um livro que trata de futebol da relação entre pai e filho memórias familiares e fatos históricos do Brasil Esse é o drip livro do Jornalista Sérgio Rodrigues que é o tema do nosso Entrelinhas de hoje o programa da ufps tv que fala sobre os livros da lista do nosso vestibular me chamo Sofia Martinez sejam muito bem-vindas e bem-vindos se você quiser saber sobre os outros livros só procurar o nosso canal a Playlist curtir e guardar nos favoritos mas antes de começar aquele aviso o que a gente faz é contextualizar os livros é um empurrãozinho para
você que tá meio perdido e nem sabe direito por onde começar mas o negócio para por aí vai ser preciso ainda sentar ler e estudar a obra inteira e também é claro que não falamos sobre a prova não sabemos de nada do que vai ser cobrado por lá tá bom então vamos nessa para fazer esse episódio buscamos a ajuda do professor de Literatura Guilherme Shibata ele deu um show falando sobre o livro foi muito legal conversar com ele o Guilherme vai aparecer ser ao longo do vídeo para dar dicas comentar então fica aí registrado o
nosso agradecimento a ele como eu já disse hoje vamos falar sobre o drip romance de Sérgio Rodriguez que vai te levar a pisar em Campos de futebol nunca visto antes ou melhor muito vistos mas nunca tão bem descritos então o pontapé inicial está dado esse é o entre linhas [Aplausos] [Música] [Música] é impossível falar do contexto histórico de o drible sem pensar nos grandes jogadores do futebol brasileiro você pode não ser muito fã de futebol achar meio chato assistir aos infinitos campeonatos infinitos jogos na televisão mas Duvido que você não conheça a nossa seleção brasileira
e eu não fala de hoje um tanto confusa parece que tá apanhando da Bola às vezes cruzamento pra área é gol Pois é se hoje tudo parece meio difícil durante as últimas décadas foi bem diferente a Seleção Brasileira não é só a única que participou de todas as copas do mundo como é a que mais venceu e mais gols marcou pro mundo inteiro ele pede calma eu te amo de capu Brasil aí está em cima do pódio muito dessa história Vem de um período Imbatível da seleção canarinho que foi entre os anos de 1958 e
1970 nesse espaço de poucos anos a seleção não só se destacou como também escreveu parte importante da história do esporte mais popular do universo Pelé Garrincha Carlos Alberto Torres zagalo e tantos outros jogadores encantaram a todos com lances inesquecíveis o nosso livro inclusive abre com um dos personagens discorrendo sobre uma das jogadas mais incríveis da Copa de 1970 em uma partida contra o Uruguai Pelé driblou o goleiro adversário sem dar um único toque na bola para depois chutar e passar rente à trave do adversário realidade cria uma das jogadas mais marcantes de todas as copas
essa Jogada é descrita pelo personagem no livro Como o maior lance da história do futebol o momento em que o homem desafiou Deus e perdeu do ponto de vista narrativo o drible desenha um arco de eventos históricos que vai desde o final de 1950 até o início dos anos 2000 esse período é marcado por vários acontecimentos expressivos na sociedade começa com o otimismo do Governo JK e o projeto de um país em desenvolvimento [Música] passa pelo golpe militar que fechou as vias democráticas de 1964 a 1985 e a nova república brasileira foi nessa segunda metade
do século XX que o futebol se profissionalizou e se tornou a grande paixão nacional [Aplausos] introduzido no Brasil em 1895 esse jogo de origem inglesa foi rapidamente caindo no Gosto Popular a chegada dos novos meios de comunicação o processo de urbanização das cidades e as formas de entretenimento massificadas foram algum dos responsáveis pela popularização do futebol por aqui a partir de 1950 o futebol que já estava famosão vira espetáculo não não demora muito e temos a criação de campeonatos regionais nacionais e internacionais que atraem multi2 e como todo o espetáculo que chama a atenção das
pessoas impossível não usar esse fenômeno para a promoção de ideias então foi assim que o governo militar encontrou no futebol um ponto forte para o reforço da identidade nacional brasileira inventando um país que era feito de genialidade tudo calçava as chuteiras e entrava em campo por outro lado não podemos esquecer que esse mesmo regime era também igualmente feroz e repressor quando vestia a farda militar então não dá para esquecer que esse contexto histórico não está só ligado ao futebol Mas a outros aspectos como a música brasileira que ganhou força e se tornou produto nacional por
