A imaginação educada (Northrop Frye)

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Rodrigo Gurgel
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Video Transcript:
E aí é muito bem meus caros é um prazer estar aqui com vocês para este novo vídeo E hoje nós vamos falar deste livrinho magnífico a imaginação educada escrito por um dos críticos literários mais brilhantes do século 20 o norte free E como eu sempre faço vou deixar aqui na descrição do vídeo o link para vocês comprarem o livro com 50 por cento de desconto na minha liberdade na Lembrando que o desconto vai só até quarta-feira próxima dia três de Março Tá bom eu considero este livro este livro aqui a porta de entrada para o
pensamento de Freire e para o estudo da literatura em geral Eu já falei aqui é o respeito do Fla em várias oportunidades e há poucas semanas fiz um vídeo inteiramente dedicado a um dos principais livros dele o grande código a Bíblia EA literatura este livro a imaginação educada nasceu de uma série de seis palestras cada uma aí de meia hora e foram transmitidas por rádio não só para o Canadá mas também para os Estados Unidos e para toda a comunidade britânica no ano de 1962 e eu digo que é uma porta de entrada para entender
o pensamento E aí porque porque essas palestras aqui elas apresentam os conceitos básicos que já estavam presentes em outro livro fundamental de que é o Anatomia da crítica cuja edição original é de 1957 quando o Freio transmitir essas palestras Portanto ele já é um renomado professor e reconhecido crítico literário Oi e o objetivo dele é exatamente difundir uma forma de estudar de aprender a literatura mais uma forma que vá na contramão do que já era nítido na década de 1960 de que a civilização em que nós vivemos tinha se transformado a esse transformaria cada vez
mais do mar uma gigantesca estrutura tecnológica a uma gigantesca estrutura tecnológica que quando observada de forma superficial ou parecer muito hormônio um harmônico empreendimento Mundial diz o Fry de maneira irônica mas que na verdade é um inextricável nó de rivalidade ou seja ao e pode ser desembaraçado é que causa grande impressão É verdade mask não tem nenhuma dignidade humana e genuína verdadeira é um aparato tecnológico maravilhoso mas é também Pardieiro maluco Diz ele que a qualquer momento pode desabar sobre as nossas cabeças e só literatura só literatura pode nos fazer olhar para a lei de
todas essas Maravilhas tecnológicas que muitas vezes nos iludem e pode nos fazer voltar a ver a realidade bom o Fly começa a falando da relação entre linguagem e literatura e o e identifica três usos diferentes da linguagem a linguagem da consciência ou percepção que é a forma a por meio da qual a gente x pressa não é a maneira da gente responder ao mundo como ele é e depois a linguagem prática que é a maneira como o nosso participamos da vida social da vida organizada em sociedade e por fim a linguagem literária que é a
nossa a nossa forma de entrar no Mundo da Imaginação e construir aquele mundo que nós desejamos e na verdade é nesse terceiro nível de linguagem que a consciência e a habilidade prática se unem porque essa linguagem ela não revela só o que nós desejamos o que revela a capacidade e só Nós seres humanos temos que é de ter consciência de que nós desejamos as coisas então primeiro a gente tem a linguagem da conversa corriqueira as nossas conversinhas aí do dia a dia que são em grande parte só só monólogos né porque as pessoas raramente é
se escutam umas às outras e essa linguagem Então na verdade ela é só auto-expressão depois a gente tem a linguagem do senso prático a a linguagem que permite a efetiva participação social e aí entra a linguagem dos políticos dos juristas dos professores do Jornalismo e por fim nós temos o nível da Imaginação que produz a um dos poemas das peças teatrais do Thomas e depois de fazer essas distinções o Fly mostra uma outra separação a linguagem da ciência que parte do mundo como ele é e partir da observação do mundo e a linguagem literária e
partes do mundo como nós queremos que ele seja e dessa distinção surge outra a quer dizer a ciência é bom ela está sempre evoluindo a fazer um físico contemporâneo ou ele deve ser somente saber mais do que o Nilton sabia mas a literatura não levou a literatura não progride a fazer os escritores do Futuro bom Eles talvez Escreva um poema estão bons quanto aí a odisseia de Homero mas vão ser poemas diferentes e não melhores é da mesma forma que Dante não produziu algo melhor do que Virgílio a partir desse ponto é ele penetra nas
