Você sabe dos perigos e dos riscos envolvidos com a prática do sexo oral? Alguns pacientes desconhecem ou até mesmo acham que o sexo oral não está relacionado à relação sexual. Acompanhe esse vídeo comigo até o final, que eu vou explicar todas as doenças às quais você pode estar exposto ao realizar essa prática.
[Música] Olá, pessoal! Sou Samira Posse, sou urologista e falo aqui de São Paulo, onde atendo público tanto masculino quanto feminino. Faço consultas presenciais ou por telemedicina.
Para mais informações, vocês podem acessar um link na descrição desse vídeo. Vamos lá para o assunto polêmico de hoje: muitos pacientes, quando os médicos questionam sobre a frequência da vida sexual, não consideram a prática de sexo oral como uma exposição. Entretanto, isso é um equívoco.
A prática do sexo oral pode oferecer riscos e perigos, muitas vezes desconhecidos para quem a pratica. Antes de a gente descorrer e identificar as cinco principais doenças que podem estar envolvidas com a prática do sexo oral, vamos deixar claro que a cavidade oral, a boca e a orofaringe são ambientes com flora polimicrobiana, ou seja, existem bactérias que colonizam de forma normal a nossa cavidade oral. Elas estão associadas ao processo de digestão, ao nosso sistema digestório; em condições normais, elas não se hiperproliferam, mantendo-se numa flora normal em número habitual.
Entretanto, em situações patológicas, quando ocorrem doenças, essas bactérias podem se hiperproliferar e até mesmo surgir novos germes que não são habituais da cavidade oral, como, por exemplo, o vírus da herpes ou o HPV. Esses patógenos, sim, estão associados ao surgimento de doenças. Além disso, precisamos lembrar que a uretra, que é o canal da urina que liga a bexiga e transporta a urina até o meio externo, é um ambiente estéril, ou seja, isento de bactérias e isento de outros germs, fungos, e que pode, sim, ser contaminado com essa prática.
Mas vamos lá, identificar as cinco principais doenças que podem estar envolvidas com a prática da felação. Primeiro, o HPV, o papilomavírus humano: como sabemos, existem mais de 200 subtipos do HPV. Alguns deles estão relacionados ao surgimento de câncer de orofaringe e câncer de pênis, assim como câncer de colo de útero na mulher.
Além disso, esses vírus também podem estar associados ao surgimento de lesões benignas, as verrugas genitais. Alguma lesão por HPV na cavidade oral pode passar despercebida e oferecer, sim, um risco aumentado para aquele paciente submetido à prática de sexo oral desprotegida e pode, sim, ser um fator de risco para o surgimento de úlceras ou até mesmo de doenças malignas, como câncer de pênis. A segunda doença é a candidíase oral, o famoso sápio ou monilíase oral: é uma doença causada por uma infecção fúngica que muitas vezes pode ser transmitida da cavidade oral, contaminando a região da glandula, do prepúcio e da uretra, dando um quadro de balanite ou balanopostite.
Essas infecções fúngicas são caracterizadas por desconforto local, vermelhidão, descamação e ardência na região do pênis, e o seu tratamento precisa ser feito com antifúngicos, corticoides ou até mesmo alguns antibióticos. A terceira doença é o herpes: aqui temos dois tipos de vírus de herpes que têm tropismo pela mucosa labial e pela mucosa genital, o vírus simples da herpes tipo 1 e o vírus simples da herpes tipo 2. Esses vírus, em condições normais, não colonizam a cavidade oral; entretanto, o paciente com lesão por vírus de herpes labial pode, sim, transmitir para outro paciente uma lesão genital com a prática do sexo oral.
A quarta doença, e essa felizmente é mais rara, é a sífilis. A sífilis é uma doença bacteriana que raramente é transmitida pela prática do sexo oral; entretanto, isso pode acontecer. Inclusive, a úlcera da sífilis é bem característica, formando uma úlcera única e indolor na região de glandula ou prepúcio, com bordas elevadas e fundo firme, que classicamente conseguimos identificar.
Ela precisa ser tratada, porque é uma doença altamente contagiosa. A quinta doença são as uretrites: as uretrites são inflamações na uretra, características por surgimento de vermelhidão, desconforto e corrimento uretral. Em condições normais, como já disse, a uretra é estéril, não possui bactérias.
Os dois principais germes que podem propiciar o aparecimento da uretrite são a Chlamydia e o gonococo; entretanto, eles precisarão de um vetor para que haja essa transmissão e podem estar associados à prática desprotegida do sexo oral. Mas quais são as formas de diminuir esses riscos? Pessoal, as principais formas de diminuir a exposição aos riscos do sexo oral são: reduzir a promiscuidade, diminuir o número de parceiros e conhecer, principalmente, a parceria.
Caso isso não seja possível, dê sempre preferência à prática com o uso de preservativos. Não é comum você, por exemplo, dividir uma escova de dente com um desconhecido; entretanto, algumas pessoas consideram comum essa prática, mas ela deve, sim, ser feita com responsabilidade e segurança, tal como a prática do sexo oral. E agora, a critério de curiosidade, comentem aqui embaixo se vocês sabiam da tão grande exposição e quais eram os perigos relacionados a essa prática, ou se foi novidade para vocês.
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