olha vazio nas almas Olha o violeiro de alma vazia Olha o vazio nas almas olha um violeiro de alma vazia olho aberto ouvido Atento e a cabeça no lugar cala boca moço cala boca moço do Canto da Boca escorre metade do meu cantar cala boca moço cala boca moço Eis o lixo do meu canto que é permitido Escutar cala boca fala olha o vazio nas almas olha um violeiro de alma vazia Olha o vazio nas almas olha um brasileiro de alma vazia o caloo era um restaurante que pertencia a união Metropolitana dos Estudantes a união Metropolitana dos Estudantes era a base principal do movimento estudantil no Rio de Janeiro o Rio de Janeiro como ex-capital do Brasil o Rio de Janeiro ainda com com aquela resistência de cidade mais politizada culturalmente mais desenvolvida mesmo cont Brasília e o calabo portanto e é o principal centro de e de atividade política no Rio de Janeiro era um centro e e de apoio ao estudante carente não é criado pelo ex-presidente Getúlio Vargas e ligado ao MEC eu digo centro porque não era só um restaurante era uma área grande não é onde você tinha numa construção enorme como vários departamentos e várias sub construções você tinha o restaurante que servia refeição para milhares de estudantes desde 10 horas da manhã até 2 horas da tarde no almoço e no jantar era horário equivalente e ele tinha uma policlínica do outro lado tinha serviços prestação de serviços já no calabozo velho ele tinha era uma comunidade ele tinha sapataria tinha Lavanderia barbeiro aeria sapataria tinha tudo no entendeu e tudo aquilo era administrado pelo Estado ainda tinha todo serviço que um estudante pobre chegando na classe média não podendo pagar o preço de mercado chegava ali ele tinha o calabo era de e fundamental importância primeiro era Nosa sobrevivência né era sobrevivência era o calabozo e também encontrar os colegas né os conterrâneos ainda tinha essa parte assim afetiva né porque é só trabalho Colégio e o calabo era uma referência lá nós encontrávamos n logo que você chegava no Rio de Janeiro você conseguia né entrava numa fila um cartão provisório de 15 dias estendido por mais 15 dias quando as aulas começavam você provando que era estudante provando que não tinha renda aí você adquiria o cartão de comensal do Restaurante Central dos Estudantes o calaba dig de passagem que estudantes pobres e alguns pobres que Não estudavam exatamente mas falsificavam suas carteirinhas para poder comer ali agora tinha uma saí entradinha al ficar nesse bolo aí gop gopon e a praça a ailha ficava lá ó oô edberto ó ch aqui agora eu eu quero at acreditar que esses blocos ainda seja respiro do calab boço tem como a gente dar entradinha para ver um negócio aí não porque nós estamos aqui com porque isso aqui na década de 60 que você quantos anos você tem 40 40 não não era não era nem nascido aqui naquela época era um restaurante de estudante e foi aqui que assassinaram um estudante na época da ditadura ditadura militar o calabo para mim foi algo para mim muito importante porque me tirou eh de uma grande situação difícil né Porque para mim me permitia sobreviver e estudar a mesmo tempo né para mim foi ótimo né os comensais do cabulo era um número grande se fala em 6 7. 000 comensais o restaurante Central dos estudantes se pagava por alimentação cerca de dois cruzeiros então 9. 600 salário mínimo dois cruzeiros equivaleria hoje a você pagar 10 centavos de real para uma alimentação e esse restaurante Carlos ele funcionava de segunda a domingo a única coisa que tinha que domingo você não não não não não teria e jantar eu eu ganhava pouco não tinha muito dinheiro quer dizer não quase nada né o meu pai me dava naquela época uma pequena pensãozinha que me dava me permitia viver aqui e me permitia pagar os dois dois como diz dois cruzeiros que pagava né era baratinho rapaz dois cruzeiros né para comer e para jantar outro aspecto que também deve ser ressaltado é a qualidade da alimentação servida lá no restaurante central do Estudante no calabozo né muitos porque lá [ __ ] não era para pessoas de origem humilde essa aqui é a verdade apesar da maioria ser de estudantes de origem do interior do país eram pessoas de baixa classe média que vinham entendeu de lá do nordeste ou do do Espírito Santo ou de Minas Gerais entendeu mas a a a o nível de qualid da alimentação não era excelente mas não era ruim não era deplorável era pode ser considerada boa claro que era uma comida feita que nem em quartel que nem para um batalhão né com aqueles grandes caldeirões eu acho que muitas vezes a gente encontrava ali uma um arroz mal catado um feijão também mal selecionado de vez em quando você quebrava um dente ali numa numa pedra que você mudia [Música] as lutas que a gente travava era eram essas que a gente colava também nos trabalhadores para ter apoio Popular Então essas essas lutas pela federalização das Universidade pelo ensino público e