meio da expressão MPB por outro lado os meios de comunicação principalmente a televisão Serviu de plataforma de desenvolvimento da cultura pop criando astros e estrelas e no caso da nossa história de hoje tudo isso aconteceu tendo pano de fundo a cidade do Rio de Janeiro sim porque bom a a essa construção da da Imagem e da identidade brasileira e tanto na música popular brasileira que também é um dos temas que permeiam que que que esse livro A gente tem desde o samba o Wilson Simonal aparece depois a gente tem o Murilo Neto que vai ter
uma banda né de de de rock influenciada pelo rock internacional o punk lá fora mas também a a música do Rock de Brasília que tá chegando né e é no Rio de Janeiro que a gente tem essa história de forma mais e mais contundente porque era a capital né até os anos 50 do país então toda o Imaginário do Samba que também vai ser usado para construção dessa identidade e como o futebol vai ser usado estão ali no Rio de Janeiro então é dali que ess esse Imaginário do que é um Brasil surge [Música] Sérgio
Rodrigues nasceu em Minas Gerais em 1962 e vive no Rio de Janeiro desde 1980 além de escritor é também jornalista com passagem pelas principais redações do país principalmente nas editorias de cultura e esporte a paixão pelos eventos esportivos em especial o futebol se revela na trajetória de Sérgio no jornalismo diário ele com Copa do Mundo e escreveu sobre futebol em várias ocasiões Isso faz dele um autor com conhecimento essencial para escrita ficcional a partir de dados e conhecimentos reais foi a base de criação para o drible além desse livro Sérgio escreveu em 2014 A perdido
do jornal francês Lemon um relato ficcional sobre o roubo da taça julis Ret um caso real acontecido no Brasil na década de 1980 outro trabalho de destaque ente é a vida futura uma espécie de exercício de imaginação na qual Machado de Assis e José de Alencar visitam com toda a estranheza possível o Rio de Janeiro atual um dos pontos que sempre rondou a cabeça de Sérgio Rodriguez foi a criação de um romance que trouxesse uma relação Estreita entre a ficção e a paixão nacional do futebol Apesar de muito presente no dia a dia do país
existem poucos livros sobre o tema e o drible nasce muito por conta desse desejo futebol sempre foi uma coisa muito importante culturalmente pro país mas não se tinha isso se ouvia diz o Sérgio Rodrigues ele ouvia desde criancinha que o o o Brasil ainda não deu um romance à altura do seu futebol não teve um romance altura da complexidade da ância e dos problemas que o futebol traz e é para um país como esse e ele quis esse desafio [Música] [Aplausos] o drible foi publicado pela primeira vez em 2013 quando foi lançado o livro chamou
muita a atenção do público e da crítica vencendo o prêmio Portugal Telecom naquele ano e não é à toa a ficção de Sérgio Rodriguez traz uma mistura interessantíssima de fatos e personagens reais esse tipo de característica é comum aos romances contemporâneos Nos quais os eventos são misturados para dar uma espécie de tempeiro especial para a elaboração da ficção é justamente essa invenção que cria personagens que às vezes de tão inacreditáveis se tornam reais como é o caso de peralvo jogador craque de bola que poderia ter sido maior que Pelé inclusive foi o personagem de peralvo
que inspirou a história do livro Sérgio teve a ideia de escrever a história de um jogador que seria auxiliado por por forças Sobrenaturais a prever todos os lances de uma [Música] partida o que seria Inicialmente um conto acabou se tornando um romance que levou cerca de duas décadas para ficar pronto o drible traz como protagonista Murilo Neto que é filho de Murilo filho é meio confuso né h h h mas essa confusão de nomes é totalmente proposital para descrever uma relação nada pacífica entre gerações já no início do romance Recebemos a notícia que o velho
