Unknown

0 views21794 WordsCopy TextShare
Unknown
Video Transcript:
boa noite Boa noite é com grande satisfação que damos início ao Congresso Brasileiro de Psicologia maconha e psicodélicos ética saberes ancestrais e os caminhos para a atuação uma realização do Conselho Federal de Psicologia em parceria com a fundação Osvaldo Cruz Fiocruz Distrito Federal e o Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte damos as boas-vindas a todas as pessoas que estão aqui presentes e cumprimentamos também aquelas e aqueles que nos assistem por meio da transmissão online no canal do Conselho Federal de Psicologia no YouTube esse evento reúne especialistas pesquisadoras profissionais e interessadas
em dialogar sobre o uso de maconha e psicodélicos em contexto psicoterapêutico destacando aspectos éticos técnicos e científicos bem como as possibilidades e os principais desafios para o exercício profissional neste Campo ao longo dos próximos dias teremos a oportunidade de aprofundar o diálogo sobre os aspectos terapêuticos sociais e éticos que envolvem essas substâncias além de refletir sobre os desafios e os caminhos para uma atuação Consciente e transformadora no campo da Psicologia Este é um espaço de escuta aprendizado e trocas onde o Saber científico dialoga com experiências milenares e práticas contemporâneas sempre com o compromisso de promover
o bem-estar e a saúde mental agradecemos imensamente a presença de cada um e cada uma de vocês que fazem deste congresso um Marco no avanço das discussões sobre este tema que possamos juntos construir um evento de troca de saberes respeito e inovação a todas as pessoas gostaríamos de fazer um lembrete importante para garantir que este evento seja acessível e acolhedor para todas todos e todes sabemos que algumas pessoas possuem alta sensibilidade auditiva ou condições que podem ser afetadas por ruídos intensos por isso pedimos a gentileza de evitar barulhos altos também gostaríamos de informar que infelizmente
no local não há banheiro unissex disponível Pedimos que se respeitosos e gentis com todas as identidades de gênero Nossa prioridade é criar um ambiente acolhedor e inclusivo para todas as pessoas neste momento para composição da mesa de abertura convidamos Alessandra Almeida vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia Maria Carolina Fonseca Barbosa Roseiro conselheira do 19º plenário do Conselho Federal de Psicologia e coordenadora do grupo de trabalho atuação da Psicologia no uso de maconha e psicodélicos em contexto terapêutico convidamos Fábio Lopes Conselheiro do crpi e representante do crps do grupo de trabalho atuação de psicologia no uso
da maconha e psicodélicos em contextos terapêuticos convidamos Helena Rodrigues representante da instituição Fiocruz [Aplausos] Brasília draulio Araújo representante do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do [Aplausos] Norte e Francisco Neto da presidência da Fiocruz [Aplausos] gostaríamos de registrar a presença das autoridades aqui presentes Felipe as secretário executivo da frente parlamentar mista para a promoção da Saúde Mental Getúlio sér Sérgio Souza Pinto subsecretaria do Estado do Espírito Santo neste momento convidamos todas as pessoas para imposição de respeito acompanharmos a execução do Hino Nacional C [Música] [Música] ouvir de pirangas magens plácidas de um
povo heri cobrado retumbante e o som da liberdade raios fidos brilhou no s da pátria nesse instante se o penhor dessa igualdade conseguimos conquistar com braço forte vem seio ó liberdade desafia o nosso p própr a morte ó pária amada eada salve salve Brasil nos ol deo r r de amor e de esperança prem manece sem deu Formoso céu insonho lío a imagem do Cruzeiro resplandece Gigante pela própria natureza é velas forte P do Colô que o teu futuro rodor Brazil parte am desses mais Gentil Pat Amada Brasil [Música] deit eternamente imo esplêndido ao som
do mar e a luz do céu profundo funduras OB Brasil florando daa iluminando a Sol do novo mundo do que a terra mais garrigo teus des olhos lindos Campos tem mais flores nossos noes tem mais nossa vida no teu seio mais amores comp pátria amada e Prada salve salve Brasil de amor se sío o laruca senta estrelado e digo ver de louro desta flâmula paz no futuro e glória no passado a gente da Justiça aca for Seu Filho Te uma lente agora própria morte [Aplausos] Terra Brasil P amada dos filhos desses salas mã Gentil P
amada [Música] brasilem acomodar por [Música] favor neste momento passamos a palavra para Alessandra Almeida mestre em estudos interdisciplinares sobre mulheres relações de gênero e feminismos pelo programa de pós-graduação em estudos interdisciplinares sobre mulheres gêneros e feminismo da UFBA especialista em saúde coletiva e Psicologia de trânsito formação em psicologia taurina mãe de Ícaro filha de Maria vice-presidenta do Conselho Federal de Psicologia obrigada então para que todas as pessoas possam me conhecer eu sou uma mulher negra de pele tinta Negra e tatuada tenho 50 mais nordestina baiana tenho estou vestida com vestido sei lá que qu é
essa marrom tô com eh toro na cabeça de cor de Barro tô com um brinco do povo pató de Porto seguro tenho muitas tatuagens muito muitos Pens nas narinas e nas orelhas e estou com as minhas guias sou candomblecista estou com as minhas guias aqui de proteção do Povo das matas quero dizer que é uma honra est aqui com vocês né na presença de todos todas e todas inclusive especialmente das pessoas que estão assistindo no YouTube ou que assistirão posteriormente eh com uma grande satisfação que eu abro o Congresso Brasileiro de Psicologia maconha psicodélicos ética
saberes ancestrais e os caminhos de atuação um espaço que se propõe a ser um Marco importante na discussão sobre o uso terapêutico dessa substâncias no contexto psicoterapêutico agradeço a presença de cada uma cada um de vocês e um agradecimento muito especial à nossa equipe que eh nos possibilitou esse vou chamar de Espetáculo tá gente porque é um espetáculo de ciência mas é sobretudo de muito carinho que e de empenho que se fez eh para que nós pudéssemos estar aqui desde a sua criação o GT de o grupo de trabalho que dá origem a esse esse
congresso Tem trabalhado incansavelmente iniciado em Maio de 2023 na Assembleia de políticas da administração e das Finanças a paf o GT atuação da Psicologia no uso de maconha e psicodélicos em contexto terapêutico reflete o compromisso do Conselho Federal de Psicologia com abordagem séria e fundamentada sobre o tema me permitam dar uma fugida e citar um pedacinho de uma música que eu fiquei o tempo inteiro hoje né fazendo outras coisas e com essa música na cabeça que é um grito de estrela vem do infinito e um bando de luz repete o grito todas as cores e
outras mais procriam flores astrais O verme passeia na lua cheia o verme passeia na lua cheia Secos e Molhados flores astrais 1974 o Roque Psicodélico é um gênero um subgênero do rock que se desenvolveu na década de 60 e que inspira o inspirado na cultura psicodélica a psicodelia é uma manifestação da mente que pode produzir efeitos profundos na experiência consciente a arte psicodélica é uma arte cheia de de flores astrais de muitas cores acho que a gente fala hoje começa hoje passa mais dois dias nos debruçando sobre aspectos disso no entanto a história dos psicodélicos
Ela é antiga ligada a uma série de coisas que também vamos discutir nesses dias religião cura diversão mas preciso que a gente relembre né que isso as suas raízes têm as suas práticas indígenas e diversas culturas ao redor do mundo porém a apropriação popularização dessas substâncias no ocidente especialmente no contexto da contracultura dos anos 60 muitas vezes excluíam as populações indígenas e outras minorias raciais que foram as primeiras a usá-las de forma medicinal cerimonial ritualística espiritual e etc a colonização marginalizou Esses povos e suas práticas tradicionais transformando os psicodélicos em produtos de uma cultura branca
e ocidentalizada desconsiderando o conhecimento ancestral a popularização moderna muitas vezes ignora as origens desses rituais e as populações que originaram o uso tradicional podem sofrer marginalização econômica e cultural e apropriação cultural um cuidado ético político que nós precisamos ter em conta nesse debate de supostas novidades iso é algo muito importante para nós a relação entre o racismo estrutural me permitam ainda utilizar esse conceito e o uso de psicodélicos reflete Profundas desigualdades desde a criminalização seletiva até a apropriação cultural e a exclusão de comunidades marginalizadas de pesquisas e tratamentos o racismo permeia a forma como essas
substâncias foram e estão sendo regulamentadas e estudadas e acessadas historicamente e isso é uma tarefa para nós aqui que estamos discutindo política e eticamente o uso né e as possibilidades de acesso a esta forma de cura e de tratamento me permitam aí cura entre aspas então desigualdad de acesso a terapias psicodélicas apropriação cultural e apagamento de tradições estigmatização diferenciada desigualdade no campo das pesquisas são grandes desafios para nós estou fazendo essa demarcação para que possamos sempre estar ligada aqui na n possibilidades Nas condições nas discussões políticas ético-políticas que Precisamos tecer as interseccionalidades que envolvem os
psicodélicos são diversas e refletem uma tela complexa de desigualdades no nosso país vou falar a interceção de raça gênero classe orientação sexual identidade de gên e saúde mental criam crenças e possibilitam eh práticas que precisam ser observadas e cuidados que precisam ser discutidos em um país onde a gente é é mais comum do que o que nós gostaríamos o que nos entristece por exemplo a gente ainda abre processos né está em julgamentos éticos onde eh mulheres e adolescentes foram vítimas de abuso sexual dentro do stim terapêutico isso também precisa ser discutido por nós por fim
o aumento significativo das pesquisas e na produção científica demonstram uma crescente interesse pela terapêutica de substâncias psicodélicas e da maconha e acreditamos que a psicologia brasileira não pode se furtar a esse importante debate com todas as ressalvas que eu já coloquei aqui né que não são impecílio para uma ciência comprometida de forma alguma nos engrandece inclusive é um momento de responsabilidade onde o sistema conselhos deve se debruçar sobre as nossas implicações nosso objetivo Central nesse congresso é dialogar sobre o uso terapêutico de maconha e psicodélicos ressaltando aspectos éticos técnicos científicos e políticos a assim como
os desafios que se impõem a nós enquanto profissionais pretendemos que a partir dos conhecimentos que aqui serão reunidos possamos elaborar um posicionamento robusto a ser apresentado pelo Conselho Federal de Psicologia assim como subsidiar um plano de trabalho para o nosso sistema temos um público diverso engajado interessado psicólogas psicólogos conselheiros conselheiras de diversas áreas profissionais de outras categorias estudante de Psicologia integrantes de movimentos sociais e associações que tratam a maconha estão entre os participantes trazendo uma riqueza incomensurável ao nosso encontro o congresso se organiza em torno de três eixos temáticos Marcos legais e políticas públicas a
dimensão ético-política das psicoterapias e regulamentação profissional e a cultura dos povos tradicionais com ênfase em reparação social acesso e inclusão esses eixos visam garantir que todos os aspectos dessa discussão sejam amplamente contemplados respeitando a pluralidade de saberes e experiências gostaria de destacar a alta procura que tivemos para o evento em cinco dias de inscrições abertas 18800 pessoas já tinham preenchido o formulário e foi preciso eh fechá-las a equipe organizadora fez avaliação de todas as pessoas em inscritas priorizando o público de abrangência e a ordem de inscrição e diante dos inúmeros pedidos de transmissão o cfp
conseguiu se organizar para fazer a transmissão de todas as mesas do congresso então aproveitem divirtam-se Quem tá assistindo aí assim teremos aima adamente 800 participantes presentes e muitas outras pessoas acompanhando de forma online buscamos assim embarcar embarcar o interesse e oportunizar que tantas pessoas se envolvam nas discussões ampliando o nosso alcance Impacto e reflexões necessárias agradecemos As instituições parceiras Fiocruz do DF o Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte cuja a contribuição para produção de conhecimentos nessa área tem sido inestimável por fim esse congresso representa uma oportunidade importante de reflexão e
de aprendizado entendemos a importância do tema não só para a categoria mas para outras profissões ciências Campos de saberes a sociedade de uma maneira geral buscamos trazer presentes essa Inter e multiprofissionalidade como também a pluriversal intercultural seja compondo as mesas seja pela Ampla participação sempre respeitando e buscando dialogar com os saberes tradicionais que já produzem conhecimentos sobre o tema há bastante tempo não esqueçamos ess essa construção que tem como propósito fundamentar o papel do sistema conselhos de Psicologia dentro de suas competências legais e políticas para elaborar orientações éticas com o compromisso de articulação dos referenciais
de técnicas e práticas a incidência social de acesso às terapias e psicoterapias como direito à saúde e como dever do Estado brasileiro que possamos juntas juntos juntes construir um caminho que respeite e que amplifique nossas áreas de atuação e as necessidades da sociedade defendendo o o acesso à saúde e as psicoterapias com direito de todas todos e todes uma boa jornada a todos nós e Muito Obrigada nós agradecemos a senhora Alessandra Almeida passamos a palavra agora a senhora Maria Carolina Fonseca Barbosa Roseiro Carolina é graduada em psicologia pela UFS mestre pelo programa de de pós-graduação
em psicologia institucional Doutor em educação no ppge UFS na linha de políticas públicas educação e formação humana assessora técnica territorial no Espírito Santo pelo projeto gente acessando direitos senad frio Cruz conselheira do 19º plenário do Conselho Federal de Psicologia e coordenadora do grupo de trabalho atuação da Psicologia no uso de maconha e psicodélicos em contexto terapêutico Maria a palavra é sua boa noite todas as pessoas presentes a todas as pessoas que nos assistem que vão nos assistir eh peço licença para fazer essa abertura em nome do nosso grupo de trabalho em seguida teremos uma fala
de outro componente do grupo eh me apresentando como uma aprendiz interessada né e por conta desse interesse né pela aprendizagem eh com as terapias ligadas a psicodélicos a maconha eh me dispus a tarefa de compor esse grupo de trabalho e de eh trazer para o nosso plenário do Conselho Federal de Psicologia essa proposta de encontro né que o grupo de trabalho tem eh construído já desde 2023 eh queria dizer que temos aqui na mesa né a composição a partir das nossas parcerias né fizemos a escolha de termos de termos institutos de pesquisa núcleos de pesquisa
ligados à política pública né Eh mas nós temos desde que iniciamos essa trajetória eh constituído redes E aí vou ler aqui alguns desses pontos de conexões dessas redes né forma Brasileira de política de drogas laboratório de estudos interdisciplinares sobre psicoativos da Unicamp Instituto do Cérebro tá aqui presente na mesa Associação Brasileira multidisciplinar de estudos sobre drogas abrande Associação psicodélica do Brasil daqui a pouco estará na mesa também instituto faneros instituto Jurema Instituto inh Ander cama Instituto Alma Viva des institute senad Conselho Nacional de política sobre drogas Conselho Nacional de saúde frente parlamentar de saúde mental