gratuito então lá dentro era uma Escola de Formação política eu acho que aí merece destacar a a participação do calabo duas questões que eu acho fundamentais estão intrinsecamente relacionadas de um lado A Luta pelo Direito de comer e de estudar e por outro lado a relação dessas lutas pelo Direito de de comer de estudar de participar né Eh com as lutas de caráter mais Gerais as lutas antiimperialistas as lutas de transformação social do Brasil da América Latina Eu acho que isso é fundamental naquela época já que você Vladimir não havia Car de som não havia microfone e o Vladimir falava no gogó era impressionante era uma coisa bonita porque a vontade de de de manifestar de protestar de falar era impressionante nós tínhamos ainda as organizações de autodefesa de massa de vigilância permanente de fabricação de bomba molotof de usar good good de para derrubar cavala tinha toda uma estrutura eh eh semil legal de autodefesa de massa né para garantir o desconforto da manifestação e eles faziam passeata quase todo dia tava na rua ocupavam e tal eram muito combativos eu disse sempre que o pessoal do calabo não só o pessoal Era mais pobre que os estudantes da Universitário era combativo e também mais estreito então eles iam pra rua com um [ __ ] enorme entendi uma bandeirinha do Brasil bem pequenininha e que eventualmente depredavam inclusive automóveis da classe media entendeu quando o cara reclamava que mones reclamar de qualquer coisa e tal era um pessoal muito radicalizado o pessoal do calabo para os confronto nós usávamos um porrete na época eles lançaram um um a polícia lançou um cete de tamanho de família nós tínhamos um porrete de de madeira com uma bandeirinha Nacional pequenininha para dizer que não radical e aquela bandeirinha não na realidade era só para disfarçar e aquele porrete era que fazia frente aos cacit da polícia [Música] tinha uma praça que nós colocamos nome território livre né América território livre da América fica onde essa pra na frente do calabozo no portão na na frente da porta de entrada pro calabo era um estacionamento antigamente nós transformamos numa praça transportamos uma pedra enorme que foi da construção uma pedra queha mais uns 400 kilo por aí transportamos a pedra ficamos em frente da porta do calabozo colocamos a pedra transportamos uma uma manilha de mais ou menos uns 6 8 m não me lembro mas era uma manilha né colocamos a Manilha do lado da pedra a pedra ficou com uma Tribuna e a Manilha era onde se acendia uma tocha quando o calabozo estava em guerra que era uma tubulação cheia de cheia de areia de pedra até quase o final ali você botava um balde com óleo queimado Quando ia haver manifestação você tocava fogo naquele óleo ficava aquela chama acesa e as pessoas já sabiam que ia ter manifestação não existia nada desses grades isso aqui tudo isso aqui era olha companheiro e lá naquela praça era onde funcionava aquele teatro que você filmou aquele aquela convite Zinho de Teatro Popular do calabozo é funcionava livre lá na praça a ditadura também deu muita importância ao calabozo ela tinha preocupação com calaba ela achava realmente que aquilo ali era um barril de pólvora mas tão importante eles acharam que em determinado momento da curvatura da história do calabozo eles nomearam para chefar o calabozo uma patente do exército Nacional um General General se virino sombra sombra e o ajudante de ordem um Major os caras desceram a tal ponto de fazer um general chefe um restaurante ali lá aquilo ali não podia ser um ambiente democrático para eles tinha que ser um quartel com o golpe militar de 64 o calabozo é fechado com golpe 64 como e e e é posto na ilegalidade todos os movimentos sociais natural e de 64 a 67 somos nós do calabozo o principal centro de resistência à ditadura depois do golpe militar o governo a título de fazer uma limpeza de campo porque ia ter uma reunião do fundo monetário internacional Se não me engano o governo decidiu acabar com o calabo e com tudo que tinha ali a antiga sede da um o primeiro problema que houve no restaurante foi quando o governo e a pretexto de desafogar o trânsito eh e para facilitar uma melhor visão para uma comissão do FMI que vinha dos Estados Unidos se realizar no Rio de Janeiro eles então acabaram demoliram aquele restaurante aonde atualmente hoje eh é o trevo dos Estudantes onde no aterro no final do Aterro há um se faz um balão para pegar ali pro castelo lembremos em primeiro lugar nós sabia dois grandes eventos de caráter internacional pró americanos um a força interamericana de paz a conferência no Hotel Glória final de 66 em 67 da força interamericana de paz para organizar né tropas brasileiras e latinoamericanas para intervir na República Dominicana mascar a a a revolução popular em marcha na República Dominicana em seguida vem a reunião do fundo monetário internacional em 67 e o calabo era sempre visto como um