Olha meu netinho você sabe que seu vô tem umas histórias que deixam até cabelo em pé né mas essa que eu vou te contar agora essa é de gelar até o coração aconteceu faz muitos anos quando eu e sua avó ainda éramos jovens morando numa cidadezinha tranquila do interior de São Paulo chamada Taquaritinga a gente foi para lá buscar sossego Mas acabou encontrando foi coisa de outro mundo na rua das Oliveiras uma rua Estreita e antiga quase isolada cheia de árvores que balançavam até quando não tinha vento morava a Dona Cida uma senhora já com
bastante idade mas que tinha um certo mistério no olhar ela conhecia histórias sobre a cidade como ninguém e parecia saber mais do que contava naquela noite depois do jantar Fomos até a casa dela era só uma visitinha rápida nada demais mas assim que a gente entrou ela já começou a falar sobre uma mulher chamada Zefa que morava ali naquela rua muitos anos atrás a Zefa era conhecida por ser bonita mas muito sofrida tinha um marido grosseiro um sujeito esquisito que sumia de tempos em tempos deixando a pobre mulher sozinha com a filha pequena a Zefa
era uma mãe amorosa mas um dia menina dela desapareceu e ninguém nunca mais ouviu falar dela a tristeza consumiu a Zefa que passou a vagar pela rua das Oliveiras chamando pela filha noite após noite a dor era tanta que ela acabou tirando a própria vida enforcando-se numa árvore que ficava bem no fim da rua dizem que desde então a alma dela nunca Descansou e que em noites de lua cheia o espírito da apce chorando e procurando a filha perdida Olha eu ri na hora achando que era só história para assustar mas sua avó Ah ela
ficou branca que nem vela a gente despediu da Dona Cida e foi embora naquela época a gente era novo e curioso né pois bem Saímos de lá e começamos a andar pela rua com aquele vento frio batendo e as sombras das Árvores se movendo no chão eu até tirei sarro da história brinquei com sua avó dizendo que a tal Zefa devia ter ido descansar em paz mas menino quando a gente chegou na metade da rua vi sua avó me olhar com uma cara de medo olhos arregalados ela me puxou pelo braço e falou baixinho tá
vendo aquilo ali olhei pra frente e no início não vi nada mas então senti um arrepio como se o ar ao redor esse ficado pesado e de repente lá no fundo da rua vi uma sombra era uma mulher de cabelos longos desgrenhados cabeça baixa como se estivesse procurando alguma coisa no chão tentei ignorar fingir que não era nada mas o frio no estômago não passava a gente deu as costas e apressou o passo mas aquele peso continuava chegamos em casa batemos a porta e nos trancamos fora a noite tava um silêncio danado mas o ar
continuava pesado não sei se era só coisa da nossa cabeça mas de madrugada o negócio ficou mais esquisito lá pelas 3 da manhã a gente acordou com um som estranho era como um lamento um choro baixinho que parecia ecoar pela casa sua avó tremia e eu também não tava com coragem de levantar a gente ficou deitado ouvindo aquilo olhei pro lado vi que sua avó tava de olhos fechados tentando não ouvir mas o barulho continuava como se alguém estivesse chorando do outro lado da parede no dia seguinte no trabalho contei pro Carlinhos um amigo meu
ele me olhou sério e disse que todo mundo na cidade conhecia a história da Zefa que ninguém passava pela rua das Oliveiras depois das 11 da noite principalmente Quem era casado porque a Zefa Parecia sentir falta de uma família e aquelas que passavam bem voltavam para casa com a sensação de serem observadas e até mesmo acompanhadas Olha sei que parece bobagem mas depois daquela noite sempre que a gente saía de casa era como se alguém nos seguisse Às vezes a gente ouvia Passos atrás da gente outras vezes era só aquele arrepio como se alguém passasse
a mão gelada nas nossas costas sua avó dizia que era só a imaginação dela mas eu sabia que ela sentia a mesma coisa que eu desde aquele dia meu neto nunca mais passei na rua das Oliveiras à noite nem que me paguem e te dou um conselho se um dia você for para Taquaritinga passa longe daquela rua depois do anoitecer quem sabe a Zefa ainda tá por lá esperando vagando e chorando sem nunca encontrar paz porque a tristeza de uma mãe Meu filho essa tristeza não acaba não e parece que ela busca alguém para dividir
a dor vai ver até hoje ela ainda Procura eu já vivi coisa que só de lembrar sinto aquele arrepio subindo pela espinha Sempre achei que histórias de assombração e almas penadas eram só lenda mas depois da minha experiência na estrada do Tijuco Preto a em piraba Nuna mais consegui duvidar de nada tudo acontea sexir eu e alguns amigos decidimos chasco do Luizão mor perindo jogando convers forando noite pontoé timia de dar um passeio pela estrada do Tijuco Preto para ver se era tudo aquilo que falavam eu que até ali achava que tudo isso era papo
furado Acabei aceitando a ideia e os outros foram juntos só de brincadeira Subimos todos no golzinho do Luizão e seguimos rindo da nossa coragem mas quando chegamos perto da estrada o clima começou a mudar as árvores pareciam mais sombrias e uma neblina espessa tomou conta do caminho de repente a temperatura caiu e o o ar parecia pesado abafado lá fora o silêncio era tão absoluto que dava para ouvir o barulho das nossas próprias respirações eu soltei uma piada tentando aliviar o ambiente se alguém vir um fantasma avisa hein todo mundo riu mas a risada foi
forçada seca o Luizão que tava dirigindo pisou fundo e a gente avançou pelo túnel de árvores que fechavam quase por completo sobre a gente parecia que estávamos indo para um lugar de onde não tinha volta depois de alguns minutos o rádio do carro que tava tocando uma música qualquer começou a dar uns ruídos como se tivesse pegando uma estação diferente do nada uma voz fraca quase um sussurro Começou a sair do rádio dizendo voltem voltem aquela voz ecoou dentro da gente gelando até o osso desligamos o rádio na hora e o Luizão acelerou mais assustado
