Você já parou para pensar que o sofrimento esse companheiro indesejado que insiste em nos seguir pode ser a essência da vida e se eu lhe dissesse que um homem há quase dois séculos não apenas acreditava nisso mas fez dessa ideia sua filosofia prepare-se para conhecer Arthur schopenhauer o filósofo que transformou o pessimismo em uma lente para enxergar a verdade da existência e aqui vai a pergunta Será que ele estava certo que ninguém se iluda pensando que só é infeliz enquanto Jovem à medida que os anos passam as fontes do sofrimento mudam mas o sofrimento permanece
essas palavras de schopenhauer em o mundo como vontade e representação não são apenas um aforismo são uma espécie de Manifesto existencial nascido em 1788 na cidade portuária de danzig Arthur veio ao mundo com o destino marcado por contrastes riqueza material mas pobreza emocional seu pai um comerciante bem-sucedido ansiava por um futuro de prosperidade para o filho Enquanto sua mãe Johann uma escritora socialite dedicava-se mais aos salões literários do que ao papel materno essa disparidade entre expectativas e afeto gerou um abismo no coração de Artur após o suposto suicídio do pai o jovem schopenhauer mergulhou em
um universo interno marcado por ressentimentos e introspecção alimentado pelo desprezo mútuo que ele e sua mãe passaram a cultivar esse pano de fundo não é um detalhe biográfico insignificante ele é o terreno fértil sobre o qual germinou sua visão pessimista do mundo para schopenhauer a felicidade não passava de uma ilusão um intervalo fugaz entre duas dores seu pessimismo não era um capricho era uma resposta lúcida às condições humanas ele via a vida como um teatro em que todos os personagens estavam condenados a repetir o mesmo enredo lutar alcançar e inevitavelmente sofrer a vida oscila como
um pêndulo entre o tédio e a dor escreveu essa frase apesar de amarga é incrivelmente perspicaz quantas vezes em nossas rotinas modernas não somos dominados por esse ciclo inescapável quando estamos sobrecarregados ansiamos por descanso mas ao conquistá-lo caímos No Vazio da monotonia chopen não estava interessado em oferecer um consolo superficial Diferentemente de outros pensadores que pintavam a existência com cores de esperança ou propósito ele preferiu desnudar a realidade em sua concepção o sofrimento não era um desvio mas a essência mesma da vida a razão disso a vontade um conceito Central em sua filosofia para ele
a vontade era uma força cega irracional e insaciável que governava tudo no universo desde os movimentos dos astros até os desejos mais íntimos do ser humano essa força nos impulsiona a buscar constantemente aquilo que nunca pode nos satisfazer completamente somos eternos mendigos diante de um banquete inalcançável mesmo assim schopenhauer não via sua filosofia como um convite ao desespero mas como uma ferramenta para enxergar a realidade sem filtros ele acreditava que ao compreender a natureza inexorável do sofrimento poderíamos nos libertar ainda que parce ente de suas garras essa aceitação lúcida é como um remédio Amargo difícil
de engolir mas poderoso a sabedoria da vida consiste na eliminação dos desejos ele aconselhou ecoando ensinamentos que lembram o estoicismo dos Romanos e o desapego pregado pelo budismo curiosamente essas ideias que podem parecer antiquadas encontram Eco em práticas contemporâneas como o mindfulness que nos ensina a abraçar o presente sem nos deixar escravizar pelo desejo ou pela aversão há algo quase Profético na forma como schopenhauer descreveu o sofrimento humano ele parecia prever uma era como a nossa dominada pela ansiedade pela insatisfação crônica e pela busca incessante por algo que nunca chega vivemos num mundo onde a
felicidade é mercantilizada transformada em metas inalcançáveis de sucesso consumo e perfeição mas como schopenhauer nos alertou enquanto formos governados pela vontade estaremos fadados à frustração Essa é a tragédia e ao mesmo tempo a verdade que ele nos deixou agora pergunte a si mesmo quantas das suas dores vem de desejos que você nunca parou para questionar quantas são apenas reflexos dessa vontade cega que insiste em nos dirigir schopenhauer olhava para a experiência humana com a precisão de quem desava uma ferida aberta entre as tantas ilusões que ele desafiava nenuma era tão seral quanto o amor para
ele o amor romântico Que tantas vezes é exaltado como a grande salvação da alma humana não passava de um engenhoso ardil da natureza em sua metafísica do amor sexual ele argumenta que essa força que nos parece Sublime é na verdade uma ferramenta crua e impiedosa para assegurar a sobrevivência da espécie o desejo apaixonado com todo o seu fervor não é movido por um ideal transcendente Mas pela biologia pelo impulso de perpetuar nossos genes um golpe brutal contra a idealização que permeia romances músicas e filmes esse ceticismo em relação ao amor não veio apenas de reflexões
