Talvez uma das matérias que os estudantes de contabilidade tenham mais dificuldade para entender é a contabilidade de custos. É nela que você vai estudar a classificação, alocação, tipos, modalidades e contabilização para alocar o custo ao resultado do período e assim informar a D e R demonstração do resultado do exercício. Então nesse vídeo eu vou te explicar a base para que você possa entender tudo que irá estudar nessa matéria e a importância de cada um desses assuntos.
O primeiro grande ponto que você tem que entender é que a contabilidade de custos foi desenvolvida inicialmente para empresas industriais, pois nesse setor existe uma complexidade maior em se apurar o quanto de custo vai para o resultado. Para que você entenda, vamos comparar o processo de venda em uma empresa comercial e o processo de venda em uma empresa industrial. Na empresa comercial, o processo se resume a compra da mercadoria, do fornecedor, estoque dessa mercadoria e venda para o cliente final.
Na empresa industrial, o conceito de mercadoria muda para produto, que é quando uma ou mais matérias primas são transformadas em outros produtos. O que entra no estoque é totalmente diferente do que sai. O processo de venda em uma empresa industrial começa com a compra dessa matéria prima do fornecedor e passa pela transformação dessas mercadorias.
Ou seja, a empresa soma outros componentes para que um novo produto seja formado. Nessa etapa, outros insumos são consumidos, formando assim um produto final que será vendido dessa forma. Diferente de uma empresa comercial que irá ter apenas um tipo de estoque na empresa industrial você encontra o estoque de materiais, o estoque de produtos em processo e o estoque de produtos acabados.
Essa diferença nos dois setores tem um impacto na maneira como a contabilidade registra e nos controles existentes em cada empresa. Enquanto na empresa comercial os insumos são mercadorias que serão estocadas e vendidas e aparecem no balanço patrimonial como estoque de mercadorias e na BR como custo da mercadoria vendida. Nas empresas industriais, os insumos.
Tudo o que entra pode ser matéria prima, embalagens, materiais indiretos, mão de obra, gastos da fábrica, energia elétrica, depreciação das máquinas. Portanto, dependendo da etapa de produção que o item se encontra no momento da apuração do balanço, ele vai estar classificado em um desses três estoques e quando ele é vendido, recebe uma nomenclatura diferente na DRM. Antes de continuarmos, deixe eu te mostrar exemplos reais de tudo o que estamos falando com duas empresas listadas na Bolsa de Valores, com demonstrações contábeis disponíveis para todos.
Estamos falando da Magali e da Vera. Vamos lá. Começando com o balanço de uma empresa de comércio, dá para ver que no balanço da Magazine Luiza, uma das maiores varejistas do país, é o estoque dentro do ativo.
É uma conta bem representativa. Mas o mais característico da empresa do comércio é quando a gente olha a nota explicativa desse estoque. Veja que a composição do estoque é praticamente mercadoria para revenda.
Nós não temos as três classificações que acontecem numa indústria. Como a gente já vai vendo o balanço da WEG, analisando também a D. R.
, a gente encontra aqui o custo das mercadorias revendidas. Essa é a nomenclatura específica para a área de comércio. Afinal, a atividade do comércio compra estoque e vende.
Agora, analisando o balanço da WEG, dá para ver que a conta de estoque está ali presente. A classificação entre as fases de produção do estoque a gente pode encontrar na nota explicativa que vai detalhar a composição desse estoque, indo na nota número sete que detalha o estoque. Nós temos estoque de produtos acabados, estoque de produtos em elaboração e estoque de matérias primas.
Veja que cada uma dessas etapas que o material vai passando até virar produto é registrado pela contabilidade e evidenciado na demonstração financeira. Veja como na BR da indústria o custo tem outro nome custo dos bens ou serviços vendidos. Então é quando clara essa diferença entre comércio e indústria.
Agora a gente vai se aprofundar mais nessas fases existentes no fluxo de produção da indústria. Vamos entender como funciona o fluxo dos estoques industriais. Tudo começa com a aquisição da matéria prima com o fornecedor.
Esses insumos serão estocados antes de serem requisitados para entrarem na linha de produção. Assim que a indústria começa o seu processo produtivo, ela faz o requerimento desses estoques, aonde agora os materiais serão transformados em produtos, formando assim com nosso estoque de produtos em processo. Assim que esses produtos são finalizados, ou seja, a produção acaba, nós temos um novo estoque formado, que é o estoque dos produtos acabados.