da Câmara dos Deputados frente parlamentar da luta antimanicomial da Câmara dos Deputados faço essa leitura para que a gente possa situar esse momento junto a essa rede né Essa rede compõe esse encontro essa rede nos eh apoiou na construção desse congresso de alguma forma eh então nós temos eh como tarefa desse grupo de trabalho inicialmente mas a partir deste congresso eh essa tarefa da discussão do uso terapêutico de maconha e Psicodélico se insere eh no sistema conselhos de Psicologia como uma pauta para tomada de decisões Então os nossos próximos passos envolvem tomada de decisões paraa
orientação ética da Psicologia brasileira eh a fala da nossa vice-presidenta temos que agradecer porque trouxe aqui pontos de extrema importância para que essas decisões sejam tomadas né E aí assim eh reafirmo aqui o compromisso como conselheira do plenário envolvida justamente com a discussão da orientação da fiscalização da ética eh de que o os avanços acontecerão com o aprofundamento necessário agradecemos né a presença de todas de todos de todes que vão contribuir durante esses dias de Congresso para essa caminhada então Eh desejo que a gente tenha um bom encontro e estaremos Juntas e juntos aí até
[Aplausos] sábado agradecemos a senora Maria Carolina e passamos a palavra neste momento ao Senhor Fábio Lopes Fábio é psicólogo professor do departamento de psicologia da Universidade Estadual de Maringá Conselheiro titular do Conselho Estadual de política sobre drogas do Paraná cones PR e do 15º plenário do crpp membro do GT e da comissão organizadora do evento Fábio a palavra é sua obrigado querido boa noite pessoal obrigado cumprimento todas as pessoas presentes aqueles que estão assistindo e vão assistir Ó eu tô exultante aqui né momento feliz feliz demais tô muito feliz de estar aqui muito feliz de
ver isso acontecer muito feliz de ver esse auditório repleto de amigos né que momento vocês são lindos olha que coisa mais linda que PL que que congresso lindo então a gente que tá 2 anos né 2 anos já que a gente montou o GT desde a paf ver isso se concretizar realmente não é nenhum exagero dizer que a gente tá emocionado eu estou emocionado tô muito feliz realmente não é exagero dizer que é um momento histórico para categoria um momento histórico para construção de conhecimento sobre maconha psicodélicos em contexto terapêutico então eu tô feliz demais
obrigada por estar aqui e e tô aqui para falar também do caminho né se se a Carol falou do do que que a gente tem daqui para frente em termos de Horizonte eu vou falar um pouquinho do do daqu para trás como é que a gente chegou aqui né e eu não sei os colegas que não são psicólogos e não t um conselho como cfp como diretriz de sua categoria eu sinto muito por vocês Eu lamento realmente né Deve ser triste não ser psicólogo psicóloga e não ter uma categoria o pessoal fica esse cara feio
para mim aqui alguns mas se me permite dizer né Realmente o sistema conselhos de Psicologia comprar o debate né trazer pro debate com essa temática um congresso dessa natureza aprovar em corep aprovar em cnp que é o nosso congresso nacional aprovar em apaf e sempre com louvor sempre com participação das pessoas o interesse das pessoas Você lembra como foi a paf [ __ ] tava eu quero eu quero meu Deus do céu e essa inscrição 100800 pessoas em 5 dias Né isso pô desculpa aí quem não é realmente da Psicologia mas é a profissão mais
bonita a categoria mais bonita que existe porque você não vê é isso aí você não vê isso aí os colegas colegas médicos que estão aí que tem um cfm que sabe do que eu tô falando né então meu Deus do céu não dá para imaginar Então eu fico feliz e e e quero dizer desse percurso democrático que fez a gente chegar aqui né é um tema que foi repito proposto em congresso regional do 08 lá no Paraná depois tomou corpo num congresso nacional e depois toma corpo no na apaf né e forma-se o GT e
inclusive o GT formado foi também democrático foi também com participação dos diferentes CR então é bonito demais vi um negócio desse velho a coisa crescer dessa forma e o trabalho que a gente teve de T cuidado né de pegar a princípio a ideia de uso assistido que era a primeira proposta lá do do corep ela vai evoluindo ela vai assimilando terapias de integração ela vai assimilando a perspectiva do Sistema Único de Saúde a gente nunca deixou de pensar no SUS dentro desse GT os cuidados com a Indústria Farmacêutica a gente sempre pensou sempre pensou nos
saberes ancestrais sempre teve esse cuidado desde o primeiro desde a primeira reunião que a gente fez a gente sempre teve esse cuidado de saber porque onde estamos e porque que estamos aqui né e reverenciar esses saberes ancestrais e e tudo isso a gente foi moldando a temática foi evoluindo chegamos nesse título nesse tema até a própria palavra Maconha Ela foi bastante discutida também né que é muito comum a gente ver cannabis por aí e tal a gente falou não vamos nomear o negócio como deve ser nomeado né E isso mais uma vez sugere a a
coragem do sistema conselhos de Psicologia porque não é fácil eu admiro o plenário parabéns né por vocês encarem essa luta não é fácil salva de palmas por favor obrigado É isso aí muito bonito muito bonito tudo isso então tô muito feliz eu falei 18 vezes que eu tô feliz mas é porque tô mesmo é mas é porque eu tô feliz mesmo e a gente encontro maravilhoso desse nos próximos dias a gente vai aprender muito vai discutir muito e a categoria só tende a ganhar com os conhecimentos e diretrizes que vão sair daqui muito obrigado boa
noite bom congresso para nós me cortaram Obrigado Fábio Lopes tenho certeza que todos nós estamos muito felizes também não é verdade gente concedemos a palavra agora a Helena Rodrigues Helena é psicóloga mestre em saúde coletiva assessora técnica do núcleo de saúde mental de álcool e Outras Drogas da Fiocruz Brasília Helena a palavra é sua Obrigada boa noite eh gostaria de saudar aí os colegas da mesa na pessoa da Alessandra saudar todas as pessoas que estão aqui presentes eh É uma honra grande de poder estar aqui hoje representando o núcleo de saúde mental alco e Outras
Drogas da fio Cruz Brasília nesse congresso que é tão importante deixa todo mundo tão feliz né Eh acho que colocar em Pauta né Essa interseção entre a psicologia o uso de maconha e psicodélicos ética e saberes ancestrais é algo realmente eh muito revolucionário enfim eh eu acredito também né que o tema desse evento aborda aí questões centrais paraa saúde mental pros direitos humanos e paraas políticas públicas eh eu gostaria de começar destacando o potencial transformador do uso de psicodélicos e da maconha para tratamentos em Saúde Mental que atualmente tem ganhado cada vez mais relevância né
E que no Brasil né apesar de todos esses avanços eh importantes em termos aí de pesquisa e uso terapêutico a gente ainda enfrenta um cenário de criminalização e estigma é uma realidade aí que acaba criando Barreiras para implementação de políticas mais inclusivas e baseadas em evidências eh no contexto da saúde pública é crucial né que a gente possa avançar na construção de modelos de cuidado que considerem aí as particularidades e necessidades dos indivíduos e das comunidades que atendemos o uso de substâncias como a maconha e os psicodélicos eles deve ser compreendido a luz de uma
perspectiva ampliada da saúde que inclui as dimensões social cultural espiritual e psicológica eh nesse momento eu quero destacar também a importância dos saberes ancestrais na construção né de alternativas ao modelo biomédico Tradicional em essas culturas indígenas afro-brasileiras e comunidades tradicionais o uso de plantas com propriedades psicodélicas está profundamente enraizado em práticas de cura e espiritualidade eu acredito que esses saberes muitas vezes desvalorizados ou marginalizados eles precisam ser incorporados como parte integrante de qualquer discussão sobre psicodélicos e saúde mental então o desafio ético que enfrentamos é duplo né como podemos respeitar e preservar esses conhecimentos ao
mesmo tempo em que buscamos integrá-los em um contexto de cuidados formais em saúde e mais como evitamos a apropriação desses saberes de forma que eles não se tornem uma mercadoria em uma economia de mercado para responder a essas questões precisamos fortalecer os diálogos entre essas esses diferentes saberes né entre essas diferentes formas de saber reconhecendo o valor da ciência mas também a sabedoria das práticas tradicionais eh eu acho que não se trata de uma simples integração mas de um de um reconhecimento mútuo onde o respeito aos povos que desenvolveram esses saberes é base essencial e
pensando aí em caminhos para atuação e políticas públicas acho que é importante a gente pensar como esses debates se se desdobram em termos de políticas públicas estamos em um momento aí de disputa onde a regulamentação do uso terapêutico da maconha e dos psicodélicos pode significar a um avanço histórico na promoção de direitos e na oferta de cuidados em Saúde Mental no entanto acho que é necessário a gente enfrentar os desafios éticos sociais legais que se impõe Principalmente um contexto onde a política de drogas ainda é atravessada pela criminalização e pelo racismo estrutural peço licença aí
também para seguir usando esse termo bom a Fiocruz ela tem se dedicado a promover uma perspectiva voltada pros Direitos Humanos entendendo que o cuidado em Saúde Mental deve ser abrangente respeitoso e inclusivo isso significa atuar para desmantelar lógica punitiva que rege a política de drogas no país e construir aí alternativas que valorizem a autonomia dos sujeitos e a proteção de suas vidas e direitos eh encerrando eu reforço aí a importância de continuarmos essa jornada coletiva lutando aí por uma sociedade mais justa e por políticas públicas que reconheçam a potência do Cuidado em Saúde Mental a
partir de uma de uma perspectiva ampliada e ética ficam aí meus votos para que esse congresso seja um espaço fértil para trocas aprendizado e a construção aí de novos caminhos paraa Nossa atuação Muito Obrigado agradecemos a senhora Helena Rodrigues e passamos a palavra imediatamente ao Senor draulio de Barros Araújo draulio é físico e neurocientista Professor titular no Instituto do Cérebro da UFRN ele é autor de mais de 100 publicações científicas com mais de 6.000 citações tem pesquisado substâncias psicodélicas desde 2006 sendo Pioneiro na condução de estudos Clínico sobre dmt e a iasca Dr draulio é
contigo obrigado bom pessoal eh Boa noite prazer enorme est aqui hoje eh realmente é inacreditável ver isso que a gente tá vendo hoje e um movimento vindo do Conselho Federal de Psicologia eh a gente não podia como parte desse movimento e como integrantes do Instituto do Cérebro deixar de dar todo o apoio que a gente possa dar para que esse movimento caminha adiante com toda a força eu não tenho dúvida que essa missão difícil de se trazer uma prática ancestral para dentro de um contexto Clínico terapêutico ele como já várias pessoas falaram aqui ele não
é trivial de jeito nenhum e várias missões Estão aí dentro dessa grande missão maior que seria tentar trazer esse tipo de tratamento pro SUS acho que esse seria um dos objetivos que tá galgado dentro da da da lógica do Instituto do Cérebro o Instituto do Cérebro eu tô aqui então representando o Instituto do Cérebro eh tô representando duas pessoas que dirigem hoje o Instituto do Cérebro que não puderam estar presentes a professora Ken schmith e a professora Bernardete de Souza eh que desde o início da da proposta do cfp apoiaram totalmente a ideia de ter
essa parceria com entre o Instituto do Cérebro e o cfp eh dentro dessa perspectiva que a gente tá trazendo multidisciplinar aqui agora eh o Instituto do Cérebro ele é ligado Então à à Universidade Federal do Rio Grande do Norte eh a Universidade Federal conta hoje com 43.000 estudantes 5.500 eh funcionários técnicos administrativos e professores e o Instituto é criado em no dia 1 de Maio de 2011 a partir do sonho de uma pessoa que é um um dos grandes líderes do nosso Instituto que é o professor sidarta Ribeiro que vai est com a gente em
breve sidarta traz então pro Nordeste do Brasil a perspectiva de criar um instituto de neurociências de ponto que conseguisse fazer ciência de qualidade em uma das regiões mais pobres do Brasil vai Natal e com ele carrega vários de nós então hoje eu diria que o Instituto tem muito a cara do sidarta eh quem somos o que fazemos tem muita cara dele não é à toa que o Instituto embora hoje Conte com 17 professores vindo de formações das mais diversas médicos biólogos precisa não acho que não precisa pode pode deixar sem apresentação mesmo tá tranquilo eh
então Eh médicos biólogos físicos enfim de formações mais diversas trabalhando em diversas áreas do conhecimento das neurociências eh e curiosamente uma boa parte dessas pessoas resolvem se dedicar ao estudo da maconha e dos psicodélicos então aqui talvez eu traga mais uma marca do sidarta eh de ter talvez já recrutado as pessoas que talvez já tivessem esse interesse de fazer isso eh o Instituto então cresce hoje Ele conta com 17 professores a gente acabou de mudar para um prédio novo no Campus central do Instituto um prédio eh bem bem interessante bem bonito bem agradável fresquinho enfim
um lugar muito agradável de se trabalhar com pessoas muito agradáveis de se trabalhar então o Instituto realmente é um lugar eh que vale a pena conhecer que vale a pena conhecer as pessoas que estão no Instituto eh e e ele então cresce com várias perspectivas de trabalhar em várias áreas e ganha então uma certa notoriedade nesses estudos particularmente ligados à maconha e psicodélicos eh a gente tem então alguns professores como a professora Catarina como o professor Rodrigo Pereira como o professor Cláudio Queiroz que tá aqui hoje eh que e o professor sidarta que encaram todo
essa toda essa luta de se conseguir fazer pesquisa com esse tipo de substância Veja a gente tá falando de fazer pesquisa eu como cientista me impressiona a gente tá vivendo há 30 anos dentro de um cenário que é praticamente impossível fazer pesquisa e e a gente entende que a ciência é um agente norteador importante não único mas é um agente norteador importante então não faz absolutamente nenhum sentido que você proíba as pessoas pessoas de desenvolverem pesquisa naqueles assuntos e é isso que a gente vive no mundo e é isso que a gente vive no Brasil
uma luta diária pra gente conseguir fazer pesquisa com canab com maconha e com o vício eh com maconha e com psicodélicos então a gente eh tem vários modelos animais então a gente trabalha bastante com modelos animais trabalhamos bastante com seres humanos humanos e acabamos de conseguir um a licença para estabelecer um laboratório de cultivo de laca então é cannabis né E então a gente acabou de conseguir essa acabou não já faz um tempo que a gente conseguiu essa licença da Anvisa encabeçado pelo Professor Cláudio e que hoje tá em num processo de montagem em breve
a gente deve ter então um laboratório de cultivo de cannabis eh dentro do Instituto do Cérebro da UFRN e um outro grupo de pesquisadores incluindo o professor Richardson professora Catarina Professor sidarta eh o nosso grupo tem interesse então em trabalhar Tem trabalhado com outras substâncias e A Gente Tem trabalhado no nosso grupo então Tem trabalhado dentro de uma perspectiva eh eh mais Clínica terapeutica mesmo numa perspectiva de tentar avaliar dentro de uma métrica científica os benefícios antidepressivos de algumas dessas substâncias eh isso pra gente fazer isso a gente conta então com a parceria do Hospital
Universitário norre Lopes a gente tem uma unidade Clínica unidade de pesquisa clínica que fica dentro do hospital e é o local onde a gente tem desenvolvido Então essas pesquisas com seres humanos tanto voluntários saudáveis como pacientes eh nos últimos anos eu diria que o Instituto tem tentado buscar uma um um forma uma uma retomada muito grande Caná do seus canabinoides e das substâncias psicodélicas né com destaque para psilocibina presente nos cogumelos do dmt easc LSD quetamina e bogna e alguns outros eu vou agora mais a questão da maconha porque a gente tem um grupo de
