o vice presidente do supremo tribunal federal cármen lúcia antunes rocha mineira de montes claros assumirá a presidência da casa em setembro próximo mas ela já foi a primeira mulher presidente do tribunal superior eleitoral e também a primeira mulher a ir ao trabalho na fpf vestindo calças compridas achei que foi provocação que você tá tão chique nesse vestido porque me parece que você é uma mulher que usa vestido o tempo todo quase o tempo todo então foi uma provocação não é porque tinha sido no dia anterior barrada uma jornalista que estava de calça comprida ea os
jornalistas me pediram então para conversar com o com os porteiros enfim as pessoas que recebem a ordem na verdade estava executando achei melhor me porque eu ouvindo não precisava conversar com ninguém se a ministra vem todo mundo pode ver o itabom resolvê los estou chamando você porque você não autorizou há pouco que a mulher tenho uma intimidade com a sua imagem a sua coragem agradeço você está me recebendo aqui eu queria me sinto muito honrada tenha certeza de como é que uma mulher nascida na divisa com a bahia criada com mais seis irmãos em espinosa
que aos 10 anos de idade vai para um colégio interno em belo horizonte como é que ela consegue se livrar das amarras das regras reservadas para um destino de mulher e chegar aqui ao centro do comando do poder eu não saberia te dizer exatamente se houve 11 a algo tão arranjado objetivo nada disso o que eu posso te dizer é que eu acho que a vida vai levando quanto mais amarras e ânsia de liberdade nós somos de uma geração que buscou muita liberdade que isso se torna um um agente propulsor de você vencer limites talvez
isto explique um pouco a trajetória por outro lado direito apesar de ser uma ciência velha ela é um mas ele é um agente de libertação permanente você pensa e repensa o seu direito e um do outro foi uma escolha aleatória porque a carreira eu gostava muito sempre de literatura de história de português naturalmente das opções que a gente tinha de início da década de 70 ainda havia aquelas três escolhas clássicas e outras começaram muito incipientes então eu fiz vestibular para direito em segunda opção com jornalismo e aí consegui passar para direito e me identifiquei isso
desde o primeiro momento cármen lúcia você já disse em uma entrevista adorei essa entrevista aliás que entre outras coisas escolheu o direito constitucional por ser o direito dos sonhos possíveis transformar a nossa ideia de justiça em normas para viver juntos tirar uma dúvida minha vou tirar daquele contexto e passar pra outro essas normas funcionam na sua opinião em relação aos direitos das mulheres numa sociedade tão claramente dominada por homens acho que estamos caminhando como eu disse os sonhos possíveis precisam de luta para se tornarem realidade o direito nos dá um instrumento para que a gente
lute e torne possível isso que é primeiro um sonho depois a esperança depois a possibilidade que depende de cada um de nós o guimarães rosa tem uma frase ótima entre as muitas ótimas que ele tem roubado de sorte é isso merecerá e eu aprendi que para você ter a que merecer lutar pra ter a sorte não é que você imagina que vai cair de presente para você você merece mais pra te é preciso luta o direito é uma luta permanente então as mulheres lutaram continua lutando ea história pendular marília direito não se conquista está acabado
direito se com que stan e a gente precisa de lutar todo dia para manter e adquirir mais e se libertar mais e também dentro disso dos do que eu acho que é um direito constitucional eu te digo que o direito brasileiro como direito hoje neste momento na história da humanidade é mais do que a luta pela liberdade é a luta pela libertação que a dinâmica da liberdade é você saber que é movimento que é permanentemente estar adquirindo mais e mais espaços como esse movimento pendular ora nós achamos que nós já conseguimos ora gente nota como
agora diante de fatos tão graves então patentemente contrário das mulheres que nós não chegamos onde a gente imaginava portanto nós não podemos nos acomodar porque essa libertação que o movimento permanente não permite que a gente se isso segue que dizer nós estamos vivendo reagindo às nossas circunstâncias é necessariamente agora cármen lúcia você acha muito louco que num país onde se conduz e respeita se uma mulher presidente do supremo que você é a próxima uma garota de 16 anos sofreu um estupro coletivo imediatamente ao invés de ser socorrida paparica da cuidado ela passe a ser julgada
