eu acho que é muito acha muito é uma expressão que ela ela inventou o axé do yuruba quer dizer poder energia muito do quimbundo quer dizer gente então assunto para vocês o [Música] e aí e aí e aí é a única saída que encontrei para superar esses problemas foi ser a primeira aluna da sala bom e aquela história pela pretinha mas inteligente bom dia minha linda tudo bem ela era uma pessoa que era antropólogo a filósofa socióloga sempre ela tinha uma capacidade ela antes das pessoas falarem esse termo que hoje está em moda ela já
sabia a fala do lugar do outro dessa verdes e e aí o vermelha ela era exatamente em casa na intimidade do lar ela compor tava exatamente como ela se comportava em uma conferência para ela era aquele tipo que a gente tava conversando em casa e ela dizia assim de repente mas essa negadinha não tá entendendo o que que tá acontecendo e ela chegava numa conferência internacional em uma conferência importante do brasil e dizia a mesma coisa porque a negadinha no brasil falava a mesma coisa vejo 74-75 que eu venho fotografando movimento mesmo eu encontrei com
lélia e falei com neve olha tá acontecendo isso isso isso isso é você e a gente tá podendo tá trazendo esse papo aqui nesse a gente poder falar das coisas a história da nossa das nossas mudas das nossas com cifras das nossas derrotas também aí no sábado seguinte ela foi né e desse dia que ela foi ela eu ver em grand ou ela foi uma liderança do movimento negro inegável uma pessoa que tava organizada na base as experiências de admitâncias foi no ip científico de pesquisa das culturas negras lá na sua origem uma organização importante
movimento negro ea sua atuação foi muito contundente na formação do em 1978 do ios e dr movimento negro unificado contra a discriminação racial que hoje é o hoje de origem o mcqueen é o em um cdr ele foi fundado em são paulo nas escadarias do teatro municipal e o evento muito simbólico muito potente que eu quero a ditadura militar pelo menos proibida qualquer manifestação política pública então corajosamente lélia gonzalez e outros militantes objeto ab eu também tava lá fundaram a público é o me1 ele representa um momento importante mas que já vinha sendo amadurecida desde
o início da década de 70 com uma série de organizações negras que surgem no sul em são paulo é um momento em que pessoas negras em vários lugares do brasil vão se organizando vão com nossas próprias organizações essa era lélio de almeida gonzaga para quem livre tem que ter nome e sobrenome senão os brancos arranjam um apelido ao gosto deles tu tu a falar da trajetória educacional da dos estudos da lele é uma particularidade não é uma um dado muito cinco lado a trajetória dela oi valéria contrariando as estatísticas brasileiras ela conseguiu ter uma formação
universitária o irmão dela foi o jayme de almeida que foram de uma horas craques do flamengo a levem de minas com a família porque o jayme de almeida vem jogar no flamengo saiu do atlético mineiro e veio para o rio de janeiro o que as pessoas sempre falam ela era muito carioca apesar de não ser carioca ela tem muitas a marca da da carioquice com a mãe dela indígena né a mãe dela foi já foi aos estúdios dela a partir da intervenção de uma família para qual a mãe dela trabalhava então graças a isso a
lele te dou mais do que a média população brasileira que elas te dou aqui onde a gente tá na uerj que na época chamado universidade do estado da guanabara e fez duas licenciaturas uma em filosofia e a outra história e geografia história geografia na época era um curso só é ela teve a oportunidade não só de estudar mais do que a média da população negra no brasil da época e ela só a sua própria família a questão dos vistos sempre foi uma marca algo que distinguiu lélia do conjunto do seu entorno tanto dentro da militância
como nos outros espaços que ela circulou ela foi uma mulher de estudo e por que que ela conseguiu avançar tanto por quê e ela sentava ficava ouvindo as pessoas falarem e aí e a lélia conta pra gente nos depoimentos que a tomada da consciência dela a descoberta que ela era uma mulher negra veio a parte de uma situação muito difícil que ela viveu ela foi casada com um homem chamado luiz carlos gonzalez aquela distante da família dele e no momento que o marido se aproxima da família ele a família descobre que ele tá casado com