cronista esportivo depois de uma vida dedicada a falar escrever e debater futebol está com os dias contados por conta de um problema vascular ele pede que o filho vá visitá-lo em sua chácara em Petrópolis para que eles possam se ver pela última vez Murilo Neto que não conversava com o pai há anos decide ir lá visitá-lo é lógico que esse reencontro tem tudo para dar errado e de fato as coisas não vão muito bem entre uma pescaria e outra pai e filho entram em bate a respeito da história pessoal da família ao mesmo tempo que
Murilo filho discorre sobre fatos históricos do futebol brasileiro e mundial além dessa dificuldade de comunicação Vamos aos poucos conhecendo um pouco mais a respeito dessa relação conturbada a mãe de Murilo Neto suicidou-se jovem se atirando ao mar e o rapaz cresceu com ódio do pai sobre ele numa relação que Beira o sadismo e a violência mais do que isso ele nunca teve muita certeza de sua identidade ou mais informações a respeito de sua mãe eu vira já que era muito pequeno para se lembrar de algo quando ela morreu entre vários episódios de violência e humilhação
Murilo filho é criado pela empregada da casa num arranjo muito comum a várias famílias de alta classe no país ao mesmo tempo ele narra também eventos como a ditadura militar a cena musical carioca os relacionamentos descartáveis com as mulheres inclusive Murilo Neto de alguma forma reproduz um comportamento de um pai evasivo e pouco comunicativo ao saber que de uma de suas namoradas de classe social inferior está grávida dele nesse sentido o livro acaba sendo também bem sobre a relação do pai ausente e das relações de desigualdades sociais tão presentes na atmosfera carioca em determinado ponto
a relação entre os dois vai se tornando cada vez mais estranha todo fim de semana o rapaz vai até Petrópolis numa espécie de ritual querendo saber um pouco mais a respeito do passado então o pai lhe dá uma cópia de um livro Nunca publicado trata-se da história de peralvo aquele que poderia ter sido o maior jogador da história o romance Então passa alternar a voz narrativa para contar com a voz do pai esse relato do passado em que conhecemos um pouco da trajetória insólita desse desconhecido saído de Mere kendu uma pequena cidade do interior do
Brasil esse filho de mãe de santo encantava as torcidas Por Onde jogava com dribles e lances inigualáveis chegou ao Rio de Janeiro e foi jogar no América e depois no Vasco da Gama que nessa época já era um dos clubes mais importantes do Brasil he cara ele Agar hein ele salvou o Vasco no final Vasco da Gama Vasco que aconteceu na semana dele irmão mais tarde nesse relato Ficamos sabendo a fonte de toda a genialidade de peralvo ele é ninguém mais ninguém menos que uma espécie de supereroi futebolístico com poderes sobrenaturais por conta de uma
espécie de Don das divindades consegue antever lances um segundo antes deles acontecerem fazendo com que ele sempre tenha os dribles mais incríveis nesse ponto Como já deu para perceber o Sérgio Rodriguez nos traz muitos intertextos que é quando um texto faz referência a outro nesse personagem existe alguma semelhança com a realidade ou quase isso o Nelson Rodrigues tinha uma espécie de entidade o sobrenatural de Almeida para tentar explicar alguns lances que aconteciam durante uma partida de futebol e nesse caso a semelhança entre o superpoder de peralvo e a expressão de Nelson é bem grande além
disso em vários momentos vamos descobrindo por meio de algumas referências do próprio Nelson Rodriguez que participa da trama de que tem pistas que podem esclarecer melhor o que aconteceu entre peralvo E alvira a sua mãe mas voltando à história chega um dia crucial na trajetória de peralvo ele irá jogar contra o Santos e o craque Pelé já tinha muita fama nos anos 1950 boa finta Boa jogada Bela bola Pelé Pelé ganhou com grande habilidade com aquela extraordinária habilidade do melhor jogador de futebol em todos os tempos alternando entre esse relato do passado e o presente
Sérgio Rodriguez Vai desenhando uma Trama muito Coesa do qual não conseguimos nos desprender Mas calma aí que dessa vez não vamos fazer soar aquele alarme anti spoiler tão famoso aqui no Entrelinhas porque se a gente contar algo vai ser bem menos impressionante do que ler com seus próprios olhos então vai lá e Leia eu te garanto que a Trama que acaba adquirindo Ares policiais no desfecho vai te deixar presas as páginas até o final igual uma partida de futebol bem jogada daquelas inesquecíveis [Música] Como já falei antes um dos aspectos mais presentes no livro é