trabalho na F já faz bastante tempo que debate sobre isso né o tema de psicod inclusive é um tema que a gente tá querendo avançar mas eu vou falar um pouco desse acúmulo que a gente tem ah produzido né Nós lamos uma nota em 2023 uma nota técnica do programa institucional que fazia um apanhado de como é que estão as evidências sobre os potenciais terapêuticos da maconha seus canabinoides para diferentes condições né Essa essa nota técnica tá disponível online S botar nota técnica cannabis fil Cruz você acha ela com facilidade e que a gente além
de elencar um resumo dessas evidências a gente começa a defender o avanço regulatório para que haja um acesso de fato gratuito Universal no Sistema Único de Saúde que eu acho que na verdade é nosso desafio né o nosso Desafio na verdade é que em última instância essa terapêutica esteja acessível para todos porque hoje em dia a gente sabe como enfim são os processos é uma coisa que atinge um número liit de pessoas né então acho que para F para nós nocional Essa é nossa perspectiva e a nossa a a o objetivo último né que a
gente tem né bom esse avanço né da cará terapêutica para no SUS tem alguns desafios né Um deles é o óbvio que é a questão da regulamentação né não nem mais de legislação porque na verdade a gente tem desde 2020 né uma recomendação da Organização Mundial da Saúde feita à comissão de drogas narcóticas da ONU que a maconha saí da lista quatro dos tratados internacionais eh sobre drogas n tratados proibicionistas né que proíbem de forma nem um pouco científica algumas substâncias e não se incomoda muito com outras e ali a maconha tava como uma droga
lista qua lista mais eh perigosa que não tem qualquer potencial terapêutico e gerador de grande potencial de dependência e a MS recomenda e a a comissão de narcóticas retira da lista 4 em 2020 isso então a gente tem ponto de vista dos tratados internacionais que são que fundamentam a dimensão Nacional o ok PR avançar nesse sentido então Tod dificuldade que tem regulatória ela na verdade deveria ser mais faltar aqui que é questão da pesquisa né e do desenvolvimento Nacional a gente tem obviamente no Brasil uma quantidade muito um incentivo muito do que desejável a pesquisa
né isso pesquisa em todas as áreas né então acho que a gente entendendo que a os desafios a plantio a obtenção da cannabis que existe não não deveriam ser tão grandes n devem ser superados né Que bom que o Instituto conseguiu finalmente a né Essa anização Via para poder contar na verdade para vocês plar que você tiverem autorização ptir né Muito legal é isso então assim eh Resumindo acho que tem esses desafios todos né que a gente tem que superar a questão intersexualidade é fundamental né a gente tem que juntar aí eh diversos setores inclusive
né dentro do governo da sociedade civil né ah das Universidades né então ass como é que a gente junta esses vários atores para poder avançar nessa temática né Eh a questão né de de eh ser um processo que eh Garanta H que a as evidências corroborem ali que a sejam eh medica questões eficazes e seguras né Isso é fundamental obviamente que a gente tá falando de substâncias que tem potenciais ah de riscos colocados e que a gente tem que colocar sempre esse avanço pensando aí né nessas na eficácia na segurança eh dessas investigações disponíveis né
Eh e Bom eu acho que eh basicamente isso nós do programa institucional né Eh junto com a Ficus Brasília essas outras várias ah grupos da da fil Cruz que trabalham com esse tema estamos muito felizes aqui de est contribuindo com o Conselho Federal né com os crps Eu também sou do Conselho Estadual do do Rio de Janeiro do representante do Conselho Estadual de de drogas do Rio de Janeiro do crp e com a plataforma brasileiro de drogas que é uma rede que tem mais de 50 organizações que trabalham pela reforma de pía de drogas também
nós também compomos né e acho que essa força aí que a gente já tá produzindo algum tempo e que ganha mais um capítulo muito interessante com esse seminário aqui é isso muito [Aplausos] Obrigado agradecemos o Senor Francisco né agradecemos mais uma vez a presença e as palavras de cada um e cada uma de vocês que compuseram a mesa de abertura e neste momento desfa o dispositivo de honra Para darmos início ao colóquio de abertura mas antes de saírem peço que por favor se perfil de pé para um registro fotográfico senhora Maria Carolina peço que por
favor permaneça no palco agora peço por gentileza que ocupem seus lugares reservados pois arrumaremos Nossa mesa o colóquio de abertura Quanto isso cumprimentamos mais uma vez a todo o público que está nos acompanhando pelo canal oficial do cfm no YouTube continuem conosco Vamos lá gente peço por gentileza que permaneçam em seus lugares daremos início agora ao colóquio de abertura compõe a mesa Maria Carolina Fonseca Barbosa Roseiro conselheira do 19º plenário do Conselho Federal de Psicologia e coordenadora do grupo de trabalho atuação da Psicologia no uso de maconha e psicodélicos em contexto terapêutico convidamos para compor
a mesa Fernanda diof kaigang do Museu Nacional dos povos indígenas [Aplausos] psicóloga e [Aplausos] psicoterapeuta convidamos agora Sandro Rodrigues da associação psicodélica do [Aplausos] Brasil participando conosco de maneira online sidarta Ribeiro do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte neste momento passamos a palavra para a senhora Maria Carolina Fonseca Barbosa Roseiro que já foi apresentada na mesa anterior bom agora mais uma vez sendo muito breve para abrir essa mesa eh registrar que essa abertura eh Ela conta com o apoio né que não é só apoio né É É a construção de
todo o congresso desde o seu início até a sua realização né da equipe do Conselho Federal de Psicologia Então queria registrar os agradecimentos né a toda a equipe aqui presente e também quem trabalhou nos Bastidores até aqui eh estamos agora iniciando uma mesa com o tema do congresso né E então eh falar um pouco sobre o objetivo desse congresso nesse momento né Nós estamos aqui para dialogar sobre o uso terapêutico de maconha e psicodélicos eh temos uma tarefa mais específica em relação às psicoterapias por conta do Papel né da atuação do Conselho Federal e dos
conselhos regionais de Psicologia eh mas tínhamos a intenção muito mais modesta né inicialmente de fazer um congresso eh de formulação de orientação de diretrizes pro sistema conselhos a partir da participação de pessoas já engajadas nesse campo e essa procura né que estamos ressaltando desde a primeira mesa demonstrou que existe uma demanda não só de psicólogas e psicólogos mas uma demanda da sociedade né Por um caráter formativo né Eh receber informações e ter acesso à formação eh quanto a esse uso terapeu né e entender o uso terapêutico como algo que se insere Como já dissemos né
na mesa de abertura eh dentro daquilo que a gente defende como direito à saúde né então não estamos aqui falando de eh uso terapêutico e de psicoterapias Descolados né de uma defesa de uma saúde pública e de uma defesa do acesso a direitos né como algo que eh nos leva a e a produção de saúde eh o evento Tomou essa proporção maior do que nós esperávamos então por conta disso tivemos que priorizar a participação de psicólogas e psicólogos né tendo em vista né o conselho eh ter essa eh esse direcionamento né mais pro exercício profissional
eh mas também eh entendemos que precisávamos contemplar nesse congresso outros saberes outras profissões eh Especialmente porque vivemos um momento de formulação né Eh faço essa contextualização agora já né dizendo que eh tivemos uma fala Inicial sobre o contexto da maconha que é um contexto que já tem uma regulamentação uma regulamentação que a gente entende que precisa continuar sendo debatida né uma uma regulamentação que ela não é suficiente para atender essa perspectiva né do acesso à saúde como direito eh mas no campo dos psicodélicos Nós ainda temos na psicologia eh um debate de regulamentação que ainda
tem uma caminhada a ser feita Então nesse sentido essa esse colóquio de abertura por conta do nosso compromisso né de com este congresso pensar a regulamentação é uma mesa de abertura que vai ter um pouco mais de ênfase né na questão dos psicodélicos mas nós teremos no dia de amanhã uma mesa especialmente para o aprofundamento quanto ao uso de maconha no contexto terapêutico eh queria também aproveitar esse momento da fala de abertura para dizer que esse congresso ele contou com um comitê organizador então quero aqui nomear né as pessoas que participaram desse comitê eh além
do cfp que representa eh tivemos também a representação dos conselheiros dos conselhos regionais e Anderson Matos de Minas Gerais Fábio Lopes do Paraná e Wagner pelo crp1 que é Pará e Amapá e Sandro Rodrigues que está aqui na mesa conosco era o nosso é ainda o nosso psicólogo adoc então ele é convidado né a participar do GT e também participou do comitê organizador Helena Fonseca e André Guerreiro pela Fiocruz e Cláudio Queiroz draulio pela UFRN pelo Instituto do Cérebro Cauê Pinheiro está aqui presente pela aca flor Iara Nico está aqui na mesa também eh Andresa
Costa que é integrante e coordenadora da nossa Comissão de Direitos Humanos pelo Conselho Federal e também agradecer né Eh Alexander mora que também integra a nossa comissão de direitos humanos e a conselheira Nita tchá que estão aqui presentes contribuindo com esse congresso eh logo antes de começar eh assim nosso colega Anderson me perguntou como que eu estava me sentindo com esse congresso né E aí disse que eu saberia logo mais né então Eh agora a gente iniciou os trabalhos né e queria registrar a nossa alegria não só pelo Conselho Federal mas também dizer que eh
essa expectativa modesta ela nos trouxe né com a participação de todas e todos que estão aqui com o interesse de muita gente que não pôde estar aqui hoje eh nos trouxe eh Uma expectativa maior né e uma expectativa eh de muita responsabil ade né daqui paraa frente eh entendendo que com esse congresso além dessa tarefa Inicial né de formular diretrizes de pensar orientação da Psicologia entendemos também eh que o Conselho Federal e os conselhos regionais de Psicologia estamos nesse momento assumindo uma tarefa né talvez maior do que esperávamos né de incidência política em relação a
esse campo eh e né Assumimos essa responsabilidade eh com muito com muita honra né Acho que me sinto posso dizer agora que me sinto muito honrada de estar aqui diante de todas todos e todes né fazendo essa tarefa né e assumindo esse compromisso com eh todo mundo que hoje compõe os conselhos e também eh com quem está junto de nós eh assim abri Então essa nossa mesa eh espero que a gente eh dialogue ainda essa noite mas eh se não tivermos o tempo de aprofundarmos o que a gente vai abrir hoje queria lembrar que amanhã
teremos os fóruns temáticos acontecendo eh que serão espaços para intervenções de toda a participação né do congresso Então vamos acolher as questões Hoje estou aqui na mesa eh com esse papel difícil né de eh mediar o tempo né Eh a mediação do tempo é um é um grande problema humano né então estou aqui com essa tarefa eh e vou procurar né manter um tempo para que a gente possa eh fazer algumas intervenções ainda hoje se não for possível a gente leva para amanhã paraas nossas mesas de amanhã e também pros fóruns temáticos agradeço a atenção
a escuta e vamos iniciar os trabalhos nós agradecemos a senhora Maria Carolina passamos a palavra a senhora Fernanda deof caigan do Museu Nacional dos povos indígenas Lúcia Fernanda Inácio bfor Sales conhecida como Fernanda caigan pertence ao povo indígena kaigang do Sul do Brasil seu nome em kaigang é diof e significa a flor de uma erva medicinal Fernanda kaigang é arte Educadora do ponto de cultura kag jare raiz kaigang o primeiro ponto de cultura indígena do Brasil foi a primeira advogada indígena formada na região sul do Brasil pela unijui e a primeira mestre em direito no
Brasil pela UnB é ambientalista defensora de direitos humanos dos povos indígenas há 24 anos e é Doutora em patrimônio cultural e propriedade intelectual na faculdade de arqueologia na universidade de leiden na Holanda Fernanda kaigang foi assessora da presidência da Fundação Nacional dos povos indígenas e foi membro fundador do Instituto kaigang e do Instituto indígena brasileiro para a propriedade intelectual é especialista de povos indígenas pela América Latina na proteção de patrimônio cultural material e imaterial perante diferentes órgãos das Nações Unidas e tem acompanhado a discussão do igc há mais de 15 anos Lúcia Fernanda é organizadora
da publicação do ponto de cultura kag deare 15 anos em 2020 e expressões culturais tradicionais kaigang em 2021 publicou a tese de doutorado intitulado direitos negados patrimônios Roubados desafios para a proteção dos conhecimentos tradicionais expressões culturais tradicionais e recursos genéticos dos povos indígenas no cenário internacional em outubro de 2023 atualmente é a diretora do Museu Nacional dos povos indígenas da Fundação Nacional dos povos indígenas no contexto do Ministério dos povos indígenas sen Fernanda deig a palavra é sua o povo cang e não tem uma expressão para dizer bom dia ou boa tarde ou Boa noite
nós perguntamos se as pessoas estão bem e como nós estamos na década internacional das línguas indígenas declarada pela Unesco nós vamos começar com uma aula básica de cing gang e se vocês estiverem bem vocês respondem R mar uma r r Ah todos aprovados na aula um tudo bem eh eu preparei uma apresentação eh em PowerPoint mas eh eu não prometo falar nada do que tá lá de qualquer forma vai tá escrito né o meu nome foi escolhido porque os nossos velhos os nossos cofar e pro povo cing gang eh a palavra velho ela tem um
valor agregado né o cofa é uma autoridade normalmente os nossos nomes são escolhidos pelos nossos avós né ou pelos bisavós E aí eh eu perguntava muito pra minha avó que era erveira que era benzedeira do meu povo que era Parteira Por que que ela tinha me dado o nome de uma florzinha de um chá vai eu sou da metade da Guerra da metade do dia da metade do Sol da metade da força você me deu o nome de um chazinho Como assim tinham tantos nomes mais apropriados diamante rosa porque chá e ela me dizia menina
e não dava muita bola ela dizia Você tem uma missão o teu nome foi escolhido por isso eu trabalho com pajés do país e do mundo todo eu fui escolhida para ser eh a pessoa que estudar proteção dos saberes dos nossos pajés há 24 anos atrás é um mandato a minha avó sabia exatamente o que ela tava fazendo mas eu pensava eu tenho uma falta de habilidade absoluta para distinguir entre uma planta e outra e ela queria que eu aprendesse mas não aquilo não funcionava né e depois eu fui escolhida para fazer direito eu também
não queria mas em função de um bem maior eu acabei fazendo então hoje eu vejo que a minha avó que partiu antes que eu terminasse a faculdade sabia exatamente eh o que ela tava fazendo quando ela escolheu o meu nome que simboliza cura o J tem som de en caang então a gente fala aí ó Fei eh eu venho de um ponto de cultura hoje eu quero trazer aqui eh para esse colóquio de abertura e É uma honra estar aqui né Eh no Congresso Brasileiro de Psicologia representando povos indígenas trago o abraço da nossa ministra
Sônia Guajajara e da presidenta Joel pichana da Fundação Nacional dos povos indígenas eu represento o Museu Nacional dos povos indígenas e levou 71 anos para ter um indí na frente do órgão científico e cultural da FUNAI primeiramente porque diziam que nós não tínhamos capacidade bom quando eu fiz direito O Código Civil de 1916 ainda dizia que nós éramos relativamente incapazes alguns atos da vida civil então eh a a primeira colocação o primeiro eh conceito que eu queria trabalhar aqui é a questão de como a sociedade brasileira como a academia como o governo Hoje eu estou