do que queria admitir mas o carro começou a engasgar como se algo o segurasse ali a cada metro que avançávamos parecia que o carro ia morrer de vez ninguém falava nada mas a tensão era palpável eu evitava olhar pros outros com medo de ver no rosto deles o mesmo pavor que eu sentia quando finalmente vimos uma clareira mais à frente respiramos aliviados ali era o fim da estrada e parecia que a gente tinha escapado mas ao invés de acalmar o ambiente ficou ainda mais pesado paramos o carro para tentar entender o que tava acontecendo E
aí o Edu que tava no banco de trás empalideceu apontando pra frente com o dedo tremendo eu olhei e juro por tudo uma mulher de branco com um velco cobrindo o rosto e o corpo levemente encurvado surgiu bem no meio da estrada ela tava imóvel mas parecia ter uma expressão de angústia como se Esperasse por alguém que nunca vinha o Luizão tentou dar a ré mas o carro não saía do lugar como se estivesse travado a mulher então começou a andar na nossa direção lenta arrastando os pés pelo chão e o pior a cada passo
ela dizia numa voz cavernosa e arrastada vocês não deviam ter vindo vocês não deviam ter vindo meu coração disparou e eu Nunca senti tanto medo na vida era como se a mulher quisesse entrar no carro levar a gente junto com ela para algum lugar desconhecido no desespero o Luizão começou a mexer nos fios do carro tentando fazer ele pegar de novo enquanto a mulher se aproximava quando ela estava quase encostando no carro o motor finalmente pegou e a gente saiu dali voando sem olhar para trás o Luizão acelerou tanto que quase perdeu o controle na
curva mas a única coisa que importava era sair daquela Estrada Maldita depois disso passei semanas sem conseguir dormir direito aquela imagem da mulher de branco com aquele olhar vazio nunca saiu da minha mente perguntei a uns amigos sobre aquela estrada e eles confirmaram Ela é conhecida há décadas pelas histórias de assombração dizem que a mulher é o espírito de uma noiva que morreu ali anos atrás voltando de seu casamento o carro dela saiu da estrada e caiu numa ribanceira E desde então ela vaga por lá esperando por quem possa levá-la para o descanso Mas como
dizem quem encontra essa noiva na estrada nunca sai de lá sem levar alguma marca dela hoje mesmo depois de tanto tempo quando passo perto da estrada sinto um calafrio a imagem dela a voz dela ecoam na minha cabeça como se ainda estivesse ali agora quando alguém me pergunta se acredito nessas histórias de assombração eu só dou um sorriso sem querer explicar demais quem passa pela estrada do Tijuco Preto sabe que tem coisa que é melhor não desafiar quando era jovem trabalhei um tempo na Fazenda Santa Cecília uma propriedade antiga e isolada nas redondezas de Mococa
em São Paulo esse lugar era cercado de árvores velhas e caminhos de terra quase sempre vazios ninguém passava por ali sem algum motivo e o motivo era sempre o mesmo trabalho A Fazenda era grande conhecida por sua produção de café Fé Mas havia algo mais lá algo que os antigos evitavam contar para os recém-chegados logo na minha chegada notei que os trabalhadores locais não ficavam até muito tarde e quando perguntei por me disseram para eu não querer saber depois de uns dias um dos mais velhos seu Geraldo se aproximou e me falou baixinho quase como
se tivesse medo de ser ouvido os donos dessa terra antes brincaram com coisa errada era coisa de outro mundo que trazia má sorte hoje só sobra o que eles chamaram e é melhor não ficar chamando muito não porque ele vem entende ele vem na primeira semana fiquei aliviado por não ver nada de estranho mas foi na sexta-feira que senti que alguma coisa tava errada era tarde da noite e eu me virei na cama tentando dormir quando ouvi um barulho no corredor aquele alojamento era velho tinha chão de madeira e paredes de pedra então Qualquer ruído
parecia se multiplicar pelo silêncio da noite o som que eu ouvia parecia passos mas arrastados como se alguém estivesse com dificuldades para andar meus pelos se arrepiaram na hora e um frio tomou conta do meu corpo lentamente levantei e abri a porta do quarto só um pouquinho o suficiente para olhar o corredor e foi aí que eu vi no final do Corredor uma figura encurvada de rosto coberto se movia em minha direção mas com um andar estranho como se os ossos dela estivessem quebrados ou desencaixados a pele dela era pálida quase cinza e os dedos
eram longos arranhando as paredes enquanto se aproximava Meu Coração batia tão forte que pensei que fosse desmaiar ali mesmo mas me mantive imóvel observando enquanto a figura vinha mais perto eu não conseguia ver o rosto dela mas sabia que ela me observava como se sentisse o medo se espalhando pelo meu corpo e então ela sussurrou numa voz que não parecia nem humana nem animal estou aqui esperando ninguém sai ninguém sai daqui travei a respiração me sentindo totalmente incapaz de mover um músculo então o sussurro continuou eles me tram e eu fico esperando quem chega eu
queria gritar mas minha voz parecia presa na garganta lentamente me afastei e fechei a porta do quarto com cuidado mas por mais que eu tentasse o som dos Passos continuava a ecoar pelo alojamento quando olhei pela janela vi que todas as luzes da Fazenda estavam apagadas como se tudo tivesse sido envolvido pela escuridão a noite pareceu durar uma eternidade no dia seguinte com os primeiros Raios de Sol fui correndo até principal e contei o vi a seu Davi um homem alto Eo que cuid da seguranç do local ouvi emci e só comentou o rosto pido
eles dizem que é o acolhedor da Fazenda um espírito velho trazido de muito longe que nunca encontrou paz ele então me contou a história que me deixou arrepiado dizia-se que o antigo dono da fazenda desesperado por riqueza havia feito um pacto com um espírito antigo Mas em vez de sucesso o que ele conseguiu foi atrair uma presença maligna no começo tudo parecia normal até que o próprio fazendeiro começou a ver a tal figura encurvada aparecendo nos cantos escuros e falando coisas que ninguém mais ouvia ele enlouqueceu e um dia após o sumiço de vários trabalhadores