Eles ficam armazenados na indústria até o momento da venda ocorrer. Assim que o cliente compra esse produto acabado que nós temos, o custo dos produtos vendidos em todo esse processo é muito importante que você entenda que os três estoques, estoque de materiais, produtos em processos e produtos acabados são registrados no balanço patrimonial. O custo dos produtos vendidos registrado na DRT só acontece a partir do momento que o produto acabado é transferido para o cliente no momento da venda.
Então, como nós vimos na indústria, vários custos são incorridos ao longo da produção para formar o nosso produto final. Toda a matéria de custos vai se concentrar em como que esses custos são apropriados aos produtos e quando são vendidos, se transformam em custo. Na D.
R. eu trouxe um exemplo bem básico vamos imaginar que a gente gastou no mês 9000 com matéria prima, 4500 com mão de obra e 1500 com energia elétrica para produzir os nossos 15 produtos. O total gasto para fazer esses 15 produtos foi de 15.
000 R$. Concorda comigo? O custo unitário de cada um dos produtos vai ser 15.
000, dividido por 15. Cada produto me custou 1. 000 R$ para ser produzido, porém não vai ser isso daqui que vai para minha DRT.
Afinal de contas, se eu não vendi esses produtos produzidos, parte deles continua no meu estoque. Supondo que eu vendi 12 produtos, se eu vendo 12 produtos, por que vai para minha DRT? Vai ser 12 vezes o custo unitário, ou seja, o custo do produto vendido lá na BR vai ser de 12.
000. E os três que falta para fechar os 15. 000?
De tudo o que eu produzir vai ser o meu estoque de produto acabado, ou seja, 3000 fica no estoque e 12 vai para resultado. Então, tudo o que você vai aprender na matéria de custo é para achar esses valores aqui, o custo do produto vendido e o estoque de produto acabado, que nada mais é do que apurar o quanto que eu gastei durante o período para elaborar os meus produtos. E aí começa uma série de classificações.
Você percebe que nesse nosso exemplo aqui, praticamente tudo o que eu gastei eu alocar diretamente aos 15 produtos que eu vendi. Só que na prática e nos exercícios que você vai fazer, é um pouco mais complicado. Não necessariamente.
Eu tenho um único produto. Eu posso ter mais de um produto. Muitas vezes eu não consigo alocar diretamente esses fatores que foram consumidos ao produto, e aí eu tenho que usar de classificações e rateio para descobrir exatamente o quanto que eu gastei em cada um dos produtos que eu estou vendendo.
E nesse campo e estudando essa lógica, muita regra de três que você vai ter que exercitar na disciplina de custos. Então para esse vídeo eu quero te explicar quatro classificações que são a base de toda a disciplina de custo Custo direto e indireto, fixo e variável. Vamos lá.
Para entender custos diretos e indiretos, você deve raciocinar em como que os insumos consumidos podem ser alocados ao produto. Se você consegue apropriar diretamente a quantidade consumida ao produto específico, isso é um custo direto. Já se não existe uma associação direta, ou seja, se você não consegue alocar diretamente e necessita fazer estimativas ou rateios para apropriar o custo, isso é um custo indireto.
O exemplo mais comum de custo direto é o caso das matérias primas e embalagens, que podem ser apropriadas perfeitamente e diretamente aos produtos produzidos, já que é possível identificar quanto cada produto consumiu desses itens. Porém, o aluguel do prédio é impossível medir diretamente quanto pertence a cada produto. Você vai ter que realizar estimativas e rateios para chegar no método ideal de apropriação.
Lembre se que não existe apenas um jeito de se apropriar custos, tudo depende do caso que você está analisando e das informações que você tem à disposição. Quanto mais detalhes da operação e informações da produção você tiver, mais fácil será alocar os custos aos produtos. Outra classificação básica da área de custos é diferenciar custos fixos de variáveis.
Os fixos não variam em função do volume da produção ou de vendas. Eles existem e são incorridos, mesmo que não se produza nada. Se você tem uma estrutura pronta para operar e não a utiliza, mesmo assim você incorre em custos como depreciação, salário de funcionários, aluguel das instalações.
Veja que esses custos independem da produção. Mesmo não produzindo nada, eles acontecem. Já os custos variáveis estão diretamente associados à atividade de produção.