filosóficas Mas também da Vida Prática schopenhauer conhecido por sua personalidade ir Cível nunca encontrou no outro a reciprocidade que o fizesse abandonar sua Solitude ele não tinha uma visão idealizada dos relacionamentos humanos pelo contrário via neles uma dança desajeitada entre expectativas irreais e desilusões inevitáveis enquanto Muitos buscam no amor um refúgio contra a solidão ele enxergava nele uma armadilha uma promessa de felicidade que ao ser desfeita revela a dura verdade do sofrimento inerente à existência sua crítica ao amor não é apenas um exercício de cinismo mas um convite a reflexão ele nos força a encarar
de frente aquilo que evitamos o fato de que nossos maiores anseios frequentemente mascaram motivações mais básicas Pense por exemplo na experiência de se apaixonar sentimos um ímpeto incontrolável um magnetismo inexplicável mas como diria schopenhauer isso não é um chamado da alma mas da vontade aquela força Implacável que nos move para cumprir funções que sequer compreendemos conscientemente através dessa lente o romantismo se dissolve revelando sua verdadeira face uma engrenagem de um mecanismo maior Indomável e muitas vezes indiferente aos nossos próprios sentimentos essa concepção embora sombria oferece uma perspectiva surpreendentemente Libertadora ao desmascarar As Ilusões do amor
idealizado shopenhauer nos desafia a questionar o quanto de nossa felicidade colocamos nas mãos de algo tão volátil quanto as paixões humanas não que ele condenasse o amor em si mas sua filosofia nos provoca a abandonar a ideia de que ele ele é a solução para todos os nossos dilemas Afinal quantas vezes buscamos no outro uma completude que deveria vir de dentro quantas desilusões poderiam ser evitadas se entendêssemos que o amor por mais belo que seja não é uma garantia de Redenção e ainda assim ele não era completamente insensível às alegrias que a companhia de outros
seres pode proporcionar talvez seja por isso que schopenhauer encontrou nos cães especialmente em seus poodles chamados atma uma lealdade e um conforto que ele julgava inatingíveis nos relacionamentos humanos quanto mais conheço as pessoas mais gosto dos meus cães ele poderia muito bem ter dito ressoando um sentimento que muitos compartilham hoje em um mundo onde a conexão humana é cada vez mais mediada por telas em seus cães schopenhauer encontrava algo que escapava a manipulação da vontade uma pureza de afeto que não exigia nada em troca Esse aspecto de sua vida embora possa parecer uma anedota trivial
é profundamente simbólico schopenhauer não era apenas um crítico ácido das ilusões humanas Ele também era alguém que buscava em suas próprias condições formas de lidar com o peso do existir ele não nos pediu para abandonar o amor mas para enxergá-lo sem os véus que insistimos em colocar e essa visão ainda que desafiadora nos convida a refletir o que realmente buscamos no outro é amor ou a ilusão de que algo ou alguém pode nos salvar de nós mesmos para compreender plenamente a visão de schopenhauer sobre a condição humana precisamos nos aprofundar na maneira como ele lidava
com dois temas universais A Morte e a arte se para ele a vida era marcada por um sofrimento incessante a morte não era exatamente o alívio que muitos poderiam imaginar em vez de um fim Pacífico schopenhauer via a morte como uma transição inevitável e igualmente envolta na sombra da vontade ele acreditava que a individualidade tão cara ao ser humano era uma ilusão passageira após a morte o indivíduo dissolver-se ia no todo perdendo aquilo que chamamos de eu essa ideia longe de ser reconfortante era uma extensão lógica de seu pessimismo a morte não nos liberta apenas
nos reintegra ao ciclo eterno de desejos e Sofrimentos da existência Universal no entanto em meio à escuridão de sua filosofia surge uma luz Inesperada a arte para schopenhauer ela era uma válvula de escape uma pausa momentânea do tormento incessante causado pela vontade Diferentemente de outras atividades humanas que são constantemente orientadas pelo Desejo a experiência estética seja ao contemplar uma pintura ouvir uma Sinfonia ou ler um poema permitia um raro momento de suspensão a arte é a contemplação do mundo sem as cadeias do querer escreveu e nesse estado o indivíduo podia transcender momentaneamente o egoísmo e
a dor experimentando algo próximo à serenidade Essa visão explica sua admiração pela música a forma de arte que ele considerava a mais elevada de todas enquanto outras manifestações artísticas eram reflexos do mundo fenomênico a música em sua concepção era a própria linguagem da vontade uma Sinfonia em sua harmonia e desarmonia era capaz de expressar os conflitos e as tensões da existência de maneira direta sem intermediários talvez seja por isso que mesmo em sua solidão amarga schopenhauer encontrava conforto em obras como as de Beethoven cuja música parecia ecoar a turbulência e a profundidade de sua própria