por homens e mulheres o que é mais grave pelo seu comportamento social por suas escolhas por suas vestimentas porque no brasil as mulheres estão sempre julgadas como as provocadoras dos seus males aos provocadores do estupro as que incentivam as eu não te diria lamentavelmente que é louco no sentido de alguma coisa fora do normal porque é normal tem sido respeitada mesmo mulheres eu não sei se há a circunstância de algumas de nós ou até hoje muitas de nós mulheres você no jornalismo as juízas que já conseguiram chegar à magistratura como nós conseguimos sermos respeitadas não
sei se somos bem conquistas até porquê no caso das dos juízes não são poucas as vezes que a gente escuta que as juízas são mais duras são mais rigorosas as penas mais severas e são acho que como regra não pode ser que o a compreensão de mundo de uma determinada juíza numa circunstância possa parecer mais rigorosa mas como eu sempre digo há a figura da mulher que a figura sempre lembrada da mãe tanto corrigem e pune o filho para que ele se sinta corrigido e se lembre do que fez enquanto é quem a falha quem
vira madrugada na na cana ao lado da cama na hora da febre então nós a nossa mão é mais pesada a nossa não tem o peso que as circunstâncias exigem e nós sabemos bem lidar com isso esta é uma esse talvez seja o diferencial mais a uma ideia sempre que se patenteia todo momento que essas mulheres são mais rigorosa quando chegar a isso aí vai ser pior quando é isso é uma repetição de um deal estereotipado aqui nem verdadeiro então eu não acho louco porque infelizmente a violência contra a mulher levou no brasil aqui o
ano passado no dia internacional das mulheres se tenha promulgado a chamada lei do feminicídio para matar é crime e uma mulher sim mas essa figura do feminicídio foi criada o que no mundo inteiro se nota que a mulher é morta por ser mulher não por ter feito alguma coisa e isso não acontece com o homem por isso é que esta figura veio a integrar o direito penal brasileiro olha em contraponto à lei é do feminicídio há neste momento nós temos aqui no brasil uma bancada evangélica do congresso querendo aprovar leis que dificultam o aborto de
gravidez provocada por estupro york desde 1940 é considerada atípico quer dizer que não compõe o tipo penal exatamente porque não se poderia considerar neste caso que a provocação do aborto tivesse uma causa penal mente relevante e uma idéia e hoje 1940 não é crime não temos 40 e pior eu tava você me deu a oportunidade de assistir à sua audiência à ministra faz audiências já recebe pessoas em sala de conversação na internet o quanto as gordinhas com os juízes da jujuba a violência é mais ou menos isso que você me deu a chance de assistir
a uma conversa com uma juíza de uma cidade espírito santo o espírito santo e ela falando sobre uma circunstância um complicador para a mulher que pretende se que toma coragem para se defender procuram uma delegacia que ela ter que fazer isso sem privacidade na frente de pessoas é de homens e outras pessoas elas se sentindo constrangida por ter passado por aquela por ter passado por aquela violência e se uma das outras causas dessa bancada que querem exigir exame de corpo de delito em delegacias não especializadas o corrigir essas injustiças pois é esta por exemplo é
uma luta que nós temos que travar porque mesmo nas delegacias especializadas muitas mulheres reclamam que não têm até de mulheres que compõem os quadros dessas delegacias o acolhimento que na hora da violência qualquer ser humano precisa e essa reclamação não é incomum para mim não é pouco freqüente então nós precisamos realmente de equipes especializadas para que tratem disso e não é só isso o marília até mais grave como por exemplo é nas nos nos nosso foco nos fóruns e nós temos 138 juízes com varas especializadas nas outras os todos os casos julgados o juiz comum