uma mulher negra ea família a chave está tudo bem porque a família achava que era que eles viviam no regime de concubinagem uma mistura de concubinato com sacanagens que ela é comenta e quando descobre que legalmente eles são um casal né são casados a família entra no processo muito pesado né e o marido acaba se suicidando e esse momento que leva é tomar consciência da sua própria negritude porque até então como ela fala ela tá muito dentro de uma lógica de um projeto é um projeto brasileiro do embranquecimento social e cultural né é e o
suicídio do marido esse problemas com a família dela fazem alencar a resolver uma questão dela ela era uma mulher negra é um processo de descoberta paralela essa essa relação com a psicanálise ela vai se aproximar de você descobrir se reconectar com suas qualidades do africana ela se entender com uma mulher nega então é um processo ea partir dessa busca que é existencial eu ver esse caminho também que vai ser um caminho intelectual é o caminho dessa da teórica né dessa mulher que pensa o chamado indo-europeu já mallory ano ele vai surgir muito depois que ele
surge exatamente com o processo de mudança de jovem negro original 16 negro para mim é um processo de construção descoberta diários se negro para mim é maravilhoso adoro cor da minha pele adoro os meus traços eu sei que eu nasci negra mas eu só me descobri negra depois de um certo tempo adoro minha história né toda todo meu passado todo passado dentro dessa negritude linda como toda menina do subúrbio eu nos anos 80 e 90 queria ser paquito para ser verdadeiro é bem difícil eu cheguei a ester nariz para minha mãe uma vez e ela
para mim foi muito claro não você não pode porque o seu cabelo duro onde você vai você vê que você dependendo dentro da onde você esteja você é pouco e nem de muitos se você for numa universidade você é pouco se você for uma instituição pública você é pouco né no em alto scalon você quase não existe foi através dessa informação que chegou assim uma maior a dura é que eu descobri que eu era negra e que para algumas coisas numa sociedade branca como é a nossa existiam limitações mas eu não baixa a cabeça eu
percebi que na verdade não era uma coisa limitadora então eu valorizo esse meu passado ser negro é força ea potência mas eu continuo lutando por que não vai parar na minha geração essa fase da minha vida eu fiquei profundamente espiritualista era uma forma de rejeitar meu próprio corpo e essa questão do branqueamento bateu muito forte em mim e eu sei que bate muito forte em alguns negros e aí o conceito de a missa eternidade ele era gonzález vai sistematizar a gente pode dizer que é um conceito dentro do pensamento social da autora auxílio é gonzález
talvez precises entendida como uma pensadora que ela tá analisando o brasil em termos sociais culturais e históricos como a todos na formação apostólico muito rico 10 desse pensamento que eu tô chamando aqui de ouro centrado e quando ela entra no movimento negro ela faz assim imersão em busca do negritude dela ela vai encontrar vai saber aliar combinar esses saber o centrado que ela nesse mundo que ela foi formada por tudo que ela aprende que ela estuda que ela pesquise o que ela propõe né a galera é uma mulher que construiu uma teoria ela se é
essa essa visão é de da questão racial ela ela sempre viu o racismo como uma uma questão nacional [Aplausos] a hora que eu fico a ir além de ser com efetiva democracia racial ele citou o e aí é porque o racismo histórico cultural e ideológico e ele é uma questão nacional ele não é uma questão do negro o movimento negro na realidade ele é a ferramenta que o negro criou criou para combater o racismo e e o filme já que o racismo a questão nacional todos os setores da sociedade brasileira deveriam desenvolver as suas ferramentas
para combater o racismo nesse projeto que leque pensamento as mulheres negras têm lugar central justamente pelo fato de sermos né o foco né gás discriminações racial e sexual nós temos um potencial político e ideológico muito maior que o homem negro tranquilamente ela não conseguia distância de social uma luta que não fosse uma luta contra o racismo que também não fosse uma luta contra o sexismo infelizmente a gente percebe tá vendo no interior do movimento negro uma postura machista uma dúvida não uma postura de reprodução né das práticas do patriarcalismo vigente na sociedade brasileira né aí