foi encontrado sem vida com o rosto torcido numa expressão de puro terror mas o que me aterrorizou ainda mais foi quando seu Davi revelou que o espírito agora era conhecido como o demônio da fazenda e que ele esperava Os novos trabalhadores um por um tentando achar alguém que o libertasse ou que o levasse consigo para sempre não importava quanto tempo passasse ele continuava aparecendo e segundo seu Davi uma vez que você via o demônio ele nunca te deixava em paz naquela noite apesar do Medo tentei convencer a mim mesmo de que tudo não passava de
um pesadelo só que quando deitei e apaguei as luzes ouvi novamente o som de passos arrastados mais próximos e uma risada baixa abafada que vinha do outro lado da parede Minha vontade era fugir dali e nunca mais olhar para trás mas preso pelo contrato fiquei mais uma noite na manhã seguinte os primeiros Raios de Sol foram um alívio eu estava exausto sentindo como se esse carre um noite to assim que saí do alojamento fui direto conversar com seu Geraldo o velho que parecia saber mais do que contava ele me olhou com aquele olhar cheio de
pena e me chamou para um canto onde ninguém nos ouvisse olha rapaz eu já tentei alertar quem eu pude mas ninguém acredita até ver com os próprios olhos aquilo que você viu ou ouviu bom Aquilo é uma entidade que ficou presa aqui dizem que é o antigo dono outros dizem que é um espírito maligno trazido de longe a verdade é que ninguém sabe ao certo o que ele quer só que ele escolhe quem vai atormentar e depois disso bem não dá para fugir o que ele falou fez minha pele arrepiar eu insisti em saber o
que podia fazer mas seu Geraldo só Balançou a cabeça como se já tivesse aceitado o próprio destino há muito tempo ele então mencionou algo que me deixou ainda mais tenso a cada lua cheia ele aparece com mais força Ele escolhe alguém e esse alguém começa a ser seguido até bem até desaparecer ou até o espírito se cansar dele a noite chegou rápido como se o sol tivesse fugido com medo do que estava prestes a acontecer eu estava em Alerta tentando manter a calma mas a cada barulho que ouvia meu coração parecia pular do peito por
volta das 11 da noite quando o silêncio da Fazenda já era pesado ouvi passos de novo mais próximos do que antes as sombras dançavam nas paredes do meu quarto criando formas distorcidas que me faziam questionar se tudo aquilo era real e então o silêncio foi quebrado por uma voz sussurrante quase impossível de entender mas carregada de uma raiva e dor que me deixaram paralisado eu estou aqui não adianta fugir senti uma presença atrás de mim e mesmo sem coragem de me virar sabia que ele estava lá me observando Fechei os olhos com força rezando baixinho
tentando afastar o terror que se espalhava pelo quarto quando Finalmente criei corag vi que não havia ninguém ali mas a sensação de que estava sendo observado não sumiu passei o resto da noite acordado vigiando cada canto escuro do alojamento até que o sol finalmente começou a iluminar o horizonte decidi que aquela seria minha última noite Na Fazenda no dia seguinte fui até seu Davi e expliquei que precisava ir embora ele me olhou com tristeza como se entendesse exatamente pelo que eu estava passando não é a primeira vez rapaz já vi outros como você Eles veem
e depois não conseguem mais ficar faz bem em partir arrumei minhas coisas rapidamente e segui pelo caminho de terra que levava à saída mas enquanto caminhava senti algo pesado nas minhas costas como se estivesse sendo seguido quando olhei para trás não vi ning mas o ar estava Fri e carregado apressei o passo tentando deixar a fazenda para trás o mais rápido possív noin para pensei quetinha ficado para quando finalmente à cidade perbi que aquilo aa não hav acado euzin no quarto dmir quando sen o colchão afundar levemente como se alguém tivesse se sentado na cama
ao meu lado minha respiração parou e um arrepio percorreu minha espinha a cada noite a presença parecia ficar mais forte mais próxima ele sussurrava meu nome e eu sentia aquela mesma energia maligna que existia na fazenda os dias passaram e a sensação de que estava sendo observado nunca desapareceu cheguei a buscar ajuda falar com pessoas que entendiam dessas coisas mas ninguém parecia conseguir livrar minha vida daquela maldição uma noite Decidi voltar à Fazenda Santa cecilha para tentar acabar com aquilo de uma vez por todas chegando lá encontrei seu Geraldo que parecia saber exatamente por eu
havia voltado ele me explicou que para me livrar daquela entidade eu teria que confrontá-la enfrentá-la diretamente sem medo o que me parecia impossível com a ajuda dele esperei pela próxima Lua cheia no dia marcado nos preparamos com velas e orações e ao cair da noite o ar da Fazenda ficou denso quase insuportável de repente o silêncio foi rompido por um grito horrível que parecia vir de todos os lados ao mesmo tempo as velas se apagaram e fiquei paralisado com a figura encurvada e de rosto distorcido novamente de ante de mim era como se o próprio
inferno Estivesse se manifestando ele me encarava com um olhar vazio e apavorante enquanto seu corpo disforme se arrastava em minha direção eu não conseguia correr nem gritar apenas encarava aquele demônio que parecia querer algo de mim naquele momento Fechei os olhos e recitei a oração mais forte que conhecia pedindo proteção e força quando abri os olhos a figura havia sumido e o ar parecia menos pesado voltei ao meu alojamento sabendo que nunca mais seria o mesmo alguns dizem que a maldição da Fazenda Santa Cecília permanece até hoje à espera do próximo trabalhador encalo que cruzar
seus caminhos eu até hoje carrego as cicatrizes daquela noite e se você algum dia ouvir sobre uma vaga de trabalho por aquelas bandas de Mococa sugiro que pense duas vezes antes de aceitar nos anos 90 pouca coisa acontecia na cidade de Lins interior de São Paulo eu era adolcente cheio de energia e curiosidade e as noites de fim de semana eram dedicadas a desbravar as estradas de Terra ao redor da cidade com meus amigos naquele tempo ainda não havia seu para tirar foto ou filmar e qualquer coisa estranha que acontecesse acabava virando história contada na