porque não se tem essa especialização a não ser alguns casos que nós temos em que a mulher pode com a criança e é um espaço para que ela veja que o filho dela está lá e ela se sente à vontade ela às vezes não vai porque não têm com quem deixar o filho é o agressor não é cuidado para depois ele ser tratado verificar as condições e não repetir esse tipo de comportamento com a própria mulher ou até com outra parceira o que também não é incomum que dão essa estrutura toda é uma estrutura perversa
ainda muito aquém do que é admissível por exemplo agora nós temos algo que o brasil precisava de ter uma chamada audiência de sua história quando a pessoa é presa ela é levada perante o juiz que então resolve se uma empresa o caso de prisão preventiva foi o flagrante se vai se manter ou se relaxa essa prisão no caso de ser preso por agressão à mulher nós já tivemos casos em que na audiência se solta porque realmente o caso de soltura porém tem que avisar a mulher antes porque aí ele volta com raiva já teve um
caso de assassinato de mulher a mulher teria que ter sido avisada com a medida protetiva qualquer dia ele não poder se aproximar de ele ficar distante dela de ele usar algum tipo de mecanismo e nós já andamos por exemplo violência doméstica hoje nós temos um botão do pânico as mulheres têm acesso a um mecanismo até no telefone em que relaciona e a polícia então aparece porque se ela tiver que gritar mas ela não pode e não soluções milhões e meio a mais que homens no brasil queremos sim nós somos hoje um número só de mulheres
do que de homens na sociedade brasileira num país que tem é onde cerca de 50 mil ocorrências de estupros são registradas por ano e isso estima-se que deve ser não pode ficar maior e eficaz as mulheres não se constrangem com isso agora porque o estado em sua opinião continua a dar tão pouco incentivo aos direitos das mulheres porque nós ainda somos invisíveis por incrível que pareça nós somos a maioria de um mundo ou no brasil especificamente no mundo ainda a violência intensíssima contra a mulher e em geral é e se cobra de todo jeito por
exemplo independente dessa violência física e moral e psíquica muito gravosa nós temos casos como desde o trabalho é subvalorizado como nós precisamos de trabalhar muito mais do que um homem para chegar à mesma situação para mostrar que nós somos capazes que provar nós temos que provar para o para o outro para o chefe permanentemente aos no caso que foi muito muito divulgado há alguns anos atrás de uma ministra de estado européia que foi a uma reunião do ministério cinco dias depois de ter dado à luz a uma criança de salto alto batom e tudo porque
ela disse eu não fosse eu seria substituída por que o presidente poderia dizer por isso é que nós não escolhemos mulheres o que é uma violência está se pedindo de uma mulher algo que ela não pode mesmo fazer cinco dias depois de um parto em estar preparado em geral pra isso mas há a vontade de manter se na situação de igualdade numa igualdade que é inexistente neste caso leva a comportamentos que também não são saudáveis assim com vicky mas isto é permanente agora no caso brasileiro eu acho que nós viemos de uma história muito ruim
para as mulheres e eu digo isso sendo que como eu sempre lembro freud explica dá jeito eu estou numa idade que precisa de dar jeito então muito bem mas apenas é é contrário como lembrança na usina as índias foram estupradas pelos pelos exploradores as escravas na senzala foram estupradas eram dois eram propriedade e eu acho que ficou meio que um senhor de engenho sempre dentro dos homens como se continuássemos a poder escutar e conosco fazer o que bem entender desde brincadeiras continuam a ser faladas na nossa frente mulher gosta de apanhar na só as normais
como diria nelson rodrigues tudo muito na brincadeira e no deboche você desmoraliza não apenas o discurso você faz com que fiquem leve a situação e de novo fica invisível era minha próxima pergunta você como na sua opinião você acha que as mulheres devem reagir a essa a essa violência consentida vamos dizer não é cantada as piadinhas assovios que elas encaram nas ruas nos ambientes todos os dias acho que é uma fórmula só porque eu acho que em algumas situações é e nem sei se o homem sente que está fazendo mas está fazendo a agressão é