a criação do Imaginário brasileiro sobre o futebol e segundo o Guilherme nosso especialista ele passa pelo rádio primeiro meio de comunicação que permitiu a transmissão das partidas ao vivo um país narrado e também construído pela pena dos cronistas esportivos dessa época um time que trazia nomes como dos irmãos Nelson Rodrigues e Mário Filho jornalista que inclusive é o nome oficial do maior templo do futebol nacional o estádio do Maracanã tá falando desse futebol outro e dessa construção outra da imagem da palavra e do Imaginário das pessoas porque foi esse que construiu o país é esse
que constrói um futebol dos anos 70 é esse que constrói através do do eh do Nelson Rodrigues um Brasil que começa a se acreditar possível porque pode ser que a gente consiga ganhar copas e ele tava falando isso lá atrás antes da gente ganhar a primeira Copa certo então a ideia que aparece muito no livro do complexo de vira lata eh que que o Nelson Rodriguez traz que é uma ideia muito difundida né que o Brasil ele não consegue ganhar porque ele não consegue se impor ele não consegue se acreditar ele sempre se vê como
um cachorrinho vira lata Coitadinho né meio meio meme e e e depois da Copa de 70 que Inclusive era para peral oeral jogar seria maior que o Pelé segundo a ficção do Sérgio ah a gente já tinha a gente já tava eh coberto imbuído dessa essa confiança para ser um país do futuro e esses personagens estão ali primeiro como uma homenagem a esse a esse lugar tão bonito da criação da nossa crônica é um é um momento assim realmente Espetacular de fundação de um país e de fundação da imagem através do esporte do Brasil o
Murilo filho antigo cronista esportivo que é um dos personagens centrais da trama chega Inclusive a falar como que a narração do rádio foi uma das responsáveis pela criatividade desse esporte aqui no Brasil o professor Guilherme Shibata leu o trecho pra gente vamos ver a dívida do nosso futebol é pelo menos tão grande com o gongorismo dos narradores também então o gongorismo é essa coisa de enfeitar né isso o Mário não diz ninguém diz que sem a Nossa vocação doentia para a metáfora bombástica o papo furado o caos inverossímil a gente não teria chegado longe mais
de 90% do público só tinha acesso ao futebol pelo rádio e no rádio qualquer pelada xinfin disputada em câmera lenta por perebas com barriga d'água ficava cheia de som e fúria né quitando Shakespeare inclusive né Eh a cada 5 minutos os narradores faziam um Zé mané qualquer aprontar um feito de Deus do Olimpo claro que esse descompasso entre as palavras e coisas era inviável a longo prazo não tinha como se sustentar e como obrigar a narração radiofônica a ficar sóbria estava fora de questão restava reformar a realidade Ou seja a gente nunca ia conseguir mexer
com os nossos Radialistas com aqueles caras que estavam ali inventando tudo aquilo então o que que restava pra gente melhorar reformar a realidade tipo a realidade que se via para dar conta dessa narrativa né Eh é isso né É isso que ele ó foi assim que o futebol brasileiro virou o que é em grande parte por causa do esforço sobrehumano que os jogadores tiveram que fazer para ficar à altura das Mentiras Que os Radialistas contavam uma dica preciosíssima sobre o livro está logo na primeira visita que o filho faz ao pai à beira da Represa
Murilo filho faz referência a Dom Casmurro um dos maiores clássicos da literatura brasileira a citação é claro não está ali à toa como começando pelos nomes ali eu acho já muito muito interessante ele El ele faz de propósito essa confusão que no começo do livro você fica mas o filho é pai e o Neto é que é o filho é isso né então o Murilo o Murilo filho é o pai e o Murilo Neto é o filho dele tá o que é lógico em qualquer família a gente entende isso aí tem uma observação dele que
fala o seguinte que é quase se você tivesse uma denominação numeral ali ou seja não te diz muita coisa esse Neto e esse f filho esse livro é um pouco esse mistério do filho do neto do neto do filho se o filho é o neto mesmo se o Neto é o filho essa confusão é proposital e essa confusão já dá um Eco do que a gente vai ter pela frente eh interessante que já no início do livro no primeiro encontro eh em que o filho resolve visitar o pai eh fazendo quase que uma gentileza mas