governo nem por isso eh os 524 anos que se passaram serão apagados mas como nós tratamos os povos indígenas como nós tratamos os saberes desses povos então nós viemos de um histórico de extermínio as pessoas falam muito ah os povos indígenas são invisibilizados não nós fomos negados nós fomos negados na nossa condição de seres humanos quando nós eh fomos invadidos em 1500 né eh as coroas europeias declararam que eram terras vacantes rés nulos terras de ninguém juridicamente nós fomos o ninguém da história e havia Eh orçamento governamental para que nós fôssemos exterminados e isso ocorreu
durante 410 anos então se cria o serviço de proteção ao índio que era o predecessor da FUNAI porque se pensava eh eles vão desaparecer porque são culturas inferiores com línguas inferiores e costumes que não vão sobreviver ao contato de uma civilização supostamente superior bem de 1910 até a Constituição Federal de 88 se esperou que uma política de assimilação eh incorporasse entre aspas harmoniosamente a comunhão Nacional os nossos povos isso não aconteceu da mesma forma que o nosso direito ao território foi negado E para isso nós fomos declarados bestas feras o nosso direito aos saberes também
foi negado As pessoas dizem ah oos saberes ancestrais os saberes tradicionais e o que está na academia é Ciência a pergunta é por que a academia tem pesquisado nas nossas terras se a ciência da academia é superior por milhares de patentes sobre todo tipo de saber que os nossos pagés e as nossas rezadeiras as nossas erveiras têm sem que essas erveiras essas rezadeiras essas benzedeiras esses pajés sejam reconhecidos como mestres do saber juridicamente é tão complicado trabalhar esse tema que as pessoas eh nos eh denominam como detentores ora Detenção é uma palavra que equivale a
posse e posse é um direito precário se eu tenho a posse eu tenho direito sobre ela de usar e fruir se eu não tenho mais a posse o direito se foi então se os nossos saberes foram compartilhados foram publicados foram filmados foram de alguma forma retirados do seu contexto tradicional e nós fomos considerados possuidores e não proprietários De que direitos nós falamos nós somos proprietários nós somos donos porque o dono tem o direito a Decidir sobre o uso inclusive o o direito de dizer não não quero o acesso não vou compartilhar e o governo brasileiro
Até recentemente dizia que ele era proprietário desses saberes então eu me refiro aí à lei 131 23 eh de 2015 que é a lei de acesso a recurso genético e que portanto se aplica às pesquisas sobre qualquer conhecimento de povos indígenas que esteja dentro de uma planta ou de um animal e eh essa lei não reconhece nosso direito como proprietários então quando a professora linda maori eh linda turai smi que é do Povo maori da Nova Zelândia começa e o seu best ela diz a pesquisa é talvez a palavra mais suja do mundo indígena nós
somos os povos mais pesquisados do mundo nem sempre a pesquisa foi bem usada e as pessoas falam de todos os horrores que a igreja cometeu Deus não tem nada a ver com isso os homens fizeram todo tipo de extermínio continuam praticando né mas assim e o que é univ faz e o que a pesquisa faz né então assim maconha eh aasc Jurema iekuana rapé quantos outros falando só de psicodélicos tem sido utilizados sem que os povos indígenas tenham benefício algum com isso a crise humanitária e aomame é uma vergonha Então os povos indígenas foram expropriados
dos seus territórios da sua condição de ser humano foram escravizados são as pesquisas da fio Cruz que dizem eh que o sangue do brasileiro ele é composto é fácil de identificar de mães indígenas e negras e homens europeus estupro e é um país feminicida e é um país que pratica todo tipo de violência contra a mulher porque isso foi considerado natural Então dentro das nossas pesquisas e dentro das nossas universidades eurocêntricas o Saber ocidental ele é considerado superior e é por isso que 1 kg de molécula eh patenteada de uma determinada substância por exemplo como
taxol custa milhões e o quilo do chá que deu origem a aquilo Vale 12 centavos então assim eh Qual é a relação de ética de Equidade eh de repartição de benefício porque as pessoas dizem Ah é um direito aos ao qual as pessoas têm que ter acesso ao direito à saúde o direito de quem pode pagar por isso não é então assim nós temos 13% do território nacional hoje que são as áreas mais conservadas da biodiversidade desse país e nela estão todo tipo de conhecimento e aí a gente vê projetos que pagam para pesquisadores 100.000
por produto 60.000 e aquele indígena que foi pesquisado aquele mestre do Saber morreu ganhando R 400 mensais então assim que tipo de pesquisa nós temos feito Que tipo de cons de Protocolos de uso e aí hoje nós temos licenciaturas interculturais quem é indígena e tá aqui sabe disso a gente precisa ter muito cuidado com o que as Universidades estão fazendo com os nossos meninos porque aquilo que os nossos pajés não contaram PR os pesquisadores não indígenas pro Neto ele vai contar pro filho ele vai contar e depois que for publicado o direito ocidental dirá está
em domínio público e o domínio público deriva da nú porque no passado a terra que não pertencia a ninguém nós éramos e ninguém é era o pretexto jurídico de expropriação e hoje o saber que pertence a todos são as novas fronteiras de expropriação nós temos saberes nós temos medicina que funciona tecnologias eh e remédios né mas até onde compartilhar pode ser eh expor as últimas os últimos remanescentes daquilo que a gente conservou então Eh eu falo da iasca por exemplo tem H empresas canadenses agora trabalhando para fazer gominhas eh de Aia oasc spray nazal eles
têm tentado conversar com os povos que que tomam que consomem a aasc aia oasc foi amplamente eh divulgada né E hoje os povos que compartilharam T um problema porque você vê todo tipo de uso e todo tipo eh eh eh de abuso sem que Esses povos sejam respeitados no seu direito a livre determinação que é um direito que substituiu né a tutela e eh que existia antes da constituição federal então para ir finalizando essa fala né eu eh fico pensando que demorou mais de um século quase dois para que nós tivéssemos um tratado internacional de
propriedade intelectual que reconhecesse que os povos indígenas são sujeitos de propriedade intelectual nós aprovamos em maio desse ano em Genebra né né E infelizmente nenhum dos países desenvolvidos que são os que detém as patentes o norte Global né Eh sobre os nossos saberes sobre produtos e processos que incluem os nossos saberes nenhum deles assinou mas os países que têm riqueza e biodiversidade sociodiversidade Sim assinaram nós teremos um tratado internacional então ainda que seja a base de vergonha pública né nós trataremos de defender o pouco que nos restou e seria bom seria muito bom que as
Universidades começassem a fazer um papel de reparação para começar concedendo título de notório saber para todos os anciãos rezadeiras Beiras Pajé as parteiras para que eles [Aplausos] pudessem para que eles pudessem receber como um professor Doutor o mimo por tantos títulos tantas pesquisas feitas sem que houvesse nada de volta então assim o Museu Nacional dos povos indígenas eh como órgão científico e cultural tem priorizado agora trabalhar com protocolos com Protocolos de pesquisa com Protocolos de consulta né para aquilo eh que tem saído eh dentro de uma prática que eu chamo de extrativismo eh intelectual né
não mais nós precisamos que as Universidades se convertam em pluriverse uma prática de Justiça de Equidade que a cura possa sim ser compartilhada mas os benefícios também que os nossos povos não tenham que mendigar comida água potável e que a demarcação dos nossos territórios é antes de tudo um bem paraa humanidade como um todo eu t em Cuiabá essa semana eu passei mal porque nem no ar condicionado era possível sobreviver então assim a gente chegou numa encruzilhada se nós não adotarmos medidas práticas o discurso não vai mais resolver então assim quero agradecer mais uma vez
né pela oportunidade de est aqui falando em nome de tantos pajés de tantos eh eh eh mestres do saber não porque eu seja uma eles são as minhas referências mas porque eu ouvi deles e esse é o meu mandato né Nós somos 1% da população Nacional eh se arredondar para baixo desaparece mas eh eu sou filha de servidores da FUNAI então é um órgão que foi esvaziado e que tá adoecido se eh os conselhos regionais de Psicologia puderem fazer parceria com a Funai para que pelo menos os servidores que tão com a bala apontada paraa
cabeça com a mineradora e a Madeireira condenando a saúde mental dessas pessoas todos os dias né Eh já seria um bom fruto da minha passagem por aqui não tenho uma expressão para dizer muito obrigada a gente dizm foi muito bom estar aqui [Aplausos] [Música] [Aplausos] agradecemos a senhora Fernanda yof kaingang e passamos a palavra ao psicólogo Sandro Rodrigues psicólogo e músico Doutor em psicologia pela Universidade Federal Fluminense autor e organizador de livros capítulos e artigos científicos sobre psicodélicos saúde mental música e filosofia cofundador e integrante do Conselho diretor da associação psicodélica do Brasil e criador
da TRIP terapeutas em rede pela integração psicodélica Sandro a palavra é sua obrigado estão me ouvindo Boa noite eh primeiro lugar vou agradecer né aqui o conselho pela organização pela promoção desse evento eh e e agradecer principalmente também após ouvir essa fala da Fernanda eh eh acho que é o primeiro agradecimento que todos fazemos exatamente a aos Mestres desses saberes Justamente que não são somente detentores talvez eh nós que nos debruçamos e estudamos e pesquisamos tentamos também nos nos apropriar de algum modo mas eh a melhor acho que o melhor tá nesse ponto em que
eh temos que ter muita atenção entre o que que é se apropriar de algo no sentido de se interar de algo entrar tomar parte algo de algo e tomar algo né que é esse expropriar que é isso que tá que acontece como um movimento num todo eh primeira eu eu acho que essa fala foi muito muito importante pra gente de para demarcar aí um pouco eh também um certo elitismo que acaba correndo que né nesse meio todo e as implicações que que isso traz eu tinha eh preparado aqui uma apresentação Zinha Mas eu posso eh
seguir eh a gente falando basicamente aqui para vocês alguns pontos que eu queria recuperar um pouco eh em relação ao que seria uma proposta de de que para mim nesse Campo eh encantador da Psicologia eh está batendo Porque é tão importante a psicologia se debruçar sobre esse tema e e de que e de tantos modos eh a psicologia eh tem tudo a ver com esse tema né e mas para isso eu vou eh situar um pouco inicialmente que partir de um ponto um pouco eh né Eu sou da associação da associação psicodélica do Brasil mas
eu partir de um pouquinho antes né assim e fora eh as pessoas que me conhecem sabem que eu costumo apontar que vem desde dosos anos 90 minha minha relação com com os psicodélicos e foi dali da da relação como músico no meio musical artística estética é que graças à experiência com os psicodélicos veio desenvolveu-se muito do meu interesse pela psicologia eh em termos eh de estudar eh a psicologia com uma expectativa também de entender um pouco eh mais esse esse tipo de experiência Tão rica que eu pude eh ter sendo que no momento em que
eu tive minhas Primeiras Experiências lá no início dos anos 90 assim eh eu sequer naquele momento eh conhecia a elastica ouvia falar um pouco uma coisa meio Dime tem um santo daim mas isso não nem uma coisa não nem conectava eh por exemplo Sant Dime com o ácido LSD que que aparecia num contexto Urbano que era através do qual eu tinha digamos assim meus primeiros contatos sabe até eu até eu entender muitos anos depois como é que tinha a ver toda essa história como é que isso tinha tudo isso começou e como é que isso
se desenvolvia que foi acontecendo Foi bastante tempo mas um pouco antes eh eh eu quando eu fiz o meu doutorado na na Universidade Federal Fluminense foi num projeto de pesquisa chamada gestão autônoma da medicação queria comentar um pouco rápido brevemente sobre isso porque eh dentro desse projeto né onde eu pude pesquisar a experiência psicodélica mas dentro de um projeto voltado a repensar a relação eh de usuários de Serviços de Saúde Mental com a sua medicação com os medicamentos utilizados eh havia uma perspectiva muito interessante a se pensar que é essa Perspectiva da que seria essa
gestão autônoma quando um fenômeno que gerava um dos fenômenos que justificava a existência desse desse projeto Era exatamente a automedicação entendida como uma forma de uso que eh com a leitura que que a gente eh aprofunda a respeito do que seria autonomia de fato não seria a forma mais autônoma eh porque de alguma for de algum modo que que acontece no fenômeno da automedicação é eh uma uma forma de uso que muitas vezes assim que a pessoa pode estar orientada pelo próprio pela sua própria experiência mas muitas vezes desconhecendo várias questões sobre o funcionamento dessas
desses medicamentos medicamentos diversos que funcionam de forma diversa e isso gerando eh um fosso porque tem ou ou havia o modelo do médico prescrevendo e a pessoa obedecendo ou e às vezes por um problema de falta de diálogo um problema de comunicação eh a resposta das pessoas era simplesmente não vou eh utilizar ou então assim negar o uso da medicação ou utilizar do jeito que for e isso gerava uma dificuldade pro serviço acompanhar por exemplo como é que tá mas o que esses efeitos aí tá usando assim assado por qu porque na prática também havia
todo um moralismo em torno da forma desse desse desse exercício desse poder desse uso então uma valorização de que se Siga a prescrição eh e aí eu a essa essa o doutorado fiz de 2010 a 2014 foi quando já já no contato com na dentro do da frente Estadual de drogas e direitos humanos do Rio de Janeiro eu entro em contato com Fernando Bezerra que er psicólogo também que vai estar aqui amanhã falando para com vocês e e a partir desse encontro ali e e das oficinas dos interesses que que são gerados as coisas as
as ações que a gente começa a a promover dentro da frente Estadual de drogas e direitos humanos eh diria que ali tem alguns Germes do que se tornaria eh e seria fundado pode passar paraa próxima isso aí em 2015 Obrigado eh a a APB Associação psicodélica do Brasil eh tem que sempre marcar bem a p b não é appp assim Fábio demarcou muito bem que por exemplo na psicologia a gente tem um conselho maravilhoso né e eu acho que isso é importante marcar a APB ela tem uma marcação de posição específica em que essa ordem
dos fatores altera totalmente o produto não temos nada a ver com abp eh mas é uma característica da APB ela foi fundada assim é exatamente em primeiro lugar assim a primeira sede prática nós nos fundamos com encontros eh pessoais encontros presenciais né Eh eh e era eh inicialmente vai a maioria dos encontros acontecia no no no meu eram no meu consultório ainda então assim para dizer que eh e e que assim a gente começou nossas atitudes muito com a nossa iniciativa a partir de uma eh eh sem aporte sem outros aportes e na nossa iniciativa
a gente também não tinha muito eh não tinha ninguém que tinha condição de ser benfeitor de nada porque ninguém tinha dinheiro para ser para para bancar nada eh muito grandioso então a gente eh Na verdade o nosso grande movimento era se reunir encontrar as pessoas e buscando afinidade em relação ao tema e valorizando esse próprio encontro logo a gente repara que para Além disso existia toda uma questão de afinidade eh que era para Além disso ético-política e que por isso eu comecei falando da gestão autônoma da medicação vou falar muito rapida ente aqui eh eh
e e e eu vou falar mais um pouco dessa afinidade ético-política na APB a gente tem tem foi criando vários várias Vertentes vários braços várias frentes começa principalmente não tá eh o início da nossa prática era muito voltada à redução de danos em contexto de festas que é o que era através da Brisa que era um projeto que um coletivo hoje em dia temos uma frente de redução de danos dentro eh eh mas assim durante um bom tempo A nossa prática então comem relação aos psicodélicos era a era ir num contexto onde as pessoas estavam
