido no início do ano seguinte isso Começou mudar a dinâmica de organização do próximo ano escolar Agora você tem informações para
tomar suas decisões né então a periodicidade seria o primeiro motivo para isso acontecer o segundo motivo é especificidade como eu falei o saeb avalia matemática em língua portuguesa né se mas não avalia outras disciplinas e e nem outras etapas escolaridade outras séries então o que que os sistemas próprios começaram a fazer eles começaram a avaliar outras disciplinas de acordo com as necessidades do dos Estados eu não vou ter tempo de me demorar sobre isso mas eh preciso que vocês cumprem Esse argumento que eu vou apresentar aqui agora avaliação Educacional não é uma imposição ela é
um direito ela é um direito os alunos as redes t o direito de serem avaliados né e como eh eh eh tem esse direito Todas as disciplinas também devem gozar do mesmo direito então é at um movimento curioso porque as próprias redes que inicialmente resistiam a avaliação começaram ali a partir dos anos 2010 a pressionar né Para que outras disciplinas fossem avaliadas Isso é uma realidade hoje né você tem vários sistemas de avaliação avaliando cências Human cências da natureza né e outras séries também né um exemplo disso é a avaliação dos os iniciais né do
ciclo de alfabetização do ciclo de alfabetização que foi um movimento capitaneado pelos Estados e que o governo federal seguiu depois com a criação da Ana né mas os estados já estavam avaliando alfabetização H muito tempo em parceria com os municípios e esse é outro ponto importante da nossa conversa aqui hoje eu também não vou ter tempo de demorar mas vou deixar aqui como reflexão que é o fato de que a política de avaliação ela estima né E ela é efetiva e consolida o pacto federativo porque a política de avaliação ao ser coordenada pelos Estados por
exemplo o Paraná tem uma política consolidada aí de avaliação Educacional se ela ela tem que fazer parceria com os municípios para isso acontecer porque o aluno que chega no ensino médio do Estado hoje foi o aluno da rede Municipal de ontem então interessa saber e monitorar se os processos de alfabetização por exemplo foram bem consolidados e a gente sabe que não foram né porque a gente tem aí a avaliação tá mostrando isso né como que nós temos problemas de alfabetização incompleta em alunos que estão terminando o ensino médio e isso é muito grave um diagnóstico
muito sério que não deve também nos levar para um pessimismo o pessimismo tem que ser do diagnóstico o diagnóstico tem que ser real ele tem que falar a verdade olha nossos alunos do ensino médio não estão plenamente alfabetizados pra gente ter força e fôlego para ter otimismo na ação o nosso otimismo tem que tá na ação o diagnóstico ele tem que olhar para problema de verdade sem mascarar né olhar paraa ferida porque só assim a gente vai ter condição de desenhar políticas que sejam voltadas para efetivamente resolver o problema e não ocultá-lo né então é
com base nessa periodicidade nessa especificidade que os estados começaram a desenvolver seus próprios sistemas e isso foi fundamental para aprimorar política de avaliação no Brasil hoje nós avaliamos a a escrita por causa dos Estados eh os testes padronizados eles começaram avaliando em língua portuguesa somente a leitura só habilidades de leitura né E hoje nós temos avaliação de escrita uma avaliação consolidada em larga escala da escrita a escrita de palavras a escrita de frases e a a resposta a textos né inclusive com a produção textual a gente vai redação né já há uma pesquisa sendo conduzida
para atribuir proficiência a questões abertas O que é um desenvolvimento também da área se a avaliação Educacional ela não é capaz ainda de avaliar todas as habilidades importantes que estão previstas na bncc e nos currículos a oralidade é uma delas como é que você avalia oralidade a capacidade do aluno de argumentar que é uma capacidade fundamental pro aluno ainda não tá na política de avaliação Mas aí o que que acontece nos útimos últimos anos a gente viu surgir as as avaliações da fluência e leitura que já estão caminhando para essa direção tá vendo assim é
uma política que tá se aprimorando e ela só pode se aprimorar porque ela teve tempo para isso E aí eu volto lá no meu argumento Inicial ó a política de avaliação só pode experimentar desenvolvimento ela só pode eh eh experimentar ajuste aprimoramentos porque ela recebeu essa condição de longevidade porque eh a Federação os estados e os municípios continuaram com essa política mantiveram essa política porque entenderam que essa política é fundamental paraa tomada de decisão Porque sem ela a gente continua tomando decisão na base do achismo ou naquela base eh sobre a qual eu falei no