na verdade não é uma gentileza porque ele percebe que é o último momento que ele vai poder chegar perto da sua identidade da sua verdade a identidade que ele tá buscando a verdade que ele busca é porque a mãe dele morreu aí eu vira né então a mãe dele se suicida se joga no mar ah e ele vive com com esse fantasma na cabeça e o Fantasma a tem um pai que o martiriza não é que ele foi um mau pai um pai relapso um pai faltoso não ele é um pai que bateu espancou esse
menino colocou ele para jogar futebol num time que ele não tinha menor condição para ele ser humilhado ou seja era um pai que queria o mal dele era um pai que tinha um um que de sadismo né E aí nesse momento que eles quando ele vai visitar o pai começando as a a última fase das visitas ele com 47 o pai com 80 anos de se despedir do pai porque o pai falou ó você quiser me ver Venha porque eu vou morrer eu tô doente e ele vai né ele vai e faz disso um certo
Ritual e ali a primeira coisa que o pai dele fala assim você já leu o Dom Casmurro né Eu sou o velho Casmurro eu sou o Bento Santiago aqui na minha casa cheio de fantasmas olhando pro passado tentando atar as duas pontas da vida e ele fala você não leu né porque você não lê nada né então a gente já vê que fala assim olha eu sou eh esse sujeito que a gente vai conhecendo que é o o Mário Filho Pai que é um intelectual que é um cara do jornal que é o dickens Né
chamavam ele do dickens da Imprensa dickens do esporte Ou seja é um cara que escrevia muito bem Ah enfim como eh os já citados aqui Mário Filho João Saldanha e Nelson Rodrigues é um desses grandes cronistas grandes nomes do futebol e ele fala assim você não lê nada você não leu essas coisas né mas enfim pode esquecer porque também o machado já sabe que essas pontas Elas Não elas não levam em lugar nenhum não tem duas pontas pra gente Tatar vida ou seja a gente não vai encontrar nessa história aqui né Isso já é um
alerta pro leitor a gente não vai encontrar essas duas pontas sendo [Música] Emendadas a obra de Sérgio Rodriguez trata de vários temas que merece em discussão o primeiro deles o mais Óbvio É sobre o futebol seja por meio das conquistas grandes craques e times seja pela invenção do próprio drible lance de criatividade que faz com que o jogador tente enganar seus adversários ação parecida que tanto Murilo filho quanto Neto executam ao longo do romance com desfecho de maior ou menor sucesso Mas além disso o livro também fala da indiscutível contribuição de jogadores de origem preta
nesse processo e no livro tem tem trechos muito interessantes acho que ah eh quem Lê vai ter que prestar muita atenção nisso ah que é a ideia de como o negro ah entrou no futebol certo um futebol que tem raízes inglesas né de gente aqui no Brasil de gente Branca eh inclusive os times de Curitiba e como isso aos poucos porque né o negro no futebol aí citando eh o livro do do Mário filho né Eh vai ser vai ser vai quase que cavar o seu lugar no futebol porque era impossível deixá-lo de fora porque
os caras jogavam muita bola né então isso no no romance aparece como isso vai sendo quebrado como tem gente que faz cara feia tem gente que não gosta mas eles começam a ter lugar nos times se pensarmos nessa presença dos jogadores pretos tamb também veremos a dificuldade e o racismo com que eles foram tratados ao longo da história esse elemento faz com que o caminho seja muito mais difícil ao sucesso do que o com os jogadores brancos e faz também com que eles estejam muito mais próximos ao fracasso como exemplificado pelo personagem fictício o peralvo
é claro que o racismo não se restringe apenas ao passado do esporte infelizmente é muito comum tanto no Brasil quanto em outros países acompanharmos casos de racismo no futebol como aconteceu recentemente com o jogador brasileiro Vinícius Júnior na Europa e tantos outros durante os campeonatos nacionais e disputas do continente como a taça Libertadores da América o Vinícius junos parece um personagem que poderia est nesse nesse livro certo um sujeito que consegue acender socialmente tem toda essa história né de menino pobre que vai jogar no Real Madrid e que na Europa vai virar né ou seja