nós aprendemos a fazer de conta que não ouvimos que não vemos pra sobreviver e eu fico notando que um homem se diz com certo desconcerto muito mais rapidamente se ele tiver uma investida às vezes dá dessas que nós quantas vezes levamos na vida do que o contrário porque nós aprendemos vestimos uma persona meio que olha não estou vindo porque é mais informação do que eu preciso eu preciso continuar no emprego então vou fazer de conta que isso não existe é eu não sei qual seria a forma o certo é que é preciso mostrar para eles
que isto não é bem vindo e nós como você disse minutos atrás as mulheres também colaboram então por isso nem se espera que uma mãe é por exemplo é no caso do direito parta para uma escolha do direito público do direito constitucional você não tem basicamente agora que surgiram as primeiras grandes criminalistas as primeiras mulheres que fazem júri com muita fé com muito muito presente no primeiro com muita competência normalmente as mulheres começaram a faculdade direito e foram pra direito de família direito sabe que uma área do direito que não exigia entrar naqueles que eram
nichos masculinos a mesma coisa na medicina ela vai ser o obstetra ela vai pra cuidar das crianças basicamente uma grande cardiologista é só agora que nós temos uma geração que começa a chegar a esses momentos isso tudo vem na mesma tônica não são coisas diferentes eu acho que são situações nas quais se demonstram que continuamos invisíveis e tem e eu acho que a atitude é uma atitude não de confronto mas de enfrentamento da situação porque como eu sempre digo e nessa campanha de buscar a paz em casa porque como eu digo a passo a violência
começa em casa mas ela não pára em casa ela atravessa os ombros umbrais da porta de casa e por isso nós precisamos de um outro olhar sobre essa violência contra a mulher dentro de casa a mulher tem medo por independência financeira com dependência é dos filhos têm medo do que da reação do homem e também por dependência afetiva e é algo que agora nós chegamos à conclusão que existe mesmo é algo próprio de um dos dois eps que o que eu escutei uma mulher falar ministra é fato ele e me bate mas ele só é
o capeta na hora que ele bebe depois disso ele é muito bonzinho e por isso não me separo que eu sinto falta do pijama dele eu vou tomar a liberdade de fazer uma pergunta delicada que caminha em algum período da sua vida carmen lúcia é meio ambiente profissional ou pessoal particular você foi vítima de assédio moral ou físico é eu não gosto muito da palavra vítima porque não cheguei a um ponto de me sentir vitimiza da como de cantadas indevidas em próprias ou de investidas tanto com o que hoje casa caracterizaria como assédio moral no
trabalho ou investidas indevidas além do limite é mais uma vez o assédio físico é muito mais complicado porque você tem um chefe você tem uma carreira e é por concurso público é passageiro e você não então assim a gente opta já foi já passei por isso ea gente opta por sempre arruma uma alternativa por exemplo de ir para um lugar na carreira no meu caso que tive foi carreira como procuradora como professora de não precisar de ter o encontro por exemplo sozinho com esse nome porque aí realmente é complicado eu sei que nem todo mundo
tem essa possibilidade eu tive porque eu fui de carreira que eu podia escolher outros cargos e por isso mesmo não precisa de passar por isso mais uma vez com determinadas figuras mas já aconteceu e eu acho que então já aconteceu claro de investir em meios de ensino a se não quiser se não sair comigo eu sempre acho que eu tive a sorte de ter boa presença de espírito talvez você sai elegantemente você nunca não sei se é legal ante acho que uma vez pelo menos hoje agiria com mais fair play é mais acho que era
muito nova e em reagir mal em tempestt aquela aquela história de que está pensando que eu sou dessas não cheguei a expor porque mas sabe assim de se sentir agredido ficar com isso na cabeça que isso meu trabalho vem e e aprendi uma outra coisa que hoje entendo perfeitamente de algumas mulheres é que por exemplo você tem medo de contar para o namorado porque vai que ele pensa que você deu ensejo a prova ser culpado é o que cobra chegou hoje falaram com a gente na nossa civilização cristã que sua mulher tinha um pecado original