visão filosófica ao mesmo tempo schopenhauer via na morte uma espécie de democratização brutal da vida não importava o quanto alguém fosse rico poderoso ou influente diante do fim Todos estavam no mesmo plano essa perspectiva embora crua nos força a confrontar a fragilidade de nossas ambições quantas vezes não vivemos como se fôssemos Imortais acumulando bens status e conquistas apenas para nos depararmos com o fato inescapável de que tudo isso será Deixado para trás ele nos convida a refletir sobre a futilidade de muitas de nossas buscas colocando a arte e a contemplação como caminhos para escapar ainda
que temporariamente da voracidade de uma vida orientada pelo Desejo e há um elemento quase paradoxal em sua filosofia mesmo Enquanto descrevia a morte como uma mera reintegração ao todo e a arte como um respiro fugaz ele valorizava profundamente o momento presente apreciar uma obra de arte perder-se na Melodia de uma música ou na beleza de um pôr do sol não anulava o sofrimento Universal mas permitia uma espécie de trégua esses momentos para schopenhauer eram o mais próximo que podíamos chegar de uma Redenção terrestre e aqui reside uma de suas maiores lições a busca pela felicidade
duradoura pode ser inútil mas encontrar beleza no transitório é uma forma de resistir a inevitabilidade do sofrimento essa postura é um convite direto para nós que vivemos em um mundo saturado por distrações e expectativas irrealistas Quando foi a última vez que você realmente se permitiu ser absorvido pel a beleza de algo sem exigir que isso tivesse um propósito ao levantar essas questões schopenhauer nos força a repensar como encaramos não apenas A Morte e a arte mas a própria essência do que significa viver se a arte oferecia a schopenhauer um breve alívio da dor a moralidade
e a religião eram os pilares que sustentavam sua visão ética da vida ele não via a moral como um conjunto de mandamentos impostos por uma Autoridade Divina ou social mas como algo que que emergia do próprio reconhecimento do sofrimento em sua ética que ecoa o pensamento budista compaixão é a virtude Suprema pois nasce do entendimento de que todos os seres compartilham a mesma essência de dor e angústia essa ideia revolucionária em sua época ressoava muito além das fronteiras do ocidente conectando-se com tradições filosóficas e espirituais do oriente como o Budismo e o hinduísmo schopenhauer foi
um dos primeiros pensadores ocidentais a estudar profundamente os textos orientais incluindo os upanishads e o dam pada Ele ficou fascinado pela noção de que a realidade é ilusória um véu que cobre a verdadeira natureza do mundo essa perspectiva dialogava diretamente com sua própria teoria da vontade uma força cega e irracional que move a existência mas que ironicamente é a origem de todo o sofrimento assim como o budismo prega que o desejo é a raiz da dor schopenhauer acreditava que o único caminho para uma vida moral era através da renúncia e da aceitação compassiva do sofrimento
alheio mas não se engane sua visão de moralidade não era uma receita para a felicidade convencional ele não prometia um mundo justo ou equilibrado pelo contrário schopenhauer via a vida como um campo de batalha onde a dor era a regra e o alívio a exceção ainda assim ele insistia que a compaixão era a única resposta possível à brutalidade da da existência em suas palavras a compaixão é a base de toda moralidade genuína e embora seu Tom fosse frequentemente Sombrio essa ênfase na empatia é um dos aspectos mais humanistas de sua filosofia uma tentativa de encontrar
sentido em meio ao caos sua abordagem ética era também uma crítica feroz ao otimismo ingênuo que via na humanidade uma espécie de projeto em constante Progresso ele rejeitava na ideia de que o avanço da ciência da política ou da tecnologia pudesse resolver os problemas fundamentais da vida para ele essas conquistas embora impressionantes não tocavam na raiz do sofrimento humano schopenhauer via o progresso como uma estrada que poderia tornar a jornada mais confortável mas nunca eliminaria o peso do fardo que carregamos essa crítica soa assustadoramente atual em um mundo que mesmo com tantas inovações enfrenta níveis
recordes de ansiedade e alienação ao ao mesmo tempo sua visão da religião era surpreendentemente ambivalente ele desprezava os dogmas e as imposições das instituições religiosas mas respeitava profundamente o papel que a espiritualidade podia desempenhar ao oferecer consolo às pessoas sua admiração pelo budismo em particular estava enraizada em sua visão de que essa tradição encarava o sofrimento com honestidade sem prometer Recompensas ou punições pós morte como forma de controle em certo sentido ele via na ética budista um reflexo de sua própria filosofia uma tentativa de transcender o desejo e encontrar paz na aceitação ao refletirmos sobre