roda de amigos numa sexta-feira à noite eu e três amigos o Roberto o Juninho e o Samuel decidimos explorar uma estradinha que diziam passava perto de um antigo cemitério abandonado a estrada cheia de buracos e árvores secas dos dois lados tinha fama de ser mal assombrada as pessoas falavam que se você passasse por lá de mugada poderia ouvir vozes ou até ver figuras estranhando estada a gente nãoo séo ess hisas naqu noite tov curiosos o suficiente para conferir por nós mesmos n bici e segos estada de terra conforme avançávamos o ar parecia ficar mais denso
e gelado as árvores que de dia não passavam de arbustos Secos e retorcidos naquela noite pareciam monstruosas com Galhos que se estendiam como braços tentando nos alcançar mesmo com a pouca luz da nossa lanterna Conseguimos ver algumas Cruzes abandonadas e lápides antigas ao lado do caminho eu estava tentando não demonstrar mas sentia um frio na espinha algo que não tinha sentido antes chegamos a um ponto onde a estrada fazia uma curva e lá bem ao lado vimos uma pequena casinha velha provavelmente um antigo abrigo de quem trabalhava no cemitério foi quando o Juninho sempre o
mais corajoso do grupo sugeriu que a gente desse uma olhada lá dentro contra o meu instinto acabamos concordando deixamos as bicicletas encostadas num canto e fomos até a porta ao empurrá-la o rangido pareceu ecoar no ar parado daquela noite lá dentro a sensação de abandono era pesada o chão estava coberto de poeira e os móveis velhos cheios de teias de aranha pareciam prontos para desmoronar a qualquer momento foi quando Roberto encontrou um papel Velho com algo escrito mas as letras estavam desbotadas como se alguém tivesse tentado apagar de repente ouvimos um ruo vindo do lado
de fora como se algo estivesse arrastando pelo chão e ficamos em silêncio absoluto tentando ouvir mais claramente Foi então que vimos pela fresta da janela uma sombra se mexendo lá fora uma figura alta e esguia com movimentos estranhos quase robóticos andando pela estrada em nossa direção eu fiquei paralisado tentando entender o que era aquilo a criatura parecia se arastar mas ao mesmo tempo tinha uma velocidade assustadora e a cada passo dela o som de arranhões no chão ecoava aumentando o pânico que começava a se formar em nós sem pensar muito decidimos sair de fininho pela
porta dos fundos e voltar para as bicicletas A ideia era pedalar o mais rápido que pudéssemos para longe dali mas quando chegamos onde havíamos deixado as bikes algo par errado as bicicletas estavam no chão como se alguém tivesse mexido nelas olhei para os lados tentando ver se aquela criatura ainda estava por perto mas tudo estava silencioso demais Samuel foi o primeiro a montar na bicicleta e começou a pedalar mal tínhamos dado as primeiras pedaladas quando ouvimos um grito Agudo Vindo de trás de nós O Grito quase humano mas com um tom Sobrenatural fez todos nós
acelerarmos ainda mais as pernas mal aguentavam e cada vez que olhávamos para trás parecia que a criatura estava mais próxima mesmo que não conseguíssemos vê-la completamente depois de pedalar por um tempo que pareceu uma eternidade conseguimos alcançar a estrada principal onde finalmente nos sentimos um pouco mais seguros paramos um pouco para recuperar o fôlego e foi só então que Roberto ainda pálido ou o que havia pego da casa era uma pequena estátua de uma figura sombria com olhos vazados estava trincada como se tivesse sido jogada longe em algum momento ele disse que encontrou no chão
perto da janela e que parecia ter sido colocada lá para vigiar o lugar Ninguém queria falar muito sobre o que tínhamos visto naquela noite mas o Juninho insistiu que era melhor devolver a estátua para onde a encontramos ele dizia que a gente podia ter atraído algo quando a removemos da casinha e que agora aquilo estava atrás de nós no começo achamos que ele estava exagerando mas ao longo dos dias seguintes coisas estranhas começaram a acontecer nos dias seguintes ao que aconteceu na estrada de terra começamos a perceber que algo realmente estava diferente parecia que uma
sombra nos seguia onde que fôssemos o Juninho que sempre foi o mais corajoso começou a reclamar de pesadelos esquisitos ele dizia que toda vez que fechava os olhos via aquela mesma criatura parada no meio da estrada com os olhos negros e vazios olhando para ele num fim de semana decidimos nos reunir de novo na casa do Roberto para conversar sobre o que estava acontecendo nos trancamos no quarto dele e apagamos a luz como se o escuro nos deixasse mais protegidos de algum jeito Roberto pegou a tal estátua que tinha encontrado naquela noite e colocou na
mesa no meio do quarto era horrível olhar para Aquilo tinha um rosto deformado quase como se estivesse em agonia e a sensação de que aquele objeto observava a gente era difícil de ignorar Samuel que sempre foi o mais sensato do grupo sugeriu que tentássemos devolver a estátua para o lugar onde a encontramos ele dizia que aquela coisa talvez fosse algum tipo de guarda daquela estrada e que mexer com ela tinha sido um erro no começo a ideia parecia absurda mas depois de tudo o que estávamos passando ninguém quis arriscar combinamos de devolver a estátua na
noite seguinte mesmo com medo de ver aquela criatura outra vez no sábado já perto da meia-noite pegamos nossas bicicletas e seguimos de volta à estrada de terra o caminho que antes era só um local isolado e escuro agora parecia ainda mais sinistro o vento gelado parecia atravessar Nossas Roupas e as árvores faziam ruídos assustadores ao nosso redor ninguém falou nada durante o percurso estávamos com um pressentimento ruim como se a qualquer momento Aqua criatura fosse aparecer de no chegando à casinha paramos as bicicletas e nos aproximamos da porta com cuidado o Roberto estava segurando a