ea gente vem com vem represando essa história inclinar então é você se livra disso com muita força na vida mas também tem eu tive um ponto muito bom a minha mãe era frente do seu tempo ela sempre criou sete filhos o todo mundo aqui tem que formar e trabalhar e cuidar da vida então pra cuidar da vida você tem que cuidar dos embaraços eu me lembro que nove ainda tinha uma coleguinha ainda de grupo escolar que brigava no todo mundo e no final era muito chata porque ela exigia que nós também reagíssemos uma vez eu
falei com a minha mãe eu queria mudar de em sala como se fosse possível um grupo escolar na cidade como espinosa tinha uma sala de aula do segundo e terceiro ano primário eu quero mudar porque porque a mata fica querendo que a gente enfrente briga de frente com todo mundo fala de sempre haverá uma marca na vida de todo mundo sempre haverá alguém no trabalho é que vai ter que aprender a enfrentar e sair de cada situação com a elegância que você pudessem nem de agredir nem agredir outra pessoa até hoje quando eu acho que
algumas situações em que há é tempo de parar conheceu me lembro sempre haverá alguém que não vai fazer as coisas do jeito que eu quero que pode representar mais uma mata na minha vida aquela que foi lá que aprendi bem eu acho para terminar eu quero contar uma historinha que é capaz de deixá la contente um pouco e pra ir emendar uma última pergunta eu recebi um meio de uma mãe de menina de 3º ano médio de uma escola da barra da tijuca no rio janeiro dizendo que a filha voltou outro dia muito satisfeita porque
a professora dos seus de sociologia é fez um exercício de confraternização e empatia e deu uma tarefa as meninas de escreverem sem se identificar num papelzinho uma violência que elas tivessem sofrido por serem mulheres de qualquer tipo e e os meninos também sem se identificarem o que eles consideravam que seria uma violência contra as mulheres depois uma missa às meninas leão sorteavam enviam a experiência de outra e os meninos também e deu-se uma catarse que eles todos os alunos consideraram uma linha divisória as meninas choraram muito os meninos também se envergonharam escreveram cartas pedindo desculpas
textos lindos e se propondo um metas para o futuro pra mudar o seu comportamento em relação a elas e as meninas saíram com a certeza de que ainda há muito caminho para a equiparação dos gêneros minha pergunta é a nossa solução mais próxima é seria pela educação ou pela punição definitivamente severa botar na cadeia internalizar exemplarmente são duas coisas que se completam não sei se a punição com este modelo os nós precisamos de unir com rigor mas sabendo que tipo de crime para cada tipo de crime a pena há de ser correspondente para definitivamente deixar
claro que o reposição mas que a possibilidade de ressocializar o que hoje não acontece no brasil porque você colocar uma pessoa no ano na penitenciária nas condições indignas que nós temos nem sempre vai levá-lo a ressocializar ele pode sair pior que entrou e eu acho que tudo passa pela educação nesta campanha que nós temos coordenado desde 2014 com juízes estaduais que são os competentes para julgar os crimes de violência no caso específico de violência doméstica nós fizemos o ano passado uma chamada a que compareceu aqui no gabinete o clube o conselho de reitores das universidades
brasileiras e em vários estados nós conseguimos que universidades fizessem convênio com os tribunais de justiça levando aqui os estudantes de psicologia sempre com o orientador estudante de serviço social com o orientador e os de direito que já tem todos esses que têm obrigação de fazer estágio para obter o grau de bacharelado que fizessem isso nas vagas de direito de família e nas varas de violência contra a mulher porque aí eles veriam uma realidade que dentro de uma sala de aula da universidade federal de uma uc de uma máquina nem sempre vem vivendo um outro mundo
e segundo porque ajudariam a solução ea dinâmica dos processos e esses mesmos alunos foram chamados a também por convênio em que acho que 15 ou 17 tribunais já conseguiram levar a nas escolas a fazer trabalhos primeiro nós fizemos palestras com os alunos e agora nós descobrimos que os professores é que tem que ter uma formação para ensinar esse conceito e sensibilizar tornar sensíveis a esses problemas os alunos então nós tivemos uma primeira semana deste ano foi em março de 15 a 19 nós fomos o segundo esforço concentrado de todos os juízes brasileiros jogando esses casos