usando sem nenhuma intenção terapêutica espiritual não eram não eram rituais organizados como rituais religiosos não eram rituais não era uma uma organização de uma prática terapêutico eram festas pessoas utilizando inúmeras substâncias e e de alguma forma o nosso trabalho trabalho da redução de danos em contexto de festa tinha uma característica um informativa trazer informações sobre as substâncias eh eh eh tem uma troca é claro com as pessoas também nessa eh eh essa informação não vinha não era uma base de dados Apenas era uma troca uma possibilidade da gente eh por exemplo colocando uma tenda de
redução de danos numa festa as pessoas chegando a gente tem um primeiro contato a conversa ali com as pessoas e olha aqui esse material sobre saiba mais sobre eh MDMA LSD eh eh inalantes e aí não era somente substâncias psicodélicas que na verdade uma ênfase principal nos psicodélicos mas assim inúmeras substâncias são consumidas em contexto de festa e eh uma outra atividade na redução de danos em contexto de festa era a testagem das substâncias para tentar compreender melhor a procedência existem meios para se testar e o diria onde chega um outro ponto que para mim
sempre fo suprassumo que era o acolhimento das pessoas passando por situações difíceis né E essas situações desafiadoras e curiosamente então e nessa parte essa parte do acolhimento eu acho que talvez por ser psicólogo né assim é um das coisas que que gerava movia muito tá ali pensar como é que a pessoa chega e o que ela traz e como a gente acolhe e como cuida só que muitas vezes entendendo que nesse contexto é isso a pessoa chega ali ela não chegou Oi eu vim aqui eh buscar uma essa terapia promissor não não a pessoa chegava
ali quando chegava às vezes muito às vezes eh eh eh tinha dificuldade de chegar ali inclusive de admitir eh eh eh que tava sentindo que que que poderia ter um benefício até Porque inicialmente inclusive até um elemento que era muito presente eh por exemplo eh para homens era até mais difícil tá ser acolhido pelo machismo dos outros assim basicamente isso é um exemplo né de chegar ptar Ah você tá aí com babá vai para uma festa e tá ali tá ali tá ali sentado com uma com o pessoal em volta tá fazendo aí eh eh
eh só que isso com tempo isso se tornou eh isso se tornou com tempo uma eh aos poucos assim fazendo muito resumidamente eu diria que de em dois anos nos corridos de atuação eu percebi uma mudança a gente percebeu isso a gente enumerou estudou isso colocou em em em artigos também mas que era uma mudança também no modo da de como as pessoas estavam recebendo isso e não só recebendo passivamente mas justamente como é que aos poucos assim a eh a gente começou a perceber muita mudança as pessoas chegando pra gente eh já com práticas
já absorvendo práticas de redução de danos ali e muitas vezes chegando só para dizer olha só um amigo meu ali ele começou ele passou Tom mal de uma determinada maneira eu fiz isso assim assim assado foi tudo bem e várias vezes a gente ouviu sim então isso para mim eu essa ess esse processo que eu eu chamo de uma formação de uma cultura de cuidado que toda a redução de danos já tem isso no seu histórico eh eh E no meio dos psicodélicos também perceber que muitas vezes assim as pessoas começarem a entender melhor entender
limites entender que tem riscos entender os potenciais entender como explorar E aí eh Só que nesse acolhimento ele se dá ali rápido e a pessoa não foi ali procurando outra coisa daqui a pouco Acabou a festa acabou tchau e tudo mais e a gente percebeu com o tempo dentre várias frentes que nós temos na APB que eu não vou apresentar essas frentes aqui uma que acabou surgindo eh se constituindo também foi a trip eh terapeutas em rede pela integração psicodélica que a partir eh tanto de alguns princípios que estão na redução de danos quanto na
gestão autônoma da medicação e outros que são eh especificamente debatidos pelos autores do campo Psicodélico que tão que tão na psicoterapia assistida e e propondo a própria noção de terapia de integração psicodélica eh a gente pode encontrar Digamos um campo eh de atuação mais afim com aquilo que no nosso trabalho como associação psicodelica do Brasil era desde o início marcado como uma relação com os movimentos sociais eh nós nós antes de de de sermos Associação psicodélica do Brasil ainda tivemos uma etapa que fomos apenas fomos a ala psicodélica da marcha da maconha que foi assim
depois do Prim primeiro seminário sobre psicodélicos no Rio de Janeiro que nós fizemos em 2014 eh eh portanto há 10 anos eh eh a gente no no ano nesse a gente já já saiu ali junto com o pessoal da marcha da maconha convite do pessoal da ala feminista e isso era bem interessante pra gente porque essa essa interseccionalidade sempre teve presente na construção Inclusive a e até mesmo na na marcha teve isso a própria aula feminista já teve momento de ter de ter ali dentro não ter sido tão bem acolhida da Marcha como também a
ala psicodélica e depois assim maravilhosamente acolhida assim eu posso dizer que é tem toda em toda a sua pluralidade tá tudo construído eh E é porque essa interseccionalidade foi se afirmando e essa importância eh da Clínica articulada a uma dimensão política e aqui só para fechar um pouco esse Panorama aqui tá mostrando também só para vocês aí aqui é só título de propaganda com Produções nossas aqueles dois livros o do meio ali lá laranjinha ali psicodelico no Brasil volume do El tá Acaba de ser lançado eu nem vi ainda fisicamente nem recebi semana que que
a editora começou a a a a comercializar que é que a gente lançou o primeiro em 2020 eh psicodélicos no Brasil eh Ciência e Saúde e agora a gente tá lançando esse arte política com vários autores que não são somente da APB com autores convidados como no caso primeiro tem pesquisadores importantes e ali embaixo também nesse clima que estamos aqui celebrando esse congresso para a anuncio também que a gente no mês que vem Graças também ao cfb a um edital que nós conseguimos apoio nesse edital vamos tá vamos estar fazendo a segunda edição do do
do o segundo congresso eh eh eh eh de Psicodélico segundo Congresso Brasileiro de Psicodélico eh no Rio de Janeiro e E aí deixa como é que Ah tá bom o livro tá é da editora CRV vocês podem já procurar já no site a gente vai est fazendo um lançamento oficial lá no outro congresso porque vai ser quando ele vai est pronto teremos ele em mãos mas já é possível adquirir pelo site agora vamos ao ponto né tudo era introdução e agora agora que tá acabando o tempo é que eu vou chegar no eu não sei
não sei passar isso aqui não vou vocês fiquem olhando esse aí mesmo tá bom que eu vou comentar agora agora é o ponto vamos lá chegou a pandemia chegou a pandemia tínhamos a trip nos reuníamos e e recebemos eh pacientes eh procurando nos procurando a princípio por uma afinidade temática porque quando procuravam pensando ah quero que me acompanhe numa sessão a gente olha nós não fazemos na verdade isso não fazemos assim e aí por algumas questões assim uma até mesmo começamos a publicamente nos colocar eh eh eh sobre nossos posicionamentos eu já eu eh já
fui demitido já fui tive vários problemas eh eh por causa des do da do meu envolvimento da coragem de estar envolvido nesse tema já perdi muita coisa e eu comecei a perceber que eu i ter que ter um cuidado triplicado assim né eu eh eh não tem é é bem difícil sobreviver assim a certos riscos sem certos cuidados e o cuidado teria que ser triplicado e uma das coisas era não fazer nada eh que não tivesse o mínimo respaldo ou não fesse ou fosse ilegal então então que a gente tinha que oferecer para as pessoas
na pandemia eh pandemia o que aconteceu vou até eu vou colar aqui do minha do que eu tinha aqui né Eh começou a ter várias buscas de novas formas de atenuar o mal-estar porque teve na própria pandemia né com a situação de isolamento social eh foi constatado aumento do do uso de de de substâncias psicoativas eh eh sofrimento psíquico junto a isso que já vinha de antes da pandemia que é a insatisfação com os tratamentos existentes foi ficando mais Evidente ainda porque mais mal-estar mais incômodo e ao mesmo tempo uma eh eh ao mesmo tempo
começa um processo da divulgação da Renascença psicodélica divulgando também aí olha eh eh abrindo mais espaço para divulgar resultados positivos eh de do uso e de pesquisas e aí os preconceitos vão diminuindo né Aos poucos na sociedade cada vez mais as pessoas começam a utilizar ou buscar e nos procuravam e o que que a gente tinha oferecer ou projeto de pesquisa você vai procurar uma pesquisa que vai e aí uma assim eh eh critério de exclusão não dá conta da pesquisa de pesquisa não dão conta da demanda que chega para nós na clínica é muito
grande a quantidade de pessoas que vai passar por todo aquele processo e vai dizer tudo bem então não vou usar não vou testar ou o uso Justamente que ainda que havia uma regulamentação do uso religioso da eu a mas Exatamente é isso é um uso religioso ou é um uso tradicional Ele tem ele envolve todo um contexto que não é que não é que que é específico que Justamente que não cabe que aí vai ser n um aí esse é caso Acaso se aquela pessoa dentro daquele processo tem uma afinidade com aquele processo vai fazer
algum sentido do contrário você não tem não tem como indicar eh e aí a gente percebia que ao dizer ó tem isso e tem aquilo as pessoas Tá bom então iriam pro pro pro eh iriam para iriam para quem oferecesse E aí tem aí um monte de gente na internet oferecendo várias formas de de de cuidar atender e tudo mais e aí eh com essa demanda crescente Então como é que a gente podia fazer eh eh começou a perceber que havia também uma automedicação com os psicodélicos também um monte de gente começando a usar sem
entender direito se aí começa mon gente começando a ensinar os outros na internet como usar 100 mas também eh entender não tô desvalorizando o saber o o o conhecimento do saberes dos usuários mas o que acontece é que começa a ter um processo realmente de uma exploração e de uma construção de um de um lugar com como se soubesse as pessoas se colocando no lugar de orientar sem ter digamos eh base suficiente então a gente percebeu que a gente precisava eh também oferecer algo para isso e nisso é além da gente já trabalhar acompanhando atendendo
as pessoas né pela pela Perspectiva da Integração a gente percebeu que que de alguma forma eh com essa necessidade de isolamento social aconteceu um fenômeno pode passar pro próximo eh obrigado que é exatamente assim intensificou pra gente a a necessidade da gente adotar certas perspectivas de que já vinham no percurso eh como no caso da redução de danos e a gestão autônoma da medicação a gente fomos recuperando digamos esse percurso para perceber que é como é possível a gente ajudar as pessoas que tão interessadas em utilizar psicodélicos tão algumas decididas a utilizar tão num isolamento
social tão procurando outras pessoas estão ali várias assim querendo Opa é é uma coisa de de mercado mesmo assim as pessoas indo lá eh eh eh eh oferecer os serviços e tudo mais e aí a gente a gente aos poucos a gente começou a perceber se eu não vou dar para entrar em detalhe mas que o nosso trabalho poderia se pautar muito com essas perspectivas num trabalho conectado as redes de apoio a relação que as pessoas estabelece com o próprio território como a gente investir nessas relações para que as pessoas pudessem desenvolver alguns saberes para
autonomia então de alguma forma Isso acabou se tornando muito muito potente Então passa pr pra última porque E aí o que acontece para fechar o que eu queria trazer Só de ser apanhado né é eh eu menciono várias vezes aqui dentro desde que eu entrei pro GT assim que existem várias formas várias formas de uso então eu eu quis só exemplificar eh alguns pontos com al eu quis só exemplificar algumas formas como aom comparecem na na na na na clínica e aqui como chega o consultório Por exemplo quando eu disse ali redução de danos em
contexto de festa mencionei para vocês como funciona na festa mas eu tô mas eu tô aqui eu tô trazendo dizendo que tudo isso aparece na verdade e é no consultório as pessoas que chega e fala fui numa festa ou Fulano foi tomou não sei o que ficou assim agora tá perturbado ou ficou incomodado ou teve uma experiência e eh a própria psicoterapia assistida por psicodélicos a busca da psicoterapia assistida por psicodélicos e eh o a terapia de integração psicodélica propriamente dita a microdosagem eh tudo isso assim comparece no consultó de várias formas e é isso
que eu eh de alguma maneira só para introduzir então aqui para vocês assim eu quis trazer um apanhado para dizer que também a psicologia se debruça por todos esses campos e tem várias formas de se relacionar com o campo dos psicodélicos e tá muita troca entre o que se produz na ciência psicodélica e o que se produz na prática Clínica e como como uma prática política também e por fim pode passar pro último para fechar e agradeço eh a vocês pela [Aplausos] paciência nós que agradecemos ao Senhor Sandro Rodrigues ouviremos agora as palavras da senora
Iara Nico Iara Nico é psicóloga e mestre em psicologia experimental pela PUC São Paulo atua como psicoterapeuta h mais de 25 anos como supervisora Clínica há 15 anos e como de Psicologia tem 20 anos de experiência fez a formação em pesquisa em psicoterapia assistida por psicodélicos do Instituto faneros trabalha com terapia de integração psicodélica e psicoterapia assistida por camina desde 2020 vem lecionando e divulgando conhecimento científico sobre psicoterapia assistida por psicodélicos para profissionais de saúde e população em geral Iara a palavra é sua Boa noite meu povo Eita que emoção Que honra que alegria de
verdade talvez eu fale mais do que 21 vez tô feliz eh que emoção estarmos aqui juntos na abertura desse encontro histórico que seja verdadeiramente um encontro abre caminhos eu queria eu fiz uma apresentação e eu vou precisar dela para conseguir falar no tempo o que eu pensei em trazer como reflexão Obrigada eh eu fui convidada a falar sobre o uso de psicodélicos em contexto psicoterapêutico e trazer questões para que a gente comece a pensar sobre Quais são os caminhos para atuação e eu queria começar essa caminhada convidando a gente para resguardar o devido respeito e
humildade a força das substâncias psicodélicas o mesmo respeito que a gente precisaria resguardar sempre as forças da natureza eh isso vai fazer diferença pra discussão que a gente pode fazer respeito do uso ético dessas substâncias para cuidar de questões de saúde mental o meu segundo convite para nós é que a gente possa como profissionais de Psicologia respeitar com humildade os saberes ancestrais e depois da fala da Fernanda acho que fica muito claro que o nosso desafio não é pequeno que esse respeito e essa humildade não seja só discursiva que a gente possa de fato aprender
a fazer diferente e que a gente siga nessa caminhada em aliança real com os povos indígenas Esse é o meu desejo do coração porque quando a gente fala em substâncias psicodélicas eu não sei brincar disso aí a gente tá eh eh dizendo de um uso milenar pelo os mais diferentes povos originários desse planeta de fungos como é que brinca disso daqui gente talento cogumelos Eita plantas cactos animais que contém substâncias psicodélicas eh o que eu quero dizer é que a ciência psicológica é uma criança perto do tamanho de tempo de saberes acumulados pela humanidade criança
acho que seria até demais a gente é bebê diante disso né na minha vida pessoal a descoberta do Poder de psicodélicos para tratar de questões de saúde mental Profundas veio há uns 35 anos atrás eh quando eu era adolescente talvez se vocês passarem aí não sei se ajuda ou se tem algum truque aqui para eu aqui eh Há 35 anos atrás meu pai esse jovem guerrilheiro que lutou contra a ditadura militar e teve amigos mortos torturados familiares torturados e saiu com a minha mãe pro exílio durante quase 10 anos onde eu nasci com a minha