a minha crítica também que vai com relação ao homem negro sem sombra de dúvida não é porque muitas vezes a gente a gente é também é e eles não não se pode fazer nenhuma análise sobre a sobre o patriarcado sobre sobre a desigualdade de gênero se você não leva em conta no brasil a dimensão racial essa dimensão é incompleta não me dizem que nós negros estamos na lata de lixo da sociedade brasileira caberia uma indagação da psicanálise porque o negro é isso que a lógica da dominação tenta domesticar e o risco que assumimos aqui eu
do ato de falar com todas as implicações nós temos sido falados infantilizados o infante gente que significa aquele que não tem fala própria é a criança falada pelos adultos exatamente porque temos sido falados infantilizados que neste trabalho assumimos nossa própria fala ou seja o lixo vai falar e numa boa [Música] e a trajetória da lele é importante não só pela inserção dela no movimento negro na retomada na rearticulação do movimento negro na década de 70 por um movimento feminista também que nessa retomada da década de 70 do chamado de novos movimentos sociais no período a
denegação uma categoria do pensamento freudiano em que você você nega que alguma coisa faça parte de você né então nas sociedades da chamada américa latina nessa esse racismo tá muito presente e fundamentalmente nos meios de comunicação ela também está circulando no campo de uma intelectualidade nos anos 70 e as intelectualidade carioca tem um lugar um ponto muito importante lugar de referência que foi a escola de artes visuais do parque lage fundada pelo ruben gathmann em 75 nesse projeto de uma escola de artes visuais com uma visão mais complexa ela é convidado para dar o primeiro
curso de cultura negra se a gente for falar em termos de inconsciente cultural brasileira assim consciente cultural e o que os brancos se apropriam disso é engraçado como eles gozam a gente quando a gente diz que é flamengo estamos gente de ignorante dizendo que a gente fala errado eles ignoram que a presença de se ver no lugar do l é a marca linguística de um idioma africano no qual o l não existe ao mesmo tempo acham maior barato fala digita brasileira que cortam os erres dos infinitivos verbais do te contar os olhos já não podem
ver em vez de você em vez de está cá e não sacam que estão falando pretuguês fala em português para dizer o que tinha língua portuguesa no brasil ela assume outras considerações ela assumir outras formas dia outro isso daqui diferente da maneira como os portugueses falam a língua isso seria justamente uma impressão de línguas africanas no tronco bantu como kimbundu por exemplo que vão modificar a maneira da gente falar o português a ideia de a mestre cala a dina aparece pela primeira vez no texto do md magno quer dizer que no brasil a população negra
precisou realizar é relações de conflito negociação para e ver e imprimir o seu código e ela sinta pela primeira vez esse conceito ela menciona lá no racismo sexismo na cultura brasileira que é um texto clássico ela tá acertando esse américa latina via uma discussão que o magno propõe tempos depois na produção textual dela ela formulou o conceito de amefricanidade a gente estava discutindo essa questão de ser o afro-brasileiro amefricanidade uma américa africanizada uma américa os povos indígenas dos povos africanos eles vão arquitetar um solo cultural que é fundamental ser compreendido para entender como nós funcionamos
o que nós somos então fazer político precisa levar isso em consideração ela tá preparando uma ideia de que olha a gente já não não recupera mais áfrica a gente já não pode mais voltar para afta mas a gente carrega áfrica conosco eu não sou assim eu sou brasileiro eu tenho descendência de africanos e com aquilo que nos define o luz identifica enquanto o povo brasileiro é é indissociável da produção cultural negra essa cultura africana que veio para o brasil e diz construída o e reconstruída com os elementos da diáspora parte do da chegada dos africanos
no brasil na condição de áfrica de escravizadas mais que esses mesmos africanos tem que chegaram tiveram um papel fundamental de civilizar um continente só aqui ao mesmo tempo em paralelo existe um projeto no brasil de embranquecimento e esse por aqui um branco e cimento filho uma atenção porque as pessoas acham que a questão do racismo a questão do negro como se fosse o nego já tivesse inventado o racismo então agora você você vê se vocês acabam com isso aí que é problema de vocês e não tem nada a ver com a gente né não senhor