características específicas da linguagem literária mostrando como ela funciona associando a nossa mente ao mundo e faz isso essa ela elabora essa linguagem associativa por meio das figuras de linguagem principalmente a metal e quando a nossa linguagem se expressa por meio da metáfora quando nós dizemos que uma coisa é outra então nós estamos abandonando a linguagem lógica é porque porque do ponto de vista lógico a duas coisas jamais poderiam ser uma só e ao mesmo tempo permanecer duas mas o escritor Isso não é um problema a ao contrário prescritor Isso é uma solução é porque por
meio da metáfora ele produz o que o modelo é chamava de magia sugestiva uma magia E inclui ao mesmo tempo sujeito e objeto o mundo externo ao escritor e o próprio espírito e o escritor bom ele está constantemente fazendo isso né é exatamente por quê Porque ele ele sente o prazer de experimentar que embora a gente conheça só de forma parcial as coisas nós podemos nos tornar parte disso Que nós conhecemos a a partir dessas definições bom Fry começa então a esmiuçar O que é a literatura ó e vai então vai entrar num tema pelo
qual ele tem grande carinho que é o da estreita relação que existe entre Literatura e mito porque para ele um mito é uma metáfora que surge no transcorrer da história humana é uma metáfora inserida no tempo para explicar algo e uma metáfora é um mito arrancado do tempo inserido numa nova situação exatamente para elucidar para explicar de forma literária essa situação ou um determinado sem direto ou seja é possível para o Fly você desenvolver né Digamos que uma uma arqueologia das formas literárias rastrear as suas ascendência seus até os seus primórdios chegando então até os
micos E essas formas elas vão sendo recriadas na história da literatura mas mantendo um núcleo mitológico então por exemplo a história do Nascimento misterioso de um tá bom ela tá presente no Imaginário humano desde aí período dos povos mesopotâmicos é passando pela vida de Moisés na Bíblia e chegando até a ficção a como Nos romances aí Tom Jones tá o Oliver Twist da mesma forma que há muitas semelhanças entre a odisseia de Homero e o Hulk Algarve fim do marketing mas essas comparações elas podem passar para nós uma ideia errada né a ideia de que
bom então não há nada de novo na literatura quando na verdade o que o Fly tá dizendo é que tudo é novo mas ao mesmo tempo também é reconhecível como a mesma espécie de uma determinada coisa da mesma forma que o bebê é um ser uma É mas ele também quando você olha que o bebê você reconhece ele como participante de uma linhagem que vem desde desde os primeiros humanos então ainda que tudo possa ser muito convencional na verdade esse aparente convencionalismo esconde o grande trunfo da literatura o arcabouço da literatura que é estar sempre
refletindo a respeito da perda e da reconquista da identidade humana e é por isso que quando a gente observa os grandes autores que que a gente encontra neles bom encontramos esse assombro um olhar de assombro o olhar inquieto E observa a vida como algo novo né Ou seja a literatura ainda cumpre a mesma função e no passado pertencia ao dito mas agora e preenchendo tudo com o jogo aí de de luzes e sombras e o escritor constrói por meio das figuras de linguagem mas isso coloca uma nova questão que é perceber que os conteúdos apresentados
pela literatura eles não são nem reais nem irreais e nesse ponto praia acupada Aristóteles que dizer que o poeta nunca faz afirmações factuais muito menos particulares ou específica o poeta não nos informa sobre o que aconteceu mas ele fala do que acontece o escritor não conta o que ocorreu mas o que ocorre sempre ou seja o evento típico recorrente ou com molhos fortes fala o evento Universal e é por esse motivo que a gente não ler por exemplo a peça máquina do Shakespeare para conhecer a história da Escócia mas nós iremos para que para descobrir
o que se passa com um homem que para conquistar um reino a aceita perder a sua própria aula da mesma forma não é o Aquiles Aquiles bico que é mais do que qualquer homem pode ser ele também reflete uma parte das nossas próprias vídeos e não importa se ele existiu ou não então a literatura era se preocupa com a ação simbólica é por isso que mesmo quando ela fala de coisas triviais sem lá eu o as flores que desabrocham na primavera bom tem alguma razão literária com o escritor usar esse tipo de imagem E por