irmã na volta pro Brasil meu pai sofria de um abuso pesadíssimo de álcool com todos os problemas que a gente sabe que isso vem né meu pai usava álcool para se anestesiar dessa dor aqui esse é um desenho que ele fez no exílio em 1972 acho que eu não preciso explicar mais de que trauma profundo eu tô dizendo eh eu peço licença para trazer essa história pessoal porque eu entendo que a dor do meu pai de alguma maneira é minha trauma transgeracional existe e de muitas maneiras ela é Nossa essa é uma das Dores profundas
do Brasil Então meu terceiro convite é que a gente possa caminhar na reflexão sobre o uso de psicodélicos para cuidar de Dores do Brasil em respeito Genuíno a essas dores quando eu tinha uns 15 anos meu pai eh Obrigada chegou na cozinha nunca me esqueço dessa cena e falou assim filha tenho uma coisa para te contar eu comecei a participar de um grupo que bebe um chá e eu tô vendo coisas e começou a me contar que tinha viajado com Jesus pelo universo e que isso tava transformando ele e eu achei a coisa mais maluca
do mundo e fiquei completamente apavorada e achei que seria a pior coisa do mundo mas o fato é que um mês depois meu pai tava completamente abstinente e um pai muito mais amoroso eh e meu pai continuou a ir ao Asque iro até o final da vida há pouco tempo atrás eu nunca entendi o que que aconteceu ali e mesmo depois estudando psicologia eu continuei não entendendo porque nós profissionais de Psicologia não temos isso na nossa formação e essa é uma questão crítica pro momento atual que a gente enfrenta e pro que a gente tem
na frente para discutir bom o momento atual é o momento de renascença psicodélica então depois de Quase meio século de proibição dessas substâncias e de inviabilidade dos das pesquisas científicas a gente assiste a uma revolução no campo da Saúde Mental e resultados muito promissores com diferentes psicodélicos para diferentes questões de saúde mental vem sendo publicado tudo indica que nos próximos anos a gente deve assistir as primeiras regulamentações de terapia psicodélica não adiantou esse daqui é que tá indo assim eu aperto depois de 20 minutos aparece vocês ficam aqui até às 3 da manhã eu fico
na boa eh vou contar agora um pouquinho para vocês como é esse modelo de pesquisa de uso Clínico de psicodélicos bom eh nas sessões com psicodélicos que são substâncias como LSD psilocibina dos cogumelos Mágicos dmt cetamina e a dosagem é uma dosagem moderada para Alto a gente não tá falando de microdosagem ou dose pequena e são doses que produzem uma mudança radical profunda e intensa na nossa consciên os chamados estados não ordinários de consciência Eh esses estados TM propriedades capacidades terapeuticas incríveis E é difícil descrever eles para quem nunca teve porque por definição as palavras
escapam Essa é uma das características sabe quando a gente vai contar um sonho e o sonho não alcança numa experiência psicodélica é isso a enésima potência só que diferente de um sonho que a gente fala nossa Ufa era um pesadelo ou puts que pena era só um sonho as experiências psicodélicas TM uma marca de parecer muito real de serem reais muitas vezes mais reais do que é essa realidade aqui eh psicodélicos abaixam a as nossas defesas e nos colocam em contato com conteúdos reprimidos eles ampliam nossas emoções eles fazem a gente reexperience e não é
lembrar aqui é viver de novo memórias Eles produzem alterações radicais o nosso senso de eu de repente eu não sou mais a Iara eu sou a abóboda Celeste eu sou um chello eu sou uma cadeira eu sou outra pessoa sou várias outras pessoas eu sou um bicho eu sou a natureza né todos esses fenômenos psicológicos que a gente não está acostumado a lidar na nossa prática Clínica né nas sessões nos protocolos com psicodélicos o que a gente tem é uma sessão de Psicodélico e ela pode demorar horas dependendo da substância né com psilocibina MDMA 6
8 horas Imaginem quão diferente isso é da nossa prática clínica que a gente ficar uma hora atentendo alguém né e antes dessas sessões com psicodélicos existem sessões sem substâncias chamadas sessões de preparação eh e são sessões que tem uma função bem importante eu vou tentar é eh vou chegar lá tá eh na sessões então na estrutura com de pesquisa com psicodélicos antes das sessões com psicodélicos e depois das sessões com psicodélicos a gente tem sessões sem substâncias as sessões antes são chamadas de sessões de preparação e nos protocolos elas variam de uma a três sessões
que tem como objetivo preparar o sujeito para aquela experiência avisar Quais são os efeitos esperados e na técnicas de navegação construir vínculos fortes porque são experiências de Fato muito radicais e com o poder de desestabilizar importante e depois a experiência psicodélica existem sessões de integração eh que são sessões para elaborar para poder ancorar nesse estado de consciência aqui lições aprendidas num outro estado notem que as sessões sem substâncias elas acontecem em maior quantidade do que as ões com substância isso já aponta para uma diferença em termos de modelo de saúde mental do uso de medicamentos
hoje diários que a gente tem medicamentos psiquiátricos né Essas sessões de de preparação e de integração elas existem para maximizar tanto a segurança quanto os benefícios clínicos isso é bem importante da gente frisar bom Quais são as pesquisas mais avançadas em termos eh de psicodélicos em contexto Clínico essa linha aqui de psicoterapia assistida por MDMA para transtorno de estress pós-traumático que alcançou a fase três que é a fase anterior a pedido de regulamentação eh os resultados dessa pesquisa um protocolo de 15 eh sessões sendo só três delas com substância eu vou falando enfim porque acho
que eu quase sei de cor né mas o grupo que participou eh do protocolo de MDMA com terapia 70% dos pacientes estavam sem critério para tept dois meses depois do final do tratamento Esse número é bem superior ao número encontrado com os medicamentos atuais para essa condição não sei se vocês sabem mas os medicamentos de primeira linha para tept 40 a 60% dos pacientes Não respondem Então a gente tem uma questão social de saúde mental séria em relação a essa condição a segunda linha mais avançada é de psilocibina dos cogumelos Mágicos com apoio psicológico paraa
depressão resistente a tratamento eh uma linha de pesquisa importantíssima já que depressão é Segundo a OMS uma epidemia silenciosa a gente tem 300 milhões de pessoas em depressão no mundo sendo que em torno de 100 milhões de pessoas não respondem aos antidepressivos hoje disponíveis dois ou mais eh no mercado os resultados eh mais avançados são esses de fase dois o estudo maior que já teve nessa linha e eles reafirmam um dado que vem sendo consistentemente encontrado que é de uma ação antidepressiva rápida de psilocibina então um dia depois da experiência o sujeito já encontram uma
redução bastante significativa esse dado também é encontrado nas pesquisas com ayuaska con camina e que pode ser muito importante já que pacientes com depressão muitos usualmente T ideação suicida e os antidepressivos atualmente demoram Os Atuais os convencionais umas duas semanas para começar a fazer efeito então E literalmente essas novas eh terapêuticas podem salvar vidas né bom mas qual é que é o lugar da Psicologia nessa nova medicina nessa terapia psicodélica eh essa é a primeira questão que eu queria trazer hoje aqui para vocês tem um princípio muito interessante estabelecido desde os anos 50 que eu
acho muito fascinante é que o desfecho Clínico o resultado Clínico positivo não depende só da ação do Psicodélico sobre o cérebro mas da interação entre a substância e o set and setting que que quer dizer isso set mindset a a o contexto interno que a pessoa entra pra experiência com que intenção com que postura e o setting o lugar físico intorno em que acontece sendo certamente o elemento principal a outra pessoa humana que acompanha essa experiência um elemento muito presente em todas as pesquisas em em pap e em todos os eh rituais também ancestrais é
a música então e essa é outra característica e e há quem chame a música de o terapeuta escondido né E esse acho que eu trouxe Esse princípio básico para quem é da área porque ele já situa bastante qual é o papel qual é o lugar da Psicologia nessas intervenções de saúde mental né se fosse só a substância todo mundo que tá tomando MDMA em festa em casa com zam a grande maioria não tinha trauma era bastava colocar um cogumelo e e comer e acabou-se sua depressão acontece que essas substâncias não funcionam assim né Eh o
que eu tô querendo dizer para vocês portanto é que se a psicologia é a ciência que estuda a relação dos sujeitos com o mundo como a gente é afetado pelo mundo como a gente afeta o mundo que nos afeta e se a psicoterapia é uma das áreas de atuação da Psicologia exatamente sobre o contexto de indivíduos internos e externos então o lugar da psicologia e da psicoterapia é absolutamente Central numa terapia psicodélica né Eh a gente vive numa cultura que valoriza demais substâncias e medicinas né a gente sabe que psicodélicos produzem neuroplasticidade e talvez o
professor sidarta fale um pouco mais sobre isso agora mas só neuro plasticidade não é responsável e suficiente paraa gente garantir uma melhora terapêutica depende do contexto em que essa janela de abertura E esse novo potencial de aprendizagem acontece eh como eu disse psicodélicos são substâncias que deixam a gente extremamente amplificadores se usados no contexto certo com pessoas qualificadas eles podem trazer muitos benefícios produzir saúde e potencialização de vida mas a depender do contexto em que eles são usados por conta entre outras coisas da sugestionabilidade da vulnerabilidade Ele também é um espaço muito fértil para endeusamento
dependência de poder abuso então em bom português o que eu tô querendo dizer é essas substâncias trabalhar com elas não é brincadeira bom eh eu vou pensar aqui como é que eu vou terminar a minha fala porque não vou conseguir acompanhar o que aconteceu aí E então eu o que eu queria trazer são duas ideias centrais a primeira eu consegui concluir que é a psicologia tem um lugar central na eficácia de medicina psicodélicas Ok eh a gente tem um grande desafio pela frente o primeiro Grande Desafio que é regulamentação agora em agosto o fda acabou
de recusar eh a aprovação de MDMA para tept que eu acabei de mostrar para vocês os resultados fda assim como a vin e as agências reguladoras em geral do mundo regulam medicamentos e a gente tá falando de uma proposta tão inovadora que eh o que eh produz o resultado é a combinação de uma medicina concessões de intervenção psicológica antes e depois então pro comitê independente que assessorou o FJ que era composto na grande maioria por pessoas que não entendiam dessa área a psicoterapia como elemento do protocolo era uma variável interveniente porque não dá para saber
o quanto foi o medicamento e o quanto foi a psicoterapia eh se apresentaram outras questões mas eu vou trazer essa paraa nossa discussão aqui e aí existe uma questão quente nesse momento na área que é como isso impacta e vai impactar o pedido eh os novos pedidos da Indústria Farmacêutica de registro desses medicamentos existe uma tendência a excluir o o componente de intervenção psicológica como constitutivo dessas medicinas então eh como é que esse campo vai nascer o que serão regulados serão aprovados medicamentos serão aprovados medicamentos com terapia qual é o papel da Psicologia hoje e
por fim eh a segunda questão que eu queria trazer e que eu acho que ela Talvez seja até mais importante que a primeira é e depois de aprovados esses tratamentos quem serão as pessoas que irão fazer esse trabalho será que eh nós nós psicoterapeutas precisamos de uma qualificação especial diferente específica para trabalhar com Estados não ordinários de consciência Eu tinha apresentado todo um raciocínio não deu para apresentar hoje aqui em algum outro momento Fico à disposição para apresentar mas indo direto ao ponto a minha resposta é sim precisamos de qualificação se a gente quiser eh
implementar eh psicodélicos no SUS coisa que eu sou absolutamente eh a favor eu entendo que o nosso desafio passa por implementar com ética segurança e responsabilidade e isso envolve centralmente profissionais qualificados uma visão que vai muito além de uma visão biomédica ou medicalizante em relação a psicodélicos ela é mais do que uma visão reducionista ela é uma visão que pode produzir danos e isso é sério então Eh queria concluir dizendo assim o Brasil não vive mais uma ditadura embora a gente tenha passado por um Tris há pouco tempo mas as dores do Brasil as mais
coletivas e profundas são dores de ausência de um estado verdadeiramente democrático de direito se a gente quiser cuidar dessas dores a gente vai precisar garantir acessibilidade financeira ética e respeito que a gente consiga seguir adiante com respeito à força dessas substâncias e ao poder delas em respeito às dores do Brasil e em respeito na prática aos saberes ancestrais e a luta dos povos indígenas em aliança com eles é isso boa noite [Aplausos] agradecemos a senhora Iara Nico ouviremos agora o Senor sidarta Ribeiro sidarta é professor titular de neurociências e integrante do Instituto do Cérebro da
UFRN tem experiência em neuro neurotologia neurobiologia molecular e neurofisiologia de sistemas com interesse nos seguintes memória sono e sonhos plasticidade neuronal comunicação vocal competência simbólica em animais não humanos psiquiatria computacional neuroeducação cannabis medicinal psicodélicos e políticas de drogas pesquisador associado do Centro de Estudos estratégicos da fio Cruz autor de mais de 100 artigos científicos e de cinco livros entre eles o oráculo da noite sidarta está nos ouvindo bem tudo bom Tô sim obrigado vocês me escutam bem muito bem a palavra é sua muito obrigado eu quero saudar os nossos mais velhos mais velhas as Mestres
os mestres da mesa Fernanda cang Sandro Rodrigues a Iara Nico a Carolina Roseiro e todas as pessoas que estão nos assistindo amigos e amigas colegas cidadãs cidadãos de boa vontade do Aché do Bem Viver um prazer est aqui com vocês quero Celebrar essa iniciativa do Conselho Federal de Psicologia da Fiocruz e do Instituto do Cérebro da UFRN que é o integro Eh que que me parece muito bem-vinda muito auspiciosa tanto pelo contexto planetário desses assuntos maconha psicodélicos quanto pelo contexto local né o contexto nacional eu acho que a gente precisa eh lembrar e e minhas
colegas eh e meu colega na mesa já aludir a esse ponto que o fato de a maconha e os psicodélicos terem sido proibidos eh no nos últimos 100 anos eh precisa de uma perspectiva histórica porque são eh eh práticas são conhecimentos são saberes são terapêuticas extremamente antigos antigas né maconha cultivada H 11.500 anos então Possivelmente a primeira planta a ser cultivada depois do final da da última glaciação o peot e provavelmente H 8000 anos já fazia parte de uma de uma cultura e terapêutica eh no Vale do México e acima e então a gente precisa
lembrar que a proibição é muito recente e que ela assim como veio ela tá indo embora ela já já deu largos passos para se acabar e a gente precisa continuar a a a trabalhar de maneira consistente com com mais verdade mais conhecimento mais eh eh multidisciplinaridade mais eh transversalidade para poder terminar esse serviço que é jogar a proibição das drogas na lata do lixo e de onde ela ela não deve sair nunca mais porque ela causou muito mal E causa muito mal até hoje eh a gente precisa Lembrar que no caso específico da maconha que
foi proibida eh por razões econômicas e também políticas eh e e por razões racistas tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil e outras partes do mundo eh a maconha tá em ótima companhia no caso do Brasil ela ela foi proibida no mesmo movimento que proibiu o Candomblé o samba e a capoeira então maconha eh hoje caminha para ser um sucesso Mundial como a capoeira já é há um certo tempo né como samba também conquistou há muito tempo e e o Canon blé com raízes muito Profundas eh não é um sucesso mundial e planetário Até porque