com mais rapidez digo jogando esses casos porque o seguinte cabeça uma coisa é a demora no judiciário que é sempre ruim mas com 100 milhões de processos de 16 mil juízes na sociedade a de massa fazendo ajustes artesanal vai haver demora mas neste caso de violência contra a mulher ou violência doméstica você há de convir que o júri realizado 12 14 anos depois dessa do assassinato do homicídio o homem já tem outra família outra situação a criança que tinha 8 anos que viu a mãe ser assassinada tem 22 o estrago já está feito e quem
é do interior principalmente sabe que as famílias são inimigas então você vai aplicar a lei 14 anos depois a justiça você não vai fazer o que a idéia de justiça se gastou para aquela comunidade e nós só vivemos em sociedade o que nós acreditamos na idéia de justiça o que eu mais a vingança e aí o mais forte contra o mais fraco o marco civilizatório está em acreditar que a justiça vai acontecer nós precisamos portanto de educar as pessoas para que ela respeite o outro e dos respeito nas relações é que nós vamos ter uma
sociedade mais justa não é chamando o estado permanentemente o estado-juiz até que resolver o conflito o que além de nós resolvemos mas a conflituosidade na sociedade que é isso que nós estamos vendo não se resolve pela ação de um juiz com isso a educação é a única possibilidade que nós temos para transformar porque não é um caso de reformar é um caso de transformar a sociedade numa sociedade em que eu já não quero mais a solidariedade isolada como está na constituição eu quero respeito à dignidade do outro quer dizer a dignidade no sentido kantiano você
tem alguns com seres e coisas que têm uma dignidade e tem outros que tem preço o que tem preço o que é apressava eu você paga por eles o ser humano não tem preço ele tem dignidade de cada ser humano nenhum e portanto para respeitar a dignidade sua e do outro táxi educar para isso não vamos presumir que todo mundo saiba que está errado o menino que viu o pai bater na mãe a vida inteira porque ele vai achar que está errado se a mãe continua dentro tava fazendo tudo que ele queria ele não vai
entender que este amor é é o amor que que leva ao respeito do outro o respeito à dignidade que é própria de cada ser humano e você me contou a história eu vou te contar uma que eu tenho repetido mais uma vez eu visito pessoas que não recebem visita e penitenciária agora eu estou fazendo visitas às penitenciárias para conhecer a realidade por causa do meu carro mas isso porque a minha mãe dizia e ela visitava quando ea belo horizonte ela dizia quando o ser humano tem um vizinho civilizatório foi no meio de bicho ele vira
bicho põe com isolado numa penitenciária ele ele perde esse sentido então depois que ela morreu eu passei a fazer algumas visitas e e aí uma vez cheguei na penitenciária de neves e o capelão me disse professor eu queria que a senhora visitasse hoje uma pessoa rapidamente é o seguinte essa pessoa entrou pra drogas e depois se transformando o traficante ele eo irmão gêmeo a família ficou destruído parte separou os outros irmãos sumiram e esta senhora continuou a mãe continua presente indo lá e visitando os dois determinado dia os dois tinham fugido no meio da fuga
um resolveu voltar atrás e voltar à penitenciária que o irmão se não deixo porque aí eles vão me encontrar enfim discordaram e o menino matou o irmão foi recapturado e o capelo mediante a senhora está aqui hoje professora para visitar alguém viver porque hoje eu falei com ele e ele só recebeu uma visita da mãe mas agora ele matou um filho então ele agora vai ficar completamente isolado quando nós estávamos saindo da capela vinha de lá a dona dele com embornal zin medidas professora eu tinha dois filhos nossa senhora tá tomando conta o outro é
responsabilidade minha ele continua meu filho disse do meu mesmo amor e eu acho que o exemplo da destes dessa solidariedade absoluta nós temos nas nossas mães e passam para os filhos ea gente quer é sensibilizar e é só educação que pode fazer isso levar estes valores para que na hora que cada um soube que o outro tem a sua dignidade que isso também diz respeitar a si mesmo nós vamos ter uma sociedade aí sim em que o sonho se tornaram possíveis ligado à carmem lúcia obrigado a você e sua filha pode virar uma carmen lúcia
na vida de uma mulher