eu sou eu sou nega porque é um branco disse que quando chegou na áfrica que eu sou negro a precisão muito essa palavra resistência mas se você é um homem preto no brasil você sobreviveu ao primeiro dia por dois caminhos um eu posso dizer que é ser do povo da melanina do povo do sol constantemente resistência e luta isso que eu penso que seja ser negro no brasil e mais possível também que eu ser do povo que for mais espoliado explorado vilipendiado e não que nada somos todos iguais tudo amarela porque não somos iguais nada
na hora do vamos ver a quando a tua pele faz diferença sim e muita oi e a gente vive hoje é o reflexo desse né as consequências disso é e é uma luta diária se você nascer e não perceber que você precisa enfrentar dinheiro a mente coisas que foram impostas pela sociedade desde o passado seis meses ser mulher aí você tem que ser resistente a dose dupla né eu não me considerava negra durante muito tempo eu não soube valorizar as minhas origens os meus traços mas a parte legal é que a gente herdou a coisa
guerreira dança astralidade já né a palavra mucama por exemplo vem do quimbundo amásia escrava está nos dicionários concubina escrava que era amante do seu senhor mas o tempo passou e todo mundo jogou essa definição para baixo do tapete ficou só escrava negra moça e de estimação a escolhida para auxiliar nos serviços caseiros acompanhar pessoas da família e por vezes ama-de-leite mas as mucamas continuam aí com sua malemolência perturbadora na exaltação mística da mulata no entre parênteses no carnaval o texto clássico de alegria racismo sexismo na cultura brasileira vai trabalhar com algumas categorias em que mulheres
negras estão enquadradas né a mãe preta a mulata ea mukamba e aí a partir fazer um trabalho mesmo arqueológico de cavalo lá no passado de onde é que vem determinadas percepções a respeito das mulheres negras ela chega ela chega nessas figuras que já estão lá no nosso inconsciente colonial né e ela vai explorar na figura da escrava e da mucama algumas ambiguidades sobre a exploração sexual da mulher negra né e a imagem que ela trabalha com isso a imagem do carnaval né das mulatas do carnaval gospel potência do pensamento dela gonzález é convocar a sociedade
brasileira para o divã e o turismo da coloniais uma série de discussões que começam ser toma um fôlego muito tempo depois já estavam na lélia ou relevância de lélia gonzalez para nós pensarmos as relações de gênero relações de raça ele demorou 23 anos para ser feito ele não foi feito por nenhuma estoura nenhuma universidade ele foi fruto da organização do próprio movimento médio ele está falando que nos pensadores mais originais do país não teve seu livro autoral feito por uma grande editora fez para universidades fala muito dos processos de apagamento invisibilidade do pensamento autoral negro
ele fala especificamente no uma cosmovisão euro cristã essa cosmovisão o que está patriarcal ela é sexista ela é racista especialmente a presença nele que tem a ver com a autoria seja autoria intelectual seja out a risca os processos nacionais tem sido de apagamento invisibilidade oi clélia é uma intérprete do brasil né no no campo das ciências sociais o pensamento social brasileiro são debate que hoje já não é muito relevante eu não se pensa muito mas com muito tempo para essa meta social brasileira se debruçou pela pergunta de o que era o brasil o que nos
tornava brasileiro é uma maneira de pensar a sociedade brasileira com aspectos culturais aspectos geopolíticos aspectos históricos então acho que a pista que era deixou era alguma coisa que a gente não pode deixar para trás precisa bater de frente com a gente que horas chamado os machos né ela batia muito diferente com a jeito assim estava meio assim ainda para respeitava cara falava umas coisas assim mas já ela muito mas muito assim ativa sabe ela ela ela era muito forte na o que ela levantava e colocava porque ela tinha fundamentação não era uma coisa aleatória não
era uma coisa de orelha de livro não é mais do que latina mais do que uma história contada por europeus por mouros somos negras negros indígenas pertencentes a uma mestre cala a dina nossa luta sempre será a do pertencimento étnico do combate dessa neurose cultural que busca suprimir aqueles que do ponto de vista étnico são os testemunhos vivos da ladino amefricanidade denegada eu achei muito a negritude tem um potencial incrível e nós podemos muito o lê o povo nem o povo negra é responsável por tantas maravilhas dessa cultura que a gente tem hoje no brasil
e é inegável e aí