Ah, [Música] bem-vindos à nossa conversa de hoje neste canal do YouTube, com o décimo primeiro conceito do nosso glossário freudiano. Hoje, analisamos um par de conceitos que exprimem fantasias muito recorrentes, fantasias de difícil tratamento, que são as fantasias masoquistas e sádicas. Freud descobre essas nuances ao analisar a pulsão anal, uma pulsão que é também, então, de controle, de domínio, e que evolui para um sentimento de prazer com a crueldade.
Esta fantasia será analisada em um texto que eu recomendo a vocês, chamado "Pulsão e suas Vicissitudes", onde ele mostra que, inicialmente, a criança tem uma atitude sádica em relação a, por exemplo, os animais que gosta de esganar, decompor ou pisar. Essa fantasia, ou seja, esse prazer sádico, é contrabalançado; ele é invertido por experiências que fazem com que o sujeito se pergunte: "Se eu estou fazendo isso com o outro, se o outro fizer isso comigo, como é que eu vou me sentir? " Então, surge aí o par do sadismo, que seria o masoquismo.
A experiência de satisfação ligada à dor e a experiência de insatisfação ligada a esse prazer. Mais adiante, na sua obra, Freud mostrará que essa fantasia divide, então, um masoquismo passivo e um sadismo ativo, que se infiltra como um modo de relação muito frequente na neurose. Porque um superego exercerá a função sádica sobre o próprio sujeito, fazendo com que o sujeito exerça seu sadismo sobre o outro, e, ao mesmo tempo, o masoquismo se apropriará da função do eu.
O gozo masoquista do superego goza sádicamente, e isso faz com que, nas nossas relações, a gente frequentemente inverta, né? O masoquismo do eu e o sadismo do superego, colocando, por exemplo, o outro no lugar do superego ou, reflexivamente, colocando o outro na posição masoquista, e fazendo a nós mesmos de super-herói com o que a gente sabe. E a separação é, na verdade, um tipo de fantasia muito frequente na neurose.
Quem quiser se aprofundar mais nessa temática, há um texto de Freud chamado "O Problema Econômico do Masoquismo". Para receber mais fragmentos do nosso glossário freudiano, clique aqui embaixo no link!