sua moralidade uma questão inevitavelmente surge até que ponto somos capazes de nos libertar das amarras do egoísmo schopenhauer acreditava que ao reconhecermos a universalidade do sofrimento poderíamos cultivar uma compaixão genuína uma espécie de solidariedade exencial que transcende fronteiras culturas e crenças e embora isso não garantisse uma vida sem dor oferecia uma direção para viver com dignidade Em meio às adversidades essa lição embora extraída de um Pensador pessimista carrega uma esperança paradoxal a de que mesmo em um mundo marcado pela dor podemos encontrar significado na conexão com o outro schopenhauer apesar de todo o pessimismo que
permeia seu pensamento revelou uma visão singularmente lúcida sobre o papel do indivíduo em um mundo marcado pela dor e pela transitoriedade em suas reflexões finais ele aponta para o legado duradouro da filosofia e da introspecção não como ferramentas para escapar da realidade mas como meios de enfrentá-la com coragem para ele A verdadeira sabedoria estava em reconhecer a imperfeição inerente à existência e mesmo assim resistir a tentação de sucumbir ao desespero Absoluto em suas próprias palavras a vida é um negócio que não cobre seus custos mas é o único jogo disponível essa frase carregada de ironia
amarga também contém uma verdade inescapável a consciência da finitude é ao mesmo tempo nossa maior maldição e nossa maior dádiva no entanto O que torna schopenhauer tão profundamente atual é a maneira como ele expõe As Ilusões que muitas vezes nutrimos em relação ao propósito e ao significado em um mundo contemporâneo que nos bombardeia com Promessas de felicidade instantânea seja através do consumo do sucesso profissional ou das redes sociais sua filosofia nos força a parar e refletir até que ponto estamos sendo arrastados por um desejo incessante que jamais será saciado ele acreditava que a busca desenfreada
por prazer e realização material era em última análise uma corrida sem linha de chegada uma dança macabra conduzida pela vontade cega e ainda assim schopenhauer não nos oferece resignação passiva como resposta ele nos desafia a encontrar pequenos refúgios contra o sofrimento seja na arte na contemplação ou na compaixão esses momentos efêmeros de alívio não eliminam a dor mas permitem que a existência se torne suportável imagine por exemplo a experiência de perder-se em uma obra de arte Sublime onde as pressões E angústias do cotidiano se dissolvem por alguns instantes Ness esse estado estamos mais próximos do
que ele descreveu como uma liberdade momentânea da tirania da vontade a arte portanto não é apenas entretenimento é resistência e se a arte é um refúgio a compaixão é a ponte que nos conecta uns aos outros em sua ética schopenhauer sugere que ao reconhecermos o sofrimento Universal transcendemos o egoísmo que nos isola ele acreditava que ao nos colocarmos no lugar do outro experimentamos uma verdade fundamental somos todos expressões da mesma Essência todos presos às mesmas condições dolorosas da existência essa percepção embora profundamente sombria carrega um potencial transformador em um mundo fragmentado por divisões onde o
individualismo é exaltado acima da comunidade sua insistência na compaixão soa como um lembrete urgente de nossa interdependência no fim a grande lição de schopenhauer Talvez seja esta aceitar a vida como ela é sem falsas esperanças ou otimismo ingênuo e ao mesmo tempo encontrar sentido na luta diária para transcender as limitações impostas pela existência ele nos ensina que embora o sofrimento seja inevitável ele também é o que nos torna humanos em suas palavras a dor é o que nos desperta para a consciência de nossa própria existência essa visão longe de ser um convite ao cinismo é
uma convocação para a coragem a coragem de encarar a realidade de viver plenamente mesmo sabendo que a perfeição está além do nosso alcance e aqui estamos nós diante de uma escolha continuamos a nos iludir com promessas vazias de felicidade absoluta ou aceitamos a complexidade e a imperfeição da vida como ela realmente é a resposta de schopenhauer é Clara e embora difícil ela nos oferece uma forma única de liberdade Afinal reconhecer a verdade por mais dura que seja é o primeiro passo Para vivermos de maneira mais autêntica e profunda uma lição que em meio à superficialidade
do mundo contemporâneo nunca foi tão necessária se schopenhauer fosse um youtuber hoje ele provavelmente encerraria com algo como a vida é sofrimento mas o que você faz com isso é o que importa e eu digo se você quer continuar explorando as ideias que moldaram nossa forma de pensar e sentir inscreva-se neste canal ative as notificações e deixe nos coment sua à pergunta de hoje será que o pessimismo é na verdade a forma mais realista de encarar a vida vamos filosofar juntos