impecílio um cartão de visita negativo para a ditadura e que queria recepcionar enfim os seus grandes agentes capitalistas internacionais foi quando já a ditadura ter ligada pelos interesses estratégicos do do imperialismo iank né Eh apareceu com a ideia da de destruir o prédio né alegando que seria uma passagem entendeu importante ali para uma missão do FMI né E também ali serviria para dar uma uma uma uma visão mais bonita do Aterro do Flamengo que era tem aeroporto s ao lado o Museu de Arte Moderna mais do lado e mas o objetivo fundamental mesmo do do da ditadura era destruir o o movimento estudantil que irradiava dali do do restaurante estudantes do calabozo Ahí Os estudantes do calabozo começaram a movimentação um dia de sábado Chegamos no calabo e deparamos que estava umas máquinas lá aí saiu uma comissão para ir dialogar com o engenheiro que era um tal de Suárez Paulo Paulo Soares Paulo Soares aí fomos lá dialogar com esse cidadão né ele prometeu que não olha não Vamos destruir o calab Vamos só tirar uma parte para dar passagem ao trevo e se tiver que fazer uma uma coisa no calabo é inclusive para melhorar o aspecto do calabo a vista do calabo mas a coisa não foi assim porque no outro fim de semana chegamos lá já era Tiramos uma comissão para conversar com o Negrão de Lima foi essa comissão para conversar com o Negrão de Lima ele também prometeu mas na prática se deu uma outra coisa se deu que no fim de semana de sexta para sáb eles desmantelaram mais uma parte do calabozo aí nós foi que fizemos fizemos uma assembleia convocamos uma assembleia da dos Estudantes do calabo e nessa Assembleia se decidimos que ia todo mundo lá pra máquina né aí saímos a máquina estava atrás do calab boça perto do do aeroporto saímos em caminhada Fomos até as máquinas e começamos a quebrar fizemos uma assembleia aí colocamos uma bandeira branca entendeu E começamos a quebrar as máquin sábado para domingo segunda-feira eles ocupam o calabozo velho aí tava ocupado militarmente o calabozo mas a força da ditadura é maior do que o movimento estudantil você não tinha ainda um movimento popular né e eh com a força necessária de barrar isso né quando nós somos surpreendidos né em função do FMI quase todas as lideranças são presas na calade da noite outros manifestações é preso o Vladimir Palmeira é preso o Marco Medeiro é preso o Hélio eu sou preso né e o caboo é fechado temporariamente pra realização do FMI E também o grande responsável por esse por esse fechamento e por essa essa opressão foi o capital monopolista internacional não vamos esquecer nunca também de que não foi só a ditadura quem fechou também o calabo foi a ditadura e foi o capital monopolista liderado pelos Estados Unidos depois a luta calabo ficou muito difícil porque o governo fechou o restaurante depois que foi fe AD aí uma uma uma grande parte de estudantes começou a frequentar o que chamava de Pentágono que era o restaurante universitário na na praia vermelha onde funcionava a Faculdade de Educação Física da da então Universidade Federal do Brasil que hoje é o rfj e a Faculdade de Medicina também Filosofia também filosofia aqui na na Presidente Antônio Carlos também muita gente frequentou mas não foi per for só alguns vezes dois ou três meses depois a repressão começou a a entendeu a a encurralar encurralar até que cessou completamente aí o pessoal passou para chamada operação pendura todo mundo saía grupo de dois TR escolhia de antemão aonde ia ser a operação entendeu no restaurante determinado principalmente restaurante de classe média alta na zona sul Nós íamos todo mundo entrava de dois três no restaurante sentava ninguém se conhecia bem vestidinho escolhia a melhor roupa que tinha porque a galera toda era pobre né cara aí subia um companheiro na mesa fazia um curso para enviar as contas pro Ministério da Educação entendeu isso aí levamos uns 2 3 meses isso virou inferno na cidade entendeu os caras não tinha mais jeito os Comerciantes começaram a reclamar mas isso aí não tinha muita saída porque sem o restaurante eles perderam muita base e de reunião de agregação que eles tinham e isso dificultou muito então eles foram ficando cada vez mais isolados como luta do calab aí não tiveram jeito a não ser construir um outro restaurante Prometeram construir um novo Mas nós só paramos as operações pendura quando entregaram o galpão do novo calabozo que foi ali no castelo eu tenho certeza Paulo que esses blocos aí é é ainda coisa da construção aproveitar todos esses blocos aqui é começar daqui para lá até [ __ ] da entr porque até aqui Paulo era até por aqui era aquele tapum que foi derrubado para tirar a praça isso isso ó tapum estacionamento tin tapume o estacionamento que a gente ocupou no peito essas coisas parece que eu tô vendo tô vivendo aquele momento né quando nós chegávamos aqui media o mural suponhamos que aquela aquele aquele ali