alargando mais essa conversa que o Mário F teve lá atrás ele vai est conversando sobre raça sobre colonização sobre escravidão e que aconteceram na história desse país que tá que envolve a história da Europa com o tráfico negreiro né a África e o Brasil e todos os lugares que receberam os escravos então o futebol continua sendo esse palco dessas tensões né e eu acho que nada mais atual do que o Vinícius Júnior dentro do do futebol eh para para conversar com a gente aqui no drible Ah eu acho que é um livro também que conversa
muito e nos dá uma aula de história a história da Imprensa da importância da palavra escrita pra Construção do Imaginário eh e pras soluções do país para se imaginar como é importante o nosso cinema como vai ser importante o nosso teatro nossa literatura nossa canção para que a gente consiga ter Ah um pouco de Imaginário sobre a nossa existência sobre o que é esse país e tenha o mínimo orgulho disso aqui é interessante notar como a obra foi publicada justamente em 2013 alguns meses antes da maior derrota da seleção brasileira na história das copas do
mundo o Fame gerado 7 a 1 contra a Alemanha novamente os planos brilhantes do Brasil feitos de invenção e genialidade foram por água abaixo além do futebol a obra também se presta a uma revisão da relação de conflitos entre gerações a ausência do pai a violência doméstica E tantas outras relações familiad retratadas no livro são o espelho de uma sociedade contemporânea bastante fragilizada nessas relações por último o drible faz uma revisão da história brasileira no século XX misturando episódios reais com a mais deliciosa ficção criando uma Trama que vai te fazer não só estudar pra
prova de literatura mas também para as aulas de História então assim como o país precisa se entender precisa olhar para si pros seus problemas paraas suas neuroses pras suas violências como a ditadura né pros seus pontos positivos paraas suas belezas o futebol a arte ah pras questões raciais pra pobreza eh enfim para tudo isso o Murilo neto também quer olhar para dentro de si e perceber pô por que que minha mãe se foi por que minha mãe morreu Então tudo é tá na conta desse desse cara aqui que é o meu pai que eu odeio
os dois se odeiam né tá tudo na conta dele tá tudo nas costas dele se você gostou do drible e se interessou pelos temas tratados na obra nós temos algumas sugestões para você se aprofundar nesse assunto o primeiro deles é o livro futebol ao sol e a sombra do escritor uruguaio Eduardo Galeano ele que foi um dos maiores escritores latino-americanos do século passado também era apaixonado pelo esporte e reuniu nesse livro uma série de crônicas a respeito dos jogadores lendários como Pelé Maradona platini e todos os outros que fizer história dentro das quatro linhas outra
dica literária está dentro do próprio drible é o livro do Jornalista Mário filho chamado o negro no futebol brasileiro publicado Originalmente em 1948 a obra ganhou várias reedições ao longo dos anos e fala dessa relação insociável entre os jogadores de origem africana e o desenvolvimento do esporte em nosso país outros dois livros contemporâneos brasileiros que também falam sobre futebol São o segundo tempo de Michel Lau e mãos de cavalo falo de Daniel galera nessas duas obras Temos o futebol como um pano de fundo para o desenvolvimento de drama entre as personagens Com todas essas dicas
tenho certeza que você nunca mais vai assistir a uma partida de futebol da mesma maneira bom por hoje é só isso pessoal eu espero que vocês tenham gostado não esquece de curtir e compartilhar esse vídeo com aquele colega que também tá estudando ou que pode se interessar por esse assunto muito obrigada Bons estudos e até mais só procurar o nosso canal na volta perdão outra vez o nosso livro nosso livro livre tá escrito livre acho que tá errado então rente a trave do adversário e as formas de entretenimento falta um pouquinho principalmente n volta ele
cobriu Copa do Mundo e es volta pode voltar PR a elaboração eu vou fazer de peraldo peraldo volta que é filo cubl personagens Cent DB são do próprio DB Ai nossa agora não vai mais agora engatou engatou desculpa gente