começo da minha exposição de Olha eu tô há 20 anos aqui como diretor agora eu sei tomar decisões avaliação ela te ajuda a tomar decisões o tempo todo ela tá te mostrando o tempo todo problemas que afetam a sala de aula a sua escola ou uma rede inteira de ensino por isso que ela dialoga em todos os níveis por isso que ela foi tão importante tanto para pro secretário de educação e pro superintendentes quanto pro diretor de escola e aí um ponto importante também da nossa fala né é o diretor de escola que permanece sendo
uma figura Central para dentro da escola organizar o debate e a discussão em torno da avaliação Educacional em larga escala não que ela não seja importante Professor ela é fundamental só que esse professor ele tá dando aula em três quatro escolas né o diretor tá ali n responsável por aquela escola então essa uma das dimensões da gestão pedagógica foi assim que eu comecei a minha exposição hoje né uma das dimensões dessa gestão pedagógica é justamente a gestão de resultados é justamente usar as informações que estão disponíveis e avaliação não é a única delas se você
tem aí informações no Censo escolar você tem informações aí disponíveis em pesquisas na área o que que tá disponível paraa minha escola informações que eu tenho sobre a minha escola se eu sou um gestor atento eu vou atrás dessas informações eu vou aprender a ler essas informações e eu vou usar essas informações como instrumento para tomada de decisão na minha escola Esse é o grande ponto isso é fazer gestão de resultados né é usar o que a gente chama de evidências para tomar decisões mais seguras gente vejam bem isso não é sinônimo de que a
ação desenhada vai dar certo não mas você aumenta a chance de dar certo você amplia a chance de fazer isso funcionar de fazer isso acontecer né uma coisa é você tomar decisão com base em achismo ou confiando no únic exclusivamente no seu tempo ali na escola outra coisa de maneira muito mais humilde é reconhecer que há informações sobre a escola que estão sendo produzidas e que você pode se beneficiar delas se usar isso a favor da sua escola a serviço da sua escola né e e pensar a escola transformar a escola num objeto contínuo de
reflexão um objeto contínuo de de de pesquisa de de de eh eh eh de entendimento de como que essa instituição pode funcionar melhor E como você gestor pode fazer isso pela sua escola e como você Professor pode fazer isso pra sala de aula e como você superintendente pode fazer isso pra sua Superintendência E como você é secretário de educação pode fazer isso paraa Secretaria de Educação do seu município do seu estado né se a gestão de resultados ela não é para limitar ela é para dar suporte E é claro que como qualquer instrumento ela pode
ser mal utilizada Esse é um ponto fundamental da conversa também né a avaliação Educacional ela é como essa caneta aqui ó ela pode e essa caneta como instrumento ela pode ser usada para escrever ofensas e pode ser usada para eh eh escrever um poema uma carta de amor e ninguém vai culpar a caneta quando for para ofensa e ninguém vai achar que foi a caneta Quando é a carta de amor ela é um instrumento ela é um veículo depende da mão de quem usa não é verdade avaliação educacional ela é exatamente como essa caneta dependendo
de como nós usamos a avaliação ela pode servir para produzir diagnósticos fundamentais pras nossas escolas para nossas redes eh e e pro estado como um todo no município como um todo né ou ela pode ser mal utilizada e para que ela seja bem utilizada nós não podemos escapar de uma receita mais do que conhecida por vocês a gente precisa formar os nossos gestores a gente não pode confiar em talento bater nas costas de alguém falar assim ah você tem vocação talento para ser professor não é vocação não é Talento é trabalho é formação eu fui
capacitado para isso né na minha formação Inicial e a gente precisa trazer as Universidades para esse debate elas estão afastadas desse debate precisa trazer a responsabilidade da formação inicial das Universidades para essa discussão e a gente precisa de Formação eh continuada porque se a pesquisa e avaliação tá sempre mudando também B você é claro que novidades vão aparecendo o tempo todo e os atores educacionais precisam ser capacitados para lidar com essas novidades para lidar com o que tá acontecendo hoje né então formação é fundamental para isso né e entender gestão para resultados não é uma
camisa de força ela é usada para ajudar e ela só pode ajudar se ela for bem usada e ela só vai ser bem usada se ela for compreendida se ela foi entendida tanto em suas virtudes quanto em suus em suas vicissitudes né como todo instrumento ela tem limites n ela ela e como todo instrumento ela tem virtudes a gente precisa saber como é isso que tá no cerne desse debate em torno da gestão de resultados e eh me parece que um dos pontos fundamentais para isso é justamente formações como essa que a gente tá tendo