fosse a parede aqui aqui nesse Pavilhão aqui ficava as salas o excurso as salas sapataria lavand tinha Lavanderia tinha tudo aqui barbearia também o cara botava barbeiro conseguiu com o governo do estado o compromisso de construir um outro então derrubaram aquele construíram um outro no qual a gente passou a comer imediatamente embora não tivesse com a sua construção concluída aí eles começaram a lutar a resistir a fazer passeata manifestações plenárias a pedir apoio a ganhar apoio de de outras pessoas a tentar apelar pra sociedade e começou uma luta dura dos Estudantes do calabo Nessa altura não o governo federal mas o Negrão de Lima que era governo do partido de oposição garantiu que ia construir um outro restaurante mas quando entregou eh entregou sem condições básicas o chão era de poeira de terra Então você comia aquilo e e e e e era um negócio que eu você andar fazer uma nuvem de poeira enquanto você comia tava mal acabado entregaram uma coisa sem embora a localização fosse ótima porque era ali on do lado onde hoje é o o o o o Fórum da cidade ali na Avenida Antônio Carlos enfim aí Os estudantes começaram a lutar e pelo término das obras para que aquilo ficasse um restaurante de verdade e tal e a prioridade passou a ser a conclusão desse restaurante isso tudo culminou com uma manifestação buscando a conclusão dessas obras na qual um estudante um companheiro nosso é assassinado pela polícia do Governo do Estado o Edson Luiz Li suto com isso a gente presenciou a maior a primeira grande manifestação contra a ditadura em todo o [Música] Brasil por lá passaram muitas e muitas pessoas milhares desde sua Fundação lá no 50 e e e um né no governo Getúlio e através do do do do do calabozo muitas pessoas muitos brasileiros aí Conseguiram concluir seus cursos alguns exerceram atividades importantes aí no no país O que eu quero destacar que de um lado teve esses esses elementos que se aproveitaram do do restaurante para para fazer seguirem prosseguir nas suas carreiras também teve outro lado ali foi um celeiro formou muitos quadros revolucionários paraas organizações que surgiram eu acho que muitos companheiros secundarista saíram do calabozo para entrar na luta armada e que o calabozo foi um um dos focos de resistência à ditadura militar o Edson morre é assassinado na quinta-feira no sábado nós estávamos no calabozo num processo de discussão em Pé de Guerra saber o que é que nós íamos fazer como é que íamos dar continuidade àquela luta e como aquilo tudo que ia acontecer e num determinado momento chega um companheiro e diz olha tem um cidadão que tá lá que tá agora pegando a bandeja ele é um policial e tá armado trabalha em Copacabana em tal lugar na delegacia tal tal ele é infiltrado eu saí com outro companheiro que foi o Ceará né fomos lá pro camarada cheg no camarada segura a bandeja dele e sabendo que ele era policial policial tem que est armado aí foi logo na cintura dele ele tava armado tava com a beeta isso era para averiguar Se as pessoas que estavam por ali e que nós não conhecíamos se eram estudantes ou não só para fazer esse tipo de identificação Quantas vezes a gente identificou gente que não era estudante levamos esse companheiro para pra Tribuna né e se fez um julgamento dele aí um processo de julgamento outro companheiro que era odu foi o advogado de defesa e eu fui para condenar o companheiro o dia que nós capturamos o cara o policial tomamos a arma dele entendeu que levamos ele na Tribuna ali que foi julgado na Tribuna nós tiramos a roupa deixamos de cueca tentamos a gente da ditadura o bicho saiu por aqui igual um foguete Pado [Música] essa essa música que tá tocando é a primeira gravação do calabo primeira versão né Ela já ela vem de 68 por aí E é a música que os estudantes todos cantavam ela eriu numa graa M restrita né não tinha mídia para poder não tocava no rádio porque a ditadura não permitia então os estudantes é que se comunicavam entre si pelo Brasil inteiro havia uma organização estudantil muito forte e onde eu chegava é as pessoas já conheciam a música e cantavam comigo os refrões os refrões né Cala a boca moço e decepada canção Cala a boca moço metade com sete chá cal boes nas Grades do meu purão cal boca am a outra C gangren C boca am na chaga do meu refrão cala mo Cala o peito Cala o beijo calabo calabo e o calabozo ele avança a um ponto que ele acaba se isolando do nível de organização de setores populares inclusive do momento estudantil E aí tem algo que vai nos aproximar muito do Campo Universitário como um todo que é o meide o acordo mecus era a entrega da Universidade Brasileira o sistema de ensino americano o secundaristas era o setor mais combatível que tinha mas a estruturação era muito ruim então quem liderava o secundarista de fato era os universitários era umb eles iam paraas manifestações e e dam um grande apoio foram fundamentais na luta de massa mas