estátua como se fosse uma bomba prestes a explodir ele deu um passo à frente colocou a estátua no chão e deu alguns passos para trás estávamos prestes a sair quando ouvimos um ruído alto vindo de dentro da casinha como Aloe sido contra a parede todos congelaram de medo mas antes que pudéssemos reagir a porta da casinha se abriu sozinha lá dentro tudo estava escuro e silencioso Mas de repente a figura apareceu de novo aquela mesma criatura com o rosto distorcido e os olhos negros estava parada na porta olhando direto para nós não conseguimos nos mexer
era como se estivéssemos enraizados no chão presos pelo olhar da coisa que estava à nossa frente a criatura deu um passo à frente e só então o Juninho gritou para a gente correr saímos correndo desesperados para as bicicletas e pedalamos o mais rápido que podemos durante todo o caminho era como se a criatura estivesse nos seguindo eu não conseguia ouvir Passos ou ver sombra mas senti a sua presença atrás de mim quase como se pudesse sentir o olhar daquilo nas minhas as costas quando finalmente chegamos à Estrada Principal e saímos daquela maldita estrada de terra
o medo foi dando lugar ao alívio Mas mesmo depois de chegar em casa eu sentia como se aquela presença ainda estivesse por perto nos dias seguintes Juninho parou de falar com a gente ele parecia ter ficado mais abalado que o resto do grupo e até hoje quando nos encontramos ele evita mencionar qualquer coisa daquela noite Roberto se desfez de qualquer coisa que pudesse lembrar do que aconteceu e Samuel tentou esquecer mas sei que ele ainda acorda no meio da noite por causa dos pesadelos essa história ficou entre nós sem nunca ser contada a ninguém ainda
hoje quando passo perto daquela estrada de terra sinto um arrepio como se a criatura estivesse esper por alguém que ous cruzar seu caminho de novo e toda vez que me lembro do rosto dela sei que aquilo não era algo deste mundo era algo mais velho mais sombrio que protege aquele pedaço esquecido da cidade e que não quer ser incomodado hoje meu neto vou te contar uma história das antigas daquelas que a gente ouvia no final dos anos 90 e que até hoje me arrepia só de lembrar tudo começou em São João da Boa Vista uma
cidade cheia de história aqui no interior de São Paulo lá existem muitas lendas Mas tem uma que se destacou entre todas e sempre foi motivo de arrepio nas rodas de conversa era uma noite de inverno bem fria mesmo e eu e uns amigos estávamos reunidos na casa do Carlos um camarada Que adorava falar sobre coisas estranhas a gente tinha uma tradição de se juntar no final de semana para contar histórias de terror mas nessa noite algo diferente aconteceu o tio do Carlos um homem sério e com cara de poucos amigos chegou e viu que a
gente estava trocando histórias de medo com aquele jeito dele se aproximou olhou para cada um de nós e começou a contar uma lenda que até então ninguém tinha ouvido falar vocês já ouviram falar do caminho do Vale perdido ele perguntou com aquela voz grave que parecia ecoar pela sala inteira ele explicou que o tal caminho era uma estrada de terra bem antiga que cruzava um vale isolado da cidade as pessoas evitavam passar por ali Principalmente depois do Por do Sol diziam que há muitos anos uma família tinha se perdido naquele lugar Eram quatro pessoas voltando
de uma viagem à noite e decidiram cortar caminho por ali para chegar mais rápido em casa só que ao invés disso acabaram desaparecendo nunca mais ninguém os viu e o mistério ficou na cidade naquele momento eu e o Carlos trocamos olhares era como se alguma coisa alhe chamasse a nossa atenção e ao mesmo tempo ficasse aquele receio mesmo assim o Carlos decidiu que queria ver o caminho do Vale perdido de perto na empolgação do momento ele sugeriu que fôssemos lá naquela mesma noite vamos ver se é verdade ou se é só história de velho ele
exclamou todo animado eu hesitei mas a ideia de ver se a lenda era real Acabou me convencendo fomos eu o Carlos e a Júlia uma amiga que embora sempre assustada não resistiu à ideia de fazer algo que teorica ente ninguém mais tinha coragem de fazer pegamos as bicicletas e levamos lanternas só para garantir quando chegamos ao início do caminho tudo ficou muito mais assustador a noite parecia mais escura e as árvores ao redor lançavam sombras esquisitas era como se a estrada estivesse viva e nos observando a Júlia já estava com medo mas o Carlos insistiu
para que continuássemos a estrada era Estreita e a cada pedalada mais fundo no caminho o silêncio se tornava mais pesado Depois de um tempo começamos a ouvir barulhos estranhos a princípio pensei que fosse apenas o vento balançando as árvores mas não demorou muito para percebemos que eram sussurros pareciam vozes distantes como se alguém estivesse chamando a gente pedindo ajuda o Carlos querendo se mostrar corajoso disse que aquilo era só coisa da nossa cabeça que Devíamos continuar Mas cada vez que ele falava o clima só ficava mais pesado a Júlia quase chorando queria voltar mas ele
insistiu para irmos até o final Foi quando chegamos a uma parte da estrada onde parecia haver uma velha construção abandonada as janelas estavam quebradas e as paredes estavam cobertas de musgo e poeira como se ninguém tivesse entrado Ali há muitos anos aquela era supostamente a casa da família que desapareceu a Júlia tentou convencer a gente a voltar mas a curiosidade do Carlos falava mais alto vamos só dar uma olhadinha lá dentro ele sussurrou quase como se estivesse com medo de acordar alguma coisa mesmo apavorados seguimos ele para dentro da casa o chão rangi a cada
passo e o ar era tão pesado que parecia que estávamos sufocando dentro da casa o cheiro de mofo e madeira velha misturava-se com uma sensação estranha de que estávamos sendo observados tudo estava em completo silêncio até que ouvimos Passos vindo do andar de cima gel a Júlia agarrou meu braço com tanta força que eu achei que ela ia me machucar o ainda querendo se fazer de valente foi o primeiro a subir as escadas e eu o segui logo atrás com a Júlia vindo relutante em último quando chegamos lá em cima encontramos um quarto pequeno e