aqui agora por isso que eu tô tão feliz de estar aqui conversando com vocês que é esse tipo de eh reflexão esse tipo de Formação que tem que começar a acontecer pra gente ir quebrando paradigmas e mitos que são construídos em torno da avaliação Educacional né não existe gestão de resultad sem avaliação avaliação ela não é só um julgamento não se a gente esquece que avaliação é um processo ela ela ela pressupõe um julgamento Inicial Sim toda avaliação ela estabelece um julgamento em relação a algum padrão que Foi estabelecido é assim que a gente alfabetiza
aluno né você julga ali o desempenho dele de acordo com o que foi considerado aluno Alfabetizado se não se não alfabetiza ninguém mas você não para só no julgamento né O julgamento ele precisa se acompanhado de uma reflexão e essa reflexão é que vai apurar é que vai burilar o julgamento e ela não pode parar na reflexão também não senão não é processo completo de avaliação ela precisa gerar uma ação que é justamente a tomada de decisão não existe processo de avaliação sem ação a ação é um elemento central do processo de avaliação é é
é é ele que encerra um ciclo que sem essa etapa ele vai permanecer no âo da Resistência vai ficar parecendo que é só julgamento para deixar de parecer a gente tem que começar a usar a avaliação e pra gente usar a gente tem que entender o que que os resultados querem dizer e até que ponto que eu posso usá-los e até que ponto que não é lícito também fazer o uso do resultado se eu não t compreendendo direito o que que ele tá dizendo Então tá tudo isso eh eh integrado nesse processo que pressupõe formação
da PR gestão que envolve entender sobre eh gestão de resultados em todos os níveis do secretário de educação ao professor em sala de aula a fazer gestão da sala de aula né E isso pressupõe Claro eh uma uma um esforço é conjunto entre as Universidades com a formação Inicial e as secretarias de educação com a formação continuada de maneira articulada articulada hoje as Universidades e as secretarias permanecem eh eh muito antes umas das outras no que diz respeita a cooperação eu não tô falando de cooperação pontual não de estágio de pesquisa aqui pesquisa ali tô
falando de algo muito mais profundo né Eu acho que essa parceria ela geraria Bons Frutos aí no que diz respeito por exemplo a gestão de resultados e o mesmo se aplica esse mesmo tipo de raciocínio se aplicaria para todas as outras dimensões que o gestor se sente ali e é descoberto para lidar liderança gestão de conflitos eh centralização financiamento avaliação é só um exemplo disso né mas a lógica se aplica a todas elas gente desculpem o Falatório eu falei mais do que eu tinha combinado com a Michele a ideia também é abrir espaço aí para
que algumas questões venam de vocês tá bem olha mais uma vez muito obrigado pela atenção peço desculpas aí pelo excesso de informações acho que eu abri muitas frentes e acabei não fechando mas a ideia era essa mesmo é promover a reflexão tá bem muito obrigado mais uma vez e sigo aqui disposição para conversar com vocês Bom Vagner muito importante várias colocações que você nos trouxe aqui né dessa importância dessa formação pra gestão dessa ampliação acho que essa é a proposta aqui desse momento e dos momentos que nós temos feito nos encontros aqui de gestão escolar
e até nos momentos presenciais que eles terão nos seus núcleos em suas secretarias mpis de educação eh nós temos articulado por meio do núcleo de cooperação aqui por meio da da da undime nós temos uma cooperação um trabalho de cooperação entre estado e municípios aqui justamente pensando nesse estudante que chega lá na educação infantil e sai lá no ensino médio né Eh a importância desse sistema eh de avaliação Estadual aqui o quanto é importante eh pensar né através dos subsídios dos indicadores que são trazidos tanto da avaliação diagnóstica quanto das avaliações de desempenho do sistema
estadual e também pensar nessas avaliações internas na escola para trazer subsídio sempre com foco nessa aprendizagem do Estudante então agora vou passar pra Danúbia ela vai colocar ali algumas alguns comentários Pelo que eu vi não temos perguntas mas temos alguns comentários ali que foram colocados no chat Olá boa tarde Wagner antes de passar pra primeira eh reflexão do chat eu quero registrar aqui a presença dos dirigentes municipais de educação e as equipes das secretarias municipais de educação temos escolas municipais conosco os técnicos do núcleo de cooperação pedagógica com municípios dos núcleos regionais de educação temos
também articuladores Ralfa regionais e municipais mostrando aí a importância desse tema gestão de resultados para todos eles passamos aí mais de 1.600 aparelhos conectados né O que representa muito mais que 16.600 pessoas assistindo a nossa transmissão e muitos elogios à sua fala e um dos temas que o pessoal comentou bastante no chat foi sobre as políticas educacionais e a descontinuidade dessas políticas né quais os prejuízos que nós encontramos nesse tipo de situação Você pode repetir para mim por favor que cortou bem na hora que você falou perfeito eu escutei esse tipo de situação Ok eh