a estrutura deles ambes era muito fraquinha a um que era União Metropolitana e a un aí tinha conflito mas tinha conflito que era conflito de classe mesmo se bem que até hoje alguns companheiros não gostam de tocar nesse assunto mas era uma questão de classe por por quê Porque 60 80% dos Estudantes do calabozo era nordestino nordestino e de Class é origem camponesa ou origem proletário Operário entendeu E baixa renda e a umem não a umem não a umem era uma entidade dirigida inclusive pela pequena burguesia o calabozo é tinha uma tinha uma dinâmica totalmente diferente do movimento Universitário você pegar especificamente as formas de luta vai ver que el eram mais duras calabo eram estudantes mais dados ao confronto o que também tinha uma um uma separação entendeu é de comportamento com os estudantes universitários que eram Inclusive orientados a não procurar o confronto com a polícia or aberto ouvido Atento e a cabeça no lugar Cala a boca moço Cala a boca moço do Canto da Boca escorre metade do meu cantar aprendemos também a organizar melhor o calabo aí fo criado né olha para administrar porque tiramos da administração do Estado passou para admiração Para administração do calabozo aí se criou AEC que era a Associação dos jantes do calabozo se criou um outro organismo para administrar o calabozo né a fuec né uma vigilância do calabozo propaganda né tinha companheiro que era responsável de fazer os murais do calabozo que era a parte eu acho que mais importante era parte do processo de politização logo que foi fechado o primeiro calabozo eh se constituiu uma entidade chamada fuec frente Unida dos Estudantes do calabozo o calabozo numa segunda fase na ponta do calabozo rito do lado do aeroporto Santo S Dumon onde ali tinha funcionado uma antiga prisão né da época colonial era o principal foco da um nós organizamos amos ali diariamente a debates políticos sobre a situação do país né Eh havia um jornal moral né quer dizer que era recortes de jornais e cartolinas né reproduzindo as as a os os assuntos mais importantes que ocorreu no país quer dizer havia uma politização realmente cara saía dali com doutrinado mesmo em quem em política em tudo nó T que quando eu cheguei no qu o eles falaram aquo Ali era uma fábrica de comunista aquilo ali era só uma fachada é mole a maioria daquelas pessoas estava tendo a sua primeira grande experiência política eh e além de se organizarem politicamente além de tomarem de assumirem a administração do restaurante ainda tinha também tarefas políticas ali diárias a gente ia PR pro centro para fazer levantamento de roteiro né teve um período que a gente fez um enterro simbólico eu acho que foi de um ministro da educação uma coisa assim e a gente teve foi encomendado um caixão entendeu esse caixão foi entregue a funerária né Marcamos com a funerária a funerária Elin Brit que marcou para entregar na esquina da Rio Branco com o Presidente Vargas né a gente escolheu o local onde você entrega e começava a manifestação né a partir de 66 a liderança do calabozo se esquerdista vira mais política né o Brito por exemplo que era um cara inteiramente independente como se politizou nesse processo e tal então eles vão fazendo suas opções também muita gente se politizou naquelas lutas eu mesmo fui um deles eu eu eu eu eu me eu me me me me me formei politicamente tá dentro do calabozo inclusive em primeiro lugar em 67 quando tive um irmão meu que foi perdeu uma mão devido a uma bomba jogada pela polícia militar do Rio de Janeiro como você tá vendo aqui o canto de Calabouço de seu Régis ISS era um grande orador Que nós tínhamos lá ele fez um poema para Ezequias homem de Lima na luta pela comida que os cães te roubam da boca perdestes os dedos da mão mas não perdestes a vida porque as ideias permanecem combatendo a opressão combatendo os estilhaços que a bomba feita em pedaços deixou na estrada do povo a bomba dos desgraçados das negras feras infames inimigas das Alvoradas e do Canto livre dos Montes a bomba que explodiu na minha mão foi 17 de novembro de5 quando a passeata alcançou a praça Paris destinava se a Hotel Glória onde ocorria uma reunião da OEA na qual estaria presente o Marechal ditador a polícia militar a aguardava ansiosa por sangue dops usa granadas e féria estudante durante passeata polí motila estudante e aqui fala o que eu acabei de comentar né em cons sequência dos ferimentos produzidos por este lhaço de bomba atirado por policiais para dissolver a manifestação de estudantes em frente ao Hotel Glória o jovem Ezequias Gom de Lima de 18 anos é a idade que eu tinha na época teve sua mão esquerda amputada ontem no hospital Barata Ribeiro os Dantes protestavam pacificamente contra o fechamento do restaurante calabo quando os policiais os agredir calab calab calo peito calo beo calabo calab então na quinta-feira né teve uma assembleia e nessa Assembleia deveria ter