não quer ser né tem os seus mistérios seus segredos agora a maconha com certeza venceu essa essa essa disputa e no Brasil a gente tá f fala portanto de uma disputa entre uma visão retrógrada anticientífica eh muito pouco informada eh sobre eh o que tá acontecendo no planeta versus uma uma visão progressiva que tem uma visão muito Ampla e que tem avançado claramente eh então tapar o sol com a peneira como a Associação Brasileira de psiquiatria abp não a nossa querida APB né Sandra mas a abp e como o própri cfm fazem tapar o só
com a peneira falando que maconha não não não é remédio maconha não tem uso terapêutico Ou que os psicodélicos são terrivelmente perigosos e não t utilidade uma grande besteira a própria Dea dos Estados Unidos reclassificou né a maconha da tabela um para tabela três por quê Porque reconhece porque não tem como não ver que além de ser uma revolução biomédica né que tem múltiplas indicações e e e e e bastante benigna com poucos grupos de risco sem uma verdos conhecida maconha virou uma commodity maconha então tem ela na verdade deu um ipon em quem foi
contra ela ela tá gerando renda gerando recursos para Muitas comunidades no planeta no Canadá vários lugares da Europa Europa certamente nos Estados Unidos eh na Colômbia no Uruguai não precisamos nem falar que do nosso lado e o Brasil continua patinando eh mesmo assim a luta tem avançado mas tem avançado muito menos do que deveria avançar porque o Brasil é um país muito grande né Tem repetido isso muito Brasil importar insumos eh farmacêuticos à base de cannabis é como o Brasil importar mandioca ma caixeira ipim não faz sentido eh e os psicodélicos Eh Iara já falou
aqui bastante bem caminham eh claramente paraa legalização eh alguns que já estão legalizados aqu etamina um Psicodélico eh extremamente terapêutico tá é legalizada eh o dmt inalado eh trabalho que o professor dral de Araújo e a sua equipe tem feito aqui no Instituto do Cérebro do fn caminha também para ter uma incorporação no ambiente hospitalar no no SUS e e a psilocibina também e várias outras substâncias eh eu quero eh não posso deixar de notar né a gente sabe a gente conversa sobre esse assunto que é muito irônico curioso e e trágico que a proibição
de drogas tenha focado nas drogas justamente nas drogas que potencializam novas conexões neurais são os psicodélicos e e sobretudo o thc na maconha Então hoje existe pesquisa bastante boa mostrando que thc psicodélicos promovem eh formação de novos neurônios a formação de novas sinapses promovem aprendizado a aumentado promovem eh podem promover aumento de criatividade dependendo de como eh São administrados e tudo isso eh foi foi pesquisa eh eh eh impossibilitada por muitas décadas né Por muitas décadas Havia só havia dinheiro para se pesquisar os malefícios dessa substâncias não seus benefícios eh então é muito é muito
auspicioso que o cfp tenha toma esse papel de liderança né e aqui a gente pode tomar um momento para honrar e celebrar a memória do grande professor elisaldo carlini que foi um dos grandes pioneiros da pesquisa com maconha no planeta né junto com o professor Rafael meulan de Israel e que eh colocou o Brasil numa numa posição de participar da pesquisa biomédica em maconha eh fomentando a pesquisa não só na Escola Paulista de Medicina Unifesp eh onde ele trabalhou muito tempo mas também na úp de Meirão preto na Federal de Santa Catarina eh e muitos
outros lugares do Brasil eh então muito bom a gente tá aqui lembrar do nosso querido professor elisaldo carlini que com certeza apostou corretamente né enfrentou já no governo gisel publicou o primeiro primeira demonstração do can bidol para epilepsia em ratos depois em 1980 publica eh isso em humanos eh ainda já ainda governo militar então uma pessoa de muita coragem né Eh hoje que a gente vê que a Mac tem tantos benefícios para para eh para diferentes indicações médicas incluindo ansiedade a gente viê o papel da da dos psicodélicos na na na clínica da depressão da
dependência de substâncias do transtorno de estresse postraumático a gente tem que lembrar dos Pioneiros E aí eu também quero saudar o o o nosso querido eh professor darti Xavier da Silveira e a sua equipe que tem fizeram ao longo de décadas se fazem ainda nesse momento com muita qualidade com muita eh e com muita propriedade eh trabalho Pioneiro sobre maconha e Craque eh e também sobre psicodélicos e o grupo da professora André galácia na UnB eh eh que que mostrou mais recentemente a a utilidade do do canabidiol para o tratamento de dependência de craque eh
poderia falar aqui de muitas outras pessoas algumas que estão presentes eh eh eh com certeza nos assistindo né amigos amigas colegas eh e e gente muito tem que tem feito um trabalho Pioneiro eh no planeta não a gente tem que lembrar que o Brasil um país eh um país que quase nunca consegue participar de uma revolução científica Por muitas razões diferentes não vou entrar em nesse assunto porque a gente não terminaria essa noite hoje mas a gente tem que lembrar que apesar de tudo isso a pesquisa sobre maconha já com o professor elizaldo carlini e
depois sobre psicodélicos eh No Brasil se desenvolveu particularmente bem eh e e a gente tem que Honrar isso ã acho que uma coisa que é Preciso olhar do do ponto de vista da Psicologia é é toda a pesquisa a ser feita sobre os benefícios não apenas cognitivos mas eh emocionais eh eh e e eu diria assim eh do mundo interior que tem ligação com a experiência da maconha e dos psicodélicos em particular os benefícios para libido e para atividade muita coisa boa tem sido feita e publicada recentemente mas muita coisa com certeza precisa ser pesquisada
ainda eh então quando a gente fala dessas desses desses dois Campos né do campo da dos canabinoides da maconha e e do Campo dos psicodélicos a gente tem que pedir lutar reivindicar e conquistar uma regulação isonômica né uma regulação que que que que promova o acesso a essas substâncias que T riscos eh relativamente baixos eh e com grupos de risco bem conhecidos e privilegiando aquilo que o Sandro mesmo eh apresentou aqui que é uma perspectiva de redução de danos com regulação isonômica para todas as substâncias Isso inclui regular de maneira eh eh eh menos rigorosa
as substâncias que hoje são proscritas e regular de maneira mais rigorosa substâncias que hoje são eh legalizadas mas que TM eh e e que que apresentam distorções na sua no seu modelo de regulação me vem à mente especificamente o fato de que no caso do álcool substância tem a a maior prevalência de consumo entre brasileiras e brasileiros a propaganda positiva na televisão ainda é permitida eh também quero dialogando aqui com com todas e todos vocês eh falar um pouco sobre esse problema Ou pelo menos uma discussão que que acontece no campo dos psicodélicos e da
maconha que é o fato de que a sua legalização também implica sua entrada no mercado capitalista e eu acho que eh a gente não deve a gente deve entender que isso é um problema mas a gente não não pode achar que a luta para legalizar essas substâncias ela só pode vir depois de a gente eh eh acabar com o capitalismo porque o capitalismo parece que não acaba tão cedo né o Ailton kenak responder uma pergunta eh dessa feita pela minha companheira pela Luísa falou olha o capitalismo não acaba nunca ele acaba com a gente antes
dele acabar né então eh eu acho que para quem tem medo da Souza Cruz a gente tem a fio Cruz a gente tem que investir em conhecimento que possa ser do público isso passa também pelas pelas instituições públicas fazerem o seu papel né eh e aí acho que é um papel importante da do apoio da da das Universidades e institutos de pesquisa as pessoas indivíduos associações que trabalham com maconha ou psicodélicos para dosagem para paraa compreensão eh dos das melhores formas de extração etc Eh agora acho que tem um papel uma coisa perigosa em toda
essa discussão que é a gente começar a achar que o problema da depressão da da ansiedade do do do trauma inclusive do trauma transgeracional eh vai se resolver com substâncias melhores e o pessoal da mesa que já que me antecedeu já tocou nesse ponto também então sim os psicodélicos e a maconha podem ser alternativas muito melhores para tratar farmacologicamente eh transtornos do humor por exemplo mas mas isso não torna essas essas terapêuticas restritas a sub distância eh e isso certamente não vai eliminar a depressão e ansiedade do planeta por quê porque depressão e ansiedade embora
possam eh ter até uma genética uma base hereditária em alguns casos e Embora tenha uma base biológica inegável não são fenômenos biológicos são fenômenos sociais que dizem respeito aos vínculos ou aliás a falta de vínculos né Eh lembro de ótimas conversas com o meu amigo Luiz Fernando tofol que deve estar nos assistindo aí participando do evento eh e né E que remete ao trabalho do C har as pessoas na verdade se deprimem quando não estão vinculadas a outras pessoas ou ou ou ouou comunidades ou atividades ou tenham relações que façam sentido então eh a gente
achar que a entrada da maconha e dos psicodélicos no SUS vai resolver o problema da ansiedade crônica e da depressão e e dos suicídios no Brasil de hoje em dia é a gente desconsiderar que as pessoas não teriam ansiedade nem depressão A maioria delas se tivessem né Eh bons empregos bons salários se tivesse transporte público eficiente rápido e e e e barato eh se tivesse semana de quatro dias se enfim se a gente tivesse menos desigualdade social menos menos homofobia transfobia misoginia né então a gente tem que pensar complexamente e amplamente que todos esses males
são socialmente construídos né que claro vão ser as pessoas são vulneráveis de maneira diferente por causa da sua genética da sua epigenética da sua história de vida mas a gente não pode perder de vista essa questão social senão a gente a gente entra no jogo do da grande indústria de vender remédio desse planeta que tá muito preocupada com Como vai fazer para monetizar a maconhas psicodélicos eh e até acho que por isso que essa legalização não avançou mais rapidamente ainda não sabe como monetizar eh como monetiz os antidepressivos convencionais eh acho que a gente precisa
olhar com muita para o fato de que a guerra as drogas quaisquer drogas e é uma guerra contra pessoas e contra pessoas em quase todo o planeta são negras são são de de são racializadas são etnicamente vulneráveis são pessoas eh das periferias das favelas a gente não esse para mim é uma questão central pensar que legalizar a maconha psicodélicos e trazer isso como uma terapêutica paraas pessoas das grandes cidades brasileiras eh eh é um é o é o nosso objetivo me parece um grande equívoco a gente tem que olhar para pior de tudo isso que
é o fato de que Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo né no caso de dos homens 1/4 mais ou menos dessa população carcerária por causa de de drogas no caso das mulheres eh 23 desse total por causa de drogas e essas pessoas não deviam estar lá Hum então é importante olhar para isso eh isso é um grande mal é um é um é um a prisão Brasileira é uma cí prisão Brasileira é uma tortura e e agora que existe a determinação do STF de interpretar a lei 11343 eh como como sendo uma
uma lei que não criminaliza a porte de até 40 g ou seis plantas fêmeas em casa é preciso urgentemente desencarcerar as pessoas que foram enquadradas nessas condições com menos com menor quantidade isso deveria ter acontecido 24 horas depois da decisão cada dia que essas pessoas estão passando na cadeia é uma injustiça muito grande Isso precisa ser me parece inclusive lanço a ideia de que seja uma Moção para o cfp defender isso se já não é eh ao mesmo tempo a gente tem que pensar em políticas de reparação não basta desencarcerar tem que reparar as pessoas
e as comunidades que mais sofreram com a guerra as drogas isso não é uma política eh de esquerda lá em Nova York que é um estado extremamente liberal de um país extremamente Liberal eh capitalista existe uma política de reparação de forma que que as pessoas vendem maconhas tem autorização para vender maconhas São pessoas que foram presas por pote de maconha sobretudo pessoas negras ou indígenas eh eu sei que eu já Estorei meu tempo e eu queria falar um monte de coisas a mais Eh mas eu vou eu vou vou sumarizar eh acho muito importante a
gente compreender que nada teria mudado no Brasil em relação a esses assuntos se não fosse a marcha da maconha as associações de entes que lutaram pela terapêutica canábica né então a gente tem que pensar em fortalecer as associações no caso do pl 399 que tá tramitando fortalecer as associações fazer parcerias com universidades para que elas possam atender os critérios do pl e fortalecer a presença da maconha e dos psicodélicos na farmácia Viva do SUS e fortalecer o plantil doméstico é importante entender que a maconha com a decisão do STF ela volta a ser uma planta
ela pode estar na sua casa seis plantas fêmeas do lado da carqueja do bolo do alquin do hortelã maconha sem Pânico moral e não tem nenhuma razão para isso não se estender os psicodélicos também eh a gente precisa lutar para que isso aconteça sem Pânico moral agora no caso dos psicodélicos como bem falou eh eh a Iara a gente não tem como prescindir da presença do Pajé ou da psicóloga ou do psicoterapeuta ou daquela pessoa que vai acompanhar aquele mergulho n isso eh torna isso tem uma complexidade bem maior do que simplesmente ter a substância
perto de você né então acho que já foi tocado aqui nesse ponto que é preciso que o cfp Lute para garantir o lugar das psicólogas e dos psicólogos nessa terapêutica né E esse modelo da psicoterapia assistida por psicodélicos e que também pode ser uma psicoterapia assistida por maconha é um modelo que privilegia a psicoterapia então é é o é o é a é o vínculo a relação humana né e e a intenção de transformação que depois recebe a ajuda da substância e não a substância como sendo né esse Deus ex máquina essa essa força que
vem e te transforma sem que você tem que trabalhar para que isso aconteça eh Por fim eu queria falar o seguinte e Fernanda cang falou muito bem sobre a necessidade de repartição de benefícios né aquilo que tá firmado no protocolo de nagoia que o Brasil assinou mas que não é implementado na prática os povos indígenas deram de graça pro pro homem branco ou paraos seus representantes tudo que que eh existe hoje na farmacopeia ocidental uma boa parte do que tá na farmacopeia ocidental tem a sua origem em conhecimentos indígenas não apenas na farmacopeia eh a
Dana mago Cambeba tem falado lindamente sobre isso como que a própria uso da Borracha foi entregue de de mão beijada de grátis sem nenhuma repartição de benefícios pros europeus então é é realmente que a Fernanda falou extremamente importante é fundamental reconhecer que pagés mestras e Mestres de saber Popular quilombolas eh eh ribeirinhos são sim em suas ciências doutores de conhecer que essas pessoas são experts que não existe uma única ciência a ciência acadêmica Universitária existem ciências indígenas ciências quilombolas ciências de povos originários sistemas de saber que são simbólicos que são metafóricos como é a ciência
acadêmica Universitária então preciso que se crie uma outra relação de paridade e e de humildade mesmo das ciências biomédicas eh no seu diálogo dentro da ciência acadêmica Universitária com as ciências humanas em particular com a antropologia mas não apenas com a psicologia com a arte e com sobretudo E aí com muita humildade com os com os pajés desse planeta e e o Brasil tá cheio deles o Brasil é um é um um dos lugares mais de mais riqueza eh desses saberes originários do Mundo do Planeta né Amazônia e o Pantanal o serrado são e a