quê Porque ele percebe que algum elemento da vida humana pode ter correspondência com essas flores pode haver algum tipo de semelhança onde ou de representação e isso isso é um dos significados do símbolo essa correspondência entre o natural e o Humano o Freio também vai explicar a função da alegoria da ironia e da alusão e nesse ponto eles parece uma questão importante é uma questão Inclusive a respeito da qual eu sempre comento com os meus alunos a chamada inspiração ela não vem só da própria vida mas ela vem principalmente da Leitura é porque algo que
já está numa forma a área pode tornar mais claro para o escritor aquilo que ele realmente quer dizer nesse sentido então a alusividade literária com a herança significativa ela é fundamental Exatamente porque ela transforma leitura quando a gente lê bom nós não estamos só lendo mas nós estamos participando de um mundo completo O Mundo criado por todas as obras internas Mas então a qual qual é a utilidade da gente estudar o mundo em que sempre prevalece a imaginação não tinham do Fry uma das principais utilidades é aprender a sermos tolerantes porque nós podemos começar a
enxergar as possibilidades daquilo que o som quem acredita a fazer do que os outros pensam e isso acontece porque a literatura afasta de nós os fatos como eles realmente acontecer quer dizer o distanciamento imaginativo produz a torneira assim então Presidente imagine os aspectos sórdidos na os Sofrimentos que que ocorrem aí durante as guerras o que ocorreram por exemplo nas guerras napoleônicas mas aí quando você sai da mera descrição dos Fatos e penetra no romance como Guerra e Paz de tolstoi a ficção mostra o que mostra também toda a dignidade e toda a exuberância e em
meio ao sofrimento também não é que o território glamouriza guerra ou relativizar o horror da Guerra É mas ele coloca realidade é de maneira que a gente possa compreender o todo com todas as suas Luas É nesse sentido que o Flávio disse que o escritor o escritor não é nem um observador nem um sonhador a literatura ela não reflete a vida mas ela também não escapa né ela também não se retira da vida na realidade a literatura engole a vida a a imaginação não para enquanto não engolir tudo e é por esse motivo que ela
não pode ser limitada ou censurada É porque quando isso acontece com meus caros algo morre dentro da gente e esse algo esse algo que cria literatura bom talvez seja a única coisa fundamental para o senhor essa questão vai nos levar a uma outra que é igualmente essencial a literatura de fato é útil para o enriquecimento da Imaginação a e do vocabulário mas seriam pedantismo atroz isofrago utilizar a literatura como como guia para a vida exatamente por quê Porque a literatura não é a vida porque em Literatura para dar vidas coisas não adianta apenas ser fiel
a própria vida mas o escritor precisa antes ser fiel a literatura ou dizendo de uma outra maneira o mundo da literatura Esse é um mundo onde não há realidade a não ser a realidade da Imaginação humana é por esse motivo que a experiência literária ela é sempre composta de duas metades a o mundo melhor do que este em que nós vivemos em um mundo pior do que E são essas duas metades que permitem que a literatura não seja apenas sonho ou devaneio a literatura seria sonho bom se todos os finais fossem felizes Tá mas ela
nos apresenta também o horror agora mas como é que a literatura faz isso seja nós podemos ver uma cena de ódio e crueldade coisas que a gente sabe que fazem parte da vida real É mas o horror que a imaginação cria por meio da literatura não é o horror paralizante e nauseante e quem tá assistindo uma cena real mas é um horror exuberante um horror que é alimentado pelo nosso repúdio enquanto nós estamos junto então as coisas horríveis são apresentadas mas são apresentadas exatamente para que a gente fique longe delas para que a gente possa
ver essas coisas mas sem participar dela tá E isso esse conhecimento ele refina a nossa sensibilidade à literatura nos dá uma experiência que nós jamais conseguiríamos alcançar a mesmo que a gente pudesse viver aí muitas vidas e oi e ela faz isso Exatamente porque só ela só literatura nos dá o alcance EA amplitude da Imaginação uma então a literatura é mesmo aquilo que o Platão dista é um sonho para mentes dispersos uma obra da Imaginação extraída da vida cotidiana dominada pelas mesmas forças que dominam os sonhos e no entanto ela nos dá uma perspectiva e