elementos infiltrado né fizeram uma provocação e chegou os milicos para acabar com a Assembleia num desses enfrentamento né um estudante AB baleado né um estudante AB baleado que foi o ja Esse daí é o camarada que alguns dizes que morreu mas não morreu porque jasão depois estava aí todo mundo viu e até inclusive participou do enterro do Ed estava lá era quase 5 horas quando houve uma aquela aquela incursão da dos policiais que queria tomar de toda maneira o calabozo né E que aí aconteceu esse disparo né que não foi um disparo teve alum outro teve outro ferido também que ninguém fala os feridos Frazão e outros é várias pessoas Frazão fo ferid né várias pessoas que ninguém conta e em março de 68 foi o dia que houve a morte do Edson Luiz que comoveu o país í que é uma passata comum das quais eles faziam uma por dia ou três por semana eles iam sair num manifestação e um um imbécil da PM atirou atirou e matou o Edson Luiz e um outro enfrentamento já perto do calabozo no já na quas na porta do calabozo é que um estudante L um tiro esse estudante foi o edon Luiz assassinado ali exatamente onde tem a entrada do Ministério Público Estadual ali na entrada do prédio o atual prédio agora oon Lu diz que realmente o oficial chegou e queima roupa aí tirou assim no peito dele pessas comentar a no meio do peito roupa profissional podia fazer aquilo que era um garoto que estudou a meu lado né o o e era um garoto que tinha estava pouco tempo né ele ele não tinha ele tinha pouco tempo com a gente né era um garoto muito tímido de São luí né e dormia lá e e e e às vezes também eh eh fazer limpeza no no no restaurante para para para para adquirir bônus que aquele bônus para comer porque não tinha pobre não tinha dinheiro nãoé e e Edson luí quando morreu foi justamente num manifestação para defender a no nosso restaurante né que aí chegou a polícia me lembro muito bem como hoje n a polícia chegou lá em frente né e começou a tiar em cima da gente a gente queria a gente partiam para cima do da polícia né E eles atiraram em cima da gente né Quando viram que mataram um estudante os milic tentaram recuar Mas deve ter recebido alguma ordem de voltar para recuperar o corpo para não deixar aquilo lá né aí que houve O enfrentamento eu me lembro bem claro que nessa hora desse enfrentamento havia estudante que era latino-americano tava lá os caras inclusive participaram né E aí conseguimos resgatar o corpo do Ed saímos em passeado para mim o impacto da morte do assassinato do Edson Luiz foi muito grande eu chego ali naquela entrada principal da escola de Belas Artes e tá ali o sangue do Edson Luiz na calçada algumas pessoas alguns militantes do lado secundaristas e um barbante muito singelo com um papel assim escrito vários papéis escritos Este é o sangue de Edson Luiz até então a DIT tinha assassinado vários líderes camponeses Operários exilado torturado líderes militares do movimento de marinheiros e nunca não teve uma reação Popular então o Edson Luiz não era um caso isolado a santa casaou Aqui passamos na Santa Casa saindo do caloo conord com grupo gr de companheiro passamos aqui né e veio um médico e uma enfermeira primeiro a Senor me lembra como o companheiro colocou foi uma enfermeira chamou o médico o médico veio testou que tava morto Olha não tem solução entendeu e eu acho que ele o cara sentiu que não tinha clima dele pedir para deixar o corpo isso eu já tô né com aquela do jeito que nós estávamos nós saímos em passeado não adianta levar para dentro já tá morto Não adianta nós saí em passato pegamos ali e passamos na frente do consulado consulado Assembleia o enterro do Edson resultou na retirada da polícia da Cidade resultou em uma em uma em um uma cerimônia muito efervescente feita na Assembleia Legislativa hoje Câmara Municipal durou toda a noite foi até o outro dia nessa mesma noite o Rio de Janeiro parou teatros cinemas sistema de transporte porque nós ocupamos a Assembleia Legislativa era um momento que estava sendo realizado uma atividade para homenagear um político aí da Alemanha nós ocupamos a assembleia lativa cercamos e ameaçamos incendiar as a câmara Assembleia ativa que funciona hoje na Câmara de Vereadores mostando bombas molotof eh eh tambores de gasolina e de álcool e e de querosene se invadisse a gente ia tocar fogo né e a sociedade carioca tá se mobilizando às 11 horas da noite você tinha cerca de 60.