um dos temas que foi comentado muito aqui no chat foi sobre as políticas educacionais e a descontinuidade dessas políticas quais os prejuízos diante dessa situação perfeito Ótima pergunta ótima colocação e aprendizagem não é um processo imediato né ele é mediato ele ocorre ao longo do tempo né não é fácil não é difícil a gente perceber isso né a o processo de aprendizagem da Educação Básica você tem aí 12 anos de escolaridade né para que eles para que ele aconteça né então tudo que acontece em educação o nosso objetivo último em educação Qualquer que seja a
política que a gente desenha é a potencialização da aprend dos alunos né você tudo que vá eh afetar a aprendizagem demanda tempo né se as políticas educacionais quando não respeitam isso elas já nascem fracassadas elas já nascem sem sem chance de produzir efeitos reais né todas as grandes reformas educacionais elas precisam de tempo para acontecer elas acontecem ao longo do tempo e isso eh entra em conflito com a forma como a política acontece no Brasil né isso no âmbito municipal mas também no âmbito Federal eh nós temos políticas muito mais de governo do que estado
quando eu falei isso na minha fala o que que eu tava querendo dizer né você coloca políticas eh eh eh que vão durar ali durante o mandato né de quem foi eleito e assim que esse mandato acabar um novo governo vai entrar e vai querer dar a sua cara pra política ou seja vai querer descontinuar uma política que mesmo se tiver dando certo ela não não é pertence a aquele governo que entrou né então você descontinua política começa outra que mais uma vez também não vai ter tempo de maturação não vai ter tempo para os
efeitos acontecerem né E aí mais uma vez você vai ter ali efeitos que vão ficar pelo caminho e aí acontece até uma coisa que é que é bastante eh injusta com a política por uma política descontinuada em virtude de ser uma política de governo e não de estado e quando ela é descontinuada Ela é acusada de essa fracassou ela não deu certo e aí pergun mas esa aí deu tempo de dar certo ela poderia até não dar certo mesmo mas a gente nem sabe se isso acontecer porque a gente não pagou para ver a gente
não esperou o tempo suficiente PR política ter os seus efeitos né então eu vou dar um exemplo para vocês em nível Nacional talvez ajude a esclarecer o que eu t dizendo na década de 7 Coreia do Sul Era um país país muito com algumas características parecidas com a do Brasil era um país em processo de industrialização um país muito Rural ainda pouco urbanizado né e eles decidiram e eh fazer uma uma mudança assim eles decidiram reformar o sistema educacional deles ali nos anos 70 e aí Eles resolveram fazer uma reforma profunda no sistema educacional uma
reforma duradoura eles estão colhendo os frutos nos últimos 10 anos eles tiveram paciência para esperar 50 anos para que os frutos viessem e hoje a coria do Sul é uma das referências mundiais em termos de qualidade da educação porque Eles resolveram investir lá na década de 70 e esperaram tiveram paciência para isso acontecer e os governos que foram se sucedendo mantiveram esse compromisso que foi firmado lá nos anos 70 isso não acontece no Brasil né as nossas políticas ão feita avaliação inclusive né Elas costumam durar muito pouco e aí se você não dá tempo para
resultado aparecer o resultado não aparece então basicamente É nesse sentido é um prejuízo enorme pra educação né porque a gente vê a educação estagnada Ela tá no mesmo lugar ela tá parada né as coisas que a gente faz parecem não ter efeito pare não não tem porque a gente não dá tempo de ter né Esse é um dos motivos pelos quais a gente vê eh os mesmos problemas na educação brasileira durante décadas muito bem nós teríamos tempo para se tivéssemos tempo teríamos muitas outras reflexões no chat mas eu vou passar agora para a Michele para
o encerramento tá joia Obrigado Wagner gostaríamos de agradecer muito pela sua participação aqui muitos elogios aqui na live né como a Danúbia já colocou mais de 1600 vi visualizações isso representa um quantitativo muito maior de pessoas considerando que várias pessoas ass se agrupam para assistir no mesmo aparelho eh muitas colocações e elogios e e concordância da das questões que você pontuou aqui então nós só temos a agradecê-lo pela por essa live por essa fala Esperamos que possamos em outros momentos né dar continuidade a essas questões que foram para reflexão hoje Michele minha cara muito obrigado
mais uma vez muito obrigado a todos aqueles que assistiram a todos aqueles que comentaram aí no chat eh muito obrigado pelos comentários elogiosos eu espero que de fato a fala tenha trazido aí reflexões pra rede eu me coloco a inteira disposição de vocês para no futuro eu est de volta aqui conversando com vocês foi um prazer para mim joia Muitíssimo obrigado Mais uma vez boa tarde para todo mundo aí no muito obrigada boa tarde a todos
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