uma dimensão da realidade e nós jamais conseguiríamos alcançar e outra forma é por isso que o Frades a não trecho lapidar que eu sempre repito a literatura não é uma exposição de peças enfeitadas com fitinhas azuis e vermelhas a como um concurso de gatos mas ela é o Além da Imaginação humana articulada a imaginação humana que se estende das alturas do espaço imaginativo até as profundezas do inferno imaginate a literatura é assim um apocalipse ele disse é a revelação do homem para si mesmo a Brilhante quando nós chegamos nesse ponto do livro com frases já
explicou para nós a sua teoria a respeito da literatura então ele começa a mostrar como a literatura deve ser ensinada e a melhor maneira de educar um leitor é começar com os Beatles com os mitos fundamentais da cultura primeiro com os mitos bíblicos que são os bicos da nossa civilização e depois os clássicos e só e passar para as principais formas de dizer atura aqui nós que nos conhecer outra observação que ele faz aqui o primeiro passo é sempre a poesia e depois ir para tá a partir desse ponto até as crianças vão achar aí
a comédia e o romance mais fáceis de entender a primeiro e depois a à medida que elas forem amadurecendo a razão poder lidar melhor com a tragédia e com a ironia é importante também que as crianças desenvolvam a escrita e o conhecimento de outros idiomas ele a escrita é fundamental porque permite para criança que ela comece a a expressar o que ela sei é exatamente como os Escritores e os outros idiomas são fundamentais para que ela ao ser obrigada a se adaptar a outros esquemas gramaticais ela saia da fluência automática do seu próprio idioma e
perceba que falar e escrever não é só ir abrir a torneira e deixar jogar um monte de frases feitas ou seja não se aprende a pensar por completo ISO praia com uma só língua e Nós aprendemos a pensar melhor com o conflito linguístico indo de uma língua para outra todos esses conhecimentos são fundamentais para que as crianças e os jovens não sejam soterrados sob o peso da cultura de massa e a única forma a única forma de enfrentar a cultura de massa né América cultura de entretenimento Qual é a educar uma minoria que ofereça resistência
à cultura de massa assim a finalidade de você ensinar literatura não é aí só a contemplação da literatura mas é muito mais do que é transferir a energia imagina ativa da literatura para o estudante alguns desses estudantes a usar esta energia para para se transformar em escritores mas a grande maioria vai usar a literatura para treinar e aprimorar a própria capacidade imaginar além disso a literatura educa a sensibilidade para perceber quais palavras são usadas na comunicação diária e como elas são usadas A então o estudo da literatura bom ele nos defende lá do discurso da
publicidade ele nos dá segurança nas relações sociais ele também nos defende dos discursos dos políticos e da propaganda ideológica a ele também nos protege do discurso dos burocratas né que é cheio de Abstrações de palavras Vargas e nunca dizem as coisas de maneira a indireta ou seja a literatura nos protege das ilusões com que a sociedade nos ameaça todos os dias ela também nos livra da fala corriqueira do discurso da turba do Clichê das ideias pré-fabricadas do Falatório automático empregue na Inclusive a própria mídia e que pode nos levar da ilusão até mesmo parceria bom
esse a literatura faz tudo isso ó ela também nos garante o direito mais fundamental de todos que é o direito à liberdade de expressão a educar a imaginação afeta a pessoa na sua integridade ou seja educada imaginação não é só um treinamento mental não mas é um Desenvolvimento Social e moral Obito da Torre de Babel todo mundo conhece conta que a causa da ruína humana foi o seu desejo de alcançar o céu e a nossa condenação foi a confusão das línguas mas o Fry o flash pergunta que língua única era aquela que antes de Babel
nós tinham e eles respondem Ele disse que essa língua é a língua da natureza humana a mesma língua que torna Shakespeare e puxe-o estas autênticos mas essa língua essa língua não está completamente perdida mas mas nós só consegui o cara essa língua do silêncio e no ócio da leitura e o que é que essa voz Serena disse ela disse que se nós estamos na borda da Torre de Babel E se nós estamos em bolsos e seduzidos pela loucura do mundo então é hora de voltar para a terra porque a confusão das línguas em Babel é
na verdade uma perda de identidade é uma falta de imaginação e é só uma imaginação forte ou seja uma imaginação educada e culta pode realizar o sonho de Reconstruir o conhecimento e é isso Nascar este livro é incrível não deixa ir Oi tudo de bom para vocês
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