000 pessoas em torno da Assembleia Legislativa gritando e eh matar um estudante podia ser seu filho antes disso o corpo foi trazido com muita dificuldade com muita garra com muita determinação por um grupo de companheiro nosso liderado especialmente pelo companheiro Sardinha E esse enterro foi uma manifestação do porte da manifestação do 100000 ocupamos de assalto Assembleia correto e aí começou o processo de negociação o governo vend aquele aquele fato ali cara ou seja virou um caus centro da cidade né naquela noite para você ter uma ideia devem ter circulado n pela pela Assembleia mais ou menos umas 50. 000 pessoas diversas diversas entidades aí da da sociedade do Rio de Janeiro sindicalistas professores artistas e etc e houve uma discussão que foi a sobre a retirada do corpo do do entendeu eu não participei eu tava fora mas depois eu ouvi Os relatos né então ele oin teve essa interlocução né com o pessoal os comessar do la bso e nessa interlocução enviaram ele para fazer a a negociação para retirar o corpo do Edson a posição do do Sobral Pinto era a posição do do governador porque ele era um emissário do governo né era de levar o corpo que ali não tinha condições técnicas para se realizar uma autópsia né E essa posição era aceita pela um e a un eles queriam levar para fazer autópsia você entendeu mas H levav autópsia era para ficar com corpo então era uma questão mesmo política né Eu sardin acho foi fundamental para segurar porque as lideranças universitárias eh estavam propensos né a a ceder a polêmica era retirar ou não retirar o corpo venceu a compreensão de que a retirada do corpo significaria o fim da manifestação contra da justíssima manifestação contra a ditadura E aí se desponta duas posições uma de conciliação dizer não eh nós garantimos que o corpo pode ser pode sair para fazer autópsia fora e voltar para aqui e outro diz que não que era a nossa posição o autópsia tem que ser feito aqui se e se não fizer autópsia não precisa provar que foi a ditadura que o assassinou porque nós sabem que foi a ditadura Olha o Vaz nas almas olha um violeiro de alma vazia Olha o vazio nas almas olha Umo de Ficou ali e o dia seguinte foi o enterro né com aquela participação que foi a primeira manifestação de massa contra a ditadura militar isso aí gerou um protesto generalizado houve uma concentração de estudantes na câmara de de de vereadores na Assembleia Assembleia Estadual na Assembleia Legislativa e que era onde hoje de vereadores levaram o cadáver para lá não deixaram fazer autópsia para não falsificarem o resultado E a autópsia foi feita ali na assembleia e e foi gente chegando foi gente chegando no dia seguinte tinha uma grande massa de gente eh inclusive pela primeira vez muita gente e que não era estudante foram Mães de família profissionais entendeu padres começou a ter uma turma diferente ali no Ed de São Luís desse ponto de vista o enterro do Edson foi uma prévia dos 100. 000 e realmente ele levou muita gente não é à toa que ali nesse dia se tirou a primeira comissão Popular para conversar com o governo Esso é um momento importante que vai desdobrar no dia seguinte na grande manifestação de interro fúnebre Rapaz você não contava não contava o número de participantes e uma coisa interessante que não sei se vai você vai se surpreender a população eh burguesa vamos dizer a elite a classe média média alta apoiava a ditadura mas nesse evento por onde a gente passava o apoio era para o movimento estudantil O enterro foi uma manifestação com 100.
000 pessoas ou mais eu sempre digo que essa questão do número de pessoas é muito relativa porque eh o interro encheu ass lândia de gente embora depois tenha tido uma caminhada uma passeata até o cemitério São João Batista mas e eh tinha um pouco menos que a passeata de 100. 000 tá certo mas em comparação depois com as diretas entendeu quando você vê a foto das Diretas você vê que se as diretas tinha 1 milhão os 100. 000 Tinha 800.
000 pessoas 700. 000 pessoas pelas fotos que você vê e nesse caso Evidente o Edson luí teria também uma 600 500. 000 pessoas ninguém sabe ex mulata Mulambo milícia morte mor Cala boa moço Cala boa moo O enterro dele foi uma uma uma concentração tremenda E então isso Começou aí a a multiplicar-se cada vez mais a luta contra a ditadura aqueles que ainda tinham dúvida e tal etc viam que estavam matando já não era mais só espancar prender e prejudicar não estava matando depois da do velório do Edson dos sucessivos discursos que isso durou a manhã a tarde toda nós saímos em passeata Os estudantes pela Rua da Lapa e fomos até o São João Batista lá em Botafogo e o que aconteceu foi assim terrível porque na porta da un da União nacional dos estudantes na Praia do Flamengo a gente ali fez uma parada fizeram vários discursos e até chegar em Botafogo mas quando chegou em Botafogo já era de noite já era de noitinha já tava escuro e Nós entramos no cemitério assim mesmo com com com caixão para enterrá-lo de qualquer forma então conforme Nós entramos e fizemos o enterro tinha muito policiais muito muita gente do dops muito po Polícia Civil escondida a gente entende a gente sentia um clima assim opressivo muito grande E para piorar tudo a a a light cortou a luz então ficou um breu ficou tudo escuro enterraram o edon em seguida tudo escuro eu não lembro se se ele já foi enterrado tudo escuro eu não me lembro bem só sei que ficou