Catinga são eh todas as regiões todos nossos idiomas São não só grande biodiversidade mas são grande diversidade cultural então Eh se a gente entender isso se a gente entender que os grandes experts em setting são os pagés a gente vai começar a fazer uma formação que não separa mais né medicina psicologia e saberes acadêmicos universitários desse conhecimento ancestral mas que o busca e busca em relação ganha ganha muita humildade muito respeito buscando saber sempre Qual é a repartição de benefício antes de haver qualquer benefício sempre né E isso vai causar uma tem uma dificuldade aqui
que é epistemológica porque isso significa reconhecer que os sistemas de crença são fator potente na terapêutica e reconhecer que as entidades são reais independentemente delas serem realidades extrafísicas que ainda não foram descritas pela ciência acadêmica Universitária ou se elas são realidades psicobiológicas realidades psicológicas e digamos neuronais Independente de ser um caso ou outro elas existem e a gente precisa dialogar com elas eh então quando a gente fala que as plantas são professoras isso tem um significado profundo que não pode ser reduzido a a a um efeito placebo a um a uma a a a ao
aquilo que que quem nega uma certa crença chama de sistema de crenças eh eu queria trazer para fechar mesmo agora um ponto que que que me foi trazido à mente pelo pelo professor Ricardo moebus Dr Ricardo moebus da Universidade Federal de Ouro Preto da psiquiatria eh e conversando com ele ele me fez perceber que o o as práticas integrativas do SUS trazem todo tipo de de terapêutica do planeta tem tem homeopatia tem acupuntura tem rake mas não tem aasc não tem cô não tem sananga eh não tem as Garrafadas não tem nada disso não tem
os os rapés e e e e e isso é polêmico porque muitas vezes as pessoas falam bom mas quem disse que que os povos indígenas que são tantos querem levar essas terapêuticas paraas grandes cidades mas eu quero lembrar e acho que é do conhecimento de todas e todos que estão assistindo ou ou então fica sendo agora que existe um movimento intenso já há vários anos de pajés e também de Aprendizes jovens de vários várias aldeias de Várias Vários povos indígenas brasileiros em direção às grandes cidades trazendo medicinas indígenas trazendo essas terapêuticas para uma população extremamente
curiosa de classe média Então se hoje a classe média se organiza para pagar por essas viagens pagar os custos dessa terapêutica para que cheguem às grandes cidades Por que que o governo não pode fazer isso no âmbito do SUS e a então eu tô falando de convidar os pajés as pajés que agora estão né Cada cada vez mais emergindo para virem aos centros tratar o povão tratar o nosso povo que passa por trauma transgeracional porque dia assim dia também a polícia sobe o morro para matar gente jovem negra e favelada e ficar por isso mesmo
porque são chamados de narcotraficantes Então como a gente vive esse grande trauma transgeracional como a gente tem essa imensa riqueza acho que a gente precisa humildemente pedir ajuda dos pajés e das pajés para nos ajudar como por incrível que parência acontece no Chile que não tem um sistema único de saúde forte como o Brasil mas que já permite que uma pessoa procure eh uma curandeira mapu uma matate para se tratar para Se Curar eh e evidentemente isso precisa acontecer com remuneração justa com repartição de benefícios e e com certeza o SUS está equipado para fazer
isso eu queria terminar dizendo para vocês que eu verdadeiramente acredito que o nosso diálogo é um diálogo ancestral pro Futuro Lembrando aqui do nosso meston crenac trazer para vocês a esperança que o nosso berimbal permite ter que a gente tá em movimento tá em transformação obrigado [Aplausos] Muito obrigado Senor sidarta Ribeiro Carolina gostaria de bom pessoal já agradecendo a todas todos e todes eh sidarta não conseguimos ouvir mas e Recebemos aqui as vibrações do do berimbal eh nós temos como horário pro término às 21:30 né Vamos respeitar esse horário né vou pedir né Aos participantes
e as participantes aqui da mesa que façam considerações finais eh tô acolhendo o berimbal de sidarta como as considerações finais né feitas nesse momento e já deixo registrado que é futuramente vamos convidá-los e convidá-las novamente para um outro momento como este né pelo Conselho Federal de Psicologia eh temos a intenção né de eh concluído esse processo de elaboração do plano de trabalho né e e eh talvez de formulação de outros documentos de outras manifestações do sistema conselhos né de fazermos um momento paraa comunicação pública né desse processo então a gente já deixa o convite né
deixo registrado a Fernanda né falei aqui com ela mas falei fora do microfone né que a nossa Comissão de Direitos Humanos ali já estava toda atenta à fala dela né e eh a gente vai prosseguir nesse diálogo então convido né vou iniciar então com com Fernanda para fazer suas considerações finais eh e em seguida passando para Sandro e Iara bom quero eh agradecer a gente não fez aut descrição né oh meu Deus não somos inclusivos Eu sou uma mulher indígena com cabelos longos negros uso eh plumária do pulver B da do do Mato Grosso e
colar de sementes amazônicas e brac leite de sanga calapo do Xingu quero agradecer a Maria Carolina pela mediação eh as aulas né porque é sempre uma aprendizagem uma troca eh do do Sandro da Iara do do sidarta né e dizer que os povos indígenas nunca tiveram problemas em compartilhar nós temos problemas em ser explorados nós temos problemas em ser negados então assim eh quando o Brasil parar né de tratar a sua diversidade cultural com eh como um fator de extermínio e considerar isso um fator de riqueza nós seremos um país muito melhor nós somos o
número um do mundo em diversidade biológica e cultural nós temos saberes e fazeres eh que podem ser muito úteis para curar o mundo nessa crise que nós vivemos e mas é é eh é necessário que a gente faça alianças e comece a adotar medidas práticas para que a gente Coloque esse discurso tire esse discurso da letra fria do Papel né e transforme isso em realidade quero parabenizar cada um de vocês que tá aqui neste horário né Eh já próximo aí do final de semana tentando construir soluções né para curar para para tratar para levar para
compartilhar de maneira equitativa eh e aí tem uma saudação eh da África do Sul eh eh que eles cumprimentam dizendo sav Bona sav Bona significa eu te respeito eu te valorizo você é importante para mim então quando dentro do sistema de saúde dentro do Ministério da Saúde dentro do governo brasileiro nós podemos fazer esse exercício de reconhecimento né daquilo que foi feito né e eh de mudar essas práticas de afirmar direitos que foram historicamente negados para que a gente possa para começar Curar as dores né Desse Brasil profundo eh então quem sabe a gente possa
responder choba né quando você diz os povos indígenas são importantes eles têm saberes que são valiosos nós valorizamos e nós reconhecemos né que Esses povos e essa ciência tem valor nós possamos responder então nós existimos para vocês chicua [Aplausos] eh agradeço então novamente todo mundo que teve aqui que tá aqui até agora e agradeço o cfp e parabenizo por essa eh iniciativa também colegas aqui na mesa né Fernanda e a ara a Carolina e o sidarta e deixo apenas assim dois recados um acho que a gente valorizando tudo que a gente tem eh de potencial
aí como como a Fernanda bem ressaltou e eu posso dizer que isso tem em outros âmbitos também as as conquistas que nós temos na na como modelo de reforma psiquiátrica muito muito bem eh eh respeitado mundialmente nós temos várias iniciativas e nosso conselho que nos dá muito orgulho como Fábio Bento pontuou é bastante eh eh não só Progressista em vários aspectos como eu diria que esse que ser Progressista nesses aspectos se tratando de saúde é ser extremamente responsável é pensar em vários âmbitos nos diversos âmbitos daquilo que vai vai para além até do do do
dos diversos settings assim a estrutura da sociedade quando pensa e eu acho que nisso é eh nós eh a psicologia brasileira é muito avançada tem como tem como se juntar com esse conhecimento acerca dos psicodélicos e e e e construir algo muito maior que para mim se eh eh pela hora que eu digo então é como o meu refrão mesmo né é hora de expandir a consciência Obrigado pessoal [Aplausos] acho que eu só queria agradecer mesmo ao convite e parabenizar o Conselho Federal de Psicologia acho que num país como o Brasil pensar num Conselho Federal
que cuida da saúde ter esse posicionamento né de falar sobre maconha e psicodélicos com base em conhecimento científico e reconhecimento de saberes ancestrais só isso para mim gente é de dar esperança para para esse Brasil né eh Além disso acho enfim que as falas todas foram se complementando e queria muito agradecer a Fernanda ao sidarta ao Sandro eh porque acho que deu para sentir um cheirinho da complexidade desse tema e do lugar da Psicologia né Eh acho que tá claro que a psicologia tem um lugar central e que existe eh um perigo mesmo de medicinas
psicodélicas serem apropriadas por um já existe um capitalismo Psicodélico já existe E aí eh eu entendo que a psicologia precisa ir avançar para um lugar de frente né Eh e ocupar esse espaço porque a gente não tá falando de medicinas que funcionam assim né e fico pensando nos desafios enormes eh eu tava aqui lembrando o ano passado eh eu tive com alguns colegas que estão aqui no maior congresso Psicodélico que já teve eh no mundo lá em Denver e no final do congresso na hora que enfim o congresso tava sendo fechado houve um protesto de
pessoas indígenas e teve uma fala que me marcou muito né e eles diziam assim eh de alguma maneira eh prestem atenção no que vocês vão fazer porque a gente enfim tinha tabaco e o tabaco para nós é medicina eh olha o que vocês fizeram quando vocês importaram essa eh planta eh pra cultura de vocês a gente tem a coca e e ela tem uma função dentro da nossa Cultura a hora que ela foi implementada dentro desta cultura eh olha o que ela virou então quer dizer eh forças da natureza que tem um poder é eh
de cura de promoção de mais relações potentes com a vida viraram fontes de adoecimento na nossa cultura eh a gente precisa ficar muito de olho aberto e por fim acho que tem uma outra coisa que eu me lembrei que é eu acho que a gente tem a aprender com os saberes ancestrais não só a respeito da lida com essas substâncias ou do setting Mas eles têm uma tecnologia relacional eles têm uma tecnologia do Sagrado que nós definitivamente perdemos como cultura ocidental capitalista atual e eles têm uma tecnologia relacional eh E se a gente quiser de
fato promover saúde psicológica concordo completamente com sidarta é uma ingenuidade achar que então tá nossos males sociais emocionais serão curados agora só com Enfim uma nova proposta em Saúde Mental a questão é bem mais complexa e a gente tem né Nós brancos a gente tem muito que aprender para não deixar que o céu desabe em cima das nossas cabeças é [Aplausos] isso sidarta gostaria de dar mais alguma palavra eu só quero dizer que é uma honra est aqui com todas e todos vocês eh tudo que foi falado me representa e eh acho que a gente
tem o Brasil tem do anos até um grande reencontro com o fascismo espero que a gente trabalhe bastante nesses dois anos para andar o mais rápido possível na direção de mais saúde para Mental para todo mundo porque a gente vai precisar dela Aé muito obrigada a todas e todos para encerrar eu vou ler aqui um parágrafo só da nossa carta de boas-vindas para deixar registrado eh desejamos que este este congresso seja uma experiência em que o diálogo o respeito a integração e o conhecimento intercultural possam florecer fortalecendo nossos rumos por um Horizonte humanitário mais diverso
e por um melhor futuro planetário o presente nos pede coragem para assumir nesse caminho que os riscos maiores estão em nossa consciência Assim como as possibilidades de criarmos vidas mais dignas e com justiça social para isso é preciso que a consciência humana possa ser plural e que se perceba mais coletiva que essa humanidade consciente esteja Atenta às suas memórias e e que reconheça suas histórias que outras formas de percepção inclusive as não humanas e as não conscientes também possam nos ensinar esses caminhos o que os mais antigos nos legaram e que hoje traduzimos com Bem
Viver boa noite e até [Música] amanhã agradecemos a Carolina Fernanda Iara Sandro sidarta pelas apresentações nossos mais sinceros agradecimentos a todas as pessoas aqui presentes a todas as pessoas que nos assistiram pela transmissão pelo Canal de cfp no YouTube e assim encerramos a cerimônia de abertura do congresso brasileiro de Psicologia maconha e psicodélicos ética saberes ancestrais e os caminhos para a atuação retomaremos as atividades amanhã às 8:30 da manhã e as participações nos fóruns temáticos se darão por ordem de chegada até a lotação da sala tenham uma boa noite
Related Videos
2º dia manhã | Congresso Brasileiro de Psicologia, Mac. e Psicodélicos
4:12:11
2º dia manhã | Congresso Brasileiro de Psi...
Conselho Federal de Psicologia
3,593 views
Natuza Nery: “Podcast ‘O Assunto’ é um espírito obsessor” | Mamilos Café #22
59:55
Natuza Nery: “Podcast ‘O Assunto’ é um esp...
Mamilos Podcast
11,756 views
A CONDUTA MORAL QUE EMBELEZA A VIDA - Lúcia Helena Galvão da Nova Acrópole - SEMANA DA ARTE 2023
58:35
A CONDUTA MORAL QUE EMBELEZA A VIDA - Lúci...
NOVA ACRÓPOLE BRASIL
507,624 views
Celtic Irish and Scottish Music with Beautiful Travel Views of Ireland, Scotland and Wales
1:00:06
Celtic Irish and Scottish Music with Beaut...
Visual Melodies
976,694 views
Entrega da Medalha Virgínia Schall de Mérito Educacional e do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses
2:58:54
Entrega da Medalha Virgínia Schall de Méri...
Fiocruz
745 views
Deep Focus - Music For Studying | Improve Your Focus - Study Music
Deep Focus - Music For Studying | Improve ...
Greenred Productions - Relaxing Music
3º dia manhã | Congresso Brasileiro de Psicologia, Mac. e Psicodélicos
2:28:54
3º dia manhã | Congresso Brasileiro de Psi...
Conselho Federal de Psicologia
1,778 views
RITA VON HUNTY fala sobre ansiedade do fim do mundo e desamparo no Pauta Pública #133
40:53
RITA VON HUNTY fala sobre ansiedade do fim...
Agência Pública
33,761 views
Finitude e o sentido da vida | Ligia Py
44:26
Finitude e o sentido da vida | Ligia Py
Café Filosófico CPFL
217,275 views
A nova resolução do CFP sobre títulos de especialistas para psicólogos e psicólogas
17:39
A nova resolução do CFP sobre títulos de e...
Psicólogo Manoel Carvalho
3,148 views
2º dia - tarde | Congresso Brasileiro de Psicologia, Mac. e Psicodélicos
2:04:56
2º dia - tarde | Congresso Brasileiro de P...
Conselho Federal de Psicologia
2,017 views
Jazz Covers Popular Songs 2024
Jazz Covers Popular Songs 2024
PMB Music
Celtic Harp and Flutes: Meditative Healing Music . Deep Relaxation and Calming Music
Celtic Harp and Flutes: Meditative Healing...
Mind & Spirit Relaxation with Music
É preciso ser louco para dizer o óbvio
15:46
É preciso ser louco para dizer o óbvio
Eu Sou Aquilo
310,223 views
From Seville to Isfahan - Constantinople & Accademia del Piacere (Tabassian & Alqhai) - Full concert
1:22:40
From Seville to Isfahan - Constantinople &...
Constantinople
144,084 views
🔴 Deep Focus Music To Improve Concentration - Ambient Study and Work Music to Concentrate
🔴 Deep Focus Music To Improve Concentrati...
4K Video Nature - Focus Music
P.E.P.G Psicologia Social. Crise e Reformulação da Psicologia Social no Brasil - 3
28:29
P.E.P.G Psicologia Social. Crise e Reformu...
TVPUC
9,248 views
LIVE | “O Sujeito da Angústia na Contemporaneidade: Vivências e Construções na América Latina”.
1:44:26
LIVE | “O Sujeito da Angústia na Contempor...
Conselho Federal de Psicologia
1,309 views
Mark Knopfler At The AVO Session (12th Nov, 2007) FULL SHOW
1:00:10
Mark Knopfler At The AVO Session (12th Nov...
Mark Knopfler
431,095 views
fé e filosofia, com viviane mosé
1:56:50
fé e filosofia, com viviane mosé
instituto cpfl
241,229 views
Copyright © 2025. Made with ♥ in London by YTScribe.com