Quanto mais eu produzo, maior é o custo variável. Um exemplo muito claro disso é a matéria prima citada anteriormente como um custo direto atribuído diretamente ao produto produzido. Para que fique mais compreensível, vamos colocar um gráfico onde o eixo vertical representa o valor dos custos e o eixo horizontal o volume produzido.
Veja que os custos fixos se mantêm iguais, independente do volume produzido. Já os variáveis aumentam conforme aumenta a produção. Para fixar todos esses conceitos que você aprendeu, a gente vai aplicar num exercício aqui um estudo de caso numa usina de álcool.
Então eu tenho quatro eventos e eu tenho que achar o valor total dos custos diretos e indiretos dos custos fixos e variáveis. Isso serve para que você entenda que essas classificações, elas não são excludentes. Um mesmo evento ele pode ser um custo direto e fixo, ou indireto e variável, enfim, tudo depende da situação.
Quando você vai estudar custos, tem uma série de aplicações, cenários, então você tem que parar, analisar e entender aquela situação e classificar e fazer os itens necessários. Vamos lá? Calcule o valor dos custos diretos e indiretos fixos e variáveis no período em relação a uma usina de algo com as seguintes ocorrências.
Bom, vamos classificar aqui na nossa tabelinha os valores. Moagem 100 toneladas a 100 R$ a tonelada. Você concorda comigo que isso é direto?
Eu consigo atribuir um custo por tonelada diretamente a moagem. Ela é calculada por tonelada, logo fica fácil dizer que é direto. Qual o total?
100 toneladas a 100 R$ a tonelada. Eu tenho 10. 000 de custo direto, logo não é um custo indireto, é um custo fixo ou variável.
Quanto mais toneladas passam pela moagem, maior é o meu custo. Logo, 10. 000 de custo variável tranquilo.
Depreciação do maquinário da produção O que é depreciação? Se você não sabe o conceito de depreciação, que é estudado exaustiva mente na disciplina de custos ou se você está começando a estudar contabilidade, estou deixando um vídeo aqui do lado que explica passo a passo o conceito de depreciação. Em outro vídeo, também aqui do lado, que explica os métodos de depreciação.
Como que você calcula nesse caso aqui é um custo indireto 5000, porque eu não tenho como atribuir diretamente a depreciação a tonelada produzida, certo? E é um custo fixo 5000 de custo fixo, mão de obra de dez operários a 1000 cada. Isso vai me dar 10.
000 de custo direto. Afinal, eu consigo mensurar quantos operários estão trabalhando para realizar aquela moagem tranquilamente. E é um custo variável.
Quanto mais operários eu tiver, mais custo eu vou incorrer no meu custeio variável, certo? E, por fim, energia elétrica. Como a gente está falando de uma usina de álcool, conforme ela opera mais energia, ela consome.
Então isso aqui é um custo indireto que eu não consigo relacionar exatamente a tonelada produzida. Eu vou fazer uma estimativa, certo? Porque pensa que eu trabalho com a usina toda.
Via de regra, dificilmente a energia elétrica vai ser diretamente atribuída. Eu tenho que ter instrumentos para mensurar aquela e quanto consome cada produto de energia. Normalmente ela tem uma parcela direta e indireta.
Nesse caso, aqui só a energia elétrica é um custo indireto e é variável. Quanto mais eu produzo, mais eu uso de energia elétrica. Então isso aqui vai me dar um total de 20.
000 de direto, 15. 000 de indireto. Vamos dar um zoom out aqui.
5000 de fixo e 20. 000 de variável. Veja aqui.
O mesmo evento pode ter duas classificações e dependendo como vem o evento aqui ele é classificado de maneira diferente e você tem vários estudos de caso para aprender. Se você quer continuar estudando, eu posso preparar uma lista de exercícios e disponibilizar para quem tiver interesse. Deixe nos comentários aí eu quero ver o tamanho dessa galera que tem interesse.
Muito importante para você que é estudando esse assunto, assistir a esse vídeo da diferença entre custo e despesa é uma classificação anterior. Quando você estuda custo, saber o que é custo e o que é despesa e como isso impacta. A-D-O-R-E-I!
E estou deixando esse outro vídeo também que fala das terminologias utilizadas na área de custos, tudo mastigadinho com animações para você. Eu espero ter te ajudado com esse vídeo. Deixa o like, deixa nos comentários se você quer mais vídeos como esse por aqui, eu agradeço por você ter assistido.
E nos vemos no próximo. Abraço.