um breu tudo escuro tudo apagado e nós saímos desesperados por aquelas Alamedas do cemitério sem saber direito onde era a saída onde era a porta onde amarro a meia esa cercada de assombração calca o Brasil inteiro Já tá mobilizado em função desse assassinato já tá ocorrendo manifestações de solidariedade de apoio a luta do em São Paulo em Goiânia na Bahia em Belém do cidade nunca teve manifestação passa a ter movimentações estudantis com o setores Popular ou seja esse tiro no coração do Brasil vai despertar uma sociedade que queria participar que tinha an de participar mas o momento político era aquele tinha chegado cerrada as portas do cala a boca moç e deada can Cala a boca moç metade com sete ch nas Grades do meu boca outra boa naa do e marcou também a primeira aproximação e eh Clara do conjunto da população da classe média carioca com os estudantes Então a partir daí você começou a ter muita coisa que era o seguinte o artista parava a peça e se solidariza com os estudantes o apoio dos Artistas aqui no Rio dos intelectuais fo uma coisa impressionante os artistas faziam coleta eh dava o dinheiro de uma noite de de de coisa tudo entendeu muito a partir do enterro do do do da manifestação do Edson então o calabo foi fundamental entendeu para ampliar esse esse terreno da da da classe média Urbana contra ditadura ele foi especial a partir dali houve houve um desdobramento de outra da missa de outras manifestações então o calabo passou a ser um um um baloarte na luta contra a própria ditadura Então eu acho que aquele fato o assassinato do Edson Luiz foi um dos dos movimentos que ajudaram muito a alavancar o combate à ditadura e a mais do que isso né a a a trazida não é a integração da classe média ao repúdio ao que estava acontecendo por que na classe média porque a classe média apoiou o golpe majoritariamente isso é um dado e tá desiludida segundo porque os operários camponeses tinham sido violentamente reprimidos e não tinham de se levantar Então já vi uma ampla simpatia Sem dúvida desse ponto de vista o enterro do Edson foi uma manifestação importante não só isso porque não acabou aí no enterro houve e comício passeata no no no 31 de Março nós fizemos uma passeata na rua de protesto eem que cantou o pau entendeu e depois na missa de sétimo dia houve uma repressão brutal feita pela pela PM com cargas de cavalo entendeu em cima do e você tem fotografias notáveis aí mostrando os padres tentando proteger a [Música] multidão mobilizamos a sociedade e mesmo os mais radicais eu era considerado da época linha chinesa fui contra mas admiti que fosse realizada a missa de sétimo dia que era exatamente uma missa da conciliação da palavra de Deus do do Diálogo encaminhado pelo Cardeal do Rio de Janeiro a pedido dos militares e de alguns setores Popular estava participando intelectuais religiosos freiras padre que já estavam participando setores que tinham apoiado o golpe e a Candelária foi outro massacre a missa do Edson Luiz foi M pela polícia no calaba foi um dos momentos mais dramáticos do Rio de Janeiro a Candelária foi literalmente massacrada quer dizer a Candelária que eu digo o o a pessoas que estavam ali para participar da missa do Edson Luiz a a cavalaria chegou para massacrar todo mundo que ele usava baioneta não era de brincadeira bala era de verdade baioneta calada bala não era de feinha era verdadeira então os padres V aquela fecharam a igreja quem ficou dentro da igreja se salvou quem tava do lado de fora aí foi todo mundo massacrado foi todo uma loucura uma loucura e foi nesse momento que que eu fiz essa foto na chegada da cavalaria na [Música] [Aplausos] Candelária Então esse movimento todo ele passa a ser não mais um movimento do calabozo lógico passa a ser um movimento dos Estudantes como um todo da intelectualidade setores importante de oposição do do Parlamento setores Operários nascentes né camponeses é uma há uma tentativa de formação de uma frente Popular tudo isso vai desembocar sob a liderança da umi e da Uni e a Passé de c000 se teve a passeata dos 100.
000 foi do calabozo se não existisse o calabozo não ia existir M essa manifestação que F tem hoje por isso que eu digo que foi muito importante em junho aí fomos na rua por mais verba numa sequência planejada de manifestações no primeiro logo tivemos três sequências de manifestação uma manifestação no início de junho e depois tivemos três dias de manifestação com graves confrontos com a polícia combinando com a sexta-feira Sangrenta e daí dessa sexta-feira Sangrenta é que sai a passeata do 100000 aa do 100000 não foi decorrência Direta do fechamento foi mais da morte do Edson né porque a e foi um episódio traumatizante impactante né então quando houve a o movimento quando a morte do Edson aquele ali foi uma espécie de de de desaguadouro né de toda a inconformidade da sociedade com a ditadura O que há é que a parata de 100.