vazio com brinquedos velhos espalhados pelo chão pareciam brinquedos de criança antigos e empoeirados havia uma boneca especialmente estranha largada no chão aquela boneca tinha um rosto quase real com olhos que pareciam nos seguir foi aí que escutamos um choro baixo e sufocado como se alguém estivesse bem ali do nosso lado vamos sair daqui eu disse já em Pânico mas antes que conseguíssemos nos mexer a porta se fechou com força fazendo um estrondo a boneca até então imóvel Parecia ter mudado de posição ela agora estava virada diretamente para nós com aqueles olhos Fundos e vazios a
Júlia começou a gritar mas o som da risada macabra que ecoou no quarto era mais alto que qualquer coisa uma sensação de desespero tomou conta de todos nós e o Carlos que até então estava confiante finalmente parecia tão apavorado quanto nós Aquele era o limite empurramos a porta com toda a força tentando sair dali descemos as escadas correndo mas parecia que a casa toda estava viva tentando nos manter presos lá dentro a sensação era de que o ar estava ficando mais pesado e minha visão começou a escurecer tudo o que eu pensava era que não
Devíamos ter vindo até ali assim que conseguimos sair pela porta da frente a risada cessou e o silêncio voltou a reinar no vale não olhamos para trás Montamos nas bicicletas e pedalamos o mais rápido que conseguimos como se nossas vidas dependessem disso e talvez dependessem ao voltarmos para casa ninguém mais falou uma palavra sobre o que aconteceu assim que voltamos ao centro da cidade Paramos no parque tentando entender o que havia acabado de acontecer a Júlia tremia e mal conseguia falar o Carlos sempre o mais corajoso estava pálido e em silêncio a ideia de que
aquele lugar guardava algo sinistro começou a nos perturbar mais do que o medo Inicial não conseguíamos esquecer os sussurros a risada macabra e aquela boneca tudo estava gravado em nossas mentes nos dias seguintes coisas estranhas começaram a acontecer A Júlia disse que em casa tinha a sensação de ouvir passos no corredor de madrugada ela comentou com a mãe que disse ser apenas impressão mas ela não era a única o Carlos que sempre dormia pesado começou a ter pesadelos todas as noites ele sonhava com uma risada abafada e ao tentar se mover na cama sentia como
se alguém o segurasse eu também passei a perceber coisas estranhas em casa encontrava objetos fora do lugar e ouvia Passos leves no corredor como se alguém andasse pelo meu quarto certa noite ouvi uma risada baixa e ao abrir os olhos vi uma sombra no canto do quarto Achei que estava enlouquecendo depois de algumas semanas nos reunimos para conversar cada um vinha tendo experiências estranhas desde a visita ao caminho do Vale perdido e decidimos falar com o tio do Carlos que tinha nos contado a história quando chegamos na casa dele ele nos recebeu com um olhar
sério e disse que não éramos os primeiros a passar por aquilo na época em que a família desapareceu outras pessoas também tentaram explorar o vale e passaram por coisas semelhantes Foi aí que ele nos contou um detalhe que não havia mencionado antes diziam que a casa era uma armadilha quem entrava ali nunca saía ileso Vocês trouxeram algo com vocês ele falou olhando diretamente para nós e enquanto não devolverem vão continuar sendo perseguidos aquilo gelou nosso sangue não entendíamos o que ele queria dizer com devolver ele explicou que segundo a lenda qualquer um que se atrevesse
a entrar naquela casa e não respeitasse o lugar acabaria trazendo uma maldição para si ficamos tentando entender o que havíamos feito de errado Até que a Júlia lembrou da boneca na pressa de sair ela a chutou para o outro lado do quarto o tio do Carlos olhou para ela e disse que era exatamente por isso que aquilo estava acontecendo a casa e os objetos pertenciam aos espíritos que habitavam aquele lugar e qualquer desrespeito despertava sua Ira ele sugeriu que voltássemos lá e devolvemos a boneca ao seu lugar pedíssemos desculpas e saíssemos em silêncio era a
única coisa que poderia acalmar os espíritos naquela mesma noite reunimos a coragem que restava e voltamos Ao caminho do Vale perdido o ambiente parecia ainda mais pesado e a sensação de sermos observados estava mais forte ao chegarmos percebemos que a casa parecia ainda mais deteriorada como se o tempo tivesse passado mais rápido ali Subimos às escadas com o coração na boca tentando não fazer barulho quando encontramos a boneca a a Júlia se ajoelhou colocou-a no lugar e pediu desculpas ficamos ali em silêncio esperando algum sinal de que aquilo seria o suficiente não ouvimos nada nem
Passos nem risadas mas ao sairmos todos tivemos a impressão de ver uma figura de criança na janela acenando quase como se estivesse nos agradecendo partimos dali sem olhar para trás nos dias que seguiram tudo voltou ao normal as vozes cessaram os pesadelos pararam e a sensação de estarmos sendo observados desapareceu Mas mesmo depois de todos esses anos nunca mais tive coragem de passar perto daquele vale a lenda diz que o lugar ainda guarda seus segredos esperando por quem tiver a coragem ou aice de desafiá-lo Essa é uma das histórias mais estranhas e assustadoras até hoje
quando fecho os olhos ainda consigo ouvir aquela risada abafada e o Son dos passos na escada nunca mais voltei a São João da Boa Vista com os mesmos olhos e espero que você meu neto Nunca Tenha a ideia de visitar o caminho do Vale perdido no verão de 195 eu perto de Botucatu interior de São Paulo o lugar era conhecido por ter uma paisagem bonita cercada de árvores altas e muito Verde mas à noite todos diziam que a estrada do sítio onde íamos acampar era assombrada a gente era jovem e achava graça dessas histórias Então
como bons adolescentes Corajosos ignoramos os avisos e fomos mesmo assim caminho passamos pela estrada Estreita e antiga do Sítio dos Santos que era conhecida entre os moradores locais como um lugar onde coisas estranhas aconteciam a história que mais se contava era sobre uma velha Encruzilhada próxima à entrada do sítio diziam que lá era onde os antigos moradores faziam rituais de proteção para afastar espíritos que apareciam na Mata esses rituais segundo histórias eram para um espírito que eles chamavam de o senhor da encruzilhada a história Era um tanto quanto fantasiosa para nós mas a curiosidade nos
guiou Ao Cair da Noite Montamos as barracas perto de um riacho e fizemos uma fogueira entre risadas e piadas acabamos tocando no assunto das Lendas um dos amigos o Rafa sugeriu que fôssemos até a Encruzilhada e tirássemos alguma fotos para registrar a aventura relutamos um pouco mas no fim concordamos quando chegamos lá o ambiente mudou drasticamente o ar parecia mais pesado e o silêncio era completo como se a própria natureza segurasse o fôlego no chão ainda dava para ver marcas estranhas como pequenos círculos formados com pedras embora as plantas já tivessem começado a cobrir boa
parte das marcas foi quando a Carol uma das amigas que estava com a gente comentou gente tá me dando um arrepio aqui ela mal terminou de falar e ouvimos um som de Passos vindo da Mata mas ninguém apareceu o Rafa foi o primeiro a apontar a lanterna na direção do barulho e então vimos uma sombra se movendo entre as árvores tentei me convencer de que era um animal mas o barulho não parecia de um bicho era lento demais e os passos tinham um ritmo estranho quase humano decidimos voltar rapidamente para o acampamento sem olhar para
trás na volta percebemos que o caminho parecia mais longo do que na Ida como se estivéssemos andando em círculos quando finalmente encontramos o acampamento a fogueira Já estava quase apagada ficamos em silêncio por um tempo até que o Rafa meio rindo quebrar o gelo acho que o tal Senhor da Encruzilhada gosta de assustar novatos hein ficamos em silêncio mas eu sentia que algo não estava certo quando finalmente deitamos para dormir eu tive um dos piores pesadelos da minha vida no sonho eu estava de volta a Encruzilhada Só que desta vez sozinho sentia como se algo
me observasse mas eu não conseguia ver nada só ouvia uma uma voz grave e distante sussurrando meu nome acordei suando e para meu espanto a Carol e o Rafa também tinham tido o mesmo pesadelo com uma voz chamando por eles na manhã seguinte decidimos que já era hora de ir embora enquanto desmontamos as barracas encontramos um objeto estranho em nosso acampamento uma pedra Redonda coberta de símbolos que pareciam antigos ningém reconhecia aquilo e a gente não se lembrava de ter visto aquela pedra na noite anterior era como se alguém a Tivesse deixado ali enquanto dormíamos
quando finalmente chegamos de volta à cidade Fomos até a casa de um conhecido do Rafa um senhor chamado seu João que era conhecido por ser uma espécie de guardião das histórias da região ele nos ouviu com atenção e disse que a Encruzilhada tinha mesmo uma energia estranha explicou que muitos anos atrás antes do sítio ser abandonado as pessoas faziam oferendas e rezavam ali acreditando que o senhor da encruzilhada protegia o lugar de qualquer presença ruim segundo ele mexer com aquilo era perigoso e às vezes podia deixar rastros que as pessoas carregavam para suas casas os
dias seguintes foram estranhos cada um de nós começou a sentir uma presença principalmente à noite parecia que nunca estávamos sozinhos mesmo dentro de casa a Carol passou a ouvir passos no corredor de madrugada o Rafa começou a ter pesadelos recorrentes eu por outro lado sentia como se alguém estivesse ao pé da minha cama sempre que tentava dormir após várias noites mal dormidas decidimos nos reunir e tentar devolver a pedra como uma última tentativa de paz voltamos até a Estrada do Sítio dos Santos agora com muito mais respeito e temor ao chegarmos na encruzilhada colocamos a
pedra de volta no chão e pedimos desculpas em voz alta fechamos os olhos esperando algum sinal o ambiente ficou pesado e por alguns segundos ouvimos um de Passos leves ao nosso redor saos de lá mais depois daquele dia as estranhezas cessaram Mas até hoje quando penso naquelas noites sinto um arrepio na espinha e lembro das palavras do seu João algumas coisas são melhor deixar quietas nos anos 90 a cidade de São Manuel era conhecida por suas festas tradicionais e a hospitalidade dos moradores er um lug onde todos se conheciam e as histórias eram passadas de
geração em geração porém havia uma história que sempre causava arrepios nas crianças a lenda da sombra do Lago o lago localizado nos arredores da cidade era um ponto de encontro para os jovens especialmente durante o verão mas havia uma regra que todos conheciam não se aproximar do Lago à noite a razão diziam que em certas noites de lua cheia uma sombra misteriosa surgia à beira d'água a sombra não era qualquer uma contavam que era a alma de um homem que havia desaparecido Ali há muitos anos diziam que ele era um pescador que se afogou mas
muitos acreditavam que sua morte tinha um propósito Sombrio certa noite eu o Léo e a Tânia decidimos desafiar as lendas era uma noite de lua cheia E estávamos prontos para a aventura com lanternas em mãos e corações acelerados caminhamos até o lago o caminho estava tranquilo e o canto dos Grilos Parecia um aviso do que estava por vir ao chegarmos à beira do lago o clima mudou o ar estava gelado e uma brisa estranha soprava fazendo as folhas das Árvores balançarem acho que estamos fazendo besteira sussurrou a Tânia Mas o Léo sempre o mais corajoso
insistiu que deveríamos ficar depois de alguns minutos de conversa resolvemos jogar uma moeda no Lago como um Tributo à lenda só para nos divertir o Léo fez questão de ser o primeiro ele jogou a moeda e assim que ela atingiu a água algo inesperado aconteceu a superfície do Lago começou a agitar como se alguém Estivesse se debatendo por baixo imediatamente um frio intenso tomou conta de nós o que era um momento de diversão se transformou em Pânico a água que antes estava tranquila agora parecia estar fervendo e um som gutural ecoou vindo do fundo vamos
embora agora gritou a Tânia já se afastando da Beira mas antes que pudéssemos nos mover Vimos a sombra emergir da água era uma figura esquelética com olhos que pareciam duas lanternas apagadas ela flutuava em cima da superfície pairando sobre nós como se estivesse nos avaliando naquele momento a lenda não era mais apenas uma história Era a pura realidade diante de nossos olhos corremos em direção à trilha sem olhar para trás e o som dos nossos corações parecia ecoar na escuridão o que mais nos foi que ao chegarmos à Estrada notamos que o silêncio tinha tomado
conta do lugar nenhum grilo cantava nenhuma folha se movia era como se o mundo tivesse parado Voltamos para casa mas a sensação de estar sendo observado nunca nos abandonou naquela noite dormi com a luz acesa e mesmo assim sonhei com a sombra o rosto dela estava se aproximando e eu podia ouvir sua voz mais um susurro voltem ao Lago voltem era um convite mas também uma ameaça na manhã seguinte encontramos o l pálido e tremendo ele não conseguia explicar o que tinha sentido mas aia e eu sabíamos o medo tinha nos unido em um pacto
silencioso nunca mais falaríamos oos de todos os anos na noite daaia eu e nos encontramos e recordamos a lenda mas nunca conseguimos esquecer o que vimos até que um dia decidimos que precisávamos encarar isso de uma vez por todas não podíamos viver com o peso da culpa de ter desafiado umaa de lua cheia fomos novamente ao Lago mas agora com um propósito diferente buscar respostas o caminho parecia o mesmo mas a atmosfera era diferente um medo novo nos acompanhava e a lua cheia iluminava o caminho com um brilho espectral ao chegarmos ao Lago a superfície
estava calma mas a sensação de que algo nos observava era palpável a Tânia começou a hesitar mas eu a incentivei precisávamos saber se a sombra ainda estava ali se ainda se alimentava de nossos medos enquanto falávamos em voz alta tentando apaziguar o espírito a água começou a se agitar novamente se você está aqui mostre-se gritei mais por bravura do que por convicção Foi então que a sombra apareceu mais uma vez mas desta vez parecia mais próxima a figura flutuava e uma voz ecoou em nossa mente como se estivesse dentro de nós vocês me chamaram o
que querem de mim a presença era opressora e o medo tomou conta de nós novamente a sombra parecia quase humana mas os olhos eram profundos e vazios Tânia chorava e eu sentia o chão tremendo sob meus pés Queremos queremos entender balbuciei sem saber se aquelas palavras iriam agradar ou ofender a criatura que tínhamos despertado nesse instante a sombra se aproximou e uma onda de frio envolveu nosso corpo entender o que vocês sabem sobre o que aconteceu aqui o que é viver em um mundo que não aceita a verdade a voz era sombria e cheia de
dor eu fui esquecido Deixado Para Trás como uma moeda lançada no fundo do Lago a sombra flutuava mais perto Como se quisesse nos engolir com sua presença era como se uma força invisível nos prendesse ali em um estado de paralisia o medo se misturava à curiosidade e a Tânia Em meio às lágrimas perguntou o que aconteceu com você a sombra hesitou e por um breve momento a expressão dela pareceu quase humana como se estivesse revivendo memórias dolorosas eu era Um Homem Comum Pescador e trabalhador em uma noite como esta eu fui atraído pelo brilho das
águas mas havia algo na escuridão que me enganou pensei que era apenas o reflexo da lua mas era um chamado para a perdição o som de sua voz nos envolveu em um manto de tristeza e culpa atraído por promessas vazias acabei afogado o lago me prendeu não apenas meu corpo min al e agora sou apenas uma sombra uma lembrança do que poderia ter sido aquelas palavras cortaram o ar entre nós como uma faca eu percebi que a sombra não era apenas um espírito vingativo ela era uma vítima como muitos que se deixaram levar por ilusões
e desejos como podemos ajudar você eu perguntei AZ o peso da lembre-se de mim contem minha história para que outros não caiam na mesma armadilha Deixem que eu não seja apenas uma lenda deem-me um nome que ecoe através do tempo a sombra respondeu enquanto os olhos vazios fitavam os nossos como se estivesse buscando algo além de compreensão Tânia em um momento de bravura Gritou seu nome será Rafael que seu nome ressoe em São Manuel a sombra hesitou mais uma vez e então um sorriso triste se formou em seu rosto esquelético Rafael eu gosto disso agora
sou mais do que uma lenda sou parte de vocês com um movimento súbito a sombra desapareceu nas águas e a atmosfera pesada ao nosso redor começou a se dissipar o silêncio voltou mas não era um silêncio opressivo era um silêncio de alívio a Sens de ser observado foi embora e o lago agora parecia mais calmo retorn para casa não como crianças Assombradas mas como portadores de uma nova história a cada passo a certeza de que havíamos feito algo significativo nos acompanhava temos que contar isso para os outros disse eue a não era apenas um conto
para assustar crianças mas uma história de advertência uma lição sobre a importância de ouvir a voz da razão nos dias que se seguiram falamos sobre o que havia acontecido naquela noite sempre lembrando do nome Rafael Compartilhamos Nossa experiência com amigos e familiares e logo a história começou a se espalhar a cada relato as pessoas FIC e a figura de Rafael o pescador se tornava parte da identidade da cidade o lago ainda estava lá e a lua cheia continuava a iluminar as noites em São Manuel mas agora quando as pessoas falavam da sombra havia um tom
de respeito ninguém mais se atrevia a jogar moedas na água mas todos se lembravam de Rafael e sua história o lago tornou-se um lugar de reflexão um lembrete de que as escolhas que fazemos podem nos levar a lugares sombrios E assim a lenda da sombra do Lago transformou-se em uma fábula sobre coragem memória e o poder da narrativa o que antes era apenas medo agora era uma parte importante de nossa comunidade um alerta para aqueles que pensam que a escuridão é apenas uma fantasia naquelas noites de lua cheia eu e Amos à beira do lago
não com medo mas com gratidão lá sob o Brilho da Lua sempre lembrávamos de Rafael Obrigado amigo murmuramos em uníssono sentindo que ele ainda nos observava não mais como uma sombra mas como uma presença que nos guiava nos ensinando a valorizar a vida e a história que todos temos para contar